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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANÁLISE DA GERAÇÃO E DESTINAÇÃO DO LIXO NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

AUTORES: CASTRO, P. A. M.; CRUZ, T. M.; MATIAS, P. C.; PESSOA, V. T.; PURIFICAÇÃO, R. C.

e-mail: scarecrow_br@hotmail.com

INSTITUIÇÃO: UFPE

ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente

INTRODUÇÃO

Segundo Valle (1995), Desenvolvimento Sustentável significa atender às necessidades da geração atual sem comprometer o direito das futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades. É pensando nesta frase que as sociedades atuais estão desenvolvendo técnicas e tecnologias que minimizem o desperdício de matérias-primas e o volume de resíduos.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) os resíduos sólidos são definidos como os resíduos que se apresentam nos estados sólidos, semi-sólidos e os resíduos líquidos não passíveis de tratamento convencional, que resultam de atividades de origem industrial, comercial, agrícola, de serviços de saúde e de transporte.

Resíduos Urbanos – Provenientes de residências ou qualquer outra atividade que gere resíduos com características domiciliares, bem com os resíduos de limpeza pública urbana;

Resíduos Industriais – Provenientes de atividades de pesquisa e produção de bens, como os provenientes das atividades de mineração e aqueles gerados em áreas de utilidades e manutenção dos estabelecimentos industriais;

Resíduos de Serviços de Saúde (RSSS) – Provenientes de qualquer unidade que execute atividade de natureza médico-assistencial às populações humana ou animal, centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, bem como os medicamentos vencidos ou deteriorados;

Resíduos dos Serviços de Transportes – São decorrentes da atividade de transportes e os provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários, ferroviários e portuários e postos de fronteira;

Resíduos/Rejeitos Radioativos – Constituem-se de materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, em quantidades superiores aos limites estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);

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Resíduos Especiais – Agrotóxicos, pilhas, lâmpadas fluorescentes, ou outros resíduos do meio urbano ou rural que, por seu volume ou características intrínsecas, exijam sistemas especiais para acondicionamento, coleta, destinação etc., pois podem causar danos ao meio ambiente.

A natureza intrínseca dos resíduos pode também constituir uma boa forma de classificação, e para tanto a ABNT criou a NBR-10004, classificando-os em inertes, não inertes e perigosos. Além da ABNT, o Ministério do Meio Ambiente, através do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) criaram legislações que tratam do tema, dentre as quais, destaca-se a Resolução CONAMA nº 005/93 (Classificação dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde), que trata sobre a classificação e disposição dos resíduos de atividades hospitalares e laboratoriais, entre outras:

• Classe A (ou Grupo A) – resíduos que apresentam risco potencial á saúde pública e ao meio ambiente devido è presença de agentes biológicos;

• Classe B – resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas;

• Classe C – rejeitos radioativos;

• Classe D – resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.

A Universidade Federal de Pernambuco desenvolve pesquisas em vários campos das ciências buscando melhorias para proteger o Meio Ambiente. No entanto não se sabe ao certo se o conceito de desenvolvimento sustentável atinge de forma completa o Campus Universitário. Por tratar-se de um dos maiores desafios da Gestão Ambiental, e por ser considerada por vários profissionais da própria universidade um tema pouco abordado, até então, no Brasil a destinação dos resíduos sólidos foi escolhida como tema desta pesquisa. Existiam dúvidas se a destinação de resíduos no Campus Universitário e Hospital das Clínicas seguia um procedimento atual e recomendável, e se este procedimento atingia uma visão de desenvolvimento sustentável, ou se, ao menos seguia padrões considerados “ambientalmente corretos” por órgãos fiscalizadores.

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MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa consistiu em avaliar o gerenciamento de resíduos no Campus Universitário e Hospital das Clínicas, levantando aspectos como: geração, classificação (segregação) e disposição final. Para realizá-la, aplicou-se um formulário aos respectivos responsáveis por tais áreas.

