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SELEÇÃO DE COR EM RESTAURAÇÕES DIRETAS

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(1)

FERNANDA LEBARBENCHON MOURA DA COSTA

SELEÇÃO

DE COR EM

RESTAURAÇÕES

DIRETAS

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(2)

FERNANDA LEBARBENCHON MOURA DA COSTA

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SELEÇÃO DE COR EM RESTAURAÇÕES DIRETAS

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de

Especialização em Dentistica,

da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do titulo de especialista em Dentistica. Orientador : Prof. Dr. Edson Medeiros Araujo Júnior

(3)

FERNANDA LEBARBENCHON MOURA DA COSTA

SELEÇÃO

DE

COR EM RESTAURAÇÕES DIRETAS

Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para obtenção do titulo de ESPECIALISTA EM ODONTOLOGIA-AREA DE CONCENTRAÇÂO

DENTiSTICA

e

aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis,

19 de março de 2004

Prof. Dr. Mauro Caldeiras de Andrada

Coordenador do programa de

Pós

graduação em Odontologia

BANCA EXAMINADORA

■••■■•11•••■•1101■M=.1MMMMMI.IM=

Prof. Dr. Edson Medeiros Araujo Júnior

Orientador

■=01,■••••••■ MmarMw•MMI m=1.• ... ■■■■■•••■ Prof. Dr. Silvio Monteiro Junior

Membro

(4)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO p.8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA p.10

2.1 Luz e percepção da cor p.10

2.2 Dimensóes da cor p.15

2.2.1 Matiz. p.17

2.2.2 croma ou saturação p.18

2.2.3 'Valor/luminosidade/brilho p.19

2.3 Luz/ambiente p.22

2.3.1 iluminação do consultório p.25

2.4 Enxergando o natural p.27

2.4.1 Histologia dental p.28

2.4.1.1 Polpa p.28

2.4.1.2 Dentina p.28

2.4.1.3 Esmalte p.30

2.4.1.4 Junção amelo-cemendria p.31

2.4.2 Propriedades ópticas dos tecidos dentais p.32

2.4.2.1 Metamerismo p.33

2.4.2.2 Reflexão p.34

2.4.2.3 Refração p.35

2.4.2.4 Translucidez p37

(5)

2.4.2.7 Contra-opalescencia p.40 2.4.2.8 Brilho e textura dos dentes naturais p.41

2.5 Métodos auxiliares na seleção de cores p.43

2.5.1 Guia de tonalidades/escala de cores p.46

2.5.2 Fotografias p.46

2.5.3 Colorimetros p.46

2.6 Reproduzindo o natural p.47

2.6.1 Reprodução de cor em restaurações diretas p.49

2.6.1.1 Contorno dos mamelos dentinários p.50

2.6.1.2 Halo incisal p.51

2.6.1.3 Área translúcida p.52

2.6.2 Caracterizações p.57

(6)

COSTA, F.L.M. Seleção de cor em restaurações diretas.2004. Trabalho de conclusão de

curso ( Especialização em odontologia — Opção dentistica ) — Programa de Pós

Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis.

RE SUMO

0 objetivo desse trabalho

é

revisar conceitos

e

técnicas que facilitem a seleção

da cor em restaurações diretas com resina composta. A literatura tem mostrado que

variação da percepção da cor está diretamente relacionada com a fonte de iluminação

utilizada sendo este

fenômeno

conhecido como metamerismo. Na odontologia moderna

é

fundamental para a reprodução da estética conhecer a base da estrutura dos dentes

naturais

e

a influencia destes tecidos na cor dental, pois estes tecidos possuem diferentes

propriedades ópticas. Outro aspecto relevante

é

identificar as dimensões da cor

( matiz,croma

e

valor)

e

suas propriedades ópticas.Todos estes aspectos devem ser

meticulosamente

estudados

e

associados i métodos auxiliares, como

o

mapa cromático.

Assim

o

dente natural pode ser reproduzido para a obtenção de restaurações estéticas,

devolvendo naturalidade

e

beleza.

(7)

COSTA,

F.L.M. Seleção

de cor em

restaurações diretas.2004.

Trabalho de

conclusão

de curso

( Especialização

em odontologia

— Opção dentistica ) — Programa

de

Pós

Graduação

em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

ABSTRACT

The objective of this study was to review concepts and techniques to improve composite resin direct restorations shade selection. The literature has shown that the light source can affect color perception of an object, which is a phenomenon known as color rendition. In the modern Dentistry it is essential to know the composition and structure of all dental tissues because each tissue possesses different optical properties. Other significant aspect is to identify the three dimensions of color (hue, chrome and value) and its optical properties. All this aspects must be meticulously studied and associated with auxiliary methods, such as shade mapping. Therefore the natural tooth shade can be reproduced to obtain esthetic restorations with natural

apperance.

(8)

1 I

NTRODUÇÃ

O

Atualmente com a super valorização do corpo

e

a manifestação da vaidade, a

beleza está diretamente relacionada ao sorriso. E uma restauração estética só é bem

sucedida quando a cor e contorno tornam-se imperceptíveis, criando uma harmonia de

conjunto. Os avanços obtidos através de pesquisas, e a procura de tratamentos estéticos

pelo paciente, aumentaram nos últimos anos, e associado A suas expectativas, os

profissionais encontram dificuldades na escolha da cor de restaurações de resina

composta.

0 entendimento da cor em dentes anteriores está diretamente relacionado ao

domínio dos compósitos a serem utilizados, e na sensibilidade do profissional em

perceber sutilezas nos dentes adjacentes àque les que serão restaurados. 0 esmalte e a

dentina apresentam, em função de suas características individuais e diferentes

espessuras, graus variáveis de opacidade e translucidez. Em conjunto, esses tecidos

apresentam características que se somam e dão aos dentes sutilezas de cor,

luminosidade, transparência e beleza.

A seleção de cor dos dentes é muito critica para as restaurações estéticas,

exigindo do profissional um esmero e relativa experiência, uma vez que qualquer erro

nesta fase pode comprometer todo o tratamento restaurador. A dificuldade na seleção da

cor tem sido perpetuada, porque a maioria dos dentistas tem pouca experiência para

procedimentos acurados em cor, pois o assunto raramente é incluído nos currículos

(9)

A necessidade do conhecimento da cor é indispensável na prática clinica dos dias atuais, assim, o objetivo deste trabalho é sumarizar conceitos e técnicas que facilitem a seleção de cor em resina composta pelos cirurgiões dentistas, de modo a

(10)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Luz e percepção da cor

0 primeiro aspecto importante a se compreender é o papel da luz no mecanismo de

visdo.Todas formas e cores são percebidas através da reflexão ou emissão de luzes, que

se projetam na retina do olho, funcionando como canal de comunicação com o cérebro,

onde se inicia realmente o processo de percepção visual.Basicamente é importante se

compreender que s6 é possível observar cores pela existência de luz refletida nos

objetos, alcançando os olhos e transmitindo sinais ao cérebro o qual inicia o processo de

percepção das imagens.Dessa forma é fundamental que estudemos o fenômeno LUZ em

suas propriedades básicas para aplicação direta no estudo das cores (SEKITO, 2001).

Existem várias formas de radiação ou energia eletromagnética, sendo a maioria de

suas formas invisível ao olho humano, como raios X, ondas de TV e rádio ( figura 1 ),

que se diferem basicamente em seu comprimento e amplitude de onda.Porém em uma

estreita faixa do espectro eletromagnético entre aproximadamente 360-760 nm, esta

radiação pode ser perfeitamente visível ao olho humano.À esta pequena faixa podemos

ainda observar as variações de cor na luz de acordo com seu comprimento de onda,

partindo de cores azuladas referentes aos comprimentos de onda mais curtos de

(11)

10 ''m 4 Raios cósmicos

'm • Raios gama

• Raios X 10 ir

— • Ultravioleta • Luz visível

10 in

— 44, Infravermelho

= • Microondas

=

- - • TV e Radio 1m

10m

-=7.- • Corrente alternativa 10'm

Figura 1- Espectro eletromagnético por comprimento de onda. Area de luz ( visível ) entre luz

ultra violeta e infra vermelha

Figura 2- Variações cromáticas da luz de acordo com seu comprimento de onda, medido em nanômetros

A luz branca

é

formada pela soma de todos os comprimentos de onda do espectro

( McPHEE,1985; UBASSY,1993 ). Isso se explica porque ao misturar diferentes cores

"de luz"

o

resultado sempre

é

uma cor mais clara, uma vez que cada cor nada mais

é

do

que uma fração de "branco". Por exemplo, ao combinarmos uma luz verde

e

uma luz

vermelha,

o

resultado

será

uma luz mais clara, nesse caso amarela.

