REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE SUBSÍDIOS E APOIOS ÀS
ASSOCIAÇÕES/COLECTIVIDADES SEM FINS LUCRATIVOS DO
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REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE SUBSÍDIOS E APOIOS ÀS
ASSOCIAÇÕES/COLECTIVIDADES SEM FINS LUCRATIVOS DO
MUNICÍPIO DE BORBA
O presente regulamento define os objectivos e a orien-tação para a atribuição de subsídios e apoios às Associações / Colectividades do Município, sem fins lucrativos.
Considerando que as associações são pólos de desen-volvimento cívico, social e pessoal das comunidades que constituem o concelho de Borba.
Considerando que as associações promovem a partici-pação, que são expressão da liberdade associativa e correspondem à concretização dos direitos fundamen-tais constitucionalmente consagrados neste domínio da sociedade portuguesa.
Considerando que as associações têm diversas formas de manifestar a sua actividade, salvaguardando tradi-ções e promovendo a contemporaneidade. Sendo, nomeadamente o caso das bandas filarmónicas, do folclore, dos grupos de música popular, grupos despor-tivos, grupos polivalentes, entre outros, que correspon-dem a componentes da herança cultural e da afirma-ção criativa deste concelho, promovendo junto das populações o gosto pela cultura e pela preservação dessa herança que é património de todos e fio condutor de uma comunidade ligada por padrões de comporta-mento e identidade comuns, procurando a constante actualização através das dinâmicas geradas pela acção das suas organizações.
Nesta conformidade, vem o Município de Borba definir as regras para implementação do programa de apoio à realização de actividades, pelas associações / colectivi-dades sem fins lucrativos, de índole sócio-económico, cultural, ambiental, desportivo, recreativo ou de outra natureza desde que contribua para o desenvolvimento do concelho, constituindo uma peça fundamental no plano de intervenção desta edilidade na área do desen-volvimento associativo, reiterando o princípio funda-mental de que a identidade cultural contribui activa-mente para o desenvolvimento local.
É objectivo deste Regulamento promover um planea-mento equilibrado e coerente que leve ao fortalecimen-to do associativismo, permitindo, assim, não só um aumento quantitativo e qualitativo da oferta da prática
cultural, desportiva e outras no concelho de Borba, como também incentivar o desenvolvimento da rede de equipamentos existentes.
Nestes termos e ao abrigo do n.º 1, alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 78.º da Constituição da República Portuguesa, da alínea e) e f) do n.º 1 do artigo 13.º e artigo 20.º e 21º da Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro,
que estabelece o quadro de transferência de atribui-ções e competências para as autarquias locais, bem
como da alínea b) do n.º 4 do artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 5 -A/2002, de 11 de Janeiro, que
esta-belece as competências inerentes ao funcionamento das autarquias locais, é criada a presente proposta de
Regulamento que se rege pelas seguintes normas:
CAPÍTULO I
Registo Municipal das
Associações/Colectividades
sem fins lucrativos do Município de Borba
Artigo 1.º
Definição
1- O Registo Municipal das Associações/Colectividades adiante designado por RMA, é um instrumento de iden-tificação das associações sediadas e que desenvolvem a sua actividade essencialmente no âmbito do conce-lho de Borba, de forma regular e continuada na área sócio-económica, cultural, ambiental, desportiva, recreativa ou de outra natureza desde que contribuam para o desenvolvimento do concelho.
2 Todas as associações/colectividades que pretendam ter um apoio da Câmara Municipal de Borba, deverão obrigatoriamente registar -se no RMA.
Artigo 2.º
Objectivos
O RMA tem como objectivos:
1- Identificar as associações/colectividades com sede ou delegação no concelho de Borba e que desenvolvem
actividades sem fins lucrativos, na área sócio-económica, cultural, ambiental, desportiva, recreativa ou de outra natureza desde que contribuam para o desenvolvimento do concelho.
