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A Indicação Geográfica da Cachaça: Um instrumento de desenvolvimento regional e de Inovação / The Geographical Indication of Cachaça: An instrument for regional development and innovation

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A Indicação Geográfica da Cachaça: Um instrumento de desenvolvimento

regional e de Inovação

The Geographical Indication of Cachaça: An instrument for regional

development and innovation

DOI:10.34117/bjdv6n6-160

Recebimento dos originais: 09/05/2020 Aceitação para publicação: 06/06/2020

Valdir Silva da Conceição

Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação Instituição: Universidade Federal da Bahia - UFBA

Endereço:, Rua Barão de Jeremoabo, 147, Ondina, Salvador - BA, 40170-115 Email: valdirconceicao@gmail.com

Angela Machado Rocha

Doutora em Ciências, Energia e Ambiente Instituição: Universidade Federal da Bahia - UFBA

Endereço: Av. Reitor Miguel Calmon, s/n - Canela, Salvador - BA, 40231-300 Email: amrocha@gmail.com

Marcelo Santana Silva

Doutor em Ciências, Energia e Ambiente Instituição: Instituto Federal da Bahia - IFBA

Endereço: Rua Emídio dos Santos, s/n - Barbalho, Salvador - BA, 40301-015 Email: profmarceloifba@gmail.com

Paula Meyer Soares

Doutora em Economia de Empresas

Instituição: Universidade de Brasilia – UnB, Faculdade do Gama- FGA Endereço: St. Leste Projeção A - Gama Leste, Brasília - DF, 72444-240

Email: paulameyer@unb.br

Jerisnaldo Matos Lopes

Doutor em Desenvolvimento Regional e Urbano Instituição: Faculdade de Tecnologia e Ciências - UNIFTC Endereço: Av. Luís Viana, 8812 - Paralela, Salvador - BA, 41741-590

Email: jerislopes@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho objetiva apresentar como o registro da Indicação Geográfica da cachaça se constitui fator de inovação. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica com a utilização de artigos, dissertações, teses, manuais e a legislação específica para a cachaça. O registro de uma Indicação Geográfica (IG) no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) se constitui em um fator importante para o detentor do registro e também para os usuários do produto ou serviço, uma vez que o mesmo garante a qualidade e originalidade. Além de preservar o saber-fazer, abre campo para inserção no mercado tanto interno como externo, garantindo a restreabilidade do produto, conferindo credibilidade e continuidade do negócio, que é um fator condicionante da inovação. O

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registro da IG de cachaça confere à organização um determinado monopólio e também abertura de nicho específico, além de ter um papel relevante na valorização e proteção dos aspectos culturais, históricos, econômicos e sociais do país. A certificação do registro de uma IG, voltada para a tipologia bebida alcoólica, especificamente a cachaça, é entendida como uma inovação, porque o detentor do registro se insere no grupo que possuem produtos diferenciados em relação aos similares existentes no mercado, atestando que o mesmo possui qualidade intrínseca, identidade reconhecida no mercado, tendo sido o produto submetido a uma certificação rigorosa por órgão competente pertinente.

Palavras chaves: Indicação Geográfica, Cachaça, Inovação, Desenvolvimento.

ABSTRACT

The present work aims to present how the registration of the Geographical Indication of cachaça is a factor of innovation. The methodology used was bibliographic research with the use of articles, dissertations, theses, manuals and specific legislation for cachaça. The registration of a Geographical Indication (GI) at the National Institute of Industrial Property (INPI) is an important factor for the holder of the registration and also for the users of the product or service, since it guarantees quality and originality. In addition to preserving know-how, it opens the way for insertion in both the domestic and foreign markets, guaranteeing the restreability of the product, giving credibility and continuity to the business, which is a conditioning factor of innovation. The registration of the cachaça IG gives the organization a specific monopoly and also the opening of a specific niche, in addition to having a relevant role in valuing and protecting the country's cultural, historical, economic and social aspects. The certification of the registration of an IG, focused on the typology of alcoholic beverages, specifically cachaça, is understood as an innovation, because the holder of the registration is part of the group that have differentiated products compared to similar ones on the market, attesting to what it has intrinsic quality, an identity recognized in the market, and the product has undergone rigorous certification by the relevant competent body.

Key words: Geographical Indication, Cachaça, Innovation, Development.

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), o registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado (OMPI, 2012).

