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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Desempenho produtivo do feijoeiro submetido à

adubação nitrogenada e potássica em cobertura em

condições de La Niña

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Tomás Seibel de Alcântara

(2)

Desempenho produtivo do feijoeiro submetido à adubação

nitrogenada e potássica em cobertura em condições de La

Niña

Por

Tomás Seibel de Alcântara

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Graduação em Agronomia, Área de Concentração em Fitotecnia, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito

parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Agrônomo

.

Orientador: Thomas Newton Martin

(3)

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Curso de Graduação em Agronomia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de

Conclusão de Curso

Desempenho produtivo do feijoeiro submetido à adubação

nitrogenada e potássica em cobertura em condições de La Niña

elaborado por

Tomás Seibel de Alcântara

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Agrônomo

COMISÃO EXAMINADORA:

__________________________________

Prof. Dr. Thomas Newton Martin

(Presidente/Orientador)

__________________________________

Prof. Dr. Ubirajara Russi Nunes

__________________________________

Eng. Agr. Mestre e doutorando Marcos da Silva Brum

(4)

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Santa Maria, ao Departamento de Fitotecnia e ao Setor de Estudos em Áreas de Coxilha pela oportunidade de realização do Estágio Supervisionado em Agronomia.

Ao Setor de Agroclimatologia e ao Instituto Nacional de Meteorologia pelos dados climatológicos fornecidos.

Aos meus pais, Neomir P. de Alcântara e Adelaide T. Seibel de Alcântara, pelas oportunidades que me foram dadas para o estudo.

A minha namorada Priscila D. Lopes que sempre me apoiou e ajudou nos momentos que precisei.

Ao Professor Thomas Newton Martin pela orientação e incentivo durante todo o trabalho.

À minha irmã Marina de Alcântara pelo apoio e auxílio em momentos de dificuldade.

Aos meus amigos que não mediram esforços na hora de me apoiar e ensinar quando precisei.

(5)

RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Graduação em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria

Desempenho produtivo do feijoeiro submetido à adubação nitrogenada e potássica em cobertura.

Autor: Tomás Seibel de Alcântara Orientador: Thomas Newton Martin Data: Santa Maria, 25 de junho de 2012.

O nitrogênio e o potássio são os nutrientes que o feijoeiro apresenta maiores exigências e ambos são absorvidos pela planta de formas diferentes. Assim as informações da adubação nitrogenada (N) e potássica (K) em cobertura e seus efeitos na produtividade, são importantes para definir as estratégias de adubação. Objetivou-se neste trabalho avaliar os componentes de rendimento do feijoeiro submetido à adubação nitrogenada e potássica em cobertura em condições de La Niña. O experimento foi conduzido a campo na área pertencente ao Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Utilizou-se sementes da cultivar BRS Valente que foram semeadas em parcelas e adubadas com base na análise do solo e recomendação para a cultura. Em cobertura, isoladamente e em conjunto foram aplicados o N e o K, aos 20 e 40 dias após a emergência das plantas (DAE) constituindo os seguintes tratamentos: T1: 20N; T2: 20K; T3: 40N; T4: 40K; T5: 20NK; T6: 40NK; T7: 20 e 40NK, T8: 20 e 40N; T9: 20 e 40K e T10: Testemunha sem adubação. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com os tratamentos sendo distribuídos em um fatorial com quatro repetições. Devido a intensidade do evento La Niña houveram prejuízos no crescimento e desenvolvimento da cultura. A deficiência hídrica foi tão intensa que colocou em risco a perpetuação da espécie, pela baixa produção de sementes. Concluiu-se que os componentes de rendimento do feijoeiro não variam com a aplicação de nitrogênio e potássio aos vinte e quarenta dias após a emergência em condições de La Niña.

(6)

ABSTRACT

Course Conclusion Work Graduation Course of Agronomy Federal University of Santa Maria

Performance of bean crop subjected to nitrogen and potassium in coverage.

Author: Tomás Seibel de Alcântara Advisor: Thomas Newton Martin Date: Santa Maria, June 25, 2012.

The nitrogen and potassium are the nutrients that the bean plant presents greater demand and both are absorbed by the plant in different ways. This way, the information of nitrogenous (N) and potassium fertilization (K) in coverage, and its effects in productivity are important to define the fertilization strategies. It was aimed with this work to evaluate the bean plant production compounds under the nitrogenous and potassium fertilization in coverage in La Niña conditions. The experiment was conducted in Field in the area belonging to the Phytopathology Department at the Federal University of Santa Maria (RS). There were used seed from the BRS Valente Farm which were sowed in parts and fertilized based on the soil analysis and recommendation for the cultivation. In coverage, isolated and collectively the N and K were applied, on the 20th and 40th days after the plants emersion (DAE) constituting the following treatments: T1: 20N; T2: 20K; T3: 40N; T4: 40K; T5: 20NK; T6: 40NK; T7: 20 and 40NK, T8: 20 and 40N; T9: 20 and 40K and T10: Witness without fertilization. The experimental delineation was of random blocks with the treatments distributed in factorial with four repetitions. Due to the intensity of the La Niña event there were losses in growth and development of culture. hydric stress was so intense that put at risk the perpetuation of the species, the low seed production. It is concluded that the compounds of bean plant profit do not vary with the application of nitrogenous and potassium on the 20th and 40th days after the plants emersion in La Niña conditions.

