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Disseminação da informação no poder legislativo / câmara municipal de Salvador

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO. TADEU JOSÉ FACCHINETTI LEONE. DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO PODER LEGISLATIVO / CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR.. Salvador 2006.

(2) TADEU JOSÉ FACCHINETTI LEONE. DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO PODER LEGISLATIVO / CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR.. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia,. como. requisito. parcial. para. obtenção do grau de Mestre.. Orientadora: Profª. Drª. Kátia de Carvalho Doutora em Ciência da Informação, UFRJ, Brasil.. Salvador 2006.

(3) DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO PODER LEGISLATIVO / CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR.. TADEU JOS FACCHINETTI LEONE. Dissertação submetida à aprovação da banca examinadora do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciência da Informação.. Aprovado por:. _____________________________________ Kátia de Carvalho (orientadora) Instituto de Ciência da Informação da UFBA Doutora em Ciência da Informação (UFRJ). _____________________________________ Aida Varela Varela Instituto de Ciência da Informação da UFBA Doutora em Ciência da Informação (UNB). _____________________________________ Luís Guilherme Tavares Assembléia Legislativa do Estado da Bahia Doutor em Comunicação (USP). Salvador 2006.

(4) DEDICATÓRIA. Ao homem, Ao político, A meu Pai (in memorian) Milton Silvério Maltez Leone. Exemplo de ética, honradez, justiça. Barema da minha vida..

(5) AGRADECIMENTOS. A Deus. À Vida. Aos meus filhos Aline, Rafael, Tadeu, Yasmin e ao meu neto Ícaro. Aos amigos, Dudu, Gracinha e Lucimar que são verdadeiros sinônimos da amizade. À Helena, minha irmã, que em um momento difícil me ajudou nesta trajetória. Ao Vereador Valdenor Cardoso, Presidente da Câmara Municipal de Salvador, por permitir a realização desta pesquisa na CMS. Ao Diretor Legislativo e colega, Sr. Benigno Britto Moreira pelo apoio. Aos colegas de trabalho da CMS em especial a Clementina, Ivanise, Fátima, Mirian, Paulo, Selma, e Luís. A todos os funcionários do Instituto de Ciência da Informação – ICI, auxiliares, assistentes, secretários, professores. À Urânia pela paciência em me ajudar a buscar as fontes de informação e aos demais funcionários da biblioteca. Às “Lucianas” pela paciência com as questões relativas à minha vida acadêmica. À Profª. Lídia Brandão, pelas palavras de incentivo que me foram dadas nos corredores, quando por várias vezes estava pensando em desistir..

(6) De forma especial, gostaria de agradecer a Profª Kátia de Carvalho, não só pelo papel que desenvolveu como minha orientadora ao me incentivar, impor disciplina e metodologia, mas, sobretudo, pelo resgate do homem-mestrando, ao me fazer acreditar na viabilidade desta idéia, deste projeto, resgatando a vontade para me fazer continuar, estando sempre disponível para uma conversa, para tirar dúvidas e para ouvir muitas das minhas confissões de vida. A Rita, companheira de muitas lutas, pela dedicação integral, pelo carinho, pela paciência, pelo amor e principalmente ao grande empenho dedicado nesta tarefa, sem a qual esse trabalho nunca se realizaria..

(7) RESUMO. A disseminação da Informação do Poder Legislativo da Câmara Municipal de Salvador – CMS. O objetivo é acompanhar a modernização dos processos legislativos, tendo em vista a importância do uso da informação para a tomada de decisão. Aborda as diferenças do valor agregado da informação no cenário público e no privado. Evidencia o poder legislativo como uma organização aberta, acometido pela reconversão social no momento pós-constituinte de 1988, retratando a relação entre a cultura e a organização hierárquica, destacando como a disseminação se processa na instituição tornando possível levantar o que muda com o uso das tecnologias que são introduzidas e modernizando os serviços, influenciando de forma positiva à instituição.. Palavras - chave: câmara municipal: história; informação – poder legislativo; poder legislativo - informação; disseminação da informação..

(8) ABSTRACT. The dissemination of Legislative Information of Câmara Municipal do Salvador CMS. The objective is to follow legislative processes modernization, evidencing the importance of the information’s use for decision taking. It approaches the differences of aggregate value of information at the public scene and the private one. It evidences the Legislative as an opened organization, attacked by the social reconverse at the post-constituent moment of 1988, portraying the relation between culture and hierarchic organization, detaching as the dissemination is processed in the institution becoming possible to raise what changes with the use of the technologies which are introduced and modernizing the services influencing in positive way the institution.. Keywords: City Council: History; the Legislative - information; information dissemination..

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Organograma da CMS. 39. Figura 2. Formação da estratégia como processo racional e formal. 55. Figura 3. Formação da estratégia como processo negociado. 56. Figura 4. O ciclo da informação. 61. Figura 5. Tipologia da informação. 66. Figura 6. Paradigma da nossa organização. 86. Figura 7. Modelo ecológico para o gerenciamento da informação. 89. Figura 8. Contexto político e contexto processual-estrutural da CMS. 94. Figura 9. Sistema cíclico da Informação Legislativa. 98. Figura 10. Comissões Parlamentares na CMS. 100. Figura 11. Área de apoio à atividade parlamentar. 101. Figura 12. Informação Legislativa na Câmara Municipal de Salvadordisseminação regimental. 115. Figura 13. A Informação Legislativa e o uso das fontes. 117. Figura 14. Informação Legislativa na CMS – disseminação formal. 119. Gráfico 1. Informação Legislativa na CMS 2005. 121. Gráfico 2. Situação das proposições apresentadas em 2005. 122. Gráfico 3. Informação Legislativa na CMS em 2005 (Sinopse 1). 124. Gráfico 4. Informação Legislativa na CMS em 2005. (Sinopse 2). 125. Quadro 1. Os governos-gerais no Brasil. 26. Quadro 2. Tipos de decisões X técnicas de tomada de decisão. 58. Quadro 3. Relação das fontes de informação utilizadas na CMS. 81. Tabela 1. Produtividade bruta da Informação Legislativa na CMS em 2005. 120. Tabela 2. Produtividade líquida da Informação Legislativa na CMS em 2005. 123.

(10) LISTA DE SIGLAS. CCJ. Comissão de Constituição e Justiça. CMS. Câmara Municipal de Salvador. DIREL. Diretoria Legislativa. DOL. Diário Oficial do Legislativo. DOM. Diário Oficial do Município. LOM. Lei Orgânica Municipal. RI-CMS. Regimento Interno da Câmara Municipal de Salvador. TI. Tecnologias de Informação. TIC’s. Tecnologias da Informação e Comunicação.

