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O processo de aprendizagem na disciplina de Biologia na visão dos estudantes matriculados no CEJA – Tubarão/SC

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JOYCE FERNANDES MARTINS

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA NA VISÃO DOS ESTUDANTES MATRICULADOS NO CEJA – TUBARÃO/SC

Tubarão 2018

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JOYCE FERNANDES MARTINS

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA NA VISÃO DOS ESTUDANTES MATRICULADOS NO CEJA – TUBARÃO/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial ao grau de Licenciada em Ciências Biológica.

Orientador: Profª Maricelma Simiano Jung, Msc.

Tubarão 2018

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JOYCE FERNANDES MARTINS

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA NA VISÃO DOS ESTUDANTES MATRICULADOS NO CEJA – TUBARÃO/SC

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 26 de novembro de 2018.

______________________________________________________ Professor e orientadora Maricelma Simiano Jung, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Emerson Tartari, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Adilson Tibúrsio, Msc.

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Quero dedicar esse momento a minha mãe Jânia Fernandes Martins e ao meu esposo kleyton Luiz Carlos Coelho que me deram força em todas as etapas desse trabalho, muitas vezes tendo que abrir mão de algo para estar ao meu lado, e a minha filha Ágatha Martins Coelho que é a razão da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao longo caminho que tive que percorrer para chegar aqui, quero agradecer a todos aqueles que acreditaram em mim e me deram forças para conseguir prosseguir.

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus que sempre esteve comigo nos momentos mais difíceis me dando esperança, fé, força e coragem para enfrentar os desafios surgidos ao longo do caminho.

Agradeço também minha família que foi a base para eu conseguir realizar esse sonho estando sempre ao meu lado, dando forças quando estava difícil. Obrigado pela dedicação, amor e carinho.

Agradeço também ao meu esposo, Kleyton Luiz Carlos Coelho que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades. Quero agradecer também a minha filha, Agatha Martins que embora não tivesse entendimento suficiente iluminou de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos.

Meu agradecimento muito especial a minha mãe que a todo o momento esteve comigo, me incentivando, apoiando e acreditando em mim, até mesmo quando eu não acreditei, fazendo com que eu conseguisse enfrentar os obstáculos, me dando força, carinho, amor e dedicação.

Sou grata à Prof. Msc. Maricelma Simiano Jung, que aceitou me orientar em minha pesquisa, engrandecendo minha formação acadêmica com mais conhecimento. Obrigada pela dedicação, compromisso e pelas orientações, acreditando no meu potencial.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante, me apoiando sempre para que eu conseguisse concluir esta etapa da vida, sempre me impulsionando, quando pensei em desistir.

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“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”

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RESUMO

O ensino de Biologia tem um importante papel no desenvolvimento das noções de ambiente, concepções, relações existentes entre seres vivos e não vivos, promovendo as discussões que permitem entender o universo e possibilitando a capacidade de refletir, avaliar e desenvolver os conhecimentos sobre os procedimentos biológicos. Assim, esta pesquisa teve como objetivo verificar como está o processo de aprendizagem da disciplina de Biologia, na visão dos estudantes matriculados no CEJA – Centro de Educação de Jovens e Adultos de Tubarão/SC da rede estadual de educação. Para que o objetivo fosse alcançado, foi utilizada uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Referente ao procedimento de coleta de dados, se trata de uma pesquisa de campo. Quanto aos instrumentos para coleta de dados, foi utilizado um questionário contendo 15 questões abertas, conforme Pinto (2009). Com as respostas a essas questões foi possível: (a) traçar um perfil da população pesquisada; (b) conhecer os motivos que levaram os estudantes a pararem de estudar e o tempo que ficaram parados; (c) averiguar as atividades que não eram atrativas em sala de aula e descobrir a concepção de bom professor para esses estudantes; (d) levantar as principais dificuldades apresentadas na disciplina de Biologia; e (e) verificar a função da escola, na perspectiva dos estudantes matriculados no CEJA. A partir da análise dos dados coletados, foi possível verificar que a maior causa da evasão escolar é devido à necessidade de trabalhar e, dentre os estudantes, a maioria não gostavam de provas. A visão dos estudantes de um bom professor é aquele que possui paciência e ajuda nas dificuldades, explicando com clareza os conteúdos. Em relação à disciplina de Biologia, pela análise dos dados, os estudantes não apresentaram dificuldades. Desta forma, pôde-se verificar, também, que a escola cumpre com o seu papel de trabalhar com os alunos conhecimentos historicamente construídos pelo homem, distribuídos em sua grade curricular, que segue os pressupostos teórico-metodológicos da Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina. Por conseguinte, contribuindo para a formação do estudante, em um processo de aprendizagem a partir das necessidades dos estudantes.

Palavras-chave: Dificuldade de aprendizagem. Educação de Jovens e Adultos. Ensino de Biologia.

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ABSTRACT

The teaching of biology has an important role in the development of notions of environment, conceptions, relationships existing between living and non-living beings, promoting discussions that allow understanding the universe and enabling the ability to reflect, evaluate and develop knowledge about biological procedures . Thus, this research had as objective to verify how is the learning process of the Biology discipline, in the view of the students enrolled in the JSCA - Tubarão / SC Adult Education Center of the state education network. In order to achieve this objective, a descriptive research was used, with a qualitative approach. Regarding the procedure of data collection, this is a field survey. As for the instruments for data collection, a questionnaire containing 15 open questions was used, according to Pinto (2009). With the answers to these questions it was possible: (a) to draw a profile of the population surveyed; (b) knowing the reasons that led the students to stop studying and the time they were stopped; (c) ascertain activities that were not attractive in the classroom and discover the concept of good teacher for these students; (d) raise the main difficulties presented in the discipline of Biology; and (e) verify the role of the school from the perspective of students enrolled in the JSCA. From the analysis of the data collected, it was possible to verify that the major cause of school dropout is due to the need to work and, among the students, most did not like evidence. The vision of the students of a good teacher is one who has patience and help in difficulties, clearly explaining the contents. In relation to the discipline of Biology, by the analysis of the data, the students presented no difficulties. In this way, it was also verified that the school fulfills its role of working with the students, knowledge historically constructed by the man, distributed in his curriculum, which follows the theoretical-methodological assumptions of the Curricular Proposal of the State of Santa Catarina . Therefore, contributing to the training of the student, in a process of learning from the needs of the students.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Idade dos estudantes...27

Tabela 2: Sexo dos estudantes...28

Tabela 3: Turno que frequentam o CEJA...29

Tabela 4: Professor de Educação Básica - PEB...30

Tabela 5: Trabalho dos estudantes...31

Tabela 6: Motivos de parar de estudar...32

Tabela 7: Retorno á escola...34

Tabela 8: Dificuldades ao voltar estudar...36

Tabela 9: Atividades de que mais gosta em sala de aula...37

Tabela 10: Atividades que menos gosta em sala ...39

Tabela 11: concepção de bom professor...39

Tabela 12: concepção de bom professor...41

Tabela 13: Aulas de biologia...42

Tabela 14: O que é mais importante na aula de biologia...43

Tabela 15:Dificuldades dos estudantes...44

Tabela 16: Mudanças ao retornar o estudo...45

Tabela 17: Mudanças ao retornar os estudos...46

Tabela 18: O que mudaria na escola...47

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 12

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ... 13

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 14

1.3 JUSTIFICATIVA ... 14

1.4 OBJETIVOS ... 16

1.4.1 Geral ... 16

1.4.2 Específicos ... 16

1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS ... 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 17

2.1 ENSINO MÉDIO ... 17

2.2 ENSINO DE BIOLOGIA ... 18

2.3 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ... 19

2.4 EDUCAÇÃO DE JOVENS ADULTOS ... 21

3 METODOLOGIA ... 23

3.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA ... 23

3.2 SUJEITO DA PESQUISA ... 24

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 24

3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ... 25

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 25

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

REFERÊNCIAS ... 50

ANEXOS ... 54

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1 INTRODUÇÃO

A educação no Brasil é regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394 de dezembro de 1996, que em seu TÍTULO V abrange os níveis e as modalidades de educação de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional técnica e educação de jovens e adultos

De acordo com a LDB, seção V Art. 37, a Educação de Jovens e adultos, designada às pessoas que não tiveram acesso ou continuidade aos estudos, nos ensinos fundamentais e médios, na idade própria (BRASIL, 1996).

