MARCIO
TOMASI
PORCENTAGEM
E INDICAÇÕES
DE
CESARIANA
NA
MATERNIDADE
DO
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA.
`Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a
Conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
PORCENTAGEM
E INDICAÇÕES
DE
CESARIANA
NA
MATERNIDADE
DO
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA.
Trabalho apresentado à Universidade Federal
K
de Santa Catarina, para a
Conclusão do Curso de Graduação
em
'
Medicina.
_ , _
¡ r
Presidente
do
Colegiado
do
Curso
de Medicina:
Prof.
Edson
José
Cardoso
Orientador:
Prof.
Afonso Márcio
Batista
da
Silva
.FLORIANÓPOLIS
)
“
É
muito
melhor
arriscar coisasgrandiosos, alcançar triunfos e glória,
mesmo
expondo-se a
derrota,do
que
formar fila
com
os
pobres de
espíritoque
nem
gozam
muito,nem
sofrem
muito,porque
vivem
nessapenumbra
cinzentaque não
conhece
vitórianem
derrota.”Aos meus
pais, pelo esforçoque
realizaram para que fosse possível este trabalho, pelo seu conforto nas horas diñceis e pela sua alegria nosmomentos
bons. -
À
Deus, poissem
elenada
seria possível.Às
minhas
irmãs,Marcia
e Mariéli, pela sua compreensão, apoio epaciência.
À
minha
amada
Patricia, pela sua ajuda e compreensão,além
de seu amor, queforam muito
importante esem
eles este trabalhonão
seria omesmo.
Aos
meus
tios, Ivone e Leodir, pelaimensa
contribuiçãonão
sóna
realização deste trabalho,
como
em
todoo
curso.Aos
funcionáriosdo
de Serviço de Prontuáriodo
Paciente(SPP) que
auxiliaramna
busca
dos prontuários.Ao
Dr.Marcos
Leite, pelas suas opiniões e pelo seu auxíliona
procura dosnúmeros
dos prontuários.Ao
Dr.Afonso
Márcio
Batistada
Silva pela idealização e orientação deste trabalho.ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO.
2.OEJETWO
3.MÉTODO
4.RESULTADOS.
5.DISCUSSÃO
. ó.CONCLUSÃO.
. . _ 7.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
_ S.RESUMO
9.SUMMARY
_A
cesariana representaum
avanço da
obstetrícia moderna,que
quando
indicado corretamente é benéfico, tanto para a
mãe
quanto parao
concepto. Entretanto atuahnente observa-seque
a elevaçãoda
incidência de cesarianas tornou-seum
fenômeno
mundial.O
Brasil sustenta nas últimas três décadaso maior
índice de cesarianas.No
periodo de 1981 a
1986
amédia
foi de32%,
seguido por PortoRico
com
uma
média
de29%
no
período de1984
a1985
e osEUA
onde o
indiceaumentou
de5.5%
em
1970
para24.7%
em
199012. Esses índices sãomenores
nos países europeus, sendoque
na
Dinamarca
o indice passou de4.l%
em
1976
para 13.1em
19901.As
razões para esseaumento
sãocomplexas
eenvolvem
vários fatoresque
vão
desde acomodidade médica
atéo temor da
dordo
parto e apreocupação
com
a preservaçãoda
anatomia matema3'4=5*6°7. Outros fatorescomo
mudanças
nos serviços de saúde e o
aumento da
tecnologiana
assistência ao partotambém
são cogitados8°9*1°.A
crescente taxa de cesariana, fezcom
que
muitos serviços se voltassem para a análise de seus riscos e beneficios, questionando-se suasi11dicações“”12”13”14.
As
tentativas de classificar as várias indicações de cesarianapassa por alguns percalços, visto
que
são muitos os fatores envolvidosem
uma
única indicaçao.