Os produtos e serviços possuem características inatas ou moldadas em decorrência da intervenção humana, o que confere um grau de diferenciação, qualidade e reputação, além de notoriedade, que podem ser percebidos pelos clientes/usuários, o que pode torna-lo diferente quando comparado com similares.

O registro de Indicação Geográfica vem crescendo a cada ano, com o apoio de instituições de pesquisa, fomento, políticas públicas, enganjamento dos produtores, da sociedade e dos entes públicos e privados, além das Organizações não Governamentais e associações e similares. As universidade e instituições de ensino utilizam os projetos de iniciação científica e as dissertações, teses, artigos e trabalhos de conclusão como ferramenta para ajudar a difundir e a possibilitar as condições para que ocorra o registro do produto ou serviço como uma IG.

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Um dos seus objetivos é a distinção do produto pela diferenciação da qualidade inerente ao produto ou serviço ou então pelo reconhecimento do seu lugar de origem (ROCHA et. al., 2019). Também proporciona a possibilidade de agregação de valor, cooperação entre os produtores, fidelização, notoriedade, protegendo-os das imitações e falsificações, da concorrência desleal, do seu uso indevido por pessoas ou empresas que não fazem parte da área de abrangência do registro, gera ganhos econômicos e social para a comunidade e o seu entorno, além de identificar a origem (MARQUES et. al., 2019).

As primeiras denominações de Indicações Geográficas são encontradas na Biblia, com a citação do vinho do Libano. Na Grécia e na Roma antiga havia denominações como o bronze de Corinto e a mármore de Carrara. O surgimento formal da IG ocorreu na Europa no século XVII, ocorreu devido a necessidade de proteger os produtos agrícolas e combater a concorrência desleal.

Com a globalização do mercado, a necessidade de circulação de mercadorias entre os países e a evolução do comportamento dos consumidores em relação aos produtos tradicionais e com qualidade o registro de um produto ou serviço como uma IG torna-se fundamental, porque entre outras vantagens, vai satisfazer as necessidades e expectativas do cliente. A necessidade de romper barreiras e os desafios gerados pela globalização requer das empresas a adoção de práticas inovativas de forma a desenvolver novos produtos, gerenciar novos processos, dinamizar as inovações tanto no processo como no produto.

Existem alguns tratados internacionais do qual o Brasil também é signatário e que reconhecem as IG como um fator de proteção dos bens culturais de uma nação, o que também facilita o reconhecimento mundial dos produtos nacionais. A IG já é uma realidade em alguns países e no Brasil ainda é incipiente, por ser algo novo e sem tradição no país. Ela serve como uma ferramenta propulsora do desenvolvimento sociocultural, do desempenho nas transações comerciais e na valorização da ação coletiva e da identidade local (MARINS, CABRAL, 2015).

Algumas IG possuem governança territorial, o que se configura em uma inovação, tendo como representante uma associação ou algo similar, assim como a criação de um conselho superior que fica responsável pelo controle da qualidade e pela verificação do uso do regulamento pelos associados.

A construção de uma IG é um processo dinâmico de inovação institucional em um contexto interativo com a criação de redes com diferentes componentes como a instituições de pesquisa e fomento, as associações, os produtores, a sociedade, a comunidade etc. onde impera a confiança, a troca de informações, com o fortalecimento dos processos de aprendizagem coletivo e a dinamização do território (NIEDERLE, 2009).

O modo de plantio e o manejo de produtos agrícolas, assim como as técnicas de produção foram aprendidos com os nativos e a sua difusão ocorreu durante a colonização e entre as gerações

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como uma forma de continuidade da arte e do ofício, o saber-fazer, e a sua evolução com o aprendizado e o desenvolvimento intelectual, além da experiência adquirida com o passar do tempo. O desenvolvimento de produto tem uma ressignificação como uma inovação técnica, porque dinamiza a cultura, incorporando novas formas de concepção do produto, que vai tendo uma apropriação no cotidiano das pessoas ao longo do tempo (MELLO, 2015).

