• Nenhum resultado encontrado

COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO MOTOR DE CRIANÇAS DE 6 ANOS DE IDADE QUE MORAM NA PERIFERIA COM AS QUE MORAM NO CENTRO DA CIDADE DE SORRISO/MT

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO MOTOR DE CRIANÇAS DE 6 ANOS DE IDADE QUE MORAM NA PERIFERIA COM AS QUE MORAM NO CENTRO DA CIDADE DE SORRISO/MT"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO MOTOR DE CRIANÇAS DE 6 ANOS DE IDADE QUE MORAM NA PERIFERIA COM AS QUE MORAM NO CENTRO DA

CIDADE DE SORRISO/MT

Lisandra Barbosa da Silva: Especialista em Exercício Físico e Reabilitação, Treinamento desportivo e Gestão Escolar, professora do CEMEIS São José Ariel Diaz Loaces: Mestre em Ciências da Educação, professor da Faculdade Centro Mato-grossense - FACEM RESUMO

Na pesquisa realizada, objetivou-se comparar a idade motora e desenvolvimento motor de crianças da periferia e de crianças do centro da cidade, da cidade de Sorriso/MT. Diversos autores consultados consideram que as crianças de centro de cidades praticam atividades mais sedentárias, por estar expostas a perigos reais ou ansiedade dos pais, estes, no intuito de proteção, incentivam fontes de lazer sedentárias, dificultando o desenvolvimento motor dos filhos. Por outra parte, as crianças de periferia das cidades, geralmente de famílias de baixa renda, têm mais facilidades para brincar na “rua” ao ar livre e com menos acesso a brinquedos eletrônicos. A investigação fundamentou-se nas considerações de motricidade global, mediante a determinação da idade motora das crianças proposta por Rosa Neto e o quociente motor que permite avaliar a coordenação motora, proposto por Kiphard e Schilling. A pesquisa, na fase inicial, foi realizada através da aplicação de dois testes: teste de motricidade global e teste de KTK. O estudo feito focou-se a campo norteado pelo método comparativo, analisando-se o desenvolvimento motor das crianças de 6 anos de idade e de ambos os sexos que estudam em uma escola privada, do centro da cidade, e em uma escola pública, na periferia da cidade. Os dados foram processados de acordo com as tabelas de classificação do quociente motor dos testes. De acordo com os resultados, as crianças da periferia obtiveram um melhor resultado em relação às crianças do centro da cidade na idade motora, segundo escala de Rosa Neto, e os resultados também se mantiveram nos testes de KTK de Kiphard e Schilling, através dos quais se analisa a coordenação corporal. Palavras-chave: desenvolvimento motor, motricidade, quociente motor.

RESUMEN

En la investigación realizada, fue seguido como objetivo de la misma comparar a edad mora y el desarrollo motor de niños de la periferia con los del centro de la ciudad de Sorriso/MT. La literatura sobre el tema, que fue consultada, considera que

(2)

los niños que viven en el centro de las ciudades, por estar expuestas a peligros reales o por la propia ansiedad de los padres, por protegerlos son llevados a procurar fuentes de entretenimientos sedentarias, que dificultan el desarrollo motor de sus hijos. Por otra parte los niños que viven en la periferia, generalmente de familias de bajo poder adquisitivo, tienen más posibilidades para jugar en la “calle” al aire libre y con menos acceso a juguetes electrónicos. La investigación se fundamentó en las consideraciones sobre la motricidad global mediante la determinación de la edad motora de los niños propuesta por Rosa Neto y el cociente motor, que permite evaluar la coordinación motora, propuesto por Kiphard e Schilling. La fase inicial de la pesquisa consistió en la aplicación de dos testes: el teste de motricidad global e el teste de KTK. El estudio fue conducido a campo mediante el método comparativo analizándose el desarrollo motor de niños de 6 años de edad de los dos sexos que estudia en una escuela particular del centro de la ciudad y de una escuela pública de la periferia. Los datos obtenidos fueron procesados conforme las tablas de clasificación de los dos testes. Los resultados indican que los niños de la periferia obtuvieron mejores índices que las del centro en la edad motora conforme a escala de Rosa Neto así como en los testes de KTK de Kiphard e Schilling donde se analiza la coordinación corporal.

