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Contribuições da escuta orientada nos fundamentos psicanalíticos e vygotskiano para o processo de ensino e aprendizagem / Contributions of listening oriented on psychoanalytical and vygotskian fundamentals to the teaching and learning process

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Academic year: 2020

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Contribuições da escuta orientada nos fundamentos psicanalíticos e

vygotskiano para o processo de ensino e aprendizagem

Contributions of listening oriented on psychoanalytical and vygotskian

fundamentals to the teaching and learning process

DOI:10.34117/bjdv6n3-133

Recebimento dos originais: 10/02/2020 Aceitação para publicação: 10/03/2020

Maria Suerda Queiroz Moura

Graduada Licenciatura Plena em Ciências (Química e Biologia) pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Ciências para Educação Básica pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC. Aluna em Regime Especial do Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio

Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN Email: suerdamoura@hotmail.com

Zenaide Maria Da Silva Santiago

Graduada Licenciatura Plena em Ciências (Química e Biologia) pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Ciências para Educação Básica pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC e Gestão Escolar - UDESC. Aluna em Regime Especial do Mestrado em

Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN

Email: zenaydesantiago@gmail.com

Elza Helena Da Silva Costa Barbosa

Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Graduada em Psicologia (Psicologia clínica) pela Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Doutora em Psicologia pela Universidade de

Oviedo-Es. Especialista em Psicologia e Saude - UFRN e Psicologia Educacional- PUC-MG, Professora Ajunta IV da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, atuando como pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Educação e Formação docente

e Subjetividade com fundamentação na Psicologia Sócio-Histórica -UERN. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN

email: ehsilv@yahoo.es

Silvia Maria Costa Barbosa

Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN, Mestrado em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo-UMESP e Doutorado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP, professora titular da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professor, psicologia sócio-histórica, atividade docente, sócio-histórica e sentido e significado. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e

Silva – Mossoró/RN Email:silviacostab@yahoo.com.br

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Antônia Batista Marques

Graduada em Pedagogia, habilitação em supervisão escolar pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte

– UFRN, Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Atualmente é professora Adjunta IV na Faculdade de Educação da UERN, credenciada no

Programa de Pós-Graduação em Educação; co-líder do Grupo de Estudos em Educação e Subjetividade; e coordenadora do Programa de Residência Pedagógica/Subprojeto Pedagogia. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e

Silva – Mossoró/RN. Email: tonhabm@yahoo.com.br

RESUMO

O presente trabalho, parte de um estudo de caso, cujo objetivo é discutir as contribuições da escuta orientada para comunicação e melhoria do ensino e aprendizagem na sala de aula. Em uma escola do ensino fundamental no estado do Ceará. A princípio, para uma melhor abordagem e promover a compreensão das diferenças entre ouvir e escutar utilizou-se como prática a escuta orientada na linha psicanalítica assim como, identificando as dificuldades na comunicação efetiva entre educando, professores e familiares a partir da linguagem, fazendo uso da fala que se configura parte das funções psicológicas superiores de Vygotsky e socializando a importância da escuta orientada no processo de ensino-aprendizagem e por fim no fortalecimento das interações sociais. A comunicação é essencial nas interações sociais, as crianças e os adolescentes necessitam estabelecer essas relações através da fala e da escuta como um canal comunicativo, para melhoria do conhecimento e dos vínculos afetivos. A escola, como espaço propício para o incentivo e o desenvolvimento do diálogo, favorece ao exercício da fala e o aprimoramento da escuta orientada, esses meios de interações entre os sujeitos de diferentes contextos familiares, engrandece sua atuação diante a sociedade e de seu conhecimento de mundo. Diante da prática docente, professores e alunos precisam construir relações comunicativas eficazes, com fins a um desenvolvimento de aprendizagem significativa e vínculos afetivos essenciais para o processo de construção do conhecimento.

Palavras-chave: Comunicação. Aprendizagem. Mediação. Fala. Escuta.

ABSTRACT

The present work, part of a case study, whose objective is to discuss the contributions of listening oriented to communication and improving teaching and learning in the classroom. At an elementary school in the state of Ceará. At first, for a better approach and to promote the understanding of the differences between listening and listening, listening oriented in the psychoanalytic line was used as a practice, as well as identifying the difficulties in effective communication between students, teachers and family members based on language, making use of from the speech that is part of Vygotsky's higher psychological functions and socializing the importance of listening in the teaching-learning process and ultimately in strengthening social interactions. Communication is essential in social interactions, children and adolescents need to establish these relationships through speech and listening as a communicative channel, to improve knowledge and affective bonds. The school, as a conducive space for the encouragement and development of dialogue, favors the exercise of speech and the improvement of oriented listening, these means of interactions between subjects from different family contexts, enhance their performance in the face of society and their knowledge of world. In view of the teaching practice, teachers and students need to build effective communicative relationships, with the purpose of developing meaningful learning and affective bonds essential to the process of building knowledge.

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1 INTRODUÇÃO

A Educação no Brasil tem passado por várias mudanças ao longo dos tempos, apresentando uma adequação às necessidades da sociedade, considerando os ideais sociopolíticos e o interesse do homem pelo conhecimento.

Compreendemos que a educação deve favorecer ao aluno possibilidades que o leve a encontrar o caminho para uma educação significativa focada no desenvolvimento pleno do homem e de sua constituição como sujeito social, histórico e cultural.

Várias discussões ocorrem no meio científico e acadêmico sobre os resultados da aprendizagem que se apresentam atualmente, levando a compreensão de que a escola, nessa era tecnológica, não está conseguindo desenvolver o seu papel conforme as exigências sociais e as novas conjunturas contemporâneas.

No cenário da educação vigente, alguns questionamentos se evidenciam e estão presentes em grupos de discussão: Por que o aluno, presente diariamente nas aulas, parece ouvir todas as explicações e não demonstra assimilação do que lhe foi exposto? Como a escola pode contribuir efetivamente com a formação dos seus alunos de forma significativa? Quais as afetações no sujeito ocorrem devido às mudanças educacionais no processo de transição?