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SUMÁRIO

2 OBJETIVOS ... 9

3 REVISÃO DE LITERATURA ... 10

3.1 Produção mundial ... 10

3.2 Caracterizações Botânicas e Morfologia... 10

3.3 Fatores Condicionantes da Produtividade ... 12

3.3.1 Manejo ... 12

3.3.2 Condições Edafoclimaticas ... 13

3.3.3 Exigências Nutricionais ... 15

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 18

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 21

6 CONCLUSÃO ... 27

(8)

1 INTRODUÇÃO

Com a modernidade o homem buscou por meio de incrementos tecnológicos a melhoria de sua qualidade de vida, conquistando assim, uma maior longevidade que se somada com os índices de natalidade, resultam em um crescimento exponencial da população mundial, atingindo hoje, números recordes e alarmantes de habitantes. Estes fatores geram um acréscimo na demanda por alimentos que conduzem a humanidade a buscar, cada vez mais, novas alternativas sustentáveis para alimentação. Seguindo esta linha de raciocínio é fundamental que todas as atividades agrícolas sejam estudas a fundo, possibilitando, assim o seu melhor aproveitamento e intendimento.

Dos alimentos vegetais mais ricos em proteínas estão as leguminosas. Quando cozidas, contém 6% a 11% de proteína. Dentre as leguminosas estão incluídos todos os feijões e também as lentilhas, ervilhas secas, fava, tremoço, soja e grão-de-bico (WANDER et al, 2007). A cultura do feijoeiro é amplamente conhecida no mundo fazendo parte da cultura de inúmeros países. É considerada uma ótima fonte alternativa de proteína tendo, na maioria dos casos, baixo custo aquisitivo. Porém esta ainda apresenta carências marcantes de estudos sobre o seu cultivo, o que compromete largamente seu potencial produtivo.

O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada do gênero Phaseolus, contribuindo com 95% da produção mundial de feijões. O Brasil é seu maior produtor mundial seguido pela Índia e China (CONAB, 2010), seu grão, juntamente com o arroz, é a base alimentar da população brasileira, uma vez que o feijão representa uma importante fonte proteica para a raça humana principalmente nos países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. Dados da CONAB (2010) estimam que o consumo domiciliar per capta dos brasileiros é de 12 kg hab-1 ano-1. Seu consumo é regionalizado apresentando variações não apenas nas quantidades consumidas, mas também na preferência pela cor e até mesmo tamanho de grão.

(9)

9

vem atraindo produtores mais tecnificados, cujo objetivo é sua comercialização. Isto vem aumentando a demanda por pesquisas visando melhorar seu rendimento. Com isso surge uma nova gama de cultivares de feijão tipo comercial. Uma destas é a BRS Valente, que é uma cultivar de feijão comercial preto que vem se destacando pela sua produtividade, ampla adaptação, qualidade de grão, porte ereto e resistência ao acamamento. Sua adaptação se da em grande parte do Brasil sendo indicado para os estados de Goiás/Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Sabidamente a cultura do feijoeiro depende de certas condições para seu correto desenvolvimento e consequente expressão de seu potencial produtivo. Dentre estas podemos destacar fatores edafoclimáticos como, condições adequadas de temperatura, nutrição e pluviosidade e também fatores relacionados ao manejo da cultura o controle da ocorrência de pragas, doenças, plantas daninhas, entre outras.

Um fator determinante para o incremento da produtividade e rentabilidade do feijoeiro tanto para grandes como pequenas lavouras é sua correta adubação. Para avaliar a resposta do feijoeiro a diferentes fracionamentos da adubação nitrogenada e potássica realizou-se este trabalho. Objetivando aferir os momentos de aplicação dos nutrientes que coincidam com os de maior exigência da planta. Implicando em possíveis menores perdas de nutrientes concomitantes com maiores produtividades, aumentando assim a rentabilidade da cultura, além de reduzir o impacto ambiental gerado pela má utilização de adubos tanto químicos como orgânicos.

2 OBJETIVOS

(10)

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Produção mundial

Dentre as dez culturas de maior produção no mundo o feijão encontra-se ocupando a sétima posição. Apesar da pequena produção de 19.723,3 mil toneladas e área ocupada de 25.211,5 mil hectares (CONAB, 2010), é componente importante na dieta mundial sendo uma alternativa importante de fonte protéica em substituição da proteína animal. O Brasil é o maior produtor mundial representando 17,7% da produção total e 16,5% da área total ocupada. O estado com maior produção é o Paraná, com 20,7% do total brasileiro. A participação do Rio Grande do Sul na produção nacional vem diminuindo contribuindo cerca de 3,5% do total do país (CONAB, 2010). Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de feijão, e a área ocupada com a cultura do feijoeiro aumentar a cada ano cerca de 0,8%, sua produção ainda está aquém do necessário para suprir a demanda interna, que teve um acréscimo de 1,22% em relação à safra de 2009/10 (CONAB, 2011).