Palabras claves: desarrollo motor, motricidad, cociente motor.

INTRODUÇÃO

A totalidade do desenvolvimento físico, emocional e social da criança está associada à família e à escola. O simples ato de brincar faz com que a criança se socialize com outras crianças e vá criando suas próprias regras, já iniciando um aprendizado motor livre.

O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, apesar da sua complexidade, é básico para o desenvolvimento motor das crianças. Visto que uma grande variedade de experiências motoras fornece às crianças uma imensa gama de informações que são a base das percepções que elas têm de si mesmas e do mundo que as cerca.

Na vida moderna, fatores relacionados ao comportamento das pessoas perante a atividade física, hábitos sedentários de vida, insegurança, disponibilidade tecnológica e falta de espaços livres na cidade, sobretudo no centro, reduzem a possibilidade de uma vida fisicamente ativa nas crianças. Esses problemas trazem a opção, sobretudo nas famílias que têm melhores possibilidades financeiras, de trocar a forma de lazer por atividades como jogar videogames, assistir televisão ou usar computadores.

(3)

A criança desenvolve as suas habilidades motoras através de brincadeiras livres no seu cotidiano, tanto, brincadeiras de rua, com grupos de amigos, em parques, onde ela passa a conquistar a sua independência, através de um bom controle motor, fazendo com que a criança possa vivenciar experiências concretas e construir as noções básicas do seu desenvolvimento intelectual. Essa concepção de brincadeira livre para crianças é argumentação sustentada por vários autores como Rosa Neto (2002) e Kiphard & Schilling apud Gorla et al. (2009).

Visando conhecer o desenvolvimento motor das crianças da cidade de Sorriso/MT, estruturou-se a pesquisa, através da qual se questionou como será comparativamente o desenvolvimento motor de crianças de seis anos de idade que moram na periferia em relação às que moram no centro da cidade.

A partir da experiência empírica dos pesquisadores e do embasamento teórico feito na literatura científica foram levantadas as seguintes hipóteses:

1- Crianças de seis anos de idade de periferia têm um melhor desenvolvimento motor por brincar mais em áreas públicas abertas ao ar livre.

2- Crianças de seis anos de idade do centro da cidade têm menor desenvolvimento motor por praticar atividades dirigidas ou ter vida sedentária focando as brincadeiras em jogos eletrônicos.

A importância da pesquisa é fazer um levantamento de dados dos hábitos de vida e sobre o desenvolvimento motor de crianças de periferia e de crianças do centro da cidade de Sorriso/MT, contribuindo assim para um enriquecimento sobre o desenvolvimento da coordenação motora de acordo com a idade. Nesta fase, somente se apresentarão os resultados relacionados ao desenvolvimento motor deixando para outra fase a verificação dos hábitos de vida.

Sabe-se da importância deste tipo de estudo para promover informações aos professores no sentido geral e no sentido específico aos professores de educação física em relação ao desenvolvimento motor de crianças, procurando auxiliá-los em seu trabalho diário.

O objetivo geral da pesquisa é comparar o desenvolvimento motor de crianças de seis anos de idade que estudam em escolas da periferia com as que estudam em escolas do centro da cidade de Sorriso/MT.

(4)

DESENVOLVIMENTO

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Existem diferentes critérios para identificar as fases do desenvolvimento humano baseadas nos critérios evolutivos do homem, segundo Guedes & Guedes (1997, p. 11) sustenta:

É por demais conhecido que o ser humano não é algo biologicamente estático na medida em que, desde o momento da concepção até a morte, ocorre uma série de transformações quantitativas e qualitativas, quer no sentido evolutivo, quer involutivo. É sabido também que essas transformações se verificam em ritmos e intensidades diferenciados, conforme a etapa da vida em que o ser humano se encontra.