A
abrangênciado
local estudadotambém
deve ser levadaem
7
V
gestantes de alto risco
em
unidades de referência, contribui parao
acréscimo nasRealizou-se
um
estudo descritivo transversalcom
eixo histórico das pacientesque
sesubmeteram
à cesariana edo
número
de nascimentosna
Maternidade
do
Hospital Universitárioda
UFSC,
no
período de24
de outubro de 1995 (data de sua inauguração) a30
de abn'1 de 1997. Para tanto, utilizou-se os prontuários médicos.Os
números
destes prontuários eo
de nascimentosforam
obtidos dos livros de registroda
enfermagem
Ado
Centro Obstétrico e posteriormente conferidocom
o
Serviço de Prontuáriodo
Paciente (SPP).Os
partosforam
assistidos pelo corpo clínicoem
regime de plantão,composto
por doismédicos
obstetras e dois sextanistas.As
usuáriasda
matemidade
são atendidas exclusivamente pelo SistemaÚnico
deSaúde
(SUS). Estamatemidade
dispõe deuma
enfermariacom
16 leitos de puerpério e06
leitos de alto risco.
O
centro obstétrico possui04
leitos de pré-parto,02
leitospara monitorização de alto-risco, 03 salas de parto, sendo 01 destinada às operações cesarianas e
02
para assistência ao parto vaginal, e04
leitos de pós- parto.As
indicações de cesarianaforam
agrupadasemdistócia
( desproporçãofeto-pélvica, falha de indução, distócia funcional, de objeto e de trajeto ),
cesariana anterior (2
ou mais
cesárias anteriores), sofrimento fetalagudo
(SFA),apresentação pélvica, síndromes hipertensivas, pós-datismo, oligodrâmnio, gemelar, amniorrexis prematura
(RUPREMA)
e outras ( l cesariana anterior,CA
in situ de colo,condiloma
cervical,condiloma
de vulva, corioamnionite,2.
OBJETIVO
Verificar a
porcentagem
de parto cesáreona
Maternidadedo
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC)
e defmir assuas principais indicações
no
período de24
de outubro de 1995 a30
de abril defeocromocitoma, imunização
RH,
mielomeningocele, onfalocele, polidrâmnio, placenta prévia, prolapso de cordão, retardodo
crescimento intra uterino,sofrimento fetal crônico e
tumor
matemo
de cerebelo.).Outras variáveis
como
idade das pacientes,número
de consultas de pré-natal, idade gestacional ( calculada pela data
da
última menstruação), paridade ecesarianas anteriores
foram
estudadas paramelhor
caracterizar o grupo de estudo.Os
dados obtidosforam
digitados e analisadosno programa
Epi-info4.
RESULTADOS
No
período previamente estabelecidoforam
realizados 2.245 partos,compreendendo
1563(69.32%)
partos vaginais e682(30.38%)
partos cesáreos,sendo estes últimos nosso grupo de estudo, (Tabela I).
Dos
682
prontuáriospesquisados
não foram
encontrados 21(3%).Tabela
I. Partos atendidosna
Maternidadedo
HU
de outubro de 1995 a abril de1997.
Via
do
Parto
N
°/›Vaginal
_1563
69.62Cesária
682
30.38Total
2245
100.00Dividindo-se o período estudado
em
3 semestres, observa-seque
no
primeiro semestreforam
realizados619
partos,441(71.2%)
vaginais el78(28.8%)
cesariana,no segtmdo
semestre,823
partos,580(70.5%)
vaginais e243(29.5%)
cesariana eno
terceiro semestre,803
partos, sendo542 (67.5%)
vaginais e
261(32.5%)
cesariana, (Gráfico 01).Gráfico 01: Freqüência de partos na maternidade do
HU/UFSC
noperíodo de 24/10/95 a 30/04/97, dividida
em
3 semestres.I IVaginaI ICesariana EITotaI Número de partos
1ø Semestre 2ø Semestre 3ø Semestre
Semestres
Já
no ano
de 1996,foram
realizados1498
panos, sendo 1044(69.7%)
vaginais e454
(30.3%) cesarianas.E
finalmenteno
primeiro trimestre de1997
obsen/ou-se
404
partos,279
(69.1%) vaginais e 125 (30.9%) cesariana,(Gráfico
02). 180 '- 20 - --- z~ 150 _. ... ._ 140 -- --- - - Número de partos az Q3
5
O O O O z z 4o ' ¢› 8 G) Ú? Q- 1-v 0 . . ¬ nn |~ ow ou Meses z ,-Gráfico02:
Número
de nascimentos, parto vaginal e parto cesariana nos 3 primeiros semestres da maternidade-O-Total
-I-vaginal -Q--Cesariana
A
idade das pacientes estudadas foi:menor
de 16 anos09
(1.4%)pacientes, entre 16 e
20
anos 146(221%),
21 a 25 anos 162 (24.6%),26
e30
anos 191 (29.1%) , 31 a 35 anos 106 (16%),36
a40
anos36
(5.4%) emaior
que
40
anos08
(1.2%) pacientes;com
idademínima
de 14 anos e amáxima
de46
anoscom
uma
média
de26
anos, (Gráfico 03).Gráfico 03: Freqüência das faixas etárias das pacientes que
realizaram cesariana no período de 24/10/95 a 30/04/97.
