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Notas sobre a Política de Valorização do Salário Mínimo e o Mercado de Trabalho. Claudio Salvadori Dedecca(Unicamp)

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Academic year: 2021

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Notas sobre a Política de Valorização do Salário Mínimo e o Mercado de Trabalho

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Estrutura da Apresentação

1. Salário Mínimo, Mercado de Trabalho, Produtividade e Crescimento;

2. A Política atual de Valorização do Salário Mínimo, o Mercado de Trabalho e o Crescimento;

(3)

1. Salário Mínimo, Mercado de Trabalho, Produtividade e Crescimento O salário mínimo e os níveis de renda dos estratos intermediários O salário mínimo, a geração de ocupações e o nível de renda do estrato inferior

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Brasil, 2007-2012

Rendimento Ocupação Massa de Rendimento 1o 55,2 11,7 73,3 2o 50,4 -9,6 35,9 3o 25,2 9,7 37,4 4o 30,8 22,2 59,8 5o 27,9 -3,3 23,6 6o 25,9 20,1 51,1 7o 21,1 -13,2 5,1 8o 15,6 23,5 42,7 9o 14,2 17,9 34,6 10o 14,8 10,4 26,8 Total 21,4 8,0 31,1 Salário Mínimo 24,3 PIB 17,0 (1) Deflator: INPC.

Evolução do Rendimento do Trabalho Principal, da Ocupação e da Massa de Rendimentos

Variação Acumulada 2007-2012 (%)

Fontes: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD/IBGE. Microdados. Elaboração Própria

Os ganhos de renda

potencializados pela geração de ocupações nos diversos estratos da distribuição de rendimentos do trabalho – o crescimento ponderável da massa de rendimentos e a redução da desigualdade

(5)

A predominânci a da geração de ocupações no aumento da massa de rendimentos

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Evolução do Emprego Formal e do Produto Interno Bruto segundo Setores de Atividade Econômica Brasil, 1999/2012 1999 2003 2007 2012 1999 2003 2007 2012 1999 2003 2007 2012 Agropecuária - total 4,1 4,1 3,7 3,1 4,8 6,4 4,9 4,7 33.895 46.169 34.696 36.228 Extrativa mineral 0,4 0,4 0,5 0,5 0,9 1,4 2,1 3,5 62.651 97.955 107.723 153.385 Transformação 18,4 18,1 18,8 17,2 14,0 15,7 14,3 10,9 22.448 25.538 19.671 15.004 Construção civil 4,2 3,5 4,3 6,0 4,9 4,1 4,2 4,7 34.443 34.335 25.329 18.724 Produção de Serviços de Utilidade 1,2 1,1 1,0 0,9 2,8 3,1 3,0 2,5 66.530 85.754 79.934 64.933 Comércio 15,8 17,3 18,2 19,4 8,7 9,1 10,5 10,8 16.266 15.489 14.928 13.157 Transporte, armazenagem e correio 5,3 4,9 5,0 5,5 3,6 4,4 4,2 4,6 20.209 26.057 21.778 19.633 Demais Serviços 17,3 18,2 18,2 19,6 27,8 23,6 22,8 22,7 47.279 38.145 32.371 27.399 Intermediação financeira, seguros,

previdência complementar e

serviços relacionados 2,2 2,0 1,9 1,8 6,4 5,9 6,5 6,0 86.552 88.471 89.653 80.417 Administração, saúde e educação 31,1 30,3 28,4 26,0 13,3 12,9 13,2 14,3 12.585 12.492 12.056 12.998 PIB 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 29.449 29.434 25.907 23.620 Fontes: Relação Anual de Informações Sociais, RAIS/TEM; Banco Central do Brasil. Elaboração Própria.

PIB/Empregado Formal

Emprego Formal PIB

A exacerbação do terciário na estrutura ocupacional e os efeitos em termos de produto por empregado formal. O declínio do rendimento e a reiteração do perfil ocupacional nos setores de menor produtividade.

(7)

(1) Um padrão de crescimento sem ou com aumento lento da produtividade; (2) Padrão lastreado em coeficientes técnicos produtivos estáveis, decorrente de um padrão de baixo e instável de investimento; (3) A política de salário mínimo pode gerar constrangimento adicional, mas não é o determinante principal das restrições ao crescimento.