Segundo Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica (BRASIL,2013), o ensino médio tem como propósito preparar os estudantes para o trabalho e para cidadania e assim poder estar preparando para conseguir tomar decisões sozinhas, e encarregadas por finalizar o processo de desenvolvimento da educação. Assim, o currículo desse nível de ensino é organizado para proporcionar a inserção do estudante, ao trabalho, à ciência, à tecnologia e à cultura, mas sempre como princípio o trabalho que já vem sendo direcionado desde a infância.

Os CEJA (Centro de Educação de Jovens Adultos), foram estudados como o recurso mais viável para jovens e adultos, com “tempo (rapidez de instalação), custo (aproveitamento de espaços ociosos) e efetividade (emprego de metodologias adequadas)”. (SANTOS; OLIVEIRA, 2004, p. 7).

Modelo escolar dos CEJAs — aberto, não seriado, pleno de possibilidades não aproveitadas/inexploradas — permite a inclusão do aluno mais facilmente do que na rede regular, por outro lado, suas práticas instituídas, ligadas prioritariamente ao estudo de módulos e à realização de avaliações, pouco contribuem para a permanência e o sucesso dos alunos. (BARCELOS, 2005, p.2).

A alternativa mais comum no Brasil para certificar-se é o EJA (Educação para Jovens e Adultos). Com esse modelo de qualificação os estudantes conseguem terminar o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Onde as aulas são presenciais, para inclusão do estudante é necessário que este tenha 15 anos no mínimo par ensino fundamental e 18 anos para ensino médio. Os módulos são de 6 meses que equivale aos anos e series fazem em ensino regular, e as aulas com quatro horas por dia, sendo de segunda a sexta-feira (PRONATEC, 2018).

No Estado de Santa Catarina, a oferta de Educação Básica aos jovens e adultos é realizada por 40 Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJAs), através de ensino

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presencial por disciplinas, uma modalidade de escola que é muito procurada. O interesse deste modelo específico é a versatilidade da carga horária para os estudantes maiores de 18 anos que decidem retornar a estudar. Nesta circunstância especifica, as aulas são ofertadas por disciplinas, o que facilita para o aluno e o tempo de termino são de um ano e meio, onde é composto por 5 dias letivos na semana com 5 aulas diárias de 40 minutos e o mínimo de semanas letivas com 8 semanas no período noturno tendo como carga total 1200 horas.

No período diurno são cinco dias letivos na semana com cinco aulas diárias com duração de 48 minutos e o número mínimo de semana letiva é de sete semanas com carga total de 1260 horas com término em um ano e meio (SANTA CATARINA, 2018).

Em relação ao processo de aprendizagem em biologia, tem que ser adequado conforme o raciocínio se evolui, focando na aprendizagem envolvendo os estudantes em atividades de descoberta, onde o professor não é vetor da informação, mas orientador das experiências (KRASILCHIK, 2008).

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Na realidade em que se vive a educação de jovens e adultos hoje, provoca debate uma sequência de maneiras no qual ela acontece. Dessa maneira, além da alfabetização e escolarização fundamental e média, ela compreende a formação para o trabalho, a educação constante, a capacitação em serviço, dentre outros métodos.

Segundo Schardong, (2015, p. 10):

Essa abrangência e complexidade que temos hoje, em termos de educação de jovens e adultos, é decorrente das mudanças sociais ocorridas no Brasil, principalmente desde o início do século XX. Se em um primeiro momento as preocupações se limitavam a alfabetizar os adultos devido aos altos índices de analfabetismo e a restrição do voto ao analfabeto, a partir dos anos 1950 temos ações voltadas aos adultos analfabetos que superam essas preocupações.

Assim sendo quando estamos falando de educação de jovens e adultos, podemos estar falando sobre diversos modos de educação, voltada a múltiplos sujeitos, ocorrendo em vários períodos ou extensões. Onde observamos as deficiências desta categoria (EJA) e, contudo ainda evento após evento a respeito desta temática, legislação após legislação, pouco se vê alteração destes números.

Referente a isso foi definido que década das nações unidas para alfabetização:

Em 2003, a ONU lançou a Década das Nações Unidas para a Alfabetização (2003-2012) com o slogan Alfabetização como Liberdade [...] Destacou, ainda, que o desafio era grande, pois havia no mundo 860 milhões de adultos analfabetos, ou seja, uma em cada cinco pessoas com mais de 15 anos, dois terços das quais eram mulheres (SCHARDONG, 2015, p.34).

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Já em relação ao Brasil, foi criada, em encontro com o “MEC, no ano de 2000, a Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade (SECADI). Nesta secretaria, há uma Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (DPAEJA)”. (SCHARDONG, 2015. p.34).

Essa diretoria desenvolveu diversos programas, para a educação nessa modalidade. O que é muito significativo para a população e também para país.

Referente às circunstancias de desempenho, “os dados do Censo Escolar do INEP apontam sérios problemas. Em 2006, apenas 27% das escolas que possuíam matrículas em EJA contavam com biblioteca e, em somente 12% dessas escolas, os educandos tinham acesso a computador”. (BRASIL, 2009, p. 18).

Assim sendo, o que se consegue constatar referente à educação do EJA, é que já houve muitos avanços, mas ainda é preciso que se desenvolvam mais políticas públicas para atender a essa parcela da população, estudantes do EJA.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Qual a visão dos estudantes matriculados no CEJA de Tubarão/SC sobre o processo de aprendizagem da disciplina de Biologia?

1.3 JUSTIFICATIVA

O plano curricular do ensino de jovens adultos possui um diferencial no processo de ensino regular, afinal o tempo é reduzido, os métodos a serem usados com estudantes também são outros. As maiores dificuldades são devido às características dos mesmos que estão vivendo momento diferente em suas vidas, mas em outros aspectos, possuem mais facilidades. A grande maioria já possui uma família constituída, filhos, trabalho e quando chegam ao momento de estudar, já estão cansados na maioria das vezes, já que durante o dia todo exerceu diversas funções, diferentes das crianças e adolescentes que, na maioria das vezes, estudam isso durante o decorrer de seus dias. Outro ponto que convém destacar é a redução das horas, dado que um ano, para eles, é feito em um semestre. Isso pode tornar o processo de aprendizagem mais difícil, afinal terão que aprender o conteúdo de três anos em apenas um ano e meio.

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A educação de pessoas jovens e adultas não se trata apenas de uma questão de característica etária, mas, primeiramente, a um quesito de característica cultural. Desta maneira, apesar da idade que trazem consigo, suas dificuldades são no campo da cultura também.

