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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

DIÔGO AMARAL BARBOSA

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE

Tangará da Serra - MT

(2)

DIÔGO AMARAL BARBOSA

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

.

Orientador: Professor Mestre Alex Rodrigues Borges

Coorientadora: Enfermeira Nefrologista Alcione Oliveira de Souza

Tangará da Serra - MT

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Bibliotecária: Suzette Matos Bólito – CRB1/1945.

B238a Barbosa, Diôgo Amaral.

A Importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma Unidade de Hemodiálise. – Tangará da Serra - MT / Diôgo Amaral Barbosa. – 2011.

79 f.

Orientador (a): Alex Rodrigues Borges.

(4)

DIÔGO AMARAL BARBOSA

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE

Monografia apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT – Campus Tangará da Serra, como requisito parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.

Banca Examinadora:

________________________________________________________ Orientador: Professor Mestre Alex Rodrigues Borges

________________________________________________________

Coorientadora: Enfermeira Nefrologista Alcione Oliveira de Souza

________________________________________________________

Examinadora: Enfermeira Grazielle Gomes Faria

Conceito: ___________________

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, porque se cheguei até aqui foi porque ele permitiu e abriu os caminhos para eu trilhar.

À Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT – por ofertar o curso de Enfermagem e

ter me proporcionado o conhecimento adequado para me tornar um enfermeiro.

Aos funcionários desta instituição por ter participado da minha formação, em especial o caseiro da universidade, ao qual prestamos nosso primeiro cuidado, ao realizar um curativo neste senhor por ter se cortado com ferramentas, somente após convencê-lo da necessidade.

A toda a equipe de saúde do Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT), de Tangará da Serra, por terem contribuído para a realização desta pesquisa, porque sem vocês isto não teria se realizado!

A todas as pessoas que entraram na minha vida e me inspiraram, comoveram e iluminaram com a sua presença. Também expresso minha gratidão às seguintes pessoas pelo apoio e contribuições a esta caminhada e elaboração desta monografia:

Por partilharem com generosidade sua sabedoria, disposição e atenção, presto homenagem ao meu orientador Profº Mestre Alex Rodrigues Borges, pela extrema cobrança, e à minha coorientadora Enfermeira Nefrologista Alcione Oliveira de Souza, esta que me fez perceber a importância do tema desta monografia para a minha vida profissional.

A toda minha família pelo apoio, amor e compreensão, em especial aos meus pais, por serem exemplo de dignidade, honestidade e humildade.

A meu pai, Ivan Barbosa, um homem guerreiro e dedicado, agradeço por acreditar em mim e sempre me apoiar. À minha Irmã Talita, que tanto amo, por me apoiar em todos os momentos da minha vida, principalmente agora, que ela se fez mais forte do que pensa ser e ao meu afilhado/sobrinho pela sua ingenuidade de criança e presença em minha vida, pois o sorriso e o abraço de uma criança são tudo.

À Regina, pelo carinho e dedicação, por me suportar em todos os momentos nesta jornada acadêmica.

(7)

EPÍGRAFE

A cura das partes não deve ser tentada sem o tratamento do todo. Nenhuma tentativa de

curar o corpo deve ser feita sem levar a alma em consideração, e se a cabeça e o corpo devem

estar saudáveis, é necessário começar pela mente, pois o grande erro dos nossos dias, ao

tratarmos do corpo humano, é que separamos o corpo da alma.”

(8)

LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

COREN – Conselho Regional de Enfermagem

DATA SUS – Banco de Dados do Sistema Único de Saúde

DOU – Diário Oficial da União

E. – Entrevistado

ECA – enzima conversora de angiostensina

HD – Hemodiálise

INEMAT – Instituto Nefrológico de Mato Grosso

IRC – Insuficiência Renal Crônica

MT – Mato Grosso

NANDA - North American Nursing Diagnosis Association

OMS – Organização Mundial da Saúde

PCR – Parada Cardiorrespiratória

PE – Processo de Enfermagem

PSF – Programa de Saúde da Família

RCP – Reanimação Cardio-Pulmonar

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem

SRA – Sistema Renina Angiostensina

(9)

RESUMO

A utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma unidade de hemodiálise, pelo enfermeiro e sua equipe de enfermagem, permite aos clientes em tratamento hemodialítico um acompanhamento detalhado de suas necessidades humanas básicas, favorecendo a identificação de estratégias para aprimorar o atendimento ao paciente, melhorando a qualidade de vida e suas atividades cotidianas. A resolução COFEN nº358/2009 e a lei 7.498/1986 impõem que a SAE é um método de trabalho, privativo, do enfermeiro e uma exigência do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que tem bases legais para a implantação desta, desde que haja atuação da equipe de enfermagem no local, em qualquer instituição pública ou privada. Considerando este contexto, esta pesquisa apresentada teve o objetivo de avaliar a importância da implantação e implementação da SAE quanto à atuação do enfermeiro no Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT) de Tangará da Serra. Para alcançar este objetivo o estudo teve uma abordagem quanti-qualitativa, do tipo descritivo e explicativo, tendo como fonte de informação a pesquisa de campo no INEMAT de Tangará da Serra, com aplicação de questionário e uma observação minuciosa aos3 enfermeiros que atuam ou atuaram neste instituto de janeiro de 2010 a junho de 2011 e levantamentos

bibliográficos, além de dados e estudos obtidos do Ministério da Saúde, do “Data SUS”, do

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (COREN-MT). Por todos os aspectos observados nesta pesquisa, constatamos que nesta instituição não há a implantação e implementação da SAE. Este modelo de assistência é importante no setor da hemodiálise, pois eleva a qualidade da assistência,ocorre o registro das informações do cliente, trás uma organização do serviço de enfermagem, acontece um atendimento individualizado e um trabalho em equipe, além de reconhecimento profissional do enfermeiro.

Palavras-chave:

(10)

ABSTRACT

The use of the Nursing Care Systematization (SNC) in a hemodialysis unit, the nurse and her nursing staff, enables customers to hemodialysis in a detailed monitoring of their basic human needs, fostering the development of strategies to improve service patients, improving quality of life and everyday activities. Resolution No. 358/2009 COFEN 7.498/1986 and the law require that the SNC is a method of work, lot, nurse and a requirement of the Federal Council of Nursing (COFEN), which has legal grounds to implement this, since there is activity nursing staff on site, in any public or private institution. Considering this context, this research presented was to evaluate the importance of the establishment and implementation of the NCS for the ministry of nephrology nurse at the Institute of Mato Grosso (INEMAT) of Tangara the Serra. To achieve this goal the study was a quantitative and qualitative approach, the descriptive and explanatory, and as a source of information to field research in INEMAT of Tangara the Serra, with a questionnaire and an observation of the three nurses who work or worked this institute from January 2010 to June 2011 and literature surveys, and studies in addition to data obtained from the Ministry of Health, "SUS Data," Federal Council of Nursing (COFEN) and Regional Nursing Council of Mato Grosso (COREN- MT). For all aspects observed in this study, we found that this institution there is the establishment and implementation of the SNC. This model is important for the care of hemodialysis because it elevates the quality of care, there is a record of client information, behind an organization of nursing services, personalized customer service and true teamwork, and professional recognition of nurses .

