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2007KurtArns

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA. CONTROLE MECÂNICO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA EM SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA. KURT ARNS Orientador: Dr. Eng. Agr. Mauro Antônio Rizzardi Co-orientador: Dr. Eng. Agr. Mário Antonio Bianchi Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, para obtenção do título de Mestre em Agronomia – Área de Concentração em Produção Vegetal.. Passo Fundo, Agosto de 2007.

(2) 2. __________________________________________________________________ A767c Arns, Kurt Controle mecânico de plantas daninhas na cultura da soja em sistema de semeadura direta / Kurt Arns. – 2007. 99, [8] f. : il. color ; 24 cm. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade de Passo Fundo, 2007. Orientação: Dr. Eng. Agr. Mauro Antônio Rizzardi Co-orientação: Dr. Eng. Agr. Mário Antonio Bianchi 1. Soja - Cultivo. 2. Erva daninha – Controle mecânico. 3. Plantio direto. I. Rizzardi, Mauro Antônio, orientador. II. Bianchi, Mário Antonio, orientador. III. Título. CDU 633.34 __________________________________________________________________ Catalogação: bibliotecária Daiane Citadin Raupp - CRB 10/1637.

(3) 3. BIOGRAFIA DO AUTOR. Kurt Arns, nascido em 09 de outubro de 1958 em Cruz Alta – RS. Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade de Santa Maria em 1983. Desenvolve atividade de administrador-técnico nas Granjas Ipê e Guabiroba, de propriedade da família, no município de Cruz Alta, desde 1985. Foi vice-presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha – de 1992 a 1994. Presidente do Clube Amigos da Terra de Cruz Alta durante os anos de 1990 a 1993 e 1993 a 1995. Presidente do IV Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha realizado em Cruz Alta em 1994, com participação de 18.000 pessoas. Em 1994 recebeu o Mérito Agronômico da Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul em reconhecimento aos serviços prestados ao Rio Grande do Sul e à nação brasileira – pelo seu envolvimento na difusão do sistema de semeadura direta..

(4) 4. O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora. - Tábua de Esmeraldas, cerca de 3000 a.C..

(5) 5. Dedico esse trabalho as pessoas que fazem parte de minha vida, em especial. A minha esposa Adriana; Aos meus filhos, Allana e Lorenzo, de onze e sete anos; Aos meus pais Odilo e Christel; Aos meus irmãos Ronaldo, Robert, Alfredo e Romar..

(6) 6. AGRADECIMENTOS. - À Universidade de Passo Fundo, em especial ao Programa de Graduação e Pós-graduação em Agronomia, pela oportunidade concedida, pelas experiências vividas e conhecimentos adquiridos; - Ao Dr. Mauro Antônio Rizzardi pela confiança e orientação; - Ao Dr. Mário Antonio Bianchi pela confiança, incentivo e orientação; - À Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo, pela disponibilidade da área experimental, equipamentos, funcionários e estagiários para a realização do trabalho prático; - À EMPRESA AMV Fortaleza Indústria e Modelagem Ltda e sua equipe de funcionários e ao Presidente da empresa Antonio Facco, pela confiança e empréstimo da máquina para realização deste trabalho; - Ao colega William pelo auxílio precioso e pela amizade; - Aos funcionários da UPF que mostraram sempre um profissionalismo impecável..

(7) 7. SUMÁRIO. Lista de tabelas Lista de figuras Controle mecânico de plantas daninhas na cultura da soja em sistema de semeadura direta RESUMO................................................................................. ABSTRACT............ ................................................................ 1 INTRODUÇÃO ................................................................... 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................. 3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................. 3.1 Caracterização da área ................................................... 3.2 Cultivadora roçadeira articulada em linha ..................... 3.3 Delineamento e tratamentos ........................................... 3.4 Cultivo ........................................................................... 3.5 Avaliações ...................................................................... 3.6 Análise estatística .......................................................... 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................... 4.1 Densidade das plantas daninhas ..................................... 4.2 Estatura das plantas daninhas ........................................ 4.3 Matéria seca das plantas daninhas ................................. 4.4 Densidade do rebrote das plantas daninhas ................... 4.5 Estatura do rebrote das plantas daninhas ....................... 4.6 Matéria seca do rebrote das plantas daninhas ................ 4.7Densidade e matéria seca das plantas daninhas na fileira da soja ............................................................................ 4.8 Matéria seca e estatura da soja ....................................... 4.9 Componentes de rendimento da soja ............................. 5 CONCLUSÕES ................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................. APÊNDICES ........................................................................... Página viii xiv 01 03 05 08 21 21 21 22 23 24 27 28 28 34 40 44 53 57 64 67 72 88 89 99.

(8) 8. LISTA DE TABELAS. Tabela 1. 2. 3. 4. Página Densidade de plantas de leiteira (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 29. Densidade de plantas de carrapichão (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 31. Densidade total de plantas daninhas (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 33. Estatura das plantas de leiteira (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 35.

(9) 9. 5. 6. 7. 8. 9. Estatura das plantas de carrapichão (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 37. Estatura média do total das plantas daninhas (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 38. Matéria seca das plantas de leiteira (g m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 41. Matéria seca das plantas de carrapichão (g m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 43. Matéria seca total das plantas daninhas (g m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ...................................................................... 45.

(10) 10. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. Densidade do rebrote da leiteira (plantas m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................. 46. Densidade do rebrote do carrapichão (plantas m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................. 49. Densidade do rebrote da leiteira, carrapichão e corriola (plantas m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................................................. 51. Estatura do rebrote da leiteira (cm) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................. 54. Estatura do rebrote do carrapichão (cm) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................. 56. Estatura do rebrote da leiteira, carrapichão e corriola (cm) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .......................................................................................... Matéria seca do rebrote da leiteira (g m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................ Matéria seca do rebrote do carrapichão (g m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle. 58. 60.

(11) 11. mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................. 18. 19. Matéria seca média do rebrote da leiteira, carrapichão e corriola (g m-2) na entre fileira da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................................................ Densidade das plantas daninhas (n° plantas m-2) e matéria seca por planta (g m-2) do total das plantas daninhas no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento de soja em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e na presença de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................................. 20. Matéria seca (g planta-1) de soja na floração em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 21. Estatura média da soja (cm planta-1) na floração em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 22. Estatura das plantas de soja (cm planta-1) na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 ............................................. 23. Ramos por planta (n° planta-1) de soja na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 62. 63. 65. 68. 70. 71. 73.

(12) 12. 24. 25. 26. 27. 28. 29. Comprimento médio dos ramos (cm ramo-1) de soja na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................................. 74. Legumes por haste de soja (n° haste-1) na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 75. Legumes por ramo (n° ramo-1) de soja na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 77. Legumes por planta (n° planta-1) de soja na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .. 78. Matéria seca de grãos por haste (g haste-1) de soja na colheita em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................................. 80. Rendimento de grãos (kg ha-1) e rendimento relativo (%) de soja em função de épocas de controle mecânico de plantas daninhas e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 .............................................. 81.

(13) 13. LISTA DE FIGURAS. Figura 1 2. Página Altura de corte do carrapichão e altura do 1° e 2° nó, na capina aos 28 DAE .................................................... 50. Temperatura ambiente e precipitação pluvial, ocorrida durante o período do experimento .................................. 79.

