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Atividade antimicrobiana de plantas bioativas sobre microorganismos presentes em hemolinfa de camarões

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANINE GEREMIAS CORRÊA

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES

Tubarão Dezembro/2007.

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JANINE GEREMIAS CORRÊA

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES

Relatório apresentado ao curso de graduação em Engenharia Química como requisito parcial para aprovação na disciplina Estágio Supervisionado curricular.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Supervisora: Professora Dra. Maria Carminati Lima

Tubarão Dezembro/2007.

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JANINE GEREMIAS CORRÊA

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES

Este relatório foi avaliado e considerado adequado como requisito parcial na aprovação da disciplina Estágio Supervisionado Curricular em Engenharia Química da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 07 de Dezembro de 2007.

_____________________________________________________ Supervisora Professora Maria Carminati Lima, Dra

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________________ Prof. Suzana Cimara Batista, Dra

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________________ Prof. Dile Pontarolo Stremel, Dr

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Dedico aos meus pais que sempre me incentivaram e me apoiaram em todos os momentos de minha vida.

A todos que estiveram ao meu lado nesta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que sempre está ao meu lado em todos os momentos de minha vida.

A supervisora pedagógica Dra. Maria Carminati Lima pelas orientações e sugestões deste estágio.

Ao Msc. Engenheiro Agrônomo Paulo José M. Padilha pelo aprendizado, paciência e orientações.

À Universidade do Sul de Santa Catarina e ao Curso de Engenharia Química que oportunizaram a realização deste trabalho.

À Empresa EPAGRI e LADA por ter aberto os caminhos de oportunidade, aprendizado e conhecimento na realização deste estágio.

Ao professor do Curso da Agronomia da Unisul Jasper Zanco, por orientações feitas.

A Engenheira Agrônoma da EPAGRI de tubarão Juliana Koening Duarte Lunardi, por orientações feitas.

A Veterinária, Dra Juliana de Medeiros por orientações, aprendizado.

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RESUMO

A carcinicultura vem sofrendo nos últimos tempos enfermidades que trouxeram inúmeras perdas, no qual se destacam as bactérias do Gênero Víbrios. O uso de antibiótico na carcinicultura não é o recomendado, pois trás inúmeros problemas tanto para o meio ambiente, hospedeiros e para o homem. A busca por uma alternativa com plantas bioativas foi realizado através de testes in vitro com esses microorganismos. Foram feitos testes com o método de disco de difusão em orifícios com dois óleos essenciais o de Melaleuca e Tomilho. Esses óleos, segundo literaturas possuem ação antimicrobiana contra microorganismos patogênicos. Através dos testes feitos ficou comprovado que esses óleos essenciais têm ação antimicrobiana em presuntivos de víbrios presentes na carcinicultura.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: LITOPENAUEUS VENNAMEI...13

FIGURA 2: VÍBRIOS SEMEADOS EM MEIO DE TCBS...16

FIGURA 3:DESTILAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAL POR ARRASTE A VAPOR...20

FIGURA 4: PROCESSO DE ENFLEURAGE ...21

FIGURA 5:EXTRAÇÃO COM DIÓXIDO DE CARBONO ...23

FIGURA 6: MELALEUCA ALTERNIFOLIA...23

FIGURA 7:TOMILHO (THYMUS VULGARIS L) ...25

FIGURA 8: SEMEADURA DE VÍBRIOS EM TCBS...28

FIGURA 9: COLÔNIAS COM PRESUNTIVOS DE VÍBRIOS INOCULADOS EM ÁGAR NUTRIENTE COM 2% DE NACL...29

FIGURA 10: PRESUNTIVOS DE VÍBRIOS SEMEADOS EM CALDO DE TRIPTONA NACL 2%...30

FIGURA 11: PLACA DE PETRI COM POÇOS...31

FIGURA 12: INÓCULO SENDO ESPALHADO NA PLACA COM ALÇA DE DIGALSKI...31

FIGURA13: INTRODUÇÃO DE ÁGUA DESTILADA AUTOCLAVADA E DO ÓLEO ESSENCIAL NOS POÇOS NA PLACA DE PETRI...32

FIGURA 14: REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE MELALEUCA NA COLÔNIA 157 ...33

FIGURA 15: REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE TOMILHO NA COLÔNIA 157...33

FIGURA 16:SALA DE RECEPÇÃO E PREPARO ...41

FIGURA 17: SALA DE ANÁLISE...41

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 1: PRINCIPIOS ATIVOS (ILUSTRADOS) ...19 QUADRO 2: CONSTITUINES PRESENTES NA MELALEUCA...24 TABELA1:RESULTADOS DO TESTE DE DISCO DE DIFUSÃO EM ORIFÍCIOS O RESULTADO É EXPRESSO EM POSITIVO (OCORRÊNCIA DO HALO) OU NEGATIVO (A NÃO OCORRÊNCIA DO HALO) ...34

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ...5

RESUMO...6

LISTA DE FIGURAS...7

LISTA DE TABELAS E QUADROS ...8

1.0 INTRODUÇÃO ...10 2.0 OBJETIVOS ...11 2.1 Objetivo Geral ...11 2. 2 Objetivos Específicos ...11 3.0 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ...12 3.1 CARCINICULTURA...12

