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Um olhar sobre a implantação do conceito de integração financeira na cadeia de suprimentos das organizações.

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Academic year: 2021

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Supply Chain

FinanCe 2011

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3 Supply Chain Finance 2011

Supply Chain FinanCe 2011

Um olhar sobre a implantação do conceito

de integração financeira na cadeia de suprimentos das organizações.

Autor:

Vanessa Saavedra, Mestre em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ e Engenheira Elétrica pela UFRJ. Especialização em Logística Empresarial pelo COPPEAD.

Sócia do IEG, com forte atuação em Projetos de Inteligência de Mercado e condução de Benchmark nas áreas de Logística, Compras/ Suprimentos, Processos e Gestão Empresarial.

GrAvAtA

O Instituto de Engenharia de Gestão (IEG), uma empresa do grupo Visagio, acaba de lançar o relatório “Supply Chain Finance”, que apresenta ao mercado o resultado da pesquisa realizada com executivos de diversas empresas industriais e de serviço. Este volume traz o conceito de Sup-ply Chain Finance, apresentando a realidade de implantação desse conceito nas organizações, as dificuldades enfrentadas no processo, bem como as prioridades e soluções financeiras aliadas à integração financeira da cadeia de suprimentos.

Introdução

Este artigo é parte do resultado alcançado por meio da pesquisa de Supply Chain Finance (SCF), que tem como tema “Integração Financeira na Cadeia de Suprimentos”. O SCF representa a com-binação de alternativas tecnológicas e de financiamento que integram compradores, fornecedores e instituições financeiras com o objetivo de viabilizar projetos, reduzir os custos de captação de recursos e aumentar a oferta de capital de giro no âmbito das cadeias de suprimentos. Os princi-pais fatores que estruturam o conceito de SCF são a necessidade cada vez maior de capital de giro, associada ao amadurecimento do conceito de Supply Chain Management (SCM), uma modelagem de negócios que, em geral, vem sendo utilizada para fazer referência aos aspectos de integração e coordenação dos principais processos das empresas e de suas interfaces, desde o fornecedor ao cliente final. Tal conceito foi introduzido em organizações dos mais variados portes, sendo apontado como elemento-chave para explicar as vantagens de produtos e empresas frente aos concorrentes diretos.

Durante a pesquisa, foram entrevistados executivos de 67 empresas industriais e de serviços pertencentes a 15 setores da economia, a destacar: Agroindustrial, Alimentos, Autoindústria, Eletro-eletrônico, Farmacêutico, Higiene e Limpeza, Máquinas e Equipamentos, Papel e Celulose, Químico, Siderurgia e Metalurgia, Vestuário e Têxtil, Cooperativas Agroindustriais, Distribuição, Engenharia, Locação de Equipamentos.

Nos últimos anos, o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos amadureceu. Esse conceito era anteriormente caracterizado exclusivamente pela otimização das funções logísticas, como gestão de estoques, planejamento de demanda, transporte e armazenagem. No entanto, pode-se também contribuir para a redução de custos, dadas as oportunidades de maximização da produtividade e de eliminação dos desperdícios. Isso impacta diretamente no aumento da qualidade de produtos e serviços, da confiabilidade e da flexibilidade dos processos logísticos, além de atribuir maior velocidade às operações.

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É interessante, também, destacar os graus de disponibilidade e visibilidade das informações financeiras nas empresas respondentes, que podem ser vistos no gráfico a seguir. Desta forma, pode-se avaliar o desempenho das atividades da área financeira.

A Adoção de equIpes MultIfuncIonAIs

Uma estratégia apontada pelas empresas que adotaram o conceito para contornar os problemas de colaboração entre a área Financeira e as outras é a utilização de grupos multifuncionais, que passam a liderar os programas de integração financeira. O resultado da pesquisa mostra que, quanto maior o grau de evolução na implantação da integração financeira na cadeia de suprimentos, maior é o uso de equipes multifuncionais para liderar esta frente, uma vez que tal prática possibilita a otimização do capital de giro e a redução de custos na cadeia de suprimentos.

prIorIdAdes dAs ÁreAs fInAnceIrAs

É importante observar que, frente à possibilidade de implantação do conceito de SCF, as empresas devem estabelecer as suas prioridades financeiras. Há empresas que não pretendem implantar tal conceito por atravessarem momento de grande pressão de caixa associada a elevadas despesas financeiras. Para elas, o melhor caminho seria a aproximação com bancos. O contrário acontece com as empresas que estão em processo inicial de implantação do conceito de integração financeira na cadeia, pois compreendem que o estreitamento do relacionamento com clientes e fornecedores é essencial para a redução dos custos de produção. Para as empresas que ainda pretendem implan-tar o conceito de SCF nos próximos três anos, e estão operando com margens baixas, aumenimplan-tar os relacionamentos com instituições financeiras não é mais prioridade, uma vez que já estão bem estabelecidas e, em alguns casos, as taxas são muito altas ou as empresas já superaram seus lim-ites de endividamento. Por fim, a prioridade financeira das empresas que já implantaram o SCF, com formalização parcial ou total, é a redução de custos, viabilizada principalmente pela flexibilização de regras junto aos parceiros da cadeia de suprimentos, sobretudo, com os clientes.

