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O abandono de crianças na América portuguesa, séculos XVIII e XIX: resultados primeiros do projeto “Além do Centro-Sul”

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Academic year: 2021

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XXI Encontro Nacional de Estudos Populacionais

O abandono de crianças na América portuguesa, séculos XVIII e XIX: resultados primeiros do projeto “Além do Centro-Sul”

Carlos A. P. Bacellar (USP) André Luiz M. Cavazzani (Centro Univ. Internacional Uninter)

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O abandono de crianças na América portuguesa, séculos XVIII e XIX: resultados primeiros do projeto “Além do Centro-Sul”

O prelado seiscentista Diego Nizeno comparava as mães que abandonavam seus filhos a avestruzes que põem ovos e os deixam em campos abertos. Assim, lhes imputava culpa e condenação moral. Ele não foi o único. Outros, como o jesuíta Alexandre de Gusmão, engrossavam a condenação retórica comparando tais mães a víboras (VENANCIO,1998). Retórica, porque, em função do hiato entre o discurso e as práticas, a lógica cristã implicava numa ambivalência: condenava moralmente as mães que enjeitavam seus filhos; contudo, entedia que os expostos davam azo para que cristãos em busca de redenção demonstrassem, no acolhimento a esses inocentes, as virtudes da caridade e da misericórdia a redimir seus pecados. O abandono era visto, inclusive, como uma alternativa mais branda ao infanticídio (BOSWELL, 1998).

Com efeito, expor recém-nascidos (expor ou enjeitar para utilizar os termos coevos, conforme Antônio Morais Silva (SILVA,1798) seguiu como ato socialmente aceito e praticado nas diversas vilas e cidades do mundo ibérico, tendo atingido seu ápice no período moderno. Instaladas nas amuradas de conventos e, depois, de Santas Casas de Misericórdia, surgiam, então, na Europa, numa tentativa de reagir ao fenômeno na Europa, como grandes emblemas da exposição de crianças, os chamados Tornos, Rodas de Enjeitados ou Inclusas. Fenômeno da catolicidade europeia, espalhou-se um pouco por toda a parte onde aportaram as naus ibéricas, ganhando complexidade numa sociedade de Antigo Regime que amoldava-se aos trópicos, hierarquizando-se em cores e matizes diversos. Nestes domínios, respondendo a um consórcio que atendia aos poderes seculares e eclesiásticos, buscava-se imprimir, cada vez mais, a marca tridentina. Ou seja, erradicar costumes autóctones que contrastavam da conjugalidade afinada ao corpo doutrinário católico. O casamento passava a ter natureza pública institucional.

Tal atenção às normas de Trento, já vigente antes, parece ganhar reforço no setecentos. Se fará notar, um pouco por toda parte, maior atenção aos batismos, óbitos e casamentos que deveriam ser registrados em livros de

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assentos que, ao separarem as pessoas por qualidade (gente branca; de cor; livres; escravos; administrados), incorporavam a clivagem social e jurídica, típica de Antigo Regime, a vigorar nos domínios ibéricos (NADALIN, 2004). Reconhecia-se como legítimo, tão somente, o matrimônio celebrado in facie eclesiae. Conjugalidades, desafinadas ao modelo tridentino eram condenadas e, no limite, controladas. Com efeito, ao lado dos assentos deveria se assinalar a origem legitima, ilegítima, natural, adulterina ou exposta dos batizados, incorporando-se mais outra clivagem a orientar o sistema de distinções daquela sociedade.

Ainda que de maneira desigual, instalaram-se nos domínios portugueses da América instituições de salvaguarda aos expostos. O financiamento da criação das crianças indesejadas foi regulamentado pelas Ordenações Manuelinas (1512) e reconfirmado pelas Ordenações Filipinas de 1603, as Câmaras deveriam arcar com o custo de criação do enjeitado nascido sob a sua jurisdição. Salvador e Rio de Janeiro conheceram as primeiras rodas de expostos da América Portuguesa instaladas sob a responsabilidade das Santas Casas de Misericórdia em c. 1726 e c.1738, e outras mais seriam fundadas no século XIX.