Keywords:

(11)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 11

OBJETIVOS... 15

OBJETIVO GERAL... 15

OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 15

PARTE I ... 16

1.0 REFERENCIAL TEÓRICO...16

1.1 ENFERMAGEM E SAÚDE... 16

1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E SUAS BASES LEGAIS... 17

1.3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO RIM... 20

1.4 HEMODIÁLISE... 22

PARTE II ... 26

2.0PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 26

2.1 LOCAL DE ESTUDO... 26

2.2 ÁREA DE ESTUDO... 26

2.3 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO... 27

PARTE III ... 31

3.0RESULTADOS E DISCUSSÕES... 31

3.1 CATEGORIA I – LEGISLAÇÕES... 31

3.2 CATEGORIA II – CONHECIMENTOS... 37

3.3 CATEGORIA III – CAPACITAÇÃO... 45

(12)

3.4.1 Subcategoria A – Cuidados de Enfermagem... 47

3.4.2 Subcategoria B – Procedimento Cirúrgico... 48

3.4.3 Subcategoria C – Complicações durante as sessões de hemodiálise... 50

3.5 CATEGORIA V – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)... 51

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 59

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO... 70

APÊNCICE B–LEGISLAÇÕES EM RELAÇÃO À SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ... 73

(13)

INTRODUÇÃO

Na história da enfermagem, Florence Nightingale tem um importante papel, pois foi ela quem começou a treinar as enfermeiras para atuar na área, sendo que desde o século XIX emergia em Florence a vontade de organizar o trabalho da Enfermagem. A partir de 1960 começou-se a ter maior interesse na promoção e prevenção da saúde, sendo criado o papel do enfermeiro. Nesta época começaram a surgir teoristas que definiam a enfermagem como uma disciplina científica.

No Brasil, na década de 1970, Wanda Horta criou a teoria das necessidades humanas básicas, sendo a primeira enfermeira brasileira a criar uma teoria. A partir desta década que Horta começou a organizar as rotinas da equipe de enfermagem, através do processo de enfermagem, que começou a ser implantado no século XX. Este processo ansiava ser a resolução dos problemas da enfermagem, pois ajudaria o enfermeiro a solucionar as questões que pudessem causar problemas. Este processo era composto pela entrevista e exame físico que era realizado no cliente, sistematizando as ações de enfermagem.

Somente em 2002 que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) recebeu apoio legal do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), através da resolução COFEN-272, quando começou a cobrar a realização desta assistência em todos os estados, sendo que cada estado poderia se adaptar conforme suas possibilidades. O Conselho Regional de Enfermagem (COREN) de Mato Grosso começou a cobrar a implantação e implementação da SAE a partir de 2004, e estabeleceu períodos que se estendiam de 9 a 12 meses para que cada instituição se adequasse a esta realidade.

A partir de então, a SAE vem ganhando espaço e importância, onde há atuação da equipe de enfermagem, nas instituições públicas e privadas de todo o Brasil, suas etapas juntamente com uma teoria de enfermagem possibilitam ao enfermeiro a construção de um registro oficial de enfermagem, funcionando como uma metodologia assistencial por meio do processo de enfermagem.

(14)

enfermagem que favorece a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade (LEFEVRE, 2000).

Para realizar a SAE, o enfermeiro necessita ter um conhecimento adequado e realizar uma constante atualização, possibilitando-o a identificar os principais problemas encontrados para que possa realizar, corretamente, os diagnósticos e prescrições de enfermagem.

A sistematização desta assistência em uma unidade de hemodiálise é de extrema importância, devido ao alto crescimento do número de pessoas com Insuficiência Renal Crônica no mundo, fazendo com que estas necessitem de um dos dois tipos de diálise existentes, a diálise peritoneal e a hemodiálise, a mais utilizada atualmente.

No Brasil, ainda não existem dados confiáveis que possam retratar a incidência e a prevalência da Insuficiência Renal Crônica (IRC), que pode ser definida como uma síndrome complexa, que se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais, que termina inevitavelmente em uremia e suas complicações. Para evitar estes problemas o indivíduo deve submeter-se a diálise ou a um transplante renal. Apesar dos avanços no tratamento da IRC, a morbi-mortalidade continua elevada, no Brasil, a sobrevida gira em torno de 79% e 41%, respectivamente no primeiro e no quinto ano de diálise (CABRAL, DINIZ & ARRUDA, 2005; NETTINA, 2007). Com isto, percebe-se que o número de clientes

em diálise em nosso país aumenta todos os anos, o “Data SUS” comprova isto com seus

censos realizados entre 1999 a 2007.

Gaidzinskiet al. (2008), diz que o paciente renal crônico permanece dialisando ao longo de anos, por tempo indefinido. A hemodiálise possibilita a melhora da condição física e a redução dos sintomas indesejados, contudo configura-se como uma fonte geradora de tensão e de ansiedade por ameaçar a integridade física e mental do indivíduo, e ainda não proporciona a cura da doença que ocasionou a perda da função renal. As restrições impostas pela doença ou pelo tratamento são rigorosas, e o grau de assimilação e de adesão é diversificado, sendo este influenciado pela visão do cliente que estará sob tratamento hemodialítico, de como ele se julga a si próprio e à sua vida, pelo modo com as pessoas integrantes de sua rede familiar e social encaram a condição vivenciada e pelo apoio que oferecem em sua trajetória de vida.

(15)

informações iniciais ao paciente e seus familiares sobre as rotinas e o funcionamento da unidade.

O interesse em evidenciar a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma Unidade de Hemodiálise, surgiu a partir de discussões com enfermeiros especialistas em nefrologia, tendo um olhar voltado para a realidade da implantação e implementação da SAE em todos os ambientes onde atua uma equipe de enfermagem.

Devido a todas estas informações, preocupamos com o conhecimento e o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) utilizada nesta unidade de hemodiálise pelos enfermeiros e sua equipe de enfermagem.

Para analisar e discutir os resultados desta pesquisa dividiu a mesma em cinco categorias, para responder a todos objetivos específicos, e por último o objetivo geral do estudo.

A primeira categoria refere-se às legislações, onde conhecemos todas as legislações referentes à Sistematização da Assistência de Enfermagem, pois é importante para que o enfermeiro conheça os passos a serem seguidos e saber como utilizá-la, tendo o conhecimento de sua atividade privativa como enfermeiro e respaldo legal.

A segunda categoria destinou-se ao conhecimento, sendo este quanto a SAE e quanto ao conhecimento técnico-científico nefrológico dos enfermeiros da unidade e de outro que atuou no período de janeiro de 2010 a junho de 2011, nesta categoria descobrimos como estão seus conhecimentos quanto à nova resolução do COFEN, quanto à RDC nº154 e com mais questões referentes a esta unidade de hemodiálise.

Designamos a terceira categoria à capacitação, sendo a capacitação realizada pelo estado à equipe de enfermagem que atua em uma unidade de hemodiálise, porque percebemos que esse recorte de estudo é importante para descobrirmos se há uma preocupação do estado em relação aos clientes hemodiálíticos e se os enfermeiros estão participando desta capacitação.

(16)

complicações ocorridas durante a hemodiálise, em procedimentos cirúrgicos e cuidados ao cliente.

E por último finalizamos estas categorias com a Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde discutimos de modo geral o objetivo geral deste trabalho, demonstrando a importância desta em um instituto nefrológico.

