es-o
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL
AVALIAÇÃO DO POSICIONAMENTO MAXILAR NO SENTIDO
ANTERO-POSTERIOR
E
VERTICAL APÓS EXPANSÃO
RÁPIDA DA MAXILA EM INDIVÍDUOS COM E
SEM FISSURA DE LÁBIO E PALATO
CLAUDINEI DOS SANTOS, CD
C' CS,
Dissertação apresentada
Universidade Federal de Santa Catarina corno parte dos requisitos para a obtenção do titulo de Especialista em ortodontia e Ortopedia Facial
CENTRO DE DA SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE ESTOMATOLOGIACURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO
EMORTODONTIA
E ORTOPEDIA FACIALAVALIAÇÃO
DO POSICIONAMENTO MAXILAR NO SENTIDO
ÃNTERO-POSTERIOR E
VERTICAL
APÓS EXPANSÃORÁPIDA
DA MAXILA EM
INDIVÍDUOS COM ESEM FISSURA DE
LÁBIO E
PALATO
A
utor
Claudinei
dosSantos,CD
Orientadora
Luciane Macedo
deMertezes
Dissertação apresentada
Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial.
SANTOS, Claudinei
Avaliação Cefalométrica do Posicionamento Maxilar no Sentido
Antero-Posterior
eVertical após Expansão Rápida da Maxila em
Indivíduoscom
esem Fissura de Lábio
ePalato. Florianópolis, UFSC, Departamento de
Estomatologia, 2001.
vii, 77p.
Dissertação: - Especialização em Odontologia (Ortodontia)
1. Fissura Lábio-Palatina
2. Expansão Rápida
Maxilar
3. Cefalometria
4. Disserta0esA
minha família, que sempre foi presença fundamental durante minha formação pessoale profissional, pelo carinho e por todo
orientação, dedicação incansável, seriedade, disciplina e
perfeccionismo demonstrados durante a realização deste
trabalho e pelo sentimento de amizade que permanecerá
Ao Professor Arno Locks, coordenador do curso, pelo grande exemplo e valiosa amizade ,
pela exemplar administração e responsabilidade que demonstrou, sempre almejando a excelente
formação desta primeira turma de especialistas do curso de Ortodontia e Ortopedia Facial da
UFSC.
Ao Professor Roberto Rocha, pelo apoio, fundamental amizade, pela oportunidade e
confiança a mim conferida durante o periodo de realização de estágio no CAPADF e no decorrer
deste curso, pelos ensinamentos transmitidos com segurança, organização e determinação, meus
sinceros agradecimentos.
Ao Professor Gerson U. Ribeiro. pela amizade, experiência, habilidade e ensinamentos
transmitidos, que contribuirão de forma significitiva para minha vida profissional.
Ao Professor Daltro E. Ritter, pela amizade, incentivo, ensinamentos transmitidos e pela
inestimável dedicação que sempre demostrou ao curso.
A
Professora Carla Derech, pela amizade e inestimada contribuição clinica que prestou.Aos colegas de turma: Graziela M. Bahr, Luciara Dalcin, Silvana Góes, Luiz R. Locks e
Valter Bottamedi, por todos os momentos compartilhados, importantes para o crescimento de
cada um de nós.
Às colegas e amigas Ana Paula Piazza e Katia Barusso, pelos bons momentos passados
juntos. Cada um de nós partirá em busca de seu caminho, porém, fica a certeza que cada pessoa é única e que nenhuma substitui a outra.
Ao colega e amigo, Pericles J. da Silva, pela amizade leal, pelo apoio prestado, atitudes
pelo empenho e auxilio prestado no tratamento estatístico.
Aos alunos da segunda turma, pela companhia agradavel dispensada
As secretárias Cicléia Alves, Claudia de Abreu e Fernanda N. Silvan°, pelo apoio e
carinho que sempre me prestaram
Aos funcionários da UFSC, pela atenção e auxilio prestados.
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISTA DA LITERATURA 2
2.1. Fissuras Lábio-Palatais 2
2.1.1. Classificação ..2
2.1.2. Embriogênese
2.1.3. Anatomia do Palato 7
2.1.4. Etiologia 8
2.1.5. Incidência 11
2.1.6. Repercussões 12
2.1.6.1. Relação entre reparo cirúrgico e crescimento 13
2.1.6.2. Relação entre reparo cirúrgico e padrão oclusal 17
2.2. Expansão Rápida Maxilar 19
2.2.1. Histórico 19
2.2.2. Definição 20
2.2.3. Indicações 21
2.2.4. Contra-Indicações 22
2.2.5. Efeitos ..22
2.2.5.1. Pacientes sem Fissura. 22
2.2.5.2. Pacientes com Fissura. .28
2.2.6. Sintomatologia ..30
2.2.7. Condutas Clinicas e Laboratoriais Peculiares ao Indivíduo com Fissura a ser Submetido à Expansão Rápida Maxilar ..31
4.1. Material .33
4.2. Método 33
4.3. Análise Estatística 48
5. RESULTADO 49
6. DISCUSSÃO 63
7. CONCLUSÕES 70
8. RESUMO 71
9. ABSTRACT 72
Malformação pode ser definida como uma
alteração
morfológica de umórgão,
ouparte dele, resultante de um desenvolvimento intrinsicamente anormal." No espectro das
malformações congênitas que podem afetar a regido da cabeça
e
pescoço, figuram com altaincidência as de
lábio
e/ou palato. As seqUelas trazidas pela presença da fissura, bem como,a sua repercussão nas estruturas crânio-faciais,
estão
na dependência da localizaçãoe
dograu de envolvimento que a mesma pode apresentar. 29.37
Na Ortodontia, dentro das maloclusões associadas aos diferentes tipos de fissura_ as
mordidas cruzadas são, inegavelmente, de destacada
relevância.
Segundo Kutin & Hames, l9a mordida cruzada
é
um indicador valioso, por muitas vezes já percebido na dentaduradecidua,
e
que dificilmente sofre auto-correção. A Ortodontia dispõe de um grande númerode aparelhos ortodõnticos que proporciona a almejada correção da
dimensão
transversa damaxila29
e
dentre eles, cita-seo
aparelho disjuntor preconizado por Haas. Quais são asalterações ocorridas na maxila após a utilização deste aparelho? As alterações na maxila
ocorrem de forma similar para pacientes sem fissura
e
para os portadores de fissura delábio
e
palato?Este estudo tem por objetivo estudar as alterações que ocorrem na maxila no sentido
vertical
e
ântero-posteriorapós
aexpansão rápida
da maxila em pacientes portadores de2.1 Fissuras Lábio-Palatais
2.1.1 Classificação das Fissuras Lábio-Palatinas
As
fissurasde
lábioe/ou de
palatoconstituem
objetode estudo visando
enquadrá-lasnuma
classificação queabranja todas as variedades
anatomoclinicas. 8Como ideal de classificação, a metodologia aplicada deve atender aos seguintes
quesitos: 8
1. ser suficientemente clara para impedir
interpretaçõessubjetivas das diversas variedades
morfológicas;
2. denominar pormenores da deformidade que, eventualmente, possam passar
desapercebi-dos;
3. ter simplicidade de termos, de forma a permitir
oentendimento entre os profissionais
envolvidos no tratamento dos portadores da
deformidade;4. incluir as formas raras da deformidade;
5. superar barreiras
linguisticas,portanto, ser de
compreensãointernacional;
6. permitir a
codificaçãopara
computadorização eeventuais
análises estatísticas.Várias classificações são
citadas na literatura,
entretanto, Veau44 (1931),apresentou
um método de
classificaçãodas
fissurasem quatro
grupos:Grupo I
-que inclui apenas as
fissurasde palato mole;
Grupo II
-que enumera as
fissurasde palato duro e/ou mole;
Grupo IV — que enquadra as fissuras bilaterais completas, ou seja, aquelas que atingem o
lábio, o palato duro e o mole, dos dois lados.