A propriedade intelectual se insere como uma ferramenta que incentiva a inovação, fortalecendo o poder de penetração no mercado de quem detém o seu direito de uso e de exploração. A inovação não se assemelha a um ato isolado ou a uma ação individual, mas ela tem característica de uma ação coletiva ao longo do tempo, devido a troca de conhecimento e a interação entre as pessoas e o ambiente, o que é fundamental para a difusão de todo o conhecimento gerado, porque ela se insere no processo de aprendizagem e na troca de experiência entre os atores envolvidos, e essa condição proporciona a geração de lucro. Na cooperação pode ocorrer o surgimento de um produto que é fruto da inovação, tendo a difusão do conhecimento a mola mestra para a inovação que tem entre outras consequências o desenvolvimento local (MARINS, CABRAL, 2015).

O objetivo do presente artigo é a verificação do registro de uma IG voltada para a tipologia bebida alcoólica, especificamente a cachaça, como uma inovação, porque o detentor do registro se insere no grupo que possuem produtos diferenciados em relação sãos similares existentes no mercado, atestando que o mesmo possui qualidade intrínseca, identidade reconhecida no mercado, sendo que ela é submetida a uma certificação rigorosa por órgão competente e criado com esse objetivo. Na bibliografia utilizada percebe-se que o registro de uma IG é fundamental para a promoção da inovação e consequentemento do desenvolvimento econômico.

2. METODOLOGIA

A pesquisa realizada foi do tipo exploratória. A sua finalidade é proporcionar maior familiaridade com o problema e também colabora com o aperfeiçoamento de ideias permitindo um entendimento maior acerca dos diversos aspectos relacionados ao assunto estudado (GIL, 2010).

Optou-se pela abordagem qualitativa, pois a mesma não representa valores numéricos, mas diz respeito ao aprofundamento visando a compreensão de um determinado grupo social, de uma organização ou de um fenômeno entre outros. Ela parte do pressuposto de um modelo único de pesquisa, porque as ciências sociais tem uma especifidade, ou seja, uma metodologia própria (GIL, 2008).

A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, abordando inicialmente os temas relacionados a inovação e sua importância no desenvolvimento econômico. Em segundo plano

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buscou-se os fundamentos relativos a IG a partir da legislação vigente e posteriormente sobre a cachaça e os fatores que podem ser considerados como uma inovação.

Para a coleta de dados secundários foi realizada uma pesquisa bibliográfica consultando livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, além de sítios institucionais como o do INPI relativo as IG. Para Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com a ajuda de material que já foi divulgado.

3. MARCO TEÓRICO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

3.1. EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE INOVAÇÃO

Etimologicamente a palavra inovação é derivada do latim innovare, que tem como significado “renovar, tornar algo novo” (BESSANT, 2003, p.761). De acordo com o dicionário Aurélio significa “tornar algo novo, renovar, introduzir novidade. Então pode-se pensar a inovação como uma busca, uma descoberta, um novo processo, uma nova ideia, uma mudança, uma invenção ou uma novidade. Para Coral, Ogliari, Abreu (2008) a inovação tem como significado a arte e o efeito de introduzir uma novidade mercadológica e que só é considerada como uma inovação quando passa a ser percebida e aceita pelo cliente, pois, caso essas condições não sejam aceitas, tem-se uma invenção.

A inovação sempre existiu desde os primórdios da humanidade, mas a sua ocorrência era de forma empírica e ligados a necessidade humana, sem uma especificidade e com caráter artesanal. A especificidade da inovação iniciou-se a partir da Revolução Industrial, deixando de ter um caráter contemplativo para tornar-se uma atividade voltada para a resolução de problemas, que eram crescente nesse período em decorrência da industrialização (ZAWSILAK, 1994).

O primeiro teórico da inovação foi Joseph Schumpeter, que influencio bastante o arcabouço da inovação com as linhas do seu pensamento.

É necessário que se desenvolvam meios para integrar “materiais” e conhecimento para se alcançar o desenvolvimento econômico, e, para isto, é necessária a introdução descontínua de novas combinações dos elementos citados, sendo a formação destas novas combinações o processo inovador (SCHUMPETER, 1985).

Ele afirma que a inovação é um ato radical, envolvendo a introdução de um elemento novo ou então a combinação de elementos antigos que forma algo novo. A inovação abrange cinco áreas:

(i) a introdução de um novo bem ou uma nova qualidade em um bem (inovação do produto); (ii) a introdução de um novo método de produção que inclui uma nova forma de comercialização de um produto (Inovação no processo); (iii) a abertura de um novo mercado (inovação de mercado); (iv) a conquista de uma nova fonte de suprimento de matéria prime

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e ou insumo intermediário (inovação de insumos); e (v) a efetivação de uma nova organização da indústria (inovação organizacional) (KON, 2016, p. 19).