Tais questionamentos, desperta nos docentes uma necessidade de pesquisar e planejar sistematicamente estratégias de ensino e metodologias que possam facilitar o trabalho realizado no processo ensino e aprendizagem, que em muitos casos, não tem mostrado o efeito positivo esperado. Acreditamos que um fator que interfere diretamente para os resultados negativos provenientes dos citados problemas é a sua historicidade familiar e o meio social em que vive, visto que, esta ganhou novas configurações e estruturações de papéis e valores sociais, por vezes se apresentando muito flexível e desorganizada quanto ao seu conceito básico, que envolve orientação e proteção (Roudinesco, 2003).

Assim, os jovens não têm espaço para esclarecer suas dúvidas, nem apoio para os enfrentamentos de seus conflitos, e, consequentemente, não desenvolvem a habilidade de falar e ouvir nos momentos devidos, sendo claramente afetados em sua formação e constituição a partir das significações das relações na família e no ambiente escolar.

O sujeito é constituído pelo conjunto de elementos do seu convívio e das interações sociais. De acordo com Freire (1996 p. 18) “O ser humano se tornou uma presença no mundo, com o mundo e com os outros” a partir dessas interações sociais que o sujeito passa a (re) construir sua própria identidade e sua formação como sujeito e como profissional.

A escola é fundamental na função de construir momentos de aprendizagem, de troca de conhecimentos, assim como, promoverem as relações pessoais e interpessoais entre todos os

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envolvidos na comunidade escolar. Principalmente através da comunicação, no acesso e também no uso dos mais diversos tipos de linguagem.

A comunicação se faz essencial na construção e desenvolvimento do indivíduo, pois favorece as relações interpessoais, sendo uma dentre várias habilidades exercidas pelo ser humano, e esta pode se dá por meio verbal e não verbal, por gestos, pela fala e pela escrita. Nesse processo ocorre a transmissão e a apreensão de novos conhecimentos. Entretanto, observa-se que a mediação através da fala aparentemente simples, pode não estabelecer um diálogo tão efetivo, a assimilação do que é pronunciado, devido à falta de concentração ou uma quantidade excessiva de informação, que dificulta a conexão entre quem fala e quem escuta. (SOUZA e ANDRADA, 2013)

De acordo com Macedo e Falcão (2005), através dos estudos de Freud que a psicanálise se abre para novas mudanças, onde chamam de o tempo da palavra como uma forma de acesso do ser humano ao desconhecido em si próprio, e o tempo da escuta, que desperta a singularidade de sentidos da palavra proferida. Essas mudanças inauguram a singularidade de um momento de comunicação entre paciente e analista, assim como entre todas as relações que envolvem duas ou mais pessoas, especialmente na relação entre professor-aluno. A comunicação é necessária para que haja a interação entre as pessoas, nela demandam situações nem sempre lógicas ou fácil de serem decifradas, mas a sua essência é comunicar o desejo e a necessidade de serem escutadas.

É através da palavra que se abre novas possibilidades para compreender as angústias e o sofrimento das pessoas, diante disso, duas necessidades ficam explicitas: o de escutar a palavra do outro e o de produzir palavras (fala) que venham de acordo com a necessidade do outro. (MACEDO e FALCÃO, 2005). Ele é quem sabe de si próprio. Este saber, que é patrimônio de um território desconhecido do próprio ser, e para alcançar esse desconhecido, a pessoa, além de ser escutado, precisa escutar-se.

Vygotsky (1984) amplia esse contexto, fundamentando suas discussões na origem e no desenvolvimento das Funções Psicológicas Superiores (FPS), nas quais podemos elencar como: atenção e memória voluntária, controle consciente do comportamento, percepção, raciocínio dedutivo, fala, pensamento, vontade, formação de conceitos e emoção, essas funções se conectam nesta rede de nexos ou relações formando um sistema psicológico, onde ocorre uma relação entre essas funções.

Esse processo é contínuo, mesmo a estrutura das funções superiores não alterando, as conexões ou nexos sofrem mudanças. Há um entendimento que os nexos resultam da configuração de novos significados e sentidos, em decorrência do processo onde as Funções Psicológicas Superiores se cruzam no processo evolutivo, gerando uma melhoria no desenvolvimento do sujeito. (GEHLEN, 2010; SOUZA e ANDRADA, 2013)

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De acordo com Martins (1997), a progressão das funções psicológicas elementares para as superiores ocorre pela mediação proporcionada pela linguagem, a partir dessa abordagem vygotskiana, a apropriação da linguagem interfere no processo de desenvolvimento intelectual da criança, e isso se inicia desde o momento de seu nascimento. E ainda acrescenta: “por si só, a criança não se apropria qualitativa e quantitativamente dos conhecimentos desejáveis que alcança por meio de interações profícuas com os elementos mais experientes do seu grupo social”. (MARTINS, 1997 p.115)

Trazendo a colocação de Pivatto e Silva (2014), onde cita que em Vygotsky (1998), o pensamento verbal e a linguagem racional alteram o aspecto biológico inicial na construção de uma função social e histórica da fala. A criança, em seu meio social, se insere em uma cultura na qual a linguagem encontra-se estruturada e organizada, ampliando seus horizontes de pensamento verbal. O sentido das palavras interliga seu significado ao contexto do uso da língua e dos motivos afetivos e pessoais das pessoas que se relacionam.