f f 1191' 6
zoo/
1eo-/
//I * I<1õ-1,4% 16°” .__ * me-zo-22,1% 140/ ¡ nzi-25-24,6%/
za-ao-zs,9% 129-/ __ I31-35-16,0% ~ nas-4o-5,4% 10°*ii-_
I>4o-1,2% EI Não Consta - 0,4% tes\
Número de Pacien\
\
i\\ 80- 60- 20- Faixas etárias15
Com
relação ao pré-natal,24
(3.6%) pacientesnão
realizaramnenhuma
consulta,
90
(l3.6%) realizaram entre 1 e 3 consultas,244 (37%)
entre4
e 6consultas, 176 (26.6%) entre 7 e 9 consultas,
39
pacientes (5.9%) 10ou mais
consultas e 88 pacientes (l3.3%)não
apresentavam essedado
no
seu prontuário.Em
média
as pacientes realizaram 6 consultas de pré-natal (Gráfico 04).Gráñco 04: Frequência do número de consultas de acompanhamento
pré-natal das pacientes que realimram cesariana.
s ‹
Io-3,6%
,_
____l
I1-3-136%
iU4-ó-310%
.nv-9-2ó.ó%
' Numero de pacientesE
E3 Número de consultasl>1o-59%
lrrâoconsfz-13.3% lA
idade gestacional calculada pela datada
última menstruação(DUM)
mostrou
uma
média
de39 semanas
e06
dias, amediana
de40
semanas,com
idade
mínima
de 25semanas
emáximo
de44
semanas.Separando
as idadesgestacionais por faixas percebe-se
que
92
(l3.9%) pacientestinham
menos
de37
semanas,516
(78.1%) pacientes entre37
e42 semanas
e ll (l.7%)pacientes
acima
de42
semanas,42
(63%)
pacientesnão
apresentavam estedado
no
prontuário,(Gráfico
05).Gráfico 05: Idade gestacional das pacientes,em semanas
referente ao período de 24/10/95 a 30/04/97. I< 37 -13.9% I37 - 42 - 78.1% EI> 42 -1.7% . Não Consta - 6.3% 516
17
~
Quanto
as gestaçoes anteriores, a maioria das pacienteseram
primigestas300
(45.4%), 144 (21.8%) pacientestinham
2 gestações anteriores,110 (16.7%)
pacientes
com
3 gestações anteriores,57
(8,6%) pacientescom
4 gestações,49
(7.4%) pacientescom
mais
que 5 gestações anteriores e 1 pacientenão
constavaeste dado, (Tabela ll).
Tabela
II. Freqüência das pacientesque
realizaram cesarianano
período de24/10/95 a 30/04/97
em
relação aonúmero
de gestações anteriores.Gestações
AnterioresN
%
I300
45.4 II 144 21.8 III 110 16.7IV
57
8.62
V
49
7.4Não
Consta
01 0.1 Total661
100.0Em
relação a paridade503
(76.1%)
pacienteseram
primíparas,90 (l3.6%)
pacienteshaviam
realizado apenas l parto vaginal,34
(5.l%) pacientesrealizaram 2 partos, 14 (2.
1%)
pacientes 3 partos, 13(2%)
pacientes realizaram4
ou mais
partos e 7 (l.l%) pacientesnão
apresentavam estedado
em
seuprontuário, ( Gráfico 06) _
Gráfico 06: Freqüência de paridade das pacientes que realizaram parto cesário no Centro Obstétrico no período de
24/10/95 a 30/04/97.
INenhuma
- 76.l% - l3.6% II - 5.1% III - 2,1%>
IV - 2,0%INão
Consta - l.1%
acientesI
EI odep Númer ParidadeEm
relação aonúmero
de cesarianas anteriores465
(70.3%) pacientesnão
realizaram nenhtuna cesariana , 117 (17.7%)
realizaram 1 , 63 (9.6%) pacientesrealizaram 2, 10 (l.5%) pacientes 3 cesariana, 01 (0.1%) paciente realizou 4 e 5
pacientes
não
apresentavam estedado
em
seu prontuário, (Gráfico 07).«A Número de pacientes ›-I l\) bd J> O O O O O O O O O
Gráfico 07: Frequencia de cesarianas anteriores das pacientes do Centro Obstétrico.
