METABOLISMO
DE LIPÍDIOS
Lipídios
Membranas
Sinalização
celular
Hormônios
A oxidação de ácidos graxos é uma via
metabólica central na produção de energia
Obtidos da dieta.
Armazenados como gotículas lipídicas em
adipócitos e células que sintetizam hormônios
esteróides (córtex da adrenal, ovário e
testículos).
Sintetizados em um órgão (fígado) para serem
enviados a outro.
Insolúveis em água: formam gotículas nas células que
contêm fosfolipídios na parte externa e TAGs e ésteres
de colesterol no interior. Assim, não ↑ a osmolaridade
do citosol e não são solvatados.
Inertes: armazenados em grandes quantidades sem
reagir com outros componentes celulares.
90% dos lipídios de uma dieta são TAGs:
•
forma de armazenamento excesso nutrientes
•
> reserva E → 20% peso corporal
•
mais reduzidos que CHO → rendimento > na oxidação
Coração e Fígado: oxidação de AG responde por ~80%
A insolubilidade dos TAGs em meio aquoso e sua
baixa reatividade dificultam sua utilização como fonte
energética:
são emulsificados antes de serem
digeridos.
TAGs absorvidos pelo intestino, ou
mobilizados
de
tecidos,
são
transportados através do sangue ligados
a proteínas.
Ligações C-C dos AGs são relativamente
estáveis e difíceis de serem quebradas.
Sua oxidação depende de ativação pela
ligação à CoA.
DIGESTÃO, MOBILIZAÇÃO e
Quilomicron
Quilomicrons
remanescentes
contendo
colesterol,
apolipoproteínas e pouco TAG são transportados para o fígado:
→
oxidados para produção de E
→
convertidos em corpos cetônicos
Proteínas ligantes de lipídios solúveis no
sangue.
Transporte de TAGs, fosfolipídios e
ésteres de colesterol entre órgãos.
“Apo”: proteína na forma livre: se
combina com lipídios formando as lipoproteínas (VLDL a VHDL).
Apolipoproteínas:
Lipoproteínas:
Agregados esféricos:
Centro: lipídios hidrofóbicos.
Superfície: cabeças polares de lipídios e cadeias laterais de proteínas hidrofílicas.
Composição das lipoproteínas
Quilomicron:
transfere colesterol do intestino para o fígado.
VLDL e LDL:
transferem colesterol do fígado para outros tecidos.
HDL:
transfere colesterol de tecidos extra-hepáticos para o
DEGRADAÇÃO DE
TRIACILGLICERÓIS
Quando ocorre?
insulina ↓
glucagon e epinefrina ↑
Onde ocorre?
adipócitos
Produtos?
glicerol
ácidos graxos
Mobilização do depósito
de TAG dos adipócitos
Ligação de glucagon ou epinefrina ao receptor dos adipócitos ativa a cascata de sinalização ativando a PKA.
Fosforilação das perilipinas e da lipase sensível a hormônio → hidrólise de TAG em AG + glicerol.
Transporte de AG−albumina através da circulação para tecidos onde serão oxidados.
Perilipinas na superfície das gotículas de gorduras impedem o acesso aos TAGs
Destino do Glicerol
Convertido a glicerol 3-Pi
no fígado e outros tecidos
Degradação dos Ácidos Graxos
Onde ocorre?
Localização intracelular?
•
todos os tecidos, incluindo fígado e músculo
•
exceção: cérebro e hemácias
Matriz mitocondrial
Peroxissomos, RE
Requerimentos:
•
Ativação
•
Transporte para a matriz mitocondrial
•
Enzimas
Oxidação de Ácidos Graxos
β
-oxidação de AG saturados: mitocôndria.
β
-oxidação de AG insaturados: mitocôndria.
β
-oxidação de AG de cadeia longa: peroxissomos.
α
-oxidação de AG ramificados: peroxissomos.
Estágios da Oxidação
dos Ácidos Graxos
1.
Oxidação do AG de cadeia
longa em acetil-CoA.
2.
Oxidação de acetil em CO
2.
3.
Transporte de elétrons na
cadeia
respiratória
e
fosforilação oxidativa.