(14) 14. CONTROLE MECÂNICO DAS PLANTAS DANINHAS EM SOJA EM SISTEMA SEMEADURA DIRETA Autor: Eng Agr. Kurt Arns1 Orientador: Eng Agr. Dr. Mauro Antônio Rizzardi2 Co-orientador: Eng Agr. Dr. Mário Antonio Bianchi3. RESUMO – Visando estudar o efeito da cultivadora roçadora articulada em linha no controle mecânico de plantas daninhas na cultura da soja sob sistema semeadura direta, foi realizado experimento na Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo, Cruz Alta – RS. O delineamento utilizado foi o de blocos casualisados, com os tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nesse estudo foram utilizadas como fatores, épocas de capinas (capinas únicas realizadas aos 7, 14, 21, 28 e 35 dias após a emergência (DAE) da cultura, e capina seqüencial aos 14 e 35 DAE e dois tratamentos, um com _________________________ 1. Engenheiro Agrônomo, aluno do curso de mestrado em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade de Passo Fundo, bolsista da CAPES.. 2. Engenheiro Agrônomo, Doutor, Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo.. 3. Engenheiro Agrônomo, Doutor, Pesquisador da Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo e Professor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Cruz Alta..

(15) 15. controle total das plantas daninhas (arranquio manual) e um sem controle durante o ciclo da cultura) e presença e ausência de plantas daninhas na fileira. Avaliou-se densidade, estatura, matéria seca, altura de corte e rebrote das plantas daninhas e estatura, matéria seca, componentes de rendimento e rendimento de grãos de soja. Os resultados foram analisados através da análise da variância e as médias comparadas pelo teste Tukey. Nesse estudo constatou-se que a interferência das plantas daninhas reduz o rendimento da cultura da soja em sistema de semeadura direta. A densidade de plantas daninhas remanescentes após a aplicação dos tratamentos é maior na fileira do que na entre fileira da soja. A presença de plantas daninhas na fileira interfere negativamente na cultura da soja, na seguinte ordem decrescente: legumes planta-1 > ramos planta-1 > legumes haste-1 • matéria seca de grãos haste-1. A interferência das plantas daninhas da fileira na cultura da soja reduz o rendimento de grãos da soja. Não há efeito das épocas de controle mecânico de plantas daninhas na cultura da soja em semeadura direta.. _________________________. Palavras chave: roçadora, rebrote, competição, Euphorbia heterophylla L., Xanthium strumarium L..

(16) 16. MECHANICAL SOYBEAN WEED CONTROL UNDER THE NO-TILLAGE SYSTEM Author: Kurt Arns1 Advisor: Ph.D. Mauro Antônio Rizzardi2 Co-advisor: Ph.D. Mário Antonio Bianchi3. ABSTRACT - Aiming to study the effect of an articulated cultivator on the mechanical control of weeds in the soybean crop cultivated under the notillage system, a study was carried out at the experimental field of Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo, in Cruz Alta county, Rio Grande do Sul state, Brazil. The experimental design used was of randomized blocks, with treatments arranged in sub-divided plots and with four replications. Different weeding dates (main plots) were used as treatments in this study and were performed at 7, 14, 21, 28 and 30 days after emergence (DAE) of the soybean crop, and the sequential weedings at 14 and 30 DAE. Two other treatments were done, one with total control of weed plants (manual pulling) and another without control _________________________ 1. Agronomist, graduate student, Master on Agronomy – Crop Production, University of Passo Fundo, CAPES scholarship.. 2 3. Agronomist, Ph.D. Professor of the School of Agriculture University of Passo Fundo.. Agronomist, Ph.D. Researcher, Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo and Professor of the School of Agriculture University of Cruz Alta..

(17) 17. during the entire soybean cycle and presence and absence of weeds in the row. The effects of the treatments were evaluated through weed density, dry matter, cutting height, ability to re-sprout, plant height, yield components and soybean grain yield. Results were evaluated through the analysis of variance and the means compared using the Tukey test. This study put into evidence that the interference of weeds reduce grain yield in the soybean crop cultivated under the no-tillage system. The population density of remaining weeds after the application of the treatments is higher in the row than in the area between the rows. The presence of weeds in the row has a negative interference in the soybean crop, in the following decreasing order: legumes plant-1 > branches plant-1 > legumes stem-1 and grain dry matter stem-1. Interference of row weed plants in the soybean crop reduce grain yield. There is no effect of weed plants mechanical control dates on soybean cultivated under the no-tillage system. _______________________. Keywords: Weeder, re-sprouting, competition, Euphorbia heterophylla L., Xanthium strumarium L..

(18) 18. 1. INTRODUÇÃO A soja (Glicyne max (L.) Merril) é um dos principais produtos de exportação do Brasil e uma das principais commodities do mundo. A área cultivada com soja vem crescendo no Brasil e no mundo. Entretanto, os rendimentos médios de soja obtidos no Brasil e em particular no estado do Rio Grande do Sul estão bem abaixo do potencial genético da cultura (Reunião..., 2006). O rendimento de uma cultura é dependente do nível tecnológico adotado, da variabilidade climática, além da ação de outros fatores que exerçam influência sobre ela, como por exemplo, a interferência com as plantas daninhas. A interferência das plantas daninhas no rendimento das culturas é de conhecimento antigo. A alta agressividade das plantas daninhas confere vantagem competitiva sobre a soja e com isso acarreta prejuízos no rendimento e qualidade dos grãos (Gazziero et al., 2004). Diante das situações de perdas são adotados diferentes métodos de controle das plantas daninhas, os quais são classificados basicamente, em três principais: o método cultural, o método químico e o método mecânico. Dentre esses métodos, o método mecânico é considerado o mais antigo e apresenta grande importância no controle das plantas daninhas, principalmente em áreas que empregam o sistema.

(19) 19. convencional de semeadura (Mohler, 2001) e o sistema de cultivo orgânico (Melander et al., 2005). Em sistemas que empregam o sistema de semeadura direta, o método mecânico tem sido desconsiderado, justificado até então, pela ausência de equipamentos adaptados a esse sistema de semeadura, o qual não tolera o enterrio e ou revolvimento da cobertura vegetal da superfície, expondo o solo (Swaton et al., 2006). Nas áreas agrícolas onde é utilizado o sistema de semeadura direta (SSD) o controle de plantas daninhas é baseado principalmente, no uso de herbicidas (Gallagher et al., 2003). O emprego do método químico como forma única no controle de plantas daninhas, acarreta o encarecimento no custo de produção da cultura da soja e também acarreta maior preocupação quanto às suas implicações ambientais (Swaton et al., 2006). Com a preocupação de resgatar o método mecânico de controle e com uma visão moderna de integrá-lo como mais uma ferramenta no manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) no sistema de semeadura direta, surgiu no mercado (2002/03) um equipamento denominado cultivadora roçadeira articulada em linha, que atende as exigências do sistema plantio direto, quanto ao não revolvimento do solo. Entretanto, a eficiência do controle mecânico de plantas daninhas com o cultivador no sistema de semeadura direta, bem como a época para a realização do controle, não são definidos. Estudos sobre o emprego de.