(12)

Segundo Bruguera ( 2002 ), quando a luz chega à um objeto , os pigmentos deste

podem absorver todas as cores e como conseqüência ter ausência de luz ( cor negra ),

refletir toda a luz ( cor branca ), ou ainda pode absorver umas cores e refletir outras

,sendo a cor obtida da mistura das cores refletidas.

Desta forma poderíamos definir que as cores seriam nada mais que a percepção

dos vários comprimentos de onda geradas pela incidência da luz nos objetos, e a

variação desta percepção está diretamente ligada a fonte de iluminação utilizada.Quanto

mais presente na fonte de luz todos os comprimentos de onda do espectro

eletromagnético, ou seja, de 380 à 760 nm, mais adequada será esta fonte de iluminação

para seleção de cores em odontologia ( maiores explicações na seção 2.3 - luz e

ambiente ) , pois haverá a possibilidade de reflexão de todos os comprimentos de onda

.Quando atravessamos uma luz num prisma de vidro ( figura 3 ) e esta se decompõem

em todos os comprimentos de onda semelhante ao fenômeno do arco-iris, chamamos a

esta luz de espectro integral, completo ou ainda de luz branca.

(13)

Figura 4- Percepção da luz refletida no objeto pelos olhos ( Sekito e Monnerat;2001 ) Fenômeno que sera detalhado na seção 2.4.2.2

Da mesma forma que podemos decompor a luz de espectro integral através de

prismas observando-se os vários comprimentos de onda responsáveis pelas cores do

arco-iris, as cores primárias do sistema aditivo ( cores originadas por adição de

comprimentos de onda — luzes ) amarelo, azul e vermelho ( figura 5 ); quando graduadas

em maior ou menor intensidade,podem gerar todas as cores do universo policromático,

facilmente exemplificados no nosso cotidiano nas telas de projeção de cinema ou mesmo

nos monitores de TV e computador, onde todas as cores são formadas pela quantificação

destas três cores. Isso acontece quando as cores primárias são misturadas regidas pelo

sistema aditivo de luz,que rege a geração de cores obtidas através de focos de luz. Porém

na odontologia, ao trabalharmos com pigmentos, o sistema que rege é chamado sistema

subtrativo de luz ( figura 6) (SEKITO, MONNERAT, 2001 ). As cores primárias são

cores "puras" que nunca podem ser obtidas com a mistura de outras cores, já as cores

secundárias que são o verde ( azul + amarelo ),laranja ( vermelho + amarelo ) e violeta (

vermelho + azul )são resultantes da mistura da cores primárias. Se misturarmos as três

cores primárias no sistema aditivo dará como resultado a cor branca,porém se essa

(14)

qualquer mistura regidos pelo sistema aditivo, sera uma cor mais luminosa, quer dizer,

que terá mais branco, e qualquer mistura regida pelo sistema subtrativo obteremos uma

cor com maior tendência para o cinza. Segundo Bruguera (2002) estas são as principais

normas que regem a teoria da cor.Por6m para a odontologia, como já foi mencionado, o

mais importante 6 o sistema subtrativo de luz, onde o resultado da mistura das três cores

primárias 6 uma nova cor com tendência ao negro ( cinzas ).Todas cores de dentina que

trabalhamos tem como dominante uma cor, primária ou secundária, normalmente entre

laranja,vermelho e amarelo.Para sabermos qual cor é dominante 6 importante conhecer

mais uma característica do sistema subtrativo da luz: as cores complementares. Cor

complementar 6 a cor "X" , onde toda cor "Y" misturada com outra cor X di cinza

neutro, por exemplo, queremos saber a cor complementar de laranja, para isso temos que

saber que o laranja 6 formado por vermelho e amarelo, e sabemos que a outra cor

primária que misturamos com vermelho para dar cinza neutro no sistema subtrativo

azul, então azul 6 a cor complementar de laranja.

E

muito importante saber como

funciona esse sistema para poder obter a máxima integração de nossas restaurações.Por

exemplo, em um dente que falta um pouco de pigmento, ficamos em dúvida; que cor

acrescentar neste dente para satura-lo ? Para sabermos a resposta correta, primeiramente

devemos saber qual 6 a cor dominante do dente, no caso se for laranja sua cor

(15)

Figura 5- Sistema aditivo é o que rege a geração de cores com focos de luz, como a T.V.

Figura 6- Sistema subtrativo é o que rege todas as cores que geram pigmentos, e é importante saber como

funciona para obter a máxima integração de nossas restaurações.

2.2 Dimensões da cor

A descrição das cores com

precisão

foi percebida como uma necessidade em

várias atividades industriais nos mais diversos ramos,

e o

entendimento da natureza

tridimensional das cores tornou-se vital para a comunicação entre as partes envolvidas.

Por exemplo, cores altamente padronizadas, como bebidas destiladas

e

fermentadas,

graus de brancura de diversos materiais como cal

e

farinha de trigo ou mesmo materiais

de construção como tintas

e

telhas necessitam exatidão

e

constante avaliação da

uniformidade de suas cores ( SEKITO

E

MONNERAT, 2001).

Então

para facilitar a

comunicação

e

padronização entre as pessoas devemos seguir a classificação das cores

(16)

UBASSY, 1993 ). O sistema de cores de Munssel é uma maneira de definir com

precisão uma cor, demonstrando numericamente e visualmente sua relação com as

demais cores.Embora no Atlas as cores estejam dispostas seqüencialmente, o "modelo

tridimencional" é melhor representado por uma esfera irregular ( figura 7 ), com as três

dimensões da cor ( matiz,croma e valor ) facilmente identificadas ( UBASSY,1993).

Munssel estabeleceu uma escala numérica com intervalos regulares para cada

unia das dimensões, facilitando imensamente o processo de avaliação e determinação

cromática. Empregando o sistema sob condições ideais de iluminação e visualização, a

cor de qualquer superficie poderia ser identificada por meio de comparações com as

cores do Atlas ( TOUATI, MIARA, NATHANSON,2000 b). Então Munssel

descreveu três dimensões da cor, que permitem a avaliação e descrição das cores de

maneira que as diferenças entre duas cores próximas possam ser analisadas, entendidas e

especificadas. Estas três dimensões são denominadas de mariz, croma e valor. Todos os

sistemas atuais de cores utilizam estas dimensões para mensuração das cores, sendo que

Munssel por ser um dos pioneiros no assunto,criou um sistema tridimensinal que ficou

conhecido como "Arvore da cor" ( figura 8).

O

(17)

Figura 8- Arvore de cores tridimensional de Munssel.

2.2.1 Matiz: de acordo com Munsell ( apud MCPHEE,

1985;TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b ), o matiz é a qualidade que distingue

uma família de cor de outra, isso 6, vermelho de amarelo, ou verde de azul ( figura 9).

