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As mediações e redes de solidariedade na inserção de haitianos e africanos no bairro de Guaianases

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Academic year: 2021

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AS MEDIAÇÕES E REDES DE SOLIDARIEDADE NA INSERÇÃO DE HAITIANOS E AFRICANOS NO BAIRRO DE GUAIANASES1

Erika Andrea Butikofer2

OBJETIVO

Analisar parte das experiências que organizam a vida cotidiana de haitianos e africanos que têm se estabelecido em Guaianases, na zona leste de São Paulo, procurando mapear as mediações e redes de solidariedade na sua inserção no bairro. Tais redes podem se constituir a partir das relações particulares do mundo do trabalho, da vida comunitária, da adesão religiosa, ou mesmo de outras relações sociais e simbólicas.

METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho faz uso extensivo da pesquisa de campo e da etnografia. Iniciamos a observação participante no interior das comunidades haitianas e africanas desde finais de junho de 20163. Desde então, realizamos diversas visitas ao bairro para conhecermos esses grupos, algumas lideranças comunitárias e suas formas de interação local.

As igrejas africanas e haitianas são nossas primeiras referências de observação, pelo papel central que exercem nessas coletividades migrantes. A fase exploratória foi muito importante pois foi quando conhecemos os pastores das igrejas The Lord's Message Ministry, Glorious Destiny Assembly e Baptista Haitiana de Guaianases.

O diálogo com nossos sujeitos pesquisados proporcionou descrições sobre a organização das comunidades no território e sobre as regras que dão significado à vida cotidiana da população migrante periférica. Nos apoiaremos, neste momento, no uso de alguns relatos e trajetórias de vida. Os testemunhos tornam-se objetos importantes de pesquisa, pois os sujeitos pesquisados reconstituem suas vivências e representações sobre sua atual condição, e nos permitem obter interpretações tanto

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Trabalho apresentado no XI Encontro Nacional sobre Migrações, realizado no Museu da Imigração do Estado de São Paulo, em São Paulo, SP, entre os dias 9 e 10 de outubro de 2019.

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Cientista Social, mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC (UFABC).

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A partir de então, ministramos e coordenamos aulas de Português para Migrantes, em Guaianases, no Centro Educacional Unificado Jambeiro – CEU Jambeiro.

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das interações sociais cotidianas, como de processos históricos e sociais e dos recentes fluxos migratórios.

FONTES DE DADOS E RESULTADOS DO TRABALHO

Este trabalho é parte do resultado da nossa monografia intitulada “Alteridade e periferia: haitianos e africanos em Guaianases” do curso de especialização em Direitos Humanos, Diversidade e Violência pela Universidade Federal do ABC (defendida em agosto de 2019).

A expressão “Nação Guaianases” tem aparecido na grande imprensa para designar a nova reconfiguração4 deste bairro da zona leste de São Paulo, que tem sido marcado pelos novos fluxos migratórios, preponderantemente africano e haitiano5. O primeiro aconteceu principalmente pela comunidade nigeriana, em 2009. O segundo, aconteceu em 2014 pela comunidade haitiana (MACHADO; PRADO, 2015).

Tendo como ponto de partida essa reconfiguração populacional no bairro, tentamos aqui constituir um ponto de observação que se situe no entrecruzamento das trocas e práticas de grupos oriundos de regiões distintas do planeta, mas que compartilham de experiências comuns importantes colocadas pelo encontro desses grupos com uma mesma situação local de estranhamento.

Se, por um lado, estamos tratando de comunidades muito distintas entre si, por conta das particularidades culturais e históricas em jogo, por outro, estamos também lidando com grupos que, ao chegar em Guaianases, são compulsoriamente classificados na categoria genérica de “estrangeiros”.