Porém, como se sabe, o amparo institucional não foi regra na América Portuguesa. Inúmeras vilas, ainda no setecentos, não dispunham de uma Santa Casa de Misericórdia que pudesse amparar os enjeitados. Só existiram três, aliás, ao longo do período colonial. Tampouco dispunham de câmaras que considerassem assumir para si o encargo dos expostos. Isto não inibiu o abandono que era realizado em locais ermos, monturos e, principalmente, à porta dos domicílios.

Desde os trabalhos pioneiros de Mesgravis (1976) e de Russel- Wood (1981) que, ao se concentrarem em problemáticas mais institucionais, tangenciaram o problema da exposição, a ciência sobre o fenômeno da exposição de crianças avançou bastante, não só na América Portuguesa como, também, em outras áreas lusófonas e hispânicas. (VENANCIO, 2010). No caso brasileiro, é visível uma grande proliferação de trabalhos a esse respeito a partir da década de 1990 (MARCÍLIO, 1998).

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Assim, a historiografia a respeito situa-se entre os investigadores que: a) estudaram o fenômeno em ambientes que contaram com as casas de Roda e/ou onde as câmaras assumiram para si os encargos com os expostos, ou seja, o “abandono institucional” (GERTZE, 1990; OLIVEIRA,1990; VENÂNCIO, 1998; NASCIMENTO, 2005; FRANCO, 2014; SILVA, 2014) ; b) em lugares onde as populações se viram impelidas a praticar a exposição à porta dos domicílios, contando com a caridade pessoal das famílias acolhedoras, ou seja, o “abandono domiciliar” (BACELLAR,1998; FARIA, 1998; BRUEGGER, 2002; CAVAZZANI, 2005; DE PAULA, 2016) .

A historiografia enfrenta dificuldades quando se trata de entender as causas da ilegitimidade e do abandono de crianças. Não nos cabe aqui recapitular todo o amplo debate, mas apenas apontar muito rapidamente as linhas mais gerais da discussão. Várias motivações foram apontadas, todas em torno da questão da pobreza ou da preservação da honra. As sociedades agrárias do passado usualmente enfrentavam crises de fome, especialmente na Europa, que acarretavam em dificuldades para se sustentar um contingente expandido de bocas para alimentar. A falta de condições de sustento, que também podia se originar da doença do pai ou mãe, resultaria na iniciativa de envio de um recém-nascido para o domicílio de terceiros, hipoteticamente em melhores condições de prover o sustento da criança.

Para a realidade brasileira, não temos notícias de grandes crises de fome, possivelmente graças a um clima menos problemático que o temperado europeu, e graças a uma população consideravelmente menor, que exercia muito menos pressão sobre os recursos da terra. Seja como for, no entanto, podemos considerar que um expressivo contingente de lavradores não possuía terra própria, vivendo a favor em terras alheias, em condições bastante precárias. Um ano de clima desfavorável, com seca (especialmente no Nordeste brasileiro), excesso de chuva ou mesmo geadas (estas no Sul e Sudeste), poderia arruinar uma colheita e precarizar fortemente as condições de subsistência de um domicílio. Nessas pequenas crises, a sorte de uma criança recém-nascida poderia estar comprometida; o risco da morte aumentava, e a decisão de se entregar o bebê para outro domicílio se tornava uma possibilidade concreta.

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A preservação da honra também poderia ser motivação para o abandono. Crianças nascidas em situação de adultério, por exemplo, poderiam ser expostas para se evitar o escândalo. Rebentos de mães solteiras podiam, também, ser abandonados, principalmente quando nascidos em lares de algumas posses, igualmente para se ocultar o escândalo. Porém, uma grande maioria de famílias despossuídas, sem posses ou mesmo miseráveis, na realidade não deveria sentir necessidade de mascarar uma realidade óbvia. É claro que podiam optar pelo abandono, colocando o filho em portas alheias, ou abandonando-o em instituição acolhedora. Mas, em geral, este filho ilegítimo, nascido fora das formalidades do matrimônio, era simplesmente registrado, na Igreja, como filho de pai incógnito ou de casal concubinado. Desta forma, os batismos ditos ilegítimos ou naturais eram em número bastante mais elevado que o de expostos, embora estes também pudessem incluir filhos de mães solteiras. A diferenciar os expostos dos ilegítimos estava a possibilidade de aqueles também incluírem filhos legítimos, mas que por razões de pobreza ou doença eram abandonados pelos pais.