Os neoschumpeterianos citam a inovação como um procedimento necessário para a resolução de problemas, quer estejam relacionados a demanda ou a oferta, focando na mercado x custos que objetivem a geração de valor.

Drucker (2005, p. 25) define a inovação como o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente.

A legislação brasileira por meio da Lei nº 13.243 de 11 de janeiro de 2016, no seu artigo 2º, inciso IV define da seguinte forma a inovação:

introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho.

O Manual de Oslo define da seguinte forma a inovação:

O termo "inovação" pode significar tanto uma atividade quanto o resultado da atividade. Uma inovação é um produto ou processo novo ou melhorado (ou combinação dos mesmos) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da unidade e que foi disponibilizado a possíveis usuários (produto) ou posto em uso pela unidade (processo). Uma inovação de negócios é um produto ou processo de negócios novo ou aprimorado (ou combinação deles) que difere significativamente dos produtos ou processos de negócios anteriores da empresa e que foi introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa (OECD, 2018, p. 20).

Pelas definições acima percebe-se o caráter de algo novo sendo introduzido no processo ou no produto, combinando recursos (pessoas e processos) capazes de gerar algo novo a vista dos usuários, também a inovação tende a gerar valor para o detentor do negócio. Também é um indutor do desenvolvimento econômico e ocorre também a troca de conhecimento entre os atores, principalmente por serem apoiadas por entidades institucionais como as de nível superior (KOHN, 2016).

As inovações podem ser de dois tipos: radical e incremental. Na primeira ocorre a ruptura abrupta entre o produto novo e o existente nas suas características. Também pode ocorrer com a combinação de tecnologias existentes, que pode ser dado uma nova utilização. A segunda é uma

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melhoria significativa no processo ou no produto existente, podendo também ser uma reconfiguração do que já existe, apenas servindo para outro propósito (TIDD, BESSANT, PAVITT, 2008).

O Manual de Oslo cita apenas duas modalidades de inovação: a de produtos e a de processo de negócios:

Uma inovação de produto é um bem ou serviço novo ou aprimorado que difere significativamente dos produtos ou serviços anteriores da empresa e que foi introduzido no mercado. Uma inovação de processo de negócios é um processo de negócios novo ou aprimorado para uma ou mais funções de negócios que difere significativamente dos processos de negócios anteriores da empresa e que foi implementado pela empresa (OECD, 2018, p. 21).

A inovação de processo de negócios possui seis funções, sendo suas relacionadas a produção e a entrega do produto para venda e quatro relacionadas as operações de apoio (OECD, 2018).

3.2. INDICAÇÃO GEOGRÁFICA (IG)

O registro da IG é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distinguí-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado (OMPI, 2012). Ela é uma fonte de proteção dos produtos contra falsificações, imitações e uso indevido por produtores que não sejam associados, identificação a origem do produto, salvaguarda as características locais e regionais do produto, valorizando e atestando os níveis de qualidade, além de servir como um catalisador de processos de desenvolvimento teritorial (ALLAIRE e SYLVANDER, 1997; TONIETTO, 2003; CERDAN e VITROLLES, 2008).

Ele já era conhecido desde a antiguidade, com citações na Bíblia do vinho e do cedro do Líbano. Na Grécia e na Roma antiga já existiam produtos diferenciados que eram designados pela sua origem como o bronze de Corinto, os tecidos de Mileto e a mármore de Carrara (PIMENTEL, 2014).

A Convenção da União de Paris (CUP) de 1883 foi o marco original para o sistema de propriedade industrial, regulamentando a proteção da propriedade intelectual. Posteriormente ocorreu o Acordo de Madri em 1886 com o objetivo de reprimir as falsas indicações de procedência. Para corrigir as falhas do Acordo de Madri, ocorreu o Acordo de Lisboa que era relacionado a proteção das denominações de origem e o seu registro em caráter internacional (GURGEL, 2005). No Brasil, a IG foi introduzida pela Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996, que é o instrumento de parametrização da caracterização da IG, indicando as ferramentas e os critérios necessários para o registro, demonstrando os direitos do produtor e as garantias e proteção para o consumidor e o produtor.