3.2 Caracterizações Botânicas e Morfologia

O feijão comum é uma planta anual herbácea, trepadeira ou não, com crescimento determinado ou indeterminado, pertencente à família Leguminosae, subfamília Faboideae, gênero Phaseolus. Está classificado como Phaseolus vulgaris L. (VIEIRA et al, 1998).

Seu sistema radicular é formado por uma raiz principal pivotante, responsável pela sustentação da planta, da qual se desenvolvem, lateralmente, raízes secundárias responsáveis pela absorção de nutrientes. O caule é herbáceo, formado por uma sucessão de nós e entrenós, onde estão inseridos, no primeiro nó, os cotilédones; no segundo, as folhas primárias (folhas simples); e, a partir do terceiro, as folhas trifolioladas definitivas (folhas opostas, compostas e alternas) (SILVA, 2003).

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determinado. Podem ser brancas, róseas ou violetas e apresentarem apenas uma cor ou duas. O fruto é um legume deiscente cuja cor é característica da cultivar, podendo estar uniformemente distribuída ou não, e variar de acordo com o grau de maturação. A semente é uma exalbuminosa que pode apresentar várias formas, tamanhos e cores.

Para uma melhor compreensão do processo de desenvolvimento da planta do feijoeiro é importante que se conheça as etapas de seu desenvolvimento fenológico. Sendo assim, na Tabela 1 podem-se observar as fases do desenvolvimento fenológico e as respectivas características do feijoeiro na forma de escala. A escala fenológica mais encontrada na literatura foi elaborada por Gepts e Fenández (1982), e é mencionada no trabalho de Fancelli (2009). Na escala proposta os autores sugerem que a cultura do feijoeiro tenha seu desenvolvimento biológico dividido em dez etapas onde cinco englobam as fases vegetativas (V0 a V4) e o restante representam as fases reprodutivas (R5 a R9).

Tabela 1: Estágios fenológicos do feijão com suas respectivas características e desenvolvimento médio em número de dias após semeadura.

Fonte: Fancelli (2009).

Estádio Características Tempo

Fase Vegetativa

V0 Germinação da Semente 4

V1 Emergência Cotilédones ao nível do solo (plântula) 8

V2 Folhas primárias totalmente abertas 12

V3 Primeiro trifólio 20

V4 Terceira folha trifoliada 29

Fase Reprodutiva

R5 Pré Florescimento (aparecimento de botões florais) 33

R6 Florescimento (abertura da 1° flor) 43

R7 Formação das primeiras vagens 53

R8 Enchimento de vagens 65

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---3.3 Fatores Condicionantes da Produtividade

Para se obter acréscimos na produtividade de qualquer cultura é preciso levar-se em consideração a combinação de uma série de fatores, que possibilitem as melhores condições possíveis para a cultura almejada, tendo em vista sempre a expressão do máximo potencial produtivo do material genético implantado.

3.3.1 Manejo

O feijoeiro comum por apresentar ciclo curto e sistema radicular sensível, necessita de cuidados que iniciam na pré-semeadura, como a escolha da área, pois, não é compatível com solos pesados, compactados e mal drenados. Não tolera competição com plantas daninhas, principalmente nas primeiras fases do seu desenvolvimento, portanto a área a ser cultivada deve ser livre de plantas daninhas devendo-se controlar a reinfestação (COBUCCI, 2005).

As sementes de feijão normalmente apresentam facilidade em germinar, porém devem ser livres de patógenos e apresentar bons índices de germinação e vigor. A profundidade de semeadura recomendada varia de4 a 5 cm e o espaçamento é de 0,4m a 0,6m de largura entre fileiras com 10 a 15 sementes por metro linear (PELOSO et al, 2003). Estes cuidados com a qualidade da semente e profundidade de semeadura garantem a homogeneidade da lavoura, fator este marcante no controle de doenças e consequente produtividade.

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Por se tratar de uma cultura cultivada em diversos locais cujo clima, solo, regime pluviométrico, temperatura, altitude, etc., são muito variados, incide sobre ela um grande número de patógenos. Segundo Lobo Junior (2005) há ocorrência de mais de vinte doenças divididas em doenças causadas por patógenos de parte aérea e causadas por patógenos de solo, podem ser provocadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides que ocorrem em diferentes regiões com intensidade variada.

A ocorrência de pragas na cultura do feijoeiro comum é condicionante importante na produtividade da lavoura. Os danos em alguns casos podem chegar a comprometer até 100% da produção. Existe uma série de pragas que são encontradas em lavouras de feijão no Brasil, porém as responsáveis por maiores perdas na produção, e cuja ocorrência é mais difundida em todo território nacional são a cigarrinha-verde, as vaquinhas, a mosca-branca, os ácaros e os percevejos (QUINTELA, 2005).