Relembramos os conceitos discutidos anteriormente, pelos quais a cor que visualizamos

nada mais é do que a luz captada pelo olho após a reflexão pelos objetos, fica evidente

que o matiz corresponde aos comprimentos de ondas refletidos, sendo portanto

dependente da reflectância espectral da superficie ( AHMAD,1999). Por essa razão, o

matiz observado é imensamente dependente da qualidade ( composição espectral e

temperatura de cor) da iluminação incidente, e deve ser sempre identificado sob

iluminação adequada ( sell esclarecido na seção 2.3 — luz e ambiente )

(TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b). Em odontologia , o matiz é o aspecto da cor

mais critico para uma adequada mimetização das restaurações, especialmente em

pacientes jovens e/ou que tiveram seus dentes clareados, devido às baixas concentrações

dos matizes dentais ( MAGNE e BELSER, 2002 ),Isso pode parecer confuso quando se

considera que o matiz é justamente o aspecto mais óbvio a distinguir uma família de cor

de outra ( por exemplo, vermelho de azul ), porém é facilmente compreensível quando

se considera que o espectro de cores dentais limita-se aos matizes amarelados e

(18)

Vale lembrar que uma das escalas mais utilizadas para seleção de cores na odontologia,

a escala Vita, é subdividida em quatro famílias de matizes.São os grupos A,B,C e D.

Cada grupo tem sua matiz principal, grupo A/ amarelo amarronzado, B /amarelo,

C/cinza e D/rosa-acinzentado. A escala nova denominada Vita 3D master sera abordada

posteriormente, e utiliza uma subdivisão entre as escalas principalmente na dimensão do

valor, item que sera explicado posteriormente.

Figura 9- Diferentes matizes

2.2.2 Croma ou saturação : o croma representa o grau de saturação de uma cor (

AHMAD,1999, MCPHEE,1985;TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b), intensidade

ou pureza dos pigmentos de um determinado matiz ( figura 10 ) ( SEKITO,

MONNERAT, 2001). Imagine por exemplo,adicionar uma quantidade crescente de tinta

cinza neutra à um balde de tinta amarela. A tinta amarela "pura" é altamente saturada,

enquanto todas as misturas resultantes apresentarão saturação progressivamente menor (

isso 6, quanto maior a quantidade de tinta cinza menor a saturação).t importante notar

que no sistema de Munsell a variação da saturação das cores é independente de

variações de matiz e valor, isso 6, pode-se aumentar ou diminuir a saturação de uma cor

sem modificar o valor ou a matiz. Infelizmente, nem todas as escalas de cores

(19)

dimensão da cor sem alterar as demais, conforme veremos na seqüência, ao

apresentarmos e caracterizarmos as escalas de cor mais usadas.

Figura 10 — Escala de diferentes cromas do matiz azul.

2.2.3 Valor/ Luminosidade/ Brilho: Denomina-se valor ou brilho, a quantidade de luz

refletida por um objeto ( SEKITO ,MONNERAT, 2001).Essa quantidade de luz é então

avaliada como uma cor clara ou escura, em outros termos, com maior ou menor

quantidade de brilho em uma escala que vai do branco ( muita reflexão de luz — valor

alto ) aos diversos graus de cinza ( reflexões de quantidades intermediárias de luz ) que

alcançam o preto, definido como o valor mais baixo possível, com total ausência de

reflexão de luz ( SEKITO , MONNERAT, 2001 ) . Resumindo, é a quantidade de branco

que existe num objeto, e é inversamente proporcional à translucidez. Na escala da Vita,

por exemplo, o croma 1 tem maior valor que o 2 pela maior quantidade de branco que

aquele apresenta.

Resumidamente poderíamos definir que cores claras têm portanto valor alto (

muita luz refletida) e as cores escuras têm valor baixo ( pouca luz refletida ).

Vale ressaltar que vários autores como Sekito (2000) , Magne e Belser (2002)

consideram o valor como a dimensão mais importante a ser obtida na determinação da

(20)

visto que as discrepancias de valor são muito mais perturbadoras esteticamente do que as

discrepâncias de croma e matiz . Um valor muito elevado faz com que a restauração

pareça artificial e seja percebida à distância, enquanto um valor reduzido tira a vida da restauração, mesmo que o.matiz e o croma estejam corretos

(MCPHEE,1985;MILLER,1993).

importante se entender que matizes totalmente diferentes como azul e marrom podem ter o mesmo valor, bastando refletir a mesma quantidade de luz, e se vistos na escala de valor teriam o mesmo tom de cinza ( figura 11 e 12).

Alguns recursos clínicos serão abordados posteriormente para seleção do valor,

porém 6 interessante observar que uma grande parte das máquinas fotográficas digitais

tam recurso de analisar de imediato o valor dos dentes na própria tela de cristal, convertendo a imagem de colorida para preto e branco, facilitando sobremaneira nesta etapa a seleção do valor (figura 13 e 14). Dessa maneira, os matizes e cromas são "eliminados" e a real apreciação do valor 6 facilitada (TOUATI, MIARA,

(21)

Figura 11 Figura 12

0 pimentão vermelho e as uvas, com matizes diferentes, como visto na fig 11, tem valores muito próximos

como observado na fig. 12, onde a quantidade de luz refletida semelhante é observado pelo mesmo grau

de cinza ( SEKITO, MONNERAT,2001 ).

Figura 13 e 14- Fotografia digital colorida, e fotografia preto e branca — observar que na segunda fotografia o valor é mais facilmente estabelecido

Vale ressaltar ainda,que o valor dos dentes está intimamente relacionado as

características de textura superficial,pois esta influencia diretamente o padrão e a

quantidade de luz refletida pela superficie do dente ( como será explicado na seção

2.4.2.8. — brilho e textura dos dentes naturais )

(22)

2.3 Luz /Ambiente

0 ambiente no qual os procedimentos de avaliação e registro cromático são

executados nem sempre atende as características ideais que um local empregado para

essa finalidade deveria apresentar.Com alguns cuidados e/ou modificações simples,

qualquer laboratório ou consultório pode ser adaptado e se tornar um excelente local

para aferição cromática. Não há necessidade de eleger e preparar um local especialmente

para essa função.

Existem três tipos diferentes de luz natural — o sol, a lua e o fogo — e três tipos

principais de luz artificial — luz incandescente, tubos fluorescentes e flash fotográfico.

Cada um desses tipos de luz são definidos pelo seu espectro de luz ou sua

correspondente temperatura que é medida em graus kelvin (K), iniciando a escala em 0

K, correspondendo a temperatura de -273 C ( BRUGUERA, 2002). Idealmente, o

espectro emitido deveria ser perfeitamente equilibrado, para evitar distorções

cromáticas. Qualquer luz que contém somente parte do espectro, ou que apresenta

predomínio de determinados comprimentos de onda é percebida como "colorida" pelos

olhos, e não deve ser empregada para avaliação de cores

(AHMAD,1999;AHMAD,2000;TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b ).

Um mesmo objeto será percebido com cores diferentes quando visto sob os

diferentes tipos de luzes. Isso é de suma importância A clinica odontológica, que

raramente trabalha sob uma constante luz, podendo ocorrer mimetismo, que é um

fenômeno onde dois objetos com cores diferentes parecem a mesma cor sob uma

(23)

Nas lâmpadas incandescentes ( figura 15 ) devido a emissão espectral

desequilibrada com predomínio de ondas de grande comprimento, os raios emitidos pelo

aquecimento dos filamentos produzem uma luz amarelo avermelhada. Além disso a

temperatura é considerada baixa (entre 3000 K à 4000 K).

Figura 15. Típico espectro de limpada incandescente, com predomínio de ondas médias e longas (Touti , Miara e Nathanson, 2000 }.

As lâmpadas fluorescentes usualmente utilizam uma mistura de alguns pós

fluorescentes. Existem três tipos padrões, cada um com um tipo especifico de luz de

acordo com a escala kelvin: warm light (3000 K), standart light (4000 K ) e daylight (

6000 K). Esta última apresenta uma emissão espectral equilibrada e abrangente,

apropiada para a correta reprodução de cores ( JUN,1999;CHICHE et a1,1996 ).

Qualquer alteração na intensidade da luz altera a percepção das cores. Por

exemplo, amarelo e azul irão parecer laranja e anil respectivamente sob luz

incandescente.Na figura 16 observa-se a seleção de cor sob luz indireta do sol, na figura

17 sob a lâmpada da luz do dia. Objetos brancos vistos sob luz incandescente tornam-se

amarelo-alaranjado ( figura 18 ), enquanto sob luz fluorescente este parece cinza azulado

( figura 19). E devemos ter cuidado também quando a luz ambiente for da mesma cor

(24)

Figura 17- "Day light"

Figura 19- Limpada Fluorescente Figura 16- Luz do sol

Figura 18- Limpada incandescente ( refletor )

A luz natural típica e mais indicada para uma correta interpretação da cor, segundo Bruguera (2002), varia entre 5000 K e 5500 K.