Número
de cesarianasIO
- 70.3%Il
-17.7%EI2-9.6%
>
3 - l.6%As
indicaçõesmais
freqüentesda
cesariana foram: distócia225
(34%), cesária anterior70
(10.6%),SFA
69
(l0.4%), apresentação pélvica 63 (9.5%),síndromes hipertensivas
59
(8.9%), pós-datismo47 (72%),
oligodrâmnio38
(5.7%), gemelar 18 (2.7%),RUPREMA
16 (2.5%) e outras56
(8.5%), (Gráfico 08).Gráfico 08: Indicações de partos cesáreos no período
de 24/10/95 a 30/04/97. 250 225
_i_?_í
I Distócia - 34.0% I Cesária Anterior - 10.6% DSFA - 10.4% E Pélvico - 9.5% IPré-Eclâmpsia - 8,9% I Pós-Datismo - 7.2% IOIigodrâmnio ~ 5.7% 70 69 53 59 47 56 |:| eemelar - 27% ___ I RUPREMA - 2.5% 8 IOutros - 8.5% o de pacientes Númer IndicaçõesTabela
III. Indicações de primeira cesarianaem
pacientesda
matermdade
do
Observando
as pacientesque
realizaram a sua primeira cesariana, asprincipais causas foram: distócia 172 (37%), pélvico
57
(12.2%),SFA
56
(12%), pré-eclâmpsia 45 (9.7%), pós-datismo 35 (7.5%), oligodrâmnio32
(69%),
RUPREMA
17 (3.7%), gemelar 13 (2.8%) e outros38
(8.2%), (Tabela IH)HU/UF SC
no
período de 24/10/95 a 30/04/97.Causa
N
3%
Distócia PélvicoSFA
Pré-Eclâmpsia
Pós-Datismo
Oligodrâmnio
RUPREMA
Gemelar
Outros
172 37.057
12.056
12.2 45 9.7 . 35 7.532
6.9 17 2.8 13 3.738
8.2 Total465
100.0A
idade das pacientesque
realizaram sua primeira cesariana se distribuiuda
seguinte forma:em
pacientesmenores
de 16 anos09
(1.9%) , entre 16 e20
anos 132 (28.4), entre 21 e
25
anos 125 (26.9%), entre26
e30
anos 118(254%),
entre 31 e 35 anos59
(12.7%), entre36
e40
anos 17 (3.6%) e maioresque
40
anos 05 (1.1%).Com
um
mínimo
de 14 anos eo
máximo
de46
anos, amédia
de24
anos e amoda
de 19 anos, (Tabela IV).Tabela
IV. Freqüência de pacientesque
realizaram a primeira cesariana porfaixa etária.
Idade
N
%
<
16
09
1.9 16 _20
7 721 -25
26
-30
31
-ss
só
-40
>
40
28.4 26.9 25.4 12.7 3.6 1.1 Total 100.05.
DISCUSSÃO
O
aumento
dos índices de cesariana nas últimas 3 décadastomou-se
uma
preocupação
mundial”
. Neste estudo analisando ocomportamento
destesíndices nos 3 primeiros semestres de
fimcionamento
da
maternidade, observa-seque
a incidência foi de30.38%
neste período.Segtmdo
Notzon
et al.1comparando
os índices de cesarianaem
diversos países, nos países europeuscomo
Inglaterra (10%),Holanda
(10%),Hungria
(10%),Noruega
(12%), Suécia (12%),Dinamarca
(13%)
e Escócia(14%)
os indices são significativamente menores.Porém
comparando
com
osEUA
em
1993onde
a cesariana alcançou22.8%,
os índicestomam-se
mais
próximos”
.Miranda
et a1.16em
estudorealizado observou
uma
incidência de30.4%
de cesarianasno
HospitalUniversitário
da
UFMG.
Dados
do
IBGE
mostram
em
Santa Catarinaum
índicede
36.01%,
abaixo de outros estadoscomo Mato
Grossodo
Sul (52.23%),São
Paulo
(47.s4%)
oRio
do Janeiro (41.9s%)”.A
médio
oooionzú é do34.95%”.