Pode-se estabelecer como critica a esta classificação o fato de não incluir as fissuras
labiais isoladas e aquelas que deformam o lábio, o assoalho nasal e o osso alveolar sem
comprometer o palato. 8
Outro método é o de Davis & Ritchie, 1° que leva em conta o rebordo alveolar.
Assim, engloba as fissuras lábio-palatinas em três grupos:
Grupo I — as fissuras pré- alveolares, isto 6, as labiais unilaterais, as bilaterais e as
media-nas.
Grupo II- as fissuras alveolares ou palatinas, incluindo a submucosas.
Grupo III- as fissuras alveolares completas subdivididas em uni e bilaterais.
Como se constata, há limitações discreparites neste tipo de classificação, sobretudo, no
que concerne àquelas que acometem apenas o lábio ou o palato mole. Por outro lado, requer
sempre um complemento descritivo da lesão para o adequado entendimento das alterações
anatômicas. 8
A Associação Americana de Reabilitação das Fissuras Labiopalatinas aceita dentro
desta classificação, mas com bases topográficas, as fissuras raras da face como: 8
a- fissuras do lábio superior com ou sem displasia hipoplásica ou aplasia da pré-maxila.
b- fissuras obliquas ou oro-orbitárias.
c- fissuras transversais ou oro-auriculares.
A classificação é extremamente detalhista podendo confundir a interpretação; no
entanto, pelo mesmo aspecto, permite uma codificação para análise estatística ou estudos
Fogh-Andersen 12 (1974), ao estudar as
características
das lesões labiopalatinas,empregou uma estrutura anatômica,
o
forame incisivo, para separar as lesões do palatoanterior daquelas do palato posterior.
O
termo forame incisivo refere-se ao ponto de tbsdoentre os palatos primário
e
secundário, portanto, presente na embriogésnese, torna-se virtualpor
ocasião
da unido dos palatos.Baseado nos critérios propostos na classificação de Fogh-Andersen, Spina 39 (1972)
descreveu as diversas formas anatomoclinicas da seguinte maneira:
Grupo I —Fissuras pré-forame: quando acometem, total ou parcialmente,
o
palato primárioaté
o
forame incisivo; assim na forma mais grave encontra-se fendidoo
lábio,o
osso alveloar
e o
assoalho nasal. Podem ser uni ou bilaterais; no primeiro caso,pode ser direita ou esquerda. Neste grupo estão enquadradas as fissuras labiais
medianas, totais ou parciais.
Grupo II — Fissuras transforame incisivo unilateral ou bilateral: representam aquelas fissu
ras totais de lábio, palato duro
e
mole, portanto, ha comprometimento tanto dopalato primário quanto do
secundário.
Grupo III — Fissuras pós-forame incisivo: são exclusivamente palatinas, comprometendo
todo
o
palato, desdeo
forame incisivo até a úvula. Na forma incompleta, há fissura apenas do palato mole.
Este sistema de classificação permite
o
agrupamento de formas mistas, como asfissuras pré
e
pós-forame, nas quais, embora estejamíntegros o
assoalho nasale
ossoalveolar, há acometimento do lábio
e
dos palatos duroe
mole. Outro tipo que seriafacilmente classificado por este método seria a fissura bilaterail parcial de um lado
e
totalAo analisar a proposta de Spina constata-se que algumas formas anatomoclinicas,
embora enquadráveis no sistema, necessitam de descrição morfológica complementar.
Bom exemplo
é
a presença de ponte cutânea entre as vertentes labiais, conhecidas comobanda de Simonart, de complexa explicação etiopatogériica. Deve-se ressaltar também, a
forma cicatricial de Keith, que
é
representada por uma linha cicatricial vertical na pele dolábio, e, enquanto as faces
cutânea e
mucosaestão
integras, a musculatura labial estáinterrompida. A fissura palatina oculta ou submucosa, dismorfia em que a musculatura
palatina não se fundiu na linha mediana, também não encontra lugar nesta classificação:
contudo, alguns adeptos descrevem-na como uma fissura pós-forame incisivo. 8
2.1.2 Embriogênese
O palato forma-se a partir de dois
primórdios: o
palato primárioe o
palatosecundário.
Embora a palatogênese se inicie no final da quinta semana, seudesenvolvimento somente vai se completar na décima Segunda semana. Seu
período
criticode desenvolvimento nos seres humanos
está
compreendido entreo
final da sextae o
começo da nona semana. 23
O palato
primário
ou processo palatino mediano começa a se desenvolver no inicioda sexta semana a partir da parte profunda do segmento intermaxilar da maxila. 0 palato
primário forma a parte pré-maxilar da maxila. Ele representa apenas uma pequena parte do
palato duro adulto (a parte anterior ao forame incisivo que aloja os dentes incisivos). 23
O palato
secundário é o
primórdio das partes durae
mole do palato que se estendemposteriormente desde
o
forame incisivo. 0 palatosecundário
começa a se desenvolver cedo,interno das proeminências maxilares. Inicialmente, estas estruturas em forma de prateleira,
chamadas processos laterais do palato, projetam-se inferomedialmente de ambos os lados
da lingua. Com
o
desenvolvimento dos maxilares, a lingua fica relativamente menore
sedesloca inferiormente. 23
Com
o
prosseguimento da paiatogênese ao longo da sétimae
oitava semanas, osprocessos laterais do palato alongam-se
e
se movem para uma posição superior à lingua.Gradualmente, estes processos aproximam-se um do outro
e
se fundem no plano médio.Eles também se fundem com
o
septo nasale
a parte posterior do palato primário. 23O osso forma-se de forma gradual no palato
primário,
constituindo a parte pré-maxilar da maxila, que aloja os dentes incisivos. Ao mesmo tempo, ocorrem extensõesósseas,
partindo dos ossos maxilarese
palatinos para os processos laterais do palato,formando
o
palato duro. As partes posteriores destes processos não chegam a se ossificar.Elas estendem-se em sentido posterior para além do septo nasal
e
fundem-se para formaro
palato mole
e
sua projeção cônica, denominada Uvula. A rafe do palato indica, de modopermanente, a linha de
fusão
dos processos laterais do palato duranteo período
compreendido entre a sexta
e
a décima segunda semanas. 23Um pequeno canal nasopalatino persiste na linha média do palato entre a parte pré-maxilar
e
os processos palatinos dos maxilares. Este canalé
representado no palato duro doadulto pelo forame dos incisivos. Uma sutura irregular corre do forame dos incisivos até
o
processo alveolar da maxila, entre os dentes incisivos
e
caninos de ambos os lados,o
queé
visível
na região anterior do palato de pessoas jovens. Esta sutura indica onde os palatosprimário
e secundário embrionários
se fundirame
onde as fendas do palato anterior23
A base embriológica da fenda
cio
palatoé
a falta de unido das massas mesenquimaisdos processos palatinos laterais
e
de uma com a outra, como
septo nasal e/ou com amargem posterior do processo medial do palato. Fendas do palato anterior ou
primário
(fendas anteriores ao forame incisivo) decorrem do não-encontro das massas mesenquimais
dos processos palatinos laterais
e
da ausência defusão
como
mesênquima do palatoprimário. 23
Fendas do palato posterior ou
secundário
(fendas posteriores ao forame incisivo)resultam da falta de união
e
de fusão das massas mesenquimais dos processos laterais dopalato com
o
mesênquima do palatoprimário e
como
septo nasal. 23Fendas das partes anterior
e
posterior do palato (fendas envolvendo os palatosprimário
e secundário)
resultam da não-unidoe
danão-fusão
das massas mesenquimais dosprocessos palatinos laterais entre si, com
o
mesênquima do palato primárioe
como
septonasal. 23
2.1.3 Anatomia do Palato
0 palato consiste de três ossos justapostos, os processos palatinos da pré-maxila, os
processos palatinos da maxila
e o
processo horizontal do osso palatino. A sutura palatinafecha-se precocemente na infância. Após, há um aumento na quantidade de deposição
alveolar para acomodar a estrutura radicular da dentição permanente. 11
0 processo palatino da maxila aumenta posteriormente pela aposição óssea na area
da sutura palatina. Com a erupção do primeiro molar superior, próximo aos 6 anos de idade,
o
palato alcança a sua largura maxima. 0 crescimento ocorre com aposição na superficiealveolar, nas paredes vestibulares, até a maturidade. Hi controvérsia sobre
o
quanto a2.1.4 Etiologia
Sabe-se
quea
embriogênesepode ser alterada por agentes
fisicos, químicos ebiológicos.