relAcIonAMento coM clIentes e fornecedores

Ao adotarem o conceito de SCF, as empresas optam por estabelecer ou não uma comunicação formal com clientes e fornecedores. Os principais objetivos indicados para compartilhar informações com as demais entidades da cadeia de suprimentos são a necessidade de antecipar prazos de re-cebimento, no caso de clientes, e a ampliação de prazos de pagamentos, no caso de fornecedores. Entretanto, mesmo considerando as organizações com maior grau de evolução da integração finan-ceira na cadeia de suprimentos, em 85% dos casos, a comunicação é informal.

projetos pArA MelhorIA dA InteGrAção fInAnceIrA nA cAdeIA

À medida que as empresas avançam com a implantação do SCF, começam a ser previstos projetos de melhoria na integração financeira da cadeia. De acordo com a pesquisa, no entanto, apenas 39% das empresas respondentes declararam já possuírem projetos de melhoria definidos. Dentre as mel-horias tratadas, citam-se novas tecnologias de informação e melmel-horias de processos, como dash-boards e novos módulos de ERPs, com 40% das intenções, e o uso de novas soluções financeiras, apontadas por apenas 7% dos respondentes.

O baixo número de empresas interessadas no uso de novas soluções financeiras mostra que o relacionamento com instituições financeiras é satisfatório. Neste sentido, 80% das empresas indus-triais e 67% das empresas de serviço pesquisadas declaram que tal relacionamento é de parceria e não apenas de prestação de serviços.

Das soluções voltadas para financiamento de capital de giro, as mais utilizadas são as

tradi-IMplAntAção do scf no BrAsIl

No que concerne à implantação do conceito de SCF no Brasil, constatou-se nesta pesquisa que, apesar de mais novo que o SCM, o conceito de SCF já é conhecido, porém em estágio inicial de implantação. Observou-se que 60% das empresas já aplicam o conceito. Desse grupo, apenas 22% dos respondentes declararam que praticam o SCF com formalização total enquanto que a maior parte, 78% dos respondentes, ainda está em processo de formalização. Já o percentual de empre-sas multinacionais que declararam utilizar o SCF foi de 62% contra 57% das empreempre-sas nacionais. O conceito também é mais aplicado nas indústrias, que detêm a parcela de 65%, enquanto no setor de serviços 44% das empresas aplicam o conceito. Setores com maior exigência de nível de serviço, tanto em relação ao cliente final quanto por parte dos fornecedores, como Alimentos e Vestuário e Têxtil, são os que mais adotam o conceito de SCF.

dIfIcultAdores de IMplAntAção do scf

Para todos os segmentos de empresas da pesquisa, identificou-se como principal dificultador para a implantação do conceito a falta de informações a tempo disponível para planejamento do fluxo de caixa. É importante destacar também que uma parcela significativa dos respondentes, principal-mente os que representam as empresas de serviços, apontou as deficiências nas soluções apresen-tadas pelas instituições financeiras como dificultadores para a atuação da área.

No que tange à automação para gestão dos processos financeiros, fator considerado o maior dificultador para empresas que ainda não implantaram o SCF, a existência de Enterprise Resource Planning (ERP) é considerado um aspecto básico. Isso foi confirmado pela pesquisa, ao se identi-ficar que 97% das empresas respondentes já possuem a ferramenta implantada. Entretanto, o uso de Eletronic Data Interchange (EDI) e de soluções automatizadas de pagamentos é encontrado em apenas 50% das organizações.

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cionais, como adiantamento sobre contratos de câmbio, financiamento de insumos, adiantamento sobre contratos de exportação e financiamento de estoques, como pode ser visto no gráfico a seguir. A prioridade ao uso de tais soluções indica o foco na otimização do capital de giro da própria empresa e não de fornecedores e clientes ao longo da cadeia, parte essencial do SCF. Por outro lado, as soluções mais sofisticadas e voltadas para a redução do capital de giro das demais inter-faces, como securitização de recebíveis e Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), ainda são pouco difundidas e adotadas.

Observa-se, portanto, que dentro de uma tendência global de desintermediação bancária na captação de recursos, os instrumentos financeiros apontados abrem grandes oportunidades para as empresas. Com eles, através do mercado de capitais, torna-se possível a estruturação de operações que aproximam investidores das empresas.

consIderAções fInAIs

O conceito do SCF vem sendo cada vez mais adotado pelas empresas, que pretendem intensificar os esforços e aprofundar a implantação. Apesar das dificuldades, principalmente no que concerne à falta de informações para planejamento do fluxo de caixa, as empresas mais avançadas já obtiveram ganhos relacionados ao capital de giro e deslocaram seus esforços para outras demandas como, por exemplo, a redução de custos, aproximando-se da realidade das instituições norte-americanas e europeias.

Referências

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