3.3.2 Condições Edafoclimáticas

O feijoeiro comum é uma cultura de ciclo curto, e por isso mais sensível a variações de temperatura, sendo um problema comum em diversas regiões produtoras do Brasil inclusive o Rio Grande do Sul. Além disso, suas exigências térmicas oscilam muito durante o seu desenvolvimento. Para que o feijoeiro atinja o rendimento potencial máximo, a temperatura do ar deve apresentar valores mínimo e máximo entre 12ºC e 29ºC, sendo a temperatura ótima de 21°C, porém, para sua germinação, temperaturas em torno de 28°C são consideradas ótimas (DOURADO NETO & FANCELLI, 2000).

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É importante ressaltar que altas temperaturas também podem ser decisivas na ocorrência de diversas doenças que atacam a cultura do feijão, e que o período onde o feijão é mais afetado pela alta temperatura é o da pré-floração e enchimento de vagens.

No que se refere ao estresse hídrico (excessos e deficiências), o feijoeiro é, de modo geral, classificado como uma espécie muito sensível principalmente na fase de florescimento. Isso ocorre em função de suas limitações anatômicas e fisiológicas, pela baixa capacidade de recuperação após a deficiência hídrica e também pelas raízes pouco desenvolvidas (GUIMARÃES, 1988).

A cultura do feijão requer boa disponibilidade de água durante todo o ciclo. Cerca de 300 mm bem distribuídos ao longo do desenvolvimento da planta, principalmente nas etapas de germinação/emergência, floração e enchimento do grão. Seu período crítico situa-se em torno de 15 dias antes da floração (MALUF et al, 2001; SILVA et al, 2005).

O déficit hídrico causa redução do rendimento devido ao menor número de vagens por planta e, em menor escala, à diminuição do número de sementes por vagem. Este efeito negativo pode ser minimizado conhecendo-se as características pluviais de cada região e o comportamento das culturas em suas fases fenológicas. Porém, estas medidas são capazes apenas de minimizar as perdas levando-se em consideração a imprevisibilidade climática em que os produtores estão submetidos. Por outro lado o feijoeiro é uma planta sensível ao excesso de água no solo, sendo o seu desenvolvimento vegetativo e a produtividade bastante prejudicada quando ocorre encharcamento do solo (STONE et al, 2004).

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3.3.3 Exigências Nutricionais

No Brasil o feijoeiro vem deixando de ser considerada uma cultura de subsistência e se tornando uma das culturas mais rentáveis com o uso de alta tecnologia. Nesse sentido, a nutrição mineral se destaca como um dos fatores isolados mais importantes para o aumento da produtividade nas lavouras de feijão. Segundo relatos de Teixeira (2000), o adequado fornecimento de nutrientes para o feijoeiro, pelo uso de adubos minerais, poderá contribuir não só para aumentar a produtividade, mas também para melhorar o valor nutricional do feijão.

Em relação aos nutrientes minerais, os grãos de feijão são ricos, principalmente em potássio (25-30% do conteúdo total de minerais), fósforo (cerca de 0,4%), ferro (cerca de 0,007%) cálcio, zinco e magnésio (ARAUJO et al, 1996). Andrade (2004) cita que o nitrogênio (N) e o potássio (K) estão situados respectivamente na primeira e segunda posição dos nutrientes cujo feijoeiro apresenta maiores exigências nutricionais e exportação pelos grãos. Este mesmo autor, ainda menciona que a exportação média de nitrogênio é de 35,5 kg ha-¹ e do

potássio é de 3,1 kg ha-¹.

O suprimento inadequado de nitrogênio é considerado um dos principais fatores limitantes ao rendimento de grãos de feijão, pois o mesmo exerce importante função nos processos bioquímicos da planta. É elemento estrutural da molécula da clorofila, atuando na fotossíntese e ligado a funções essenciais como a absorção de nutrientes e a produção de carboidratos para o seu desenvolvimento (ROSALEM, 1996).

Apesar do nitrogênio ser absorvido durante grande parte do ciclo do feijoeiro, ocorrem épocas específicas em que a planta apresenta maiores exigências. Nesta fase a absorção do nutriente é acelerada atingindo sua máxima velocidade. O período em que se observa esta maior demanda de N ocorre dos 35 aos 50 dias após a emergência da planta, e coincide com o florescimento. Neste período, a planta absorve de 2,0 a 2,5 kg N ha-1 por dia (ROSELEM, 1996).

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simbiótica de N não tem sido suficiente para atender a demanda da planta e normalmente se obtém reposta ao nitrogênio mineral aplicado. A absorção por meio dos nódulos varia de 40 a 90% do total de acumulo de nitrogênio pela planta dependendo do genótipo vegetal e do rizóbio, (RUMJANEK, 2005). Ou seja, há a necessidade de suplementação do nutriente em menor ou maior dosagem por meio da adubação mineral.

O nitrogênio é um elemento cujo manejo, e recomendação, são de alta complexidade. Este apresenta diversas reações de ordem tanto químicas quanto biológicas, que são condicionadas por fatores edafoclimáticos. As perdas de N podem ocorrer por lixiviação, volatilização, desnitrificação e erosão, quando manejado inadequadamente (RAMBO et al, 2008). Evidenciando a importância da correta aplicação deste nutriente e as tendências ao seu melhor aproveitamento se aplicado de forma parcelada (ARF et al, 2004).