3. 2 A Carcinicultura no Brasil e o Cultivo da Espécie Litopenaues vannamei...13

3.3 Os Víbrios na Carcinicultura ...15

3.4 Plantas Bioativas ...17

3.5 Plantas Medicinais...18

3.6 Óleos essenciais...19

3.6.1 Destilação por arraste a vapor ...20

3.6.2 Eufleurange ...21

3.6.3 Maceração...21

3.6.4 Prensagem...22

3.6.5 Extração com solvente...22

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3.7 Melaleuca ...23

3.8 Tomilho ...24

4.0 JUSTIFICATIVA DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA O PROBLEMA...26

4.1 Metodologia (Materiais e Métodos) ...28

4.1.1 Sememadura de Presuntivos de víbrios na placa de petri com TCBS Tiossulfato Citrato de Sais de Bile) ...28

4.1.2 Semeadura do inóculo em caldo de triptona com 2% de NaCl ...29

5.0 TESTES IN VITRO ...29

5.1.1 Método do disco de difusão em oríficios (Well fusion assay) ...29

6.0 RESULTADOS ...32

6.1 Método do disco de difusão em orifícios (Well fusion assay ) ...33

7.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...35

8.0 REFERÊNCIAS ...36

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1.0 INTRODUÇÃO

O Brasil, a partir do final dos anos 90, apresentou um crescimento exponencial na produção de camarões cultivados. O sucesso e a lucratividade na carcinicultura foram finalmente alcançados após inúmeras tentativas frustadas de cultivos comercialmente sustentáveis, iniciadas na década de 70. (PEREIRA et al 2006). A espécie exótica cultivada é natural do oceano pacífico denominada de Litopenaeus vannamei, demonstrou um bom desempenho em cultivo, rusticidade, possuindo tecnologia de produção e formulação de ração balanceada adequada aos seus requerimentos nutricionais.

Segundo (ANDRADE et al 2006), o Brasil dentre outros países produtores de camarão marinho em cativeiro tem enfrentado, nos últimos anos, vários impactos causados por enfermidades que contribuíram para a queda dos índices de desenvolvimento da carcinicultura. Sendo que essas enfermidades podem ser em relação a viroses, bactérias ou até mesmo por métodos errôneos nos cultivos.

O uso de antibióticos na carcinicultura não é regulamentado pelo Ministério da Agricultura até a presente data no Brasil, pois o uso indiscriminado deste produto apresenta diversos problemas para a carcinicultura,segundo países que fazem uso de antibióticos em rações, como México e Equador.

Para o controle dessas enfermidades, em específico às causadas por bactérias do gênero Víbrios, foi proposto pelo Laboratório de Diagnóstico para a Aqüicultura - LADA testes in vitro com plantas bioativas em específico os óleos essenciais, que tenham ação antimicrobiana em relação a esses microorganismos. Será utilizado o método do disco de difusão em orifícios, se houver resultados positivos pretende-se a dar continuidade a fim de realizar bioensaios verificando a ação antimicrobiana desses óleos em rações para camarão .

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2.0 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a ação antimicrobiana in vitro dos óleos essências Melaleuca e Tomilho no combate de microorganismos (presuntivo de víbrios) no cultivo de camarão marinho.

2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar técnicas microbiológicas:

a) Repique de presuntivo de Víbrios em TCBS;

b) Inocular presuntivo Víbrios em caldo de Triptona com 2% de NaCl;

 Realizar o método de disco de difusão em orifícios para verificar a ação antimicrobiana dos óleos essenciais de Melaleuca e Tomilho.

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3.0 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

3.1 CARCINICULTURA

Segundo PILLAY (1990), as diversas vertentes da aqüicultura são classificadas conforme o organismo que está sendo cultivado, o ambiente no qual é implementado (dulceaqüicula, marinho ou estuarino) e o tipo de sistema utilizado (extensivo, semi-extensivo, intensivo, etc...). Desta forma, a carcinicultua poderia ser definida como simplesmente sendo o cultivo de crustáceos, no entanto, esse termo passou a ser utilizado, quase exclusivamente, para se referir ao cultivo de camarão, seja ele marinho ou não.

A origem da carcinicultua se deu no Sudeste Asiático, onde fazendeiros durante séculos abasteciam viveiros escavados com camarões provenientes do mar (SEIFFER et al. 2000). No entanto, o cultivo moderno de camarão marinho só teve sua origem em meados dos nos anos trinta, depois que o pesquisador MOTOSAKU FUJINAGA obteve sucesso com a reprodução do camarão Penaeus japonicus em cativeiro (ROSENBERRY, 1992.;ROCHA & MAIA, 1998; SEIFFERT et al, 2000).

Nos anos sessenta, ocorreu um declínio de pesca de camarão marinho, isso fez com que os pesquisadores, principalmente da França, da China e de Taiwan, começassem a investigar mais a fundo o potencial do cultivo dos camarões marinhos em viveiros. Foi devido a essas pesquisas que a atividade começou a ser difundida pelo mundo, tornando-se altamente rentável a partir da década de 70 em decorrência do fornecimento em larga escala de camarões juvenis por parte dos laboratórios. Os produtores, por sua vez aumentaram ainda mais suas produções com a descoberta das técnicas de manejo, renovação de água e de alimentação (SEIFFERT et al, 2000).

O crescimento da carcinicultua após esse período foi bastante acelerado. Segundo estimativas, a produção de camarões marinhos em viveiros em 1975 que estava em torno de 50,00 toneladas, passou para 200,00 toneladas em dez anos (SEIFFERT et al, 2000). Os dados mais recentes da FAO (Food and Agriculture of the United Nations) indicam que a produção da carcinicultua está oscilando em torno de 712,000 toneladas (FAO, 2002).