(8)

A impossibilidade da política de valorização do salário mínimo ser um restrição ao crescimento pode ser observada pela pequena alteração da sua relação com o PIB, a pesar da recuperação do

poder de compra do piso legal.

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Evolução do Produto Interno Bruto Brasil, 2000-20011 Admi ni s tra çã o Públ i ca Fa míl i a s Tota l Admi ni s tra çã o Públ i ca Empres a s Fa míl i a s Tota l 2000 19,2 64,3 83,5 1,8 10,6 4,4 16,8 100,0 3,03 1,43 4,31 2001 19,8 63,5 83,3 2,0 10,9 4,1 17,0 100,0 1,16 -10,12 1,31 2002 20,6 61,7 82,3 2,1 10,2 4,1 16,4 100,0 2,60 -18,20 2,66 2003 19,4 61,9 81,3 1,5 9,5 4,2 15,3 100,0 -0,29 -10,27 1,15 2004 19,2 59,8 79,0 1,7 10,3 4,1 16,1 100,0 3,88 3,43 5,71 2005 19,9 60,3 80,2 1,7 10,3 3,9 15,9 100,0 3,94 -10,48 3,16 2006 20,0 60,3 80,3 2,0 10,3 4,1 16,4 100,0 4,55 1,52 3,96 2007 20,3 59,9 80,2 2,1 11,2 4,1 17,4 100,0 5,84 7,88 6,09 2008 20,2 58,9 79,1 2,5 12,6 4,1 19,1 100,0 5,04 8,83 5,17 2009 21,2 61,1 82,3 2,6 11,1 4,4 18,1 100,0 4,10 -22,01 -0,33 2010 21,1 59,5 80,6 19,4 100,0 6,26 21,43 7,53 2011 20,6 60,2 80,8 19,2 100,0 3,53 2,75 2,73 2012 21,5 62,3 83,8 16,2 100,0 3,10 -8,45 0,87

Fonte : Conta s Na ci ona i s , IBGE. El a bora çã o Própri a .

Compos i çã o do PIB Ta xa a nua l de cres ci mento Cons umo fi na l Ca pi ta l Fi xo

PIB Cons umo Ca pi ta l Fi xo PIB

Crescimento lastreado no consumo com uma evolução instável do investimento. A

valorização do salário mínimo associada a geração de ocupações e às demais políticas de renda foram a base deste lastro. A ausência de uma dinâmica sustentada do

investimento explicou a elevada elasticidade emprego-produto e a dinâmica desfavorável da produtividade. Como resultado, o crescimento passado chancelou estruturas

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A apreciação cambial potencializou o efeito consumo para o crescimento, bem como jogou contra a recuperação do investimento.

Para as famílias de baixa renda, a variação do salário mínimo nominal igual a 4 vezes a evolução dos preços dos equipamentos domésticos. Cabe acrescentar o crédito como elemento que amplificou este movimento.

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Países Selecionados, 1991/2000/2008 1991 2000 2008 (*) Brasil (2010) 16,2 18,3 18,2 Australia 6,4 7,2 8,8 Canada (2007) 9,2 12,4 13,3 Nova Zelândia (2005) 8,0 8,3 9,0 Reino Unido (2005) 10,3 12,7 14,3 Estados Unidos 12,2 16,5 17,7 França (2006) 8,0 8,3 8,9 Japão (2005) 7,5 8,2 9,2 Itália (2004) 7,8 9,1 9,0 Noruega 4,5 8,3 7,5 Portugal (2005) 7,5 9,1 9,8 Espanha (2005) 8,1 8,8 8,8 Suécia 5,1 6,0 7,1

(*) Quando não especificado, a informação refere-se ao ano de 2008. Em Porcentagem

Participação do 1% tope de domicílios na nassa total de rendimento corrente domiciliar

Fontes OCDE, Divided We Stand: Why Inequality Keeps Rising, Paris, 2011; Censo Demográfico, IBGE, 1991/2000/2010. Elaboração do autor.

Do ponto de vista da renda corrente, a queda da

desigualdade não afetou a participação do último décimo superior e nem a elevada desigualdade da distribuição, quando comparada com as

encontradas com outros países.