Nesse sentido, as funções sociais da fala, manifestam-se precocemente, desde que a criança, por interferência dos estímulos positivos das relações com os familiares e na escola, reagindo de forma a aliviar-se emocionalmente, ora para estabelecer relações sociais, ora expondo uma pré-intelectualidade no desenvolvimento da fala. Vygotsky (1998), cita outro elemento essencial para o desenvolvimento de sua linguagem, que é a oralidade, onde a criança, usando da temporalidade consegue estabelecer sua comunicação com os sujeitos falantes, utilizando esta como meio para desenvolver a capacidade de diálogo com outras pessoas. (PIVATTO E SILVA, 2014 p. 118)

Nesse sentido, os autores ainda salientam que no trabalho com as crianças, a escola deve propiciar a escuta e a atenção à oralidade, aos movimentos, aos gestos. Diversas situações no ambiente escolar, como: ouvir a orientação para a resolução de uma atividade, dar um recado, explicar regras, folhear livros e revistas, atividade em grupo, relatar suas vivências, entre outras atividades, favorecem a criança e aos estudantes de forma geral ao uso da fala e da escuta na comunicação e na melhoria das relações pessoais e interpessoais. PIVATTO E SILVA, 2014 p. 119)

Assim, a escuta e sua função em Freud, e as funções psicológicas superiores em Vygotsky (em destaque a linguagem por meio da fala), parecem apresentar características de mesmo objetivo, mediação entre as pessoas através da comunicação. Apesar dos autores nortearem seus estudos em preocupações distintas, Vygotsky (1984) concentrou sua abordagem na origem e desenvolvimento das funções psicológicas superiores, considerando aspectos históricos, culturais e os sociais; enquanto Freud explorou aspectos relacionados ao inconsciente e em suas abordagens explorando a escuta ativa.

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Com base nesses pensamentos voltamos à atenção para a necessidade de um diálogo ou comunicação eficiente com os alunos, onde vamos nos deter ao processo de escuta, com foco na sua importância para a educação e suas contribuições no processo de aprendizagem dos alunos, pois assim, haverá um momento para as partes envolvidas no processo serem ouvidas, e pode-se haver a possibilidade de solucionar seus conflitos e enfrentamentos. A partir destas iniciativas ocorre um auto reconhecimento, o que favorece tanto a identificação do ser, quanto a definição de seus objetivos de vida pessoal ou profissional.

O interesse por esse tema surgiu mediante a experiência e a vivência no ambiente escolar e a constatação dos baixos índices de aprendizagem e de uma comunicação ineficiente entre os sujeitos atuantes no ambiente escolar. Daí a proposição de uma pesquisa que visa conhecer melhor e contribuir para mudanças neste cenário escolar. Para isso, faz-se necessário uma abordagem psicanalítica de estudos e socializações sobre a importância da escuta orientada dirigida à comunidade escolar, especialmente aos jovens de 12 a 15 anos.

Esse estudo tem como objetivo geral discutir as contribuições da escuta orientada na comunicação e na melhoria do ensino e aprendizagem, para uma melhor abordagem, tem como objetivos específicos: compreender as diferenças entre ouvir e escutar, tendo como base a escuta orientada na linha psicanalítica; identificar as dificuldades na comunicação efetiva a partir da linguagem (fala) das funções psicológicas superiores e socializar a importância da escuta orientada no processo de ensino-aprendizagem e no fortalecimento das interações sociais (aluno-professor).

A escuta orientada nas instituições de ensino se apresentaria como algo novo, porém com o intuito de conhecer as necessidades dos alunos, suas inquietações, enfrentamentos, vivências e os elementos que interferem no processo de aprendizagem, no intuito de resolver problemáticas do tipo: Será que o aluno está presente na aula, mas, não escuta o professor, por isso se registram os baixos níveis de aprendizagem? Qual a contribuição da escuta orientada na formação social, nos enfrentamentos e no desenvolvimento escolar do sujeito?

O estudo da contribuição da “escuta orientada”, no âmbito educacional, surge a partir da inquietação (já que somos professores de escola pública) e percepção de sérios problemas relacionados a algumas turmas que não conseguem avançar nos seus conhecimentos, ou seja, a aprendizagem é ineficiente, podendo estar atrelada à falta de diálogo e escuta, que torna difícil o relacionamento entre professor, aluno e família. Ao não praticar a escuta, além do déficit de aprendizagem, também poderá ser comprometida a qualidade de vida e a formação dos jovens com fins a inserção na vida profissional.

O ambiente escolar é o local ideal para perceber a prática da escuta como elemento favorável à contribuição ao aprendizado dos jovens, uma vez que se eles forem capazes de escutar e

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compreender o que lhes é transmitido será possível haver a aprendizagem de maneira mais eficaz. Além disto, promover o processo de escuta aos adolescentes, dentro do ambiente escolar pode também ser útil para a melhoria das relações entre aluno-aluno e entre aluno-professor.

A perspectiva dos relacionamentos familiares também podem sofrer os impactos da inexistência da atividade de escuta, o que prejudicará a própria qualidade de vida do ser humano, quer seja no meio familiar, no qual em muitos lares o diálogo não flui com a dinâmica necessária ao respeito e entendimento das necessidades, quer seja no ambiente escolar, onde muitas vezes a principal preocupação é repassar conteúdos, projetos e outras atividades, não sobrando o tempo necessário para o tratamento das situações mais subjetivas de cada sujeito.

Com relação à subjetividade, Bock, 2004, define como sendo,

O fenômeno psicológico deve ser entendido como construção no nível individual do mundo simbólico que é social. O fenômeno deve ser visto como subjetividade, concebida como algo que se constituiu na relação com o mundo material e social, mundo este que só existe pela atividade humana. Subjetividade e objetividade se constituem uma à outra sem se confundirem (BOCK, 2004, p. 6)

A prática da escuta tem sido cada vez mais desejada para abrir espaços onde os grupos de alunos possam expor suas angústias e seus anseios. Além dos jovens, os pais também precisam ser escutados, devido às suas dificuldades do dia-a-dia, à falta de letramento, o que pode desarmonizar a convivência familiar. Incentivar a escuta neste contexto implica na possibilidade de melhoria na qualidade da aprendizagem, e de contribuição para a formação de cidadãos mais compreensivos e reflexivos.

O jovem que pratica a atividade de escuta é propenso a apresentar um perfil mais próximo ao exigido pelo mercado de trabalho e poderá desenvolver habilidades necessárias aos diversos processos que precisará enfrentar, como os exames e vestibulares, os processos de seleções e entrevistas, determinantes para o gerenciamento e melhoria de sua qualidade nas relações interpessoais, e na ascensão profissional.

A psicanálise, como ciência que permite a compreensão ampla da psiqué tem sido de fundamental importância para a formação e atuação na vida profissional, pois enriquece a convivência em grupo e a organização da vida psíquica do sujeito ao considerar sua individualidade, e torna-lo apto a participar de uma formação para a vida profissional cuja visão seja lógica, coerente e esclarecedora quanto às suas responsabilidades em um país subdesenvolvido onde o poder e os discursos políticos sociais estão decisivamente presente na vida de todos.