(11) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO. 13. 1.1. JUSTIFICATIVA. 15. 1.2. O PROBLEMA. 16. 1.3. HIPÓTESES. 18. 1.4. OBJETIVOS. 19. 1.5. ASPECTOS METODOLÓGICOS. 20. 1.6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 21. 1.7. ESTRUTURA DO TRABALHO. 23. 2. O PODER LEGISLATIVO NO BRASIL. 25. 2.1. A CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR. 29. 2.2. COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA. 33. 2.3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO. 36. 3. INFORMAÇÃO LEGISLATIVA. 40. 3.1. A RECONVERSÃO SOCIAL DO LEGISLATIVO. 42. 3.2. A INFORMAÇÃO LEGISLATIVA. 44. 3.3. O USO DA INFORMAÇÃO E O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO. 4. DISSEMINAÇÃO. 50. DA. INFORMAÇÃO:. FONTES. DE. INFORMAÇÃO. 61. 4.1. A IMPORTÂNCIA DA DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO. 62. 4.2. FONTES DE INFORMAÇÃO. 64. 4.3. AS FONTES DE INFORMAÇÃO NA CMS. 72. 5. A CULTURA ORGANIZACIONAL. 82. 5.1. O AMBIENTE E A ORGANIZAÇÃO. 87. 5.2. CULTURA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL. 92.

(12) 6. O USO DA INFORMAÇÃO E O PODER LEGISLATIVO. 99. 6.1. O AMBIENTE DA PESQUISA. 99. 6.2. OS ASPECTOS INSTITUCIONAIS. 6.3. INFORMAÇÃO. NO. PODER. 101 LEGISLATIVO:. ASPECTOS. RELEVANTES. 103. 6.4. ASPECTOS CULTURAIS E PROCEDIMENTOS. 105. 6.5. A DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO LEGISLATIVA. 111. 6.6. INFORMAÇÃO LEGISLATIVA: PRODUÇÃO 2005. 120. 7. A VOZ DOS PROTAGONISTAS. 126. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 134. 9. REFERÊNCIAS. 138. APÊNDICES. 146. APÊNDICE A - ROTEIRO DE PESQUISA APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APÊNDICE C - ROTEIRO DE ENTREVISTA. ANEXOS. 153. ANEXO A - DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO ANEXO B - PROJETO DE LEI APROVADO EM REGIME DE URGÊNCIA: LEI Nº. 6.899/05.

(13) Leone, Tadeu José Facchinetti L 583d Disseminação da informação no Poder Legislativo / Câmara Municipal de Salvador. / Tadeu José Facchinetti Leone. – Salvador ,2006. 173 f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia.. Ficha catalográfica elaborada por Lucimar S. C. Mendonça – Bibliotecária – CRB 5/1239.

(14) 13. 1. INTRODUÇÃO. Há vinte e oito anos, ingressava no serviço público municipal do Poder Legislativo do Município de Salvador, cuja representatividade é a Câmara Municipal – CMS. Nesta época, o primeiro trabalho foi acompanhar mais de perto, a atividade parlamentar do vereador Milton Silvério Maltez Leone que atuou como eleito de 1960 até 1994. As atividades que desenvolvemos, inicialmente como datilógrafo na 1ª Secretaria da Câmara e logo após como assessor de gabinete, nos permitiram além de observar as condições e os fatores que proporcionaram o nascer dos projetos legislativos (matérias), observar as condições que permeavam a iniciativa destes projetos elaborados pelos vereadores, pelo Poder Executivo e pela própria Casa Legislativa. Posteriormente, como Analista Legislativo, observamos os caminhos que os projetos ou matérias perfazem para a demanda da lei - as fases formais do Processo Legislativo - a iniciativa, a apresentação em plenário, a tramitação (análise) nas Comissões Parlamentares, a discussão, a votação e publicação. As atividades desenvolvidas como datilógrafo, assessor de gabinete e a atividade que desenvolvemos como Analista Legislativo, nos permitem observar as dificuldades que ocorrem no processo e procedimento legislativos e que dificultam o fluxo da Informação Legislativa. Essas dificuldades embutidas na resistência cultural entremeada pela burocracia e excesso de formalismo limitam a otimização dos trabalhos voltados para a circulação da informação como um todo, desde a análise prévia do projeto para verificar a constitucionalidade, legalidade e duplicidade da matéria apresentada ao seu próprio estudo: a busca, a organização, o armazenamento e uso da informação que servem de subsídios na fundamentação para a sua tramitação. Em contrapartida a estas dificuldades, a nossa ação em organizações da área privada a partir de 1979, permitiu-nos visualizar a dicotomia existente entre a esfera pública e privada em relação ao valor agregado à informação e aos cuidados com a.

(15) 14. coleta, organização, uso e armazenamento da informação, pois tais procedimentos influenciam a função principal que a mesma detém para estas organizações. Se na esfera privada a informação detém cuidados para favorecer a competitividade e conseqüentemente o lucro, na esfera pública legislativa este valor se relaciona com o processo decisório e demanda dos diplomas legais do Legislativo: os Projetos de Lei, Projeto de Lei Ordinária, Projetos de Emendas à Lei Orgânica, Leis Complementares, Decretos Legislativos, Resoluções. A diferença entre o público e o privado, em relação ao valor da informação, foi o principal incentivo para realizar o trabalho sobre o tema. Conduziu-nos ao Curso de Mestrado do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, onde foi possível, enfim, investigar, a fundo, a importância da informação e seu valor estratégico, entendê-la de forma científica, recebendo o estímulo necessário para analisar a disseminação da Informação Legislativa na Câmara Municipal de Salvador - CMS, para encontrar soluções que atendessem a eficiência e eficácia na tramitação dos projetos em virtude das atividades que ali exercemos. O momento constituinte, processo que antecedeu a promulgação da Constituição de 1988, abriu perspectivas para a cidadania e sua relação com o Estado, concebido como o conjunto organizado das instituições políticas, jurídicas, policiais, administrativas econômicas, etc., (MARCONDES, 1996) nunca antes vistas, demarcando o lugar do povo como sujeito histórico no contexto de lutas sociais. As lutas pelas práticas de cidadania fizeram da informação o instrumento de apoio à tomada de decisão pelo Poder Legislativo, na medida em que, acometido pela reconversão social, este Poder deixou de ser a Casa de fazer leis, mas aquele que deve dar as respostas clamadas pela sociedade, operando como verdadeiro artífice modificador da consciência, permeado pelas informações que adquiridas e agregadas são transformadas em uma coleção de processos, que engloba o conjunto de fatores reais e fáticos, que o põe em movimento: a opinião pública, os acordos partidários, as políticas de governos que incidem no jogo parlamentar – fluxos de poder e fluxos de idéias – formalizados através dos diplomas legais que normatizam a coexistência social..

(16) 15. Esta coleção de processos através da formalização dos diplomas legais, ou ainda a produção dos produtos legislativos, requer atribuições de caráter coordenado que vão desde a identificação do processo legislativo à identificação das aptidões para a assimilação e aplicação de teorias e práticas (procedimentos) relacionadas à informação buscada (localização, disponibilização, intercâmbio, difusão) objetivando o apoio à estrutura organizacional e operacional em prol da demanda da Informação Legislativa.. 1.1. JUSTIFICATIVA. Enquanto as organizações privadas, constituídas para explorar um determinado ramo de negócio e oferecer ao mercado bens e ou serviços, agregam à informação o seu valor estratégico visando uma melhor competitividade e conseqüentemente lucro, as organizações públicas, em particular o Poder Legislativo, agregam à informação o valor na tomada decisão, à medida que a informação é peça de sustentação e ao mesmo tempo alavanca de mudança dos processos sociais em virtude das funções que este Poder exerce, funções estas representativas, educacionais, de fiscalização e de controle. Desta forma, é imprescindível ao Poder Legislativo, através das unidades que o formam, uma estrutura informacional que viabilize e assegure o seu papel e função. Uma estrutura exeqüível quanto ao acesso, ao volume das informações de acordo com a necessidade exigida - classificando, analisando, distribuindo, armazenando, disseminando as informações aos que delas necessitem. A análise dos procedimentos ou atribuições adotados no sistema de transferência das Informações Legislativas, no ambiente interno da CMS, relacionado às regras que são estabelecidas para a elaboração, redação e consolidação dos projetos,.