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3.2 A CARCINICULTURA NO BRASIL E O CULTIVO DA ESPÉCIE (LITOPENAEUS VANNAMEI)

No Brasil, a carcinicultua iniciou-se nos anos 70, na região nordeste do país, com o cultivo da espécie nativa Farfante brasiliensis, e da espécie exótica Marsupenaeus japonicus. No entanto, na década de 80 passou-se a cultivar também o camarão branco do Pacífico (Litopenaeus vannamei). A introdução dessa espécie exótica permitiu e vem permitindo um maior avanço da indústria camaroneira no país (WAINBERG & CAMARA, 1998).

O camarão branco requer temperaturas na faixa de 24 a 32º C, podendo tolerar de 12 a 38º C. Apresentam grande tolerância às variações de salinidade; de 0 a 60%, embora prefiram salinidades na faixa de 25 a 35%. É tolerante ao manuseio, apresenta boa taxa de conversão alimentar e o nível protéico da ração não precisa ser elevado (20 a 25%) (SAINT-BRISSON, 1999). Apresentam boa sobrevivência e boa taxa de crescimento. Em 100 dias atingem 17g, no entanto são de larvicultura difíceis e susceptíveis ao ataque por bactérias (ARANA, 1999).

Por ser uma espécie exótica, seu processo de adaptação, consolidação e disseminação, necessitou ser profundamente pesquisado, desde a produção de pós-larvas, tipo de ração a ser fornecida para este animal, e transformações dos processos tecnológicos envolvidos desde o manejo até o processamento do produto final (ANDREATTA, 1995).

Figura 1: Litopenaeus vannamei

Fonte: EPAGRI

No ano de 2002, a ABCC (Associação Brasileira de Criadores de Camarão) contabilizou a existência de 680 fazendas de engorda e 35 laboratórios de

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larvicultura, totalizando uma área de 11.016 hectares e alcançando a produção de 60.128 toneladas. Neste mesmo ano, as exportações brasileiras de camarão cultivado atingiram 37.800 toneladas, resultando na arrecadação de US$ 115,0 milhões para o país. A produção elevada colocou o Brasil no primeiro lugar de produtividade do mundo (5,5 ton/ha/ano) e como o maior produtor de camarão cultivado do Hemisfério Ocidental, à frente do Equador e México, que tradicionalmente ocupavam as primeiras posições. No país, o nordeste é responsável por 96,5% de toda produção nacional, sendo o Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco os principais produtores (ROCHA & RODRIGUES, 2003).

Os principais mercados do camarão de cativeiro do Brasil são: EUA, França, Espanha, Portugal e Japão. Cada um desses mercados tem preferência pela a apresentação do produto indo desde camarão sem cabeça congelado até filetes de camarão.

A atividade da carcinicultura em Santa Catarina se iniciou segundo ESPÍNDULA (2001) apud BNDR (2004), no ano de 1984 com a implantação do Laboratório de Camarões Marinhos – LCM da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, em Florianópolis. Houve a dedicação ao desenvolvimento de tecnologias para reprodução e cultivo de espécies nativas, tendo alcançado o domínio das espécies Litopenaeus shimitti e Farfantepenaeus paulensis, que mesmo apresentando ótimos resultados reprodutivos não se mostraram economicamente viáveis nas fazendas de produção. No entanto, o potencial do laboratório foi utilizado em programas sociais, através do repovoamento de Lagoas Costeiras.

Para a viabilização da atividade de cultivo comercial de camarão marinho a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI S.A. e a UFSC, no segundo semestre de 1998, viabilizaram a produção de camarão marinho em cativeiro com o cultivo da espécie Litopenaeus Vannamei nas fazendas do estado. Era trazido de países produtores localizados na orla do Pacífico (Equador, Peru, Panamá, etc.) (ANDREATTA, 1995).

A área com potencial para a carcinicultua no litoral Catarinense é estimada em 5 a 6 mil hectares. Estes distribuídos, principalmente ao redor do Complexo Lagunar Sul, nos municípios de Laguna, Jaguaruna, Imaruí, na Baía

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Norte no município de Biguaçú, na Baia de Tijucas, nos municípios de Governador Celso Ramos e Tijucas, na Baía da Babitonga e nos Municípios de São Francisco do Sul, Araquarí e Barra do Sul.

No ano de 2005 no mês de janeiro a situação confortável do estado mudou drasticamente quando se fez o primeiro diagnóstico da Doença da Mancha Branca (WSD), Síndrome do Vírus da Mancha Branca (WSSV) como é mais conhecida. As fazendas de cultivo de camarão a partir desse momento no Complexo Lagunar passaram a estar com suas produções severamente comprometidas.

3.3 OS VÍBRIOS NA CARCINICULTURA

Nos últimos 20 anos (1983-2003), a taxa de crescimento mundial da carcinicultua aumentou a razão de 11,84% ao ano, entre os países produtores de camarões de água doce e salgada. Esse aumento pode proporcionar um grande desequilíbrio de vários parâmetros do cultivo como, por exemplo, o desenvolvimento de doenças de etiologia diversas como vírus, bactérias, parasitas dentre outros.