(17)

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Avaliar a importância da implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) quanto à atuação do enfermeiro no Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT) de Tangará da Serra.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Evidenciar as legislações que regem a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE);

Verificar o conhecimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e o conhecimento técnico-científico nefrológico dos enfermeiros da unidade de hemodiálise de Tangará da Serra;

Constatar o que o Conselho Regional de Enfermagem (COREN) de Mato Grosso oferece para capacitação da equipe de enfermagem relacionada à hemodiálise;

(18)

PARTE I

1.0 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1ENFERMAGEM E SAÚDE

Na Enfermagem, desde o século XIX, as raízes plantadas por Florence Nightingale, até aos dias de hoje, tem permitido o avance no conhecimento sobre o processo de cuidar, só que nesta época ainda não se utilizava o termo processo de enfermagem, mas Florence já enfatizava a necessidade de ensinar as enfermeiras a observar e a fazer julgamentos sobre as observações feitas. Nesta época emergia a vontade de um registro oficial das práticas de enfermagem, entretanto, as enfermeiras da época não tinham subsídios e apoio para que isto se concretizasse (GARCIA & NÓBREGA, 2009; GEOVANINI et al., 2002).

Florence, em 1887, decepcionou a enfermagem quando combateu há um movimento de enfermeiras inglesas que objetivava a obtenção do registro oficial e consequentemente o reconhecimento do curso de Enfermagem. Segundo Florence não era necessária o registro de enfermagem, porque o real significado da profissão era o seu espírito vocacional e de submissão, postura que, de certa forma, mostrava seu compromisso com as elites. Vale ressaltar que nesta época as enfermeiras, em sua maioria, casavam com os médicos e eram submissas a eles, em casa e no trabalho. Desta forma a enfermagem jamais seria reconhecida, sendo sempre um símbolo de submissão (GEOVANINI et al., 2002).

No século XX as práticas do cuidado tinham sido contestadas e os profissionais impulsionados pela lógica do sistema capitalista e pelo avanço da ciência, buscaram a valorização da enfermagem ao iniciar a construção de um conhecimento próprio, por meio de elaborações teóricas. Nesta época no Brasil, Horta publica o seu livro “Processo de Enfermagem” sistematizando as ações de enfermagem, para ela o conhecimento científico era metódico e sistemático, que se tornava ciência quando se organizava num sistema de proposições demonstradas experimentalmente e que se relacionavam, sempre enfatizando a valorização do termo saúde (HORTA, 1979; KLETEMBERG et al., 2010).

(19)

simplesmente a ausência de doença ou enfermidade. E a Constituição Federal (1988), complementa que saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Entretanto, saúde, nada mais é que uma resultante da influência dos fatores sócio-econômico-culturais, como alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente e acesso a serviços de saúde, dentre outros. Percebe-se desta forma que a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que tendem a alterar o equilíbrio de sua saúde (KAWAMOTO & FORTES, 1997).

1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E SUAS BASES LEGAIS

Como visto, o desejo de sistematizar as ações de enfermagem vem desde a época de Florence e posto em prática na década de 70 por Wanda Horta, que somente foi assegurada com as bases da Constituição Federativa do Brasil, onde ficou estabelecido que cada profissional exerce a sua profissão, e pelo COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) que através da lei 7.498 de 1986 regulamentou o exercício da enfermagem, constando que a consulta e prescrição de enfermagem é um método privativo do enfermeiro.

Depois disto, veio resoluções que foram aprimorando e, então reconhecendo o exercício da enfermagem em lei, agora cabe aos enfermeiros a implantação deste método privativo de trabalho, para que o reconhecimento da enfermagem possa ser considerado como uma profissão de caráter científica, não somente em leis, mas também na prática do dia a dia e assim ser reconhecida pela população como caráter individual da enfermagem.

(20)

A partir desta resolução começou a cobrar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em hospitais e em outras instituições, como as de ensino, empresas e qualquer outro ambiente onde ocorra a assistência de enfermagem.

No estado de Mato Grosso, através da Decisão COREN MT 025/2004- Implantação da SAE, resolveram que em todas as instituições de saúde do estado deveriam implantar e/ou implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem neste estado. Determinando prazos, que variavam de nove a doze meses, para que todas as instituições se organizassem para o cumprimento desta resolução.

Porto (2008), afirma que ao sistematizar a assistência de enfermagem, o cliente estará recebendo uma assistência determinada em lei, garantindo a biossegurança e a continuidade do cuidado nos níveis primário, secundário e terciário. Através do instrumento formulado baseado no processo de enfermagem o enfermeiro organiza as ações da equipe de enfermagem melhorando a qualidade do atendimento prestado.

Timby e Smith (2005), dizem em seus estudos que a ação da enfermagem para a tomada de decisões clínicas originou-se das técnicas e do processo científico de resoluções de problemas, provendo desta forma a base para assistência de enfermagem em todos os serviços de saúde.

Desta forma percebe-se que a utilização da SAE é um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos na assistência individualizada ao cliente e caracterizar sua prática profissional, contribuindo na definição do seu papel, sendo que ela apresenta uma organização nas fases de seu fluxo. O enfermeiro necessita conhecer as fases do processo de enfermagem, sob o contexto de um referencial teórico e, assim, promover o cuidado e o restabelecimento do paciente (NEVES &SHIMIZU, 2010; OLIVEIRA et al., 2008).

O processo de enfermagem pode ser definido como uma série de ações sistemáticas que visam a um resultado determinado, desta forma pode ser constituída por uma série de etapas e ações planejadas que visam às satisfações das necessidades encontradas, atingindo a homeostase, tendo suas ações inter-realizadas, visando à assistência ao ser humano com um inter-relacionamento e dinamismo em suas fases (HORTA, 1979; PORTO, 2008).

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a vários problemas encontrados por enfermeiros ao implantar e implementar esta assistência aos diversos ambientes de trabalho.

A importância da SAE continuou a mesma, sendo que sua aplicação nas instituições de saúde apresenta uma segurança no planejamento, execução e avaliação das condutas de enfermagem e uma individualização da assistência, trazendo uma visibilidade e autonomia para o enfermeiro. Para a implementação desta assistência alguns requisitos são necessários e está relacionada aos aspectos que envolvem o ensino em enfermagem, a estrutura das organizações do trabalho de enfermagem e, além disso, elementos que encerram crença, valores, conhecimento, habilidade e prática do enfermeiro. O trabalho de enfermagem sistematizado é equivalente a um trabalho em equipe, devendo o processo constar de informações básicas a respeito do cliente, onde tanto a equipe de enfermagem como a equipe multiprofissional devem contribuir no levantamento dessas informações à medida que se relacionam com o paciente, para assim termos um levantamento completo de suas necessidades individuais (CIANCIARULLO, 2005; NEVES &SHIMIZU, 2010).

Para implantar a SAE é necessária a utilização de uma teoria para alicerce, pois esta é composta de conceitos que visam a descrever fenômenos, correlacionar fatores, explicar situações, prever acontecimentos e controlar os resultados obtidos a partir das ações de enfermagem, direcionando os enfermeiros à tomada de decisões quanto às ações a serem realizadas, responsabilizando-os de forma científica e não mais executar as tarefas de maneira empírica. Desta forma, a teoria funciona como um alicerce estrutural para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que requer uma metodologia para ser implementada. Os elementos das teorias são uniformes, como enfermagem, pessoa, ambiente e saúde, também conhecidos como paradigma ou modelo de enfermagem (NETTINA, 2007; TANNURE & GONÇALVES, 2008).