Conforme Brasil (2006), nos últimos tempos o ensino se apresenta com uma oposição que é um problema, em que os estudos, os conteúdos usados para aprendizagem estão focados em preparar o estudante para vestibulares. Em concordância Krasilchik (2008) apresenta que os estudantes estão preocupados com a necessidade de passar em exames e assim só querem decorar fatos, informações sem pensar em adquirir o conhecimento.

A aprendizagem é um processo que antecede, sucede e excede a pratica de ensinar, onde compreende princípios intelectuais, afetivos e coletivos do ser humano. Possibilita a reforma, inclusão e aumento da competência de estudo e raciocínio, consolidando a independência. De acordo com a comissão Internacional sobre a educação para século XXI, o chamado Relatório Jacques Delors para UNESCO (in Parecer CEB nº: 11/2000 p. 11):

Uma educação permanente, realmente dirigida à necessidade das sociedades modernas não pode continuar a definir-se em relação a um período particular da vida – educação de adultos, por oposição à dos jovens, por exemplo, ou a uma finalidade demasiado circunscrita à formação profissional, distinta da formação geral (BRASIL, 2000, p. 11).

Logo, a educação acorre por toda a vida e uns saberes penetram e enriquecem os outros, pois vivemos em uma sociedade democrática, de liberdade de pensamento e de expressão de direitos, de deveres. Isso é assegurado, em boa parte, pela liberdade de ensino e pela pluralidade de sua rede escolar aos adolescentes, jovens e adultos.

Assim, o presente trabalho justifica-se, dado que se pretende verificar a eficiência do processo de aprendizagem na disciplina de Biologia na visão dos estudantes do CEJA e se os mesmos estão conseguindo aprender da forma que consigam adquirir conhecimento. Pretende constatar quais as maiores dificuldades que estes estudantes têm e se os métodos são adequados a eles para que consigam desenvolver a aprendizagem.

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Geral

Verificar a visão dos estudantes matriculados no CEJA de Tubarão/SC sobre o processo de aprendizagem da disciplina de Biologia.

1.4.2 Específicos

• Traçar o perfil da população pesquisada;

• Levantar os motivos que levaram o aluno a parar de estudar no ensino regular e o tempo que ficaram parados;

• Verificar as atividades que não são atrativas em sala de aula; • Constatar qual a concepção de bom professor;

• Levantar os tipos de dificuldades que os estudantes apresentam na disciplina de Biologia;

• Averiguar qual a função da escola na perspectiva dos estudantes matriculados no CEJA.

1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

Assim, o presente estudo organizou-se da seguinte maneira: No primeiro capítulo, há a apresentação do trabalho, constando problema da pesquisa, justificativa, e os objetivos. No segundo capítulo, faz-se a revisão bibliográfica sobre o assunto da pesquisa. No terceiro capítulo, são apontados os métodos metodológicos usados. O quarto capítulo apresenta, a interpretação dos resultados do estudo. E, por último, o quinto capítulo, com as considerações finais que foram desenvolvidas a partir da pesquisa desenvolvida, seguido das referências.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ENSINO MÉDIO

A educação a todos é um direito de cada cidadão, sendo ponto de partida para desenvolvimento de cada pessoa e do País, onde a partir dela é que se obtêm o progresso social, cultural e econômico “A educação pública de qualidade é uma das principais vias para construção de uma sociedade mais justa, solidaria e democrática. Nesse sentido constitui-se em uma poderosa ferramenta para mudança social” (FAVERO; IRELAND, 2007).

O Ensino Médio consiste na última fase da educação Básica. E conforme a Lei de diretrizes e Bases (LDB 9394/96), os encarregados por tornar o Ensino Médio obrigatório são os estados:

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (BRASIL, 1996).

Estará inserido para o ensino médio como currículo, contido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e por programas formativos, que irão ser acomodados em distintos métodos curriculares, em que estarão organizadas da seguinte maneira: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, formação técnica e profissional (BRASIL, 2017).

Segundo a BNCC, os sistemas de ensino e as escolas devem construir seus currículos e suas propostas pedagógicas, considerando as características de sua região, as culturas locais, as necessidades de formação e as demandas e absorções dos estudantes (BRASIL, 2017).

Conforme cada etapa formativa, o componente curricular possui complexidades de acordo com os estudantes. A área Ciências da Natureza e Matemática adquire organização,

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segundo os propósitos formativos comuns e concepções iniciadoras que estarão sendo aprimoradas com o tempo, isto é, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

No fim do trajeto formativo, já no Ensino Médio, os elementos Curriculares obtêm característica disciplinar, de maneira que a Biologia, a Física, a Química e a Matemática, por mais que sejam expostas a situações vividas e praticadas, o efeito de processos históricos, são aprimorados com mais profundidade, desta maneira também com especificidade disciplinar (SANTA CATARINA, 2014).

2.2 ENSINO DE BIOLOGIA

O ensino da disciplina de Biologia tem grande importância no dia a dia das pessoas, o que segundo Krasilchik (2008, p.11) “Admite-se que a formação biológica para que cada indivíduo seja capaz de compreender e aprofundar as explicações atualizadas de processos e de conceitos biológicos, a importância da ciência e da tecnologia na vida moderna, enfim o interesse pelo mundo dos seres vivos”.

Neste momento, a escola passa a ser um cenário inicial para transmissão e construção de conhecimento para criação de um cidadão crítico.

“O instituto Brasileiro de educação, ciências e Cultura (IBECC), que em 1960 já se dedicava à preparação de materiais para ensino prático de biologia, optou por adaptar também dois dos projetos do BSCS (Biological Sciencis Curriculum Study - Estudo Curricular de Ciências Biológicas), ambos destinados às escolas de ensino médio” (KRASILCHIK, 2008, p.15). Ambos os projetos possuíram grande propagação e influencia no ensino atual de Biologia.

Para Krasilchik (2008), o entendimento do ensino de Biologia proporciona ao estudante a competência de adquirir, pensar, analisar e aumentar os conhecimentos sobre os procedimentos biológicos e compreender a relevância na edificação de tecnologia que futuramente ira constituir produtos, e assim beneficiarão ou não a sociedade.

De acordo com Krasilchik (2008, p.13) “Na década de 1950, a Biologia era subdividida em Botânica e Zoologia Geral, apresentando tópicos que as compunham, como a mineralogia, geologia, petrografia e paleontologia a disciplina de história natural” no qual tem o objetivo de informar e com isso contribuindo para sociedade.

Já em 1960, o conhecimento biológico, ocasionou uma mudança na convencional divisão de botânica e zoologia e passaram para análise de fenômenos comuns dos seres vivos (KRASILCHIK, 2008).

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E em 1970, era a ditadura que estava no poder, e o ensino de ciências foi denominado como importante para preparação da qualificação de trabalhadores. A LDB valorizava disciplina, mas, na prática, era profundamente prejudicial pelos obstáculos dos currículos que ligavam o estudante ao mundo do trabalho. A situação começou a se modificar no final dessa década em que movimentos populares exigiram a democratização e assim se levantou teorias para necessidade de mudar o sistema educacional (KRASILCHIK, 2008).

Conforme com Hurd (apud KRASILCHIK, 2008, p.16):

Nessa época, na maioria das vezes, as propostas para o ensino de Ciências eram agrupadas em títulos, como “Educação em Ciência para Cidadania” ou “Ciência, Tecnologia e Sociedade”, devendo facilitar a mobilidade social do indivíduo e contribuir para o desenvolvimento do país (HURD, apud KRASILCHIK, 2008).

Em pesquisas realizadas o autor observou que devido ao momento que se encontrava o país, não se tinham investimentos em qualificação, e as aulas sentiam a crise. A população escolar passou por muitas modificações e em meados de 1990 foram estabelecidos programas com as competências e habilidade avançada em biologia.