Para Guedes & Guedes (1997), as duas primeiras décadas de vida é onde o indivíduo desenvolve seu organismo, crescendo e desenvolvendo as suas habilidades físicas, uns com maior velocidade que outros, dependendo do nível maturacional de cada um, e isso vai depender das atividades vivenciadas pelas crianças e adolescentes.

O ser humano começa a se movimentar a partir do feto, com os reflexos, os movimentos involuntários.

Os reflexos são as primeiras formas de movimentos humanos. Aos poucos, o bebê começa a inibi-los, substituindo os primitivos e posturais por comportamentos voluntários. Por volta de 01 ano de vida, a criança começa a ter precisão e controle sobre seus movimentos, tornando-se mais eficientes e complexos. Inicia-se então a fase motora fundamental, que compreende o período aproximado de 02 a 07 anos, dos 7/8 anos de idade, a criança deve estar apta a combinar e ampliar habilidades motoras fundamentais ao desempenho das habilidades especializadas nos esportes e ambientes recreacionais. Dos 11 aos 13 anos, começa a tomar decisões a favor ou contra as certas atividades e a partir dos 14 anos, inicia-se a utilização do estágio permanente, continuando por toda a vida adulta, (SOARES & ALMEIDA, 2006).

Desenvolvimento é o processo contínuo de mudanças ao longo do tempo que se inicia na concepção e cessa somente na morte. O desenvolvimento motor, portanto, pode ser visto como uma mudança progressiva do comportamento motor através do ciclo da vida. Desenvolvimento motor envolve contínua adaptação às mudanças nas capacidades de movimento de um indivíduo por meio do esforço contínuo

(5)

para atingir e manter o controle e a competência motora, (GALLAHUE & DONNELLY, 2008, p36).

Para Pain (2003), o desenvolvimento é um processo contínuo e demorado e, pelo fato das mudanças mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida, existe a tendência em se considerar o estudo do desenvolvimento motor como sendo apenas estudo em crianças.

Para Buczek (2009, p 10), é importante ressaltar que as fases dos 06 aos 12 anos de idade é a fase mais longa e mais rica para a formação do acervo motor da criança. Nesta fase, a criança se encontra com as habilidades básicas de locomoção, manipulação e estabilização em refinamento progressivo, podendo assim participar de um número maior e mais complexo de atividades motoras.

Segundo Rosa Neto (2002), a motricidade é a interação de diversas funções motoras (perceptivomotora, neuromotora, psicomotora, neuropsicomotora etc). A atividade motora é de suma importância no desenvolvimento global da criança.

A pesquisa foi conduzida como estudo de campo e segundo seus objetivos é uma pesquisa exploratória, já que a mesma possibilitará a realização de um estudo piloto sobre a realidade do desenvolvimento motor de crianças de periferia e do centro da cidade.

Na realização do presente estudo, participaram crianças com a idade de seis (06) anos, todas estudando o Ensino Fundamental referente ao primeiro ano, e a escolha dessas crianças foi de forma randômica e espontânea. Formando dois grupos, com o total de dezessete (17) crianças de ambos os sexos, (10 meninos e 7 meninas), sendo oito (8) crianças de uma escola da rede pública, moradoras da periferia da cidade e nove (9) crianças de uma escola privada, moradoras do centro, todas da cidade de Sorriso/MT

Utilizaram-se os métodos: comparativo e documental, assim como testes motores, O Teste de Coordenação Motora KTK de Kiphard & Schilling (1974) e a Escala de Desenvolvimento Motor – EDM- Rosa Neto (2002) em Motricidade Global.

Descrição dos testes de motricidade global

Para a execução dos testes de motricidade global descritos por Rosa Neto (2002), inicia-se com a idade cronológica, se não conseguir, recomeça-se pela idade

(6)

inferior, se a criança tiver êxito na execução, inicia-se a próxima prova até que ocorra falha na execução, interrompendo o teste, obtendo-se a idade motora da criança.