A psicanálise nasceu no século XIX como uma forma intrigante de compreender os enigmáticos sintomas da histeria que assolavam diversas mulheres da época. Em 1896, Freud iniciou

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seus estudos sobre a histeria, tendo continuidade com o método da investigação da psique, uma técnica de tratamento e uma teoria do inconsciente do psíquico. (DOCKHORN; MACEDO e WERLANG, 2007)

Em parceria com Breuer, em meados de 1896, ele publica os “Estudos sobre a Histeria”, destacando-se como um dos primeiros a apresentar a ideia de que a psicanálise é baseada através do seu único instrumento que é a escuta. As principais teorias psicanalíticas foram iniciadas na 1ª geração com os seguintes psicanalistas: Sigmund Freud, Sándor Ferenzi, Alfred Adler, Johns; 2ª geração: Melanie Klein e 3ª geração: Winnicott e Lacan. (MACEDO e Falcão, 2005)

Conforme Macedo e Falcão (2005), a psicanálise surge e se desenvolve na escuta e a partir da escuta singular à qual se propõe, pois se destaca como ponto fundamental no campo intersubjetivo, característico do encontro analítico. A escuta psicanalítica, nesta perspectiva, busca a singularidade do sujeito e tudo o que necessita de uma atenção ao desejo inconsciente que está sendo enunciado. Para melhor compreender o papel da escuta na atividade psicanalítica, as pesquisadoras Coutinho e Rocha (2007), realizaram uma abordagem reflexiva entre adolescentes de uma escola pública de Duque de Caxias. A partir da experiência, pode-se verificar a grande mudança, resultante do fato da escola ter disponibilizado aos adolescentes um espaço de fala, onde as ideias puderam ser compartilhadas nos grupos de discussão, e as questões e tensões foram vivenciadas pelos alunos, por meio da qual foi estabelecida entre todos uma nova relação com o social do período de transição para a vida adulta.

BASTOS (2009), destaca que o saber inconsciente é um saber que não se sabe, uma vontade consciente. Assim, é necessário tornar consciente um saber que não se sabe, pois este influencia e determina nosso modo de ser. Diante dessa compreensão, é possível estabelecer uma relação entre a ineficácia da escuta e a deficiência.

Na Psicologia Sócio Histórica, que tem como base a Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky (1896-1934), apresenta-se fundamentos teóricos e metodológicos, na possibilidade do ser crítico, segue a linha do marxismo e adota o materialismo dialético como filosofia, teoria e método. Por isso concebe ao homem como um ser ativo, social e histórico. (BOCK, 2007)

Vygotsky (1984) dedicou-se ao estudo das Funções Psicológicas Superiores (FPS) no qual enfatizava o processo histórico-social e o papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo. Tendo como foco a aquisição de conhecimentos através da interação do sujeito com o meio, o sujeito é interativo, absorve os conhecimentos por intermédio das relações intra e interpessoais, assim como, através da troca com o meio, esse processo ocorre por meio da mediação. (SOUZA e ANDRADA, 2013)

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As interações sociais na perspectiva sócio-histórica favorecem ao pensamento de um ser humano em constante construção e transformação a partir das interações sociais, enfrentamentos e conquistas promovendo novos significados e perspectivas para a vida em sociedade e as vivências e acordos estabelecidos pela relação em grupo. Vygotsky apresenta uma relevante distinção entre significado e sentido, nos quais podemos citar que “aquilo que é convencionalmente estabelecido pelo social é o significado do signo lingüístico; já o sentido é o signo interpretado pelo sujeito histórico, dentro de seu tempo, espaço e contexto de vida pessoal e social” (MARTINS, 1997 p.115) Diante desta perspectiva de Vygotsky apresentados na Psicologia Sócio Histórica, percebe-se que seus estudos e conceitos podem subsidiar as práticas pedagógicas e educativas no ambiente escolar, com atitudes e ações que possam incentivar o diálogo como instrumento de interação entre os sujeitos, onde a prática da fala e da escuta possa favorecer a (re)configuração de sentidos e significados das experiências vividas no ambiente institucional. (SOUZA e ANDRADA, 2013 p.363) No contexto de ensino e aprendizagem os textos de Vasconcelos (2001), ressalta o fracasso escolar nos tempos contemporâneos como sendo um fator cada vez mais evidente. No entanto, desde os tempos mais distantes a dificuldade de aprendizagem, associada à falta de interesse, indisciplina, e o ambiente representava um enorme desafio para a escola, de modo geral, tanto que no modelo tradicional de ensino os alunos que não se adequassem às exigências escolares não permaneciam na instituição. Isto provocava uma hegemonia entre eles, que acabava por reproduzir uma função característica da sociedade capitalista a “alienação”.

A referida sociedade, a partir de uma revolução notadamente significativa, passa a se organizar a partir de modelos de produção específicos e a formação do homem passa a ser centrada no âmbito mais profissional e menos humanitário. A psicanálise, segundo as orientações de Millot (1987), pode contribuir com a educação na perspectiva de auxiliar no funcionamento mental e no inconsciente dos sujeitos. Tal afirmação, será melhor compreendida a partir dos estudos de Freud que,

[...] afirmava que era preciso incluir a psicanálise entre as profissões impossíveis, ao lado da educação e da arte de governar. As três repousam sobre os poderes que um homem pode exercer sobre o outro mediante a palavra, e as três encontram os limites de sua ação... no fato de que não se submete o Inconsciente - pois é ele que nos sujeita. (p.151)

Ainda buscando refletir sobre a alta incidência de alunos com dificuldades na escolarização, e partindo de uma concepção psicanalítica da educação associada aos estudos de Vygotsky, que implica entendê-la na sua relação com a subjetividade e com o estabelecimento dos laços sociais,

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entendemos os impasses escolares como um sintoma social, ou seja, como uma resposta àquilo que se apresenta no discurso social e histórico da educação.