Dentre os principais agentes causadores das doenças destacam-se as bactérias, por encontrarem normalmente nos ambientes aquáticos e serem capazes de desencadear infecções nos organismos cultivados. As bactérias encontradas no reino marinho são classificadas como halóficas (halo = sal, filo = amizade) destacando-se a do gênero Víbrio.

As bactérias do gênero Vibrio são próprias de ecossistemas aquáticos, quer de origem marinha e/ou estuarina, ocorrendo em camarões de vida livre ou ainda nos cultivados (VANDERZANT et al., 1971). RUANGPON E KITAO (1991) citaram que os víbrios são incriminados como sendo os principais responsáveis pela maior parte das infecções bacterianas ocorridas nos camarões.

Alguns víbrios possuem capacidade de fermentar a sacarose quando inoculados em Ágar Tiossulfato Citrato de Sais de Bile (TCBS), sendo as colônias identificadas pela coloração amarela. Já as que não fermentam a sacarose são macroscopicamente identificadas pela coloração verde. Algumas espécies podem apresentar as duas colorações na mesma colônia, sendo capazes de fermentar “parcialmente” a sacarose, além de outras espécies apresentarem sorovares

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sacarose positiva e sorovares sacarose negativa (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et al 2005).

É importante ressaltar que esta capacidade de fermentar ou não a sacarose não está relacionada com a patogenicidade da bactéria e, portanto, a presença de um tipo ou de outro não indica a gravidade da situação (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et al 2005).

Figura 2: Víbrios semeados em meio de TCBS

Fonte: EPAGRI

Não se pode tecnicamente usar o argumento “coloração das colônias”, para distinguir os víbrios quanto a sua patogenicidade, apesar de erroneamente se afirmar que “víbrios amarelos” não são preocupantes, por não serem danosos para o camarão. Costuma-se relacionar também o número de “víbrios amarelos” com os “víbrios verdes”, como referência para uma ação corretiva através de prática de manejo ou mesmo o uso de drogas, por se entender de forma errada esses conceitos (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et al 2005).

Para um diagnóstico confiável, faz-se necessário realizar provas bioquímicas para a identificação da espécie. Quando for necessário adotar medidas emergências, o resultado da incubação em ágar TCBS pode direcionar o manejo a ser a adotado, observando-se o número de colônias e as suas características morfológicas, mas não deve ser a única análise a ser efetuada (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et al 2005).

Entre as principais espécies do gênero que causam maiores prejuízos são o Víbrio harveyi, V. vulnificus, V. parahaemolyticus e V. alginolyticus. As vibrioses infecções oportunistas, atacando todos os estágios de vida do camarão (larval,

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pós-larval, juvenil e adulta). Problemas com vibriose ocorrem quando condições de estresse surgem no sistema de cultivo, tais como: queda de oxigênio; densidade de estocagem (super povoamento); manuseio inapropriado do estoque (transferência, amostragem; lesões na cutícula dos camarões; subalimentação; altas concentrações de compostos nitrogenados no ambiente do cultivo). O processo de infecção dos víbrios podem ser cuticular, entérico (intestinal) e sistêmico (envolvendo vários órgãos). Quando localizada, apresenta lesões melanizadas na carapaça e (ou) abscessos pontuais no hepatopâncreas. O impacto da vibriose é variável, mas em alguns casos pode alcançar até 70% da espécie cultivada. Na vibriose crônica, camarões mortos ou moribundos podem ser canibalizados, rapidamente contaminando outros indivíduos na população ( NUNES & MARTINS, 2002).

Os camarões infectados internamente por víbrios apresentam sinais característicos quando estão próximos da morte. Estes sinais incluem: fraqueza demasiada (camarões deitam no fundo do viveiro); nado desorientado; opacidade da musculatura abdominal; aumento da pigmentação; grampo na cauda; e lesões escuras ou amarronzadas na cutícula. A ocorrência de vibrioses é comum em fazendas de camarão no Brasil (NUNES & MARTINS, 2002).

3.4 PLANTAS BIOATIVAS

Segundo REBELO (2005), as plantas bioativas são aquelas espécies vegetais cuja sua importância ou interesse de seu consumo, não se resumem as suas características energética proveniente de um alimento. Este grupo de plantas possui características em sua constituição que a torna medicinal, nutracêutica, aromática, condimentar e/ou biocida. Estas características são provenientes de sua constituição química especializada, ou seja, aquela além dos seus carboidratos, proteínas básicas, água e sais minerais em geral.

Para assegurar a garantia da manutenção desta bioativdade, após o cultivo de plantas bioativas o processamento não pode ser dispensado. Este procura garantir que tanto a massa vegetal, quanto seus constituintes fitoquímicos, sejam conservados. Variando então na forma e momento de colheita, secagem, armazenamento e até mesmo a extração.(MARTINS, 2005).

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3.5 PLANTAS MEDICINAIS

Em síntese, uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais destes realmente estão atuando.( FURLAM ,1998),

Segundo ROCHA (1998), as substâncias ativas das plantas medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário (essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se forma em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja, processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis à planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais).

Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se completam e reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida por síntese química. Esta propriedade apresenta um grande interesse para a fitoterapia, tratamento através das plantas ou das substâncias de origem vegetal. A substância ativa não é unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da medicina natural.