Teste de 6 anos: caminhar em linha reta

Com os olhos abertos, percorrer 2 metros em linha reta, posicionando alternadamente o calcanhar de um pé contra o do outro.

Erros: afastar-se da linha; balançar, afastar um pé do outro; executar o procedimento de modo incorreto. Tentativas: três

Teste de 7 anos: pé manco

Com os olhos abertos, saltar ao longo de uma distância de 5 metros com a perna esquerda, a direita flexionada em ângulo reto com o joelho, os braços relaxados ao longo do corpo. Após um descanso de 30 segundos, o mesmo exercício deve ser feito com a outra perna.

Erros: distanciar mais de 50 cm da linha; tocar no chão com a outra perna; balançar os braços. Tentativas: duas para cada perna. Tempo indeterminado.

Teste de 8 anos: saltar uma altura de 40 cm

Com os pés juntos, saltar sem impulso uma altura de 40 cm.

Material: suporte com uma fita elástica fixada nas extremidades deles a uma altura de 40 cm.

Erros: tocar no elástico; cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos. Tentativas: três no total, sendo que duas deverão ser positivas.

Teste de 9 anos: saltar sobre o ar

Para saltar no ar, devem-se flexionar os joelhos para tocar os calcanhares com as mãos. Erros: não tocar nos calcanhares. Tentativas: três.

Teste de 10 anos: pé manco com uma caixa de fósforos.

O joelho deve estar flexionado em ângulo reto e os braços relaxados ao longo do corpo. A 25 cm do pé que repousa no solo é colocada uma caixa de fósforos. A criança deve leva – lá, impulsionando-a com o pé, até o ponto situado a 5 metros. Erros: tocar no chão (ainda que uma só vez) com o outro pé; exagerar o movimento com os braços; ultrapassar com a caixa em mais de 50 cm o ponto fixado; falhar no deslocamento da caixa. Tentativas: três.

(7)

Descrição dos testes de KTK

Os Testes de KTK, são compostos por quatro (4) provas descritas por Kiphard & Schilling apud Gorla et al (2009), têm como objetivo examinar uma função motora básica, a qual indica a coordenação motora da criança conforme a idade.

Trave de equilíbrio (EQ): esta estação constitui em caminhar à retaguarda sobre três traves de madeira (três (3) metros de comprimento cada uma e espessuras diferentes, 6, 4.5 e 3 cm de largura). São válidas três tentativas em cada trave. Durante o deslocamento (passos), não é permitido tocar o solo com os pés. A avaliação da tarefa é feita contando os passos que são dados em cima da trave, sem que encoste o pé no chão. Esta tarefa tem como objetivo avaliar a estabilidade e o equilíbrio da criança.

Saltos monopedais (SM): a tarefa constitui em saltar um ou mais blocos de espuma (50x 20 x5 cm) medindo cada um, colocados uns sobre os outros, saltar com uma das pernas e depois com a outra perna, sendo validadas 3 tentativas. A avaliação foi feita seguindo a seguinte tabela;

Para cada altura, as passagens são válidas da seguinte forma: Na primeira tentativa válida – 3 pontos

Na segunda tentativa válida – 2 pontos Na terceira tentativa válida – 1 ponto

É válido o salto monopedal quando a criança cai com o pé estipulado para o salto e ainda realiza dois saltos a mais sem encostar o outro pé no chão. Esta tarefa tem como objetivo avaliar a coordenação dos membros inferiores, além da energia dinâmica/força.

Saltos laterais (SL): a tarefa constitui em saltitar em uma plataforma de madeira (60 x50 x 0.8 cm, com um sarrafo divisório), de um lado a outro, com os dois (2) pés ao mesmo tempo, o mais rápido possível em um tempo de 15 segundos em duas passagens nos saltos. O avaliador conta a quantidade de saltos corretos realizados pelo avaliado. Esta tarefa tem como objetivo avaliar a velocidade em saltos alternados.