Quanto aos ilegítimos, cabe ressaltar que, no exercício metodológico aqui proposto, foram considerados, em uma única curva, as crianças descritas como ilegítimas, naturais e, em escala ínfima, adulterinas. Uma primeira constatação tornou-se possível quando da observação dos assentos de cada paróquia: a forma de registrar os ilegítimos variava. Em alguns casos, todos surgiam identificados como naturais; em outras, havia uma repartição entre naturais e ilegítimos. Aparentemente, fruto de maior ou menor zelo dos vigários, mas talvez valha a pena considerar a possibilidade melhoria da qualidade da informação ao longo do tempo.

Em Famílias abandonadas, publicado em 1998, Renato Pinto Venâncio esforçou-se por estudar as práticas de enjeitamento em mirada comparativa. Mediante análise da documentação resultante da administração das Santas Casas do Rio de Janeiro e Salvador, colocou em perspectiva as regiões Sudeste e Nordeste frente ao fenômeno da exposição. O autor se preocupou em compreender as motivações que levaram tantas crianças às rodas. A condenação da moral oficial aos nascimentos ilegítimos e a pobreza aparecem como as duas causas principais para o ato. Fatores que aliás figuram, entre os

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pesquisadores, como primordiais para se tentar entender os porquês do fenômeno.

Venâncio ainda concluiu que, muitas vezes, para as mães da época, renunciar a um filho consistia num paradoxal ato de amor. Mães angustiadas recorriam às Rodas esperando que ali a criança lograsse melhor sorte do que sob o abrigo materno. Haviam promessas registradas em bilhetinhos, inclusive, de se retornar à Roda e recuperar a criança num futuro próximo e menos adverso, dando a entender que quem abandonou o havia feito de forma provisória. Nesse contexto, as Misericórdias pareciam ser encaradas “como uma espécie de clínica infantil, orfanato ou creche” (VENANCIO,1998, p. 79.).

Porém, até mesmo a alternativa final de abandonar buscando amparar poderia ser negada. Na Vila Rica coeva, estudada por Renato Franco, que se aprofundou no auxílio camarário aos expostos e, também, na economia da caridade institucional em contexto de mestiçagem, os homens bons representavam diversas vezes negando o amparo a expostos identificados como mestiços. Para eles expor crianças era prerrogativa de mulheres que tinham honra a conservar. Acolher e encaminhar a criação de enjeitados que não fossem brancos era, na visão daquelas autoridades, incentivar maus hábitos de mulheres (mestiças, africanas ou afrodescendentes) que não teriam a mesma honra a conservar. (FRANCO, 2016, p. 452) Ou seja, partindo de discursos marcados pelo horizonte cristão da misericórdia, essas instituições selecionavam seu público beneficiário, hierarquizando e quando possível interditando seus serviços aos grupos menos qualificados num contexto de Antigo Regime.

O fenômeno do abandono domiciliar, por sua vez, começou a ser estudado no Brasil na década de 1990. Em 1998, mais exatamente, vieram a público os primeiros resultados que permitiram conhecer melhor as varáveis deste fenômeno. Bacellar (1998) e Faria (1998) apontaram para o fato de que, em termos proporcionais, as taxas de exposição de recém-nascidos diminuíam em freguesias agrárias marcadas pela agricultura de subsistência em relação aos centros urbanos – com suas rodas e casas de misericórdia – onde as taxas de exposição eram essencialmente maiores. A pobreza e a conservação da honra das mulheres das famílias principais da terra também se apresentavam como motivações primeiras para a exposição.