(17) 16. somadas às funções desenvolvidas pelos atores responsáveis – vereadores atuantes nas Comissões Parlamentares, analistas, assistentes e auxiliares legislativos – incide no estudo da circulação da informação e dos ritos processuais que compõem a matéria – proposições – e permeiam a tramitação dos Projetos Legislativos. A iniciativa para a realização da pesquisa foi motivada pela necessidade de se buscar compreender o papel da informação na tomada de decisão referente ao processo legislativo, procurando conhecer o sistema de transferência de informações da CMS no bojo da DIREL e na tramitação da informação nas Comissões Parlamentares. Justifica-se este trabalho porque a análise das atribuições ou ritos metodológicos nos permite identificar a conformidade entre o processo legislativo, que é constitucional e regimental, e os procedimentos que nos levam a identificar a informação como condição para a tomada de decisão, através do conhecimento tácito ou práticas apreendidas de forma histórica e hierárquica juntamente com os recursos utilizados para adquirir, processar, armazenar e disseminar a informação, de acordo com a necessidade da atividade parlamentar.. 1.2. O PROBLEMA. A elaboração da lei consiste em um processo relativamente complexo e bastante trabalhoso até vir a se transformar em um normativo legal. A circulação da informação constitui o elemento dinâmico que põe em prática a relação entre o cunho institucional – as normas e diretrizes estabelecidas pelos Regimentos Internos das casas legislativas – e as habilidades tácitas dos atores que atuam nas fases seqüenciais de elaboração da lei: iniciativa, discussão, aprovação, sansão ou veto,.

(18) 17. promulgação e publicação, juntamente com os recursos utilizados para sua constituição. Esta relação deve se desenvolver em consonância e equilíbrio para que um fator não se sobreponha a outro; as diretrizes institucionais, o fator humano e os recursos técnicos devem estar integrados em uma mesma linha, uma mesma direção para que se obtenham os resultados esperados, pois é essa conformidade que pauta o valor estratégico da informação para e na construção da Informação Legislativa: a informação certa, no lugar certo e para as pessoas certas. O cunho institucional refere-se em primeiro lugar na Lei Orgânica do Município de Salvador (2000) que institui o Poder Legislativo do Município, representado pela Câmara Municipal de Salvador – CMS, em segundo lugar pelo Regimento Interno da Câmara Municipal de Salvador, (1998) que delineia a composição, competência, estrutura e funcionamento da Casa Legislativa no sentindo de função e papel encorpando a autoridade e atribuições da Câmara e, em terceiro lugar, com as prerrogativas técnicas - administrativas estabelecidos pelo Decreto pelo nº 799 de 1996 e suas respectivas alterações: Decretos nº 893/2003 e 909/2005. As habilidades tácitas referem-se ao fator humano, à sua capacitação, ao conhecimento de sua função e ao papel e função do legislativo, por serem estes atores são os responsáveis diretos pelo apoio à atividade parlamentar, lotados nas coordenações e setores, com práticas específicas que envolvem a coleta, a análise, a organização, o armazenamento e disseminação das informações voltadas para a formação da Informação Legislativa. É a relação entre o cunho institucional e o fator humano que promove a circulação da informação e compõe a tramitação da informação legislativa, a questão é: que variáveis podem interferir neste relacionamento? Será que esta relação atua de forma eficiente? Atua em conformidade com as funções, competências e atribuições do Legislativo Municipal de acordo com as suas diretrizes e normas?.

(19) 18. 1.3. HIPÓTESES. O papel da informação é vital para o desempenho das funções legislativas, pois a sobrevivência de uma organização legislativa não depende só de fatores como a história, a tradição, o equilíbrio político, mas do nível de respostas que possa dar às expectativas sociais para as quais este poder foi criado. Referente ao papel da informação para o Poder Legislativo apresentamos duas hipóteses para a questão formulada: a) A Cultura burocrática centrada no formalismo e feudalismo da instituição interfere produzindo excesso de normas e procedimentos; b) Os fatores internos relativos à informação: necessidade, características, elementos de valorização, relações interpessoais, recursos tecnológicos modificam e influenciam o ambiente..

(20) 19. 1.4. OBJETIVOS. 1.4.1 Objetivo Geral:. Analisar o processo de disseminação da informação no Poder Legislativo, que obedece aos procedimentos relativos ao Regimento Interno da CMS, para verificar as mudanças que vão ocorrendo a partir do uso de tecnologias e que já extrapolou os princípios constantes nos procedimentos do Regimento Interno.. 1.4.2 Objetivos específicos:. a). Examinar o trâmite da informação do legislativo de acordo com o Regimento Interno de 1998.. b). Verificar a organização, focando a disseminação da informação, para a formação da Informação no Poder Legislativo, identificando as fontes, canais e serviços de informação utilizados.. c). Examinar a influência da cultura organizacional na tramitação dos projetos..

(21) 20. 1.5. ASPECTOS METODOLÓGICOS. Para atingir os objetivos propostos, parte-se de dois contextos que incidem no universo da pesquisa, as Comissões Parlamentares, que retratam o cunho institucional formal do processo legislativo, e a Área de Apoio à Atividade Parlamentar, representada pela Diretoria Legislativa – DIREL, suas Coordenações e Setores que constituem o apoio técnico – administrativo nas fases de tramitação da Informação Legislativa. Adota-se a pesquisa descritiva partindo da análise do Regimento Interno (1998) e do Decreto Legislativo 799/96 e suas respectivas alterações: Decretos 893/03 e 909/05 que predizem o caminho legal do sistema de tramitação da informação legislativa na CMS, usando como abordagem o comparativo entre a tramitação formal e a tramitação na prática e os procedimentos estabelecidos através da observação direta (intensiva e extensiva) principalmente nos trabalhos desenvolvidos pelas Comissões Parlamentares, seguindo um roteiro de pesquisa (Apêndice A). A pesquisa se apresenta em duas etapas. A primeira refere-se ao levantamento bibliográfico da parte documental da instituição e da Literatura da Ciência da Informação, com foco na conceituação, valor estratégico da informação e áreas afins. A segunda consiste na elaboração e aplicação de um questionário estruturado com perguntas fechadas (Apêndice B) e um roteiro de entrevistas (Apêndice C), ambos utilizados para a coleta de dados qualitativos visando atender a identificação dos aspectos informacionais, organizacionais e culturais, aplicados aos integrantes da DIREL lotados nas Coordenações e Setores; aos analistas das Comissões Parlamentares, especificamente da Comissão de Constituição e Justiça e Redação Final e aos agentes lotados na assessoria de Informática, vinculada diretamente à Presidência da Câmara..