2- Reconhecer as associações/colectividades sem fins lucrativos com condições de elegibilidade para candi-datura ao programa de apoio às associações e colectivi-dades, promovido pela Câmara Municipal de Borba, nos termos previstos no capítulo II do presente Regulamento;
3- Dotar o Município de instrumentos e regras que per-mitam, de forma clara e objectiva, estabelecer critérios que visem uma maior capacidade de aferição da gestão e funcionamento das associações/colectividades sem fins lucrativos do Concelho.
Artigo 3.º
Associações/ Colectividades de âmbito
con-celhio
As associações/colectividades são consideradas de âmbito concelhio, desde que preencham cumulativa-mente os seguintes requisitos:
a) Ter sede social ou delegação no concelho de Borba; b) Possuam estrutura organizada, e com actividade continua e regular no concelho de Borba;
Artigo 4.º
Requisitos de inscrição
Para efeitos de inscrição no RMA, as associa-ções/colectividades terão de dar cumprimento, cumu-lativamente, aos seguintes requisitos:
a) Possuir personalidade jurídica, entendida como entidade de direito privado, sem fins lucrativos, cons-tituídas nos termos dos artigos 158.º e seguintes do Código Civil;
b) Ter âmbito concelhio, nos termos do artigo 3.º
Artigo 5.º
Inscrição
1- As associações/colectividades devem apresentar o seu pedido de inscrição, anualmente à Câmara Municipal de Borba, durante todo o mês de Novembro, exceptuando-se as inscrições para o ano de 2012 que poderão ser apresentadas durante o mês de Janeiro de 2012.
2- O pedido de inscrição deve ser formalizado através dos seguintes documentos:
a) Ficha de inscrição de modelo próprio disponibiliza-do pelos serviços da Câmara;
b) Cópia do cartão de identificação de pessoa colecti-va (NIPC);
c) Cópia dos estatutos da associação e do regulamen-to interno, quando aplicável;
d) Cópia da publicação no Diário da República do esta-tuto de utilidade pública, quando aplicável;
e) Cópias da acta de aprovação, em Assembleia Geral, do relatório e contas do ano transacto, bem como cópia dos referidos documentos, quando aplicável.
Artigo 6.º
Instrução dos processos
1- A instrução do processo de inscrição da associa-ção/colectividade só terá início quando forem entre-gues todos os documentos referidos no artigo anterior. 2- No prazo de 15 dias após a entrada do pedido de ins-crição no RAM, a unidade orgânica Sócio/Cultural deve-rá analisar a documentação entregue e elaborar um parecer final de aceitação, para posterior informação ao proponente do registo.
Artigo 7.º
Actualização do registo
1- A inscrição no RMA deverá ser actualizada todos os anos, por escrito, durante o mês de Novembro, junto dos respectivos serviços.
2- Independentemente da actualização anual obrigató-ria, sempre que se verifiquem alterações dos elementos constantes das alíneas c) e d) do n.º 2 do artigo 5.º do presente Regulamento neste capitulo, devem as mes-mas ser comunicadas, por escrito, junto dos respecti-vos serviços, no prazo de 30 dias consecutirespecti-vos. 3- O incumprimento dos números anteriores do presen-te artigo depresen-termina a imediata suspensão da inscrição da associação ou colectividade em falta, suspensão que é sanada pela entrega dos respectivos documen-tos.
Artigo 8.º
Suspensão do registo
1- As associações podem, por sua iniciativa, suspender a sua inscrição no RMA mediante o envio de informa-ção, devidamente assinada pelo seu representante máximo, à Câmara Municipal de Borba.
2- A perda dos requisitos necessários à inscrição no RMA, determina a suspensão automática da respectiva inscrição, por informação apresentada pelos respecti-vos serviços.
3- A suspensão da inscrição no RMA, implica a perda dos direitos que lhe estão adjacentes.
4- A suspensão da inscrição no RMA, não exonera as associações do cumprimento dos compromissos ante-riormente assumidos com a Câmara Municipal de Borba, devendo ser efectuada uma reavaliação do pro-cesso
CAPÍTULO II
Programa de Apoio às Associações e
Colectividades
Artigo 1.º
Definição
O Programa de Apoio às Associações e Colectividades, doravante designado PAAC, é o programa anual que promove a coordenação dos meios técnicos e financei-ros do Município de Borba, a disponibilizar para o desenvolvimento dos fins das associações / colectivida-des do concelho, susceptíveis de apoio por parte da Câmara Municipal.