A recomendação para a adubação nitrogenada no feijoeiro leva em conta o teor de matéria orgânica encontrada no solo e a expectativa de produção. Para índices de matéria orgânica (M.O.) menores que 2,5% recomenda-se a aplicação de 50 kg ha-1 de N, se o teor de M.O. se encontrar entre 2,6 e 5% a indicação é de 30

kg ha-1 e para índices maiores que 5% indica-se aplicação de menos que 20 kg ha-1

de nitrogênio. Estes valores são propostos para uma produção esperada de 1,5 t ha

-1, e para cada tonelada adicional que se desejar produzir deve-se acrescentar 20 kg

há-1 de N aos valores anteriormente citados (SBCS, 2004).

O potássio não está presente na constituição de nenhuma molécula orgânica em vegetais, porém é um elemento de grande importância em uma série de atividades bioquímicas. Este atua como ativador de enzimas, regulador da pressão osmótica e abertura e fechamento de estômatos, aspectos estes cruciais para o correto aproveitamento da água pela planta. Além disso, o K atua na fotossíntese, formação de frutos e resistência à doenças e ao frio (GIRACCA et al, 2010).

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ao final do florescimento e início da formação das vagens. No primeiro e no segundo períodos o feijoeiro absorve, em média, 1,7 kg ha-1, e 2,2 a 3,3 kg ha-1 de K por dia

respectivamente. A partir do final do segundo período a absorção de potássio decresce muito sendo praticamente nula (ROSELEM, 1996).

Lima et al (2001) cita que a respeito da adubação potássica, há poucos estudos, principalmente com referência a adubação em cobertura. Porém, na solução do solo, o potássio é móvel e, também, sujeito perdas por lixiviação, ocorrendo principalmente em solos ácidos e com baixa CTC, características comumente encontradas em solos brasileiros.

A recomendação para adubação potássica é feita com base na capacidade de troca de cátions a pH 7,0 do solo em que se deseja cultivar o feijoeiro pois, a disponibilidade ás plantas deste nutriente está ligada a este condicionante. Os teores de potássio no solo são classificados entre muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto e a recomendação oscila entre 110 kg ha-1 e 0 kg ha-1 de K2O, para

primeiro cultivo e entre 70 kg ha-1 e menos que 30 kg ha-1 de K2O para segundo

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4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido em área do Departamento de Fitotecnia localizado no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - RS. latitude 29°43'2.81"S, longitude 53°43'58.28”O (Figura 1) e altitude de 119 m. O clima predominante, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa, subtropical úmido com verões quentes e sem estação seca definida (MORENO, 1961).

Figura 1. Vista aérea da área experimental situada a 29º 43´ 04’’ S, 53º 44’ 01’’ O, com altitude de 119 metros. Fonte: Google EARTH.

O solo foi classificado como um Argissolo Vermelho, unidade de mapeamento São Pedro (DALMOLIN et al, 2005), com as características químicas encontradas na camada superficial (0 a 20 cm), antes da instalação do experimento apresentado na na Tabela 2.

Tabela 2. Características químicas do solo (0 a 0,20m) da área experimental.

pH água Ca Mg Al H+Al CTC efet. Saturação (%) Índice

1:1 cmolc/dm3 Al Bases SMP

5,0 8,30 3,0 0,70 7,70 12,30 5,70 59,90 5,50

% MO %Argila Textura S P-Mehlich P-resina K CTC pH7 K

--- m/v --- --- mg/dm3 --- --- cmolc/dm3 ---- --- mg/dm3 ----

2,80 27,00 3,0 16,30 18,90 x 0,225 19,30 88,0

Relações molares

Cu Zn B Fe Mn Na Ca/Mg (Ca+Mg)/K K/(Ca+Mg)1/2

--- mg/dm3 ---

(19)

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A área experimental foi manejada antes da semeadura com o herbicida Gliphosate produto comercial Gliphosate® na dose de 5 L ha-1, como forma de controle de plantas daninhas.

A cultivar utilizada foi a BRS Valente que possui as seguintes características: é uma planta arbustiva, com crescimento indeterminado, com porte ereto, flor violeta, sementes de coloração preta e ciclo normal (80 a 94 dias) (EMBRAPA, 2000). As sementes utilizadas foram tratadas com inseticida IMIDACLOPRIDO 150g/L + TIODIOCARBE 450g/L (Cropstar®), e fungicida TRIAZOL 150g/L (Baytan®).

O experimento foi implantado no dia 21/10/2011 com ressemeadura dia 27/10/2011. A semeadura foi realizada manualmente com o auxílio de uma régua onde as sementes foram colocadas nas covas com um espaçamento de 0,11m. A adubação de base assim como as correções de acidez do solo, foram realizadas manualmente e seguiram as recomendações técnicas indicadas para a cultura do feijoeiro, baseada nos resultados da analise de solo (SBCS, 2004). Cabe ressaltar que, no caso do nitrogênio e do potássio as dosagens utilizadas na base levaram em consideração o posterior fracionamento utilizado em cobertura.

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Figura 2. Croqui experimental, com as dimensões experimentais, a aleatorização dos tratamentos (T) e as unidades experimentais (EU).