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No entanto, em raciocínio análogo ao apresentado por Venâncio, em que abandonar não significava, necessariamente, um ato de desamor, estes autores demonstraram que enjeitar e expor uma criança, ganhava, no âmbito das sociabilidades coloniais, um caráter polissêmico: o exposto nem sempre era um indivíduo desamparado definitivamente e a esmo por seus pais.

Outros pesquisadores seguiram nesta linha interpretativa, reforçando o argumento de que no âmbito do abandono domiciliar a prática do enjeitamento encontrava sua significação mais coerente como uma estratégia social premeditada, afetada pelo peso da transposição dos valores do Antigo Regime, variando de acordo com a extração social dos pais expositores, pressupondo certa reciprocidade de interesses entre quem enjeitava seus filhos e quem os acolhia (BRUGUER, 2002; CAVAZZANI, 2005; DE PAULA, 2016; SILVA, 2014) Abandonos assemelhados ao infanticídio foram registrados um pouco por toda parte, é verdade. Porém, mor das vezes a exposição foi detectada em fogos com um perfil específico: não eram necessariamente abonados, porém, denotavam certa estabilidade. Eram chefiados por homens livres e casados ou então, em caso de chefia feminina, por viúvas, mulheres maduras que já haviam encerrado o seu ciclo fértil.

Finalmente, se em contexto de exposição com salvaguarda institucional o grande desafio heurístico consistiu e, de certa forma, ainda consiste, em racionalizar e tratar volumosa massa documental, por outro lado, no contexto do abandono em localidades desamparadas deste apoio, o grande desafio aos pesquisadores foi justamente contrário: buscar sinais da exposição, muitas vezes fugidios, em outros corpos documentais lacônicos, que só mencionavam sumariamente os sinais de uma prática cuja principal característica era, justamente, passar desapercebida.

Para contornar os desafios acima descritos, os historiadores do abandono domiciliar utilizaram técnicas de cruzamento nominativo de informações. O emprego destas técnicas variou conforme a disponibilidade documental nos diversos espaços em que foi estudada. Mesmo assim, é possível arriscar a generalização de que, para o contexto colonial e imediatamente pós-colonial, o ponto de partida para esta técnica permaneceu sempre o mesmo: identificar o nome das crianças enjeitadas arrolado nos batismos.

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São estes registros – os de batismo – que consistem no corpo documental a ser analisado nesta comunicação, que deve ser compreendida como um exercício metodológico que tem por fulcro, justamente, detectar o fenômeno da exposição frente à ilegitimidade nas atas de batismo registradas no sistema NACAOB, analisando relações de paralelismo e convergência entre os mesmos. Consideramos, afinal, que deixar de cotejar a exposição frente aos índices de ilegitimidade seria perder uma nuance importante das dinâmicas populacionais de natalidade e clivagem social expressas nos registros. Assim, como dito antes, acabamos por incorporar nas análises não apenas os batismos de crianças expostas como, também, aqueles registros que identificavam os nascidos em condições consideradas espúrias dentro dos recortes geográficos e cronológicos aqui abordados.

Resultante da vida conjugal das populações pretéritas, ilegitimidade e exposição consistiram em elementos inescapáveis dos perfis demográficos do passado. E, nessa direção, é notável a preocupação de alguns historiadores em comparar estas variáveis, averiguando se a ilegitimidade teria sido a causa principal da exposição. (SÁ, 1993, p. 39)1

***

Estabelecido a partir do projeto “Para além do Centro-Sul: por uma história da população colonial nos extremos dos domínios portugueses na América”, inaugurou-se em 2008 o Sistema de Registros NACAOB, que consiste num software de inclusão e consulta de registros paroquiais, visando a reconstituição das famílias do passado (NADALIN & SCOTT, 2017). Esse sistema reúne,

1 Isabel Guimarães Sá sugeriu um exercício nessa direção, possível de ser realizado a partir dos dados do NACAOB. Para ela, um súbito decréscimo no número de batismos de ilegítimos contrastando com um repentino aumento no número de crianças batizadas como expostas poderia indicar que bebês ilegítimos estariam sendo rejeitados por seus progenitores. Tal exercício, feito para algumas paróquias minhotas, verificou quedas nas percentagens de ilegítimos coincidindo com picos nas de batismos de expostos. Esse movimento numérico evidenciaria, a priori, uma ligação entre abandono e nascimento ilegítimos. (SÁ, 1993, p. 39)

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atualmente, grande volume de registros paroquiais: batismo, casamento e óbitos de diversas paróquias, das mais diversas localidades, de norte a sul da América Portuguesa. Ali temos incluídas realidades socioeconômicas distintas, populações distintas, e qualidades distintas das chamadas atas de catolicidade.