O conhecimento sobre determinadas espécies vegetais com propriedades antimicrobianas têm sido revisto e ampliado, devido aos crescentes problemas associados ao uso de diversos antibióticos. Em ampla revisão concreta sobre a atividade antimicrobiana de extratos, óleos essenciais e de substâncias obtidas de espécies vegetais contra bactérias gram-prositivas, gram-negativas e espécies fúngicas. Quanto ao potencial antibiótico destacaram-se os resultados obtidos com óleos essenciais, alcalóides, cumarinas, triterpenos, citral, mirceno, timol, xantanol, ácido caurêmico, entre outros. Em baixas concentrações, estes exercem inibições sobre o crescimento de bactérias gram-positvas, gram negativas Mycobaterium,

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leveduras e fungos filamentosos, confirmando a grande importância que tais produtos possuem como perspectivas para a produção de novos e eficinetes produtos farmacêuticos que possam ser usados na medicina para terapêutica de processos infecciosos. (YUNES & COLIXTO, 2001).

Quadro 1: Princípios Ativos (Ilustrados)

Fonte: Adaptado de Martins(1995).

3.6 ÓLEOS ESSENCIAIS

Óleos essenciais são metabólitos secundários de diversas espécies vegetais, voláteis, de consistência semelhante a óleo. São substâncias que além de utilização medicinal, entram na composição de perfumes, aromatizantes e outros produtos. A composição química dos óleos essenciais é bastante complexa e o teor variável. Esta variação é devida a fatores genéticos, ambientes e técnicos. Entre os fatores ambientais, o clima tem influência decisiva na síntese destes compostos pelas plantas (FURLAN, 1998; CORRÊA JR. et al., 1991).

Os óleos essenciais podem conter diversas moléculas diferentes e em proporções perfeitamente adaptadas umas às outras. As moléculas antibacterianas as mais potentes são: o carvacrol, o timol, o eugenol, o geraniol, o linalol, o terpineol e o mentol (COSTA, 1982). A química dos óleos essenciais é complexa, mas geralmente os mais ativos apresentam grupamentos álcoois, fenóis, ésteres, ácidos, aldeídos e terpenos (COSTA, 1982). A causticidade e a toxicidade dos óleos essenciais sobre os microorganismos justificam suas ações bactericidas e bacteriostáticas (WENER, 2002).

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Alguns dos métodos industriais para a obtenção dos óleos essências são: destilação por arraste a vapor, enfleurage, maceração, prensagem extração com solvente, extração com dióxido de carbono hipercrítico.

3.6.1 Destilação por arraste a vapor

A extração por arraste a vapor pode ser aplicada na obtenção de todos os óleos essenciais, fornecendo bom rendimento com boa qualidade. A extração pode ser feita por “vapor úmido” e com “vapor seco”, encontrando-se material a tratar imerso ou não em água.

A destilação por arraste a vapor processa-se numa caldeira de destilação com um prato perfurado, sobre o qual se põe o material a destilar, carregando-se pela parte superior; a caldeira fica quase repleta de água, sendo por isso fechada. A água entra em ebulição, mediante uma folha colocada sob a caleira o vapor gerado pela vaporização da água da caldeira arrasta a essência através de um condutor passando por uma serpentina de resfriamento, condensando uma mistura de óleo-água.

Para a obtenção de óleos essenciais de alguns tipos de flores, a destilação a vapor não é indicada, pois o produto delas resultante decompõe-se pela ação do calor. (ULLMANN’S, 2002).

Figura 3: Destilação de óleo essencial por arraste a vapor

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3.6.2 Enfleurage

Os princípios da enfleurage são simples. Flores, como o jasmim, possuem propriedades fisiológicas de perder seus perfumes sempre após serem colhidas à aplicação de gordura (graxa) possuidora de alto poder de absorção em contato com as flores aromáticas absorve o perfume emitido.

Este princípio, metodicamente aplicado em larga escala, constitui a enfleurage. Durante o período de colheita, nas últimas oito ou dez semanas, as flores cortadas de fresco são estendidas sobre a superfície de um preparado especial à base de gorduras, por determinado tempo (24 horas no caso de jasmim), sendo substituído, depois, por flores frescas. Até o fim da colheita, a gordura não é removida, pois durante o processo torna-se completamente saturada com óleo de flores. Por fim o óleo é extraído da gordura por tratamento com álcool (MARQUES et al, 1973).

Figura 4: Processo de Enfleurage

Fonte: Aromalândia

3.6.3 Maceração

Os processos de maceração são análogos ao de enfleurage com a fundamental diferença de que no caso, da maceração, é empregado gordura quente. O método de maceração, nos dias atuais é pouco empregado. Entretanto, em tempos passados, foi considerado como o melhor processo de extração de óleos essenciais. (MARQUES et al, 1973).

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3.6.4 Prensagem

A prensagem é um método físico pelo qual a planta é “espremida”, obtendo-se deste processo o óleo essencial. O exemplo desse processo é a retirada de óleo essencial de plantas cítricas.

3.6.5 Extração com solvente

O princípio da extração com solvente volátil é simples: flores frescas são colocadas dentro dos extratores em temperaturas adequadas, com solventes (usualmente éter de petróleo). O solvente penetra nas flores e dissolve-lhes o perfume natural e também ceras e corantes.

Comparando os óleos essenciais obtidos por destilação ao obtidos por extração com solventes, se verificam que os últimos reproduzem mais fielmente os perfumes naturais presentes nas flores. Apesar dessa vantagem, o processo de extração com solvente volátil, dependendo do óleo essencial a ser extraído, pode tornar o processo inviável pelo alto custo, já que a aparelhagem é muito mais complexa.