A emergência das plantas se deu no dia 03/11/2011, e sendo assim, a primeira e segunda aplicação dos tratamentos em cobertura se deu nos dias 23/11/2011 e 13/12/2011 respectivamente.

No dia 17/11/2011 foi realizada a aplicação do herbicida SETOXIDIM 184 g/L (Poast®) juntamente com o inseticida IMIDACLOPRIDO 100 g/L + BETA-CIFLUTRINA 12,5 g/L (Connect®) e o fungicida AZOXISTROBINA 200 g/L + CIPROCONAZOL 80 g/L (Priori XTRA®). No dia 24/11/2011 repetiu-se a aplicação do herbicida SETOXIDIM 184 g/L (Poast®). E no dia 29/11/2011 foi aplicado os herbicidas FOMESAFEN 250 g/L e o S−METOLACLORO 960 g/L.

A colheita foi realizada no dia 16/01/2012 e as características avaliadas foram: estatura de plantas (EP, cm), número de plantas (NP), número de vagens por planta (NVP), número de grãos por planta (NGP), número de grãos por vagem (NGV), massa de mil grãos (MMG, g), massa de grãos (MG, kg ha-1) e massa de

grãos ajustada (MGA, kg ha-1), que foi calculada levando-se em consideração os

dados obtidos de número de grãos por planta (NGP), número de plantas (NP, parcela-1) e massa de mil grãos (MMG, g) no formato de estimativa. O componente EP foi obtido a partir da média de cinco plantas escolhidas aleatoriamente.

Os dados foram analisados pela análise de variância a 5% de probabilidade de erro, utilizou-se o software Genes (CRUZ, 2006).

5m

U E Bloco 1 U E Bloco 2 U E Bloco 3 U E Bloco 4

2,8m 1 3 11 10 21 4 31 1

2 10 12 2 22 9 32 4

3 1 13 5 23 2 33 5

N 4 6 14 9 24 10 34 2

5 4 15 3 25 1 35 6

6 9 16 4 26 3 36 9

7 8 17 8 27 5 37 7

8 5 18 6 28 8 38 10

9 7 19 1 29 6 39 8

10 2 20 7 30 7 40 3

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se no experimento que o desenvolvimento fisiológico da cultura do feijoeiro, variedade BRS Valente, é dependente das condições ambientais conforme indicação da literatura. Segundo a qual a cultura apresenta ciclo da emergência à maturação fisiológica de 80 a 94 dias e 40 a 53 dias para a floração (EMBRAPA, 2000). Em campo visualizou-se floração aos 40 DAE e ciclo ligeiramente menor que o previsto, sendo de 74 dias, o que pode ter sido causado pela deficiência hídrica ocorrida no local do experimento durante o período de estudo. (Figura 3).

Figura 3. Extrato do Balanço Hídrico de Santa Maria-RS compreendendo o período entre outubro de 2011 a junho de 2012. No detalhe os dias de semeadura, emergência, florescimento, colheita e tratamentos onde N representa nitrogênio e K Potássio. Fonte: Adaptado de Rolim et al.

Nas condições de estiagem (Figura 3) em que a cultura foi submetida, ao que tudo indica tem relação direta com os resultados obtidos, onde a produtividade foi muito aquém da esperada para o feijoeiro em condições normais.

Ávila (1996) cita que a probabilidade da precipitação pluvial superar a evapotranspiração potencial nos meses de dezembro a fevereiro, em praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul, é inferior a 60%. Maluf et al (2001) salienta que baixos valores de precipitação pluvial são mais evidentes principalmente em anos de ocorrência do fenômeno La Niña, além da irregularidade da distribuição da precipitação pluvial ser comum no estado.

Extrato do Balanço Hídrico

-60 -40 -20 0 20 40 60 80 O u t N o v D e z Ja n F e v M a r A b r M a i Ju n m m

Excedente Deficiência Cultura Semeadura

21/110/2011

Emergência 03/11/2012

Colheita 16/01/2012

Florescimento 13/12/2011 N e K

(22)

O fenômeno climático denominado La Niña nada mais é que o resfriamento, na escala de 2 a 3°C, das águas do oceano Pacífico. Isto influencia na ocorrência de chuvas em todo o Brasil onde, há o acréscimo de precipitações nas regiões norte e nordeste e a redução nas regiões sul e sudeste (MALUF et al, 2001). Evidenciando a presença de fortes tendências a ocorrência de estiagens justamente no período em que se cultivou o feijoeiro. Segundo Silva (2005), na média dos anos em Santa Maria (RS), ocorrem deficiências hídricas ao feijoeiro sendo este um dos principais fatores de redução na produtividade.

Além da estiagem pode-se observar, também na Figura 3, que logo após a semeadura ocorrida no dia 21/10/2011 ocorreu uma grande precipitação. Segundo estudos de Silva et al (2005) e Stone et al (2004) semeaduras no início de outubro são as de maior risco à ocorrência de excesso hídrico, prejudicial aos processos de germinação e emergência do feijoeiro. Este fato pode ser observado no experimento, pois como visto na Tabela 1 o tempo, em número de dias após semeadura, para que ocorra a emergência das plântulas é de algo em torno de oito dias, porém no experimento este fato foi visualizado apenas aos treze dias.