Ativação de Ácidos Graxos:
consumo de 2 ATPs
AG + CoA + ATP acil-CoA + AMP + 2Pi
Carboxilato é adenilado pelo ATP
formando acil-adenilato e PPi (hidrólise)
Tiol da CoA ataca o acil-adenilato deslocando AMP e formando acil-CoA (↑ E: ∆G’o ≅ -31 kJ/mol)
lipídios de
membrana ATP
Quebra de 2 ligações fosfo-anidrido do ATP:
Transporte de Grupos Acil para a
Mitocôndria Mediado pela Carnitina
(etapa limitante da via)
Difusão facilitada da acil-carnitina para a matriz através do transportador acil-carnitina−carnitina
Inibida por malonil-CoA
doa grupos acil para a CoA da matriz
Transporte de Grupos Acil
Mediado pela Carnitina
Este processo interliga dois “pools” de CoA
e acil-CoA com diferentes funções:
Coenzima A
mitocondrial
: degradação de
piruvato, AG e alguns aa.
Coenzima A
citosólica
: biossíntese de AG.
Acil-CoA
mitocondrial
: produção de ATP.
Acil-CoA
citosólica
: síntese de lipídios de
β
-Oxidação de Ácidos
Graxos Saturados
β
-oxidação de AG
saturados de cadeia par
Formação de 1 FADH2 e 1
NADH a cada volta.
Acil-CoA formada ao final
de cada volta é encurtada de 2 C → acetil-CoA: C16 ácido palmítico Oxidação Hidratação da dupla Oxidação da -OH em -C=O Clivagem entre Cα e Cβ cadeia respiratória ataque nucleofílico do tiol cadeia respiratória
Rendimento da β-oxidação
Cada volta:
ATP
1 acetil-CoA 12
1 FADH
22
1 NADH
3
Total
17
Ciclo de Krebs, CR e
Fosforilação oxidativa
Acil
n-CoA + CoA + FAD + NAD
++ H
2
O →
Acil
(n-2)-CoA + acetil-CoA + FADH
2+ NADH + H
+Equação da β-oxidação para cada volta
FADH
2ou NADH +
H
++ ½O
2
→
FAD ou NAD
++
H
2O
Transferência de e
-do NADH ou FADH
Importância da β-oxidação na hibernação
FADH
2ou NADH + H
++ ½O
2
→
FAD ou NAD
++ H
2O
Energia, calor e água
Glicerol
→
combustível para a gliconeogênese: glicemia
Palmitoil-CoA + 7CoA + 7O2 + 35Pi + 35ADP → 8Acetil-CoA + 35ATP + 7H2O 8Acetil-CoA + 16O2 + 96Pi + 96ADP → 8CoA + 96ATP + 16CO2 + 16H2O
Palmitoil-CoA + 23O2 + 131Pi + 131ADP → CoA + 131ATP + 16CO2 + 23H2O
Rendimento final da oxidação do palmitoil-CoA:
129 ATPs
A. Transferência de e- do NADH e FADH
2 para o O2: B. Oxidação de acetil-CoA a CO2 e H2O no CK: C. Reação global: A + B 1NADH: 3ATP 1FADH2: 2ATP 14 21 24 24 16 24 131 – 2ATP = 129 1NADH: 2,5ATP 1FADH2: 1,5ATP - 2ATP = 106 (ativação) 8
β
-oxidação de AG saturados
de cadeia ímpar
Presentes em plantas e
organismos marinhos
Última etapa da β-oxidação:
- acetil-CoA
- propionil-CoA
Propionato: conservante
alimentar (pães e cereais)
Ciclo de Krebs
Carboxilação: ligação do HCO3 -à biotina e transferência ao propionil Epimerização ao isômero L Rearranjo intramolecular: troca de −CO−S-CoA em C-2 com −H em C-3 Sintetizada apenas por alguns
microrganismos (bactérias intestinais)
Essencial em pequenas
quantidades: 3 µg/dia
Anemia perniciosa: deficiência
na absorção de vit. B12 pela falta da glicoproteína fator intrínseco: ↓ produção eritrócitos ↓ níveis de hemoglobina ↓ atividade SNC
Deficiência de cobalamina
(vitamina B12)
Coenzima B12:
5’-desoxiadenosil
-cobalamina
formada em uma reação
na qual o trifosfato
Fontes de ácidos graxos saturados
Ácido Palmítico (16:0):
-
óleo de palma
-
carnes bovina e suína
-
manteiga
Ácido Esteárico (18:0):
-
manteiga de cacau
-
gordura bovina
-
manteiga
Ácido Láurico (12:0):
-
óleo de coco
-
amêndoa
-
manteiga
AG: maioria é insaturado
Ligações em configuração cis: não são substratos da
enoil-CoA hidratase
β
-Oxidação de Ácidos