3.6.6 Extração com dióxido de carbono hipercrítico

No estado hipercrítico, a temperatura de 33ºC, o dióxido de carbono é um excelente solvente para as fragrâncias e substâncias aromáticas, com muitas vantagens sobre os outros métodos de extração, à exceção do alto custo, pois os equipamentos para este processo mais recente de extração devem ser muito resistentes (LAVABRE, 1992).

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Figura 5: Extração com dióxido de carbono

Fonte: Aromalândia

3.7 MELALEUCA

A Melaleuca é uma árvore australiana relativamente pequena com folhas pontiagudas também conhecidas pelo nome de “Tea Tree”, que cresce em solos arenosos às margens de rios. Nos anos 20 ganhou grande importância durante a segunda guerra mundial, quando fazia parte dos primeiros socorros dos soldados australianos e ingleses. Nos anos 70 e 80, várias pesquisas mostraram sua ação antifúngica.

Figura 6: Melaleuca Alternifólia

Fonte: Rakuten

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Quadro 2: Constituintes presentes no melaleuca Constituintes (%) α-pineno 2,2 a 2,8 δ-terpineno 2,74 a 7,5 α-timoneno 1,0 a 4,0 1,8-Cineól 5,6 a 16,5 α-terpineno 7,5 a 11,54 p-cimeno 3,0 a 11,42 terpinoleno 1,0 a 3,1 1-terpineno-4-ol 29,41 a 44,9 α-terpineol 5,2 aromadendreno 2,35 a 2,7

Fonte: Herbarium (Compêndio da Fitoterapia)

O óleo essencial de Melaleuca alternifolia possui comprovada ação antimicrobiana contra bactérias e bolores alterados e/ou patogênicos (BELAICHE, 1985). Tem sido utilizado como anti-séptico desde 1920, estando presente em várias formulações de produtos, como shampoos, sabonetes, cremes dentais, anti-sépticos bucais, repelentes de insetos e produtos veterinários dentre outros (CARSSON & RILEY, 1993; RIEDL, 1997).

3.8 TOMILHO

O nome do tomilho remonta à Grécia Antiga, significando "coragem" (thymon), por estimular os guerreiros. Devido ao poder de aumentar os sentidos e revigoramento, os soldados romanos banhavam-se em água com tomilho. Por seus poderes anti-sépticos, no Egito Antigo e até hoje é usado para embalsamar.

Pequeno arbusto, altura de 20 a 30 cm, com poucos ramos, prostrados ou eretos, duros e um pouco lignificados, levemente cobertos de pêlos brancos. As folhas são inteiras, pequenas, sésseis, de forma oval, tendo juntamente com os caules, odor parecido ao da hortelã. As flores são brancas ou lilases, dispostas em rodelas compactas na parte apical dos muitos ramos que formam a moita e

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constituem pequenas espigas ralas, destacando-se o verde-cinzento das folhas. Apresentam frutos pequenos e duros, ovais, lisos (LORENZI & MATOS, 2002).

Figura 7: Tomilho (Thymus vulgaris L.) Fonte: Chademedicinais

A sua constituição é extremamente rica, podendo-se ainda incluir vitaminas do complexo B, vitamina C, magnésio, entre outros minerais. Possui também os princípios ativos timol e carvacrol (LORENZI e MATOS, 2002).

O tomilho é muito empregado na fitoterapia devido a sua grande capacidade anti-séptica. Sua ação antimicótica já era conhecida há muito tempo. Também possui uma ação antiinflamatória, sendo indicado para dores musculares. O timol é muito empregado pela indústria farmacêutica na elaboração de medicamentos com ação antiinflamatória e analgésica. Também possui ação digestiva, carminativa, emenagoga, antiespasmódica, cicatrizante e até mesmo auxiliar no controle de vermes. Após as refeições pode-se preparar um infuso de folhas de tomilho para quem tem problemas digestivos.

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4.0 JUSTIFICATIVA: ATIVIDADE DESENVOLVIDA – O PROBLEMA

O estágio proposto foi realizado na EPAGRI, no Laboratório de Diagnóstico para a Aqüicultura (LADA), localizado no Centro de Difusão de Tecnologia Agrícola e de Treinamento de Agricultores e Pescadores de Tubarão (CETUBA). O tema escolhido foi apresentado como uma alternativa de teste para substituir os antibióticos no controle de microorganismos patogênicos no cultivo de camarões marinhos por plantas bioativas.

O Brasil dentre outros países produtores de camarão marinho em cativeiro tem enfrentado, nos últimos anos vários impactos causados por enfermidades que contribuíram para a queda dos índices de desenvolvimento da carcinicultura. (ANDRADE et al.,2006).

Grande parte das bactérias patogênicas, como a do gênero Víbrio, são altamente adaptáveis a condições de baixa concentração de oxigênio dissolvido (MAEDA et al.,1997). Um sistema de aquicultura com falha no sistema de oxigenação ou com grande concentração de matéria orgânica pode promover o desenvolvimento destas bactérias. A utilização profilática e terapêutica de antibióticos tem sido a estratégia mais utilizada na aquicultura em países como Equador, México no controle destas enfermidades (GOMES-GIL et al.,2000). Porém, o uso indiscriminado destes antibióticos é uma fonte de poluição ambiental (BOYD e MASSUNT, 1999) e as bactérias patogênicas podem facilmente desenvolver resistência aos antibióticos. (SKJERMO e VADSTEIN, 1999).