(20) 20. controle mecânico de plantas daninhas no sistema de semeadura direta são ausentes no Brasil. Neste aspecto, objetiva-se com esta pesquisa, estudar o uso da cultivadora roçadeira articulada em linha no controle mecânico de plantas daninhas na cultura da soja sob sistema de semeadura direta; determinar o nível de interferência das plantas daninhas na cultura da soja em sistema de semeadura direta; quantificar a população das plantas daninhas na fileira e entre fileiras remanescentes após a aplicação dos tratamentos; determinar o efeito da época de realização da capina mecânica no controle de plantas daninhas na cultura da soja e verificar o nível de interferência das plantas daninhas na fileira da cultura da soja..

(21) 21. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A soja (Glycine max (L.) Merril) é cultivada em quase todas as regiões do planeta. A grande quantidade de cultivares existente possibilita o cultivo em diversas condições climáticas. No Brasil, a soja é plantada numa área em torno de 21 milhões de hectares. Esse valor possibilita ao Brasil ser o segundo maior produtor, consumidor e exportador de soja do mundo. Na safra de 2006/07, o Brasil produziu cerca de 47 milhões de toneladas (Conab, 2007). A soja é uma das principais commodities mundiais e apresenta demanda mundial de consumo superior a 180 milhões de toneladas (Embrapa, 2007). Na produção mundial de soja são bastante expressivas as perdas de rendimento ocasionadas pelas plantas daninhas. A média de perda de rendimento de soja por ano devido às plantas daninhas é 13 %, sendo bastante superior as perdas ocasionadas por insetos pragas e patógenos, que apresentam valores médios de 5 e 11 %, respectivamente (Andef, 1987). Anualmente no Rio Grande do Sul, estima-se que seja perdido o equivalente a 162 milhões de dólares devido à interferência das plantas daninhas com a cultura da soja (Vidal et al., 2000). Conforme esses autores, o valor médio das perdas no rendimento da cultura da soja provocada pela interferência de plantas daninhas é 42 %, sendo esse.

(22) 22. valor, obtido de resultados de pesquisas realizadas num período de nove anos. As perdas ocasionadas pelas plantas daninhas na cultura da soja ocorrem gradativamente pela concorrência de fatores vitais como a luz, água, nutrientes e espaço ou simplesmente influenciando a eficiência da colheita e o beneficiamento (Gazziero et al., 2004). Esse grau de concorrência, isto é, de competição, depende das manifestações ligadas à comunidade infestante (espécie, densidade e distribuição), da própria cultura (variedade, espaçamento e densidade), da época e extensão do período de controle, além das práticas culturais empregadas na condução da lavoura (Pitelli & Pitelli, 2004). As perdas provocadas pelas plantas daninhas são diretamente dependentes da espécie presente na área. Dentre as principais ervas que infestam as lavouras no estado do RS, destacam-se, por sua ampla distribuição e freqüência, as espécies dicotiledôneas picão-preto (Bidens. pilosa L. e B. subalternans DC.) e a guanxuma (Sida rhombifolia L.) (Rizzardi, 2003). Levantamentos na cultura da soja no RS demonstraram que o leiteiro (Euphorbia heterophylla L.), picão preto (Bidens pilosa L.), papuã (Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc.), guanxuma (Sida. rhombifolia L.), corriola (Ipomoea spp.), balãozinho (Cardiospermum halicacabum L.), nabiça (Raphanus spp.), caruru (Amaranthus spp.) e carrapichão (Xanthium strumarium L.) ocorreram em 71 %, 66 %, 56 %, 38 %, 37 %, 16 %, 11 %, 8 %, e 8 % respectivamente, nas áreas avaliadas (Souza, 1993; Bianchi, 1994; Bianchi, 1995)..

(23) 23. Exemplos da grande variabilidade dos valores de perdas de produção de soja em virtude da espécie de planta daninha são apresentados por diversos pesquisadores, como Garcia et al. (1981) e Fleck & Candemil (1995). As gramíneas papuã (Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc.) ou milhã (Digitaria ciliaris Retz. Kael) apresentam maior potencial de dano do que as dicotiledôneas caruru (Amaranthus lividus L. e A. viridis L.), picão-preto (Bidens pilosa L.), guanxuma (Sida rhombifolia. L.), beldroega (Portulaca oleracea L.) e poaia-branca (Richardia brasiliensis Gomes), pois causam perdas médias na ordem de 42 % e 23 %, respectivamente (Fleck & Candemil, 1995). A agressividade das gramíneas sobre a soja foi também verificada por Garcia et al. (1981), que atribuiu ao papuã uma perda ainda maior no rendimento da soja, na ordem de 80 %. Esses trabalhos citados exemplificam que a presença de plantas daninhas na cultura da soja causa problemas que se reflete em perdas no rendimento, sem considerar ainda perdas na qualidade do produto, e até mesmo na inviabilidade da colheita. A intensidade das perdas está ligada ao período em que a comunidade infestante disputa os recursos do ambiente comum com a cultura (Pitelli & Durigan, 1984). Esse fator é considerado o mais importante na alteração do grau de competição (Pitelli & Pitelli, 2004). Gazziero et al. (2004) citam estudos que buscaram determinar o período crítico de competição das plantas daninhas na soja, estes estudos mostram.

(24) 24. certa variação nos dados expressos em dias após a emergência da soja, onde são relatados, 30 aos 50 dias (Durigan et al., 1983), 14 aos 42 dias (Harris & Ritter, 1987), 9 aos 38 dias (VanAcker et al., 1993) e 21 aos 31 dias (Spadotto et al., 1994). Esses trabalhos citados não relatam o tipo de sistema de semeadura, entretanto no sistema de semeadura direta comparado ao sistema de semeadura convencional, o período anterior à interferência (PAI) foi semelhante, ficando em torno de 30 dias após a emergência da cultura. No entanto, na semeadura convencional o período crítico de prevenção à interferência foi de 34 a 76 dias, e na semeadura direta foi de 33 a 66 dias (Nepomuceno et al., 2007). No Brasil, a cultura da soja, na sua maioria, é cultivada em áreas conduzidas em sistema de semeadura direta. São 25,5 milhões de hectares cultivados nesse sistema na safra 2005/06 (Federação..., 2007). O plantio direto foi estabelecido como um sistema conservacionista a fim de diminuir os problemas sérios de erosão. Segundo a FAO, nos sistemas convencionais de semeadura, provocam perdas de solo de 24 milhões de toneladas devido a erosão, o que equivale a algo em torno de 7 a 9 milhões de hectares (Alvin, 2003). Por esse motivo, o sistema de semeadura direta foi estabelecido e evolui nas áreas cultivadas a cada ano. O sistema de semeadura direta apresenta como principal característica o não revolvimento do solo. Em conseqüência, os resíduos das culturas anteriores ficam sobre o terreno, formando o que se designa por cobertura morta. A permanência dessa cobertura sobre o solo é.