Conforme Krasilchik, (2008, p.20):

Vimos que a biologia, como é apresentada nas escolas de ensino médio e fundamental, ainda hoje reflete o momento histórico do grande desenvolvimento cientifico das décadas de 1950 e 1960, da esperança depositada na ciência para solução dos problemas da humanidade e, paradoxalmente, dos problemas decorrentes do uso de ciência e da tecnologia. No entanto, a partir dos anos de 1970, eclodiram enormes problemas sociais demonstrando que, pelo menos em parte, essas esperanças eram infundadas e produziam mudanças de documentos legais, embora o ensino nas classes pouco tenha mudado (KRASILCHIK, 2008).

No dia 20 de dezembro de 1996, é criada nova Lei de nº 9 394em que diz que no ensino médio é obrigatório a oportunidade para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da existência social e política, focando no conhecimento do Brasil (BRASIL, 2006). Lei na qual é utilizada nos dias atuais.

2.3 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Na educação básica existem modalidades, adicionalmente, na oferta de cada fase e pode obedecer a uma ou mais das modalidades de ensino: Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Profissional e Tecnológica, Educação a Distância, a educação nos estabelecimentos penais e a educação quilombola. (BRASIL, 2013).

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Na formação curricular da Educação Básica, é preciso verificar as diretrizes comuns de todas as fases, modalidades e orientações temáticas, acatadas as especificidades e as dos submetidos que se destinam. Cada fase é demarcada por seu propósito, princípio e por seus objetivos ou por suas diretrizes educacionais (BRASIL, 2013).

A Educação Especial é uma educação que fica situada através de quaisquer fases ou modalidades, complementando a educação regular, tendo que ser colocada no projeto político da escola. Em todos os modos de ensino deve-se comportar a entender quaisquer estudantes que possa ter alguma deficiência, possibilitando um ensino de qualidade para sempre considerando as especificidades de cada um (BRASIL, 2013).

Os órgãos normativos de ensino formarão discernimentos de distinção das organizações privadas sem fins lucrativos, especializadas e com ação específica em Educação Especial, em apoio técnico e financeiro junto do poder público e coloca que o poder público aumentará o acolhimento a necessidades especiais na rede pública regular de educação (BRASIL, 2013).

A Educação Profissional e Tecnológica, de acordo com o arranjo na LDB, junto às mudanças inseridas pela Lei nº 11.741/2008, a finalidade da educação nacional, se junta a diferentes condições e maneiras de ensino e às extensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Deste modo pode se organizar por modalidades, tendo um modo de dispor a educação nos níveis da educação básica e superior e em sua articulação com outras modalidades educacionais, tendo com eixo o reconhecimento das tecnologias que se descobrem no desenvolvimento destes (BRASIL, 2013).

Na educação no campo, a identificação da escola é decidida por sua conexão com as demandas próprias à sua realidade, vinculado no tempo e conhecimentos dos estudantes, na rede de ciência e tecnologia que existem na sociedade e nas circulações sociais em amparo de projetos que agreguem as saídas determinadas por pontos à qualidade social. A educação com destino a população rural está antecipada na LDB, em que são decididas, com amparo à população rural, com adaptações às suas especificidades (BRASIL,2013).

Na constituição profissional e tecnológica para o meio rural, o estudante, no decorrer do curso e como peça constituinte dele, participa em acompanhamento e alternadamente, de dois ambientes de aquisição escolar e trabalhista (BRASIL,2013).

A educação indígena tem realidade especial, registrada em terras e cultura indígenas. Têm assim pedagogia própria em virtude à especificidade étnico-cultural de cada

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povo e constituição especial de seu quadro instrutor observado, os princípios constitucionais é que orientam a Educação Básica brasileira (BRASIL, 2013).

Possui o projeto pedagógico exclusivo, por escola ou por povo indígena, contendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da Educação Básica; os traços exclusivos das escolas indígenas respeitando étnico-cultural de todo povo; as realidades sociolinguísticas; os assuntos curriculares designadamente indígenas e os modos próprios de composição do conhecimento e da cultura indígena; e a atuação da comunidade ou povo (BRASIL, 2013).

A Educação a Distância identifica-se por meio didático-pedagógica nos métodos de educação e conhecimento que acontece com o uso de meios e tecnologias de informação e comunicação, onde estudantes e professores dissertam exercícios educativos em lugares ou tempos diferentes (BRASIL, 2013).

A Educação Quilombola é construída em integrações educacionais inscritas em terras e cultura, promovendo pedagogia própria em atendimento à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação específica, analisados a constitucionais, a base nacional e as orientações a Educação Básica brasileira (BRASIL, 2013).

Refere-se aos que possuem uma idade superior à considerada favorável, no nível de término do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, a deficiência escolar de adultos e jovens que excedem a idade, desde a total ausência de alfabetização, atravessando o analfabetismo funcional, e inacabada escolarização. O desacordo educacional aumenta a exclusão social, impedindo a população de compartilhar dos bens culturais, de participar da vida prospera e de exercer seus direitos (BRASIL, 2013).

2.4 EDUCAÇÃO DE JOVENS ADULTOS

Brasil (2016) apresenta pesquisas onde mostram que em média metades dos adolescentes do Brasil que possuem de 15 a 17 anos não estão matriculadas no ensino médio, onde podem variar estes dados de região para região.

Conforme a Lei de nº 9.394/96 os estudantes que saem das escolas sem concluir o ensino médio ou até mesmo quando nunca tiveram a oportunidade de terminar as séries iniciais, devido a diversas situações que ocorreram durante o percurso, poderão voltar a estudar, onde informa que a educação para jovens e adultos está destinada às pessoas que não tiveram oportunidade de concluir o ensino fundamental e médio (BRASIL, 1996).

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De acordo com Favero e Ireland (2007), o problema na aprendizagem do estudante do EJA, é de que a escola ao recebê-los, tem que se adequar ao novo perfil dos estudantes, programas, currículos e métodos de ensino, pois foram feitos a princípio para atender crianças e adolescentes. Certos hábitos, valores e possuem culturas diferentes, colocando em situações inadequadas que posteriormente poderia levar a uma desistência, é preciso ter a sintonia entre escola e estudante.

Com relação à aprendizagem, as características desta etapa da vida adulta fazem com que o mesmo leve com ele habilidades e dificuldades diferentes de uma criança ou adolescente e certamente, maior quantidade de reflexão sobre conhecimento e sobre os próprios processos de aprendizagem (FAVERO; IRELAND, 2007).

Então, o adulto por ter características diferentes, que irão tanto favorecer seu aprendizado como também dificultar, depende não apenas da sua capacidade de aprendizagem, mas a utilização de métodos adequados de ensino, que contribuam com sua formação intelectual e de cidadania.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta o modo como foi elaborado o estudo, qual tipo de pesquisa utilizada, quais pessoas integram a pesquisa, com a exposição fundamentada dos métodos, técnicas e os instrumentos usados para buscar as interrogações do estudo.

3.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA

Este trabalho trata de uma pesquisa descritiva com análise qualitativa e quantitativa dos dados coletados, compreendendo com base no referencial teórico.

O método de pesquisa usado procurou análises quantiqualitativas dos dados levantados, “A coleta de dados científicos quantitativos tem-se a pesquisa de levantamento, ou survey. É importante mencionar que alguns autores denominam as pesquisas que apresentam esse delineamento como pesquisas descritivas”, (BAPTISTA, 2007, p.82). A pesquisa de levantamento tem como objetivo descrever, explicar e investigar o caso proposto, ao estar fazendo o levantamento, estará se descrevendo como apresenta a amostra. A partir do mesmo é possível identificar também a explicação da presença do fenômeno. (BAPTISTA, 2007, p. 82).