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23

Figura 4. Temperatura média máxima e mínima, e precipitação do município de Santa Maria-RS no período entre 14 de outubro de 2011 e 10 de junho de 2010. Onde as setas em verde representam os dias de semeadura e colheita e a linha pontilhada o limite de tolerância térmica da cultura do feijoeiro.

Segundo Hoffmann Júnior et al (2007) a ocorrência de temperaturas máximas entre 28°C e 32°C nos meses de novembro e dezembro, no município de Santa Maria, são normais e neste período, normalmente, o feijão encontra-se na fase reprodutiva. No experimento se pôde visualizar este fenômeno, uma vez que o início da floração se deu no dia 13/12/2011e ouve a ocorrência de dias com elevadas temperaturas.

Estudos indicam que existe alta probabilidade, chegando em alguns casos a 80%, de que nos meses de novembro e dezembro ocorra, em Santa Maria, uma sequencia de quatro dias consecutivos com temperaturas superior a 30°C (ESTEFANEL et al, 1994), o que afeta a produtividade da cultura.

Silva (2003) cita que o risco de dano causado pela ocorrência de temperaturas do ar elevadas durante a floração em Santa Maria é maior quando a semeadura é realizada em épocas do final da safra de culturas de verão, após o equinócio de primavera.

53,00 11,00 3,60 49,40 16,40 33,20

1,400,400,603,801,402,603,403,80 4,80 22,20 1,204,00 12,80 21,40 39,20 4,70 1,004,70 5,609,20 16,00 1,00 117,00 6,80 11,50 0,40 15,20 0,20 34,20 9,808,20 22,40 12,20

2,405,001,80 3,70 13,80 0,40 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 14 /1 0/ 20 11 24 /1 0/ 20 11 03 /1 1/ 20 11 13 /1 1/ 20 11 23 /1 1/ 20 11 03 /1 2/ 20 11 13 /1 2/ 20 11 23 /1 2/ 20 11 02 /0 1/ 20 12 12 /0 1/ 20 12 22 /0 1/ 20 12 01 /0 2/ 20 12 11 /0 2/ 20 12 21 /0 2/ 20 12 02 /0 3/ 20 12 12 /0 3/ 20 12 22 /0 3/ 20 12 01 /0 4/ 20 12 11 /0 4/ 20 12 21 /0 4/ 20 12 01 /0 5/ 20 12 11 /0 5/ 20 12 21 /0 5/ 20 12 31 /0 5/ 20 12 10 /0 6/ 20 12 o C 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 m m

Precipitação Temp. Máxima Temp. Mínima

Semeadura

21/110/2011 16/01/2012 Colheita Limite de tolerância

(24)

Na Tabela 3 são apresentadas as temperaturas médias, máximas e mínimas, e as precipitações esperadas para o município de Santa Maria em condições normais, para os meses de outubro a novembro. Pode-se perceber que, aparentemente a temperatura e a precipitação média são propícias ao cultivo do feijoeiro.

Tabela 3. Temperatura média máxima e mínima, em graus Celsius (°C), e precipitação média, em milímetros (mm), do município de Santa Maria (RS) referente aos meses de outubro a janeiro dos anos de 1961 a 1990.

Normais climáticas

Mês Out Nov Dez Jan

Temperatura Média Máxima °C 24,8 27,3 29,5 30,4

Temperatura Média Mínima °C 13,5 15,9 19,3 19,1

Precipitação mm 145,9 132,2 133,5 145,1

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2012).

Porém somando-se as precipitações no período referente ao ciclo da cultura, ou seja, de outubro de 2011 a janeiro 2012 da Tabela 3 e comparando com as da Figura 5, observa-se divergência bastante significativa. Em condições normais a pluviosidade média é de 556,7 mm e em condições de La Niña observou-se apenas 319 mm. Isto representa um déficit hídrico de 237,7mm ou 42,7% abaixo do esperado para o mesmo período. Somando-se a deficiência hídrica cabe salientar que, as temperaturas para o mesmo período também representaram condições adversas para a cultura do feijoeiro. Pode-se notar na Tabela 3 que a temperatura máxima média para os meses de dezembro e janeiro estão muito próximas do limite tolerado pelo feijão. E na Figura 4 nota-se que o ano de 2012 apresentou temperaturas maiores que a média esperada.

(25)

25

Tabela 4. Análise de variância conforme as fontes de variação, graus de liberdade (GL), estatística F calculada, probabilidade (prob), quadrado médio (QM) e coeficiente de variação (CV), para as características estatura de planta (EP, cm), número de plantas (NP, parcela-1), número de vagens por planta (NVP), número de

grãos por planta (NGP), número de grãos por vagem (NGV), massa de mil grãos (MMG, g), massa de grãos (MG, kg ha-1) e massa de grãos ajustada (MGA, kg ha-1).