Para tanto, dialogamos com autores da antropologia cuja produção intelectual é importante para o entendimento moderno do processo de formação de comunidades e grupos. Entre eles, Marcel Mauss (1974), cuja obra nos permite discutir de maneira sólida os processos de troca simbólica e reciprocidade que constituem parte relevante da dinâmica social desses migrantes na periferia de São Paulo. Tais formas de interação, que se dão no entorno de um sistema de dádiva,

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Vale ressaltar que o processo migratório no distrito de Guaianases não é novo, dado que, desde a construção da estrada de ferro, em 1875, a vinda de migrantes internos e externos, como por exemplo, de portugueses, bolivianos e nordestinos, para a região é algo notório.

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Africanos e haitianos são categorias genéricas, construídas por nós, que escondem uma diversidade de identidades, alteridades e histórias. Sabe-se que não existe o sujeito “haitiano” e

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são de fato cruciais para conceber as representações de subjetividades formuladas nesse contexto social.

Clifford Geertz (1978), por sua vez, nos é importante pela maneira como ele reconstrói e recupera, em termos contemporâneos, dois conceitos fundamentais para uma pesquisa que relaciona migrantes e periferia, como os de cultura e identidade. Para ele, não se trata de pensar tais problemas como substâncias tangíveis, que ora se pode perder ou resgatar. Estamos tratando, para parafrasear o autor, com redes de significação construídas sempre em função do contexto de interação desses migrantes (interação entre eles próprios, com outros migrantes, com os moradores do bairro, com militantes de coletivos parceiros ou mesmo com pesquisadores). A cultura, diz Geertz, é a rede de significação construída pelo homem em sua prática diária (ela, portanto, não o precede), que dá sentido a sua experiência de vida e sem a qual ele não poderia se distinguir da natureza.

Desse modo, debruçar-nos em tais sistemas de comportamentos sociais é para nós importante para poder compreender a transformação e consolidação de hábitos e costumes aceitos e estabelecidos, como também as relações de negociações contidas nas etnopaisagens transculturais (APPADURAI, 2004), que transmitem sentimentos de pertencimento comunitário, por vezes passageiros, por vezes permanentes. O recorte espacial das etnopaisagens provém da atuação social produzida nelas e de suas significações.

Na concepção de Appadurai, as novas diásporas, no contexto da globalização nos fazem refletir, por exemplo, sobre a produção de etnopaisagens e localidades produzidas e alteradas por aqueles que ali vivem. As igrejas haitianas e africanas têm grande valor simbólico e social para as comunidades migrantes que se estabelecem em Guaianases. São locus de sociabilidades e de criação de vínculos entre diversos migrantes, chamadas aqui também como espaços de etnopaisagens. A seguir, alguns trechos do trabalho de campo realizado entre março de 2018 a janeiro de 2019.

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François é haitiano, tem 31 anos, nasceu em Porto Príncipe, capital e maior cidade do Haiti. Morava em Delmas 2 – em kreyol se escreve Dèlma, um bairro situado em uma área suburbana da cidade, local de grandes empreendimentos comerciais e industriais.

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Ele é aluno do curso de português no Coletivo Conviva Diferente6 desde 2017. Antes de migrar para o Brasil, foi migrante por cinco anos na República Dominicana; foi lá que iniciou seus estudos de eletricista, mas não conseguiu concluir. Passou dois dias no Equador e quatro no Peru7 até, finalmente, no dia onze de maio de 2015 chegar ao Brasil.

A viagem foi longa e cansativa, por isso demorou para perceber quando chegou ao Brasil. Sua entrada se deu pelo Acre e por lá passou uma semana até conseguir contatar seu único amigo que estava no país: um haitiano que conhecera na República Dominicana foi quem lhe disse que poderia vir porque havia emprego e facilidades para conseguir a documentação para se regularizar.

Do Acre pegou um ônibus para São Paulo, mas esse não era seu primeiro destino para ficar. Não tardou muito e estava ele na rodoviária tomando o ônibus que ia à Curitiba8, onde seria recebido pelo amigo. Ficou em sua casa por dois meses. Ao longo de sua estadia, François procurou incisivamente por trabalho, porém nenhuma oportunidade surgiu, e por isso acabou retornando à São Paulo, uma vez que tinha um conhecido que já estava estabelecido em Guaianases. Ao chegar ao novo Estado, François foi direto para o distrito localizado na região da extrema zona leste de São Paulo. Na casa desse seu novo contato pôde ficar por apenas quatro noites, tempo insuficiente para conseguir emprego e poder se organizar na cidade.