A pesquisa qualitativa, por sua vez, descreve a complexidade de determinado problema, sendo necessário compreender e classificar os processos dinâmicos vividos nos grupos, contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das mais variadas particularidades dos indivíduos (DALFOVO, LANA, SILVEIRA, 2008).

Os procedimentos utilizados têm como base as concepções determinadas por, Lehfeld (1991), que se refere à pesquisa como uma interrogação, o método meticuloso e intenso, no qual tem por propósito encontrar e esclarecer acontecimentos que estão introduzidos em uma realidade.

Foi utilizada neste trabalho uma pesquisa de campo que, para Marconi e Lakatos (1996, p. 83), é usada com o “[...] objetivo de conseguir informações/ ou conhecimentos acerca de um problema para qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles” neste tipo de pesquisa os dados coletados têm que ser conforme a realidade que ela apresenta.

O estudo foi realizado com planejamento metodológico de pesquisas bibliográficas e com pesquisa de campo.

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3.2 SUJEITO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada no município de Tubarão/SC, no Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), no ano de 2018. No atual momento, a escola possui 754 estudantes distribuídos entre ensino fundamental e ensino médio. Nesta instituição, (CEJA) as turmas são ofertadas no período matutino e noturno, sendo no total 55 estudantes ingressos na disciplina de Biologia no ensino médio da instituição, divididos em duas turmas.

Para Rauen (2015, p. 294),

[...] população de estudo ou amostra, que é um conjunto de indivíduos sobre os quais se fazem observações e coletam-se dados” e informa que “amostra, portanto, define-se o conjunto de elementos de uma população que é escolhido de acordo com uma regra ou plano para representá-la, em função de alguma característica comum a ser investigada.

Os dados coletados foram levantados nas duas turmas de Biologia do Ensino Médio, na instituição do CEJA, tendo em média de 28 estudantes por turma com 34 estudantes no período noturno e 22 estudantes no período matutino. Assim, foram coletadas as informações de 56 estudantes no final da pesquisa.

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada após a aprovação do comitê de Ética em pesquisa com seres humanos – CEP, com o parecer número 3.024.280.

Foi feita uma visita à instituição que serviu de campo de pesquisa e, depois de ser autorizada a realização da pesquisa pelos representantes legais, a pesquisadora conversou com os professores das turmas do período noturno e matutino do ensino médio. Após este momento, foi realizado um primeiro contato com os estudantes das turmas e verificou-se quais estudantes queriam participar desta pesquisa, e posteriormente, foram entregues os termos de consentimento livre e esclarecido e termos de assentimento livre esclarecido.

Em seguida, agendou-se uma hora com os professores, para assistir a uma aula, e assim poder conhecer melhor o perfil dos estudantes e usar uma aula posterior para os estudantes poderem responder ao um questionário individualmente e anonimamente.

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3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Para efetuação do estudo é preciso de um método de pesquisa, e segundo Rauen (2015, p. 311), “instrumentos de coleta de dados definem-se procedimentos ou técnicas, aparelhos, equipamentos ou utensílios com os quais o pesquisador pode demonstrar quantificar e/ou qualificar fenômenos sob observação”.

O autor informa que para o instrumento de coleta possa atender aos princípios necessita passar a realidade que será pesquisada e com isso irá conseguir transmitir validade e confiabilidade dos dados. (RAUEN, 2015, p. 312).

O instrumento que foi utilizado na pesquisa para coleta de dados pela pesquisadora foi um questionário (Anexo A), contendo 15 questões abertas sem identificação, um instrumento padronizado utilizado por Pinto (2009), na universidade de UNICAMP. Esse instrumento aplicado teve o intuito de apurar como está o processo de aprendizagem dos estudantes do CEJA na disciplina de Biologia.

Conforme Rauen (2015, p. 325),

Por questionário define-se uma interação social em que se efetuam comunicações configuradas como atos verbais de comunicação numa situação formal padronizada, caracterizada por uma lista de perguntas escritas, em geral impressas, que demandam resposta por escrito.

O questionário respondido foi em forma de roteiro de questões sobre como são as aulas, como está o processo de aprendizagem de cada um, quais dificuldades enfrentadas pelos mesmos entre outras, com intuito de verificar como está o processo de aprendizagem destes estudantes. As respostas foram coletadas sem interferência do pesquisador.

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados coletados foram categorizados e apresentados em gráficos e tabelas, pois segundo Selltizz et al (apud RAUEN, 2015 p.342), “o objetivo da análise é sumariar as observações completadas, de forma que estas permitam respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação a outros conhecimentos já obtidos”.

Segundo Rauen (2015, p.341) os “procedimentos intermediários de elaboração, organização ou tratamento estatístico dos dados ou achados coletados na investigação, com o objetivo de fornecer sua adequada classificação, codificação, tabulação, computação, organização, descrição e apresentação [...]”.

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Após as análises de todas as respostas, os dados foram organizados em tabelas e gráficos o que, segundo Rauen (2015) “a forma mais convencional de representação dos dados da pesquisa é a numérica, ou seja, por tabulação”. A tabela serve para ajudar o investigador e assim facilitar para que ele, segundo Ander-Egg (1978, p. 150) “distinga semelhanças, diferenças e relações mediante a clareza e o relevo que a distribuição lógica presta à classificação”.

Foi feito a tabulação dos dados “procedimentos com os quais o investigador dispõe de informações formadas por linhas ou colunas denominadas tecnicamente de tabelas ou planilhas, com finalidade de sintetizar as informações, facilitar sua compreensão e aprimorar sua interpretação”.

Posteriormente, a apresentação dos resultados, esses foram analisados à luz do referencial teórico. E, assim, comparados com os resultados obtidos na pesquisa de Pinto (2009), instrumento no qual foi usado como base para comparação dos resultados do presente estudo, para assim realizar a interpretação dos resultados e considerações finais.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Os resultados dos dados coletados através do questionário são apresentados neste capítulo do trabalho em forma de tabelas. Atualmente estão matriculados no CEJA 55 alunos, mas apenas 26 destes aceitaram participar da pesquisa.

As tabelas foram organizadas em duas categorias: grupo1 – perfil dos estudantes participantes da pesquisa e Grupo 2 – dados referentes ao processo de aprendizagem na disciplina de biologia.

Para a análise e discussão dos resultados obtidos, utilizou-se como parâmetro o estudo realizado por (PINTO, 2009) que buscou compreender os processos de aprendizagem dos alunos adultos da EJA e através desta compreensão apontar caminhos para que a aprendizagem ocorresse. Essa pesquisa foi realizada na instituição de ensino EMEJA “Nísia Floresta” da cidade de Campinas/SP. E também foram utilizados alguns dados do IBGE.

As respostas obtidas a partir da aplicação do questionário foram categorizadas e expressas em frequência e em percentual.

Na Tabela 1, será exposta a faixa etária dos estudantes do CEJA participantes da pesquisa realizada.

Tabela 1: Idade dos estudantes

Resposta Frequência Percentual %

18 a 20 anos 5 19,23 21 a 30 anos 8 30,77 31 a 40 anos 7 26,92 41 a 50 anos 4 15,38 Acima de 50 anos 2 7,7 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Como foi possível observar nos dados obtidos, o maior índice de idade de estudantes está presente na faixa etária de 21 a 30 anos de idade, sendo este percentual de 30,77%. Comparando as informações levantadas com o estudo de Pinto (2009), em que foram identificados alunos dentro da faixa etária, que variou de 18 a 40 anos de idade, sem mencionar qual o maior percentual de frequência de idade.

