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Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima identificadas:

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE

 

Apelação Cível n° 2009.002013-3

Origem: 1ª Vara Cível Não Especializada da Comarca de Natal/RN. Apelante: João Maria dos Santos Pereira.

Advogado: Wamberto Balbino Sales. Apelado: Itaú Seguros S. A.

Advogado: Micheline Câmara de Medeiros.

Relator: Desembargador Vivaldo Pinheiro.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT).   JULGAMENTO DO FEITO SEM

RESOLUÇÃO DO MÉRITO.   LEGI

TIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM

DA SEGURADORA RECONHECIDA. DESNECESSIDADE DE PRÉVIO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONSÓRCIO OBRIGATÓRIO ENTRE AS SEGURADORAS QUE OPERAM NO SEGURO DO ART. 7º DA LEI Nº 6.194/74. PRESENÇA DE CONDIÇÃO DA AÇÃO – INTERESSE DA AGIR. IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENTO DO MÉRITO. NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. RETORNO DOS AUTOS À PRIMEIRA INSTÂNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE.

ACORDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima identificadas:

(2)

Acordam os Desembargadores da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, à unanimidade de votos, em conhecer e dar parcial provimento ao recurso para reformar a sentença de primeiro grau, reconhecendo a existência de condição da ação e devolvendo o feito à instância inferior para que retome seu normal processamento, nos termos do voto do relator, parte integrante deste acórdão.

RELATÓRIO

Trata-se de apelação cível interposta por JOÃO MARIA DOS SANTOS PEREIRA em face da decisão proferida em Ação de Cobrança c/c Reparação de Danos Materiais (DPVAT – Acidente Automobilístico) ajuizada pela apelante em desfavor de ITAÚ SEGUROS S.A., na qual o MM. Magistrado extinguiu o feito sem julgamento do mérito por ilegitimidade passiva  ad causam.

Inconformado, o autor interpôs recurso de apelação cível em que explicou não ser necessário o prévio exaurimento das vias administrativas para que se busque a intervenção do Poder

Judiciário.

Trouxe jurisprudência que ampara sua pretensão recursal e pediu a condenação da recorrida ao pagamento de indenização prevista para situações de invalidez permanente da vítima, o que equivale a quarenta (40) salários mínimos.

Conforme certidão de fl. 105, devidamente intimada, a apelada deixou decorrer o prazo legal sem oferecer contra-razões.

Enviados os autos ao Ministério Público, através da Décima Primeira Procuradoria de Justiça, esta se absteve de opinar em matéria que dispensa de sua intervenção.

Autos Conclusos aos 19.03.2009.

(3)

VOTO

Presentes todos os requisitos de admissibilidade intrínsecos (cabimento, interesse, legitimidade e inexistência de fato extintivo do direito de recorrer) e extrínsecos (tempestividade,

regularidade formal e inexistência de fato impeditivo do direito de recorrer), conheço do presente recurso de apelação cível.

Ab initio, embora a empresa apelante tenha suscitado como preliminar a argüição de ilegitimidade de parte em Primeiro Grau, tal questão não se refere a qualquer requisito de admissibilidade do recurso, confundindo-se com seu próprio mérito, motivo pelo qual transfiro a sua análise para quando da apreciação deste.

MÉRITO

Registre-se, de início, que na cobrança do supramencionado seguro, qualquer seguradora responde pelo pagamento da indenização, mesmo caso tivesse ocorrido o adimplemento parcial, em sede administrativa, por outra seguradora que não a demandada, o que não é o caso.

É que a responsabilidade decorre do próprio sistema legal de proteção, conforme preceitua o art. 7º, da Lei nº 6.194/74, havendo, inclusive, um consórcio de seguradoras que gerencia a distribuição dos fundos destinados a tal pagamento.

Há precedente bem recente desta Corte e Câmara em que foi reconhecida a legitimidade passiva ad causam de seguradora diversa daquela acionada administrativamente para responder a processo judicial para pagamento da indenização:

“EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. INVALIDEZ PERMANENTE. PAGAMENTO DE SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. INDENIZAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR DE

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ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM,

SUSCITADA PELA APELANTE. TRANSFERÊNCIA PARA O MÉRITO. PRELIMINARES DE CARÊNCIA DE AÇÃO, INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS, E INÉPCIA DA INICIAL, SUSCITADAS PELA RECORRENTE. REJEIÇÃO.

PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO, POR AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL, SUSCITADA PELO RELATOR, COM RELAÇÃO À APENAS UM DOS

FUNDAMENTOS APRESENTADOS. INDENIZAÇÃO VINCULADO AO SALÁRIO MÍNIMO. ACOLHIMENTO. MÉRITO. SINISTRO. FATO INCONTROVERSO. JULGAMENTO

ANTECIPADO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE SEGURO PRIVADO SE SOBREPOR À LEI.

HIERARQUIA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

I - Comprovado pelas provas produzidas nos autos, que a invalidez se deu em decorrência do acidente sofrido, impõe-se ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre o dever de indenizar.

II - O CNSP tem competência para editar normas disciplinadoras e tarifas que atendam ao disposto na Lei nº 6.194/74, não podendo, entretanto, fixar valores indenizatórios contrários aos previstos no referido diploma legal.” (grifei)

(TJRN. AC 2008.005801-2. 1ª Câmara Cível. Des. Rel. Vivaldo Pinheiro. Julgado em 01/09/2008).

Com isso, fica claro tanto a desnecessidade de ingresso com pedido administrativo prévio ao judicial quanto a solidariedade das seguradoras consorciadas em responder pelas cobranças oriundas de DPVAT.

Noutro particular, nos casos de extinção do processo sem resolução do mérito, a Lei

10.352/2001, que alterou o artigo 515 do CPC acrescentando o §3º, possibilita aos tribunais julgarem desde logo a lide se a causa versar sobre matéria exclusivamente de direito e em condições de julgamento imediato.

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In casu, o autor pleiteia a indenização prevista no art. 3º, alínea "b" da Lei 6.194/74, que prevê indenização de " até 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País - no caso de invalidez permanente

".

O feito foi instruído com: laudos e declarações firmadas por médicos ortopedistas do Instituto de Traumatologia e Ortopedia do RN – ITORN, boletim de atendimento de urgência do hospital Walfredo Gurgel, boletim de ocorrência narrando o sinistro e fotografias do autor.

As provas atestam que o requerente se envolveu em acidente de trânsito, necessitando de atendimento médico de urgência.

Quanto à sua invalidez permanente, embora frágil o corpo probatório acostado nesse sentido, não houve tempo à realização de qualquer perícia médica, embora conste na exordial o

protesto, por todos os meios de prova em direito admitidos, para a comprovação do alegado, o que inclui tal procedimento.

Ao contestar a ação, a demandada igualmente protestou pela produção de provas, com destaque para a realização de perícia médica.

Entendo que em face dos requerimentos acima, a lide não encontra-se madura para o julgamento, vez que é imprescindível ao julgamento da ação a prévia realização de perícia médica no autor a fim de se aferir a lesão sofrida e a natureza de suas sequelas. Somente após a perícia se terá conhecimento preciso acerca da existência ou não de invalidez do autor e, em caso positivo, se parcial, permanente e em que grau.

Cumpre, portanto, que os presentes autos retornem à primeira instância afim de que seja retomado o normal processamento do feito, com a devida produção de prova pericial e, ao final, seja julgado o mérito da ação pelo MM. Juiz singular.

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“EMENTA: PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE  COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM E DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR SUSCITADAS PELA PARTE APELADA.  TRANSFERÊNCIA PARA QUANDO DO EXAME MERITÓRIO.

MÉRITO :

 ALEGAÇÃO DE  ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA SEGURADORA CONVENIADA AO SISTEMA DPVAT.

LEGITIMIDADE DA PARTE DEMANDA PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA DEMANDA

.  EXTINÇÃO DO FEITO NOS TERMOS DO ART. 267, INCISO VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SUPOSTA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL.

INOCORRÊNCIA.

DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA PARA INGRESSO EM JUÍZO

. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO JUDICIÁRIO DISPOSTO NO ARTIGO 5º, INCISO XXXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.  NULIDADE DA SENTENÇA. 

RETORNO DOS AUTOS À PRIMEIRA INSTÂNCIA . RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.”

(TJRN. Apelação Cível nº 2009.000580-1. 1ª Câmara Cível. Rel. Des.: Expedito Ferreira. J.: 28.04.2009) Grifei

Por todo o exposto, conheço e dou parcial provimento ao recurso, para reformar a sentença a quo

, reconhecendo a existência de condição da ação e, não estando a causa madura para julgamento, devolver o feito à primeira instância para prosseguimento.

É como voto.   Natal, 05 de maio de 2009.

(7)

 

DESEMBARGADOR VIVALDO PINHEIRO

Presidente/Relator

Dra. GERALDA FRANCINY PEREIRA CALDAS

10ª Procuradora de Justiça

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