Esse contexto nos foi desafiador, por certo. No entanto, decidimos enfrentá-lo, propondo uma primeira aproximação, com características de exercício metodológico, com a justificativa de incorporar dados que extrapolam o centro-sul brasileiro, onde tendem a se concentrar a maioria dos estudos e, além disso, testar (em qualidade e quantidade), de maneira conjunta e inédita, os dados sobre exposição e ilegitimidade constantes do banco.

Considerando os limites e desafios de avaliar em conjunto lugares e recortes muito heterogêneos, recuperamos um total de quase cem mil registros de batismos, onde estão inseridos os assentos de expostos, ilegítimos e demais crianças consideradas espúrias. Eles cobrem o intervalo que vai de 1685 até 1889 e várias paróquias coloniais e pós-coloniais em áreas que pertenceram ao conjunto da América Portuguesa.

Muitas destas paróquias não tiveram a totalidade de seus livros de registro de batismo preservados, há lacunas. De maneira geral, os registros foram obtidos através do site Family Search, mantido pela Igreja Mórmon, tendo sido transcritos por equipes de iniciação científica sob supervisão de pesquisadores mais experientes. Desconfiamos, também, de alguns deslizes e erros de transcrição na alimentação do banco. Fator esperado, a ser oportunamente revisado.

O que percebemos, em uma visão panorâmica, é que ocorriam irregularidades na redação das atas batismais um pouco por toda parte ao longo de quase dois séculos compulsados. Como dissemos, os esforços eclesiásticos tridentinos, ao buscarem regular a vida conjugal dos fiéis, resultaram em tentativas de se estabelecer um padrão uniforme para os assentos paroquiais. Padrão esse reafirmado em terras coloniais pelas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia em 1707. Porém, nota-se, a partir do exame dos registros do NACAOB, um intervalo entre os discursos, as intenções e as práticas,

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resultando daí um quadro bastante desigual, quando se verifica em perspectiva comparativa as redações das atas batismais.

Poucos foram os vigários que buscaram seguir fielmente o modelo proposto. Em alguns casos, nos parece que cada qual redigia o assento conforme sua vontade. Uns não informavam a data de nascimento da criança, outros não registravam os nomes dos dois padrinhos; a idade comumente era omitida, como também as causas mortis. Tivemos oportunidade de demonstrar, há alguns anos, como a qualidade dos registros paroquiais variavam em função do vigário nomeado (BACELLAR, 2008), problema que mereceria melhor investigação. Seria interessante identificar a formação do vigário, a que ordem pertencia, para entender possíveis razões para o rigor variável.2

Entretanto, chama atenção o fato de que Santiago do Iguape parece ter sido a paróquia mais prejudicada no que se refere à regularidade dos assentos, com 86% de registros sem condição identificada. Já a paróquia de N. S. da Apresentação, no Rio Grande do Norte, é, depois de Santiago do Iguape, a segunda paróquia onde há forte volume de registros não qualificados, 39%

Acreditamos que se o vigário não explicitava por escrito a condição de legítimo, ilegítimo ou natural, isso talvez não seja suficiente para automaticamente classificarmos a criança sob a rubrica de condição ignorada ou desconhecida. Já observamos, em transcrições que efetuamos, situações em que o vigário diferenciava entre filho de João e Maria, e filho de João e sua mulher Maria. Qual seria a diferença? Pensamos que seriam condições distintas, o primeiro de filho de união informal, e o segundo, de formal, diante da Igreja. É difícil crer, dada a vigência dos códigos de distinção característicos de uma sociedade de Antigo Regime, que um representante da Igreja classificasse uma mãe como mulher de alguém caso esta não fosse efetivamente casada sob as bênçãos formais in facie eclesiae. Pela mesma lógica, a primeira redação poderia estar indicando ilegitimidade. Assim, uma revisão destes dados, à luz destas considerações, seria importante. Caso aferições como as que sugerimos