A recomendação da Embrapa (2004) para a cultivar BRS Valente é de se ter uma população de 25 plantas por metro quadrado, totalizando 350 plantas por parcela de 14m2. Porém o que pode ser observado, na Tabela 5, é que se obteve uma população muito inferior à almejada sendo de apenas 54,18 plantas por parcela. Este dado foi decorrente dos problemas enfrentados pela cultura na germinação das sementes e pelo estresse hídrico, como mencionado anteriormente.

Outras discrepâncias podem ser observadas nas variáveis: Número de vagens por planta (NVP), número de grãos por vagem (NGV) e número de grãos por planta (NGP). Onde há uma expectativa de se obter em torno de 16 NVP, 4,2 NGV e 67 NGP (LEMOS et al, 2011), porém obteve-se na média geral dos tratamentos 2,92, 2,42 e 6,58 respectivamente (Tabela 5).

Segundo estudos de Costa et al (2009) a massa de mil grãos (MMG, g) obtida pela variedade BRS Valente foi de 230g. Lemos (2011) relata que a MMG obtida foi de 206g, por outro lado no presente experimento os dados obtidos revelam uma MMG de 128g cerca de 44,4% inferior (Tabela 5).

Com isto pode-se observar na Tabela 5, com a média das variáveis avaliadas, que além de apresentarem valores considerados anormais para a cultura do feijoeiro. Segundo levantamento da Conab, a produção média para o ano de 2011 foi de 1.104 kg ha-1 e no experimento a média geral da produção em kg ha-1 foi de

Variaveis EP NP NVP NGP

FV GL QM F Prob. QM F Prob. QM F Prob. QM F Prob.

Blocos 3 22,7527 1796,76 3,57057 31,0945

Tratamentos 9 61,0699 0,7347 1 902,447 1,6777 0,14352 2,31097 0,9683 1 15,8086 0,8964 1

Erro 27 83,1223 537,906 2,38673 17,6364

Mínimo 23,36 9,00 0,38 0,43

Média 36,91 54,18 2,92 6,58

Máximo 55,34 125,00 7,72 22,33

CV(%) 24,70 42,81 52,85 63,83

Variaveis NGV MMG MG MGA

FV GL QM F Prob. QM F Prob. QM F Prob. QM F Prob.

Blocos 3 2,04187 215,625 688,38 645,1655

Tratamentos 9 2,21761 0,6892 1 206,858 1,1458 0,36676 344,371 1,8147 0,1116 322,8021 1,8146 0,111612

Erro 27 3,21777 180,532 189,773 322,8021

Mínimo 0,24 56,00 3,84 3,71

Média 2,42 128,03 28,49 27,57975

Máximo 11,74 172,00 79,75 77,21

(26)

apenas 28,49 kg. Os tratamentos com nitrogênio e potássio aplicados em cobertura não se diferenciaram estatisticamente.

Um aspecto interessante a ser mencionado é que, com os espaçamentos utilizados no experimento, o gasto de semente por hectare foi de aproximadamente 53 kg e a produtividade alcançada foi de apenas 28,49 kg ha-1. Isto representa um pouco mais que a metade do peso de sementes utilizado. Indicando assim que sob condições de La Niña, onde a deficiência hídrica é severa, o feijoeiro não atingiu produtividade suficiente para perpetuar sua espécie.

Tabela 5. Média para as variáveis, estatura de planta (EP, cm), número de plantas (NP, parcela-1), número de vagens por planta (NVP), número de grãos por planta

(NGP), número de grãos por vagem (NGV), massa de mil grãos (MMG, g), massa de grãos (MG, kg ha-1) e massa de grãos ajustada (MGA, kg ha-1).

N*: Nitrogênio, DAE**: Dias após emergência e K***: Potássio.

No gráfico contido na Figura 5 observa-se que existe grande semelhança entre a massa de grãos (MG), verificada por meio da pesagem da produção total de cada parcela, e a massa de grãos ajustada (MGA). Isto indica que a produção total pode ser somente estimada, dispensando a pesagem.

Tratamentos NP NVP NGP NGV MMG MG MGA

(27)

27

Figura 5. Gráfico da massa de grãos ajustada (MGA, kg ha-1) pela massa de grãos

(MG, kg ha-1)

6 CONCLUSÃO

A produtividade do feijoeiro não varia com a aplicação de nitrogênio e potássio em cobertura aos vinte e quarenta dias após a emergência (DAE), em severas condições de La Niña.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MGa = 0,9682x - 4E-14 r2= 1

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

0 20 40 60 80 100

M

G

a

(k

g

/h

a)

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Imagem

Figura 1. Vista aérea da área experimental situada a 29º 43´ 04’’ S, 53º 44’ 01’’ O,  com altitude de 119 metros
Figura  2.  Croqui  experimental,  com  as  dimensões  experimentais,  a  aleatorização  dos tratamentos (T) e as unidades experimentais (EU)
Figura 3. Extrato do Balanço Hídrico de Santa Maria-RS compreendendo o período  entre  outubro  de  2011  a  junho  de  2012
Figura  4.  Temperatura  média  máxima  e  mínima,  e  precipitação  do  município  de  Santa  Maria-RS  no  período  entre  14  de  outubro  de  2011  e  10  de  junho  de  2010
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