(25) 25. desejável, tanto sob os aspectos de conservação do solo e de economia de água, como para o controle de plantas daninhas (Roman & Velloso, 1993). A presença dos resíduos culturais ou das coberturas vegetais cobrindo o solo altera a umidade, luminosidade e temperatura do solo, principais elementos no controle da dormência e germinação de sementes. A germinação é um processo-chave na organização e dinâmica das espécies, sendo muito sensível à cobertura do solo. A cobertura também pode prejudicar as plântulas em desenvolvimento, pela barreira física, causando o estiolamento e tornando-as suscetíveis aos danos mecânicos. Podem atuar, ainda, por efeitos químicos, como alterações na relação C/N e alelopatia (Roman & Velloso, 1993). O não revolvimento do solo no sistema de semeadura direta influencia também a densidade e a composição florística da infestação das plantas daninhas que se desenvolvem na área (Almeida, 1991). Existe uma tendência de desenvolver menor densidade de plantas daninhas nas áreas com sistema de semeadura direta do que no convencional (Almeida, 1985). O controle de plantas daninhas consiste em suprimir o crescimento e/ ou reduzir o seu número por área, até níveis aceitáveis para convivência, que não prejudiquem a cultura (Gazziero et al., 2004). Apesar de existirem alternativas de controle das plantas daninhas disponíveis para a cultura da soja, o controle nunca foi uma tarefa fácil. As alternativas de controle de plantas daninhas incluem.

(26) 26. métodos de prevenção, métodos culturais, mecânico e químico, que preferencialmente deveriam ser realizados de forma integrada (Gazziero et al., 2004). Entretanto, o limitado sucesso mundial no controle das plantas daninhas provavelmente é o resultado de uma simplificação na tentativa de resolver o problema. Onde a ênfase dada ao controle químico, através doe herbicidas como a “solução” de qualquer problema de planta daninha, negligencia a integração de estratégias diferentes de manejar as plantas daninhas (Bàrberi et al., 2007). Hoje vive-se uma simplificação do sistema de controle, tanto é que o sistema de semeadura direta é visto criticamente como alto consumidor e dependente de herbicidas (Swaton et al., 2006). Somado a isso, a soja, principal cultura consumidora de defensivos agrícolas no Brasil, em 2006 foi responsável por 38,5 % do valor total das vendas, faturando um total de US$ 1,509 bilhão (Análises..., 2007). Considerando como exemplo o que acontece no estado de São Paulo, a participação dos herbicidas ficou entre 40 a 45 % do total dos defensivos negociados. Conduzir o sistema de semeadura direta sem usar herbicida é um dos desafios da atualidade para a pesquisa, assistência técnica e agricultores (Darolt & Skora Neto, 2007). O grande volume de herbicidas empregados no controle de plantas daninhas em soja torna apropriada a preocupação com o uso de métodos alternativos, a fim de reduzir o uso de herbicidas. A preocupação sobre as implicações ambientais e de saúde pelo uso de agroquímicos, bem como os custos (Oriade & Forcella,.

(27) 27. 1999), fazem ressurgir o interesse em alternativas não químicas ou de baixa entrada de energia nas estratégias de controle, como por exemplo, o emprego do controle mecânico. O sistema de semeadura direta não exclui o uso do controle mecânico. Pelo contrário, uma vez que o controle de plantas daninhas depende essencialmente da eficácia dos herbicidas e estes têm uma gama mais ou menos restrita de espécies suscetíveis, o emprego do controle mecânico é importante para eliminar as espécies resistentes aos produtos utilizados nas culturas e evitar a sua proliferação (Almeida, 1991). A exemplo disso, atualmente existem problemas sérios, com casos de leiteiro, poaia - branca (Richardia brasiliensis Gomes), corriola, buva (Conyza spp.), trapoeraba (Commelina benghalensis L.) e azevém (Lolium multiflorum Lam.) no Rio Grande do Sul. A freqüência destas espécies tem aumentado em áreas tradicionalmente cultivadas com soja e tratadas com glifosato. Portanto, a integração dos métodos de controle é sempre vantajosa e, neste aspecto, preconiza-se a associação do método cultural ao controle mecânico ou químico, o que pode levar, inclusive, à eliminação ou redução do número de aplicações de herbicidas (Reunião..., 2006). O controle mecânico é uma alternativa de controle de plantas daninhas, que apresenta como principais mecanismos de controle: o enterrio, o corte, a dessecação e a exaustão (Fleck, 1992). No enterrio, as plantas são mortas por falta de luz para fotossíntese, no corte ocorre a separação da parte aérea das raízes, na dessecação há uma exposição das.

(28) 28. raízes, rizomas e estolões ao ambiente que morrem por desidratação e na exaustão, há estimulo repetido da brotação das gemas levando à exaustão das reservas e morte das gemas (Mohler, 2001). Os métodos de controle mecânico englobam o preparo do solo, o cultivo por meio de cultivadores, sulcadores e enxadas rotativas, roçagens, capina e arrranquio manual de plantas daninhas (Pereira, 2004). Os equipamentos que são utilizados para o controle mecânico são amplamente estudados (Rasmussen, 1991, Rasmussen, 1992; Bohrnsen, 1993; Melander & Hartvig, 1995; Ascard & Bellinder, 1996; Kouwenhoven, 1997; Ascard et al., 2000; Bàrberi et al., 2000) e os resultados obtidos são considerados bons. Os trabalhos desses autores mostram diferentes aspectos do controle mecânico que envolve desde a velocidade de trabalho dos equipamentos, tipos de ponteiras, ângulo das ponteiras, uso conjugado de dois ou mais métodos de controle mecânico, comparação entre o desempenho dos equipamentos, uso de herbicida na fileira, época de controle em diversas culturas, altura de corte, rebrote e freqüência de utilização dos equipamentos. Entretanto, a base para todos esses trabalhos é o sistema de semeadura convencional, onde permite que o controle mecânico seja mais eficiente quanto mais perturbação ao solo ocorrer. Isso faz com que os dados obtidos nesses estudos sejam pouco aplicáveis para o controle mecânico no sistema de semeadura direta. No entanto, mesmo divergindo em relação ao sistema de manejo do solo utilizado nos trabalhos pesquisados, alguns aspectos são sempre mencionados como importantes independentes do sistema.

(29) 29. utilizado, como: época da capina (Oriade & Forcella, 1999; Pereira, 2004; Cobucci, 2004), freqüência do uso do equipamento (Giradi-Deiro et al., 1999; Hatcher & Melander, 2003; Gazziero et al. 2004), densidade da planta daninha (Almeida, 1991), permanência das plantas daninhas na fileira (Pereira, 2004) e por fim o rebrote (Andreasen et al., 2002; Hatcher & Melander, 2003). Pelos aspectos citados anteriormente, o controle mecânico requer planejamento. Para ser realizado o controle no período correto, ou seja, antes que ocorra a competição com a cultura, deve-se considerar a grande variabilidade do seu resultado em função da espécie da planta daninha, do tipo de equipamento e seu uso correto (Gazziero et al., 2004), estádio da cultura (Mohler, 2001), adequação de espaçamento, emprego em áreas mais planas e associação com outros métodos de controle (Silva & Ronchi, 2004). O controle mecânico apresenta também princípios que devem ser considerados como: cultivadores orientados pelas fileiras devem trabalhar o mesmo número de fileiras que a semeadeira, ou uma simples fração desse número; a ação do cultivador deve ser apropriada para o estádio de desenvolvimento da planta daninha e da cultura; a criação e manutenção de um tamanho diferencial entre a cultura e a planta daninha facilitam efetivar o controle mecânico da planta daninha e diminui o efeito do cultivador com o aumento das densidades de plantas daninhas (Mohler, 2001)..