(22) 21. 1.6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Coexistir é uma necessidade humana que encorpa a vivência e solidariedade em grupo. É natural do homem, sentir a presença de seu semelhante, da sua ajuda, do seu contato, de atitudes de cooperação e de co-participação embora, coexistente, insere-se no mundo e se edifica de acordo com a realidade transformadora, constituindo-se como um dos elementos de alteração, mudança e transformação da realidade que o cerca, instaurando assim a sociedade. Da necessidade desta coexistência, da aceitação de vínculos que unem os homens para a convivência e práticas com fins comuns através das normas de comportamento, de limites, de sobrevivência e de defesa, ocorre à gênese do Poder Legislativo que surge como o ordenador de relações que são estabelecidas em prol desta convivência. Sob este prisma, recorremos à história do legislativo brasileiro que se funde historicamente com o Legislativo do Município de Salvador – CMS; à concepção do mesmo como poder pela reconversão social, descrevendo sua conjuntura, estrutura e funções, exemplificando a atividade parlamentar no que tange à formação de diplomas legais e a condição da informação estabelecida pela Ciência da Informação. (AZEVEDO, M.M.C., 2001). Neste contexto, o Poder Legislativo torna-se o verdadeiro corpus de uma democracia, à medida que articula e defende os interesses sociais, a partir de suas funções que irrompem atos de legislar, fiscalizar, mobilizar o consenso popular, informar, educar, eleger (caso de países parlamentaristas), representar, obstruir, julgar, encorpando a superação histórica do poderio de monarcas absolutistas e do estabelecimento dos direitos, legitimando o indivíduo como participante do estado. Segundo Horta:.

(23) 22. A formulação da lei pelo Poder Legislativo é uma conquista histórica, que exprime a culminância de milenar processo político, a superação do poder individualizado do monarca absolutista pelo primado da Constituição e a implantação do Estado de direito. (HORTA, 1994, p.149).. As funções que lhes são atribuídas de acordo com a Constituição Federal, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais fazem com que o processo legislativo – conjunto coordenado de disposições que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos normativos e que esteja envolvido em fases que vão desde a apresentação da proposição em Plenário à deliberação final. (MORAES apud AZEVEDO, M.M.C., 2001, p.25) Tais fases (tramitação das matérias) requerem facilidades de velocidade, levando-se em consideração os prazos que são estabelecidos, e a transparência elucidada com as discussões para a exposição das mesmas. Isto requer uma ordenação, coordenação, uma interatividade entre as informações que são trabalhadas e todo o conhecimento para a construção dos resultados esperados. Tais critérios levam à necessidade do trabalho ordenado, dirigido, planejado. Remete os atores do apoio parlamentar ao domínio do ambiente norteado pela informação, ou seja, ao domínio que encorpe todo o trâmite das proposições para que se possa atender à demanda e à finalidade, de acordo com as fontes e canais que servem de subsídios na redação de uma proposição específica que venha promover o bem estar da coletividade. Para analisar o fluxo da informação legislativa em seu ambiente interno, a pesquisa apóia-se na Ciência da Informação que visa à assimilação da informação como sendo condição para o desenvolvimento pessoal e de espaços de convivência ao nível de geração, utilização e transmissão da informação. Vale salientar o valor estratégico da informação, fundamentado nas linhas gerais da gestão que traduz o planejamento, a construção, organização, a direção, o treinamento e controle associados à informação em si e, neste sentido, podem agregá-la aos recursos a ela relacionados: pessoas e tecnologia da informação (TI). Contudo, diante da vasta literatura, nos centramos no pensamento de LE COADIC (1996), MCGEE e PRUSAK (1994), DAVENPORT (1998)..

(24) 23. Entretanto, devemos considerar que todo e qualquer valor estratégico da informação traz em si o espelho de sua organização, traduzindo implicitamente os problemas e os interesses da mesma. O valor estratégico da informação na esfera pública, a partir do momento constituinte 88, volta-se para a transparência dos atos públicos e a difusão destes para a sociedade e, portanto, estão envoltas por questões sociais, econômicas, político partidárias e culturais. Isto equivale a dizer que o fluxo dos projetos, desde a sua iniciativa até o seu ato final, deve, a priori, espelhar tais considerações.. 1.7. ESTRUTURA DO TRABALHO. Para visualizar o sistema de Informação Legislativa e como auxílio para o desenvolvimento dos objetivos, este trabalho estrutura-se em oito capítulos. O Capítulo 1- INTRODUÇÃO: discorre sobre a sua justificativa, apresenta a problemática da pesquisa, as hipóteses levantadas, os objetivos, os aspectos metodológicos, a fundamentação teórica e a estrutura do trabalho, que permeiam o tema com foco no valor estratégico da informação na tomada de decisão. Capítulo 2- O PODER LEGISLATIVO NO BRASIL: aborda historicamente o legislativo brasileiro da casa de vereança à concepção do mesmo como poder, salientando o Poder Legislativo do Município de Salvador, representado pela Câmara Municipal, revelando sua história, composição e competência, estrutura e funcionamento pós-constituinte de 1988. Capítulo 3 – A INFORMAÇÃO LEGISLATIVA: trata da reconversão social do Poder Legislativo, conceituando a Informação Legislativa, suas características, o valor.

(25) 24. estratégico que a mesma detém para o processo de tomada de decisão, permeado pela condição da informação estabelecida pela Ciência da Informação. Capítulo 4 – DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO: FONTES DE INFORMAÇÃO: versa sobre a importância da disseminação da informação, conceitos e características das fontes, canais e serviços de informação, buscando identificar as particularidades das fontes de informação no contexto da CMS. Capítulo 5 – A CULTURA ORGANIZACIONAL: desde modo, após uma revisão de literatura sobre o tema, retrata a relação entre cultura e organização, salientando o Poder Legislativo como uma organização aberta para evidenciar o contexto organizacional local. Capítulo 6 – O USO DA INFORMAÇÃO E O PODER LEGISLATIVO: apresenta, a partir do ambiente da pesquisa, os aspectos institucionais, os aspectos relevantes da informação no Poder Legislativo, os aspectos culturais e os procedimentos adotados descrevendo a disseminação formal da Informação Legislativa de acordo com o Regimento Interno de 1998. Capítulo 7 – A VOZ DOS PROTAGONISTAS: finalmente descreve a disseminação da Informação Legislativa de acordo com as práticas desenvolvidas por seus atores, evidenciando as rotinas processuais e culturais na otimização da circulação da Informação Legislativa, através dos relatos dos entrevistados, que são os operadores técnico-administrativos do processo legislativo. Faz uma reflexão sobre o processo formal de disseminação da Informação Legislativa. Capítulo 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: relaciona as conclusões da pesquisa e apresenta sugestões, considerando a importância do valor estratégico da informação, visando a tomada de decisão, aprimorando o desempenho e a aceleração dos serviços de informação no Poder Legislativo – CMS..