Durante a fase de engorda é utilizada uma mistura de antibióticos na ração. Muitas vezes esta mistura é incorporada numa dosagem exagerada e sem nenhum tipo de conhecimento quanto ao seu poder bactericida. (ARANA, 1999).

As plantas bioativas são aquelas capazes de gerarem compostos ou substâncias que interferem ou alteram o funcionamento orgânico de pessoas, animais ou outros vegetais. Dentro dessa contextualização, seriam enquadradas como bioativas as chamadas plantas medicinais, aromáticas e condimentares, bem como as plantas tóxicas e aquelas utilizadas para a formulação de insumos para a agricultura de base ecológica e para a indústria.

Segundo FURLAM (1998), uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são

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denominadas de princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais destes realmente estão atuando.

Óleos essencias são líquidos voláteis, dotados de aroma forte quase sempre agradável, proveniente do metabolismo secundário, existentes em quase duas mil espécies de plantas distribuídas em sessenta famílias. Normalmente elaborados nas folhas e armazenados em espaços extracelulares, entre a cutícula e a parte da parede celular, eles são constituídos basicamente por terpenos, sintetizados pela rota do ácido-movalônico. Na fitoterapia, os óleos voláteis destacam-se, em virtude de suas propriedades antibacterianas, analgésicas, sedativas, expectorantes, estimulantes e estomáqicas. (SILVA & CASSALI, 2000).

Os dois óleos essências utilizados para os testes foram , o óleo essencial de melaleuca (Tea Tree Oil). Seus princípios ativos incluem o terpineol, vários álcoois e monoterpenos, onde vários estudos indicam que este óleo reduz a taxa de reprodução de agentes patogênicos (bactérias, fungos, vírus), e intensifica a resistência a esses agressores.

O óleo essencial de tomilho (Thymus vulgaris L) que apresenta ação antimicrobiana e a sua ação bacteriostática apresenta por sua vez, ação significante sobre bactérias Gram positivas e Gram negativas.

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4.1 METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS)

4.1.1 Repique de Presuntivos de Víbrios na placa de Petri com TCBS (Tiossulfato Citrato de Sais de Bile)

O preparo do meio de cultura TCBS (Tiossulfado Citrato de Sais de Bile) foi feito conforme (SILVA et al 2001).

Os microorganismos são retirados da hemolinfa do camarão e semeados através do método de esgotamento no meio TCBS, em um período de 24h a uma temperatura de 35ºC as placas são colocadas em estufa de incubação.

A leitura das placas é feita no dia posterior e havendo isolamento de colônias semeai-se os microorganismos em tubos contendo Ágar Nutriente com 2% de NaCl após 24h em temperatura de 35ºC. Com o crescimento dos microorganismos as colônias são mantidas em temperatura ambiente ou na geladeira. A metodologia de repique é feita para manter os microorganismos vivos.

A tampa da placa de Petri foi levantada o suficiente para permitir a introdução da alça de platina que transportou o presuntivo de víbrio .

Esta foi deslizada pelo método de esgotamento na superfície do TCBS, de maneira a dar boa distribuição dos microorganismos com o objetivo de ter colônias isoladas. Colocou-se a placa em estufa de incubação a 35ºC no período de 24h. Para cada colônia repetiu-se o mesmo procedimento.

Figura 8: Semeadura dos presuntivos de víbrios em TCBS Fonte: A autora

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Após o período de incubação, com o auxílio de uma alça de platina retira-se a colônia isolada e retira-semeai-retira-se os microorganismos para o tubo contendo Ágar Nutriente com 2% de NaCl, deixando em estufa de incubação a 35ºC em um período de 24h , após esse período as colônias são mantidas em temperatura ambiente. O processo foi repetido para todas as colônias .

Figura 9: Colônias com Presuntivo de víbrios inoculadas em Ágar Nutriente com 2% de NaCl

Fonte: A autora

4.1.2 Semeadura do inóculo em caldo de Triptona com2% de NaCl

O caldo de triptona foi preparado segundo (SILVA et al 2001).

• Com a bancada previamente limpa com álcool 70ºC, ligou-se bico de Bunsen;

• Com o alça de platina esterilizada no do bico de Bunsen, a extremidade do tubo com o presuntivo de víbrio foi passada na chama para eliminar qualquer contaminação;

• Na seqüência com a alça de platina, retirou-se uma pequena porção do inóculo que estava no tubo com ágar nutriente com 2% de NaCl,

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em seguida foi introduzido no tubo com caldo de triptona com 2% de NaCl com a extremidade passada no bico de Bunsen.

• Colcou-se em estufa de incubação a 35ºC no período de 24 h. • Repetiu-se o processo para todas as colônias.

Figura 10: Presuntivo de víbrios semeados em caldo de triptona com 2% de NaCl. Fonte: A autora

5.0 TESTES

5.1.1 TESTE IN VITRO

5.1.1.1 Método da Difusão em Orifícios (well difusion assay).

Semeou-se 100µL da cultura incubada a 35°C no período 24h do presuntivo de víbrio em caldo de triptona com 2% de NaCl na placa contendo Ágar Mueller Hilton com 2% de NaCl sendo que o preparo do meio foi feito de acordo com (SILVA et al 2001) espalhou-se uniformemente com alça de Drigalski. Em um volume de 10µL de óleo essencial de melaleuca e 10µL de óleo essencial de tomilho e 10µL de água destilada autoclavada, introduziu-se em poços e incubou-se por um período de 24h a 35ºC. As atividades foram definidas quando o diâmetro da zona inibitória avançou em torno do poço. O experimento foi feito em duplicata. (LEWUS e MONTIVILLE apud MAZO, 2002).