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King (1971) sobre o alcance dos objetivos, a de Neuman (1972) sobre intervenções propositadas, a de Leininger (1978) sobre os cuidados transcultural, a de Roy (1979), onde estímulos rompem um sistema adaptativo, a de Watson (1979), sobre promover saúde, restabelecer a saúde do paciente e prevenir doenças e a de Brenner e Wrubel (1989),sobre o cuidado essencial e ajuda mútua (CARRARO, 1997; NETTINA, 2007; POTTER & PERRY, 2005).

Os pacientes renais submetidos à hemodiálise têm o seu plano de cuidados desenvolvidos de acordo com as atividades de enfermagem estabelecidas pelo enfermeiro, e ao longo da sessão de hemodiálise, caso o enfermeiro da hemodiálise identifique um novo diagnóstico de enfermagem, ele acrescenta este ao instrumento Diagnóstico/ Evolução/ Prescrição de Enfermagem da unidade de origem, selecionando ou acrescentando as atividades de enfermagem correspondentes, adequando assim a sua SAE (Gaidzinskiet al., 2008).

1.3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO RIM

Os rins são órgãos que lembram a forma de um grão de feijão, apresentam uma coloração marrom-avermelhada, encontram-se no espaço retroperitoneal, um de cada lado da coluna vertebral, de tal forma que seu eixo longitudinal corre paralelamente ao músculo psoas maior (RIELA, 2003). A posição do fígado faz com que o rim direito seja mais baixo do que o rim esquerdo e, além disso, ambos são sustentados pela gordura perirrenal, pelo pedículo vascular renal, pelo tônus muscular abdominal e pelo volume geral das vísceras abdominais (TANAGHO & MCANINCH, 2007).

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Cada rim humano contém cerca de 1 a 1,5 milhão de unidades funcionais chamados néfrons, sendo que há dois tipos destes, os néfrons corticais que apresentam cerca de 85% dos nefróns e sua maioria está no córtex do rim, responsáveis pela remoção de resíduos de produtos e pela reabsorção de nutrientes, e os néfronsjustamedulares com alças de Henle profundas que se estendem até a medula do rim, tendo como principal função promover a concentração da urina. Os néfrons são os responsáveis pelo controle da capacidade dos rins para excretar os resíduos do sangue e, ao mesmo tempo, manter o balanço hidroeletrolítico. Com isto, percebemos que o principal papel do rim é fazer o adequado balanço ácido-básico de todo o organismo, fazendo de certa forma o chamado sistema tampão. Estes autores enfatizam que as doenças de qualquer parte do organismo podem afetar a função renal e produzir anormalidades na urina (STRASINGER & LORENZO, 2009).

Filho (2000), classifica as nefropatias quanto aos elementos primariamente acometidos, como os glomérulos (glomerulopatias), e/ou interstício (doenças túbulo-intersticiais e túbulo-intersticiais) e vasos. E nos estágios já avançados de muitas destas nefropatias, a sua maioria é difícil ou impossível definir a estrutura primariamente lesada, e assim são os pacientes sob longo tempo de diálise.

O fluxo sanguíneo para os dois rins corresponde a 22% do débito cardíaco, representado um fluxo sanguíneo de 1.000 a 1.200 ml/min para um homem de 70-75 kg. Agora nos lembramos do peso dos rins, ambos pesam juntos 300 gramas, desta forma o fluxo sanguíneo por grama do rim é de cerca de 4 ml/min, um fluxo 5 a 50 vezes maior que em outros órgãos. Este sangue que atinge o rim passa inicialmente pelos glomérulos, onde cerca de 20% do plasma é filtrado, totalizando uma taxa de filtração glomerular de 120 ml/min ou 170 litros/dia, destes apenas 1,5 litros é excretado na urina. E a maior parte da água filtrada (60 a 70%) é reabsorvida no túbulo contornado proximal, que é uma das estruturas do néfron, acompanhando a reabsorção de cloreto de sódio (GYTON & HALL, 2002; RIELLA, 2003).

Uma das modalidades de tratamento para transtornos renais é a diálise, que nada mais é que a infusão de moléculas de solutos através de uma membrana semipermeável, passando do lado de maior concentração para o de menor concentração, tendo como objetivo manter a vida e o bem-estar do cliente, tendo como métodos a diálise peritoneal, hemodiálise e terapia de reposição renal contínua (NETTINA, 2007).

(24)

compreensão da fisiologia renal é necessária para avaliar, planejar e implementar os cuidados de enfermagem apropriados para os clientes saudáveis e com disfunção renal (SMELTZER & BARE, 2005).

1.4 HEMODIÁLISE

O termo diálise para separação de colóides dos cristalóides foi criado em 1854 por Thomas Graham. Em 1924, George Haas realizou a primeira sessão de diálise em seres humanos e em 1948 foi realizada a primeira sessão de diálise nos Estados Unidos da América, utilizando o dialisador de Kolff. No Brasil foi realizada a primeira sessão de hemodiálise em 1949 pelo Dr. Tito Ribeiro de Almeida. Em 1960, Scribner e Quinton criaram o shuntarteriovenoso, e 6 anos depois Cimino e Brescia idealizaram a fístula arteriovenosa primária. E, finalmente em 1973 foi aprovada a lei que permitia o livre acesso de todo cidadão americano à diálise (RIELLA, 2003).

O número de clientes em diálise em nosso país aumenta todos os anos, o “Data SUS”

comprova isto com seus censos realizados em todos os anos. No censo realizado em 1999 havia uma prevalência de 372 pacientes em diálise em Cuiabá e 716 no nível de Mato Grosso, totalizando 54.841 clientes em hemodiálise em todo o Brasil. Em 2007, esta estatística caiu para 327 clientes em diálise em Cuiabá, porém aumentou para 1.030 usuários em todo o estado de Mato Grosso e para 94.282 pacientes em diálise em todo o Brasil. Entretanto, Carvalho et al.(2010), diz que há em cerca de um milhão de pessoas com doença renal, mas 70% destes casos são sub-diagnosticados e estima-se ainda, que para cada paciente em diálise existem de 15 a 30 pacientes que possuem alguma doença renal crônica.

A mais utilizada das modalidades de diálise é a hemodiálise, a qual o indivíduo necessita de um monitoramento constante ao longo das sessões para prevenir e detectar complicações decorrentes durante este procedimento, pois algumas são eventuais e outras já são graves e fatais (NASCIMENTO & MARQUES, 2005).

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recuperar a saúde; e, por último a social, de ensino, pesquisa, administração, responsabilidade legal e participação na associação de classe. E, além disso, deixa claro que a enfermagem é um serviço prestado ao ser humano e parte integrante da equipe de saúde. O enfermeiro tem papel fundamental na orientação quanto autocuidado, para que os clientes mantenham higienização adequada para minimizar os ricos de infecções, principalmente àquelas causadas por cateteres mal manipulados fora do ambiente hospitalar.