HA algum tempo atras se pensava que a luz solar incidida diretamente sobre o

elemento dental seria a melhor fonte de luz para a seleção de cores.Embora perfeita no

que tange à composição espectral e temperatura de cor, a luz solar é extremamente variável e inconstante, sofrendo influência do horário, e das condições climáticas e

ambientais. A luz solar pode ser utilizada para seleção de cores, desde que feita de

maneira indireta, e não diretamente sobre o objeto. 0 ideal, portanto, é que os consultórios e laboratórios contem com uma iluminação artificial que emule as

(25)

2.3.1. Iluminação do consultório

Deve-se considerar a seleção da cor uma tarefa complexa, e por isso devemos

minimizar os fatores que possam dificultar ou distorcer a percepção das cores, entre eles

o ambiente utilizado para tal propósito. Quanto a isso Sekito ( 2001 ) sugere algumas

recomendações básicas:

Paredes de cores claras, preferencialmente branca. Devido a reflexão da

luz nos objetos. Cores fortes em paredes ou equipamentos podem ser refletidas no

paciente e influenciar na percepção das cores reais dos dentes.

2. Roupas de cores fortes do paciente devem ser cobertas com aventais de

cores claras ou brancas. Pelo mesmo motivo acima, devemos cobrir não só o paciente

mas também remover batons de cores fortes que a paciente possa estar usando.

Obviamente o próprio profissional deve estar também utilizando jalecos ou roupas

claras. Não devemos subestimar a importância destes detalhes que certamente quando

somados a outros podem realmente comprometer o resultado final.

3. Iluminação natural: 3 horas após o amanhecer e pelo menos 3 horas antes

do anoitecer.Os raios solares neste período, têm todos os comprimentos de onda visíveis,

e portanto tomam-se uma referência de luz para seleção de cores, porém nos horários ao

raiar do dia ou ao anoitecer, percebemos nitidamente que a luz do sol tem cores

avermelhadas, pela simples filtragem dos comprimentos de onda mais curtos ( azuis e

verdes ) pela camada de atmosfera mais longa a ser atravessada até alcançar a vista do

observador ( fenômeno explicado na seção 2.4.2.6. — opalescência ) ( figura 20) . Na

ausência de alguns comprimentos de onda é fácil se entender que uma luz deficiente

causaria distorções na percepção visual das cores. Também deve-se evitar seleções de

(26)

parte da luz, tendendo a se observar cores mais acinzentadas. É importante ressaltar que

não se realiza a seleção de cores no paciente com incidência direta da luz solar sobre o

mesmo, e sim pela difusão da luz na sala utilizada.

4. Luzes auxiliares: pelas condições acima descritas, algumas vezes o

profissional pode ter dificuldades para a seleção de cores, seja pelas condições

climáticas desfavoráveis ou pelos horários disponíveis pelo paciente inadequados para

seleção de cores, ou ainda ambientes clínicos sem janelas que permitiriam o uso da luz

solar. Nestas ocasiões, uma alternativa importante seria a utilização de luzes artificiais

que realmente tenham todos os comprimentos de onda uniformemente, e uma

temperatura ou entre 4500 e 5500 graus kelvin, padrão utilizado para luzes com maior

semelhança com a luz solar. Outras fontes de luz artificiais como lâmpadas fluorescentes

ou incandescentes ndo devem ser utilizadas como referência única para a seleção

cromática, mas sim como fontes de comparação As luzes ideais, procurando-se evitar

metamerismos indesejáveis ( como a comparação feita na seção 2.4.2.1. - metamerismo

).

Figura 20. Observar os raios de cores avermelhadas, pela simples filtragem dos comprimentos de onda mais curtos ( azuis e verdes ) pela camada de atmosfera mais longa a ser atravessada até alcançar a

(27)

2.4 Enxergando o natural

Os dentes são estruturas policromáticas formadas pela sobreposição de tecidos com

diferentes características e diferentes propriedades ópticas como translucidez,

fluorescência, e opalescência (PRIEST E LINDKE, 2000b). Por essa razão, acredita-se

que tão ou mais importante que entender as dimensões cromáticas discutidas, é

entender a forma dinâmica como a luz se comporta nos dentes naturais.

Devemos ressaltar a importância da interação entre a luz e os tecidos dentais, para

assim compreendermos a interação entre luz e os materiais restauradores compósitos

(VANINI, 1996).

Conhecer a estrutura dos dentes naturais é a base da moderna prática

odontológica, fundamental para o sucesso de qualquer tipo de tratamento preventivo ou

restaurador, principalmente na área da odontologia estética e cosmética, onde conhecer a

anatomia e as características ópticas dos tecidos dentais é absolutamente imprescindível

para a confecção de restaurações que mimetizem corretamente a estrutura dental. 0

resultado estético desse caso é fruto de uma cuidadosa avaliação da "forma" e "cores" da

estrutura dental, seguida pela aplicação das técnicas e materiais adequados As

particularidades do caso.

Tudo que o homem é capaz de fazer é porque o conhece ,jamais suas mãos farão

(28)

2.4.1 Histologia dental

0 entendimento básico da histologia dos dentes naturais é essencial para a seleção consistente das tonalidades apropriadas dos materiais, e condições "sini qua

non" para a reprodução das sutis variações de cor encontradas na dentição natural (

BARATIERE et a1,1995 a ;MAGNE e HOLZ, 1996;DIETSCHI,1995).

Os dentes são estruturas policromáticas, compostas por tecidos (

dentina,esmalte,polpa) com propriedades ópticas distintas ( SIEBER, 1994). A aparência

policromática dos dentes encontra-se relacionada principalmente com a cor da dentina e

variação da espessura do esmalte nas diferentes regiões da coroa dental, embora a espessura da dentina e o grau de translucidez do esmalte também influenciem a percepção das cores dentais (BARATIERE et a1,1995 a;MAGNE e

HOLZ,1996;MUIA,1993).

2.4.1.1 Polpa: a polpa, geralmente de cor vermelho-escura, localiza-se no centro do

dente, circundada inteiramente por dentina (TOATI,MIARA,NATHANSON,2000 a).

volume ocupado pela polpa varia consideravelmente com a idade, em virtude da

constante deposição de dentina secundária e reacional, sendo maior em dentes jovens (BARATIERE et a1,1995 a).Esse fato tem marcada influência na cor dental, impondo aos

dentes jovens uma aparência "rosada",especialmente em suas superficies linguais.Com o

passar dos anos, a cavidade pulpar sofre um estreitamento, e a influência da cor do

tecido pulpar é diminuída ou anulada ( TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000a)

(29)

hidroxiapatita, 20 % de material orgânico e 10 % de Agua

(TOUATI,MIARA,NATHANSON, 2000a). Esse baixo conteúdo mineral em relação ao

esmalte, e alto conteúdo orgânico, aliado A estrutura tubular explica a menor translucidez

da dentina primária e da dentina secundaria, especialmente quando comparadas ao

esmalte, que é um tecido altamente translúcido. A baixa translucidez, aliada A alta

saturação cromática, faz da dentina a principal responsável pelo matiz e croma básicos

da cor dos dentes naturais ( VANINI, 1996).

Além da dentina primária e secundária, que são tecidos depositados

histologicamente, em grande parte dos dentes encontramos também zonas de dentina

esclerótica, que apresentam-se mais saturadas, e são depositadas em resposta A estímulos

patológicos, e zonas de dentina transparente — "zona brilhante de Majito"localizadas

intra tubularmente e na junção amelodentindria de dentes envelhecidos. Essas zonas

transparentes são altamente mineralizadas, e funcionam como fibras ópticas, capazes de

transmitir a cor dentindria interna A superfície do cemento e da gengiva.Essa dentina

transparente na junção amelo cementária é mais prevelente em dentes mais velhos do

que em dentes jovens. (TOUATI,MIARA,NATHANSON, 2000 a).