Transferências sobre plataformas (TP): a tarefa consiste em deslocar-se sobre duas (2) plataformas de madeira (25 x 25 x 1,5 cm com 3,5 cm de altura) que estão colocadas no solo, em paralelo, uma do lado da outra, com um espaço de

(8)

cerca de 12.5 cm entre elas. No tempo de 20 segundos, o avaliado tem que deslocá-las lateralmente a plataforma com as duas (2) mãos e será contado 1 ponto quando a plataforma livre for apoiada do outro lado e 2 pontos quando o indivíduo passou com os dois pés para a plataforma livre. Serão realizadas duas passagens, uma para o lado direito e outra para o lado esquerdo. Esta tarefa teve como objetivo avaliar a lateralidade e a estruturação espaço-temporal.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os testes motores foram aplicados em duas (2) escolas (periferia, centro) da cidade de Sorriso/MT, escolhidas de forma aleatória, no mês de abril, em um local reservado, sem barulho para a distração das crianças, onde todos estavam vestidos com uniformes escolares, compostos de camiseta e short e estavam descalços.

Para a execução dos testes, foi chamada uma criança de cada vez, começando-se com os testes da EDM, com o teste de motricidade global seguido do teste de coordenação motora KTK.

No primeiro momento coletou-se os dados da escola da periferia e no segundo momento foram coletados os dados da escola do centro da cidade, obtendo-se os seguintes resultados:

Quadro-1 Resultados dos testes de motricidade global. Crianças da periferia Crianças do centro

Masc. Idade motora Fem. Idade motora Masc. Idade motora fem. Idade motora Suj1 108 Suj. 1 108 Suj.1 96 Suj.1 84 Suj. 2 108 Suj. 2 108 Suj. 2 108 Suj.2 108 Suj. 3 96 Suj. 3 108 Suj.3 108 Suj.3 108

Suj. 4 108 Suj.4 96 Suj.4 102

Suj. 5 108 Suj.5 98

Média 105,6 108 100,8 102

(9)

De acordo com o resultado dos testes de motricidade global, a idade motora das crianças da periferia em relação às do centro apresentou uma diferença superior na idade motora das crianças da periferia, sendo que para os meninos a diferença foi de 4,8 meses, enquanto que as meninas da periferia ficaram 6 meses à frente das meninas do centro na idade motora.

Esses dados concordam com critérios de outros especialistas como Lagrange (1977); Guillarme (1983) e Oliveira (2012). Segundo Oliveira (2012), desmistifica-se o conceito de que só a classe baixa é prejudicada pela falta de oportunidade de se exercitar. Muitos meninos de “rua” têm uma coordenação motora global superior à criança de classe média, sempre protegida pelos medos e ansiedades dos pais.

Também considera Oliveira (2012), que um grande número de crianças é criado por babás, que não entendem de desenvolvimento motor e por isso deixam-nas constantemente em frente à televisão, limitando-as em suas possibilidades reais, ou por mães super protetoras, que fazem de tudo pelo filho, negando a ele a oportunidade de se desenvolver.

Após calcular a idade motora das crianças, tanto da periferia como do centro, utilizou-se de uma tabela para classificação dos resultados do Quociente motor.

Para se calcular o quociente motor (QMC), utilizou-se a seguinte fórmula de cálculo fornecida por Rosa Neto, (2002):

Onde IMG é idade motora global e IC é a idade cronológica.

Após verificar a idade motora das crianças, será classificada de acordo com o quociente motor conforme a quadro 2.

Quadro-2 Classificação dos resultados do quociente motor. 130 ou mais Muito superior

120 -129 Superior

110 – 119 Normal alto 90 – 109 Normal médio

80 - 89 Normal baixo

70 – 79 Inferior

(10)

Fonte: Rosa Neto (2002)

De acordo com os quadros 1 e 2, pode-se classificar os resultados do Quociente motor das crianças segundo mostra o quadro 3 a seguir.