2 Cabe notar que era bastante comum os vigários receberam do Bispo ou visitador advertências e serem ameaçados de punição caso persistissem em registrar os atos fora do modelo oficial. E chama ainda mais a atenção o fato de, muitas vezes, tais advertências não surtirem efeito, retornando-se à prática errônea tão logo o visitador partia.

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fossem consideradas (e, assim sendo devidamente indicadas em um tutorial para usuários do banco de dados), pode-se supor que não teríamos tantos registros de status ignorado.

A quantidade por vezes elevada de batismos com status ignorado, conforme apontado no (Gráfico 1), poderia desencorajar conclusões mais enfáticas. No entanto, à parte isso, podemos ver tendências se desenhando nos gráficos. Qual seja, a curva dos nascimentos legítimos, sobrepondo-se, mor das vezes, aos registros de expostos e naturais (Gráfico 2). No geral, a historiografia tem percebido que, para o contexto da América portuguesa, a diferença entre índices de legitimidade e ilegitimidade, pesando mais para a legitimidade, era maior em localidades menos urbanizadas e, também, com menor densidade populacional. Dito de outra forma: havia, proporcionalmente, menos nascimentos tidos por ilegítimos em áreas com esta característica. Tal qual os índices de legitimidade, o mesmo acontecia para os índices de exposição mais diminutos nestes contextos. 0 20 40 60 80 100 120 % Anos

Gráfico 1 - Batismos de condição não qualificada em doze paróquias brasileiras, 1680-1889

Viamão, RS Rio Pardo, RS

Madre de Deus, Porto Alegre, RS Colonia do Sacramento

Quixeramobim, CE NS da Apresentação, RN

Nazaré, Belém, PA Sé, Belém, PA

Santiago do Iguape, BA Itapecuru,MA

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O Gráfico 2 oferece uma visão de conjunto da participação percentual dos dois tipos de batismos, em que as ocorrências de cada paróquia foram somadas aos dados das demais, por década3. Embora haja problemas de

representatividade de dados para algumas décadas, o gráfico é bastante interessante, indicando que, em média, dificilmente o abandono ultrapassava a casa dos 5%, enquanto que a ilegitimidade variou enormemente, desde cerca de 3% na década de 1690-1699 até quase 45% em finais do XIX. E fica evidente que a tendência geral do conjunto de paróquias é de crescimento acentuado da ilegitimidade à medida em se passa do século XVIII para o XIX, ao passo que a exposição mantém frequência proporcionalmente baixa frente à ilegitimidade e com tendência de leve queda.

3 Foram consideradas as paróquias de Itu (SP), Viamão, Rio Pardo, Madre de Deus (RS), Colônia do Sacramento (atual Uruguai), Quixeramobim (CE), NS da Apresentação (RN), Sé e Nazaré, Belém (PA), Santiago do Iguape (BA), Itapecuru e Catedral de São Luís (MA) e Olinda (PE). Aqui foram incluídos os dados da paróquia de Itu, que não fazem parte do NACAOB, mas que foram obtidos por Carlos Bacellar no projeto de Produtividade em Pesquisa CNPq “História da Família e Regimes Demográficos em uma Vila Colonial Paulista: Itu, 1684-1890 (fase 2)”.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 % Anos

Gráfico 2 - Expostos e Ilegítimos em treze paróquias brasileiras, 1680-1889

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Mas abandono e ilegitimidade, se observados isoladamente, por paróquia, apresentam frequências distintas e dignas de nota. O padrão mais geral visível pelo Gráfico 2 oculta situações bastante particulares, em que pese a ainda precariedade dos dados na atual fase do NACAOB. Fica patente que a realidade social e econômica local, de cada paróquia, era muito provavelmente a grande questão a influenciar suas ocorrências. E certamente, ao nosso ver, o modo de atuação dos vigários, mais ou menos preocupados com a qualidade dos registros que elaborava, inevitavelmente influenciou nos resultados aqui detectados.