Artigo 2.º
Programa de Apoio
1- Todas as associações/colectividades inscritas no RMA que visem o apoio da Câmara Municipal de Borba à sua actividade, e preencham as condições de candi-datura, deverão apresentar as suas propostas no âmbi-to do PAAC.
2- Nos termos da legislação aplicável em vigor, a Câmara Municipal de Borba poderá atribuir apoios pon-tuais, a entidades/associações que não estando inscri-tas no RMA, por não preencherem os requisitos neces-sários para o efeito, apresentem propostas de activida-de, de manifesto interesse para o concelho.
Artigo 3.º
Objectivos
Com o PAAC, pretende a Câmara Municipal de Borba alcançar o objectivo geral de dotar o Município e as Associações locais de um instrumento de relaciona-mento e de apoio, com regras claras, que permita um melhor planeamento e potencie o desenvolvimento de actividades no âmbito sócio-económico, cultural, ambi-ental, desportivo, recreativo ou de outra natureza desde que contribuam para o desenvolvimento do concelho, sendo como objectivos específicos de enquadramento, os seguintes:
a) Elevar as competências e capacidades organizati-vas, bem como a melhoria dos meios técnicos e mate-riais das próprias associações;
b) Incrementar/melhorar quer quantitativa, quer qua-litativamente, a produção local de cultura no âmbito da música, das artes cénicas, das artes plásticas, dos audiovisuais; arte popular, entre outras manifesta-ções culturais
c)Assegurar/melhorar o contributo do importante papel das associações/colectividades de âmbito sócio-económico, cultural, desportivo, ambiental e recreativo na melhoria das condições de vida de toda a população deste concelho
d) Incrementar as artes e ofícios tradicionais e as acti-vidades ligadas ao património, numa perspectiva de memória, numa perspectiva de valia económica, mas também como factor de valorização territorial; e) Aumentar a participação sustentada da população em geral, nas actividades associativas;
f) Elevar as responsabilidades sócio-ambientais das associações e suas actividades;
Artigo 4.º
Dotação Financeira do PAAC
Todos os anos na elaboração do orçamento previsional, o município de Borba, inscreve o montante financeiro disponível para todo o ano a atribuir ao PAAC, a que res-peitará o orçamento em causa.
Artigo 5.º
Períodos de Abertura de Candidaturas ao
PAAC
1- Existirá um período normal de abertura de candidatu-ras, sempre que se tenha inscrito dotação financeira nos documentos previsionais para o PAAC.
O período normal de candidatura deverá ocorrer anual-mente de 15 de Janeiro a 15 de Fevereiro.
2- A divulgação do descrito no número anterior efectu-ar-se-á por edital a afixar nos locais habituais no municí-pio, e por outros meios de informação habitualmente utilizados pela Câmara Municipal.
3- As candidaturas serão acompanhadas por impresso próprio, disponibilizado pelo Município, e entregues nos serviços sócio-culturais, podendo ser entregues em suporte digital.
4- Excepcionalmente, poderá a Câmara Municipal deci-dir abrir um período extraordinário de aceitação de can-didaturas sempre que devidamente fundamentado e necessário, definindo uma dotação orçamental que não poderá exceder 30%, do inicialmente aprovado em orçamento para o ano a que respeita.
5- Os períodos normais de abertura de concurso à apre-sentação de candidaturas poderão sofrer alterações, sempre que circunstâncias de força maior o justifi-quem, sendo utilizado os meios habituais de divulga-ção ao dispor do Município. Para tal, compete à Câmara Municipal a sua decisão.