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Também determinou o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) como o órgão responsável pelo seu registro (INPI, 2018).

A legislação estabelece duas modalidades de IG: a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO). O artigo 177 diz que a IP é referente ao nome geográfico (país, cidade, região ou localidade de seu território), que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de um determinado produto ou a prestação de um serviço, tendo como requisito essencial a comprovação da sua notoriedade. A atigo 178 diz que a DO é referente ao nome geográfico de um país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusivamente ao meio geográfico, incluindo fatores naturais (clima, solo, relevo e temperatura) e humanos (saber-fazer) (BRASIL, 1996).

Figura 1 – Diferença entre IP e DO

Fonte: BRUCH (2008)

Até fevereiro de 2019, haviam sido registradas 71 IG, sendo 51 IP todas nacionais e 20 DO, sendo 11 nacionais e 9 estrangeiras. A primeira IP nacional ocorreu em 2002 com os vinhos tinto, branco e espumante do Vale dos Vinhedos, que se localiza no Rio Grande do Sul. A primeira DO nacional ocorreu em 2010, e teve como produto o arroz, no Litoral Norte Gaucho.

A IG exige que os produtores sigam várias etapas, começando pela criação de uma entidade representativa dos seus interesses, que vai ser o canal de representação junto aos órgãos e entes públicos, além de se fazer necessária a criação de um conselho cujo objetivo é garantir a qualidade do produto e verificar o uso pelos associados das recomendações do regulamento de uso de forma que os produtos sejam uniforme e possam ter rastreabilidade.

3.3. CACHAÇA

A cana-de-açúcar foi fundamental para a formação econômica do país, principalmente pela vocação da nação ser meramente agrícola, devido a extensão do seu território com àgua em abundância e solo fértil, e em parte pelo baixo investimento em tecnologia e pesquisa. A

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implementação da cultura do açúcar foi fundamental para a ocupação das terras brasileiras no período colonial, com forte impacto na economia e rentabilidade (FURTADO, 2007). Nos dias atuais a cultura da cana-de açúcar é fonte para a produção de diversos derivados como o etanol, biocombustível, açúcar, caldo de cana, doces, rapadura, melaço, adubos e combustível vegetal.

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no século XVI pela mão do donatário da Capitania de São Vicente, Martim Afonso de Souza (SCHOENINGER, COELHO, SILOCHI, 2014), durante a sua colonização e ela é composta de 75% de água e 25% de matéria orgânica. Ela é originária da Nova Guiné. É uma gramínea típica de clima tropical pertencente a família Saccharum L., da família

Poaceae. Possui sabor e aroma característico, diversificado e dependente das condições climáticas,

propriedades físico-químicas e microbiológicas do solo, o cultivo a variedade, o estágio de maturação (TONINI, PACHECO, 2014).

Não se tem registro do início da produção de cachaça no país, mas se presume que tenha ocorrido no início do século XVI na Bahia. A sua produção acontece em todas as regiões brasileiras, mas a sua concentração está no eixo Centro-Sul, e ocorre por meio de dois processos: industrial e artesanal. A sua produção tem a seguinte constituição:

Figura 2 – Diagrama de produção da cachaça

Fonte: SEBRAE, (2016) / KOHN, (2012)

O processo produtivo denominado coluna ou industrial é controlada por grandes grupos industriais, produzida em larga escala e com a cana-de-açúcar cultivada em grandes áreas. No processo utiliza-se colunas de destilação e tonéis de aço inox, faz-se a adição de produtos químicos na fermentação e não se separa a parte nobre do destilado (cabeça, coração e cauda). O processo de produção é continuo, representa 75% da produção total, envolve recursos para análises laboratoriais e controle de qualidade. Os principais usuários são das classes C e D (BARBOZA et al., 2010; SEBRAE, 2016; IBRAC, 2019), que tem mais interesse no preço do que na qualidade (SEBRAE, 2014).

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O processo denominado de alambique ou artesanal (tradicional e modernizante) é produzida em pequena escala por pequenos produtores com a utilização de mão de obra familiar em sua maioria. A destilação é feita em alambique de cobre localizada nas propriedades rurais e a fermentação ocorre de forma natural. O processo de produção as vezes é empírico e rudimentar, baseado no senso comum ou nas informações passadas entre as gerações. O processo de produção é feito por batelada e representa 25% do processo de produção. Os principais usuários são das classes A e B (BARBOZA

et al., 2010; SEBRAE, 2016; IBRAC, 2019), que foca mais a qualidade em detrimento do preço,

exigindo que o produto seja bom e diferenciado (SEBRAE, 2014).