Para a escolha de um método dialítico devem ser considerados os aspectos referentes à eficiência do método, capacidade de ultrafiltração (UF), via de acesso para a diálise e necessidade de anticoagulação. As indicações para se iniciar a terapia substitutiva renal podem ser divididas entre as consideradas como urgência, no caso de hiperpotassemia ou hipervolemia refratárias às medidas clínicas prévias ou quando há risco iminente de vida, pericardite e encefalopatia urêmica e, aquelas eletivas que podem ser determinadas pelo nível de função renal, por parâmetros nutricionais ou pela presença de sintomas urêmicos. A hemodiálise deve ser vista como uma modalidade terapêutica da diálise capaz de proporcionar uma melhor qualidade de vida, maior longevidade e uma freqüência cada vez menor de complicações (RIELLA, 2003). As exigências para iniciar a hemodiálise incluem, um acesso à circulação do paciente, máquina de diálise e dialisador com membrana semipermeável, banho de diálise apropriado, um tempo, cerca de 4horas, por três vezes na semana e o local (NETTINA, 2007).

Quanto ao ambiente da unidade de hemodiálise, deve seguir todas as normas da resolução RCD(Resolução da Diretoria Colegiada) nº 154, de 15 de junho de 2004 que estabelece o regulamento técnico para o funcionamento dos serviços de diálise.

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A hemodiálise pode ser dificultada em clientes com débito cardíaco extremamente baixo ou que são sensíveis a alterações abruptas no estado volumétrico, nestes casos deve ser feita outra escolha do método de diálise (MORTON et al., 2007).

As sessões de hemodiálise podem ser acompanhadas de diversos tipos de intercorrências clínicas, como: cãibras, que podem ocorrer ao final da diálise quando os líquidos e eletrólitos deixam o espaço extracelular; desequilíbrio; as disritmias, que podem resultar das alterações nos eletrólitos e no pH ou devido a remoção dos antiarrítmicos durante a diálise; dor torácica, que pode ocorrer em clientes com anemia ou cardiopatia arterioesclerótica; hipotensão, que pode ser representada por taquicardia, náuseas, vômitos e sudorese. Estas intercorrências podem associar-se a hemorragias, trombose, desordens osmolares e arritmias. No caso de febre, calafrios, precordialgia e dispnéia em diálise que podem ser precipitadas por bactérias ou produtos bacterianos cuja origem pode estar na água, no reúso, ou mesmo nas soluções de infusão venosa, para isto faz-se o tratamento com antipiréticos e, após as coletas de amostras para hemoculturas utiliza-se antibióticos (RIELLA, 2003; SMELTZER & BARE, 2005).

Ao longo das sessões de hemodiálise, através do acesso vascular do cliente, permite com que o sangue seja removido, limpo e devolvido ao sistema vascular do cliente, em velocidades entre 200 e 800 ml/min. Há vários tipos de acessos disponíveis, como cateteres subclávio, jugular interno e femoral, mais utilizados em casos de hemodiálise aguda e removidos quando não mais necessários. Outro tipo é a fístula, mais permanente, criado por meio cirúrgico ao anastomosar uma artéria a uma veia, esta leva 4 a 6 semanas após a cirurgia para ser utilizada, um período que permite a cicatrização (NETTINA, 2007; SMELTZER & BARE, 2005).

O enxerto criado ao interpor, por via subcutânea, um material de enxerto biológico, semibiológico ou sintético entre uma artéria e uma veia, geralmente são colocados no antebraço, braço ou coxa, neste caso as complicações mais comuns são infecções e trombose. E as complicações mais recorrentes do acesso vascular são infecções, coágulo no cateter, trombose ou estenose da veia central, estenose ou trombose, isquemia da mão e aneurisma ou pseudo-aneurisma (NETTINA, 2007; SMELTZER & BARE, 2005).

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PARTE II

2.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 LOCAL DE ESTUDO

Esta pesquisa foi realizada em Tangará da Serra, Mato Grosso. Esta cidade está localizada na região sudoeste do Estado de Mato Grosso, entre as serras de Tapirapuã e dos Parecis, conhecida como Médio Norte. Sua área urbana possui 9.514.474,58 m² e encontra-se a 240 quilômetros da capital de Cuiabá (PREFEITURA MUNICIPAL DE TANGARA DA SERRA-MT, 2007). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010),Tangará da Serra tem uma área de unidade territorial de 11.391,314 km² e uma população de 83.431 habitantes.

2.2 ÁREA DE ESTUDO

Este estudo foi desenvolvido no Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT) de Tangará da Serra, uma clínica especializada e situada na Rua Benedito Pereira de Oliveira nº1821-N, Jardim Europa. Essa instituição inaugurada no dia 01 de dezembro de 2008, possuem atualmente 24 profissionais interdisciplinares de saúde, sendo 2 médicos nefrologistas, 2 enfermeiros nefrologistas, 1 nutricionista, 1 psicóloga, 1 farmacêutico, 1 assistente social e 16 técnicos de enfermagem, prestando serviço a93 pacientes em tratamento hemodialítico de Tangará da Serra e região.Os pacientes comparecem nesta unidade 3 vezes por semana para as sessões de hemodiálise, sendo segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira ou terça-feira, quinta-feira e sábado, no período matutino ou vespertino, sendo o período noturno e domingos somente para emergências.

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agosto de 2011 foi realizado o estágio voluntário, acompanhando os enfermeiros da unidade e aplicado um questionário fechado com 12 afirmativas (segue em apêndice) entregues a eles. Durante a análise dos dados foi necessário anular a afirmativa de número cinco (5) referente a contraindicação de hemodiálise para pacientes com coagulopatias, por apresentar ambigüidade na questão, pois não foi especificado a forma de coagulopatia.

O questionário foi aplicado no consultório, um ambiente calmo, sem ruídos e fechado. Para responder às questões os sujeitos não utilizaram quaisquer meio de informação, ao término recebemos os questionários e levamo-los para o local de processamento dos dados. O local onde foi realizado este processamento era um ambiente tranqüilo, calmo e com boa iluminação, sendo que os dados foram tabulados utilizando a planilha eletrônica Microsoft Excel, onde transformamos os dados em gráfico e tabelas e usamos também a planilha eletrônica Microsoft Word onde transcrevemos as opiniões na íntegra relatadas pelos enfermeiros durante a observação, para então analisarmos e discutirmos os resultados.

2.3 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

A pesquisa iniciou-se após parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat – Campus de Cáceres, conforme protocolo nº076/2011 e parecer nº138/2011 de 15 de setembro de 2011, ambos CEP/UNEMAT e respeitando os preceitos éticos e legais de acordo com a Resolução 196/96. O Conselho Nacional de Saúde, através da resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996 aprovou diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo os seres humanos. Os sujeitos concordaram livremente em participar da pesquisa após esclarecimentos sobre os objetivos e procedimentos a serem adotados e, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido que lhe foram entregues em três via, sendo que uma permaneceu com eles, uma com o comitê de ética e a outra em posse dos pesquisadores.

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pesquisador descreve, explica e prediz, envolvendo uma progressão relativamente linear de tarefas (CERVO & BERVIAN, 1983; CHIZZOTTI, 2001; GIL, 1999; POLIT, BECK & HUNGLER, 2004).

A pesquisa qualitativa quer fazer jus à complexidade da realidade, permitindo uma investigação da constância, da estabilidade, da ordem e das relações causais explicativas dos fenômenos, exigindo com que o pesquisador se envolva intensamente, permanecendo em geral no campo por longos períodos de tempo. Neste estudo será útil a adição dos termos quantitativos para melhorar o delineamento, porém o alvo dos estudos qualitativos é descobrir o significado e revelar realidades múltiplas (CHIZZOTTI, 2001; DEMO, 2000; POLIT, BECK & HUNGLER, 2004).