Observada cada paróquia isoladamente, algumas variações podem ser destacadas. Nossa Senhora da Apresentação, no Rio Grande do Norte, e Santiago do Iguape, na Bahia, apresentaram, a partir de meados do século XVIII e nas primeiras décadas do XIX, uma forte tendência de crescimento da ilegitimidade e uma contínua baixa presença de expostos. Em oposição, em Viamão, no Rio Grande do Sul, a ilegitimidade cai, na segunda metade do século XVIII, para números inferiores aos dos expostos e assim se mantêm nas últimas três décadas desse século. Na paróquia de Madre de Deus, de Porto Alegre, também apresenta uma queda na ilegitimidade e aumento no abandono nas primeiras décadas do XIX. Padrão diferente pode ser observado para a paróquia de Itu: abandonos e ilegítimos caem paralelamente ao longo do XIX.

Tais realidades confirmam que a ilegitimidade é sempre substancialmente superior aos números de abandonos, mas indicam, que por trás das tendências globais de crescimento da ilegitimidade e queda dos abandonos ao longo do século XIX, verificada no Gráfico 2, escondem-se tendências distintas. Logo, as tentativas de se relacionar ambos fenômenos, embora tentadoras – conforme sugerido pelo Gráfico 2 – devem ser pautadas com cuidado. Não seria estranho se supor que ao longo do século XIX, já no Império, a ação pastoral da Igreja sobre as comunidades tenha de alguma maneira afetado os comportamentos sociais. Ou, então, que a atuação burocrática dos vigários tenha sido mais rigorosa no XIX, resultando num registro mais preciso de ambas tendências.

O Gráfico 3 apresenta, assim, os dados sobre a exposição de recém-nascidos em dez paróquias cujos dados são significativos. Um primeiro exame das curvas permite perceber que a paróquia de Itu é a única a contar com dados completos para todo o período, garantido a observação do fenômeno do

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abandono na longa duração. Esta grande curva parece coincidir com o intervalo entre o fim da atividade de apresamento de indígenas, na década de 1730, e o início do boom açucareiro local, na década de 1790. Aparentemente, um momento de crise econômica, que teria levado a um aumento dos atos de abandono de bebês.

Para além de Itu, as demais curvas possibilitam, antes de mais nada, detectar que as frequências de abandono variavam ao longo das décadas, jamais de mantendo estáveis. Esta condição de variabilidade, e de frequências distintas de uma paróquia para outra sugere, mais uma vez, que a realidade local e a eventual ação de um vigário eram elementos a ditar a prática de se abrir mão de um recém-nascido. Crises econômicas podiam, assim, afetar as condições de manutenção de uma nova criança, ao mesmo tempo em que a vigilância ou a condenação da Igreja poderia coibir a prática de se expor. Nesse sentido, seria importante que, no contexto de montagem do banco NACAOB, fossem anexadas informações de caráter histórico sobre cada localidade, bem como se referenciasse uma bibliografia básica para tanto, permitindo que novos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 % Anos

Gráfico 3 - Batismos de expostos em dez paróquias brasileiras, 1690-1888

Itu, SP Viamão, RS

Rio Pardo, RS Quixeramobim, RN

NS da Apresentação, RN Nazaré, Belém, PA

Sé, Belém, PA Madre de Deus, Porto Alegre, RS

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pesquisadores tenham acesso facilitado ao contexto socioeconômico das paróquias.