No entanto, boa parte da pesquisa foi realizada através da observação e análise de dados colhidos em campo. Estes dados, ao contrário do que se pensava, foram obtidos de forma descentralizada em alguns departamentos do próprio Campus e por empresas terceirizadas, responsáveis pela destinação de alguns resíduos. Foram realizadas diversas visitas pelo campus e hospital das clínicas com o intuito de consolidar as informações obtidas nos centros e, na medida do possível checar se as mesmas foram exatas. Parte dos dados existem sob a forma de imagens fotográficas feitas durante estas visitas. Observou-se e fotografou-se também os procedimentos de coleta e destinação, além dos percursos realizados pelos caminhões que realizam este trabalho.

Como complemento do trabalho, foi realizada, experimentalmente, a segregação de um acumulado de lixo proveniente de um dos Centros do Campus (o Centro de Ciências Biológicas, onde o Curso de Ciências Ambientais se encontra). Este trabalho, em conjunto com a prefeitura e um aluno do curso de Engenharia Civil consistiu na segregação de um acumulado de lixo correspondente a uma semana sem coleta e posterior representação percentual de seus componentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo da pesquisa foi a verificação da geração e destinação final de rejeitos sólidos no Campus e Hospital das Clínicas, e se havia uma classificação e segregação preliminar destes resíduos para correta destinação. Contudo, foram verificados vários aspectos peculiares dos centros e Hospital das Clínicas que serão descritos a seguir:

1. Cada centro é responsável por recolher e ensacar o lixo (trabalho realizado por uma empresa terceirizada com contrato individual para cada centro), dispondo-os em depósitos denominados “lixeiras”. Diariamente os funcionários da Prefeitura realizam a coleta em todo o Campus e enviam estes resíduos para o aterro das Muribeca.

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2. Em alguns centros, pessoas ou grupos de pessoas, tentam de alguma forma reduzir a quantidade de resíduos recicláveis que segue para o aterro da Muribeca. Em alguns pontos do Campus existem PEV’s (Postos de entrega Voluntária) e é comum solicitar-se ao Hospital de Câncer, caixas para coleta de papel reciclável.

Fig. 01. Variação da Quantidade de Papel de descarte coletado em 2002 no Campus da UFPE

Fonte: Meio Ambiente Reciclagem LTDA.ME. Nota: só são coletados os papéis depositados nas caixas especiais deixadas pela empresa. Papéis depositados em lixeiras convencionais são destinados junto ao lixo comum.

3. O “entulho” (resíduos provenientes da construção civil) e os resíduos provenientes de serviços de jardinagem e varrição, embora não haja números, constituem atualmente a maior parte dos resíduos gerados no Campus. Sua destinação é um pouco imprópria, pois estes resíduos são levados para preenchimento e aplanamento de um terreno localizado dentro do próprio Campus (terreno localizado numa área atrás do Centro de Convenções).

4. Os resíduos infectantes gerados pelo Hospital das Clínicas e alguns departamentos são de responsabilidade de uma empresa terceirizada, a Serquip, que realiza a coleta diária destes resíduos. Até serem coletados, estes resíduos são acondicionados em recipientes especiais lacrados, de posse da empresa e trancados em depósitos específicos.

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Tab. 01 – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde coletados e destinados pela Serquip provenientes do campus e HC.

Hospital das Clínicas

Contrato: 350 bombonas (200L/cada)/mês Real: 333 bombonas /mês

Prefeitura do Campus (Departamentos de Odontologia e CCS) Real: 24 bombonas (25Kg)/mês

Fonte: Serquip. Nota: Os resíduos infectantes do Centro de Ciências Biológicas não são incluídos nos resíduos infectantes coletados pela empresa, eles são destinados como resíduos urbanos.

5. O Departamento de Química Fundamental (DQF) e o Departamento de Engenharia Química (DEQ) tentam, em paralelo, resolver o problema da destinação dos seus rejeitos de laboratório (normalmente considerados resíduos industriais classes I e II). Alguns alunos do DQF estão realizando um levantamento (inventário) da produção deste tipo de resíduo.