(26) 25. 2. O PODER LEGISLATIVO NO BRASIL. Para a abordagem da história do legislativo brasileiro, da casa de vereança à concepção do mesmo como poder instituído, salientando a Câmara Municipal de Salvador – CMS, recorremos a três fontes: COSTA E MELLO (1999), RUY, A. (2002) e AZEVEDO, M.M.C., (2001). Portugal só deu início à colonização das terras brasileiras devido à pressão que sofria com o declínio de seu comércio com o Oriente e com a sistemática ameaça estrangeira que poderia resultar na perda do seu território. Alguns núcleos de povoamento foram fundados, mas estes, isolados, não garantiam a posse portuguesa, fato que desencadeou o sistema de capitanias hereditárias, um sistema que já havia sido utilizado com sucesso nas ilhas atlânticas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Ao contrário do que aconteceu nas ilhas atlânticas, as quatorze capitanias que foram instaladas no litoral brasileiro não tiveram o sucesso esperado devido a vários fatores, tais como a falta de terras férteis em determinadas regiões, o conflito com os índios, a falta de interesse dos próprios donatários, distância da metrópole e, sobretudo, a falta de recursos para os empreendimentos necessários. O insucesso das capitanias leva Portugal a recorrer à centralização do poder, através da criação do Governo-Geral, não para acabar com as capitanias, mas para centralizar sua administração, pois a autonomia dos donatários chocava-se com o interesse do Estado Português. O Governo-Geral foi instituído através de Regimento, cujo documento detalhava as funções do novo representante do governo português na Colônia. O governador geral passou a assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. O controle da aplicação da justiça e a expansão da fé cristã, ações atribuídas ao Governo-Geral eram expressivas em relação ao momento pelo qual passavam as monarquias européias: o absolutismo e os movimentos decorrentes do surgimento do protestantismo..

(27) 26. Coube a Tomé de Sousa, o primeiro governo. Chegou em 1549 e fundou a cidade de Salvador, a primeira da Colônia. Trouxe três ajudantes para ocupar os cargos de: provedor-mor, encarregado das finanças; ouvidor-geral, a maior autoridade da justiça; e o de capitão-mor da costa, encarregado da defesa do litoral. Vieram também padres jesuítas, chefiados por Manuel da Nóbrega, encarregados da catequese dos indígenas e de consolidar, através da fé, o domínio do território pela coroa portuguesa. Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553-1558) e Mem de Sá (15581572), reforçaram a defesa das capitanias, fizeram explorações de reconhecimento da terra e tomaram outras medidas no sentido de reafirmar e garantir a colonização. Mas enfrentaram grandes dificuldades: choques com índios e com invasores, especialmente os franceses; conflitos com o bispo, com os próprios jesuítas que se opunham à escravidão indígena, e entre antigos e novos colonos.. QUADRO 1: Os governos-gerais no Brasil Período. Governo-Geral. 1549-1553. Tomé de Souza. 1553-1558 1558-1572. Características • • •. Fundação da primeira cidade brasileira (Salvador); Criação do primeiro bispado; Estabelecimento do primeiro colégio do Brasil.. Duarte da Costa. • •. Fundação do colégio de São Paulo 1554; Invasão do Rio de Janeiro 1555 pelos franceses.. Mem de Sá. • •. Dissolução da Confederação dos Tamoios; Fundação da 2ª cidade brasileira, São Sebastião do Rio de Janeiro.. Fonte: COSTA e MELLO. História do Brasil, 1999.. Com a morte de Mem de Sá, a colônia é dividida entre dois governadores: D. Luís de Brito (norte) tendo Salvador como sede e D. Antônio de Salema (sul) com sede no Rio de Janeiro, reunificando-se com a designação de um só governador, Lourenço da Veiga. Posteriormente, em 1621, o Brasil foi novamente dividido, desta vez em dois estados: o estado do Maranhão e o estado do Brasil e nesta conjuntura de divisão e.

(28) 27. governança, a administração dos municípios cabia às Câmaras Municipais que passaram a existir no nosso país a partir de 1532, quando São Vicente (SP) foi elevada à categoria de vila. Neste contexto, as organizações administrativas, jurídicas e política das casas legislativas municipais estavam fundamentadas nas Ordenações Manuelinas (15211580) e, mais tarde, nas Ordenações Filipinas (1580-1640). Tais Ordenações são compilações de leis sem caráter sistemático, mas nas quais estão oficialmente registradas as normas jurídicas fixadas nos diversos reinados, constituindo de forma geral, o reflexo da luta do Estado pela centralização e pelo estabelecimento de um ponto de equilíbrio entre as várias forças políticas e sociais. As Ordenações Manuelinas, que embora seguindo uma sistematização quase idêntica à suas antecessoras, apresentam uma técnica legislativa mais perfeita, com todos os preceitos redigidos em estilo decretório, mesmo quando na reprodução de normas já vigentes. As Ordenações Filipinas surgiriam no seguimento da necessidade da reforma das Ordenações Manuelinas e de outra produção legislativa, reunida por Duarte Nunes de Leão na Coleção de Leis Extravagantes. Dessa reforma resultou a aprovação das novas Ordenações que embora prontas desde 1595, só entrariam em vigor no reinado de Filipe II, por lei de 11 de Janeiro de 1603, mantendo-se a sua vigência até ao Código Civil de 1867, em Portugal e até ao Código Civil de 1917, no Brasil. Apesar das ordenações, as câmaras municipais só podiam se instalar, no período colonial brasileiro (1530-1822), somente nas localidades elevadas à categoria de vila e com a concessão pela metrópole através de ato régio. Geralmente as Câmaras ou Casas de Vereança eram compostas de dois juízes ordinários, servindo um de cada vez, ou do juiz de fora (este último imposto pelo rei com o pretexto de administrar melhor a justiça aos pobres) e dos três vereadores. Com exceção do representante da Coroa Portuguesa (juiz de fora) os demais membros, que faziam parte da Câmara, eram eleitos a cada triênio pela elite local (latifundiários, nobreza, milícia e clero), os chamados homens bons..

(29) 28. Pertenciam também à Câmara o procurador, o tesoureiro e o escrivão que eram investidos aos cargos, através de eleição, da mesma forma que os juízes ordinários e os vereadores. As Câmaras Municipais do período colonial tinham atribuições mais amplas do que as atuais. Além das funções de interesse específico do município (taxar impostos, administrar os bens e as respectivas receitas da vila, construir e conservar edifícios, estradas, pontes e calçadas, cuidar da limpeza de ruas e conservação de praças, regulamentar as profissões do comércio e ofícios, inspecionar a higiene pública, nomear funcionários da administração geral, dentre eles, escrivão, carcereiro algumas câmaras, funcionavam também como prisões -, etc.) exerciam elas funções que na atualidade competem ao Ministério Público como as denúncias de crimes e abusos dos juízes além de desempenhar funções de natureza administrativa, policial ou judiciária. Também lhe era facultado o direito de nomear procuradores às cortes e de representação às autoridades superiores e ao próprio rei. No exercício de suas funções deliberativas a câmara era composta apenas do juiz e seus vereadores. A princípio essa reunião era chamada de vereação ou conselho de vereadores e só posteriormente o termo câmara foi utilizado para designar a reunião de vereadores sob a presidência do juiz. Quando as reuniões da Câmara Municipal ocorriam com os homens bons, ou seja, a elite local, era denominada de juntas gerais. Até meados do século XVII, as câmaras eram instrumentos de dominação política dos senhores feudais. E muitas vezes a própria Coroa portuguesa se mostrava impotente em face de rebeldia e aos desmandos da elite agrária. O próprio rei, muitas vezes, sancionava abusos cometidos pelos representantes municipais, através do poder local (câmara), contra a população que, naquela época, era composta de índios, escravos e dos trabalhadores livres dependentes (exceto os índios) da nobreza fundiária. Com a independência do Brasil e a implementação de uma política centralizada durante o Império (1822-1889), a ação do poder municipal sofre uma retração. As câmaras, a partir da Constituição Imperial de 1824, perderam seu antigo poder,.