A
combinaçãoda ação deletéria destes
fatoresou a
intensificaçãoda atividade
de um deles pode trazer
modificações irreversíveisno comportamento das células da crista
neural e, por conseguinte, no
mesênquimafacial, trazendo como resultado final
onascimento de um
indivíduoportador de fissura
lábio-palatina. 8As
alteraçõesda
morfogêneseque culminam corn uma fissura
lábio-palatinatem
omecanismo
etiopatogênicoligado a herança
multifatorial.Na verdade, identificou-se
ofator
genético em
35%dos portadores da
malformação.Nos demais,
65%apresentaram a
patologia em
associaçãoas chamadas causas ambientais. Estas foram identificadas por
informação
familiar e, algumas
delas,comprovaram sua eficaz
açãodeletéria em
teratologia laboratorial. 8
Estes fatores
são:- Materno
—fetais
Alterações anatõmicas
ou da fisiologia uterina, bem como, alguns
distúrbiosendocrinológicos
podem determinar
o aparecimentode
urnafissura
labio-palatina.As
alterações anatômicasreferem-se a topografia do
úterona cavidade pélvica
ea
implantação
do
embrido.Estas
condiçõestrariam, como
conseqüência, diminuiçãodo
aporte
sanguíneoaos tecidos
embrionários.Tal
circunstânciade
hipoxiase agravaria face
ao acelerado desenvolvimento das estruturas
embrionárias.Outro agente que merece ser
abordado
éa
modificaçãoda
pressãodo liquido amniotic° que
conduziriaa uma fissura
labio-palatina;
contudo, deve-se ter um estudo mais aprofundado, pois necessita de
Estudos conduzidos em mães diabéticas que tiverem filhos com fissuras atestaram a presença de um fator antiinsulina no soro destas mulheres. Tal fator, que se encontra ligado a fração albumina, é com muita probabilidade produzido pelo embrido. Esta mobilização protéica diminui o aporte nutricional às células que tem por via de conseqüência, seu comportamento modificado, determinando alterações na morfogênese. 8
O hipotiroidismo é outro fator endocrinológico associado ao nascimento de
portadores de fissuras lábio-palatinas. Estudos reproduziram o cretinismo em ratas, que, uma vez prenhas, tiveram crias portadoras de deformidades. Os mesmos animais em prenhez subsequentes, porém sob terapêutica com tiroxina, tiveram crias normais.
- Estresse
0 mecanismo de estresse, ou seja, 'aquele conjunto de reações fisiopatológicas resultantes de estímulos exógenos, e que convergem para um aumento da secreção de hormônios da supra-renal, pode associar-se com malformação do terço médio da face, sobretudo, com fissuras lábio-palatinas. Como as respostas a estímulos ambientais é diferente de um indivíduo para outro, a reprodução a custa de metodologia padronizada é muito dificil, de maneira que se torna necessário urn estudo mais meticuloso deste fator etiológico. 8
- Infecções
Parece que o virus da gripe teria ação sobre o desenvolvimento embrionário, podendo determinar o aparecimento de uma fissura labial. Por outro lado, há estudos que comprovam a correlação entre a ingestão de aspirina e a fissura labial. Assim, como é
no inicio da gestação, ambos fatores devem ser estudados em conjunto, dada a consonância
com fenda labial. Algumas viroses com neutrofismo podem atacar a placa neural
comprometendo o desenvolvimento do mesênquina e a conseqüente alteração da
embriogênese. Bons exemplos são a rubéola e as viroses de grupo ECHO — Enterec
Cytopatogenic Human Organs- que, se contraídos pela mulher no inicio da gravidez ,
podem acometer o embrido. 8
A toxoplasmose, que é uma infestação, atinge o embrido por via transplacentdria,
podendo determinar o nascimento de portadores de fissuras lábio-palatinas. 8
- Fatores Nutricionais
Estados carenciais com hipoproteinemia não podem ser responsabilizados por
alterações da morfogênese, todavia, a deficiência de certos suplementos, como ácido fálico,
que entra na síntese de ácidos nucleicos, podem e, com efeito, também alteram a
multiplicação das células da crista neural, modificando a formação do mesênquina da face. 8
- Medicamentos
A época da administração de drogas teratogênicas é muito importante no
concernente ao período de morfodiferenciação. Pode-se afirmar que o momento critico de
ação destas substâncias situa-se nas nove primeiras semanas de gestação. 8
Dentre as drogas, como tendo ação deletéria que determinam o nascimento de
fissuras, destacam-se:
1) anticonvulsivantes com atividade antiácida fólica;
2) aspirina e corticosteróides;
4°) antiblasticos.
Tais
substânciasatuam nas diversas fases da
morfogênese,desde a
formação ea
diferenciação das células da crista neural até a
formaçãodo
mesênquimafacial
eda fusão
dos processos faciais que formam as estruturas
oropalatinas. 8- Irradiações
A
exposiçãoa
irradiaçõespode proporcionar a
destruiçãodas células da placa
neural, assim como, alterar suas capacidades de
multiplicação e diferenciação. 82.1.5 Incidência
Muitas
investigaçõestêm sido realizadas sobre a incidência de
lesõescongênitas de
lábio e
palato. Algumas apenas descrevem
o-percentualde
criançasnascidas com
fissuras,enquanto outras procuram relacionar outros dados, tais como, lado de maior incidência,
incidência por raga,
relaçãocom sexo
e consagainidade. 12Os trabalhos
anteriores àdécada de
1930, geralmenterelatam
incidênciasem
tornode
1:1000nascimentos. Nos
últimosanos tem sido relatado um aumento nesta
incidência,na ordem de
1:650nascimentos. 12 Esta taxa
érelativamente alta de modo que coloca a
fissura
lábio-palatinaem segundo lugar na
relaçãodas anomalias congênitas mais
freqüentes. 30
E
amplamente descrito uma grande incidência na
raçaamarela
emenor
incidênciana
raçanegra.
9A
diferençaentre os sexos para a fissura
tambémtem sido relatada.
0 sexofissuras
mais severas que as meninas
.Entretanto,
o sexofeminino apresenta mais fissura
de palato isolada,
quandocomparada ao sexo masculino. 42
2.1.6 Repercussões da fissura lábio-palatina
As mais comumente relatadas
são: 21REGIÃO REPERCUSSÕES
Maxila
Reduçãono
crescimentomaxilar, decorrente do
reparo
cirúrgico, após onascimento.
Nariz
Achatamento
e assimetrianasal. Suporte
ósseodeficiente para cartilagem.