Com o passar dos anos, as características ópticas da dentina sofrem significativas

alterações, tanto em virtude da deposição de tecidos reacionais mencionada

anteriormente, como da infiltração de pigmentos provenientes de alimentos, bebidas e

fumo ( MAGME e BELSER, 2002).

Outra característica de primordial improtância quando se estuda a cor dental é a

variação na disposição e espessura da dentina ao longo da coroa e raiz. Geralmente

pode-se dizer que o contorno do "munhão" dentindrio interno guarda próxima relação

(30)

uma grande espessura de dentina na região cervical e uma gradual diminuição dessa

espessura em direção A incisal, sendo que dentes jovens, não expostos a qualquer forma

de desgaste fisiológico ou patológico, apresentam pouca ou nenhuma dentina no terço

incisal, que é formado quase exclusivamente por esmalte.

2.4.1.3. Esmalte:é o tecido mais duro e mineralizado ( 95% mineral e 5% Agua e matéria

orgânica) do corpo humano, com cristais de hidroxiapatita dispostos em longos prismas

perpendiculares A superfície dentinária ( TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000 a). t

interessante notar que apesar dos dentes serem estruturas policromáticas, caracterizadas

por diversos nuances e variações de cor, o esmalte é um tecido altamente translúcido e

"acromático"( figura 21 ). A alta translucidez do esmalte, aliada ao padrão de disposição

de seus prismas provê ao esmalte um comportamento semelhante ao de uma fibra óptica,

capaz de transmitir luz até a dentina subjacente

(FAHL,DENEHY,JACKSON,1995;VANINI,1996).

Se analisarmos o esmalte dental de acordo com as dimensões cromáticas de

Munsell, podemos dizer que ele é o principal responsável pelo valor/luminosidade dos

dentes, e pelas gradações de croma que observamos em diferentes regiões da coroa

(MUIA,1993). Embora o croma e o matiz sejam características da dentina, é a variação

na espessura do esmalte que determina a expressão dos mesmos . Assim, na região

cervical, em que o esmalte é bastante fino, a cor dentindria é apenas levemente atenuada

significativamente o croma dentindrio ( figura 21), fazendo dessa uma Area

extremamente luminosa e de menor saturação de cor. Finalmente, na regido do terço

(31)

são substituidos por belissimos efeitos de translucidez e opalesancia ( BARATIERE et

a1,2002,SIEBER,1994;VANIN1,1996;MAGNE e BELSER,2002).

De forma semelhante 6. dentina, a composição e a espessura do esmalte sofrem

alterações dinâmicas ao longo da vida. Em dentes jovens, o esmalte é menos

mineralizado, mais espesso e mais texturizado, criando um efeito óptico de leve

translucidez e alto valor; em dentes "envelhecidos", por outro lado, o esmalte é mais

translúcido, além de extremamente liso e polido, proporcionando um efeito de altíssima

translucidez associada a um baixo valor e a maior visualização da cor da dentina

subjacente ( TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000 a).

Figura 21. Dente seccionado evidenciando seus tecidos e espessuras. As variações na espessura do esmalte em diferentes regiões da coroa. A variação na espessura do esmalte é provavelmente o fator mais importante dentre todos que determinam a aparência policromática dos dentes naturais.( fotografia extraída BRUGUERA, 2002).

2.4.1.4 Junção amelo-dentindria: na realidade, a junção amelodentindria (JAD) não é

um tecido dental, mas sim uma delgada camada transparente e não-mineralizada,

formada essencialmente por água e componentes orgânicos ( especialmente colágeno),

que separa o esmalte da dentina ( figura 22 ). Apesar de sua minima espessura, a JAD

exerce um importantíssimo papel na propagação e difusão da luz nos dentes naturais .

Conforme mencionado anteriormente, o esmalte é um tecido translúcido que

(32)

refletida,absorvida, e transmitida em todas as direções (MU1A,1993). De acordo com

Vanini (1996), a junção amelodentindria é a grande responsável pela difusão interna de

luz e pelo controle da luminosidade do dente.Ao confeccionar restaurações com resinas

ou cerâmicas, é possível e desejável reproduzir esse efeito, para obter restaurações mais

realistas. Em restaurações diretas, é possível mimetizar os efeitos ópticos da JAD

durante a estratificação das resinas compostas por meio da aplicação de uma espessa

camada de resina fluida ( adesivo, ou Bis-GMA ) entre resina "opaca" correspondente

dentina e as resinas translúcidas correpondentes ao esmalte (VANIN1,1996;VANINI e

MANGANI,2001 ) .

Figura 22. Essa fotografia evidencia o papel da junção amelo dentiniria ( JAD ) na distribuição

da luz no dente. Idealmente esse efeito "difusor" deveria ser replicado nas restaurações diretas, para que

seu comportamento seja o mais próximo ao dente natural. ( BRUGUERA, 2002

2.4.2 Propriedades ópticas dos tecidos dentais

Para o entendimento correto da dinâmica da luz nos tecidos dentais é preciso

conhecer alguns conceitos básicos.

0 sucesso estético de qualquer restauração, direta ou indireta, confeccionada com

qualquer material, é dependente de uma série de parâmetros que vêm sofrendo alterações

ao longo dos anos.Por muito tempo, bastava que as restaurações apresentassem matiz,

(33)

Biblioteca

Universitária

UFSC

6.

2

\

com o desafio de confeccionar restaurações que imitem a estrutura dental em seus

mínimos detalhes e sob quaisquer condições de luz. Por essa razão, para uma correta

reprodução do dente natural, antes de tudo devemos adquirir um profundo conhecimento

dos níveis de translucidez da estrutura dental, e de propriedades e fenômenos ópticos

como metamerismo, reflexão, refração da luz nos tecidos dentais, fluorescência,

opalescência ( SIEBER, 1994).

2.4.2.1 Metamerismo: é um fenômeno pelo qual, dois objetos de cor aparentemente

idêntica sob determinada condição de luz são percebidas como cromaticamente

diferentes quando a fonte de luz é alterada ( figura 23 ). Esse fenômeno ocorre quando

os objetos possuem curvas de reflectância espectral diferentes, e é especialmente comum

quando a avaliação preliminar da cor é feita sob luz espectralmente "pobre" ou

desequilibrada, e as avaliações subseqüentes são realizadas com uma luz completa e

equilibrada. Baseado nesses princípios, uma restauração pode mesclar-se opticamente

estrutura dental quando sob a luz halógena do refletor ( " pobre" e não-equilibrada ), e

ser facilmente percebida quando avaliada sob a luz solar, muito mais "rica"

(AHMAD,2000;TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b ). 0 potencial para ocorrência

de metamerismo é imenso quando são comparados objetos ou superfícies compostas por

materiais diferentes, como dentes e materiais restauradores, por exemplo.

Outra situação sujeita à manifestação do metamerismo é a análise de dois objetos

por observadores diferentes. Neste caso, mesmo que a fonte de luz não sofra qualquer

alteração, é possível que um dos observadores considere a cor perfeita enquanto o outro

perceba discrepâncias. Esse fenômeno, conhecido como metamerismo do observador, se

(34)

bastonetes. Baseado nestes princípios, a cor de uma restauração pode ser considerada

perfeita pelo dentista e insatisfatória pelo paciente, e vice-versa (AHAMAD,2000).

Evidentemente, a manifestação de um tipo de metamerismo não exclui a

possibilidade de ocorrência do outro. Na realidade, seus efeitos são complementares.

Isso é de fundamental importância na prática odontológica estética, em que pequenos

erros vão sendo seqüencialmente somados, podendo levar ao fracasso dos tratamentos.