François conta que se viu em uma situação limite: sem dinheiro, sem emprego, ou alguém próximo para acolhê-lo. A única referência que lhe restava era a igreja Baptista Haitiana de Guaianases, que conhecera por intermédio do seu contato em São Paulo. Depois de saber que não teria local para ficar, foi à igreja para pedir ao pastor se poderia lá deixar suas bagagens, pois estava esperando um amigo vir buscá-lo. François estava com vergonha de dizer ao pastor que estava sem lugar para passar a noite, e inventou que tinha um conhecido que viria ao seu encontro. Neste momento da conversa, demonstrou sua emoção ao continuar sua história. Continuou seu relato contando-nos que ficou sentado numa praça perto da igreja pensando em como iria fazer para manter-se no Brasil.

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O Coletivo Conviva Diferente, do qual sou idealizadora e co-fundadora, é um grupo independente e multidisciplinar atuante, desde outubro de 2014, na garantia de direitos de migrantes que compõem o novo fluxo migratório na cidade de São Paulo. Para maiores informações, acesse a página do Conviva Diferente no facebook.

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Nesse ínterim, comunicava-se com seus familiares que estavam no Haiti, mas sem falar dos problemas que vinha enfrentando. Passadas algumas horas na praça, já de noite, o primo do pastor da igreja o encontrou e lhe perguntou o que fazia ali sozinho. Foi só nesse momento que François conseguiu dizer que não tinha onde ficar, que, na verdade, não tinha ninguém que viria buscá-lo. O primo do pastor sentiu-se comovido com a situação do compatriota e o convidou a dormir na sua casa.

Depois dessa noite, François viria a morar na casa do pastor por um mês, até conseguir um espaço para ficar. Depois de três meses arranjou um emprego na empresa Martec Park. A obtenção dessa posição se deu por meio do Centro de Apoio ao Trabalhador – CAT Guaianases, que, para sua surpresa, contava com uma haitiana em seus quadros.

O fato de François ter comentado voluntariamente que encontrou alguém de sua nacionalidade no local de trabalho, demonstra-nos a importância que deu ao fato e que, seguramente, para ele é significativo estar perto de alguém com quem possa se identificar e confiar, uma vez que sabemos que é justamente nesses ambientes laborais onde surgem muitas situações de racismo e exploração de mão-de-obra para com migrantes de distintas nacionalidades.

François, diferentemente de muitos de seus conterrâneos, consegue inserção no mercado de trabalho pela mediação do equipamento público – CAT Guaianases. É importante destacar essa mediação infrequente ocorrida no próprio bairro. Ele conta orgulhosamente que está há dois anos na mesma empresa e, desde então, já indicou vários compatriotas para trabalharem lá. Aos poucos, sua vida foi se ajeitando e, no momento da nossa conversa, já contava com um cômodo para morar e um trabalho para se sustentar.

No primeiro cômodo que François conseguiu alugar em Guaianases morou por um ano dividindo-o com um amigo. Em julho de 2016, recebeu seu amigo Richard e, em abril de 2017, acolheu sua irmã em sua casa. Ambos são haitianos e também alunos do curso de português do Coletivo Conviva Diferente. Os três moram juntos até hoje dividindo a locação de dois cômodos. Notamos aqui como as ordenações migratórias se arquitetam em rede, pois o estabelecimento de François foi importante para que sua irmã e seu amigo pudessem migrar e se instalar diretamente em Guaianases. Conforme a Maura Pardini Bicudo Véras nos diz a respeito:

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“cadeia migratória” pode ser definida como “o deslocamento de indivíduos motivados por uma série de arranjos e informações fornecidas por parentes e conterrâneos já instalados no local de destino” (TRUZZI, 2011, p. 20). Esses conceitos procuram dar conta de uma realidade na qual, cada vez mais, os imigrantes só se decidem pela imigração após obterem informações prévias das oportunidades e dificuldades enfrentadas na sociedade de destino (VÉRAS, 2017; p. 282).