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O regresso de jovens e adultos ao ensino médio é, sem dúvida, um dado muito positivo, apesar do reconhecimento de que muitos deles foram penalizados pela ausência de medidas de promoção da qualidade da educação regular, fundamental e média, e de políticas econômicas de correção das distorções distributivas que são endêmicas à realidade social brasileira. Todavia, trata-se de uma perspectiva animadora com relação ao aumento do potencial do poder destas pessoas de fazer escolhas e traçar criativamente alternativas para sua educação continuada.

Nesse estudo, assim como descrito por Machado(2006) consegue-se observar, que ainda há uma evasão do ensino regular, por diversas razões, mas estão retornando às salas de aula, o que é um ponto muito positivo. Outro ponto muito importante, é em relação a faixa etária em que este retorn o acontece, variando de 18 a mais de 50 anos de idade.

O nível de instrução cresceu de 2007 para 2014, sendo que o grupo de pessoas com pelo menos 11 anos de estudo, na população de 25 anos ou mais de idade, passou de 33, 6% para 42,5% [...] Em 2014, no contingente de 25 anos ou mais de idade, a parcela com pelo menos 11 anos de estudo representava 40,3%, para os homens e 44, 5% para as mulheres (IBGE, 2018).

De acordo com os dados do IBGE apresentados acima, é possível constatar, que ao longo dos anos o índice de nível de instrução está aumentando, dado este que é de grande importância, pois conseguimos constatar que as pessoas estão mais preocupadas em estudar e cada vez mais se profissionalizarem.

A próxima Tabela está expressa o número de estudantes categorizados pelo sexo masculino e feminino.

Tabela 2: sexo dos estudantes

Resposta Frequência Percentual %

Masculino 16 61,53

Feminino 10 38,47

Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

De acordo com a Tabela 2, pode-se perceber que a maioria (61,53%) dos estudantes pesquisados foram do sexo masculino. No estudo utilizado para comparação, o de Pinto (2009), 70% eram mulheres e 30% eram homens.

Conforme IBGE 2018:

Em 2016, as mulheres de 15 a 17 anos de idade tinham frequência escolar líquida (proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino adequado a sua faixa etária) de 73,5% para o ensino médio, contra 63,2% dos homens. Isso significa que 36,8% dos homens estavam em situação de atraso escolar.

Comparando os dados obtidos nesta pesquisa com o estudo realizado pelo IBGE (2018), justifica-se o maior percentual de homens cursando o CEJA, devido à evasão de o

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ensino regular ser maior entre homens. Assim sendo, corroborando com as informações levantadas na pesquisa.

Em relação ao município de residência dos estudantes que estudam no CEJA de Tubarão/SC, foram identificados 15 bairros diferentes de procedência. Entre os mencionados, 13 pertencentes à cidade de Tubarão e 2 referente a cidades próximas, como Capivari de Baixo e Treze de Maio.

Referente à tabela posterior será apresentado os períodos de aula dos estudantes matriculados no ensino médio e participantes do estudo.

Tabela 3: Turno que frequentam o CEJA.

Resposta Frequência Percentual %

Vespertino 15 57,7

Noturno 11 42,3

Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Quanto à Tabela 3, observou-se que, entre os 26 estudantes que participaram do estudo, 57,7% frequentam as aulas no período vespertino e 42,3% no período noturno. Referente a este dado, podemos constatar que as informações estão corroborando com as respostas mencionadas também na tabela 5, que expõe que maioria dos estudantes estão desempregados, assim possibilitando estarem estudando no período vespertino. Já no estudo de Pinto (2009), o funcionamento das aulas só ocorre no período noturno.

Segundo, Silveira, Cavallini e Gazzonl: “Os dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego é maior entre as pessoas com menor escolaridade. Os mais afetados são aqueles que têm ensino médio incompleto - para esse grupo, a taxa é de 20% , contra 6,2% para os profissionais com curso superior”.

Cabe aqui salientar que a escolaridade pode interferir, diretamente, na empregabilidade. Dessa forma, a baixa escolaridade pode ser o motivo pelo qual a maioria dos estudantes desta pesquisa está desempregada, pois a possibilidade de uma pessoa com escolaridade menor conseguir um trabalho é menor.

No estudo de Pinto (2009) todos os estudantes estão empregados e todos os estudantes cursavam turmas no período noturno. Como observado nos dois estudos realizados, o período, em que os estudantes estão matriculados, deve se justificar devido estarem trabalhando ou não.

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A Tabela 4 é referente sobre qual programa de educação básica compreende os estudantes analisados, sabendo que PEB I (Programa de educação Básica) refere-se a qualquer estudante da educação infantil, magistério e fundamental series iniciais e PEB II refere-se aos estudantes de ensino fundamental e médio.

Tabela 4: Professor de Educação Básica - PEB

Resposta Frequência Percentual %

PEB I 0 0

PEBII 26 100%

Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Conforme a Tabela 4, todos os estudantes correspondem ao Programa de Educação Básica (anos finais) - PEB II, já que o estudo foi realizado com estudantes do bloco de período 3, que corresponde ao ensino médio 3º ano.

Segundo, lei 2912/03 | lei nº 2912 de 14 de agosto de 2003, município de amparo:

Art. 8º - A classe de Docentes é constituída por empregos de Professor, em 02 (dois) níveis, assim denominados:

I - Professor de Educação Básica I - PEB I, portador de habilitação em nível de Ensino Médio ou Superior, para o magistério de Educação Infantil e Ensino Fundamental, de 1a a 4a séries;

II - Professor de Educação Básica II - PEB II, portador de Habilitação em nível de Ensino Superior, para o magistério dos componentes curriculares das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

Denominação de PEB pode variar um pouco de região para região, mas a estrutura básica é que PEB I seria para anos iniciais e PEB II ensino fundamental e ensino Médio.

Conforme estudo de Pinto (2009) todos os estudantes que participaram do estudo estavam no PIB II.

Na Tabela 5 será apresentado se os estudantes participantes do estudo estão trabalhando no momento e quais as áreas de trabalho que eles atuam.

Tabela 5: Trabalho dos estudantes

Resposta Frequência Percentual %

Desempregado 7 26,93

Aposentado 2 7,7

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Auxiliar de professora 2 7,7 Mecânico 2 7,7 Salão de beleza 2 7,7 Ajudante de marceneiro 2 7,7 Higienização hospitalar 1 3,84 Jardineiro 1 3,84 Pedreiro 1 3,84 Técnico em refrigeração 1 3,84 Operador de empilhadeira 1 3,84 Coordenador 1 3,84 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

De acordo com os dados coletados pode-se perceber que a maior incidência, cerca de 26,93 % dos estudantes, estão desempregados e os restantes trabalham em diferentes áreas. Entre as ocupações profissionais apontadas a maioria atua na área de serviços gerais 11, 53% . A partir desses dados pode-se concluir que por não terem muito estudo estas pessoas acabam trabalham em áreas que não necessitam um elevado grau de escolaridade.

Comparando as informações deste estudo com a do estudo de Pinto (2009), em que todos os estudantes possuiam serviço remunerado, verifica-se que também houve a constatação que 40% dos pesquisados atuavam em serviços diversos, 30% trabalhavam como doméstica e 30% como pedreiro, auxiliar marceneiro e auxiliar manutenção. Em todas as atividades ocupacionais mencinadas percebe-se que não há necessidade de muita habilidade na leitura e escrita.