Graxos Insaturados
Oxidação de AG monoinsaturado:
oleato [18:1(∆
9)]
Dupla ligação na configuração cis Isomerização da ligação cis-β,γ (∆3) em trans-α,β (∆2): intermediário da β-oxidação L-β-hidroxiacil-CoA enoil-CoA hidratase Rendimento: 9 acetil-CoAOxidação de AG poliinsaturado:
linoleico [18:2(∆
9,12)]
Isomerização da ligação cis-β,γ (∆3) em trans-α,β (∆2) Redução da ligação ∆4 dependente de NADPH Isomerização da ligação ∆3 em ∆2 S da enoil-CoA redutase (1 ciclo da β-oxidação) +1ª reação de oxidação da 2ª volta
intermediário da β-oxidação
enoil-CoA hidratase
Fontes de ácidos graxos insaturados
Ácido Oleico [18:1(∆
9)]:
-
óleos de oliva, canola e açafrão
-
manteiga (principal constituinte)
Poliinsaturados:
-
óleos vegetais
Essenciais:
Ácido Linoleico [18:2(∆
9,12)]:
-
óleos de girassol, milho e soja
Ácido Linolênico [18:3(∆
9,12,16)]:
-
óleo de linhaça
Ácido Araquidônico [20:4(∆
5,8,11,14)]:
-
peixes de água fria
Oxidação de AG
nos peroxissomos
4 etapas:
iguais na mitocôndria
Diferenças:
FADH2 transfere e- para
O2 → H2O2 → clivado pela catalase.
E dissipada na forma de calor.
NADH e acetil-CoA são
exportados. Especificidade por AG de cadeia longa (C>22) ou ramificada (α-oxidação). → produto: hexanoil-CoA é exportado e oxidado na mitocôndria. Desidrogenação catalase Adição de H2O à dupla ligação Oxidação de β-hidroxiacil-CoA a uma cetona Clivagem da ligação Cα-Cβ pela CoA
Regulação da Degradação
de TAG e da β-Oxidação
Regulação covalente da degradação de TAG dos adipócitos
Glucagon e Epinefrina:
• Fosforilação das perilipinas →
permite o acesso da lipase à superfície das gotículas de lipídios.
• Fosforilação da lipase sensível
Principal mecanismo de regulação da β-oxidação de AG
inibição da carnitina aciltransferase I por malonil-CoA
Regulação alostérica da β-oxidação de AG
PRODUÇÃO DE
Quem são?
Onde são produzidos?
•
Fígado
•
Matriz mitocondrial
Acetona Acetoacetato β-hidroxibutirato Oxidação no CK Síntese de lipídios
contínua oxidação
de AG
Quando são produzidos?
• Diabetes não tratado • Jejum prolongado
• Desnutrição / inanição
Condições que favorecem a
gliconeogênese:
consumo de OAA na gliconeogênese:
• ↓ a velocidade do CK
Síntese de
Corpos Cetônicos
Condensação de 3 moléculas de acetil-CoA em 2 etapas1
2
ClivagemHMG-CoA liase: presente apenas na matriz mitocondrial
Redução reversível
Enzima é específica para o isômero D Descarboxilação
Volatilizada nos
pulmões Sangue
Utilização dos Corpos
Cetônicos pelos Tecidos
Extra-hepáticos
Ativação pela Tioforase
Clivagem pela Tiolase
Presença da Tioforase
CK
Corpos cetônicos no diabetes e na dieta de Atkins
Diabetes melittus não tratado:
• ↓ níveis de insulina e ↓ internalização de glicose → ↓ [malonil-CoA] e
reversão da inibição da carnitina acil-transferase → oxidação de AG.
• CK inibido devido à retirada de intermediários para gliconeogênese →
acúmulo de acetil-CoA → ↑ de corpos cetônicos.
• ↑ [acetoacetato ou β-hidroxibutirato] → ↓ pH do sangue → acidose que
pode causar coma e morte.
Níveis sanguíneos de corpos cetônicos: • Indivíduos normais: < 3 mg/100 mL.
• Pacientes diabéticos não tratados: ~90 mg/100 mL (cetose). Dieta de Atkins:
• Baixo consumo de CHO e elevado consumo de proteínas e gorduras.
• Princípio: > produção de corpos cetônicos a partir de AG mobilizados de
adipócitos e sua utilização para produção de energia (CHO inibem lipólise no tecido adiposo).