Osso
Alveolar
Presença
de
fendaalveolar, no
traçode fissura.
Palato
Persistênciade
fikulasoro-nasais, decorrente do
rompimento do palato mole, acarretando em
fonaçãonasal.
Lábio Fibrose cicatricial,
no
traçoda fissura.
Arcada
Dentária
Mordida cruzada posterior e/ou anterior;
Dentes congenitamente ausentes e/ou
supranumerários;Erupção ectápica;
Dentes mal formados.
Quadro
1 — Repercussõesmais comumente encontradas das
fissuras lábio-palatinas,de
acor2.1.6.1 Relação entre Reparo Cirúrgico da Fissura e o Crescimento
Estudando as fissuras que mais comumente afetam os tecidos bucais, observa-se a
existência de duas entidades separadas
e
distintas: fissura labial associada ou não à fissurapalatina. Na reabilitação da criança com fissura de lábio e/ou palato, dois procedimentos
são de grande importância. 0 primeiro
é o
reparo do lábio e,o
segundo,é o
reparofuncional do palato. 34
A conformação anatômica da maxila no paciente fissurado encontra-se deformada
mesmo antes do nascimento. Consequentemente, essas malformações requerem tratamentos cirúrgicos já numa idade bastante precoce. 35 A reconstrução cirúrgica do lábio
e
palato 6,em geral, extremamente benéfica. Em contrapartida, a cirurgia introduz mudanças morfológicas
e
fatores de um novo crescimento, na qual, quase invariavelmente afetao
desenvolvimento facia1. 3'4
0 reparo da fissura de lábio restaura fisiologicamente a continuidade da musculatura
labial superior, a qual,
é
continua com a musculatura peribucal. 2° Sabe-se que as técnicascirúrgicas utilizadas atualmente na queiloplastia foram desenvolvidas para atingir seus
objetivos com um
mínimo
de traumatismoe
um máximo de conservação de tecidos . 27 0 efeito imediato do reparo do lábio produz aproximação dos segmentos palataiscom diminuição da fenda palatal na sua
extensão
intero-posterior. A fissura de arcoresultante, pode ser agrupada em três formas gerais: 27
- aproximação dos segmentos alveolares com contato, produzindo uma forma de arco sime
trica;
- sobreposição do segmento alveolar, produzindo uma forma de arco colapsada;
0
reparo do lábio é geralmente realizado aos4
meses de idade, antes de estarcompleta a
ossificação
dos ossos da face. Restaura oesfincter labio-bucal
com sua forçacompressiva. Se a habilidade do cirurgião e o tecido disponível permitir, esta força sera
restaurada ao
norma1. 15'16
Entretanto, sequalquer
um desses fatores mostrarem-sedeficientes, o
lábio
apresentará uma força compressivaaumentada. 16
Este procedimentotem um efeito
significante
sobre a redução da fissura alveolar epalata1,4°
e sobre arelação
eposicionamento dos segmentos
maxilares,21'40
sendo que, aredução
da largura da fissurapode ser resultado de
vários
fatores, dentre os quais, cita-se: 20'21
- reconstrução
da continuidade muscular e o tecidocicatricial
formado devido a cirurgia delábio;
- ação
do músculobucinador
que exerce um efeito de modelagem e, provavelmente, induzao equilíbrio das
forças
muscularesinternas
eexternas,
sobre o segmento parcialmenteseparado, portanto,
reposicionando
as duas metades da maxila;- redução
da largura da fissura palatal devido ao crescimento e possível deslocamento parabaixo e medial dos processos
palatinos. 18"9
Se o fechamento do
lábio
reduz a largura da fissura, ou seja,torna
menor a fissurade palato, pode-se considerá-lo como um fator que contribui para a posterior cirurgia
plástica
dopalato. 26
Há
umsignificante
retardo no crescimento da dimensãoântero-posterior
e lateral,imediatamente
após
o tratamentocirúrgico.
Porém, este atraso parece tender a suavizar-seapós
os4
anos de idade. Na fissuratransforame
completa, arelação
transversa encontra-semais afetada que a
relação antero-posterior. 20
Na
fissura transforame
unilateral completa,há considerável alteração
na relaçãoVárias são as situações clinicas diante das fissuras transforame unilaterais,
podendo-se relatar: todo o podendo-segmento está, algumas vezes, posicionado medialmente, somente a
porção anterior está alterada e, em outros casos, a maxila permanece não afetada pela
cirurgia de lábio. 2°
A correção cirúrgica do lábio, sem dúvida, tem sido um procedimento que promove alterações nos maxilares. Além deste, pode-se citar: tamanho e forma do processo alveolar,
tamanho e configuração das bordas palatinas, tamanho e forma do septo nasa1. 26
A cirurgia do lábio e palato durante a infância (normalmente até 2 anos) pode
resultar em força muscular e fibrose cicatricial, podendo alterar o futuro crescimento da
maxila, influenciando negativamente a morfologia do arco dentário, o qual, normalmente
promove a constrição do mesmo. 35 Após o reparo primário da fissura transforame completa
bilateral, os segmentos maxilares são aproximados pela função labial restaurada, consequentemente, exacerbando a constrição maxilar, particularmente na regido anterior. 6'45
A tensão do músculo palatal e a retração cicatricial são fatores agravantes. 2°
Contrariamente a diversos relatos, somente a cirurgia do lábio parece não ter
qualquer efeito substancial na oclusão. Após esta intervenção, não é observado qualquer
desvio da arcada na dentição decidua em crianças com fissura labial, bem como maxilar,
até mesmo quando o processo alveolar está envolvido. 2I
A deficiência no crescimento da face média é uma característica comum em
crianças com fissura transforame completa. 7'9 Durante a puberdade, a maxila tende a uma
piora no crescimento sagital, enquanto, a mandíbula, ao mesmo tempo, tem um surto de
crescimento. Isto leva a um achatamento do perfil ou mesmo uma relativa protrusdo
Ranta28 (1974), após revisão
das
dimensõestransversas da fissura
transforameunilateral, observou que
oarco maxilar encontra-se
contraídonesses pacientes. A
própriafissura, bem como seu
equilíbrio funcional,influencia a
dimensãotransversa, independente
do procedimento
cirúrgico.A
constriçãomostrou-se suave na
regidode molares, moderada
na
regidode caninos
emais pronunciada na
regidoanterior. Este estudo defende que a
influência
da fissura
é marcadamentemaior na
regidoanterior do arco. Contraditoriamente,
Horton 15 (1964),
relata que a
constriçãomaxilar ocorre de forma mais pronunciada na
região
posterior do
palato.Chen5 (1996),
através da
avaliaçãode uma
populaçãode
fissuradoschineses,
podeconstatar
quemais de
70%das
criançasdemonstraram
característicasde severa
maloclusãojá
no
estágiode
dentição deciduaou mista precoce, indicando
provávelcrescimento
desfavorável
futuro.
Quando a maxila de uma
criançanormal
écomparada com a de uma
criançacom
fissura de
lábio epalato, são aparentes certas
diferençasfundamentais de morfologia entre
eles: a fissura
transforameunilateral separa completamente
o lábio e opalato, dividindo a
maxila em dois segmentos bem
definidos:um segmento maior (lado
não fissurado) eum
segmento menor (lado
fissurado). 35A
dimensãotransversa do arco na
regidoposterior, na
presença
de fissura,
é significantementemaior que
o norma1. 16A extremidade anterior do
segmento maior, geralmente
está protruida.Estas
alteraçõesresultam de uma
divergênciacausada pelo deslocamento dos segmentos maxilares. 6 A
diferença édevida a tensão oposta
dos
músculos pterigoidesna
ausênciado
músculotensor do
palato,embora deva,
também,ser considerado
oefeito da lingua sobre a
forçaexercida em
direçãoao
palato. 17A fissura
pré-forame incompleta,onde a crista alveolar
epalato apresentam-se
resultados
favoráveis.