(30) 30. Os métodos mecânicos de plantas daninhas ainda são a espinha dorsal da tecnologia moderna de controle de plantas daninhas para hortaliças (Pereira, 2004), para a agricultura orgânica (Melander et al., 2005) e para o cultivo convencional (Mohler, 2001). Em locais onde não pode ser empregado o controle das plantas daninhas através do uso de herbicidas, o avanço na tecnologia dos equipamentos para o controle mecânico surpreende. Exemplo disso, são os cultivadores controlados por computadores onde com laser a CO2 são capazes de atingir a planta daninha na entre fileira até 2 mm da planta cultivada na fileira (Heisel & Christensen, 2000). A grande evolução desse método em vários países na Europa (Melander et al., 2005) faz com que seja possível a utilização do controle mecânico no sistema de semeadura direta. O emprego do controle mecânico quando utilizado sozinho ou quando utilizado associado com outras práticas, como por exemplo, o uso de cobertura morta ou o uso de herbicida, tem auferido efeitos satisfatórios (Gazziero et al., 2004). Com o controle mecânico foi possível reduzir a biomassa total das plantas daninhas de hábito prostrado de 60 a 70 % e das plantas daninhas eretas de 50 a 90 % quando submetidas a capina entre fileiras do trigo (Melander et al., 2003). Estudos recentes sobre controle mecânico de plantas daninhas tiveram seu foco no uso de cultivadores junto com herbicidas aplicados em faixa ou em taxas reduzidas (Mohler, 2001). Nesse sentido, Darolt & Skora Neto (2007) compararam quatro estratégias de controle de plantas.

(31) 31. daninhas na cultura do milho, com o uso exclusivo de herbicida; o uso de herbicida na dessecação e uma roçada, com equipamento costal motorizado; duas roçadas e somente uma capina, em área com infestação média de 85 plantas daninhas m-2. Os resultados mostraram que somente a capina além de demandar muita mão-de-obra, reduziu o rendimento de milho. A capina é indicada em áreas com baixa densidade de plantas daninhas, onde o rendimento da mão-de-obra é maior por dia (abaixo de 6 dias/homem/ha). Já, o uso de duas roçadas, apresentou nível intermediário de demanda de mão-de-obra e nenhum efeito significativo no rendimento do milho. A roçada pode substituir a capina, com vantagem adicional de ser um trabalho menos penoso. Na semeadura direta, o uso de controle mecânico das plantas daninhas com implementos deve ser adequado de forma que não revolva e ou movimente excessivamente o solo (Gazziero et al., 2004). Ao considerar esse aspecto, a roçada parece ser realmente o mais adequado, uma vez que este não provoca a perturbação do solo e sim o corte da planta daninha. A roçada é o método mais utilizado para manejar a vegetação da entre linha em café. Esta prática elimina a parte aérea das plantas, reduz o crescimento, o uso da água e a biomassa da vegetação e proporciona maior facilidade para aplicação dos tratos culturais (Silva & Ronchi, 2004). Esse método é considerado o mais eficiente no controle de plantas daninhas, principalmente das dicotiledôneas e em áreas declivosas, devido à erosão (Silva & Ronchi, 2004)..

(32) 32. A literatura é escassa quanto a equipamentos para ser aplicado no controle mecânico de plantas daninhas em sistemas conservacionistas, como no caso do sistema de semeadura direta no Brasil. No Paraná, durante a década de 1980, foi utilizada na prática durante a realização de um dia de campo, uma enxada rotativa na entre fileira da soja (Peeten, 1985). Apesar de não haver trabalhos científicos, a experiência já mostrava que não só de herbicida se pode fazer o controle de planta daninhas no sistema de semeadura direta. Em Iowa (EUA), a enxada rotativa e o cultivador entre fileira são considerados componentes importantes de manejo em sistemas de cultivo mínimo e de semeadura direta (Hartzler & Owen, 1997). Esses cultivadores são especialmente desenvolvidos para trabalhar em sistema de semeadura direta, onde foram adaptados. Na frente de cada enxada, foram colocados discos para cortar a palha presente na superfície do solo, fazendo com que o braço do cultivador passe pelo local onde a palha foi cortada, evitando o embuchamento e permitindo a permanência de boa parte da palha no local de origem (Gazziero, 1994; Hartzler & Owen, 1997). Hoje, o sistema de semeadura direta, que envolve a cobertura morta e rotação de culturas, que resultam numa menor densidade de plantas daninhas (Oliveira & Souza, 2003), torna economicamente viável o controle mecânico (Mohler, 2001). A adoção dessas práticas possibilita utilizar o controle mecânico de plantas daninhas, pois a densidade das infestantes é suficientemente baixa para.

(33) 33. tornar o controle mecânico mais econômico do que o uso de herbicidas (Almeida, 1991). Entretanto, é importante destacar que, a eficiência dessa tecnologia de controle apresenta resultado variável (Oriade & Forcella, 1999)..

(34) 34. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Caracterização da área O experimento foi realizado em área pertencente à Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo – Fundacep Fecotrigo, em Cruz Alta - RS, localizada a uma latitude de 28° 38’ sul, longitude 53° 36’ oeste e altitude de 480 m. O clima local é subtropical úmido (Cfa 2a), com precipitação anual de 1727 mm e temperatura média anual de 20 °C, oscilando entre 18 °C (média das mínimas) e 22 °C (média das máximas) (Köeppen, apud por Moreno, 1961). O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Escuro (Embrapa, 1999). O experimento foi conduzido em solo sob sistema de semeadura direta nos últimos 10 anos.. 3.2 Cultivadora roçadora articulada em linhas O equipamento utilizado foi a cultivadora roçadora articulada em linhas fabricada pela AMV Fortaleza Indústria e Modelagem Ltda, com sede em Fortaleza dos Valos – RS. O equipamento possui 5 linhas; espaçamento entre linhas de 0,40 m, compatível com o espaçamento utilizado para a cultura da soja; A base flutuante permitiu realizar o corte.

(35) 35. de plantas daninhas logo acima da camada de palha da cobertura, em torno de 3cm da superfície do solo. A cultivadora roçadora articulada em linha requer potência do trator acima de 60 HP, podendo variar conforme o número de linhas. O acionamento é feito a partir da tomada de potência do trator, através da árvore cardan. Em condições normais, antes do fechamento da soja, a velocidade de deslocamento recomendada é de 4 a 5 km h-1; Possui sistema de direção que exige um operador, permitindo trabalhar em áreas semeadas seguindo as curvas de nível com excelente desempenho. Nas operações de controle de plantas daninhas na área experimental, a cultivadora roçadora articulada operou na velocidade de 5 km hora-1.. 3.3 Delineamento experimental e tratamentos O delineamento experimental foi o de parcelas subdivididas com parcelas principais organizadas em quatro blocos. As parcelas foram constituídas de 8 fileiras de 6 m de comprimento, espaçadas de 0,40 m. A área total de cada parcela foi de 19,2 m2, e a área útil, de 2,4 m2 para fins de colheita de grãos composta de 3 fileiras centrais de 2 m de comprimento. Os fatores testados foram épocas de capinas (Parcela), e arranquio das plantas daninhas na fileira da soja (sub parcela). A parcela foi composta pelas capinas realizadas aos 7, 14, 21, 28 e 35 dias após a.

