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AULA 2 - REGISTRO DE EMPRESAS

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Academic year: 2021

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AULA 2 - REGISTRO DE EMPRESAS

Introdução

O Código Comercial de 1850 criou os Tribunais de Comércio que tinha duas funções:

1) Julgar os conflitos que envolviam comerciantes; 2) Função administrativa de registro.

Em 1875 a função jurisdicional passou para o Poder Judiciário e as administrativas para as Juntas Comerciais. Extinguiram-se os tribunais.

Atualmente o registro de empresas está disciplinado pela Lei n.º 8.934/94 e pelo seu Decreto regulamentador n.º 1.800/96.

O artigo 967 do Código Civil tornou obrigatório o registro que, pelo código Comercial era facultativo.

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

A falta deste registro retira da pessoa natural ou jurídica, a condição de empresário.

O registro confere a garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos.

Efeitos do registro

1) Legaliza a atuação empresarial – o registro é um ato declaratório da condição de empresário;

2) Confere personificação jurídica à sociedade empresária – sem o registro a responsabilidade dos sócios nas obrigações da empresa é ilimitada, pessoal e solidária.

3) A falta de registro implica aplicações de sanções de natureza fiscal e administrativa, bem como a impossibilidade de inscrição no CPNJ.

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Órgãos de registro

Dois são os órgãos de registro existentes:

a) Departamento Nacional de Registro de Comércio – DNRC b) Juntas Comerciais.

O DNRC não é propriamente um órgão de registro, mas normativo e supervisor deste registro. É um órgão federal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior.

As Juntas comerciais têm funções executivas e vinculação híbrida:

a) Em matéria de direito comercial está normativamente submetida ao DNRC (federal)

b) Nas demais matérias (organização administrativo-financeira) está

vinculada ao governo estadual.

O efeito deste sistema híbrido é que o controle judicial da parte administrativa é da competência da justiça estadual e da parte técnica da justiça federal.

Registro da Propriedade Industrial

O registro da propriedade industrial é disciplinado pela Lei n.º 9.279/96, mais especialmente pelo artigo 101 e seguintes.

O órgão encarregado deste registro é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI – que é uma autarquia federal sediada no Rio de Janeiro.

O INPI confere registro, que é facultativo, a dois bens industriais: o desenho industrial e as marcas.

Às invenções industriais são conferidas patentes.

O nome empresarial identifica o empresário e o seu registro é feito na Junta Comercial. A marca identifica o produto ou o serviço e o registro é feito no INPI.

O artigo 123 da Lei n.º 9.279/96 conceitua marca para os efeitos legais:

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I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;

II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; e

III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.

Assim, marca é qualquer sinal distintivo visual, nominativo, figurativo ou misto, tridimensional ou não, que identifica um produto ou um serviço.

Os três requisitos para o registro de uma marca são: 1) Novidade relativa;

2) Não-colidência com marca notória; 3) Desimpedimento.

A lei veda a concorrência desleal e marcas semelhantes ou idênticas podem causar confusão no consumidor.

O artigo 124 da Lei n.º 9.279/96 apresenta uma extensa lista de coisas que não podem ser registradas como marca, cuja observância caracteriza o desimpedimento.

O registro no INPI demora de 1 a 2 anos para ser deferido. A Lei n.º 9.279/96 estabelece que a proteção da marca dura 10 anos.

Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos.

Se alguém consegue o deferimento do registro de determinada marca e descobre que existe um pedido de registro de marca semelhante deve:

a) Fazer oposição ao pedido para vê-lo, administrativamente, indeferido;

b) Ajuizar ação judicial para uma obrigação de não-fazer.

Esta ação judicial independe do procedimento administrativo de indeferimento do pedido.

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A marca pode ser indefinidamente renovável e as patentes não podem ser renovadas.

O nome fantasia não é registrado, como deve ser o nome empresarial, e, portanto, não tem proteção legal. Neste caso o proprietário pode confundir o nome fantasia com o empresarial ou com a marca para que ele adquira essa proteção.