Entretanto, na severa fissura transforame raramente pode-sereconstruir completamente a função
e
alcançar uma aparência satisfatória. i5A fissura isolada de palato, geralmente, não apresenta problema de constrição do
arco, provavelmente pela integridade da crista alveolar localizada anteriormente a area de
fissura. Porém, quando ocorre, os processos palatinos podem ser posicionados mais
facilmente
e
os dentes podem ser movidos mais eficientemente, por não apresentaremdeficiência de suporte 6sseo. 31
2.1.6.2 Relação entre o Padrão Oclusal e o Reparo Cirúrgico da Fissura
Segundo Moyers,25 a mordida cruzada
é
uma relação anormal bucal, labial, oulingual, de um ou mais dentes da maxila,
mandíbula
ou ambos, quando os dentes dos doisarcos estão em
oclusão.
Pode incluir um ou mais dentes, ser uni ou bilateral.Como fatores etiológicos da mordida cruzada incluem-se: retenção prolongada de
dentes deciduos, apinhamentos, perda prematura de dentes deciduos, sucção do polegar,
deficiência esquelética
e
fissura palata1. 3A freqüência de mordida cruzada na criança com fissura de
lábio
e/ou palatoe
influenciada tanto pelo tipo
e
tamanho da fissura, assim como, pelaépoca e
método daintervenção cirúrgica. 9
Embora a freqüência
e o
grau de distúrbios no crescimento tenham sidograndemente reduzidos
após
a introdução de modernos procedimentos cirúrgicos, algunspacientes fissurados revelam colapso maxilar nas mais diversas relações, tais como: sagital,
transversal
e
vertical. Istoé
manifestado pela parcial ou completa mordida cruzada anteriorA oclusão
dentaria
tem sido estudada com propósito de avaliar os resultados dotratamento
cirúrgico
da fissura de lábio e/ou palato. A falha ou o sucesso do tratamentonormalmente relaciona-se com a freqüência com que as mordidas cruzadas
aparecem. 16
Devido a
contração
do arco maxilar em crianças com fissura de lábio e palato,resultante da cirurgia de
lábio,
oprocesso
alveolar do segmento menor pode mover-se,pelas
forças
musculares, a umaposição
lingual emrelação
ao arco mandibular. Istofreqüentemente
resulta emmaloclusdo
de mordida cruzada em um ou ambos segmentos dosarcos
dentarios. 40
Na fissura
transforame
uni ou bilateral completa, a integridade do arco maxilarestá
destruida
e aposição
dos segmentos pode resultar em problemas como: mobilidade dossegmentos e falta de base óssea. Além disso, pode-se deparar com
presença
de dentessupranumerários e
oligodontia.
Nos casosunilaterais,
pode ocorrercontração
lateral totaldo segmento do lado da fissura. Porém, nos casos de
fissuras
bilaterais, pode ocorrercontração
dos dois segmentos, ou seja,contração
bilateral, com mordida cruzada eerupção
dentária ect6pica.
A mobilidade da pré-maxila é um fator agravante da fissuratransforame
bilateral
completa. 31
As
fissuras
completa uni ou bilateral da pré-maxila podem implicar em perda dacontinuidade do arco
dentário,
aoarco
alveolar e do osso basal maxilar. Quando este tipode
malformação congênita
ocorre emcombinação
corn uma fissura completa de palatosecundário, o segmento lateral do lado afetado parece clinicamente rígido. Entretanto,
devido a ausência de continuidade, esse segmento lateral é capaz de realizar um movimento
independente do restante da maxila e do esqueleto
facia1. 35
Em muitos casos, a musculaturabucal adjacente move os segmentos
medialmente
a umaposição
lingual a pré-maxila,portanto, não somente uma mordida cruzada dentária e alveolar, mas também, uma
discrepância basal. E8
Devido a tendência de colapso do segmento esquelético na regido anterior e
posterior, essas fissuras freqüentemente requerem procedimentos ortodônticos de expansão
maxilar. 6
A erupção dos dentes na pré-maxila não produz qualquer ganho de osso, devido a
alta freqüência de dentes ausentes ou malformados. Os incisivos superiores freqüentemente
erupcionam com inclinação palatina e mesmo com a pré-maxila protruida, pode resultar em
mordida cruzada anterior. 6
A fissura de palato, geralmente, não apresenta problemas de contração do arco.
Portanto, é razoável assumir que os dentes erupcionardo de maneira menos ectópica e com
menor severidade. A ausência de mordida cruzada pode ser facilmente comprovada. Porém,
se ocorrer mordida cruzada, certamente, esta pode ser mais facilmente corrigida, e os dentes
podem ser movidos com mais eficiência devido a presença de uma base óssea maior. 28
2.2 Expansão Rápida Maxilar
2.2.1 Histórico
Ange112 (1860) promoveu a primeira citação sobre o tema, quando publicou um
artigo chamado "Tratamento das Irregularidades dos Dentes Adultos ou Permanentes."
Neste, o autor afirmou que alargou o palato de um paciente, separando-o na sutura palatina
mediana, por intermédio de um aparelho metálico, com o auxilio de um parafuso de
considerada empírica. Houve extrema resistência a suas idéias, julgadas por
profissionaisdaquela época, como sendo absurdas. 24
No inicio de
1900,a
expansãoda maxila
geroumuito interesse pelos médicos,
especialmente em
rinologia,que procuravam um meio de aumentar a permeabilidade nasal.
Os
pesquisadoresde
ortodontiacomo Dewey, Wright e
Cryerconsideravam os aspectos
histológicos
e
anatômicos, enquanto,outros como Barnes e Block publicaram os efeitos
sobre a dentadura. 47
Após
esta fase, houve uma
escassezde informações até
queos autores europeus
restabeleceram o interesse clinico pelo tema. As recentes
investigaçõestem se formado nas
forças empregadas, na resposta
histológicanas
articulações, alterações esqueléticas,dentárias
e
alteraçõesna
região naso— respiratória. 47Por aproximadamente um século,
osaparelhos de expansão palatina ficaram
renegados ao esquecimento. Seu ressurgimento, nos
modernosprocedimentos
ortodónticossão
essencialmente creditados a
Korkhause Haas. Este ultimo fez algumas
alteraçõesao
antigo aparelho que, desta vez, obteve maior
aceitação.Finalmente,
após 100anos, esta
técnica obteve maior
reconhecimento. 242.2.2 Definição
Expansão maxilar é o termo utilizado para descrever uma técnica de aumento da
largura da maxila através de
aplicaçãode forças laterais ao arco
dentáriosuperior. Pode ser
executada de forma lenta ou
rápida. 41Esta tem sido
utilizadacomo técnica ortopédica para
a
expansãoda maxila. Este procedimento promove a
separaçãoda sutura palatina mediana,
atresia maxilar transversa, mordida cruzada posterior e, também, aumenta a luz do trato
respiratório superior, facilitando a respiração nasal. 24
um dos procedimentos ortoanticos que mais tem corroborado para as resoluções
dos casos em que se precisa aumentar
o
espaço do arco dentário superior. 242.2.3 Indicações
A
expansão
rápida está indicada sempre que tenciona-se atingiro
efeito ortopédicopara
o
reposicionamento espacial da maxilae o
ganho real de tecido ósseo,independentemente do estágio de desenvolvimento oclusal. Os critérios indicativos básicos
para a sua eleição seguem-se:
I. nos casos de Classe III com ou sem cirurgia, mas principalmente nos casos sem cirur- gia; 14 1 22
2. nos casos de uma. real ou relativa deficiência maxilar; 14,1,24,22
3. nos casos de capacidade nasal inadequada, apresentando problemas respiratórios nasais
crônicos; 14,1,22
4. mordida cruzada em maloclusdo de Classe I com alterações
funcionais; I
5. pacientes com fissura de lábio
e
palato. 14'1'226. mordida cruzada posterior dentária de grande magnitude, ou seja, mordida cruzada
tota1. 36
As indicações mais freqüentes para a
expansão
rápida maxilar nas dentaduras deciduae
mista são as seguintes:
2) arco
dentáriosuperior
atrésico relacionadoa
respiraçãobucal
epalato profundo;
1
'383) mordida cruzada total;
37
'384) mordida cruzada posterior com
inclinaçãonormal dos segmentos posteriores
38
2.2.4 Contra-Indicações
A
disjunçãopalatina
está contra-indicadanos casos onde nenhum
beneficio éobtido
ao aumentar a base
ósseano sentido transverso. Destacam-se entre elas:
1. casos de
maloclusãode Classe II, la
divisão,com maxila prognata
ecom
biprotrusãodentária;
2. falta de
supervisãodos pais
eda
colaboraçãoda
criança; 13. pacientes com plano mandibular aumentado;
4. mordidas cruzadas localizadas;
1
5. discrepância
da linha média, a qual deve-se a
desarmoniada ATM,
assimetriada face,
assimetria
da maxila
eda
mandíbula,ou outras
desarmoniasesqueléticas;
6. mordida cruzada unilateral verdadeira;
I
7. idade
—pacientes mais velhos
freqüentemente resistirãoa abertura da sutura com maior
intensidade. Provavelmente,
devidoao aumento na rigidez de todas as suturas
e nãonecessariamente a
ossificaçãoda sutura palatina mediana.