Quadro-3 Resultado Quociente motor QMC (meses) Crianças da Periferia Crianças do Centro

Masc. QMC Classificação Masc. QMC Classificação Suj. 1 138 Muito superior Suj. 1 124 Superior Suj.2 147 Muito superior Suj. 2 145 Muito superior Suj.3 133 Muito superior Suj.3 150 Muito superior Suj.4 130 Muito superior Suj.4 131 Muito superior Suj.5 142 Muito superior Suj.5 126 Superior

Fem. Fem.

Suj.1 145 Muito superior Suj.1 116 Normal alto Suj.2 147 Muito superior Suj.2 138 Muito superior Suj.3 128 Superior Suj.3 136 Muito superior Suj.4 125 Muito superior Fonte: Dados organizados pelos autores com base nos testes aplicados.

De acordo com os resultados dos testes de motricidade global, todos os sujeitos tiveram um ótimo resultado na classificação do quociente motor, mas as crianças de periferia ficaram com melhores resultados que as do centro da cidade.

Para o processamento dos resultados dos testes de coordenação motora KTK, cada teste gerou um quociente motor (QM). A soma dos quatros quocientes obtém um quociente motor geral. De acordo com o quociente motor geral, a criança é classificada segundo aparece nas tabelas de 1 a 5.

Tabela - 1 Classificação do quociente motor

QM Classificação Desvio Padrão Porcentagem

131 - 145 Muito boa coordenação + 3 99- 100

116 - 130 Boa coordenação + 2 85 – 98

86 - 115 Coordenação normal + 1 17 – 87 71 - 85 Perturbação na coordenação - 2 3 – 16 56 – 70 Insuficiência na coordenação -3 0 -2 Fonte: Gorla (2009)

(11)

Tabela - 2 Resultados dos testes KTK de escola da periferia: Masculino EQ SM SL TP Soma de

QM1 até QM 4

QM Classificação Sujeito 01 108 86 104 104 402 100 Coordenação normal Sujeito 02 129 94 97 85 405 101 Coordenação normal Sujeito 03 93 94 110 80 377 92 Coordenação normal Sujeito 04 106 94 93 85 378 93 Coordenação normal Sujeito 05 120 94 100 85 399 100 Coordenação normal Fonte: Dados organizados pelos autores com base nos testes aplicados.

Tabela - 3 Resultados dos testes KTK de escola da periferia: Feminino EQ SM SL TP Soma de

QM1 até QM4

QM Classificação Sujeito 01 119 76 86 85 366 89 Coordenação normal Sujeito 02 104 61 83 85 333 78 Perturbação na coordenação Sujeito 03 116 75 82 72 345 82 Perturbação na coordenação Fonte: Dados organizados pelos autores com base nos testes aplicados.

Tabela - 4 Resultados dos testes KTK de escola do centro: Masculino EQ SM SL TP Soma de

QM1 até QM4 QM Classificação

Sujeito 01 104 92 86 71 353 85 Perturbação na coordenação Sujeito 02 93 91 88 71 343 81 Perturbação na coordenação Sujeito 03 92 92 88 62 349 83 Perturbação na coordenação Sujeito 04 100 83 78 62 323 75 Perturbação na coordenação Sujeito 05 95 93 84 87 359 87 Coordenação normal Fonte: Dados organizados pelos autores com base nos testes aplicados.

Tabela - 5 Resultados dos testes KTK de escola do centro: Feminino EQ SM SL TP Soma de QM1 até QM 2 QM Classificação Sujeito 01 81 60 78 57 282 62 Insuficiência na coordenação Sujeito 02 95 65 75 64 299 67 Insuficiência na coordenação Sujeito 03 93 76 96 94 359 87 Coordenação normal Sujeito 04 122 96 133 110 461 120 Boa coordenação

Fonte: Dados organizados pelos autores com base nos testes aplicados.