A cachaça é uma aguardente genuinamente brasileira, estando incorporada à cultura, a tradição, à culinária e à imagem do país no mundo (MACCARI, 2013), se constituindo no destilado mais consumido no Brasil e é a segunda bebida mais consumida, perdendo apenas para cerveja (IBRAC, 2015). Ela inicialmente era uma bebida apreciada pelos povos escravizados, como um estimulante para suportar as condições de trabalho, que eram “duros” e pesados, servia como moeda de troca para compra da mão de obra, era relacionada como um produto sem qualidade.Com o passar do tempo, ganhou espaço nas classes sociais e econômicas dominantes, tornando-se popular com a quebra de paradigmas e preconceitos (BRAGA, KIYOTANI, 2015).

No mundo, a cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo, ficando atrás da vodka e do soju, bebida oriental a base de arroz e da batata doce (OLIVEIRA, TEIXEIRA, ANDRADE, 2017). Ela é uma denominação típica do Brasil para a aguardente de cana e apenas em três países ocorre a sua proteção, Colômbia (2012), EUA (2013) e México (2014). A receita conseguida com a exportação foi de US$ 14 milhões (IBRAC, 2015).

Com o passar do tempo, a definição de cachaça evolui como pode ser visto no quadro abaixo:

Quadro 1 – Evolução da definição da cachaça

Definição Ano

Aguardente de melaço ou cachaça é a bebida com a graduação alcoólica de 38º a 54º G.L., obtida do destilado alcoólico simples de melaço ou pela destilação do mosto fermentado de melaço resultante da produção do açúcar... (BRASIL, 1973)

1973

Aguardente de cana, caninha ou cachaça é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida do destilado alcoólico simples de açúcar, ou ainda, pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar...(BRASIL, 1997)

1997

Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida de destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar (...) cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 a 48 % v/v e com características sensoriais peculiares (BRASIL, 2002)

2002

Aguardente de cana é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida de destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar [...] cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 a 48 % v/v, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares (BRASIL, 2003)

2003

Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação

alcoólica de 38 a 48 % v/v, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares (BRASIL, 2009)

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Cachaça: a denominação típica e exclusiva de aguardente de cana produzida no Brasil, de acordo com a

legislação nacional do Brasil, que contém teor alcoólico de 38 a 48% em volume a 20 °C, obtido pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características organolépticas peculiares (BRASIL, 2018)

2018

Fonte: VICENZI, (2014) / BRASIL, (2018)

A cachaça se diferencia das outras bebidas alcoólicas derivadas da cana-de-açúcar como por exemplo o rum, que é produzido a partir da fermentação do melaço, que é um subproduto da produção do açúcar. Na constituição da cachaça encontra-se etanol, água, além de outros componentes secundários como: álcoois superiores, ácidos, ésteres, acetais, fenóis, hidrocarbonetos, compostos nitrogenados, sulfurados e açúcares (ODELLO et al., 2009).

3.4. INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DA CACHAÇA E A INOVAÇÃO

As IG tendem a se constituir como uma inovação institucional, que é construída em um contexto hibrído, sobre o qual diferentes atores (pesquisadores, produtores, sociedade, entes públicos, entidades não governamentais, consumidores etc.) e artefatos interagem para construir um novo regime sociotécnico (CALLON, 2008), que estabelecem um conjunto de normas e padrões de produção, cujo objetivo é orientar as ações coletivas (EYMARD-DUVERNAY, 2009).

Os produtos que possuem registro de IG passam por modificações nos seus processos produtivos ao longo do tempo em decorrência do aprendizado e da evolução natural baseada no progresso tecnológico, com o incremento de novas técnicas que visem a produtividade e a redução de custos, o que se constitui em uma inovação, que leva em consideração a ação desenvolvida pelas pessoas, pelas estruturas e pelos relacionamentos que sejam necessários para o desenvolvimento das inovações (SLAPPENDEL, 1996).