A psicanálise assim como, a Psicologia Sócio Histórica são importantes correntes psicológicas, essenciais para fundamentar o professor tornando-o um diferencial de destaque na aprendizagem do aluno, tendo uma metodologia critica e reflexiva, facilitando o processo de educar. Essa necessidade da relação entre o professor e a psicanálise, foi pensada por Freud, que defende o ideal de que todo professor deveria poder desfrutar dos benefícios da análise. O educador precisa se conhecer profundamente e esse processo pode ocorrer de maneira mais significativa através da análise, para a partir daí conhecer os seus comportamentos, e em especial, o de seus alunos. Partindo desse autoconhecimento o professor poderá contribuir com o processo de aprendizagem e de melhoria do comportamento dos educandos.

Franco & Albuquerque (2010 apud Freud), conclui muito bem essa fundamentação quando diz que “é através da psicanálise que se pode esclarecer diversos entraves da educação”.

2 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição de ensino fundamental do município de Limoeiro do Norte-Ce, que por questões de preservação de imagem, foi aqui identificada pela sigla MAP. Funciona nos períodos manhã, com turmas do 6º ao 9º ano, totaliza 353 matriculados. A turma escolhida como cerne de estudos é a do 7º ano (30 alunos) devido ao fato de apresentar uma grande deficiência de aprendizagem, especialmente porque os professores têm dificuldade de se fazer entendido, visto que, eles não têm a atenção necessária para que ocorra uma comunicação clara e eficaz.

Foi elaborado um roteiro de atividades com palestra, exibição de vídeo, dinâmicas, entrevista e aplicação de questionário, realizadas de forma integrada, abordando o tema A contribuição da

escuta1 no processo ensino aprendizagem, como forma de introduzir a temática em estudo e levar o

aluno a compreender a diferença entre ouvir e escutar, sua importância na relação interpessoal e no processo de aprendizagem. Estiveram presentes na ocasião vinte e três (23) alunos e três (03) professores.

O processo iniciou a partir do reconhecimento do ambiente da pesquisa e de reunião com os sujeitos da escola para explicar o objetivo do projeto aos discentes e esclarecer a necessidade de

1 Nesse caso, a escuta se apresenta no sentido do indivíduo escutar o outro, ou seja, alunos escutarem o que os professores e colegas expõe sobre os conteúdos, trabalhos, etc, como forma de assimilação do exposto, que interage com os conhecimentos adquiridos anteriormente, possibilitando a construção do conhecimento de forma autônoma. Acrescento ainda, a possibilidade de escutar o sujeito, estabelecendo um vincula na relação professor-aluno, a fim de compreender os interesses dos alunos, suas dificuldades, suas angustias, o que contribuirá com a definição de estratégias metodológicas eficazes para a aprendizagem.

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aplicações, junto aos participantes da pesquisa, de um questionário fechado para conhecer os principais fatores envolvendo a escuta, que dificultam a aprendizagem.

Alguns dos jovens que compõem a turma em questão, encontram-se fora da faixa etária indicada para a série, comportam-se de maneira indisciplinada, e em seus históricos constam repetência e desinteresse, o que interfere no desempenho escolar. Somado a isto, alguns têm pais que não exercem mais controle sobre eles e a falta de respeito mútua acaba atingindo também os limites da sala de aula.

A pesquisa visa discutir as contribuições da “escuta orientada” pelos fundamentos da psicanálise e de Vygotsky para o ensino e aprendizagem e caracteriza-se por uma progressão de etapas para que os objetivos sejam alcançados, partindo do aprofundamento sobre as atividades e interações do aluno em seu meio.

O desenvolvimento metodológico da presente pesquisa-exploratória, baseia-se, fundamentalmente nas pesquisas bibliográficas de autores que discutem essa temática, aplicada nas diversas áreas, dando ênfase a educação.

Essa pesquisa se configura como um estudo de caso, na modalidade naturalista, pois o procedimento de coleta dos dados será no ambiente natural dos discentes (a escola), através do processo de questionário aberto e fechado, entrevista reflexiva, de natureza qualitativa e quantitativa, aplicado a um grupo de alunos, posteriormente analisados para a interpretação dos dados.

Ao final da pesquisa, de posse das interpretações dos dados coletados à luz da fundamentação teórica, será possível ressaltar as contribuições positivas e negativas ocorridas com todos os envolvidos durante o processo. Como critérios para análise dos dados, visando alcançar o objeto de estudo em questão foi adotado como instrumentos de pesquisa o questionário fechado no formato de um formulário padronizado, para facilitar a análise e tabulação dos dados, com o intuito de comprovar a dificuldade do diálogo no relacionamento escolar e familiar.

A metodologia inclui a socialização das informações com os pais visando destacar as dificuldades e enfrentamentos vivenciados pelo(s) filho(s), decorrentes da carência de diálogo e de escuta no ambiente familiar, uma vez que alguns deles chegam à escola com “reservas” para participar dos diálogos e/ou para escutar os profissionais e colegas da instituição escolar, favorecendo a abertura de conceitos e ações fossilizadas por parte de pais, aluno e demais membros da escola.

Iniciando as atividades, foi apresentada a dinâmica da pesquisa e a temática da palestra de forma precisa, colocando a escolha do tema, pela dificuldade de concentração que a turma tem demonstrado no cotidiano, o que foi possível observar no início da palestra. Turma dispersa, com conversar paralelas, provocações sem sentido entre colegas, parecendo não importar o que estava sendo exposto. Foi realizada a dinâmica “telefone sem fio”, onde todos perceberam que a mensagem

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que chegou ao último participante foi bem diferente da mensagem dita no início, sendo assim, ficou clara a diferença entre ouvir e escutar, bem como alguns elementos essenciais a assimilação da informação, como atenção, concentração, silêncio, interação, etc.

As informações obtidas no questionário aplicado aos educandos foram analisadas a fim de constatar a dificuldade de aprendizagem devido à quase inexistência da escuta durante o processo de interação que propicia a transmissão de conhecimentos pelo professor. Além do questionário, foram utilizados instrumentos auxiliares para socialização da importância da escuta no ambiente educacional como apresentação de vídeos, realização de palestras e de oficinas temáticas, cuja participação poderá abranger toda a comunidade escolar.