Dividindo-se
o
período estudadoem
3 semestres, quanto ao índice de cesariana, encontrou-seno
primeiro semestre28.8%
,no
segundo
semestre29.5%
eno
terceiro semestre32.5%,
revelandouma
tendência aoaumento
dessesindices.
No
ano de1996 o
índice de cesariana foi de30.3%
eno
primeiro trimestre de 1997,30.9%
. Vários estudosdemonstram
esseaumento
dos índicesde cesariana, que iniciou
na
década
de70,.aumentando
gradativamente até osdias atuais,
onde
apesar deuma
aparente estabilizaçãoem
alguns países, continuaPorém
algtms profissionais preocupadoscom
as conseqüênciasdo uso
abusivo desse procedimento elaboraram protocolos de redução dos ír1dices23”24°25.
Na
sua maioria esses estudos centralizam sua açãona condução
ativado
trabalhode parto e
no
pré-natal seguro,com
uma
avaliaçãominuciosa
das condiçõesmaternas.
Lagrew
et al.” através deum
programa
de redução donúmero
decesarianas
em
um
hospital privado conseguiu diminuir seus índices de3l.1%
para 15 .4%.
A
quebrado
mito deuma
vez cesarianasempre
cesariana,também
exerce papel fundamental, visto
que
muitas são as experiências relatadascom
sucesso de pacientes
com
uma
cesariana anterior eum
segundo
parto viavagi11al26°27,28°29°3°'31.
A
literaturatambém
apresenta casos de pacientescom
duasou mais
cesarianas anteriores que obtiveram sucessoquando
submetidas aprova
de trabalho de parto”. Weinstein et al.3° realizaram
um
estudocom
471
pacientescom
cesariana anteriorque foram
submetidas ao trabalho de partosendo que
destas
368
(78.1%) realizaram parto vaginalcom
sucesso.A
idademédia
das pacientesque
realizaram cesariana foi de26
anos,predominando
a faixa etária de26
a30
anos,com
l91(28.9%)
pacientes.Morales et al.”
em
estudocom
1872
pacientestambém
observaram
uma
predominância
nessa faixa etáriacom
27.61%.
Ali Y. et al.” encontrarama
maioria das pacientes
na
faixa de 21 a25
anos perfazendo25%
das pacientes estudadas. J á os dadosda
MMWR15
para oano
de 1993 nosUSA
mostram
que a
faixa etária
acima
de30
anos foi a que apresentoumaior
número
de pacientes.A
idade gestacional
média
foi de39 semanas
e seis dias,com
amediana
de40
semanas.
As
gestações àtenno
predominaram
com
7 8.1%,
13.9%
de pré-termose
l.7%
de pós-termos.Em
vários serviços revelou-se idade gestacional semelhante, diferindo apenas nos trabalhosonde
são selecionadas apenas25
Quanto
aonúmero
de gestações anteriores,300
(45.4%) pacienteseram
primigestas.
Segundo
o estudo deMorales
et al.“,46.85%
das pacientessubmetidas a cesariana
eram
primigestas.Com
relação aonúmero
de cesarianasanteriores, a grande maioria,
465
(70.3%),não
haviam
realizadonenhuma
cesariana. Resultados semelhantesforam
encontrados por Turner et al.26onde
491
(85.3%) pacientesnão
realizaramnenhuma
cesária anterior.Analisando as indicações de cesariana pode-se verificar que a principal
indicação neste estudo é a distócia (34%). Esta indicação é considerada por vários autores
como
uma
das principais causasda
realizaçãoda
primeiracesariana principalmente
em
pacientes nulíparas e jovens4*13”28. Neste estudo estafoi a causa de
37%
das indicações de primeira cesariana. Observou-setambém
que a faixa etáriacom
maior
número
de pacientesque
realizaram a primeiracesariana
pennaneceu
entre 16 e20
anos, abaixoda
encontrada para asdemais
pacientes. Morales et al." relata
em
seu estudoque
as distóciastambém ocupam
o
primeiro lugar nas indicações.Em
pesquisa realizadacom
as pacientes atendidas pelo SistemaÚnico
deSaúde
(SUS)
no
período dedezembro
de1995
ajaneiro de
1996
ocupou o
primeiro lugar sendo a indicação de 31.645 (45.19%)
partoss.