Tendo como ponto de partida este depoimento, podemos perceber que a chegada de François à Guaianases se deu por meio de um conhecido haitiano, que mesmo não dando-lhe o apoio suficiente para estabelecer-se, apresentou-lhe a Igreja Baptista Haitiana, onde encontrou laços de solidariedade necessários para organizar sua vida, como também o sentimento de pertencer a um dado grupo9.

É igualmente perceptível que as redes de solidariedade são ativadas quando o assunto é a busca por um emprego. Durante uma roda de conversa em sala de aula, conduzida por nós, realizada em março de 2018, os alunos10 do curso de português evidenciaram as suas dificuldades e conquistas quando participaram de processos de seleção.

Durante a aula, foram elencados os obstáculos burocráticos ao ter que apresentar comprovantes de residência ou na abertura de contas bancárias exigidas pelos contratantes. Mas, ainda assim, a maioria dos testemunhos foi bastante positiva. Um dos estudantes contou-nos alegremente que na semana seguinte começaria a trabalhar no Hospital Dom Alvarenga. "Pedia a Deus todos os dias por um trabalho". No entanto, foi sua esposa que soube da vaga e recomendou que ele não perdesse a oportunidade.

Ao longo da roda de conversa, discutimos algumas dicas na elaboração de currículos e a importância de "quem indica". A maior parte dos alunos destacou a importância dos amigos e/ou familiares na hora de conseguir um emprego. Dois deles, que trabalham há mais de um ano, em empresas diferentes, conseguiram progredir nos seus locais de trabalho. "Aumentou meu salário!" disse um. Também teve quem agradeceu ao colega de sala que foi responsável pela indicação do emprego.

Em algumas declarações, percebemos o interesse de alguns alunos em mudar de área. "Estou contente com meu trabalho, aprendo muito, mas espero um dia poder trabalhar na minha área, sou engenheiro civil", apontou um outro

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estudante. Seja nas empresas, restaurantes, hospitais, ateliês ou no atendimento ao público no metrô, todos demonstraram a vontade de conquistar seus espaços onde forem contratados.

Retribuir a ação solidária, seja ela no momento de acolhida ou na indicação de um emprego, segundo Mauss (1974), é uma forma de conectar esses indivíduos em um elo de troca que se estabelece no tripé: dar – receber – retribuir. Tais trocas ganham dimensões não comerciais ou de mercado, mas no caráter relacional presente no pensamento simbólico, que funciona de forma desinteressada e obrigatória ao mesmo tempo, ao produzir padrões de relações no campo coletivo que vinculam todos aqueles que delas participam.

Ainda seguindo os conceitos de Mauss (1974), a ideia da retribuição da “coisa dada” ou, no caso, do “favor dado” torna a troca permanente de várias relações ao mesmo tempo: seja no acolhimento quando não se tem onde morar, na indicação de um curso, trabalho, na doação de comida quando não se tem o quê comer, entre outros. A não retribuição do ato solidário viria a ser traduzido como a negação da relação social. Há um nível inconsciente e obrigatório na retribuição do favor dado pelo fato das pessoas estarem situadas na mesma engrenagem.

Neste caso, não importa que o favor dado seja para outra pessoa, o que importa é não romper a ação solidária. Ao acolher seu amigo e irmã, François correspondeu à eles um favor que outros lhe deram quando mais precisou. Essa corrente solidária é o próprio sistema de comunicação de códigos culturais, onde se misturam coisas, pessoas e sentimentos.

A “cadeia migratória” acontece por uma série de motivações e informações prévias que os migrantes estabelecidos oferecem aos seus amigos e familiares (VÉRAS, 2017). Como vimos, isso aconteceu com François, com sua irmã e seu amigo que foi morar com ele. Suas trajetórias são bastante parecidas, notamos a partir deste depoimento particular um contexto mais amplo. Mesmo que São Paulo não seja o destino primeiro de alguns migrantes, estes acabam por estabelecer-se neste estado onde geralmente há mais oportunidades de emprego.