(36) 36. emergência (DAE) da cultura da soja e uma capina seqüencial que foi realizada aos 14 e 35 DAE. A sub-parcela, que foi composta pelo arranquio ou não das plantas daninhas na fileira da cultura da soja.. 3.4 Cultivo Foi utilizado o cultivar de soja foi Fundacep 39, cujo ciclo médio de maturação é de 140 dias e altura da planta de 90 cm (média/alta). As sementes de soja foram tratadas com fungicida Derosal Plus (200 ml 100 kg-1 de sementes) e com inseticida Gaucho (100 ml kg-1 de sementes). A vegetação existente na área antes da semeadura foi manejada com uma aplicação do herbicida glifosato (Roundup original na dose de 2,0 L ha-1). A semeadura foi realizada com semeadora com sulcador tipo facão em 19 de novembro 2004, de forma mecanizada com densidade de 15 sementes por metro linear, no espaçamento de 0,40 m entre fileiras. Durante a semeadura, foi realizada adubação no sulco, com 250 kg ha-1 de fertilizante da fórmula 5-20-20, conforme indicado pela análise de solo, o que correspondeu a adição de 12,5, 50 e 50 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente. O solo apresentava teor de argila de 56 %; pH em H2O de 5,6; índice SMP de 6,0; P de 15,4 mg dm-3; K de 232 mg dm-3; M.O. de 3,3 %; Altroc de 0,0 cmolc dm-3; Catroc de 7,0 cmolc dm3. ; Mgtroc de 2,4 cmolc dm-3; H + Al de 4,4 cmolc dm-3; CTC de 14,5 cmolc. dm-3; saturação de bases de 69,8 % e saturação de alumínio de 0,0 %..

(37) 37. No dia da semeadura foi mensurada a quantidade de palha remanescente na área encontrando-se 3.133 kg ha-1. A área onde o experimento foi conduzido era composta de infestação mista de espécies mono e dicotiledôneas. Como o objetivo do trabalho era somente avaliar o controle de dicotiledôneas, o controle das espécies gramíneas, predominantemente papuã e milhã, foi realizado com duas aplicações do herbicida Cletodim (Select a 0,3 L ha-1 + assist 0,5 %) em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas. Demais práticas culturais foram realizadas conforme as recomendações técnicas para a cultura da soja.. 3.5 Avaliações a - Plantas daninhas remanescentes e reinfestantes As avaliações de densidade, estatura e matéria seca das plantas daninhas remanescentes e reinfestantes após a aplicação dos tratamentos foram realizadas no estabelecimento dos tratamentos e na floração da soja. Para o tratamento capina seqüencial 14 - 35 DAE, foi considerado o valor obtido no dia da segunda capina. Para essas avaliações, as plantas foram coletadas em uma área de 0,32 m2 (0,32m de largura efetiva de ação da máquina por um metro de comprimento) na entre fileira da soja e em uma área de 0,08 m2 (0,08m de.

(38) 38. largura sem ação da máquina por um metro de comprimento) na fileira, por unidade experimental. A densidade das plantas daninhas foi obtida através da contagem simples, após a coleta e separação das espécies. A estatura das plantas daninhas foi avaliada utilizando 10 plantas por espécie de cada amostragem. Com escala milimétrica foi medida a planta do início do caule até a extremidade superior da planta. Não foi considerado na medida do comprimento do sistema radicular, uma vez que as plantas foram cortadas junto a superfície do solo. A matéria seca das plantas daninhas foi avaliada utilizando-se todas as plantas da amostra. Após coletadas foram colocadas em estufa a 65 ºC até peso constante, depois determinada a massa em balança de quatro dígitos.. b - Plantas daninhas rebrotadas As avaliações de densidade, estatura e matéria seca das plantas daninhas rebrotadas foram realizadas aos 7 e 21 dias após o tratamento (DAT) e na floração. No tratamento com capina seqüencial aos 14-35 DAE foi considerado o valor obtido na segunda capina. As plantas foram coletadas em uma área de 0,32 m2 na entre fileira da soja por unidade experimental. Para avaliar a densidade de plantas rebrotadas foram utilizadas todas as plantas da área amostrada que apresentavam sinal de corte e brotação, após terem sido separadas por espécie. Para a estatura das plantas daninhas rebrotadas foram utilizadas todas as plantas da área amostrada. Com escala milimétrica foi medida a parte da planta.

(39) 39. rebrotada, do início do corte até a extremidade superior da planta. A matéria seca das plantas daninhas rebrotadas foi avaliada da mesma forma do procedido para a obtenção da matéria seca das plantas daninhas remanescentes e emergidas.. c - Matéria seca e estatura da soja As avaliações de matéria seca e estatura da soja foram realizadas no florescimento e na colheita da soja. Na floração, a matéria seca foi determinada utilizando 10 plantas por amostra para cada sub parcela. As plantas foram coletadas e secadas a 65 ºC até peso constante, sendo a massa medida em balança de quatro dígitos. A estatura das plantas de soja na floração e na colheita foi determinada medindo-se 10 plantas por amostra para cada sub parcela.. d – Rendimento de grãos e componentes de rendimento da soja Por ocasião da colheita foi avaliado o número de vagens por haste, a matéria seca de grãos por haste, os ramos por planta, o comprimento médio dos ramos, as vagens por ramo, as vagens por planta (soma dos dados de vagens por haste e vagens por ramo) e o rendimento de grãos, que incluiu a soma da massa dos grãos da área útil da parcela mais o peso dos grãos dos ramos, dos grãos das hastes, considerando as.

(40) 40. 10 plantas da amostragem. Para todas as avaliações com exceção do rendimento de grãos foram utilizadas 10 plantas para cada sub-parcela. O rendimento de grãos de soja foi obtido através da extrapolação da produção colhida na área útil das sub parcelas (2,4 m2) para um hectare, considerando-se a umidade padrão de 13 %.. 3.6 Análise estatística Os dados coletados no experimento foram submetidos à análise de variância. Quando significativo o teste F (p”0,05 para efeito principal e p”0,15 para interação) foi realizada análise comparativa pelo teste Tukey, ao nível de 5 % de probabilidade do erro (SAS, 1987). Na análise dos resultados de densidade, estatura média e matéria seca das plantas daninhas rebrotadas foram consideradas somente as três espécies daninhas que mais contribuíram com a infestação, ou seja, a leiteira, o carrapichão e a corriola e, que apresentavam sinal de corte, com crescimento de nova brotação. Os resultados foram analisados utilizando as médias das parcelas com presença ou ausência de plantas daninhas na fileira, uma vez que, o objetivo era avaliar o que ocorreu na entre fileira da cultura, onde a máquina efetuou o corte das plantas daninhas..