Hueston
et al.” ao realizarum
estudoonde
comparou
a atuação demédicos
obstetras emédicos da
família, percebeuque
em
ambas
as classes adistócia era a primeira causa.
Porém
em
outros trabalhos, verifica-seque
as distóciastendem
a diminuir abrindo espaço para as cesarianas derepetição13°14°36'37.
Segundo
Miranda
et al.” algims trabalhosda
literaturamostram mudanças
das indicações de cesarianashavendo
um
acréscimo nasque
destinam a garantir
o
bem
estar fetal.A
cesariana de repetiçãoocupou o segundo
lugarcom
70 (10.6%)
pacientes.
Essa
indicação constituium
grandeproblema
pois tantona
literaturalugar14°2°°36.
Tendo
como
seu aliado o atunento das taxas de cesariana, iniciandodessa
forma
um
ciclo vicioso.Um
dos grandes motivos é a cesariana eletivaonde
a paciente
com
uma
ou mais
cesariana é rotineiramente submetida a outracesariana.
No
estudo deBarbosa
et al.” a cesariana de repetição atingiu o índice de29%,
sendo que omesmo
justificou este índice pela baixa utilizaçãodo
fórceps, reduçãodo
uso de ocitócicos, alargamento das indicaçõesno
grupo
depacientes rotuladas
como
de alto risco,aumento
nas síndromes hipertensivas epor se tratar o hospital
um
ponto de referência de outros serviços. Pode-se dessaforma
notar que existem semelhanças quanto a realidadeacima
citada e aencontrada
na
maternidadedo
HU,
poissegundo
Carnielleto38,27.l%
das pacientes atendidas por esta maternidade,provem
ou
de municípios vizinhos,ou
de outros locais, incrementando o serviço de alto risco e elevando as taxas de cesariana.Segundo
alguns autores a instalação deum
protocolo para a monitorização dessas pacientes consegue diminuiro
índice de cesária26”27”28'3l.Asakura
et al.”em
estudo realizadocom
435
pacientescom
mais deuma
cesariana anterior, observou
64%
de parto vaginal,com
9 (2.1%)
pacientescom
ruptura uterina. Neste
mesmo
estudoo
autor analisou1206
pacientescom
apenas
uma
cesariana anterior, destas96(8%)
foram encaminhadas
paracesariana eletiva, l.ll0
(92%)
foram
submetidas a prova de trabalho de parto,856
(77%)
realizaram parto vaginal e 16 (l.3%) apresentaram ruptura uterinazs.Segundo
Besteti et al.”em
um
inquérito realizado entre obstetras sobrea
realização
da
prova de trabalho de parto nas pacientescom
urna cesária anterior8l.2%
dos entrevistados semostraram
favoráveis a esse procedimento.Como
terceira causa de cesariana observou-se o sofrimento fetalagudo
(SFA) 69
(l0.4%) pacientes.Com
oaumento da
tecnologiana
monitorizaçãodo
trabalho de parto existe
uma
tendência a aumentar estes índices.Segtmdo
27
monitorização fetal são
muito
sensíveisporém
pouco
específicos.O
aumento do
número
de processos por errosmédico segundo
alguns autorestambém
influênciadiretamente nesta indicação, pois é
menos
laborioso parao
profissional a realização deuma
cesariana, vistoque
estetem
um
bom
domínio da
técnica,do
que
o risco deuma
monitorização duvidosa4”16'2°.Em
estudo realizadocom
ospacientes atendidos pelo
SUS
esta foi asegunda
causa de indicação de cesarianacom
18.670 (26.66%)
pacientess.A
apresentação pélvica foi a indicação de 63 (9.5%) pacientes,ocupando o
quarto lugar.
Nos
EUA,
estima-seque
em
média
90%
a100%
das apresentações pélvicasvão
à cesariana, representandoum
acréscimo significativo nos níveis deste procedimento, pois ele representa3%
a4%
de todas as gestações”.A
constatação de que houve, através dostempos
a perdada
artedo
parto pélvico, juntamentecom
o temor
de suas complicações,tem
papel importantena
gênesedestes índices.