Obrigações dos Empresários

Além dos registros e de obrigações fiscais, etc. o empresário deve manter a escrituração regular e atualizada nos termos do artigo 1.179 do Código Civil:

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Historicamente o empresário se valeu dos livros para o cumprimento desse dever legal.

Ao pequeno empresário não é exigida tal escrituração.

§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.

Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação desta dispensa, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma da Lei Complementar 123/2006 que aufira receita bruta anual de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

São três as funções da escrituração: gerencial, documental e fiscal.

A escrituração contábil é composta pelo registro de fatos administrativos que alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio e estes registros devem ser expostos através de demonstrações contábeis:

Observe-se que o objetivo da contabilidade é o patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações, as variações desses itens e sua mensuração.

Há ainda aspectos cíveis, comerciais e tributários, pois a escrituração regular comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil.

Detalhe importante é que não deve se confundir a escrituração contábil com simples registros de livros específicos (como, por exemplo, o livro caixa). A contabilidade, como ciência, utiliza-se de informações advindas de todos os setores

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da empresa. Entre os setores que geram informações relevantes, poderíamos destacar o faturamento, a produção (geradora de custos), a administração de recursos humanos (folha de pagamento e encargos), o fiscal (apuração de impostos) e o financeiro (contas a pagar e a receber).

Os livros utilizados pelos empresários dividem-se em:

1) Obrigatórios – são aqueles em que sua falta implica sanções; 2) Facultativos – auxiliares da função gerencial.

De acordo com o Código Civil os empresários são obrigados a autenticar os livros antes de postos em uso.

Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.

Conservá-los em bom estado enquanto não se der a prescrição e a decadência é outra das obrigações.

Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.

As prescrições previstas em lei são:

a) Obrigações referentes a IR, ICMS e IPI – 5 anos; b) Obrigações previdenciárias do empregador – 10 anos; c) Obrigações relativas ao FGTS – 30 anos;

d) Obrigações civis – a regra geral está no artigo 205 do Código Civil.

Espécies de livros comerciais

O primeiro livro obrigatório é o Diário. É através dele que o contador pode avaliar a saúde da empresa.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

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Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.

Nesse livro Diário o empresário deve lançar os atos ou operações das atividades empresariais e também os atos que podem modificar o patrimônio.

A contabilidade deve escriturar toda a movimentação financeira, inclusive bancária, contendo a movimentação das contas: caixa, bancos conta corrente, bancos conta aplicações, numerários em trânsito, entre outras. O livro que contém o movimento dessas contas é o Livro Razão.

Quanto à escrituração existem três hipóteses de obrigatoriedade:

1) Microempresário Individual não optante do SIMPLES – nenhum dever legal de escrituração (art. 1.179, §2º - acima);

2) Microempresário optante do SIMPLES – obrigado a escriturar o livro caixa e registro de inventário;

3) Outros empresários – obrigados a escriturar o livro Diário.

Observação – Outros livros existentes:

1) Registro de duplicatas – obrigatório apenas àqueles empresários que emitem duplicata mercantil ou de prestação de serviços;

2) Livro de Atas da Assembléia – para as sociedades anônimas e limitadas;

3) Livro de Atas e pareceres do conselho fiscal – para os que possuem o Conselho Fiscal;

4) Livros fiscais – obrigatórios a todos, por imposição do regulamento do IR, para registro de inventários e de compras.

Conclusão

Além da escrituração aqui estudada, o empresário deve levantar balanço geral, anual do ativo e do passivo do estabelecimento.

A falta dessas demonstrações acarreta as seguintes conseqüências para o empresário:

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b) Impedimento de participação em licitação do Poder Público;

c) Responsabilidade dos administradores perante os sócios por eventuais prejuízos.

SIMPLES NACIONAL

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: . enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; . cumprir os requisitos previstos na legislação; e

. formalizar a opção pelo Simples Nacional.

Características principais do Regime do Simples Nacional: . ser facultativo;

. ser irretratável para todo o ano-calendário;

. abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP);

. recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS;

. disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário;

. apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; . prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta;

. possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município.

Referências

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