(41) 41. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A. densidade. média. das. plantas. daninhas. na. área. -2. experimental foi de 233 plantas m no momento do estabelecimento dos tratamentos. Sendo o intervalo de densidade de planta daninha na entre fileira de 25 a 194 plantas m-2. Já na fileira da soja, o intervalo de densidade de planta daninha foi de 60 a 288 plantas m-2. As plantas de maior participação foram a leiteira (Euphorbia heterophylla L.) com 51%, o carrapichão (Xanthium strumarium L.) com 36%, a corriola (Ipomoea spp.) com 9,4% e a soma das plantas de poaia-branca (Richardia. brasiliensis Gomes), guanxuma (Sida rhombifolia L.), fedegoso (Senna spp.), picão-preto (Bidens pilosa L.), balãozinho (Cardiospermum. halicacabum L.) e caruru (Amaranthus spp.), alcançou 3,6% do total das plantas daninhas.. 4.1 Densidade das plantas daninhas Para a densidade de plantas de leiteira na entre fileira da soja, houve diferença significativa entre as épocas de controle mecânico, no estabelecimento dos tratamentos (0 DAT) e na floração da soja (Tabela 1). Na avaliação realizada no estabelecimento dos tratamentos, o número de plantas de leiteira foi maior nas áreas das capinas realizadas aos 14 DAE não diferindo das capinas aos 21 e 35 DAE. Na floração da soja, a densidade de plantas de leiteira remanescentes (não cortadas pela máquina) e reinfestantes. (emergiram após a capina). na entre fileira da.

(42) 42. Tabela 1 - Densidade de plantas de leiteira (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz AltaRS, 2004/05 Épocas de controle mecânico. 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) Épocas de controle mecânico. 1. 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%). Planta daninha na fileira Sem Média Com ----------------------- 0 DAT 1----------------------28,13 20,33 24,23 b2 22,68 14,85 18,76 b 24,25 16,43 20,34 b 121,10 60,20 90,65 a 39,85 91,43 65,64 ab 33,60 32,83 33,21 b 50,00 55,48 52,74 ab 25,83 17,20 21,51 b 43,18 38,59 74,6. Com. Planta daninha na fileira Sem Média. -------------------- FLORAÇÃO ------------------33,63 23,45 28,54 ab2 1,58 11,73 6,65 b 22,68 18,75 20,71 ab 53,83 41,43 47,63 a 26,55 31,25 28,90 ab 13,28 14,80 14,04 b 16,40 11,73 14,06 b 11,73 18,78 15,25 ab 22,46 21,49 91,3. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparada na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro.. 2.

(43) 43. soja, mostrou que a capina aos 14 DAE manteve a maior densidade de plantas de leiteira, mas sem diferir estatisticamente da testemunha sem controle e das capinas realizadas aos 7 e 21 DAE e seqüencial aos 14 - 35 DAE. Os resultados da densidade de leiteira na floração mostram que as capinas realizadas mais tardiamente, aos 28 e 35 DAE, foram as que tiveram menor número de plantas reinfestantes e/ou remanescentes, isso pode ser explicado pela emergência de uma grande parcela de plantas daninhas até o momento das capinas e estas plantas estarem dentro da altura de corte da máquina, e, pela soja com estatura maior, ter provocado sombreamento, impedindo o estabelecimento de um novo fluxo germinativo de plantas daninhas (Rizzardi et al., 2004a). Para a densidade de plantas de carrapichão na entre fileira da soja, houve diferença significativa entre as épocas de controle, somente no estabelecimento dos tratamentos (Tabela 2). A capina aos 14 DAE apresentou maior densidade de plantas de carrapichão embora sem diferir estatisticamente das capinas aos 28 e 35 DAE. Na avaliação realizada durante a floração da soja, as épocas de controle não tiveram diferenças significativas, talvez justificadas pelo alto coeficiente de variação (341 %). No entanto, foi possível constatar, em valores absolutos, que a densidade de plantas de carrapichão remanescente e reinfestante após os tratamentos, na capina realizada aos 28 DAE foi 54% acima da média obtida nas demais épocas de controle. Essa superioridade numérica da capina aos 28 DAE pode ser explicada pela densidade inicial do carrapichão no momento da capina, pela área foliar das plantas de.

(44) 44. Tabela 2 - Densidade de plantas de carrapichão (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 Épocas de controle mecânico. 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%). Planta daninha na fileira Com Sem Média -----------------------0 DAT1 -------------------4,69 25,78 15,24 bc2 3,91 7,03 5,47 c 6,25 4,69 5,47 c 47,66 82,82 65,24 a 13,28 26,56 19,92 bc 37,50 30,47 33,99 abc 42,97 42,19 42,58 ab 8,60 7,04 7,82 c 27,34 30,08 77,4. Épocas de controle mecânico Com. 1. 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%). Planta daninha na fileira Sem Média. ------------------ FLORAÇÃO -----------------2,35 11,72 7,03 a2 0,00 5,47 2,74 a 23,23 10,28 16,76 a 2,35 8,60 5,47 a 18,75 27,35 23,05 a 32,80 39,80 36,30 a 3,13 2,35 2,74 a 5,47 4,69 5,08 a 39,83 10,91 340,7. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparada na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro. 2.

(45) 45. carrapichão bastante desenvolvida e pela estatura das plantas de carrapichão. As plantas maiores de carrapichão, com caules mais lenhosos foram cortadas numa altura acima dos 3 a 3,5 cm de média da altura de corte da máquina, e provocando acamamento das plantas maiores sobre as plantas daninhas menores, protegendo-as da ação da máquina, com isso proporcionando maior número de plantas escape. Para a densidade total das plantas daninhas na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja, houve diferença significativa entre as épocas de controle nas duas épocas avaliadas (Tabela 3). No dia do estabelecimento dos tratamentos (0 DAT), a densidade total das plantas daninhas foi maior na capina aos 14 DAE. Na floração da soja, as capinas realizadas aos 14 e 21 DAE apresentaram maior densidade total de plantas daninhas, entretanto não diferiram das demais épocas de capina e da testemunha sem controle. Na avaliação realizada na floração da soja, é importante destacar que a densidade total de plantas daninhas na capina aos 7 DAE, foi composta na maioria de plantas remanescentes e não reinfestantes, justificada pela estatura das plantas no momento da capina, que estavam abaixo da altura de corte da máquina, ou seja, essas plantas não foram atingidas.. Conforme Pereira (2004), quando a operação de controle for. realizada muito cedo, escape de plantas daninhas poderá ocorrer. Nas capinas aos 14 e 21 DAE o número total de plantas daninhas reinfestantes, foi acima das demais épocas (Tabela 3). Constatou-se que quanto mais cedo a capina foi realizada,. mais. plantas daninhas.