47
8. hiperplasia gengival — hiperplasia
pela
dilantina; 479. mordida aberta anterior;
47
2.2.5.1 Pacientes Sem Fissura
A característica fundamental da expansão rápida da maxila refere-se ao fato da força
aplicada aos dentes e processo alveolar exceder o limite necessário para movimentação
ortodõntica e promover a separação dos ossos maxilares. Além disto, ocorre compressão
do ligamento periodontal, inclinação lateral dos processos palatinos, vestibularização dos
dentes de ancoragem no osso alveolar e, gradualmente, a abertura da sutura palatina
mediana com repercussões menores nas demais suturas faciais e nas sincondroses da base
do crânio. 36
Mesmo sendo a força liberada de magnitude considerada ortopédica, clinicamente
temos que distinguir dois efeitos biológicos: o ortodemtico e o ortopédico. 36
- Reações Esqueléticas
0 efeito ortopédico revela-se pela nítida separação dos ossos maxilares, os quais
giram nos pianos frontal e transversal, se deslocando para baixo e para frente. Como
resultado dessa separação, a sutura palatina mediana se rompe, aparecendo na radiografia
oclusal uma area de radioluscência triangular com base voltada para a regido anterior,
podendo-se estender até as lâminas horizontais do osso palatino. A magnitude da abertura
varia grandemente de um indivíduo para outro. A principal resistência da abertura da sutura
palatina mediana não está na sutura em si, ou na articulação ptérigo-maxilar, mas nas
estruturas adjacentes, uma vez que a maxila articula-se com os ossos zigomatico e
esfenáide. Essa resistência esquelética justifica a separação dos maxilares em forma
Haas" (1961), ao empregar a expansão rápida da maxila em 45 casos, observou que quando a sutura palatina mediana abre-se, a maxila sempre move-se para baixo e para
frente. Isso 6, provavelmente, devido a disposição das suturas maxilo-faciais. Sicher,
chamou a atenção para o fato de que essas suturas são orientadas de tal maneira, que o
crescimento produz um vetor para baixo e para frente, do movimento maxilar. Desde que as
zonas intermediárias da sutura são separadas pelo procedimento da expansão rápida
maxilar, um efeito similar ao crescimento imediato é manifestado pelo deslocamento para
baixo e para frente da maxila.
Wertz46 (1970) estudou 60 casos, em idade entre 7 a 29 anos. Avaliou através de
radiografia cefalométrica lateral da cabeça, antes, após a estabilização e após 3 meses.
Empregou aparelho expansor do tipo Haas, com ativação do parafuso de 2/4 de volta ao
dia. A sobrecorreção foi considerada ideal qtiando a cúspide palatina dos dentes superiores
fizeram contato com as cúspides vestibulares dos dentes inferiores. Dos resultados obtidos
concluiu-se que a maxila desloca-se para baixo de forma significante, enquanto raramente
move-se para frente. A erupção e a extrusdo dos dentes, bem como o deslocamento para
baixo da mesma, tendem a promover a abertura do plano mandibular, com conseqüente
aumento do ângulo ANB. Tal ângulo poderia sofrer aumento considerável, caso tivesse ocorrido um deslocamento do ponto A para frente. Neste estudo, ao contrário, em alguns
casos, este moveu-se levemente para posterior. Defende que a ERM, na dentição mista,
parece proporcionar superficies articulares irregulares após a disjunção do complexo
maxilar dos processos pterig6ides. Estas parecem causar alterações na posição espacial da
maxila e a reabsorção dessas superficies irregulares pode permitir o ajuste pós-tratamento
Sarver & Johnston33 (1989) estudaram 20 adolescentes, com média de idade de 10
anos e 8 meses ( escala de 7,5 a 16 anos), submetidos ao procedimento de expansão rápida
maxilar, através do emprego de aparelho expansor do tipo Hyrax modificado, cuja ativação
utilizada foi de 2/4 de volta ao dia. Empregou radiografias cefalométricas laterais da
cabeça, antes e após a estabilização do parafuso expansor e verificou que houve um suave
movimento superior da regido posterior da maxila (espinha nasal posterior), assim como,
ocorreu um movimento para baixo e para posterior na regido anterior da maxila (espinha
nasal anterior). Segundo eles, a importância clinica para tais resultados é ao realizar a
expansão rápida em pacientes com face longa, plano mandibular acentuado e tendência à
mordida aberta, pois tende a abrir a mordida e obter um padrão vertical mais dificil de
tratar.
Silva Filho et al, 36 (1991) estudou 30 crianças, de ambos os sexos, entre 5 a 10
anos de idade, empregando aparelho expansor do tipo Haas. Empregou 2/4 de ativação do
parafuso ao dia e, observou os seguintes resultados: a maxila deslocou-se para baixo,
demonstrando rotação do plano palatal para baixo e para trás (sentido horário). Constatou
suave deslocamento para frente do ponto A. Entretanto, este não foi significante, pois não
apresentou deslocamento significante para anterior da maxila. Também observou que a
altura facial aumentou como efeito do deslocamento vertical da maxila e dos molares
superiores.
Sandikçioglu & Hazar32 (1997) estudaram uma amostra de 30 crianças, sendo dividida em 3 grupos: no primeiro grupo foi empregado aparelho removível com parafuso
expansor; o segundo grupo com aparelho "quad-helix" e o terceiro grupo, com aparelho do tipo Hyrax. A média de idade foi de 6,6- 8,6 e 8,8 anos, respectivamente. Foram analisadas
contenção (3 meses). A ativação empregada para
o
aparelho tipo Hyrax foi de 2/4 de voltaao dia. Obtiveram como resultado um aumento dos
ângulos
SNAe
ANBe
diminuição doângulo SNB.