(30) 29. ficando reduzidas a corporações meramente administrativas impedidas de exercerem qualquer jurisdição contenciosa. O ato adicional de 12 de agosto de 1834 altera alguns artigos constitucionais com a intenção de conceder, dentro de uma filosofia descentralizadora e federalista, maior autonomia às câmaras quando mantinha a escolha dos juízes de paz através de eleições municipais. Em alguns artigos, o ato estava em desacordo com o princípio de autonomia de poder municipal, vez que operacionalizava uma grande subordinação das câmaras municipais às Assembléias Legislativas Provinciais. As mínimas autorizações como: criar ou modificar posturas, efetuar pagamentos, decidir sobre mercados, talhe de carne, cessão de imóveis, etc, eram discutidas inicialmente na Comissão das Câmaras Municipais das Assembléias Provinciais. Esta dependência se estenderia até a Proclamação da República (1889), quando a autonomia entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário foi restabelecida.. 2.1. A CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR. A história do legislativo brasileiro se funde com a história da Casa de Vereança de Salvador, ou seja, a Câmara Municipal de Salvador – CMS não apenas por ser, a segunda Casa Legislativa no país (a primeira foi da Vila S. Vicente, estabelecida em 1532), mas notadamente por ter sido durante longos anos a Câmara da Capital do Brasil. Como visto, coube a Tomé de Sousa (1549 -1553) o primeiro governo, cuja sede foi estabelecida na Bahia, nomeado em 7 de janeiro de 1549, aportando sua nau em 29 de março; e em junho do mesmo ano a máquina administrativa estava em franco funcionamento: a cidade de Salvador tornava-se a capital do Brasil..

(31) 30. As casas destinadas aos serviços públicos foram situadas na praça principal pouco depois chamada de Praça da Parada, tendo a Câmara ao leste, frente ao mar, enquanto na parte sul o palácio do governador e, pelo norte, a alfândega e o armazém. Contudo, segundo RUY, A. (2002, p. 24), a primeira referência oficial à Câmara só ocorre em 15 de agosto de 1551, quando Luiz Dias, responsável pelo cumprimento das plantas traçadas por Lisboa, escreve ao rei dando por encerrada a sua tarefa. Cadeia muito boa e bem acabada com casa de audiência e câmara em sima, tudo de pedra e barro revocados de caal e telhados com telha. (RUY, Affonso. 2002 p. 24 grifo nosso).. A Câmara da Cidade de Salvador da Bahia de Todos os Santos do Estado do Brasil possuía um modesto corpo de dirigentes formado por: 3 (três) vereadores; 2 (dois) juízes ordinários ou do povo, chamados de juízes da vara vermelha, um dos quais presidia os trabalhos e 1(um) procurador da cidade (o Mestre, integrante da Mesa da Câmara só em 1581) e o escrivão, funcionário vitalício de nomeação real por proposta da Câmara. Em linhas gerais, cabia à Casa de Verança a orientação da vida da cidade: a administração dos bens do município, a fiscalização de seu provisionamento, quer na paz ou na guerra, auxílio ao cumprimento das determinações judiciais (alcaidaria) bem como atribuições judiciárias tais quais: denúncia de crimes, julgamento e punição de contravenções e em alguns casos, atos de impugnação – por seus procuradores – das determinações dos governadores contra quem representavam. Os vereadores eram eleitos e escolhidos entre os homens bons, que desfrutavam de uma posição social elevada e que não exerciam nenhuma profissão manual, eram os grandes proprietários rurais. [...] os vereadores representavam no Conselho os encargos administrativos. Competia-lhes verear, isto é, andar vendo como se cumpriam as posturas do Conselho, quais as necessidades novas, ou abusos, como se conservavam os bens do município, como se abasteciam os mercados evitando a ruindade, a carestia e o atravessamento dos víveres. (RUY, A., 2002, p. 41).. E isto se confirma, a exemplo do juiz ordinário ou do povo, tinha função nitidamente judicial. Escolhido como os demais oficiais da Câmara, desempenhava a.

(32) 31. almotaçaria, ou seja, era o inspetor encarregado da aplicação dos pesos e medidas e da taxação e distribuição dos gêneros alimentícios. O procurador detinha mais valia, pois além do caráter de advogado do Município, era também o advogado do povo, sendo o porta-voz de seus reclamos. “Os direitos do indivíduo colonial tiveram nele seu advogado nato, um defensor na maior parte das vezes corajoso e tenaz”, (RUY, A., 2002, p. 41). Cabia ao Mestre, que representava a classe proletária escolhido pelos oficiais mecânicos, a atribuição de cooperar na criação dos regimentos e ofícios e fixação de preço de seus salários e trabalhos de arte. A incumbência do escrivão, funcionário vitalício de nomeação real por proposta da Câmara, consistia em lavrar as atas das sessões, organizar o movimento financeiro do Conselho, prestando mensalmente as contas das despesas devidamente comprovadas, mas o ponto alto do seu cargo consistia em ser fiel depositário de uma das três chaves da Câmara. Assim, os encargos da Casa de Vereança são de suma importância não só pela escolha dos homens que a compunham, mas, sobretudo, na obrigação da vigilância e distribuição da justiça. Nenhuma obra pública podia ser contratada a não ser por concorrência, na linguagem da época, por arrematação, e entregue a quem, por menos preço, se propusesse a realizá-la. Na simplicidade de seus registros, as atas da Câmara nos revelam a solenidade com que se revestiam tais atos, que vieram bem vividos, até há pouco, nas praças e arrematações judiciais, e a que não faltava o ramo verde com que se distinguia o preferido, numa simbólica entrega do objeto vendido. (RUY, A., 2002, p. 42).. Contudo a Coroa rompe a fórmula das eleições e a proclamação dos eleitos pelo ouvidor-geral, atribuindo aos Desembargadores da Relação o encargo de nomear novos camaristas por provisões passadas em nome do rei. Daí por diante, a vereança tornou-se inexpressiva, submissa. Na verdade, (FREIRE apud RUY, A. 2002, p. 45), as câmaras não faziam mais que, [...] seguir, aprovar e cumprir o que lhes insinuavam os ouvidores, porque da simpatia dessas autoridades, prestigiosas junto à Relação, dependia muita vez a indicação para um novo período de mando..