Fig 23 Mesmo objeto apresenta cores distintas, dependendo da fonte de luz (

Metamerismo )

2.4.2.2 Reflexão: como já foi explicado anteriormente , a observação das cores só é

possível através da presença de luz, pois é através da sua reflexão nos objetos seguida da

percepção por células especificas na retina dos olhos designados de células do tipo cones

e bastonetes, que sinais são emitidos ao cérebro e interpretados sensitivamente. A

sensação das diferentes cores pode ser explicada pela reflexão parcial dos comprimentos

de onda da LUZ sobre os objetos, de forma que quando uma luz de espectro integral (

com todas as cores primárias — vermelho, azul e verde ) é incidida sobre um objeto,

apenas uma parte de seus comprimentos de ondas são refletidos, os quais serão

interpretados como cores de acordo com estes comprimentos. Os outros comprimentos

de onda não refletidos, como toda forma de energia, são normalmente dissipados sob

(35)

escuras as roupas, menor a reflexão da luz e conseqüentemente maior dissipação da energia sob forma de calor irá ocorrer (SEKITO, MONNERAT, 2001 ).

A reflexão difusa e a reflexão especular ( figura 24 e 25 ) são fenômenos que apesar de ocorrerem simultaneamente, exercem papéis diferentes na expressão das cores. A reflexão difusa é o mecanismo pelo qual determinadas ondas de luz são refletidas pelos objetos, revelando a cor destes A nossos olhos. Assim, para que um objeto seja

percebido como azul, ele deve absorver as ondas médias ( "verdes") e longas

("vermelhas") e refletir difusamente as ondas curtas ("azuis"). Já a reflexão especular é

um fenômeno que, apesar de influir na percepção cromática, está mais relacionado As

características superficiais e ao brilho do objeto sob ação da luz. Assim, objetos altamente polidos refletem a luz incidente em sua superficie, sob a forma de zonas de

alto brilho com cor semelhante à cor da luz. Na odontologia, esses fenômenos podem ser

observados quando se avalia a superficie altamente polida de um dente anterior. A cor

do dente propriamente dita é decorrente da reflexão difusa da luz, enquanto a reflexão especular é responsável pela percepção do brilho e da luminosidade superficial.

Figura 24 e 25- Na figura 10 houve a utilização de filtro de polarização diminuindo desta maneira a reflexão especular, facilitando a observação das características policromáticas do dente.

2.4.2.3 Refração: é uma das características menos discutidas e provavelmente menos

(36)

luz sempre é desviada quando passa de um meio para outro, devido à diferença de

velocidade com que a luz se propaga em cada um dos meios. Esse fenômeno é

conhecido como refração da luz. 0 grau de desvio que a luz sofrerá é dependente do

comprimento de onda da luz e o índice de refração de cada tecido ou material

(PRIMUS,2002 ).

Tanto o esmalte como a dentina apresentam uma enorme capacidade de dispersar a

luz incidente, por conterem partículas com indices de refração diferenciado. Essas

partículas são capazes de alterar a direção das ondas de luz, permitindo que um material

extremamente translúcido apresente uma aparência esbranquiçada e luminosa sem deixar

de transmitir luz. Esse mecanismo de controle da translucidez e opacidade é

extremamente interessante, e explica porque o esmalte e a dentina são capazes de

bloquear ou alterar a transmissão da luz, apesar de não possuírem partículas

completamente opacas. Esse fenômeno foi ilustrado por Cornell e Wuinter ( 1999),

através de fotografias semelhantes as que são visualizadas nas figuras 26,27 e 28.

Embora o vidro empregado nas três fotografias seja o mesmo, e apresente exatamente a

mesma transparência/translucidez, a maneira como ele dispersa a luz varia

significativamente de uma fotografia para outra. 0 copo da figura 26 é completamente

transparente porque a estrutura homogênea do vidro faz com que a luz sofra apenas em

desvio ao passar do ar para o vidro e outro desvio ao passar do vidro para o ar. No

momento em que quebramos o copo e trituramos o vidro, entretanto, aumentamos o

número de interfaces em que a luz será refratada, e fazemos com que o vidro "bloqueie

(37)

Figuras 26,27 e 28- Embora a composição do vidro seja a mesma, a disposição da luz varia

significativamente, devido à maior refração que ocorre à medida em que as partículas de vidro se tornam

menores.

2.4.2.4 Translucidez: a translucidez é um dos parâmetros ópticos mais importantes, e

também um dos mais dificeis de avaliar e quantificar (

TOUATI,MIARA,NATHANSON, 2000b ).Tanto o esmalte como a dentina são

translúcidos, porém o grau de translucidez difere muito de um tecido para outro. 0

esmalte apresenta alta translucidez, transmitindo quase a totalidade de luz, enquanto a

dentina apresenta baixa translucidez e reflete boa parte da luz incidente. Exposto dessa

maneira, pode parecer simples compreender as manifestações desse fenômeno nos

dentes naturais, porém a translucidez varia muito de um indivíduo para outro, além de

sofrer variações com a idade. Por exemplo, o esmalte e a dentina de um dente jovem não

são muito translúcidos, enquanto em um dente envelhecido a translucidez de ambos

aumenta (UBASSY,1993;TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000a ).

Sob o ponto de vista prático, o mais importante é identificar o grau de

translucidez do esmalte e a localização e intensidade das Areas translúcidas incisais, e

entender a relação dessas características com distribuição tridimensional dos tecidos

dentais. Por exemplo, nos dentes anteriores observa-se uma diminuição da translucidez

da coroa, de incisal para cervical, devido ao aumento da espessura de dentina como

(38)

terço incisal dos dentes anteriores, especialmente em dentes jovens e não-desgastados,

podemos observar uma zona translúcida bastante evidente, que pode se estender até as

cristas proximais. As características dessa zona translúcida serão discutidas em maiores

detalhes posteriormente.

2.4.2.5 Fluorescência: fenômeno que ocorre quando um corpo absorve a energia

luminosa e depois a difunde de volta para o espectro visível ( VANINI, 1996) .Este

pode ser explicado pelo fato de que essas substâncias são capazes de transformar ondas

curtas de raio ultra-violeta, que não são visíveis ao olho humano, em ondas longas e

visíveis de cor azulada. A fluorescência é um fenômeno semelhante A fosforescência,

porém diferencia-se dessa pelo fato de que nos materiais fluorescentes a emissão de luz

ocorre apenas enquanto o material está sob a ação da luz ultra violeta, enquanto nos

materiais fosforescentes a emissão de luz continua por algum tempo mesmo após a

remoção da fonte luminosa (U.V.).

Tanto o esmalte quanto a dentina são estruturas fluorescentes, porém é na dentina

que o fenômeno se manifesta com maior intensidade, cerca de três vezes mais,

provavelmente devido ao menor grau de mineralização e maior grau de componentes

orgânicos (VANIN1,1996).0 fenômeno ocorre quando um corpo absorve a energia

luminosa e depois difunde de volta para o espectro visível. Na natureza o fenômeno é

criado pelos raios ultra-violeta da luz solar, que são ondas curtas invisíveis ao olho

humano.Depois de penetrar no esmalte e atingir a dentina, os raios UV excitam a

foto-sensibilidade da dentina,e os dentes naturais expostos à essa luz exibem uma

(39)

Como a luz emitida pela dentina é somada à luz que é refletida pelo dente, há

um aumento na luminosidade e "vitalidade" dos dentes.Esse fenômeno pode ser

visualizado no dia a dia quando observamos sorrisos e dentes iluminados pela luz solar (

rica em radiação ultravioleta). Em ambientes internos e fechados, também é possível

visualizar a fluorescência dental expondo os dentes a uma iluminação artificial rica em

radiação ultra-violeta ( luz negra, por exemplo ). Em ambas situações é útil ilustrar a

importância da fluorescência dos materiais restauradores, pois se existirem restaurações

ou próteses confeccionadas com materiais não fluorescentes, essa emissão de luz não

ocorrerá e observaremos a presença de verdadeiros " buracos negros".

2.4.2.6. Opalescência: a opalescência é uma propriedade óptica do esmalte, relacionada

a sua capacidade de transmitir seletivamente ondas longas do espectro ( vermelhas e

alaranjadas) ao mesmo tempo que reflete as ondas curtas ( azuis e violetas ) ( figura 29).