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Observações parciais

1. A política de valorização do salário mínimo cumpriu sua função de proteger o rendimento de base do mercado de trabalho;

2. A valorização foi moderada e compatível com a evolução do PIB;

3. O efeito consumo foi dominado pela geração de ocupações, tendo o salário mínimo dado uma contribuição secundária ao processo;

4. A dinâmica desfavorável do produtividade e a reiteração de estruturas produtiva e ocupacional de baixa qualificação não pode ser imputada à valorização do salário mínimo;

5. Qualquer modificação na política de salário mínimo não resolverá a restrição ao crescimento, explicada pela ausência de investimento sustentado;

6. Ademais, a alteração da política de valorização do salário mínimo poderá comprometer o pouco crescimento que o país ainda consegue realizar.

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1. A Política Atual de Valorização do Salário Mínimo, o Mercado de Trabalho e o Crescimento

A. Breve Histórico

2002 – Governo Lula é eleito prometendo duplicar o salário mínimo em quatro anos; 2003 – Reajuste do salário mínimo através da reorganização do salário família;

2005 – Seminário Salário Mínimo e Desenvolvimento realizado em conjunto pela Unicamp e a CUT, onde este expositor apresentou a proposta de política de valorização do salário mínimo vinculada com vinculação ao PIB;

2005 - Designação de Luiz Marinho para o MTE, que tomou o encaminhamento da política de valorização como tema central de sua agenda de trabalho, tendo recebido aprovação do Presidência;

2006 – Discussão da proposta de política dentro do Governo Federal e deste com os atores sociais. Realização do acordo social e elaboração do Projeto de Lei da Política de valorização do Salário Mínimo. A política de salário mínimo se articularia com a estratégia do Sistema Público de Emprego e de uma Política de Emprego;

2007 – Encaminhamento do Projeto de Lei da Política, que continha o mecanismo vigente de valorização, propunha a organização de atividades de acompanhamento dos impactos da Política, revisão em 2015 e sua vigência até 2019. Apesar de favorável à Política,

segmentos da base governista e da oposição consideraram o Projeto de Lei tímido; 2011 – Após quatro anos, o Projeto de Lei foi aprovado pelo Congresso, estipulando a vigência do mecanismo até 2015 e o encaminhamento de um novo para o período 2016-2019.

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B. Avaliação da Política vigente

1. Cumpriu suas determinações de valorizar o salário mínimo de modo compatível com o desempenho do PIB e de acordo com a Convenção da OIT, que o Brasil é signatário; 2. O mecanismo estabeleceu uma sinalização dos aumentos salariais tanto para o setor

privado como para o público;

3. Retirou o salário mínimo do jogo político de curto prazo e vinculou o instrumento a uma estratégia de crescimento e desenvolvimento;

4. Em conjunto com a geração de ocupações, deu lastro à redução da desigualdade de renda corrente;

5. Foi instrumento fundamental para a manutenção da política de renda que garantiu ao país conter os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira desde 2009; 6. O governo não deu marcha aos demais instrumentos presentes na Lei que

regulamentou a política, como as avaliações dos efeitos da política sobre as constas públicas e o setor produtivo;

7. Os atores sociais e os pesquisadores não pressionaram o Governo Federal para que fossem encaminhadas as demais determinações da Lei;

8. A avaliação da Política em 2015 se fará sem o amparo de estudos qualificados sobre a qualidade e as restrições que ela engendra.

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C. Perspectivas para a Política de Valorização do Salário Mínimo em 2015

1. Independentemente do projeto associado ao futuro Presidente eleito, ele terá dificuldades de encaminhar para o Congresso uma mudança da Política, pois os partidos da oposição procurarão desgastar politicamente a iniciativa. É grande a probabilidade do futuro Governo ressaltar as vantagens da Política e encaminhar sua continuidade nos termos atuais até 2022;

2. Os sindicatos dos trabalhadores pressionarão o Governo Federal pela manutenção da Política e os sindicados patronais deverão se apresentar

divididos, pois existem setores que não são impactados pela Política ou o são positivamente;

3. Se deixada a iniciativa de modificação da Política para o Congresso, é pouco provável que os partidos da base governista ou da oposição estejam dispostos a arcar com os custos políticos que ela incorreria;

4. Finalmente, como saída honrosa, Governo e oposição poderão colocar na mesa os argumentos que a política não se constitui em um entrave ao crescimento; 5. Em suma, a imposições da Lei para 2015 e as dificuldades políticas para

modifica-la poderão abrir espaço para Governo, partidos e atores sociais discutirem os reais entraves do crescimento brasileiro.

Referências

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