Cabe lembrar que frisamos bastante o papel do vigário por julgar que sua atuação não deve ser desconsiderada. Os titulares das paróquias eram indivíduos com grande influência moral sobre seus paroquianos, e certamente conheciam a fundo o que ocorria em seu entorno. Além disso, eram intermediários nos processos de implementação e, claro, de interpretação das regras impostas pela Igreja no sentido de normatizar e registrar os eventos relativos à população. Já tivemos oportunidade de apontar que, em Itu, diversos vigários demonstraram, ao registrar batismos, que tinham conhecimento da origem dos expostos, incluindo no assento a informação, e desta forma burlando as regras da própria Igreja, que previam a discrição nesses casos – não apontando quem seriam os pais de expostos, para se evitar o escândalo que poderia resultar (BACELLAR, 2008).

Portanto, a análise dos números do abandono no passado exige não somente que se coteje com a frequência da ilegitimidade, mas que também que se leve em conta a influência dos vigários nesses números. A substituição de um vigário podia implicar na melhoria ou piora na qualidade dos assentos, mas talvez também implique em mais ou menos abandonos – eis uma questão que se poderá verificar futuramente através do NACAOB, cotejando-se a titularidade da paróquia com as frequências das diversas condições de batizados.

Seguindo em nossa análise, o Gráfico 4 exibe as curvas das frequências da ilegitimidade nas diversas paróquias, agora apresentadas separadamente. No todo, fica visível que efetivamente houve uma consistente tendência de crescimento da ilegitimidade ao longo do século XIX, mas não por igual nas várias paróquias consideradas. Na paróquia da Sé de Belém a ilegitimidade chegou a se aproximar de 60% em meados do século XIX, índice impressionante. Ao mesmo tempo, a paróquia de Itu passava por realidade significativamente diferente, com ilegitimidade rondando, no mesmo período, em torno dos 15%. Tão grandes diferenças somente podem ser justificadas pelo contexto econômico e social local, a ser melhor explorado. Além disso, Belém era uma capital de certo porte, concordando com o que a historiografia, de maneira geral, tem apontado, de que os maiores centros urbanos eram palco de

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elevada ilegitimidade; Itu, no entanto, embora fosse um dos mais importantes centros urbanos da Província de São Paulo, não compartilhou da mesma realidade.

Tudo o que vimos, portanto, indica que a ideia de se elaborar um grande banco de dados, o NACAOB, com a intenção de agregar elevado volume de dados paroquiais “para além do centro-sul”, é uma aposta mais do que justificada. O fenômeno do abandono, e paralelamente o da ilegitimidade, apresentam variações significativas no tempo e no espaço que, ao final e ao cabo, justificam que se prossiga no levantamento de um maior número de localidades. Como ficou claro, a maioria das paróquias já trabalhadas não nos oferecem séries completas de registros: muito se perdeu ao longo do tempo pelos mais variados motivos. Há paróquias com casos muito rarefeitos, impossibilitando uma análise estatística. Por conta disso, somente o acúmulo de maior número de registros permitirá que se elabore análises mais detalhadas de caráter regional e sínteses mais avançadas. Seria possível, por exemplo, atrelar

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 % Anos

Gráfico 4 - Batismos de ilegítimos em treze paróquias brasaileiras, 1680-1889

Itu, SP Viamão, RS

Rio Pardo, RS Madre de Deus, Porto Alegre, RS

Colonia do Sacramento, Uruguai Quixeramobim, CE NS da Apresentação, RN Nazaré, Belém, PA

Sé, Belém, PA Santiago do Iguape, BA

Itapecuru,MA Catedral NS da Luz, MA

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padrões a possíveis regimes demográficos da sociedade brasileira pretérita? Estaria o abandono e a ilegitimidade intrinsicamente relacionada ao processo de expansão das áreas urbanas? Estaria a atividade pastoral da Igreja influenciando tais fenômenos, ou seriam eles mais fortemente tocados pelas inflexões econômicas? São questões ainda aguardando um NACAOB ainda mais abrangente.

Bibliografia

BACELLAR, C. A. P. e SCOTT, A. S. V. Crianças abandonadas em áreas sem assistência institucional. In: VENÂNCIO, R. P. (Org.). Uma história social do abandono de crianças: de Portugal ao Brasil, séculos XVIII-XX. São Paulo, Alameda/PUC Minas, 2010. p. 59-80.

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