Schultz, (1967) demonstra sua apreensão com a qualificação do trabalhador, conhecida como potenciadora do aumento econômico e das possibilidades individuais de obtenção a melhor função de trabalho. Por consequência, o capital educacional, aumentado pelo trabalhador, possibilitaria não só um maior rendimento, como esclareceria as diferenças individuais de oportunidades de introdução no mercado e da remuneração ganhada.

Então com o aumento da escolaridade, haveria maior possibilidade de conseguir, uma melhor inserção no mercado de trabalho e, consequentemente, uma remuneração melhor.

Relativo à Tabela 6, são apresentadas as razões que levaram os estudantes participantes do estudo a abandonarem a escola no período regular.

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Tabela 6: Motivos de parar de estudar

Resposta Frequência Percentual %

Trabalho 9 34,62 Gravidez 7 26,92 Falta de interesse 7 26,92 Motivos familiares 2 7,7 Doença 1 3,84 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Os dados obtidos nessa pesquisa estão corroborando com o estudo desenvolvido por Pinto (2009), em que retratou com maior motivo para os estudantes desistirem de estudar é a iniciação no mercado de trabalho, com 80% das respostas. No presente estudo, o índice não se mostrou tão elevado como do estudo comparado, mas teve como maior causa de evasão do ensino regular (34,62%), o abandono dos estudos para poderem trabalhar.

Outros motivos da evasão do ensino regular que também são apresentados no estudo de Pinto (2009) são os motivos familiares e de doenças. Porém, no presente estudo estes motivos não apareceram com uma frequência tão grande (7,7%), mas também foi constatado. Talvez essa diferença, possa ser devido aos locais nos quais foram realizadas as pesquisas, onde a autora coloca que foram entrevistadas pessoas de áreas rurais e nessa pesquisa, estudantes da zona urbana.

De acordo com Souza e Alberto (2008, p.715), problemas familiares financeiros levam ao trabalho infantil, por isso, geralmente, acontece em uma condição social menos favorecida, ou seja, “para a criança e para o adolescente das classes populares determinados privilégios desfrutados no seio familiar são perdidos à medida que esses sujeitos crescem e passam a ter condições de fazer certas tarefas”.

Os estudantes nesta etapa que deveriam estar estudando e se desenvolvendo cognitivamente ou intelectualmente, para que desta maneira, possam ter uma qualificação melhor e assim, conseguir salários e oportunidades melhores, que fossem lhes permitir no futuro uma vida mais estável, com rendimento melhor. Mas, infelizmente, por necessidade de ajudar sua família estes acabam abandonando o ensino regular e, desta maneira, mantendo a distinção entre classes.

Através de uma educação de qualidade pode-se mudar essa realidade, permitindo com que pessoas menos favorecidas tenham também a possibilidade de ascenção pessoal e

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profissional e, consequentemente, de melhorar financeiramente, quebrando o ciclo de distinção de classes.

Segundo Moura (2006, p. 6):

A sociedade brasileira não conseguiu reduzir as desigualdades socioeconômicas e as famílias são obrigadas a buscar no trabalho das crianças uma alternativa para a composição de renda mínima, roubando o tempo da infância e o tempo da escola. Assim, mais tarde, esses jovens retornam, via EJA, convictos da falta que faz a escolaridade em suas vidas, acreditando que a negativa em postos de trabalho e lugares de emprego se associa exclusivamente à baixa escolaridade, desobrigando o sistema capitalista da responsabilidade que lhe cabe pelo desemprego estrutural.

Infelizmente, como conseguimos observar, este é um ponto muito delicado, pois de um lado se tem uma família necessitada que para sobreviver precisa retirar estes estudantes da escola e colocá-los para trabalhar e ajudar na renda de sua família, e de outro lado essas crianças e adolescentes que têm o direito de estudar e assim ter a oportunidades de ser criança e de aprender de criar e estudar, para que no futuro tenha melhores oportunidades de vida.

“A juventude é aquela fase intermediaria da vida, situada na transição da criança para o mundo adulto, idealmente do estudo ao trabalho [...] Neste sentido, na maioria legal aos 18 anos os jovens são ainda meio estudantes, meio trabalhadores”. (NERI, 2009, p.26 e 27).

De acordo com autor acima citado, a juventude é uma etapa de transição, no qual muitas vezes, os estudantes, ficam indecisos e acabam por optando por uma das opções e assim podendo abandonar o ensino regular da escola neste momento.

Como foi possível observar das mulheres que foram entrevistadas, 70% tiveram que desistir dos estudos por terem engravidado, índice esse considerado bem alto.

A adolescência é um momento que tem como característica a mudança da infância para idade adulta, ou seja, pela perda da identidade infantil, busca da identidade adulta, sendo assim, uma fase de profunda instabilidade emocional e mudanças corporais (GOLDENBERG et al., 2005).

A maior parte dos jovens chega à maturidade sexual sem atingir a maturidade social e é neste momento que ele enfrenta um mundo complexo onde ainda não possui um repertório apropriado, já que as modificações que o ambiente requer desta fase são muitas.

Na próxima tabela estão expostas às causas que motivaram os estudantes a retornarem à escola.

Tabela 7: Retorno a escola.

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Melhorar currículo de trabalho

12 46,16

Ingressar em curso superior 9 34,62

Motivo previdêncial 3 11,54

Tempo de ocupação 1 3,84

Acredita ser importante 1 3,84

Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Referente ao retorno dos estudantes à escola aparece como principal motivação estar melhorando o currículo de trabalho, com 46,16% das respostas.

Conforme Pinto (2009), 40% de sua população amostral teve como motivo de retorno à escola melhorar o currículo de trabalho e, também com 40%, poder ter um futuro melhor. Da mesma forma, neste estudo pode-se observar que melhorar as perspectivas para um futuro melhor apareceu em grande percentual das respostas (34,62%), pois muitos informaram ter vontade de continuar no curso superior e assim poder ter uma vida melhor. Desta maneira conseguimos observar que as respostas estão dentro de uma mesma linha de raciocínio nos dois estudos.

Abaixo está transcrita uma das respostas obtidas durante a aplicação do questionário com os estudantes do CEJA de Tubarão, que reiteram a vontade de obter maior qualificação profissional através da ascensão escolar.

“Acabei perdendo oportunidades de emprego, pois não tinha terminado de

estudar, além do constrangimento de não saber escrever direito” (21 anos, sexo feminino,

desempregada).

Para Oliveira (1996), averiguando os métodos de alfabetização de jovens e adultos, acredita que o regresso a escola é um marco incontestável na reintegração dos vínculos do conhecimento.

A escola é um lugar indispensável à educação em direção à cidadania, de uma relevância cívica essencial, não como uma “antecâmara para a vida em sociedade” No entanto, formando o primeiro degrau de uma caminhada (OLIVEIRA MARTINS, 1992: 41). Deve oportunizar a “cultura do outro” tal qual “necessidade de compreensão de singularidades e diferenças” (OLIVEIRA MARTINS, 1992: 41), assim proporciona a reflexão pessoal e comunitária, o conhecimento rigoroso e organizado da vida e das obrigações e o

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entendimento de culturas, de nações, do mundo. A escola promove um horizonte mais extenso no qual permite inscrever as suas vidas.