Os dados coletados foram apresentados através de tabelas e gráficos para melhor visualização e verificação das contribuições da escuta na tentativa de reduzir as distâncias entre ensino e aprendizagem, necessárias à qualificação e desenvolvimento pleno do educando.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No momento de discussão foi possível perceber o quanto os alunos sentem necessidade de serem escutados, em alguns relatos revelaram a dificuldade na relação familiar e até mesmo na escola:

Minha mãe não sabe conversar, só faz gritar, e eu num tô nem aí!; Eu não falo nada pra minha mãe. Quando quero fazer uma coisa, faço mesmo, nem que ela não queira; Aquele professor é muito paia2, nem deixa a gente falar!;

Tal fato talvez não explique, mas com certeza justifica a deficiência na habilidade de escuta desses alunos em sala de aula, incluindo saber quando escutar e quando falar, pois em seus processos de desenvolvimento e formação, não foram trabalhados para o alcance das referidas habilidades pertencentes aos primeiros ensinamentos pertinentes a família, por meio do diálogo. Augusto Cury (2008) relata em sua obra “Pais brilhantes, professores fascinantes”, que “o diálogo é insubstituível”, para existência de uma relação saudável.

Dando ênfase a necessidade percebida, a práxis da escuta pelos alunos, realizou a abordagem da importância da escuta na escola, buscando deixar claro para eles que o simples ouvir não é suficiente para que ocorra a aprendizagem. Existe a necessidade de escutar, para que se possa compreender os assuntos abordados pelo professor, e ainda há, a necessidade de interação entre os envolvidos, pois a partir das discussões são expostos os conceitos que se tem sobre algo e esclarecidas as dúvidas, resultando na construção de conhecimentos.

2 Gíria usada entre os adolescentes para expressar algo que é chato. “Coisa sem graça, sem valor. Ruim. Ex.: -Aquele

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Abordando a importância de escuta nas relações sociais, visto que é essencial nas relações interpessoais, percebeu-se maior dificuldade de diálogo do que na escola (na sala de aula). Os alunos não conseguem manter relações de amizade sincera, segura, respeitosa, e sim, apenas “relações momentâneas, sem vínculo”, sem importância.

Quando levados a refletir sobre os tipos de relações que tem com outras pessoas afirmaram não terem amigos, somente colegas, expondo não se importarem com o fato de outras pessoas não lhe darem importância, de terem dificuldade de relacionamento. Alguns afirmaram que suas mães não dão importância para seus comportamentos e ações, podendo eles fazer o que quiserem, e por isso não falam nada para elas, pois, segundo eles, as mães não os escutam, querem que façam as coisas ao modo delas, não parando para conversar e entender as vontades dos filhos e orientá-los a não fazer o que julgam correto. Então, eles agem como consideram melhor, sem falar com ninguém. Nota-se que os alunos não têm espaço para conversar no meio social e nem no ambiente familiar, e ainda, não se sentem à vontade para tomar uma atitude. No meio familiar, geralmente são acometidos por gritos e agressões verbais, ou muitas vezes nem uma simples fala se dá entre as pessoas que ocupam um mesmo espaço, quando deveria ser um local de aprendizado, por se tratar do primeiro meio de interação pessoal do qual o indivíduo participa.

Tal situação, dificulta os adolescentes terem boas relações de diálogo com os colegas e principalmente com os professores, que acabam sendo uma referência de seus pais. Segundo Cury (2008, p. 33), “Os comportamentos inadequados muitas vezes são clamores que imploram a presença, o carinho e a atenção dos pais”.

Existe também uma desordem interna nos próprios alunos, devido à falta de identificação consigo mesmo, dificultando a concentração no que está sendo trabalhado em sala, e que muitas vezes gera conflitos entre eles e o professor, outras vezes entre eles mesmos, para Cury (2008, p. 33) “há um mundo a ser descoberto dentro de cada jovem”.

Considerando as discussões ocorridas na palestra e na oficina, a entrevista foi desenvolvida como forma de possibilitar os alunos terem um olhar para si mesmo, nos mostrando os interesses individuais e os valores adquiridos, assim como, o que de fato consideram importante para sua vida, evidenciando o que lhes proporciona satisfação, ou seja, o objeto de desejo, o que provocaria conflitos e construções sucessivas.

Aproveitando a interação com a turma, foram discutidos alguns questionamentos de forma bem espontânea e solicitado que respondessem por escrito, sem identificação pessoal. Tal atividade, provocou reflexões individuais, proporcionando um momento de interação interior, favorecendo a iniciação do autoconhecimento e valorização do eu, bem como a visualização do futuro. Houve a necessidade de provocá-los, levando-os a pensar sobre esse último ponto porque nas atividades

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anteriores não demonstraram muita perspectiva para o futuro e seu comportamento indica que a escola não é o caminho para suas melhorias e conquistas.

Nesse momento a turma foi levada a refletir sobre a importância da escola na formação pessoal e profissional de cada um, bem como a responsabilidade individual do aluno nesse processo. A escola contribui, cria estratégia, ajuda a caminhar, mas não pode garantir o sucesso de aprendizagem se cada um não despertar para a necessidade e importância do aprender. Ao final dessa discussão todos afirmaram que dependem “deles quererem aprender, para melhorar o aprendizado”, pois quando realmente se quer algo, busca-se meios para conseguir.

Com relação aos questionamentos, muitos alunos tiveram dificuldade em responder, por não terem o hábito de voltar o olhar para si mesmo. Mas ao perguntar “o que você gosta?”, todos responderam, a maioria colocou algo ligado a entretenimento (jogar, se divertir). Questionados sobre

“o que prende sua atenção?”, as respostas que se evidenciaram foram “facebook e filmes”, o que

observamos que está voltado também para entretenimento.

Indagados sobre “o que é importante para você?”, a grande maioria colocou “família ou

algum familiar em especial (pai/ mãe/ irmã)”, o que nos mostra que apesar de não terem uma relação

familiar muito integrada, os adolescentes têm a família como seu bem mais importante, mais precioso. Augusto Cury (2008, p.15) destaca que “os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração.”