Este método quanti-qualitativo é de natureza diferenciada, um gerando questão para aprofundar o outro, mas se complementam na compreensão da realidade social (MINAYO & SANCHES, 1993).

O tipo descritivo refere-se a observar, analisar e correlacionar fatos sem manipulá-los, estudando fatos e fenômenos do mundo físico e humano, procurando descobrir a freqüência com que o fenômeno ocorre. Enquanto a explicativa tem como preocupação identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenosaprofundando o conhecimento da realidade (CERVO & BERVIAN, 1983; CHIZZOTTI, 2001; GIL, 1999; POLIT, BECK & HUNGLER, 2004).

A pesquisa de campo consiste na observação atenta de um objeto de interesse do pesquisador, pois o conhecimento é adquirido sem que o pesquisador possa interferir no objeto do estudo, neste caso utiliza-se um instrumento de coleta de dados (CRUZ & RIBEIRO, 2003).

Neste estudo o instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário do tipo fechado, que compreende uma técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas às pessoas para avaliar conhecimentos, opiniões, expectativas e outros. E quando diz pergunta fechada refere-se as quais casa resposta possíveis são fixadas de antemão, que neste caso terão três alternativas, concordo, discordo e tenho dúvida (GIL, 1999).

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Enfermagem – Mato Grosso), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), do “Data SUS” e do

ministério da saúde, estudos literários e artigos científicos provenientes do LILACS e SCIELO.

Para evidenciar as legislações em relação à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) utilizamos o site do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (COREN-MT), onde foram visualizadas as leis, resoluções, decreto e decisão do estado. Analisamos estas legislações na íntegra, do qual realizamos um desfecho de cada uma, formulando um registro individual, contendo seu número, sua resenha, um resumo de sua íntegra elaborado pelos pesquisadores, a data em que foi sancionada, a cidade, o presidente que a sancionou e a data de publicação no diário oficial da união (DOU), este último item é apenas para as leis e o decreto. Realizamos este “ check-list” das legislações evidenciadas para compará-las e obter uma análise real, para assim discutir a sua existência com a real importância para o processo de enfermagem.

Investigamos o conhecimento do enfermeiro sobre a SAE e seu conhecimento técnico-nefrológico por meio de um questionário com definições e legislações da SAE, antecedentes de enfermagem importantes para a sistematização, complicações ocorridas durante as sessões de hemodiálise, contra indicações para este procedimento, fisiologia do rim, diagnósticos de enfermagem e resolução em relação à hemodiálise. O questionário era composto por 12 questões, sendo algumas verdadeiras e outras falsas, as quais tiveram como resposta: concordo, discordo e tenho dúvida.

Por meio do Conselho Regional de Enfermagem (COREN) de Mato Grosso descobrimos o que este estado oferece para capacitação da equipe de enfermagem que atua em uma unidade de hemodiálise. E a atuação do enfermeiro foi analisada através de uma observação minuciosa durante o estágio realizado no mês de agosto de 2011 no Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT) de Tangará da Serra.

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por um observador, e de campo, sendo feita a observação aos fenômenos da realidade social (BARROS & LEHFELD, 1990; BOTH et al., 2007).

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PARTE III

3.0RESULTADOS E DISCUSSÕES

O resultado obtido foi organizado e realizado, baseado na transcrição na íntegra dos depoimentos gravados e registro das observações, aos quais foram feitos recortes dos depoimentos mais importantes para o nosso estudo. Foram então excluídas as falas que na leitura das mesmas na íntegra não apresentaram relação com o tema em questão. Além disso, foi aplicado um questionário, que foi analisado o índice de erros e acertos pelos entrevistados.

Para demonstrar os resultados obtidos nesta pesquisa e discutir estes, respondendo a todos os objetivos propostos, as análises aos depoimentos e processamento dos dados possibilitaram a divisão dos resultados em cinco categorias, as quais são, respectivamente, legislações, conhecimentos, capacitação, atuação dos enfermeiros e Sistematização da Assistência de Enfermagem. Estas categorias estão relacionadas ao objetivo geral proposto que é avaliar a importância da implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) quanto à atuação do enfermeiro no Instituto Nefrológico de Mato Grosso (INEMAT) de Tangará da Serra.

CATEGORIA I - LEGISLAÇÕES

Legislação é um grupo de leis, incluindo além desta, as resoluções, os decretos, as portarias e decisão. Segundo Luft (2000), a lei é uma prescrição da autoridade, que determinam os direitos e deveres dos cidadãos. Nesta categoria procuramos evidenciar a legislação que apresentam relevância para a sistematização da assistência de enfermagem (SAE), incluindo os subsídios que o enfermeiro tem para formular legalmente um processo de enfermagem.

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Tabela 1– Distribuição quanto a Cronologia das Legislações de Enfermagem relevantes à SAE.

Ano Resolução/Leis/Decreto Resenha

1955 Lei Nº 2.604 Regula o exercício da enfermagem profissional.

1973 Lei Nº 5.905 Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências.

1986 Lei Nº 7.498 Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências.

1987 Decreto Nº 94.406 Regulamenta a Lei Nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências.

1993 Resolução COFEN-159 Dispõe sobre a consulta de enfermagem.

2002 Resolução COFEN-272 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE – nas Instituições de Saúde Brasileiras.

2004 Decisão COREN-MT 025 Dispõe sobre a implantação e / ou implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE nas instituições de saúde, no âmbito do Estado de Mato Grosso.

2007 Resolução COFEN-311 Aprova a reformulação do Código de Ética dos profissionais de Enfermagem.

2009 Resolução COFEN-358 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências.

Fonte: Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso) COREN-MT

Para compreender as legislações que protegem o exercício do processo de enfermagem no Brasil, iremos citar e explicá-las em forma crescente, considerando os anos em que as mesmas foram sancionadas.

A lei nº2.604 de 1955 regula o exercício profissional da enfermagem no Brasil, tornando legalmente a atividade de enfermagem neste país, destacando em seu artigo

primeiro: “É livre o exercício de enfermagem em todo o território nacional, observadas as

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Kletemberget al. (2010), também destacam em seu trabalho esta lei, em um estudo sobre as leis de enfermagem no exercício profissional, analisando que somente em 1955 o exercício profissional da enfermagem foi regulamentado no Brasil pela Lei 2.604/55. Para Dantas & Aguillar (1999), esta lei entrou em vigor devido ao crescimento da quantidade dos profissionais de enfermagem nos serviços de saúde, então verificaram a necessidade de disciplinar o exercício profissional, o que ocorreu por meio da lei nº 2604/55.

Então, em 1973 foi sancionada a lei nº5.905 que criou os Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Enfermagem, por meio do artigo primeiro desta lei onde diz: “são

criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social”. Neste mesmo contexto Dantas & Aguillar (1999), relatam que a classe da enfermagem só começou a ser fiscalizar por profissionais da mesma área após a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, com a promulgação desta lei.