Conforme Mello, (1998, p.43):

[...] fator importante para a qualificação dos recursos humanos requeridos pelo novo padrão de desenvolvimento, no qual a produtividade e a qualidade dos bens e produtos são decisivas para a competitividade internacional. Ainda que por si só a educação não assegure a justiça social, nem a erradicação da violência, o respeito ao meio ambiente, fim das discriminações sociais e outros objetivos humanistas que hoje se colocam para as sociedades, ela é, sem dúvida, parte indisponível do esforço para tornar as sociedades mais igualitárias, solidárias e integradas

Como acima citado, a educação é um importante caminho para a qualificação profissional, em que, teoricamente, quanto maior o grau de instrução, maiores oportunidades no mercado de trabalho concorrido. Dessa forma, através da escolarização tem-se oportunidade de se melhor qualificar e, consequentemente, poder conseguir um salário melhor, o que poderá auxiliar na melhoria da qualidade de vida. Assim, por mais que saibamos que a educação não irá resolver tudo, mas ela é ponto de partida.

A Tabela 8 trata sobre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes para voltarem para a escola.

Tabela 8: Dificuldades ao voltar a estudar

Resposta Frequência Percentual %

Nenhuma. 13 50

Conciliar rotina do dia-a-dia com a escola. 6 23,08 Dificuldades com no entendimento do conteúdo. 5 19,23 Problemas de saúde 2 7,69 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Analisando os dados obtidos, contatou-se que a maior parte dos estudantes, cerca de 50%, relatou não encontrou nenhuma dificuldade. Comparando este dado com de Pinto (2009), consegue-se verificar que apenas 20% dos pesquisados não tiveram dificuldades para retornarem ao ambiente escolar.

Neste estudo com os estudantes do CEJA de Tubarão, a maior dificuldade apontada pelos estudantes para retornarem para escola (23,08%), foi conciliar a rotina do

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dia-a-dia com as atividades escolares (família, trabalho, cansaço entre outros). Já no estudo utilizado como base para comparação, consta que 60% de sua população amostral apresentam dificuldade em conciliar as atividades do trabalho e familiar com a rotina escolar.

Observou-se, também, que a uma das dificuldades enfrentadas pelos estudantes é o entendimento do conteúdo (19,23%), valor muito próximo do encontrado por Pinto (2009), apontado por 20% dos participantes da pesquisa.

O exercício de exemplos em sala de aula na ação do professor é um mecanismo que contribui muito para o entendimento do conteúdo por parte do estudante. Cabe a ele realizar, mostrar, evidenciar tudo que deve ser analisado e, especialmente explicado, isto é, passar aos estudantes o modo teórico que oportuniza a entendimento do que é estudado, estabelecido cultural e cientificamente (GASPAR; CASTRO, 2005, p.7).

O uso de jogos e aulas práticas, didaticamente, caracteriza um importante método de efetuar determinados conteúdos, ajudando o professor na explicação dos conteúdos e os estudantes no entendimento, sendo mais que uma diversão, proporcionando uma formação completa ao estudante e, assim, fazendo brotar um maior interesse dentro dos estudantes para aula e consequentemente aumentando a possibilidade de permanência desses na escola e na continuidade dos estudos.

[...] Parte dos alunos da EJA inicia seus estudos na modalidade e interrompe. Alguns retornam e interrompem por vezes e outros nunca retornam. Isso se deve a questões diversas, devido a problemas pessoais, familiares, ao trabalho, a dificuldades de aprendizagem, etc. (FABRICIO, PINHO E MOTTA, 2015, p.4).

Podemos assim considerar a metodologia utilizada pelo professor em suas aulas poderá contribuir para a superação de dificuldades encontradas pelos estudantes para retornarem para a escola.

A seguir, está sendo apresentada a Tabela 9, apontando as atividades desenvolvidas em sala de aula que mais despertam o interesse dos estudantes do CEJA de Tubarão.

Tabela 9: Atividades que mais gosta em sala

Resposta Frequência Percentual %

Todas 6 23,08

Debates 5 19,23

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Biologia e História e Física Trabalho 4 15,38 Artes 3 11,54 Escrever 2 7,7 Atividades desenvolvidas em Matemática 1 3,84 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

Em relação à Tabela 9, o que se consegue constatar é que a maioria dos estudantes (23,08%) gostam de todas as atividades desenvolvidas em sala de aula. O segundo item que mais teve frequência de respostas, foi o desenvolvimento de atividades com debates (19,23%), seguido de mesmo percentual das atividades desenvolvidas nas disciplinas de Biologia, História e Física, onde eles desenvolvem cartazes didáticos sobre conteúdos abordados e também desenhos e atividades práticas.

Comparando os dados obtidos neste estudo com o de Pinto (2009), verificou-se que os dados não corroboraram, pois no estudo desse autor a atividade que teve maior preferência foi à relacionada com matemática. Segundo os estudantes, essas atividades são de rápida realização e fácil compreensão. Porém, no estudo com os estudantes do CEJA de Tubarão, as atividades relacionadas à disciplina de matemática foram as que apareceram com menor preferência (3,83%).

Cabe aqui destacar que o “Fator a ser percebido é que uma escola não atraente e sem sentido para o frequentador provoca a evasão. A evasão escolar é um dos vários problemas enfrentados pela educação brasileira” (CITTADIN; BADALOTTI. p.2. 2015). Logo, a escolha de atividades atraentes e significativas pode contribuir para a redução da evasão escolar, pois os estudantes sentem-se mais motivados e interessados.

É importante que o professor utilize em suas aulas metodologias diferenciadas e atrativas, pois sabemos que a grande maioria destes estudantes tem uma rotina de trabalho, família entre outros afazeres, e quando chegam à escola, já estão cansados e, muitas vezes, desmotivados.

A Tabela 10, apresentada a seguir, trata das atividades que os estudantes não gostam de realizar em sala de aula.

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Tabela 10: Atividades que menos gosta em sala

Resposta Frequência Percentual %

Nenhuma 10 38,46 Prova 5 19,23 Física 4 15,38 Ler e escrever 2 7,7 Debate 2 7,7 História e artes 2 7,7 Matemática 1 3,83 Total 26 100%

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

A grande maioria diz que gostam de todas as atividades desenvolvidas (38,46%). Uma parcela de 19,23% dos pesquisados dizem que não gostam de atividades avaliativas, como a realização de provas.

Este descontentamento dos estudantes, pode estar relacionada com o fato da prova ser vista como um instrumento classificatório e não como um instrumento de diagnóstico, para verificar se houve aprendizagem. Em uma aprendizagem mecânica os estudantes são levaodos a “decoreba”, pois apenas decoram as informações para prova, mas não tentam entendê-la ou contexto dessa informação.

Quando o conteúdo escolar a ser aprendido não consegue ligar-se a algo já conhecido, ocorre o que Ausubel chama de aprendizagem mecânica, ou seja, quando as novas informações são aprendidas sem interagir com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Assim, a pessoa decora fórmulas, leis, mas esquece após a avaliação. (PELIZZARI et al, 2001-2002, p. 38)

Uma das maneiras de se trabalhar conteúdos com os estudantes, seria com atividades que gerassem um conhecimento e não decoreba, uma aprendizagem significativa, em que o sujeito em questão tem a capacidade de demonstrar o conhecimento que acabou de aprender de diferentes maneiras, podendo representar esse conteúdo, usando suas próprias palavras.

Talvez, por esta razão, que os alunos desgostem de avaliações, principalmente considerando a forma como esses instrumentos são feitos, que os levam apenas à repetição de conteúdos.

Como segunda resposta que mais aparece neste estudo como atividade que os estudantes menos gostam de realizar, estão aquelas relacionadas aos conteúdos da disciplina de Física, com 15, 38%. Essa dificuldade pode dar-se, talvez, devido à dificuldade de trazer

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