(46) 46. Tabela 3 - Densidade total de plantas daninhas (plantas m-2) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) 1. Planta daninha na fileira Com Sem Média ------------------------ 0 DAT1 ---------------------38,00 54,25 46,13 cd2 32,00 26,75 29,38 d 36,00 25,00 30,50 d 194,50 164,00 179,25 a 68,75 140,50 104,63 b 97,00 76,50 86,75 bc 128,75 113,50 121,13 b 50,75 30,25 40,50 cd 80,72 78,84 40,0 Planta daninha na fileira Com Sem Média -------------------- FLORAÇÃO -------------------51,00 43,00 47,00 ab2 3,25 22,00 12,63 b 48,50 31,25 39,88 ab 79,28 62,00 70,63 a 62,50 78,25 70,38 a 59,25 62,50 60,88 ab 27,75 29,75 28,75 ab 34,50 31,00 32,75 ab 45,75 44,97 67,2. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparada na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro.. 2.

(47) 47. reinfestaram, justificado em parte, pela abertura de espaço proporcionada pela soja no início de seu desenvolvimento e pela maior disponibilidade de recursos como luz, água e nutrientes. As capinas realizadas aos 35 DAE e seqüencial aos 14-35 DAE, por serem mais tardias proporcionaram, respectivamente, redução de 52,4 % e 45,8 % na densidade total de plantas daninhas reinfestantes, comparada às médias das demais épocas de capina, embora sem diferirem significativamente entre estas. A competição inferida através da precocidade e intensidade do sombreamento que interfere no crescimento da planta daninha (Pitelli & Pitelli, 2004) pode ser a explicação. Segundo Meschede et al. (2004) quanto maior o sombreamento proporcionado pela cultura da soja, em geral, menor é a competitividade das plantas daninhas.. 4.2 Estatura das plantas daninhas A estatura das plantas foi crescente na medida em que as capinas foram realizadas mais tardiamente. Para a estatura de plantas de leiteira na entre fileira não houve diferença significativa entre as épocas de controle no estabelecimento (0 DAT) e não houve significância pela análise de variância entre estes para a avaliação na floração da soja (Tabela 4). Todavia, é importante destacar que na capina aos 7 DAE, as plantas de leiteira estavam com estatura média de 3,8 cm, o que pode ter proporcionado um alto índice de escape de plantas ao corte. Essas plantas que escaparam foram classificadas como plantas remanescentes, as quais permaneceram na área por todo o ciclo da cultura da soja. Esse fato pode.

(48) 48. Tabela 4 - Estatura das plantas de leiteira (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz AltaRS, 2004/05 Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) 1. Planta daninha na fileira Com Sem Média ------------------------ 0 DAT1 ---------------------3,05 3,05 3,05 a2 2,23 2,38 2,30 a 3,48 4,13 3,80 a 6,35 4,53 5,44 a 8,33 6,43 7,38 a 8,60 8,00 8,30 a 13,48 9,40 11,44 a 10,68 7,18 8,93 a 7,02 5,63 88,2 Planta daninha na fileira Com Sem Média -------------------- FLORAÇÃO -------------------47,60 31,45 39,53 ns3 15,63 12,75 14,19 25,30 30,95 28,13 40,28 44,80 42,54 47,15 34,60 40,88 24,35 27,15 25,75 42,05 27,28 34,66 26,68 35,15 30,91 33,63 30,52 67,8. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparadas na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro. 3 ns não significativo pelo Teste F da análise de variância a 5 % de probabilidade do erro. 2.

(49) 49. ser evidenciado pelo baixo índice de densidade de rebrote de plantas de leiteira, que será abordado posteriormente. Para a estatura de plantas de carrapichão na entre fileira houve diferença significativa entre as épocas de controle somente para a avaliação realizada no estabelecimento dos tratamentos (Tabela 5). As capinas aos 7, 14 e 21 DAE apresentaram estatura média do carrapichão entre 3,16 e 4,56 cm, ficando abaixo ou próxima a altura de corte da máquina. Já, a capina aos 28 e 35 DAE apresentaram maior estatura de plantas de carrapichão, 16,35 e 21,47 cm respectivamente, permitindo as plantas daninhas estarem dentro da altura de corte. No entanto, por estar as plantas bem desenvolvidas e com caules mais lenhosos, o corte foi prejudicado e com a inclinação das plantas (tombamento), estas protegeram as plantas menores do corte. O efeito de acamamento poderia ser amenizado e/ou evitado, utilizando adaptações na máquina como o uso de maior rotação e lâminas mais afiadas (Mohler, 2001). Essas modificações confeririam maior agressividade do corte, porém é importante considerar que essas alterações no equipamento pressupõem maiores cuidados com os possíveis danos à cultura. Para a estatura média do total das plantas daninhas na entre fileira, houve diferença significativa entre as épocas de controle mecânico nas duas avaliações (Tabela 6). Na avaliação ao 0 DAT, observou-se a evolução na estatura das plantas com o passar do tempo para a aplicação dos tratamentos, sendo a capina aos 35 DAE, a época de controle com a maior estatura média do total das plantas daninhas. Para as capinas aos 7,.

(50) 50. Tabela 5 – Estatura das plantas de carrapichão (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz AltaRS, 2004/05 Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) 1. Planta daninha na fileira Com Sem Média ------------------------ 0 DAT1 ---------------------0,81 3,06 1,94 c2 2,56 2,41 2,49 c 2,25 1,68 1,96 c 2,73 3,60 3,16 c 3,73 5,39 4,56 c 18,20 14,49 16,35 ab 18,93 24,02 21,47 a 11,26 6,50 8,88 bc 6,67 7,18 64,4 Planta daninha na fileira Com Sem Média -------------------- FLORAÇÃO -------------------17,92 34,57 26,24 a2 0,00 12,23 6,11 a 16,53 1,56 9,05 a 30,75 52,61 41,68 a 10,60 36,93 23,76 a 27,72 36,57 32,14 a 13,33 30,00 21,67 a 14,53 3,00 8,77 a 16,42 25,93 102,6. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparadas na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro.. 2.

(51) 51. Tabela 6 - Estatura média do total das plantas daninhas (cm) na entre fileira no estabelecimento dos tratamentos e no florescimento da soja em função de épocas de controle mecânico e presença ou ausência de plantas daninhas na fileira da soja, Cruz Alta-RS, 2004/05 Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) Épocas de controle mecânico 1. Testemunha sem controle 2. Testemunha limpa 3. Capina aos 7 dias 4. Capina aos 14 dias 5. Capina aos 21 dias 6. Capina aos 28 dias 7. Capina aos 35 dias 8. Capinas aos 14 e 35 dias Média Coeficiente de variação (%) 1. Planta daninha na fileira Com Sem Média ------------------------ 0 DAT1 ---------------------3,24 3,63 3,44 d2 2,82 3,30 3,06 d 2,92 3,80 3,36 d 5,17 4,01 4,59 d 6,16 5,43 5,79 cd 9,82 13,85 11,83 b 21,24 18,16 19,70 a 11,28 7,05 9,17 bc 7,83 7,40 28,9 Planta daninha na fileira Com Sem Média ------------------- FLORAÇÃO --------------------52,59 37,51 45,05 ab2 8,29 14,41 11,35 c 52,66 42,29 47,48 ab 48,39 79,55 63,97 a 51,20 37,56 44,38 ab 35,14 25,85 30,49 bc 39,07 36,63 37,85 abc 41,79 23,11 32,45 bc 41,14 37,11 42,6. DAT (Dias após o tratamento) Médias seguidas pela mesma letra minúscula comparadas na coluna, não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade do erro.. 2.

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