Com isto, percebe-se que estes conselhos foram criados para fiscalizar e apoiar às atividades dos profissionais de enfermagem no Brasil, que antes eram fiscalizados pelo Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina, que não era composto por nenhum profissional da classe de enfermagem, enfraquecendo desta forma a organização de profissionais, pois até neste período não tinha uma classe para defender seus direitos.

Somente após muitos questionamentos da prática profissional e de que a Lei nº 2.604/55 já não mais satisfazia às necessidades sentidas pela categoria, o Conselho Federal de Enfermagem encaminhou aos órgãos competentes o projeto da nova lei do exercício profissional, a qual só foi promulgada, com muitos vetos, em 1986 (Dantas & Aguillar, 1999).

Esta lei nº 7.498 de 1986, dispõe quanto à regulamentação do exercício da enfermagem, descreve o papel e o perfil de suas categorias, que incluem parteiras, auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro. Esta lei mantém a mesma disposição da lei nº2.604 de 1955 ao dizer em seu artigo primeiro que: “É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei”, fazendo complementações

como já citadas. E esclarece em seu artigo segundo, parágrafo único que: “A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de

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A lei 7.498 impõe legalmente o planejamento da assistência de enfermagem por meio de seu artigo décimo primeiro: “O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe privativamente: c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem”.

Esta lei pode ser evidenciada no estudo de Kletemberget al. (2010), ao relatarem que após a aprovação desta, em 1986, houve um grande avanço em termos de autonomia profissional na classe da enfermagem, uma maior clareza na definição de seus papéis, e uma aceitação da sistematização da assistência de enfermagem como parte das atividades privativas do enfermeiro.

Esta lei foi regulamentada pelo decreto 94.406 de 1987, que regulamenta o exercício profissional de enfermagem no país, definiu a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) como atividade privativa do enfermeiro e especificou a elaboração da prescrição de enfermagem, como parte integrante do programa de enfermagem. Percebemos que este decreto também é discutido por Tannure & Gonçalves (2008), em seus estudos sobre a SAE no Brasil, que só mereceram destaque no final da década de 80, quando este decreto, o Decreto-lei nº94.406/87 entrou em vigor.

Em 1993 por meio da resolução COFEN-159, resolve em seu artigo primeiro que:

“Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a consulta

de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem”. E a

partir desta resolução que em 2002 foi criado a resolução COFEN-272 para implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em todas as instituições de saúde.

Barbosa et al. (2007), também utilizaram em sua pesquisa os conceitos da lei 7.498/86 e da resolução COFEN-159/93 para comprovar, respectivamente, a regulamentação do exercício de enfermagem e a obrigatoriedade da consulta de enfermagem, para discutir a partir disto seu tema sobre os saberes técnicos e populares em saúde.

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5 etapas, sendo o histórico de enfermagem, exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem.

Para amparar os enfermeiros, diz nesta lei que os conselhos regionais deveriam promover encontros, seminários e eventos para qualificar os enfermeiros quanto à implantação e implementação da SAE, auxiliando-os neste processo de enfermagem para que os mesmos pudessem desenvolver todas as etapas com mais facilidade, principalmente quanto às etapas de diagnósticos e prescrições de enfermagem.

Gonçalves et al. (2007); e Leadebal et al. (2010), também destacaram em seus estudos os conceitos da lei 7.498/86 do exercício profissional e da resolução 272/2002 da SAE, para expressarem, de forma explicita e implicitamente, considerações acerca do processo de enfermagem para desenvolverem seu estudo em instituições de ensino superior de enfermagem quanto ao ensino e importância desta sistematização na matriz curricular acadêmica.

Então, dois anos depois da resolução COFEN-272/2002 o Conselho Regional de

Enfermagem de Mato Grosso, estabeleceu e divulgou a decisão “COREN-MT 025/2004-

Implantação da SAE”. Esta decisão reforça a resolução COFEN-272/2002, pois a decisão de Mato Grosso (MT) foi formulada pela obrigatoriedade da resolução COFEN-272/2002 e baseando-se nesta, percebe-se isto pelos seus artigos que se apresentam iguais nos artigos primeiro, segundo e terceiro, diferenciando os demais artigos.

No caso da Decisão-MT, eles são voltados para o âmbito de Mato Grosso, onde estabeleceu prazos para que as instituições de saúde cumprissem o mandado, sendo que os prazos variavam de 9 até 12 meses à partir da data de sua publicação, de acordo com o quadro e categoria dos pacientes de determinado setor.

Para que a assistência de enfermagem fosse cumprida por lei de uma maneira ética, tanto para o profissional quanto para o cliente assistido, criou-se a resolução COFEN-240/2000 que aprovava o código de ética de enfermagem e este código foi reformulado e revogado, pela resolução COFEN-311/2007. França et al. (2007), também observa em seu estudo esta nova resolução ediz que esta modificou o Código de Ética Profissional dos Enfermeiros. Com isto, esta nova resolução comprovaem seu artigo primeiro que: “Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem para aplicação na jurisdição de

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Tendo a partir disto, o profissional, um código de ética de enfermagem, regulamentado pelo COFEN, órgão máximo da classe, a ser seguido. Este código diz que é responsabilidade e dever do profissional de enfermagem, em seu artigo décimo segundo: “Assegurar à pessoa,

família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia,

negligência ou imprudência.” E em seu artigo décimo sexto: “Garantir a continuidade da

Assistência de Enfermagem em condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da

categoria.” Deixando claro desta forma que todos os profissionais de enfermagem são responsáveis pela sistematização da assistência de enfermagem (SAE).

Para ampliar e modificar alguns artigos da resolução quanto à implantação e implementação da SAE, a resolução 272/2002 foi revogada pela resolução COFEN-358/2009 que estabeleceu que a SAE e a implementação do Processo de Enfermagem fossem realizadas em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Deixa evidente que estes ambientes incluem as instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros.

Além do mais, reformula as etapas do processo de enfermagem, tornando-as mais interrelacionadas, interdependentes e recorrentes, formando as cinco etapas, que compreendem a coleta de dados de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. Este processo de enfermagem deverá ter embasamento teórico para sua realização e ser registrado formalmente, sendo que a etapa de planejamento não seria necessária o seu registro, este que fica por inteira responsabilidade e capacidade do enfermeiro.

Por meio disto, com exceção a etapa de planejamento, as outras etapas necessitam de registro, sendo que deve ser feito um resumo dos dados coletados, os diagnósticos de enfermagem, as ações ou intervenções de enfermagem a serem realizadas e os resultados alcançados recorrentes das prescrições de enfermagem para comprovar a eficácia das prescrições realizadas no cliente e provar a necessidade destas pelo enfermeiro.

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das ações ou intervenções de enfermagem”. Melhorando desta forma a nova resolução, para

uma melhor compreensão e adequação da assistência pelo enfermeiro.

E ainda, vem especificando a obrigação de seguir o código de ética de enfermagem em sua assistência, em especial nas consultas, determinando em seu artigo quarto que:

Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe à liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem esperados.

Luiz et al. (2010); Silva & Moreira (2011), também relatam em seus estudos que a SAE é uma atividade privativa do enfermeiro segundo a Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86 e a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/2009, e que esta sistematização organiza o trabalho profissional no que se refere ao método, pessoal e instrumentos, o que possibilita a operacionalização do Processo de Enfermagem.

Algumas das legislações evidenciadas nesta categoria também são constatadas nos estudos de Santos et al. (2006), ao fazerem um levantamento bibliográfico sobre a legislação em enfermagem, quanto aos atos normativos do exercício profissional.