6. Os resíduos urbanos produzidos pelo Hospital das Clínicas são compactados (com compactador próprio) e destinados ao aterro da Muribeca através de uma empresa terceirizada (Disk Limpe). Não existe preocupação com a segregação de resíduos recicláveis.

Portanto, embora o trabalho descrito acima esteja sendo realizado regularmente, chegamos à conclusão que, de acordo com o que sugerem as normas regulamentadoras oficiais, a classificação dos resíduos sólidos gerados pela UFPE não ocorre corretamente o que inviabiliza uma correta destinação dos mesmos. Sem contar que além do controle qualitativo (classificação e destinação) não há o controle quantitativo do que se é gerado.

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CONCLUSÕES

É necessária a realização de um inventário detalhado dos resíduos produzidos, preferencialmente por centros, fazendo-se a segregação e quantificação dos mesmos. Um trabalho realizado em conjunto com o Grupo de Saneamento Ambiental (GSA) já revelou alguns dados: 10,31 11,82 21,04 37,29 8,07 6,57 2,45 1,07 1,26 0,13 Vidro Metal Tetrapak Madeira Papelão Outros Mat. Infec. Papel Plástico Res. Org. Nota: Valores em % Fig. 02 – Frações de diferentes Resíduos Sólidos no lixo do Centro de Ciências Biológicas (CCB) – Análise Parcial dos dados

Com base nos dados obtidos, torna-se possível indicar soluções mais específicas em cada centro. A instalação de uma composteira no Campus pode ser uma saída se a mesma revelar-se viável.

Um dos pontos mais importantes é ainda a implantação de um sistema de Gerenciamento de Resíduos. Uma alternativa é a otimização dos sistemas de coleta de material reciclável existentes ou a criação de um sistema próprio, auto sustentável dentro do campus.

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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

• MONTEIRO, José Henrique Penido. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200p.

• LIMA, Luiz Mário Queiroz. Lixo, Tratamento e Biorremediação. 3ed. São Paulo: Hemus, 1995. 270p.

• VALLE, Cyro Eyer do. Como se Preparar para as Normas ISO 14000 – Qualidade Ambiental (O desafio de ser competitivo protegendo o Meio Ambiente). 2ed. São Paulo: Pioneira, 1995. 142p.

• VON SPERLING, M. Princípios Básicos do Tratamento de Esgotos. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; v.2;Universidade Federal de Minas Gerais, 1996, 243p.

AGRADECIMENTOS

Este artigo foi parte do requisito necessário para cumprimento da disciplina Metodologia Cientifica, disciplina ministrada pelo Professor Simão Vasconcelos, orientador deste trabalho.

Agradecimentos especiais à atenção da Sra Maria de Fátima Xavier e Sr. Sebastião Soares de Oliveira, da prefeitura da Cidade Universitária; os senhores Ivan Henrique Soriano da Silva e José Mariano de Sá Aragão, do Grupo de Saneamento Ambiental (GSA), do Departamento de Engenharia Civil da UFPE; ao senhor Fernando Coimbra, da SERQUIP e a senhora Josirene Macêdo, da Meio Ambiente Reciclagem LTDA.ME.

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ANEXOS Anexo I – Modelo do formulário utilizado na pesquisa:

Anexo II - Alguns dados sobre a Universidade Federal de Pernambuco Tabela 02 - Resíduos Sólidos enviados pela Universidade Federal de Pernambuco para o

aterro da Muribeca (em toneladas)

Ano Média Mês 2000 2001 2002 Mensal Janeiro 0 30,58 46,41 38,50 Fevereiro 112,15 13,25 45,58 29,42 Março 135,09 23,92 44,01 33,97 Abril 77,85 18,35 51,34 64,60 Maio 73,73 37,67 43,21 40,44 Junho 44,68 50,2 48,10 47,66 Julho 37,08 47,44 47,49 47,47 Agosto 28,67 38,33 33,50 Setembro 65,84 23,14 65,84 Outubro 55,14 19,99 55,14 Novembro 41,63 26,84 41,63 Dezembro 39,18 11,65 39,18 total 711,04 341,36 326,14 537,33

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