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Figura 11: Placa de Petri com poços Fonte: A autora

Figura 12: Inóculo sendo espalhado com a alça de Drigalski

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Figura 13: Introdução de água destilada autoclavada e do produto nos poços na placa de Petri.

Fonte: A autora

6.0 RESULTADOS

6.1 MÉTODO DA DIFUSÃO EM ORIFÍCIOS (WELL DIFUSION ASSAY).

Após o tempo de incubação realizou-se a leitura de todas as placas e foram feitas as medidas dos halos de inibição, através de seu raio. Convém relatar que o experimento foi realizado em duplicata para evitar interferências ou manipulação de resultados. A ação antimicrobiana nas colônias testadas dos óleos essenciais de Melaleuca e Tomilho pode ser vista através das fotos a seguir.

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Figura 14: Representação fotográfica da ação antimicrobiana do óleo essencial de Melaleuca sobre a colônia 157.

Fonte: A autora

Figura 15: Representação fotográfica da ação antimicrobiana do óleo essencial de Tomilho sobre colônia 157.

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Após a leitura das placas os resultados foram transferidos para a tabela 1

Tabela 1: Resultados do teste disco-difusão em orifícios, expresso em positivo (ocorrência de halo) e negativo (não ocorrência de halo).

Colônias Óleo essencial de Melaleuca Óleo essencial de Tomilho

11 Positivo Positivo 19 Positivo Positivo 30 Positivo Positivo 37 Positivo Positivo 38 Negativo Positivo 39 Positivo Positivo 44 Positivo Positivo 47 Positivo Positivo 48 Positivo Positivo 62 Negativo Negativo 72 Positivo Positivo 134 Positivo Positivo 137 Positivo Positivo 139 Positivo Positivo 143 Positivo Positivo 157 Positivo Positivo 158 Positivo Positivo 179 Positivo Positivo 186 Positivo Positivo 231 Positivo Positivo 304 Negativo Positivo Fonte: A autora

Os testes foram feitos para 21 colônias. Os óleos essenciais de Melaleuca e de Tomilho apresentaram ação antimicrobiana para 18 colônias testadas. Para as colônias 38 e 304 o óleo essencial de Melaleuca apresentou resultado negativo. E para a colônia 62 os óleos testados não apresentaram resultados positivos.

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7.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Como os óleos essenciais são misturas complexas de várias substâncias, a atividade antimicrobiana observada não pode ser atribuída a uma substância isolada, mas ao conjunto delas. De acordo com HOLLEY & PATEL (2005), a composição química bem como os grupos funcionais dos óleos têm um papel importante na atividade antimicrobiana,e essa atividade pode ser potencializada.

Ficou comprovado através dos testes realizados que os óleos essenciais de Melaleuca e de Tomilho apresentaram ação antimicrobiana em microorganismos na carcinicultura. De acordo com os resultados 18 colônias apresentaram resultados positivos para os dois óleos em testes, 2 colônias apresentaram resultados positivos para o óleo essencial de tomilho e 1colônia não apresentou resultados para os dois óleos testados totalizando 21 colônias testadas.

Pelas observações experimentais, acredita-se que para melhores resultados, as colônias deveriam ser comprovadas através de testes bioquímicos quanto ao tipo de microorganismos. Sugere-se que novos testes com óleos essências que tenham uma maior ação antimicrobiana para as colônias que não se obteve resultados positivos quanto ao halo de inibição.

O óleo essencial de Tomilho teve uma ação antimicrobiana em presuntivos de víbrios bem maiores que os de Melaleuca de acordo com o halo de inibição, sendo assim, sugerem-se ainda que sejam feitas diluições com solventes adequados ou testes com concentrações menores que a de 10µL.

Como obteve-se resultados positivos, novos testes e métodos serão feitos afim de se realizar bioensaios e verificar a ação antimicrobiana dos óleos essenciais aplicados em rações de camarões.

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8.0 REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - A EMPRESA

Com o objetivo de satisfazer as necessidades da carcinicultura catarinense, que vem enfrentando problemas no cultivo, quanto a viroses, bactérias, bem como métodos errôneos no cultivo, foi inaugurado no dia 4 de setembro de 2006, na cidade de Tubarão pela EPAGRI S.A, o Laboratório de Diagnósticos Aquáticos (LADA).

Neste laboratório são realizadas as análises a fresco, de água, microbiologia e futuramente histologia. O LADA consta de três salas, sendo elas a sala de recepção e preparo das amostras, sala de análise e área de limpeza.

Figura 16: Sala de recepção e preparo.

Fonte: EPAGRI

Figura 17: Sala de análise

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Figura 18: Sala de limpeza

Fonte: EPAGRI

Nome e Razão Social: EPAGRI S.A

Cidade-Estado: Tubarão - Santa Catarina

Setor do estágio: LADA – Laboratório de Diagnósticos Aquáticos.

Nome do Supervisor na Empresa: Msc. Engenheiro Agrônomo Paulo José Mendonça Padilha

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