Artigo 6.º
Requisitos para a apresentação de
candida-turas
Para dar início ao processo de candidatura, as associa-ções devem reunir os seguintes requisitos:
a) Estar inscritas no RMA (registo municipal das asso-ciações);
finanças;
c) Ter apresentado relatório final das actividades apoi-adas no âmbito do presente regulamento, no concur-so anterior a que tenha apresentado candidatura, quando aplicável;
d) Apresentarem relatório e contas do ano anterior ao ano de candidatura devidamente aprovadas em Assembleia Geral, quando aplicável;
e) Apresentar plano de actividades e orçamento para o ano de candidatura aprovados em reunião de direc-ção.
f) Não estar em situação litigiosa ou de incumprimen-to para com o Município;
Artigo 7.º
Outras competências da Câmara Municipal
Compete à Câmara Municipal, sob proposta do Presidente ou Vereador com competência delegada, aprovar a listagem de despesas que são consideradas elegíveis e não elegíveis, os critérios de avaliação das candidaturas, os limites máximos de comparticipação por candidatura tendo em conta o nº 1 do artº 8º deste capítulo, assim como, todos os documentos/minutas necessários para corresponder ao solicitado no Capitulo I e II deste regulamento.Artigo 8.º
Taxas de Comparticipação
1- As taxas de comparticipação por candidatura, será no máximo até 80% do montante elegível.
2- Os apoios ficarão sujeitos ao limite de dotação inscri-ta para o respectivo período de candidatura.
Artigo 9.º
Verificação e Análise
1- A verificação e análise das candidaturas apresenta-das ficam na responsabilidade de uma comissão com-posta por três elementos, nomeada pelo Presidente da Câmara.
2- Desta comissão obrigatoriamente tem que sair um relatório de aceitação e um final de ordenação em con-formidade com os critérios a aplicar nestas candidatu-ras.
3- Após o encerramento do período de apresentação de candidaturas a comissão de análise tem o prazo máxi-mo de 10 dias para apresentar, ao presidente da Câmara, o relatório de aceitação, e 30 dias para o relató-rio final sobre os apoios a conceder às candidaturas. 4- A Comissão de análise sempre que verifique a neces-sidade de solicitar mais elementos para a candidatura ou detecte inconformidades dispõe de 3 dias úteis para solicitar e receber os devidos esclarecimentos pelos proponentes da candidatura. Nestes casos o processo
de apresentação dos relatórios a que se refere o nº 3 deste artigo é também dilatado em três dias respectiva-mente.
5- Caso os referidos esclarecimentos devidamente fun-damentados, conforme é solicitado no ponto anterior deste artigo, não forem apresentados pelos candidatos dentro do respectivo prazo, ocorre-se em situação de incumprimento que poderá comprometer parcialmen-te ou na sua totalidade, a candidatura apresentada.
Artigo 10.º
Apreciação e decisão
1- Após a entrega dos relatórios finais entregues pela comissão de análise, será remetido a reunião de câma-ra pacâma-ra apreciação e aprovação.
2- Após devida aprovação, os proponentes das candida-turas serão devidamente notificados sobre os resulta-dos da sua candidatura, no prazo máximo de 5 dias úteis depois da sua aprovação.
Artigo 11.º
Contratualização de Apoios
1- Após informada a associação/colectividade sobre o resultado final da sua candidatura, ambas as partes têm que assinar protocolo ou contrato de compromisso de execução das suas responsabilidades. O mesmo tem que ser celebrado entre os trinta dias após a data de comunicação do município à associação / colectivi-dade do resultado da aprovação.
2- Só será considerado compromisso assumido pelas partes, após a assinatura do respectivo contrato entre o Município e o proponente da candidatura, a que se refe-re o ponto anterior deste artigo.
Artigo 12.º
Disposições Finais
1- Todas as Associações/Colectividades, sempre que estejam em instalações cedidas pelo município sob a figura de contrato de comodato, continuarão a ter o apoio referente ao consumo de água, saneamento e resíduos sólidos e respectivas taxas associadas, enquanto o respectivo contrato prevalecer e até ao con-sumo máximo em água de 5m3/ mês.
2- Todos os casos omissos do presente documento, serão resolvidos pela Câmara Municipal.
3- O presente regulamento entrará em vigor após a sua publicação.