CATEGORIA II - CONHECIMENTOS

De acordo com Houaiss, Villar & Franco (2009), o conhecimento é um ato ou efeito de conhecer, é uma ciência, e para verificar o conhecimento sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e o conhecimento técnico-científico nefrológico dos enfermeiros desta unidade de hemodiálise, elaboramos um questionário com 12 questões que incluem história de enfermagem, resoluções COFEN, decisão COREN-MT, resolução sobre o programa de hemodiálise, fisiologia em nefrologia e diagnósticos de enfermagem. O questionário que foi aplicado segue em apêndice, os sujeitos tiveram como opção de resposta: concordo, discordo e tenho dúvida.

O Código de Ética do Profissional de Enfermagem destaca em seu artigo segundo que:

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prática profissional.” Revelando desta forma a importância do aperfeiçoamento do conhecimento do enfermeiro para atuar na prática, devendo manter-se sempre atualizado para um melhor atendimento.

Conforme o questionário aplicado que segue em apêndice, iremos discutir em ordem crescente cada questão, sendo que algumas estão agrupadas por estarem se tratando de um mesmo assunto, citando as respostas dadas pelos entrevistados, revelando assim a quantidade de respostas adequadas e inadequadas destes. O gráfico abaixo demonstra a quantidade de respostas adequadas dadas pelos sujeitos, sendo que do questionário foram válidas 11 questões.

Gráfico 01 – Distribuição quanto à adequacidade das respostas*

Fonte: Autores desta pesquisa

*Considera-se não adequado quando respondeu tenho dúvida, quando respondeu discordo e deveria responder concordo, quando respondeu concordo e deveria responder discordo.

Na tabela a seguir pode ser analisada a adequacidade das afirmativas dadas pelos 3 enfermeiros entrevistados quanto aos temas expostos no questionário.

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Tabela 2– Distribuição quanto aos temas expostos no questionário.

Tema

Resposta Adequada

F (%)

Resposta Inadequada

F(%)

Resolução COFEN-358/2009 e a importância da implantação e

implementação da SAE e o uso de uma teoria de enfermagem 9(100%) 0

Participação de Florence na História da Enfermagem 0 3(100%)

Decisão COREN de Mato Grosso 025/2004 2(66,66%) 1(33,33)

RDC nº 154 de 15 de junho de 2004 6(100%) 0

Fisiologia do Edema 2(66,66%) 1(33,33%)

Complicações durante a sessão de hemodiálise 3(100%) 0

Sistema Renina Angiostensina (SRA) 1(33,33%) 2(66,66%)

Diagnósticos de Enfermagem 2(66,66%) 1(33,33%)

Fonte: Autores desta pesquisa

Relacionado à primeira afirmativa desta pesquisa, quanto à nova resolução da SAE, a resolução COFEN-358/2009, os enfermeiros apresentaram adequado conhecimento, por todos terem acertado a afirmação, demonstrando desta forma que os enfermeiros estão com seus conhecimentos atualizados em relação a este tema.

A resolução COFEN-358/2009, estabelece em seu artigo primeiro que: “O Processo de

Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes,

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resolução há uma alteração nas etapas do processo de enfermagem, tornando-os mais interrelacionados, interdependentes e recorrentes.

Este resultado também foi encontrado na pesquisa de Moura, Rodrigues & Silva (2003), sobre as percepções de enfermeiros e gestantes sobre a assistência pré-natal, com 30 enfermeiros, onde eles apresentaram conhecimento quanto a SAE, porém não aplicavam na prática.

Esta nova resolução, a COFEN-358/2009 destacada na afirmativa, sobre a sistematização da assistência de enfermagem, também foi utilizada para conceituar a SAE e analisar sua aplicação em alguns ambientes em pesquisa, como nos estudos de Luiz et al. (2010), sobre a sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva em relação ao conhecimento e aplicação da SAE da equipe de um hospital de ensino, onde houve uma limitação da instituição e dos profissionais de enfermagem para a implantação. E também, nos estudos de Silva & Moreira (2011), sobre Sistematização da assistência de enfermagem em cuidados paliativos na oncologia sob visão dos enfermeiros, onde evidenciaram que havia uma necessidade de capacitação teórica para a implantação da SAE.

A segunda afirmativa refere-se à participação de Florence na história da enfermagem, quando combateu há um movimento de enfermeiras inglesas que objetivava a obtenção do registro oficial, os enfermeiros entrevistados apresentaram um desconhecimento sobre o tema, por terem escolhido a opção inadequada para a afirmação.

A questão é evidenciada nos estudos de Geovanini et al. (2002), sobre a história da enfermagem, ao relatar que para Florence não era necessário o registro de enfermagem, porque o real significado da profissão era o seu espírito vocacional e de submissão, postura que, de uma certa forma, mostrava seu compromisso com as elites, para Florence a enfermagem era um dom e não uma profissão.Ao analisarmos os estudos de Carraro (1997), percebemos que Florence tampouco foi mais explícita quanto à assistência de enfermagem, porém sugeriu algumas formas de assistência quanto a manutenção da saúde, prevenção de infecções e prejuízos, recuperação de doenças, educação a saúde e controle do meio ambiente, que não foram colocadas em prática por Florence.

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conhecimentos científicos diferentes do modelo biomédico e que a enfermagem nesta época assumia uma orientação profissional dirigida para o imediatismo, baseando em ações práticas, de modo intuitivo e não-sistematizado.

Em relação à terceira afirmativa sobre a Decisão COREN de Mato Grosso quanto à aplicação da SAE neste estado. Esta afirmativa formulada através da Decisão COREN MT 025/2004- que dispõe sobre a implantação da SAE, que o mesmo resolveu que em todas as instituições de saúde do estado deveriam implantar e/ou implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem neste estado em determinando prazos, que variavam de nove a doze meses, para que todas as instituições se organizassem para o cumprimento desta resolução.

Esta afirmativa em questão apresentava o ano e o período errados, ao colocarem, respectivamente, 2006 e o período de 3 a 9 meses para a implantação da SAE neste estado, sendo que o correto é o ano de 2004 e o período de 9 a 12 meses para atualização dos enfermeiros. Nesta afirmativa, dois enfermeiros responderam de forma adequada, enquanto um sujeito respondeu inadequadamente à afirmativa, apresentando desta forma um desconhecimento quanto ao tema exposto.

Este desconhecimento de um dos entrevistados quanto à legislação acima citada, do Conselho de Regional de Enfermagem de Mato Grosso, também foram encontrados nos trabalhos de Leal, Monteiro & Barbosa (2004), com 25 enfermeiros de Programa de Saúde da Família (PSF), quanto aos horizontes da percepção do enfermeiro do PSF sobre os limites de sua legislação, onde somente 42,8% souberam diferenciar tais elementos, confirmando um desconhecimento dos enfermeiros entrevistados acerca da legislação de sua classe profissional.

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Tabela 1  –  Distribuição quanto a Cronologia das Legislações de Enfermagem relevantes à SAE
Gráfico 01 – Distribuição quanto à adequacidade das respostas*
Tabela 2  –  Distribuição quanto aos temas expostos no questionário.  Tema  Resposta  Adequada  F (%)  Resposta  Inadequada F(%)

Referências

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