Procurando evidenciar o tema discutido e verificar a compreensão que obtiveram com o trabalho realizado, a turma respondeu positivamente ao questionamento: “Deve-se prestar atenção

apenas no que nos interessa ou no que de fato é importante; no que poderá contribuir com nossa formação pessoal e profissional?”. Quase todos os alunos responderam “no que é importante”, o

que nos revelou que poderão avançar no processo de aprendizagem, pois, compreenderam que a escola contribui para sua formação e que eles são os “atores” no processo, elencando o que de fato consideraram importante e o que merece a atenção deles para garantir uma melhor aprendizagem.

Como questionamento final, foram levados a pensar sobre o futuro, e a maioria respondeu que

“quer ter um futuro melhor” e associaram isso a ter uma profissão (indicação de várias profissões,

que dependem de uma formação acadêmica). Verificou-se com essas respostas que eles querem obter o sucesso, porém precisam acreditar que é possível.

Esse pensamento não faz parte de suas crenças, já que a maioria vê apenas o ensino médio como referência para “concluir os estudos” (relato dos alunos). Observa-se nos relatos que eles não confiam em si e ignoram as possibilidades de ascensão para o futuro, então os alunos foram incentivados a investir em si mesmo, buscar seus sonhos e confiar em sua capacidade, abrindo espaço para resolver seus conflitos e tornarem-se assim, autores da própria história, trilhando seu caminho e

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confiando em si e nas pessoas que os cercam, envolvendo-as efetivamente em seu processo de formação, articulando-se com a escola no cumprimento da sua função.

Analisando os questionários, notou-se que, quando abordados sobre seu procedimento quando não entendem a explicação do professor, um número considerável (em torno de 35%) afirmou que não pergunta ao professor, prefere tirar a dúvida com o colega, e ainda outros (16%), não perguntam para ninguém, ficam calados e permanecem com as dúvidas. Observou-se ainda que, após uma nova explicação do professor, uma parcela dos alunos que ainda permanecem com dúvidas, já não se sente à vontade para pedir outra explicação e acaba recorrendo ao colega e ficando com a dúvida (25%).

Outra situação, que envolve o modo como se sente ao ser contestado pelo professor, dizendo que não vai explicar novamente porque não estavam escutando no momento da explicação, quase a metade da turma diz não se importar (40%), enquanto um número expressivo afirma ficarem triste, outros furiosos e ainda há os que respondem agressivamente. Ou seja, a maioria da turma (60%) se incomoda com essa postura do professor e reage de maneira diferente, conforme sua personalidade, seu estado emocional, etc.

O fato é que, o professor, diante dessa situação estará se distanciando cada vez mais do aluno, quando deveria ser o contrário, buscar formas de aproximação e mediar às situações de conflito, visando uma interação e parceria no trabalho contínuo de sala de aula, em prol de uma educação significativa e de qualidade.

Quando o professor se mostra paciente, e explica as vezes que se fizerem necessárias para que compreendam o exposto, a grande maioria se diz satisfeita, porém alguns alunos (um número pequeno) afirmaram ficar envergonhados, e outros dispensam a explicação.

Confirmando a necessidade de atenção, representando esse número de satisfação ao pensarem num professor paciente. Todo ser humano necessita de atenção, principalmente quando encontra-se com dificuldade, logo, o professor se fazendo presente, de forma a atrair a atenção do aluno num momento de tanto significados, será visto por este com outros olhos.

Reafirmamos essa ideia considerando os pensamentos de Vygotsky (1998), quando coloca que o professor deve ser um elo entre o aluno e o conhecimento, devendo trabalhar com estratégias metodológicas capazes de proporcionar o desenvolvimento do conhecimento potencial.

Assim, o professor deve estar sempre propenso a atender aos alunos e ainda incentivá-los pela busca do conhecimento, utilizando em seu favor nesse processo, a motivação, considerada por Casassus (2009), como essencial para efetivação da aprendizagem e por Vygotsky (1998), como sendo instigada pelo pensamento e pelo desejo, o que contribui diretamente como o processo de aprendizagem.

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Uma questão significativa, para nortear o trabalho do professor, ao elaborar suas intervenções pedagógicas, refere-se ao tipo de atividade que o aluno considera mais atrativa e aponta como facilitadora na compreensão, possibilitando uma maior aprendizagem. A maioria dos alunos reconhece que na realização de atividade prática participa mais e que endente melhor o conteúdo trabalhado.

Assim sendo, colocar o aluno para observar, pensar, resolver os desafios propostos nas atividades prática tornando-o ativo no processo e favorece a aprendizagem de forma significativa. Tal proposição é reforçada pelos PCNs de Ciências (1998) ao colocar a necessidade de se trabalhar o método científico e pelas ideias de Bachelard (1972) quando aborda a importância desse trabalho, evidenciando ainda que o aprendizado científico se dá pela relação entre os signos e os significados atrelados aos conhecimentos.

Finalizando o questionário, os alunos opinaram sobre as dificuldades para desenvolverem a habilidade da escuta, apontando como fator principal de interferência, a falta de disciplina, seguido pela dificuldade que sentem em matérias específicas. Tal situação, reporta novamente a relação professor-aluno, com a presença da transferência, ou seja, a dificuldade sentida na disciplina, ocasiona o desinteresse pela mesma e a rejeição por escutar o professor.

Porém, sobre essa questão, Kupfer (1989) relata o poder de influência que o professor detém sobre o aluno ao se instaurar a transferência e afirma ainda, baseando-se nas ideias de Freud, que o aluno ouvirá o professor quando o coloca em uma posição especial. O professor, possuidor de uma maturidade superior a do aluno, deverá conduzir o processo de forma produtiva envolvendo o aluno e contribuindo para uma mudança no tipo de transferência.

Assim, podemos afirmar com clareza, analisando os questionários, abordando as dificuldades que sentem na escola, a aprendizagem foi apontada pela maioria como a maior delas, seguindo com o exercício da escuta e a presença da indisciplina. Na verdade, a falta de habilidade da escuta e a indisciplina entram como elementos que interfere na aprendizagem, o que pode ser observado mediante relato dos alunos: “esses meninos não prestam atenção, ficam só bagunçando,

atrapalhando a tia explicar. Aí a gente não entende nada.”; Tem hora que não dá pra ouvir nada. Como é que posso aprender?; As vezes não consigo fazer a tarefa porque não entendi nada na aula”.