A rede de solidariedade desempenha um papel relevante de autopreservação de migrantes que passam por situações hostis e de vulnerabilidade social, econômica e emocional, como a população localizada em Guaianases. Os papéis de mediações que as igrejas haitianas e africanas realizam são fundamentais na inserção do migrante na cidade. O apoio, a acolhida e o compartilhamento de

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códigos e referenciais culturais lhes permitem construir um novo local de pertencimento.

Para Pierre, outro migrante haitiano, o processo de inserção em Guaianases não foi muito diferente. Amigos lhe indicaram o bairro de Guaianases para morar por conta dos baixos custos com moradia, bem como por já existir uma comunidade grande de haitianos no bairro. Ao chegar ao local, Pierre brevemente se aproximou do pastor da comunidade que frequenta a igreja Baptista Haitiana de Guaianases. Relata-nos que cresceu dentro de uma congregação internacional e, por isso, é bom em realizar obras sociais. “Tem pessoas que leem, mas não sabem o que leem, e tem pessoas que tem espaço para falar mas não tem o poder da palavra. Eu sei o que falar. Sou conhecido porque os haitianos me vêem nas obras sociais”, explicou.

Pierre conheceu outras igrejas de Guaianases. Haitianas, brasileiras e africanas. “Conheço por curiosidade, mas não sigo nenhuma delas. Na igreja nigeriana cheguei até cantar junto”, informou com certo contentamento. Contudo, manter uma determinada aproximação com a comunidade nigeriana não significa necessariamente que sua relação com eles seja estreita. Conta-nos que preserva uma boa relação com nigerianos, mas não confia neles porque não os conhece de verdade. Essa mesma desconfiança ele identifica com os vizinhos camaroneses.

As igrejas haitianas e africanas são os primeiros espaços que percebemos viabilizar sociabilidades entre migrantes de diversos países. São eleitas por eles como espaços importantes, pela criação de vínculos que estabelecem, pelo papel comunitário e de comunidade que promovem e pelo sentimento de pertencimento que proporcionam (ZANFORLIN, 2011). São espaços que autodenominamos como de etnopaisagens, segundo conceito formulado por Appadurai (2004).

A construção dos pertencimentos locais e globais passam a coexistirem cotidianamente e em diversos espaços. A mistura intercultural, essa negociação de pertencimentos, identifica e destaca as diferenças, e, por sua vez, as alteridades. Os migrantes, principalmente, negros haitianos e africanos são, predominantemente, pessoas que sofrem exclusões de diversas ordens e em diversos espaços das cidades globalizadas. As paisagens étnicas e transculturais (APPADURAI, 2004) vão marcando esses processos de deslocamentos, de exclusões, como também das negociações de pertencimentos como modo de estabelecer diferenciações, alteridades e resistências.

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REFERÊNCIAS

APPADURAI, A. Etnopaisagens globais: notas e perguntas para uma antropologia transnacional. In: APPADURAI, A. Dimensões culturais da globalização. Lisboa: Teorema, 2004.

GEERTZ, C. Descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: GEERTZ, C. Interpretação das culturas. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1978.

MACHADO, L.; PRADO, A. Imigrantes mudam rotina e paisagem de Guaianases.

Folha de São Paulo, São Paulo, SP, 20/09/2015. Cotidiano.

MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: MAUSS, M. Sociologia e antropologia. São Paulo, SP: EdUSP, v. II, 1974. VÉRAS, M. P. B. Estrangeiros na metrópole: territórios e fronteiras da alteridade em São Paulo. Revista USP, São Paulo, SP, n. 114, p. 45-54, 2017.

ZANFORLIN, S. Etnicidade, migração e comunicação: etnopaisagens transculturais e negociação de pertencimentos. 2011. 186f. Tese (Doutorado) – Escola de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2011.

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