Concluíram
que a maxila mostrou maiores alterações no plano transversal,quando comparado aos planos sagital
e
vertical.Devido a força da
expansão,
todos os ossos do complexo maxilar são deslocados dassuas conexões dos ossos adjacentes. 24
O espaço aberto entre as duas metades do palato se assemelham a um "V - invertido,
devido a resistência do osso zigomatico na
área
posterior do palato. 24Quando ocorre a disjunção palatina, alguma separação ocorre na cavidade nasal,
visto que,
o
teto do palato formao
assoalho das cavidades nasais. Pode-se notar em algunscasos uma melhora da aeração nas vias aéreas superiores após a E.R.M. 24
O tratamento da atresia maxilar após" os vinte anos de idade, muitas vezes requer
técnicas cirúrgicas devido ao estado de calcificação da sutura mediana. 24
Muitas das técnicas atuais empregadas em ortodontia
e
ortopedia, tal como, aexpansão maxilar, contam com a habilidade das suturas moverem-se
e
para readaptar-se. Aexpansão
sutural envolve injúrias seguidas por um reparo proliferativo, fenómenoo
qual,em outros tecidos, geralmente, leva a formação de tecido cicatricial. A capacidade de
remodelação dos fibroblastos do tecido conjuntivo sutural levam a regeneração da sutura. 42
O movimento dos ossos faciais com
o
aparelho expansor palatal nãoé
uniformee
tem implicações definitivas no tratamento. 42
No plano frontal a
expansão
é muito grande entre os incisivos centraise
diminuisuperiormente. 0 septo nasal, vômer,
e lâmina
perpendicular do osso etmóide não écompletamente separado,
e
permanece articulado a um dos ossos maxilarese
nasofrontal.piramidais dos ossos palatinos e da lâmina pterigoide do osso esfenoide. 42 A expansão sera
sempre um pouco maior na parte anterior da sutura. Isto é também um efeito benéfico, pois,
se ocorresse uma abertura paralela ao longo de todo o comprimento da sutura, o processo
frontal dos ossos maxilares poderia ser movido forçosamente para lateral, dentro das
cavidades orbitais. 24
Além desses fatores anatômicos, algumas das expansões assimétricas, as quais são
observadas clinicamente, é o resultado da posição do parafuso expansor. Esta cria forças de expansão anterior ao processo zigornatico, o qual tem um efeito de rotação no palato,
ambos vertical e horizontalmente. 42
- Reações
Dentárias
0 efeito ortodôritico, definido pela compressão do ligamento periodontal e
inclinação dos dentes posteriores é responsável pela alteração no longo eixo dos dentes
superiores e, normalmente, é acompanhada de extrusdo. 0 grande inconveniente do efeito
ortodôntico resume-se em possibilitar pouca estabilidade pós-contenção e excesso de
vestibularizaçâo dento-alveolar. Assim sendo, deve-se considerar a necessidade de
sobrecorreção do arco atrésico para compensar a subseqüente e inevitável verticalização
dos segmentos dento- alveolares posteriores. 36
Pode-se observar uma inclinação lateral dos processos alveolares (direito e
esquerdo) lateralmente, ocorre não somente uma inclinação dental, mas sim uma rotação de
dois segmentos ao redor da sutura palatina rompida. E observado com freqüência um
nivelamento da curva do palato, comprovando esta rotação dos segmentos. 24
Observa-se a presença de diastema entre os incisivos centrais superiores. Estes
- Alterações na area nasal.
Uma importante consideração clinica é a alteração funcional nas vias aéreas e nasofaringeas após a disjunção palatina. A literatura sobre a abertura da sutura palatina
mediana contém informações a respeito do aumento da permeabilidade nasal, porém a
maior parte de tais informações são subjetivas. Wertz, em 1965, relatou sobre os efeitos respiratórios da abertura da sutura palatina mediana. Foi desenvolvido um método para
avaliar o volume de ar circulante através das cavidades nasais durante a inspiração e expiração. A abertura da sutura palatina mediana foi realizada através de um aparelho
expansor fixo e a respiração foi medida em repouso, após exercícios moderados, e durante
o esforço respiratório máximo. Em repouso e em exercícios moderados, os pacientes
demonstraram um aumento no volume de ar nasal, mas alguns demonstraram um aumento
na capacidade para o volume de ar nasal, quando comparados durante o esforço máximo
No esforço respiratório máximo, todos os pacientes apresentaram um aumento no volume
de ar , mas a quantidade de aumento variou grandemente. Possivelmente, esta variação da
cavidade nasal e sua alteração de espaço, é resultante da expansão rápida maxilar. 46
2.2.5.2 Pacientes Com Fissura Lábio-Palatina
Ha somente reposicionamento lateral dos segmentos palatinos. Não ocorre o
rompimento sutural e ganho real de tecido ósseo, já que a sutura palatina mediana esta
ausente; 6
Ausência de diastema entre os incisivos centrais superiores; 37
Necessidade de contenção prolongada e baixa estabilidade pós-contenção; 37
atresia maxilar; 7
Necessidade de complementação da expansão, nos casos de deficiência transversa
severa. Pode ser utilizado a substituição do parafuso diretamente na cavidade bucal. 7
Isaacson & Murphy (1964) 18 analisaram uma amostra de cinco pacientes do sexo
masculino, com fissura transforame incisivo uni e bilateral. Introduziram seis implantes
metálicos em regiões do palato previamente determinadas. Os pacientes apresentavam
constricção da arcada superior e foram submetidos a expansão rápida maxilar, com
emprego do aparelho expansor do tipo Haas e ativação cio parafuso em 1/4 de volta ao dia.
Como variável, o parafuso expansor foi posicionado mais anteriormente que o preconizado,
devido a severidade da mordida cruzada anterior presente. Foram tomadas radiografias
cefalométricas da cabeça antes da instalação do aparelho e imediatamente após a
estabilização do parafuso. Como resultado, observaram que o movimento lateral dos
segmentos maxilares não necessariamente ocorrereu de maneira previsível e simétrica.
Também verificaram que a maxila moveu-se em direção anterior e superior, demonstrado
através da posição mais anterior do ponto A, após a expansão. Observou-se um
deslocamento para baixo dos segmentos maxilares, decorrente, segundo os autores, da
orientação da sutura zigomatico-maxilar e das suturas crânio-faciais adjacentes. Concluíram
que os segmentos maxilares em pacientes com fissura podem ser reposicionados
lateralmente, mas a maneira pelo qual isso ocorre e a resposta do esqueleto facial devem ser
amplamente investigados. Salientam da possibilidade da ausência de continuidade óssea
maxilar em resultar num estiramento compensatório de outras estruturas que compreendem
o esqueleto crânio-facial, podendo, desta forma, alterar sua resposta à expansão rápida da
2.2.6 Sintomatologia
Não há
nenhum efeito
colateralimportante para os pacientes, a
nãoser relatos de
desconforto, dores de cabeça, tonturas,
visõesturvas ou dor na face. A maioria dos efeitos
relevantes
sãogerados
quandonuma tentativa muito
rápidade separar o palato e em
pacientes adultos.