Quanto
as síndromes hipertensivas59
(8.9%) pacientes, pós-datismo47
(7.2%) pacientes e oligodrâmnio
38
(5.7%) pacientes, percebe-seque cada
vezmais
estãoassumindo
posiçõescomo
causas de cesariana principahnenteem
serviços de referência para alto risco.
Contudo não
se deve deixar de lembrar que,segundo Souza
et al.3o
partooperatório apresenta intrinsecamente desvantagens evidentes
em
relação a viavaginal.
As
questões imediatas se referem às complicações infecciosas e hemorrágicas,além
de implicaremmaior
custo ao atendimento, constituindograve
problema
de saúde pública. Entretanto deve-se ter consciência deque
osíndices de cesariana, isoladamente, e os índices de parto nonnal,
também
isoladamente,não refletem
a qualidadedo
atendimento4.A
porcentagem
de parto cesáreona
Matemidade
do
Hospital Universitárioda
UFSC
no
período de 24/10/95 a 30/04/1997 é de30.38%
(682) deum
totalde 2.245 partos.
As
principais indicações são: distócia225 (34%)
pacientes; cesária anterior70
(10.6%) pacientes; apresentação pélvica 63 (9.5%) pacientes; síndromes hipeltensivas59
(8.9%) pacientes; pós-datismo47
(5.7%) pacientes; oligodrâmnio38
(5.7%) pacientes; gemelar 18 (2.7%) pacientes;RUPREMA
16 (2.5%) pacientes e outras56
(8.5%) pacientes.7.
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. Inquérito entre os Obstetras sobre aRealização
da Prova
de Trabalho de Parto eo
Parto Vaginalem
GestantesRESUMO
Nos
últimos30
anos a freqüência de cesarianasvem
crescendoano
a ano,sendo
que
vários são os fatores que contribuem para esse aumento. Estetema
tem
sido abordado por vários autores, contudo muitos dados são controversos.
Desta
forma
a crescente taxa de cesariana fezcom
que
muitos serviços se voltassem para a análise de seus riscos e beneficios, questionando suas indicações. Paratanto,
o
objetivo deste estudo foi verificar aporcentagem
de parto cesáreona
Maternidade
do
Hospital Univesitário, e definir as suas principais indicaçõesno
período de
24
de outubro de 1995 a30
de abril de 1997. Realizou-seum
estudo descritivo transversalcom
eixo histórico, atravésda
análise dos prontuáriosmédicos
das pacientes.Foram
estudadas neste período 2.245 partos, sendoque
destes, 1523
(69.62%)
vaginais e682 (30.38%)
cesarina.As
indicaçõesmais
fieqüêntes foram: distócia (34%), cesária anterior (10.6%), sofrimento fetal
agudo
(l0.4%), apresentação pélvica (9.5%), síndromes hipertensivas (8.9%),pós-datismo
(72%),
oligodrâmnio (5.7%), gemelar (2.7%), amniorrexis prematura (2.5%) e outros (8.5%).A
análise das indicações é muito importante paraum
serviço, pois é através delaque
setem
uma
visão de quais fatoresIn the last
30
years, the frequencyof
cesarian delivery has increased yearafter year,
and
there are a lotof
factors that contribute for this increasing. It hasbeen
boardedby
many
authors,and
is still controverted. Hence, medical servicesare analysing risks
and
beneficts questioning its indications.Our
point was, to verify the percentageof
cesarean delivery in thematemity of
university hospital,and
todefme
itsmain
indicationsbetween
24th october, 1995and
30th april,1997.
We
have done
a descriptive transvesal research with historic axis, throughof
the analiseof
pacient”s medical archives .2245
deliverywere
studied in thisperiod,
and
1523(69,62%) were
vaginaland 682(30,38%)
cesarian.The most
frequently indications were: dystocia (34%), previous cesarean (l0,6%), fetal
distress (10,4%), breech presentation (9,5%), hipertensive
syndrome
(8,9%),postdatism (7,2%), oligohydramnios (5,7%), twinning (2,7%), premature
membrane
rupture (2,5%)and
others (8,5%).The
analysisof
indications is veryimportant for a service, because
we
can have an
ideaof what
factors are interfering or not in the assistenceof
parturient.TCC
UFSC
TO
0045 Ex.l N-CMN» TCC UFSCTO
0045 '.Autorz Tomasi, Marcio
Título: Porcentagem e indicações de cesa
IIIIII III IIIIIIIIIII II HIII
972815079 Ac. 254190