Fazendo-se ressaltar os componentes de onda curta do espectro de luz que o atinge,

criando as tonalidades azul claro — cinza que se tornam claramente visíveis ao nível do

halo incisal . ( MAGNE e BELSER, 2002; VANINI,1996 ),Isso ocorre principalmente

no terço incisal dos dentes, que é formado basicamente de esmalte, em virtude da

refração seletiva da luz visível ao incidir sobre os cristais de hidroxiapatita, que são

microscópicos e menores que o comprimento de onda da luz visível e têm indices de

refração maior. Assim, graças a seu comportamento opalescente, o esmalte dental é

capaz de refletir as ondas curtas e transmitir as ondas médias e longas, emprestando ao

(40)

Figura 29- Fotografia evidenciando a opalescencia dental de aparência azulada

Para explicar os mecanismos e fenômenos envolvidos na opalescencia, Yamamoto (1985) fez uma interessante analogia entre o esmalte e a atmosfera terrestre. Ao

atravessar a atmosfera, as ondas de luz colidem com pequenas goticulas de agua

suspensas, que se comportam como prismas, refratando a luz. Conforme discutimos

anteriormente, a refração desvia seletivamente as ondas de luz, sendo que as ondas

curtas (azuis) sofrem desvio mais expressivo que as ondas longas ( vermelhas ). Ao

longo do dia, o posicionamento do sol permite que todo o espectro atravesse a atmosfera

e seja captado pelo olho, proporcionando ao céu sua coloração azul característica. Ao nascer e pôr do sol, entretanto, a luz incide obliquamente, e as ondas curtas que sofreram maior grau de refração não conseguem penetrar tangencialmente à terra. 0 resultado é

uma luz solar espectralmente desequilibrada, com predomínio de ondas médias e longas,

e a percepção de um céu extremamente alaranjado/avermelhado.

2.4.2.7. Contra-opalescencia: é um fenômeno óptico que está relacionado ao comportamento opalescente do esmalte. De acordo com Baratiere ( 2002 ) a função

primordial da opalescencia é gerar contra-opalescencia ( figura 30).

Como vimos na seção anterior, a opalescencia é uma carcteristica do esmalte, e

envolve a reflexão das ondas curtas e a transmissão simultânea das ondas médias e

(41)

colidem com a dentina e são refletidas, resultando na percepção de áreas de brilho

alaranjado/avermelhado. Esse fenômeno é dependente da configuração tridimensional da

dentina e é bastante comum na regido da ponta dos mamelos dentinarios e na região das

cristas proximais.

E importante frisar que tanto a opalescência como a contra-opalescência são

fenômenos ópticos, em que a visualização dos efeitos varia imensamente, de acordo com

as condições em que a fotografia foi tirada.

Figura 30-Fotografia evidenciando a contra- opalescência

2.4.2.8 Brilho e textura dos dentes naturais

A textura superficial é outro aspecto que altera significativamente nossa percepção

dos objetos. Uma vez que a reflexão, transmissão, e refração são dependentes do ângulo

de incidência da luz na superficie, é evidente que as variações na micromorfologia

superficial apresentam potencial para alterar a expressão das cores.

Se avaliarmos com cuidado a superficie do dente natural, notaremos a presença

de inúmeras irregularidades macro e microscópicas, que modificam a reflexão e

refração da luz e alteram a expressão cromática dos dentes. (

TOUATI,MIARA,NATHANSON,2000b,UBASSY,1993 ). Enquanto as irregularidades

macroscópicas são responsáveis pela aparência texturizada dos mesmos.

Embora o brilho e a textura atuem simultaneamente, seus efeitos sobre a reflexão e

(42)

polimento e à lisura microscópica da superfície. Nas superficies microscopicamente lisas

os reflexos especulares são paralelos e regulares, e isso faz com que a superficie pareça

mais luminosa, devido A. maior quantidade de luz refletida especularmente que é captada

pelo olho2\1as superfícies microscopicamente irregulares e rugosas, por outro lado, a

reflexão especular ocorre em tantas direções simultaneamente que a maior parte da luz

não é captada pelo olho, fazendo com que a superfície pareça fosca (

UBASSY,1993;ANCOWITZ,1998).

Previamente à confecção de qualquer restauração, é importante que o grau de

polimento dos dentes seja cuidadosamente avaliado. Apesar de parecer óbvia, essa

afirmação contraria a prática rotineira de adotar protocolos seqüenciais de acabamento e

polimento, que não levam em consideração o resultado desejado e sempre resultam no

mesmo nível de polimento. Essas técnicas ignoram o caráter dinâmico do esmalte, cuja

lisura e brilho sofrem significativas alterações fisiológicas e patológicas ao longo da

vida. Como regra geral, quanto mais envelhecido o dente, mais liso e polido será o

esmalte.Ao erupcionarem, os dentes geralmente apresentam textura pronunciada, a qual

diminui sensivelmente ao longo da vida, em virtude dos continuos processos fisiológicos

ou patológicos de atrição e abrasão à que são submetidos diariamente. Entretanto, mais

importante do que se guiar por regras pré-estabelecidas, é desenvolver o habito de

avaliar cuidadosamente as características que se apresentam em cada caso.

Durante a avaliação do brilho/polimento dental, especial atenção deve ser dada

remoção do excesso de saliva da superficie, visto que essa provoca um aumento do

brilho aparente, podendo levar à falsas leituras.Quanto à texturização, para facilitar sua

(43)

confeccionados a partir de moldes precisos. Como o gesso é opaco, fosco, e

monocromático, a percepção da textura em sua superfície é muito mais fácil do que nas

superfícies dentais.

As situações mais desafiadoras em relação A reprodução das características

superficiais são as que combinam alto brilho e alta texturização, devido A dificuldade de

conferir As restaurações um aspecto texturizado natural. Por outro lado, especialmente

em restaurações de resina composta em dentes anteriores, a presença de uma textura

pronunciada pode facilitar o mascaramento da margem da restauração, devido A

disposição irregular e descontinua das áreas de reflexão especular.

2.5 Métodos auxiliares na seleção de cores:

A seguir serão citados alguns métodos que facilitam a seleção da cor dos dentes

para a reprodução em resina composta.

2.5.1.Guia de tonal idades/escala de cores :

Apesar de existirem várias escalas de cor no mercado odontológico, certamente a

mais utilizada para seleção de cor dental é a escala Vita ( Luminun vacuum).Tendo sido

adotada por diversos fabricantes de resina e cerâmicas como padrão de referência, nos

levaria a pensar que se trata da escala mais completa do mercado, porém, na prática,

observamos várias dificuldades na seleção de cores com esta escala, onde muitas vezes

não encontramos na escala a cor desejada.

Inicialmente devemos conhecer esta escala e suas divisões em matizes, valores e

cromas. As palhetas são divididas em letras A ( amarelo-amarronzado),B (amarelo ),C (

(44)

são na verdade bastante semelhantes, pois se tratam de subtonalidades da matiz principal

amarela. Dessa forma as letras são ainda subdivididas em números de 1 a 4, que

basicamente vão tornando-se mais escuras ( diminuem o valor ) a medida que aumentam

o número ( Sekito,2001 ).

Yamamoto ( apud Sekito,2001 ), em seu estudo de espectrofotometria, descreveu

que o matiz amplamente mais selecionado entre os quatro disponíveis na escala Vita,

seria o matiz A, com grande predominância entre as cores A2 e A3,5: descrito também

por Touati, Miara e Nathanson ( 2000 ), em cerca de 80% dos casos. Ainda de acordo

com Yamamoto, o valor é cerca de três vezes mais importante de ser selecionado

comparado ao matiz e duas vezes mais importante que o croma.

Foi desenvolvida recentemente a escala Vita 3D-master ( figura 31 ), onde suas

subdivisões já se encontram separadas por valores e priorizam o inicio da escolha pela

dimensão do Valor, tornando esta escolha facilitada e mais precisa, pela facilidade do

olho humano em reconhecer mais facilmente o valor do que o matiz.Então a seleção

inicia-se pela definição da claridade pelos grupos 1,2,3,4 ou 5, ( figuras 32, 33 e 34 )

depois dentre o valor selecionado utiliza-se a tonalidade média ( M ) do grupo de

claridade encontrado para definir a intensidade da cor, e por fim seleciona-se então o

matiz, comprovando se o dente é mais avermelhado ou mais amarelado.