De acordo com os resultados dos testes de coordenação motora KTK aplicados, notou-se que as crianças da escola da periferia obtiveram os melhores resultados. Sendo que todos os meninos da periferia se classificaram com uma

(12)

coordenação normal em relação aos meninos da escola do centro, dos quais quatro classificaram-se com perturbação na coordenação e apenas um menino conseguiu atingir uma classificação na coordenação normal.

Nos mesmos testes aplicados, dentre as meninas da escola da periferia, duas forma classificadas com perturbação na coordenação e uma com coordenação normal, já dentre as meninas da escola do centro, duas foram classificadas com insuficiência na coordenação, uma com coordenação normal e apenas uma com uma boa coordenação.

CONCLUSÕES

No presente estudo, demonstrou-se através de dois testes motores, EDM de Rosa Neto em motricidade global e coordenação motora KTK de Kiphard & Schilling, a diferença na idade motora e o nível de desenvolvimento motor de duas escolas (periferia e centro), comparando as crianças da periferia com as do centro da cidade. Obteve-se melhor resultado nas crianças da periferia em relação às crianças do centro, sendo superiores na idade motora pelo teste de motricidade global e tendo um melhor domínio corporal pelo teste de coordenação corporal KTK, o que coincide com o critério de outros autores como Lagrange (1977); Guillarme (1983) e Oliveira (2012).

Este é um resultado parcial da pesquisa, pois não oferece informações que permitam fazer cruzamento entre o estado do desenvolvimento motor e os estilos de vida desses dois grupos sociais que permitam estabelecer as causas do fato demonstrado: as crianças da periferia têm uma maior cultura de movimentos livres favorecendo um melhor desempenho motor em suas atividades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUCZEK, M. R. M. Movimento, expressão e criatividade pela educação física: metodologia, Ensino Fundamental, 1 ao 5 ano. Curitiba: Base Editorial, 2009. GALLAHUE, D.L. e DONNELLY, F. C.C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. São Paulo: Editora Phote, 2008, 4 edição.

(13)

GORLA, J.I.; ARAUJO, P.F. e RODRIGUES, J.L. Avaliação motora em educação física adaptada: teste KTK. São Paulo: Ed Phorte, 2009, 2º edição.

GUEDES, D. P. e GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor. São Paulo: CLR Baleiro, 1997.

GUILLARME, J. J. Educação e Reeducação Psicomotoras. Porto Alegre: Artmed, 1983.

LAGRANGE, G. Manual de psicomotricidade. Lisboa: (s.e.), 1977.

OLIVERIA, C. G. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 17º Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

PAIN, M. C. C. Desenvolvimento motor em crianças pré-escolares entre 5 e 6 anos. efdeportes. Revista Digital. Buenos Aires. Año 8, N° 58. Março de 2003. < http://www.efdeportes.com >. Acesso em 04/05/2015.

ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SOARES. S. A. e ALMEIDA, M. C. R. Nível maturacional dos padrões motores básicos. Movimentum, vol. 1, n 1, 2006. Revista Digital de Educação Física. UNILESTE, MG. <http//www.unilesteng.br/movimentum/artigos - v1n1- em-pdf/soares-adriano.pdf>. Acesso em 02/06/2015

Referências

Documentos relacionados

No universo infantil, os conhecimentos prévios podem ser considerados como o resultado das concepções de mundo das crianças, estruturado a partir das interações sensoriais, afetivas e

The convex sets separation is very important in convex programming, a very powerful mathematical tool for, see [ ], operations research, management

Esse tipo arranjo físico é em geral muito utilizado quando a uma variação substancial dos fluxos que ocorrem nos setores da organização, o grande desafio da

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Dois termos têm sido utilizados para descrever a vegetação arbórea de áreas urbanas, arborização urbana e florestas urbanas, o primeiro, segundo MILANO (1992), é o

Como já referido anteriormente, a Escola Aveiro Norte é dotada de uma ferramenta denominada Secretaria Virtual, que se encontra em permanente desenvolvimento para dar resposta

O estudo buscou também contribuir para o desenvolvimento científico, disponibilizando para a sociedade os impactos acerca da saúde mental, social e corporal dos