(33) 32. Neste contexto, manteve-se a Casa de Vereança de Salvador sem alteração até 1828, quando foi promulgada a lei de 1º de outubro, que reorganiza os municípios brasileiros, enquadrando as câmaras nos moldes da sistemática da Constituição do Império. Somente com a promulgação da Constituição de 1891, as vereações deixaram de ter função meramente administrativa ao estabelecer com a lei de nº 4, de 20 de outubro de 1891, a organização do poder municipal, composta por um conselho deliberativo - a Câmara -, de um intendente encarregado da função administrativa e de uma junta distrital. Na verdade, esta Constituição determinou que os estados assegurassem aos municípios a autonomia em tudo o que dissesse respeito aos seus interesses, apesar do legislativo brasileiro se instituir como poder com a Constituição (outorgada) de 1824. A constituição, promulgada pelo Congresso Constitucional que elege Deodoro da Fonseca presidente, reflete a fase revolucionária da República. De espírito liberal inspirada. na. tradição. republicana. dos. Estados. Unidos,. estabelece. o. presidencialismo, confere maior autonomia aos estados da federação e garante a liberdade partidária. Assim sendo: A fase revolucionária da república encerra-se com a constituição: o país inteiro retomara o ritmo de suas atividades, cujo exercício as leis lhe garantiam. A Bahia não era uma exceção no concerto dos demais Estados. A autonomia municipal assegurada pelo estatuto que dera nova orientação aos negócios municipais começava a produzir benéficos resultados para a coletividade. Neste ambiente de confiança nas instituições despontou o século XX. (RUY, A. 2002, p. 57).. O século XX se inicia com um novo governo republicano e redesenhando um novo panorama político..

(34) 33. 2.2. COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA. A Constituição de 1988 resgatou definitivamente o papel dos municípios no cenário político brasileiro, ao torná-los entes federados com constituições próprias e ao darlhes relativa autonomia político-jurídico, acompanhando a tendência internacional de valorizar os níveis subnacionais de governo. Deste modo: Art. 18 - A organização político-adminstrativa da Republica Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (BRASIL. Constituição, 1998).. O Art. 18 se confirma, e na prática os avanços descentralizados que já vinham ocorrendo antes de 1988, através de sucessivas emendas constitucionais para ampliação dos percentuais do Fundo de Participação dos Estados e Municípios, tornaram-se mais rápidos com a descentralização dos recursos fiscais. Em conseqüência, os municípios passaram a ter um maior volume de encargos relativos às políticas sociais e às ações de desenvolvimento econômico local, dando aos governos locais uma capacidade de intervenção efetiva na construção de uma agenda de políticas públicas. Deve-se ressaltar que os municípios receberam a maior parcela dos aumentos resultantes das transferências constitucionais e foram os principais favorecidos pela descentralização de competências na área social. A Constituição de 1988 também eleva os municípios em relação à competência legislativa, na medida em que determina que o mesmo reger-se-á por lei orgânica, contendo um elenco de prescrições obrigatórias pelas quais todos os municípios tinham de se orientar para a elaboração das mesmas. Contudo pesquisas sobre o legislativo, surgidas no final da década de 1990, apontam para uma instituição clientelista por excelência e homologadora das decisões do prefeito, nas quais as transferências de recursos individualizados garantem a reeleição dos vereadores e a permanência de um círculo vicioso da política local, regido pelo clientelismo, pelo mandonismo, pelo paternalismo e pela.

(35) 34. hipertrofia do poder executivo, com relações de dependência político-partidário dos governos locais para com os governos estaduais (SOUZA, 2004 apud KERBAUY, 2005 p.350). Neste século XX, dentre este elenco de obrigatoriedades, podemos destacar como as mais importantes: eleição dos representantes políticos e sua remuneração; o número de vereadores proporcional à população; as incompatibilidades; o julgamento e a perda do mandato do prefeito e a permissão da iniciativa popular para certos projetos. Sob esta conjuntura, o Poder Legislativo de Salvador, representado pela CMS, tem a seguinte competência: Emendas a Lei Orgânica, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Decretos Legislativos e Resoluções. (Art. 44 da Lei Orgânica, 2002). Neste contexto, a CMS composta atualmente por 41 vereadores eleitos, responsáveis pelo jogo parlamentar, institui-se como o Órgão Legislativo do Município e se compõe de vereadores eleitos, de acordo com as normas constitucionais, exercendo suas funções com independência e harmonia em relação ao Poder Executivo, deliberando sobre as matérias de sua competência que, a priori deliberadas pela Constituição Federal, são: ‫־‬. Fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos próprios vereadores para a subseqüente (Art. 29);. ‫־‬. Julgar as contas anuais do Município (art. 31, § 1º e, § 2º);. ‫־‬. Dispor sobre transformação e extinção dos cargos, empregos ou funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;. ‫־‬. Dispor sobre a sua organização interna;. ‫־‬. Sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;. ‫־‬. Autorizar o Chefe do executivo a ausentar-se do município, na forma da lei em cada legislatura.. Em face disto, cada ação é correspondida por um recurso regimental propiciando ao parlamentar os meios necessários para viabilizar o jogo parlamentar, cuja.

(36) 35. conceituação ou definição desta expressão fica acoplada ao pensamento de Azevedo que o restringe: [...] aos movimentos e articulações necessários às atividades parlamentares de elaboração de produtos legislativos, à definição de que são participantes legítimos, às normas e processos, aos acessos permitidos, às relações entre os Poderes. (AZEVEDO, M.M.C., 2001, p.15).. Em princípio, o Poder Legislativo Municipal torna-se um colegiado de representantes de uma sociedade caracterizada por suas variedades raciais, culturais, sociais, econômicas, políticas, cuja moldura formal centra-se no seu Regimento Interno, que deve direcionar-se no sentido de assegurar, com eqüidade, o debate democrático e liquidez das deliberações. Em verdade, o jogo parlamentar retrata a variedade de relacionamento que o legislativo irrompe para negociar, assumir compromissos e acordos que resultam nas leis, vinculado às atividades parlamentares que vão desde a atuação dos parlamentares em plenário, os debates com a sociedade, a atuação em gabinete para o desempenho da competência e funções da Câmara. Na CMS, as regras, que viabilizam o jogo parlamentar, que garantem a vitória de uma causa ou idéia ou de um partido em prol dos atos legislativos, são estabelecidas pelo Regimento Interno (1998) de acordo com o Art. 2º: A Câmara tem funções legislativas, atribuições para fiscalizar os atos, propor medidas de interesse da coletividade e assessorar o Executivo, além da competência para disciplinar e dispor sobre a organização de seus serviços internos. (Regimento Interno da Câmara Municipal de Salvador -RI, 1998, p. 9).. A Função de Fiscalização e Controle é de caráter político administrativo e se exerce sobre os atos do prefeito, dos seus auxiliares diretos (secretários), dos vereadores e da Comissão Executiva. A Função de Assessoramento consiste em sugerir medidas de interesse público ao Executivo e aos outros poderes mediante instruções. A Função Administrativa é restrita à sua organização interna, à regulamentação de seu funcionamento e à estrutura e direção de seus serviços auxiliares..

(37) 36. Tais funções retratam na verdade não só a competência da CMS em si, mas espelha o papel do Poder Legislativo Municipal mediante a sociedade. Estas funções incidem no controle da administração, competência de investigação, na capacidade informativa, na administração de conflitos. Funções que são responsáveis pela formação política do cidadão.. 2.3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO. De acordo com a Constituição 1988, o Poder Legislativo Municipal tem como base de estrutura os vereadores e órgãos que compõem a sua organização funcional. Os órgãos essenciais ao funcionamento da Câmara de forma geral são: ‫־‬. Plenário: formado pela reunião de vereadores no exercício do mandato, que em hora, local e número determinados, deliberam sobre os assuntos de interesses da comunidade e em nome desta;. ‫־‬. Mesa: é um colegiado de Vereadores com atribuições específicas definidas pelo Regimento Interno e com a incumbência de dirigir os trabalhos legislativos e os serviços administrativos da Casa. A sua composição no geral é uniforme cujos membros têm atribuições definidas pelo Regimento Interno. Normalmente compõe-se de Presidente, 1º Vice-presidente, 2º Vice-presidente, 1º Secretário e 2º Secretário;. ‫־‬. Comissões: órgãos colegiados técnicos integrados por pelo menos 03 três vereadores, com a função de elaborar estudos e pareceres bem como promover investigações e representar a Câmara Municipal, cujas atribuições estão elencadas por Regimento Interno próprio;. ‫־‬. Colegiado de Líderes: órgão parlamentar constituído pelos líderes das bancadas partidárias com representação na Câmara, cujas atribuições básicas, afora as estabelecidas pelo Regimento, consistem em definir, juntamente com a Mesa, a.