36
Em virtude do tamanho e da
posiçãoque o
expansorocupa na cavidade bucal, ele
causa um certo desconforto imediato, perceptive l principalmente durante a fala e a
deglutição,
porém
nãorequer um período longo para
adaptação.Durante as
ativações,a
sintomatologia dolorosa apresenta-se de forma fugaz e suportável, via de regra, não
compromete o procedimento. Inicialmente, a dor se manifesta sempre em forma de
pressão,sobre os dentes de ancoragem e
processos- alveolares.A. medida que as
ativaçõesse
procedem, essa dor caminha para os ossos e suturas mais distantes. Os locais mais
comumente mencionados
sãoos ossos nasais, junto com a sutura
nasomaxilar,podendo
também envolver a sutura
frontonasale
zigomaticomaxilar.Esta sintomatologia atinge o
pico imediatamente
apóscada
ativaçãoe declina bruscamente minutos
após,sendo as
vezes,
necessáriouma analgesia moderada. Durante a
aberturado
diastemainter-incisivos
alguns pacientes também sentem uma sensibilidade
incomumnos incisivos centrais. 36
Quando a
resistência ósseaimpede ou dificulta a abertura da sutura palatina
mediana,
ocorre uma exacerbação da sensibilidade
dolorosalocalizada na
regidoda mucosa
palatina, em função da
compressãoexercida pelo apoio de acrílico. A dor intensa e
circunscrita ao palato pode alcançar níveis
insuportáveise representa o primeiro indicio de
que
a mucosa
estásendo lesada e a
condutaclinica deve envolver a retirada do aparelho e o
uma tendência da condição clinica agravar-se com as ativações subseqüentes, levando esta
compressão da mucosa a necrose asséptica acompanhada de hiperplasia. 36
2.2.7 Condutas Clinicas e Laboratoriais Peculiares ao Paciente com Fissura a ser Sub-metido a Expansão Maxilar
PARTICULARIDADES CONDUTA CLINICA E/OU LABORATORIAL
Fistula oro-nasal Vedar a regido da fistula, com algodão, prévio a moldagem, para
evitar aspiração do alginato e, desta forma, evitar a formação de
retenção mecânica, do alginato, na cavidade nasal.
Palato
irregular
Regularizar o modelo de gesso, na regido do palato, com cera 7,
previamente a acrilização do aparelho ortodõntico, para evitar
possíveis areas de compressão na mucosa palatina
Expansão maxilar com
presença de fistula oro-nasal
Durante a permanência do aparelho na cavidade bucal, deve-se
enfatizar a necessidade de higienização adequada (do aparelho e
dos dentes). A expansão maxilar tende a ampliar a comunicação
oro-nasal existente e provocar a irritação da mucosa nasal.
Segmento intermediário
atrésico
Deve-se empregar o aparelho expansor com limitador posterior.
(atresia maxilar na regido caninos e pré-molares).
Perda precoce de elementos
dentários
Adaptar a armação metálica do expansor aos dentes presentes,
cuidando-se para liberar espaço para erupção dos dentes
3. PROPOSIÇÃO:
Propõe-se no presente estudo:
avaliar
o
posicionamento verticale
&Itero-posterior da maxila antese
imediatamenteapós
a expansão rápida em pacientes sem fissura;avaliar
o
posicionamento verticale
intero-posterior da maxila antese
imediatamenteapós a
expansão
rápida em pacientes portadores de fissura lábio-palatina;comparar
o
posicionamento verticale
ântero-posterior da maxila entre pacientesportadores de fissura lábio-palatina
e
pacientes sem fissura, após aexpansão
rápida4. MATERIAL E MÉTODO
4.1. Material
0 material empregado na realização deste trabalho, constou de 20 radiografias
cefalornetricas em norma lateral, obtidas de 20 crianças brasileiras, com idade de 6 à 12
anos, sendo 10 crianças sem fissura, em atendimento no Curso de Especialização em
Ortodontia da Universidade Federal de Santa Catarina e 10 crianças, com fissura de lábio e
palato, atendidas no CAPADF da mesma Universidade. Como requisito, estas deveriam
apresentar mordida cruzada posterior com envolvimento esquelético.
As radiografias foram padronizadas com auxilio de cefalostato, de acordo com a
técnica preconizada por Broadbent . As tomadas radiográficas foram feitas por um mesmo
técnico, no Serviço de Radiologia do Departamento de Estomatologia da Universidade
Federal de Santa Catarina.
O aparelho de Raio X que foi utilizado foi da marca Funk Orbital X-15 regulado em
70 Kvp e 8 mA° e com tempo de exposição de 0,4 seg.
Após a obtenção das radiografias, foram realizados os tragados das estruturas
anatômicas e identificação dos pontos cefalométricos de referência, sobre papel de acetato
transparente "Ultraphan", com auxilio de negatoscópio.
Após a elaboração do cefalograma, foram realizadas as mensurações das variáveis
definidas, com finalidade de atingir os propósitos deste estudo.
4.2. Método
4.2.1. Seleção e Características do Aparelho
A correção da mordida cruzada posterior foi realinda com a utilização do aparelho
Figura 1 — Partes constituintes do aparelho de disjunção maxilar preconizado por Haas.
A — Estrutura metálica: construída com fio de 1,0mm de espessura;
B — Anéis ortodemticos;
C — Botão de acrílico: posicionado sobre a abóboda palatina. Respeitou-se as áreas
nobres do palato, a gengiva marginal livre, a regido distal do primeiro molar
permanente;
D — Parafuso expansor (Marca — SUMMIT): instalado na porção acrilica sobre a
rafe palatina, de forma a unir as duas metades do aparelho. Este apresenta
capacidade dilatadora de 1mm cada volta completa, dividida em quartos de
Para ancoragem, nos casos de dentição permanente, foram selecionados os
primeiros molares e primeiros pré-molares superiores.
0 aparelho empregado nos estágios de dentadura decidua e mista recebeu dois anéis
na região posterior, adaptados no segundo molar deciduo ou no primeiro molar permanente.
A ancoragem na regido anterior foi realizada pela extensão da barra de conexão colada nos
caninos.
4.2.2. Ativação
Imediatamente após o aparelho ter sido cimentado, o parafuso foi ativado uma volta
completa, em um período de quinze minutos, com uma ativação de um quarto de volta
(aproximadamente 0,25 mm) a cada cinco minutos. 0 profissional orientou o responsável a
realizar a última ativação, para verificar o seu nível de compreensão sobre o procedimento.
O responsável foi instruido a ativar o parafuso um quarto de volta a cada doze horas, sendo
a chave inserida e movimentada no sentido anterior para posterior, de acordo com a posição
do parafuso. Para evitar a deglutição ou aspiração acidental da chave usada na ativação,
amarrou
-se
um pedaço de cordon6 que, por sua vez, foi mantido entre os dedos doresponsável durante as ativações.
0 paciente foi observado ern intervalos de 7 a 14 dias aproximadamente e,
interrompeu-se a ativação quando obtida a largura palatal desejada. 0 parafuso expansor foi
estabilizado, para evitar o retorno deste durante as funções mastigatória e muscular, com fro
de amarrilho duplo inserido e amarrado no orificio e também com acrílico de rápida
polimerização, colocado sobre o parafuso, unindo as duas metades de acrílico que foram
4.2.3. Tomadas Radiográficas
Antes da expansão e imediatamente após estabilizado o parafuso, solicitou-se os
seguintes exames radiográficos: radiografia cefalomética em norma-lateral, radiografia
póstero-anterior da cabeça e oclusal total da maxila.
Após três meses de contenção, foram solicitados novamente os exames
radiográficos.
4.2.4. Contenção
0 aparelho, após estabilizado, permaneceu na boca por três meses, sendo, então
substituído por uma placa de contenção removível.
4.2.5. Elaboração do Cefalograma
4.2.5.1. Determinação das Estruturas Anatômicas Dento-Esqueléticas
0 traçado cefalométrico foi composto dos seguintes detalhes anatômicos: (Figura 2,
página 37)
- bases anterior e posterior do crânio;
perfil da glabela e dos ossos nasais;
orbita;
- fossa ptérigo maxilar;
maxila;
mandíbula;
- incisivos centrais superior e inferior localizados mais vestibularmente;
- primeiros molares superior e inferior;