A cachaça é uma IG do Brasil, instituída pelo Decreto nº 4.062 de 21 de dezembro de 2001, elaborado de acordo com o TRIPS/OMC (IBRAC, 2017). Para os requisitos relativos a padronização, identidade, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização o Governo Federal promulgou os Decretos nº 2.314 de 04 de setembro de 1997; nº 4.851 de 21 de outubro de 2003; e as Instruções Normativas nº 56 de 30 de outubro de 2002; e nº 13 de 29 de junho de 2005 (SORATTO, VARVAKIS, HORII, 2007).

Encontra-se registrado como cachaça três IP e as inovações pertinentes ao produto são as seguintes: a melhoria nas variedades da cana-de-açúcar, o controle das pragas e doenças com o uso de herbicidas, técnicas de determinação da maturação, redução do tempo entre a colheita e a moagem, estudo e desenvolvimento de variedades da cana-de-açúcar para o melhoramento genético, melhorias no controle da qualidade em todas as fases e na separação de fases e inovações relativas ao envelhecimento da bebida (BARBOZA et al., 2010). Há também a inserção de tecnologias

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relacionados ao manejo e cultivo da planta, o uso de máquinas para a colheita em substituição a manual.

Figura 3 – Colheita manual e mecanizada

Fonte: Google

Os fatores citados acima são fundamentais para melhorar a qualidade do produto e para ganhos na produtividade com a redução dos custos e parte dessas inovações são descritas no regulamento de uso dos produtores filiados a associação representativa da categoria.

A grande demanda dos mercados geram necessidade de aumento da produtividade com a redução dos custos e uma das formas de conseguir alcançar esse objetivo é por meio de inovações, com o uso de tecnologias de ponta em substituição as tradicionais, que estão relacionadas as condições do solo, as seleções das mudas, o sistema de adubação e as etapas de plantação, cultivo e colheita, o que representam uma inovação (PNMA, 2011).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cachaça tem uma relevância cultural, social e econômica e a sua história está associada a construção e ocupação do país. Antigamente eram relacionadas a classe baixa e com o passar do tempo conseguiu penetração em todas as classes sociais, econômicas e culturais, em decorrência da melhoria da qualidade,

O objetivo inicial das IG eram proteger os produtos dos países europeus contra a falsificação, fraudes e concorrência desleal, impedindo o uso do nome em produtos que não pertenciam ao território de abrangência da IG, além de servir como uma ferramenta de defesa do consumidor. Entre as vantagens do registro pode-se citar a valorização do saber-fazer e das técnicas tradicionais, agregação de valor, notoriedade, desenvolvimento territorial e preservação da cultura, além de demonstrar que o produto tem qualidades.

A produção da bebida nas proximidades do local da colheita tende a contribuir para a manutenção do agricultor no interior, evitando com isso o êxodo rural.

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A IG se insere no campo da inovação porque no seu processo há geração de valor, busca atender a demanda, viabiliza o negócio, garante a penetração no mercado globalizado, satisfazendo as necessidades dos usuários, principalmente em relação a qualidade, o que se configura como um diferencial. Há também a governança territorial, pois a associação de representação dos produtores possibilita o contato com esferas superiores, como por exemplo os órgãos governamentais e a sociedade, aumenta o poder de barganha, consolida a marca, rompe barreiras.

A inovação relativa a IG da cachaça busca entre outros fatores aumentar a produtividade e reduzir os custos, o que pode ser conseguido também seguindo as recomendações constantes nos regulamentos de uso que tendem a homogeneizar o produto e possibilitar a rastreabilidade. Ela é um fator que pode determinar o sucesso ou o fracasso de um negócio, e sempre são buscados pelas organizações como um fator de competitividade, perpetuação no mercado e posicionamento em relação aos concorrentes. A sua existência é desde os primórdios da humanidade e na Revolução Industrial ocorreu o seu apogeu como uma forma científica para resolver os problemas iniciais da industrialização.

Conclui-se que há uma efetiva associação entre a inovação e o registro da IG da cachaça, porque os produtores inicialmente tiveram de se estruturar, inovar a sua produção ou procedimento de forma se tornarem aptas para conseguir o registro como uma IG, o que torna o produto um diferencial no mercado, remetendo ao conceito de identidade e de exclusividade, o que demonstra o seu caráter inovador frente a concorrência.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPGI) e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia por seu apoio financeiro.

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Figura 1 – Diferença entre IP e DO
Figura 2 – Diagrama de produção da cachaça
Figura 3 – Colheita manual e mecanizada

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