Para ocorrer à aprendizagem, Kupfer (2002) considera necessário se estabelecer uma relação entre os indivíduos, o que não se registra na turma observada. Construir, entre outras coisas, considerando as ideias de Winnicott, uma relação de confiança constituída pelo vínculo afetivo ligado a segurança, pois, assim se estabelecerá condições para solucionar questões que envolvem angustias e inquietações, provocando aproximação e favorecendo o trabalho em sala de aula.

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O aluno necessita de atenção, de um olhar que o oriente no caminho do aprendizado. Reafirmamos essa ideia considerando os pensamentos de Vygotsky (1984), quando coloca que o professor deve ser um elo entre o aluno e o conhecimento, devendo trabalhar com estratégias metodológicas capazes de proporcionar o desenvolvimento do conhecimento potencial.

Alguns fatores ainda ficam a desejar como o processo de relacionamento entre a escola e a família, onde cada qual deve saber o seu verdadeiro papel, onde a família possa fazer a sua função educativa e a escola possa se dedicar ao processo de aprendizagem do conhecimento, deixando de jogar responsabilidades para um lado ou para o outro, e sim cada uma sabendo a sua verdadeira função, fazendo-a de maneira produtiva e com efetiva qualidade. Sabendo que a criança ou adolescente precisa de pessoas que os conduzam de forma coerente para o caminho do verdadeiro sujeito cidadão, com uma boa formação educativa e social.

O processo de escuta é importante em qualquer ambiente, assim como em qualquer relacionamento, porém na escola é onde mais se vê a necessidade desse ato, pois o aluno adolescente vive um momento de grandes decisões e conflitos internos e o espaço social mais frequentado por ele é a escola. Portanto, a escola é que deve propiciar um espaço para que esses momentos aconteçam de forma prazerosa e efetiva, os frutos colhidos com esse processo serão muito gratificantes para ambos os lados.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo, evidenciou o reconhecimento dos alunos com relação a diferença dos termos trabalhados e a necessidade de desenvolver a habilidade da escuta, apontando como um dos fatores principais no processo de ensino e aprendizagem. Tal situação, nos reporta novamente a relação professor aluno, com a presença da transferência, ou seja, a dificuldade sentida na disciplina, ocasiona o desinteresse pela mesma e a rejeição por escutar o professor. Porém, sobre essa questão, Kupfer (1989) relata o poder de influência que o professor detém sobre o aluno ao se instaurar a transferência e afirma ainda, baseando-se nas ideias de Freud, que o aluno ouvirá o professor quando o coloca em uma posição especial.

O professor, possuidor de uma maturidade superior a do aluno, deverá conduzir o processo de forma produtiva envolvendo o aluno e contribuindo para uma mudança no tipo de transferência. (KUPFER, 2002)

As respostas referentes ao que gosta e ao que prende a atenção deles, mostram a imaturidade característica dessa fase (puberdade), porém percebe-se uma incidência excessiva nessa turma. Os alunos parecem não compreender o mundo ao seu redor, a diversidade de coisas importantes que fazem parte da sua vida e se reportam apenas às coisas supérfluas.

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Tal situação nos revela a falta de orientação, de acompanhamento, de conversas sobre história de vida. Os filhos estão precisando de pais e os alunos de professores, que contem histórias com experiências contendo oportunidades, mas também dificuldades, conquistas e insucessos, para que se estabeleçam vínculos de confiança, pois assim, passam a percebê-los não como superiores, mas como pessoas como eles, que trilharam caminhos que eles terão de passar, superando dificuldades e registrando conquistas.

As estratégias utilizadas nesse estudo possibilitaram a identificação das maiores dificuldades que os educandos sentem na escola, apontada por eles como sendo a aprendizagem, o que revela a necessidade de ações direcionadas, na tentativa de mudanças. Uma roda de debate seria apropriada nessa situação, provocando reflexões, embasadas por fundamentação adequada, que favoreçam o comprometimento dos alunos com a aprendizagem. Tal proposta contribuirá também para a melhoria da relação professor-aluno, que se faz imprescindível na prática da sala de aula, e por sua vez, no processo ensino-aprendizagem.

O fato dos alunos não se sentirem à vontade para questionar o professor na ocasião do não entendimento no momento da explicação, acarretará um acúmulo de deficiências ao longo do ano letivo, comprometendo todo o processo de construção do conhecimento nos anos seguintes da sua vida escolar.

O professor não pode ignorar essa atitude do aluno e agir como se estivesse tudo bem. Na verdade, o aluno mergulhado em seus conflitos, espera do professor uma atenção especial, o que poderá transformá-lo, envolvendo-o no processo. Já, se ocorrer à recusa do professor, o aluno poderá apresentar reações adversas, que irá depender do seu estado emocional, dos seus conceitos estabelecidos em relação ao conhecimento e ao outro indivíduo.

Desse modo, a escuta orientada seria uma estratégia essencial na mediação dos conflitos e conquistas significativas. É preciso acreditar no potencial desses alunos, contribuindo com o desenvolvimento cognitivo e instigando a aprendizagem, não esperando que as coisas aconteçam de forma natural. Considerando as ideias de Vygotsky (1984), é necessário criar condições para a evolução no processo de aprendizagem, visto que, se o aluno é capaz de realizar uma atividade mediada pelo professor, certamente, fará sozinho em outro momento posterior.

Em resumo, num ambiente onde há o respeito, o carinho, um bom relacionamento e sobretudo o diálogo tudo flui com facilidade, a escola precisa desses ingredientes para que a aprendizagem ocorra sem muitos transtornos. O professor precisa estar apto a ser moldado a cada dia e sempre experimentar coisas novas. Os alunos estão sempre ligados nas tecnologias e o professor deve se aliar a elas para conseguir apresentar aulas mais ativas, dinâmicas, prazerosas e principalmente significativas na construção do conhecimento.

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