(38) 37. composição das Comissões, opinar sobre as nomeações das Comissões e orientar sua bancada na condução dos trabalhos legislativos. Esta composição serve para por em prática os trabalhos legislativos, que compreendem os quatro anos de duração do mandato do Vereador, obedecendo à seguinte divisão regimental: Legislatura, Sessão Legislativa, Período Legislativo e Sessões Ordinárias, e para apoiar com ênfase as fases do processo legislativo: ‫־‬. Iniciativa: é a prerrogativa que os vereadores têm de apresentar proposições ao Plenário da Câmara visando transformá-las em lei;. ‫־‬. Discussão: fase em que os vereadores tomam conhecimento do projeto, iniciado os debates em Plenário sobre a proposição posta à apreciação da Casa;. ‫־‬. Votação: é a fase em que se delibera sobre o projeto em discussão encerrandose, em conseqüência a sua tramitação.. Administrativamente, para por em prática os trabalhos legislativos citados, a CMS estrutura-se de acordo com o Decreto Legislativo 799/96 da seguinte forma: a). Gabinete da Presidência com a finalidade de assistir diretamente o Presidente da Câmara no desempenho de suas atribuições regimentais e administrativas, bem como coordenar e executar a representação do presidente e seu relacionamento com a sociedade;. b). Assistência Militar a qual compete assistir o Presidente da Câmara em assuntos de segurança, colaborar com a Assessoria de Cerimonial na execução das honras militares às autoridades em visita à Câmara Municipal; bem como colaborar, no âmbito de sua competência, com o planejamento, organização e execução dos serviços de segurança civil interna do Poder Legislativo;. c). Assessoria de Comunicação Social é responsável por planejar, coordenar e realizar a comunicação social da CMS, tendo em vista a sua promoção e valorização; promover a divulgação de atividades da CMS junto aos órgãos de imprensa do Estado e do País; realizar o planejamento, editoração e publicação no Diário Oficial do Legislativo Municipal, organizar e promover as entrevistas individuais e coletivas; e outras atividades necessárias ao desempenho de suas competências;.

(39) 38. d). Assessoria de Cerimonial com a finalidade de planejar e organizar as sessões solenes, incumbindo-se de coordenar a recepção às autoridades e convidados; prestar assistência ao Presidente na recepção a autoridades e convidados da CMS; organizar e manter atualizado o cadastro de autoridades civis, militares e eclesiásticas sediadas em Salvador; confeccionar, imprimir e expedir, através do Setor de Protocolo e Arquivo, os convites para as sessões solenes e festivas, responsabilizando-se por sua distribuição; organizar e manter atualizado o cadastro das personalidades agraciadas com títulos, medalhas e comendas, mantendo o controle dos títulos, medalhas e comendas concedidas;. e). Assessoria de Informática tem a finalidade de planejar, coordenar e avaliar as atividades de desenvolvimento de sistemas, de produção e suporte ao serviço de informática, de treinamento e apoio ao usuário final ao sistema de processamento de dados;. f). Procuradoria Jurídica fornece assessoria junto à Mesa Diretora, às Comissões, emite parecer por solicitação da presidência ou de parlamentar, manifesta-se quanto à constitucionalidade e técnica legislativa dos projetos de lei, emite pareceres quanto a questões constitucionais legais ou regimentais, relativas ao funcionamento do poder;. g). Diretoria Administrativa e Financeira que, com as suas Coordenações (Recursos. Humanos,. Liquidação,. Contabilidade,. Serviços. Gerais. e. Coordenação de Material e Patrimônio) tem a competência de planejar, coordenar e controlar as atividades de administração geral, inclusive o desenvolvimento de pessoal; h). Diretoria Legislativa - DIREL, que com as alterações dos Decretos Legislativos Coordenação. 893/03 de. e. Apoio. 909/05, ao. possui. Plenário,. as. seguintes. Coordenação. Coordenações: das. Comissões,. Coordenação de Expediente e Documentação, Coordenação de Taquigrafia. Nesta conjuntura, moldam-se os procedimentos legislativos pertinentes à Informação Legislativa (a ser conceituada no capítulo posterior a este) que em primeiro lugar é permeada pela reconversão social do Poder Legislativo e em segundo pela condição da informação no que diz respeito ao valor estratégico para a tomada de decisão designada pela Ciência da Informação..

(40) FONTE: Decreto Legislativo 799/96, alterações 893/2003 e 909/05. Adaptado pelo autor.. FIGURA 1: Organograma da CMS. 39.

(41) 40. 3. INFORMAÇÃO LEGISLATIVA. Depois do fim do regime militar (1985) ganhou força a reclamação por um município mais potente e eficiente em função da consolidação do renascido regime democrático. Assim sendo, Araújo sintetiza bem as pretensões modernas: [...] nós trabalhamos com mudança de mentalidade. Nós queremos uma sociedade onde se consiga declinar um pouco, senão reduzir totalmente o sexismo, o racismo, a homofobia. São pretensões gigantescas, mas nós temos isso aí dentro de nós. Não tem um trabalho que a gente faça em que estes valores não estejam presentes. É uma posição pública, uma postura política. [...] Seguramente as informações que nós geramos têm a nossa cara. A nossa ideologia, a nossa visão de mundo. (ARAUJO, 2000, p. 17).. Com a diversificação de comportamentos e exigências, nos idos de 70 e 80, pela luta de expansão dos direitos de cidadania, nasce um novo sentido de democracia: agora sinônimo de participação. Tal fato, que desencadeou a reformulação partidária criando e legalizando diversos partidos políticos, molda a cidadania no contexto do direito político. Direito que diz respeito à deliberação do homem sobre a sua vida e no exercício de poder, como membro de um organismo investido de autoridade política ou como eleitor dos membros de tal organismo e diz respeito também à liberdade de expressão e prática política ou religiosa, além da liberdade de associação em organismos de representação direta - sindicatos, partidos, movimentos sociais, escolas - ou indireta, pela eleição de governantes, parlamento, assembléia. Neste contexto de práticas sociais, a informação - que sempre existiu - é um elemento de fundamental importância, pois é por meio do intercâmbio informacional que os sujeitos sociais se comunicam e tomam conhecimento de seus direitos e deveres e, a partir deste momento, tomam decisões sobre suas vidas, seja de forma individual, seja de forma coletiva. Em outras palavras, ao participarem de circuitos comunicacionais, os sujeitos sociais constroem as práticas informacionais. Estas podem ser conceituadas como ações de.

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