(45)

Definir a claridade

1,11413 2. 3, 4 OU 5 SeleCOo der cores main elms ar COMS avals clavas

... ... ..

2

UKaa s a inn... nn.eaalAt,&- Seleccionar a intensidade

da cotar

defina I altenscabe no a.

•oZit Me IWO e ado.. '

R

Fixar a tonalidade

Comprava v se n demo natuval iv ma,

avennelhado ou mais amate■adti ri',

Cima al11(1S},1 de COr

Esquema de seleção da cor utilizando a escala Vita 3D Master

Figura 32 Figura 33

Figura 34

Porém mesmo com escalas mais modernas para a seleção da cor em restaurações

diretas, segundo Vanini ( 1996 ), este método de seleção de cor é extremamente

limitado, uma vez que a dentição natural apresenta características cromáticas ilimitadas

assim como um fenômeno ligado a opalescência e fluorescência. Ele ainda cita como

desvantagem das guias de tonalidades que os materiais usados para comparar o guia de

tonalidades não correspondem ao material compósito; e a construção da guia de cores

não é similar a construção do dente natural, ao contrário, a construção para o guia é

fabricada de um material único, frequentemente mais espesso do que o material usado na

pratica clinica. E sugere que uma guia correta de cores deveria ser identificada com o

material a partir do qual ele é fabricado e a técnica de construção utilizada. A espessura

das amostras deveria ser similar a espessura da construção adaptada para o sistema em

uso clinico.0 guia completo de cores deveria ainda incluir amostras de esmalte e dentina

com espessuras variadas.Essas amostras de esmalte e dentina deveriam poder ser

(46)

construção de esmalte/dentina.A reprodução da cor e os desafios envolvidos devem ser

abordados pelo clinico com uma técnica menos restritiva de leitura de cor, o que fornece

uma informação abrangente a fim de simplificar a obtenção de um resultado estético

previsível (VANINI,1996 ).

2.5.2 Fotografias

As fotografias extra e intra orais além de contribuírem para uma noção geral do

caso clinico da forma e tamanho dos dentes, contribui para a interpretação e seleção da

cor dental. Uma fotografia dificilmente reproduz exatamente a cor de um dente, pois as

variáveis são muitas (intensidade do flash, sensibilidade do filme, velocidade e abertura

da máquina, revelação, papel fotográfico, etc... ). porém contribui de forma significativa.

Nas fotografias digitais, as imagens podem ser levadas ao computador e através

de programas específicos como o "photoshop", a imagem pode ser manipulada e

permitir que seja evidenciado alguns efeitos dos dentes como opalescência,

fluorescência, halo incisal e translucidez dental. Desta maneira, as estruturas internas (

por exemplo, mamelões dentindrios ) também podem ser vistos mais facilmente. A

fotografia pode também ser transformada em imagem preto e branca, o que permite uma

melhor avaliação da cor do dente, especialmente quanto ao valor(

ZYMAN,ETIENNE,2002 ).

2.5.3 Colorimetros:

Estes aparelhos foram criados devido 6. dificuldade dos cirurgiões dentistas em

(47)

serem muito difundidos na odontologia. Um exemplo destes aparelhos, é o "shade vision

system" ( figura 35 ) da empresa X-rite, que funciona da seguinte maneira:ap6s a leitura

da cor com o aparelho portátil, a informação é levada ao computador, onde softwares

que o acompanham vão analisa-lo fazendo um mapeamento de acordo com a escala pré

estabelecida ( por exemplo Vita classical ou Vita 3D ) de até 50 regiões do dente. A

seleção é feita em um minuto, e segundo o fabricante é muito precisa. Porém sabe-se que

sua seleção é "pobre" quanto ao valor do dente, então apesar de todas as vantagens, é

indispensável a interpretação ou pelo menos a conferência da cor pelo profissional. Deve

ser ressaltado que estes aparelhos não dispensam a interpretação feita pelo profissional,

apenas auxiliam.

0

Figura 35- Colorimetro da empresa X-rite, cahmado shade vision system

2.6 Reproduzindo o natural

Em que pese o fato de o policromatismo dental variar muito de um indivíduo para

outro, e de um dente para outro em um mesmo indivíduo, é possível e interessante

identificar as estruturas e os detalhes encontrados com maior freqüência. De posse

desses conhecimentos sera possível observar os dentes naturais, entender as relações

(48)

materiais arti ficiais, por meio de técnicas de estratificação que reproduzem o

relacionamento tridimensional do esmalte com a dentina.

Após o estudo detalhado do dente natural, é possível enxergar todas suas

características, e a partir desse conhecimento fazer um mapa cromático do dente, para só

assim poder reproduzi-lo da forma mais natural possível ( figura 36 e 37).

Conforme foi explicado anteriormente, a cor de um dente natural é determinada

pela correlação do esmalte e dentina com a luz durante os processos de refração e

reflexão da luz.Até mesmo o efeito cromático de uma restauração é influenciado pelos

fenômenos de absorção e reflexão que ocorrem entre raios incidentes e o material

restaurador, sendo que a morfologia da superficie de um dente ou da restauração

influencia esta relação. Com base na intensidade, vários cromas estão presentes em

regiões especificas de um dente — os terços cervical, médio e incisal. Estas regiões

compreendem o "mapa cromático" do dente ,onde as diferentes expressões cromáticas

devem ser identificadas e localizados, com base em sua intensidade. A cor dental é

identificada pela tonalidade básica, que é a soma dos cromas distribuídos na superficie

do dente (VANINI,1996).

(49)

O mapa cromático também inclui as regiões translúcidas do dente, que tam

origem nos aspectos do esmalte que estão livres de dentina interposta. Então, o mapa

cromático tem diferentes expressões nos vários níveis anatômicos, onde os cromas mais

altos estão no terço cervical,que é a área de maior grau de saturação do dente. Devido it

presença de um esmalte mais fino e, portanto, uma cor dentinal mais visivel.No terço

médio os cromas estão um degrau mais baixo, e no terço incisal em dentes não

desgastados, os cromas da tonalidade básica são gradualmente substituidos pelas

opalescencias criadas pelas tranparências do esmalte incisal e intra-proximal. Se a luz

refletida for eliminada através de um filtro de polarização, o mapa cromático pode ser

observado com maior intensidade, e o corpo da dentina interna e áreas translúcidas

podem ser claramente identificadas,

Tudo que o homem é capaz de fazer é porque o conhece ,jamais suas mãos fardo

algo sem antes ter obtido informação suficiente para poder cria-lo.

2.6.1 Reprodução de cor em restaurações diretas

0 resultado estético de uma restauração compósita à mão livre na região anterior

depende principalmente da precisão dos critérios que constituem e influenciam os

"fatores primários" da restauração, isto é, a estrutura de suporte dos dois elementos

básicos na estética dental — a forma e a cor. Enquanto a forma pode ser prontamente

identificada e reproduzida com grandes detalhes através do estudo dos aspectos

relacionados ao dente, a cor é mais difícil de se definir, uma vez que seus fatores

primários são freqUentemente ilusórios( VAN1NI,1996 ).

A reprodução da cor com materiais compósitos a fim de criar restaurações onde a

Imagem

Figura  1-  Espectro eletromagnético por comprimento de onda.  Area  de luz (   visível   ) entre luz  ultra violeta  e  infra vermelha
Figura 3- A luz, segundo Newton demonstrou, se decompõem em luz colorida Bruguera ( 2002)
Figura  4- Percepção  da luz refletida no objeto pelos olhos  ( Sekito  e  Monnerat;2001 )  Fenômeno que  sera detalhado na  seção 2.4.2.2
Figura  5-  Sistema aditivo é o que rege a geração de cores com focos de luz, como a T.V
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Referências

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