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Avaliação das condições de saude bucal, autopercepção e conhecimento de cuidadores de idosos institucionalizados

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Academic year: 2021

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CLÍCIA DOS SANTOS RODRIGUES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL,

AUTOPERCEPÇÃO E CONHECIMENTO DE

CUIDADORES DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva.

Orientador: Prof. Dr. EDUARDO HEBLING Co-orientador: Prof. Dr. FÁBIO LUIZ MIALHE

PIRACICABA 2008

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FICHACATALOGRÁFICAELABORADAPELA

BIBLIOTECADA FACULDADEDEODONTOLOGIA DEPIRACICABA

Bibliotecário: Marilene Girello – CRB-8ª. /6159

Título em inglês: Evaluation of oral health conditions, self perception and knowledge of caregivers of institutionalized elderly

Palavras - chave em inglês (keywords): Geriatric nursing; Oral health, Knowledge; Self-perception

Área de concentração: Saúde Coletiva

Titulação: Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva

Banca examinadora: Dagmar de Paula Queluz, Fernanda Lopes da Cunha, Eduardo Hebling

Data da defesa: 22/07/08

Programa de Pós Graduação: Saúde Coletiva Oliveira, Clícia Santos Rodrigues

Avaliação das condições de saúde bucal,

autopercepção e conhecimento de cuidadores de idosos institucionalizados. / Clícia dos Santos Rodrigues de Oliveira. – Piracicaba, SP : [s.n.], 2008.

Orientador: Eduardo Hebling

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

1. Enfermagem geriátrica. 2. Saúde bucal. 3. Conhecimento. 4. Autopercepção. I. Hebling, Eduardo. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. III. Título.

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A

GRADECIMENTOS

À Deus, por estar presente em todos os dias da minha vida dando forças e esperança para lutar e conquistar meus objetivos.

Aos meus amados pais, ANTONIO CARLOSE SUELI, meus principais motivos

para aprender e evoluir cada dia mais. Pelo amor e apoio sempre em mim depositados e pelo exemplo de caráter, responsabilidade e honestidade a mim ensinado.

Aos meus irmãos e amigos GUILHERME E LEONARDO, pelos ótimos

momentos que passamos juntos, pelas risadas nos reencontros e por fazerem parte da minha família tanto amada.

À minha querida tia Solange, na verdade, tia, amiga e minha segunda mãe por estar presente em todas as fases da minha vida e por todo apoio dado para a concretização de boa parte dos meus sonhos.

À RAFAEL OLIVEIRA DA SILVA, por todas nossas conquistas, pelo amor,

exemplo, força e paciência. Por estar presente nos bons e maus momentos, pela alegria e pela expectativa de tudo o que ainda viveremos.

À minha amiga especial, LORENA COUTINHO, presente em todas as fases

deste projeto, por toda sua amizade, dedicação e companheirismo. Pelo incentivo, exemplo de perseverança e garra mesmo nos dias mais difíceis.

Às minhas queridas amigas de Barretos, FERNANDA E CHRISLEINE, pela

garantia de bons momentos em cada encontro e pela certeza de uma constante amizade que nem mesmo o tempo e a distância serão capazes de abalar.

Aos meus inesquecíveis amigos de Ribeirão Preto, Ana Flávia, Fernanda, Danilo e Fabrício, presentes para sempre em meu coração.

Ao Prof. Dr. JOSÉ TADEU JORGE, Magnífico Reitor da Unicamp e ao Prof.

Dr. FRANCISCO HAITER NETO, Diretor da Faculdade de Odontologia da Unicamp, que

são os atuais responsáveis por essa universidade e faculdade, respectivamente, pela oportunidade de ser aqui estudante.

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Ao Professor Dr. EDUARDO HEBLING, meu orientador, pela confiança em

mim depositada, pelo seu incansável apoio, em todos os momentos, e, principalmente, pelo seu incentivo.

Ao Professor Dr. FÁBIO LUIZ MIALHE, meu co-orientador, por estar sempre

pronto para ajudar, pelos ensinamentos e pelos trabalhos realizados.

Ao meu querido e inesquecível professor de Saúde Coletiva, Professor Dr. WILSON MESTRINER JÚNIOR, pelo prazer do convívio e pela maneira com a qual

consegue encantar durante o ensinamento desta disciplina.

Ao Professor Dr. ANTONIO CARLOS PEREIRA, pela oportunidade e privilégio

de desfrutar deste seleto ambiente acadêmico.

Ao Professor Dr. MARCELO DE CASTRO MENEGHIM, pela sua receptividade e

alegria em ensinar.

À Professora Dra. GLAUCIA MARIA B. AMBROSANO, por estar sempre

disposta, por sempre conseguir um tempo para ajudar seus alunos e pelo seu precioso auxílio e tratamento estatístico dos dados da pesquisa.

Aos Professores do Curso de Mestrado Profissionalizante em Odontologia em Saúde Coletiva da FOP/UNICAMP pelos ensinamentos e amizade.

Aos colegas do Curso de Mestrado Profissionalizante em Odontologia em Saúde Coletiva, pela companhia, auxílio durante a coleta de dados e, sobretudo, pela amizade.

Aos diretores e funcionários do Lar dos Velhinhos de Piracicaba e do Lar Betel de Piracicaba pela acolhida e participação nesta pesquisa.

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“Apesar dos nossos defeitos, precisamos

enxergar que somos pérolas únicas no

teatro da vida e entender que não existem

pessoas de sucesso e pessoas fracassadas.

O que existem são pessoas que lutam pelos

seus sonhos ou desistem deles”.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar as condições de saúde bucal, a autopercepção e o conhecimento de cuidadores de idosos. A amostra foi constituída por 70 cuidadores de duas instituições geriátricas do município de Piracicaba-SP, Brasil. A prevalência das doenças bucais foi determinada de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde. O índice Oral Health

Impact Profile (OHIP-14) foi utilizado para mensurar a autopercepção em saúde

bucal. Um questionário abordando aspectos sócio-demográficos, condições de saúde, práticas e conhecimento de saúde bucal foi aplicado. Os dados foram analisados com o uso dos testes Qui-quadrado e Exato de Fischer. A maioria dos cuidadores eram mulheres, com idade média de 41,7 anos, trabalhavam há mais de 7,5 anos com idosos, sendo que 11,4% eram técnicos em enfermagem. O CPO-D encontrado foi alto, sendo o componente perdido responsável por 62%. Uma associação significante foi encontrada na análise bivariada para gênero e idade (p<0,0001). Esta perda dentária influenciou o CPI (Community Periodontal Index), com 30,4% dos sextantes excluídos. As demais condições encontradas foram higidez (25,1%), cálculo (20,0%) e sangramento (18,8%). Do total de participantes, 52,8% faziam uso de próteses na maxila e 41,4% necessitavam de próteses na mandíbula. O OHIP-14 apresentou média de 8,98, demonstrando uma baixa autopercepão em saúde bucal. Foi encontrada associação estatisticamente significante entre escolaridade e autopercepção em saúde bucal (p<0,05). Quanto aos conhecimentos sobre saúde bucal, todos os profissionais reconheceram a relação desta com a saúde geral, 81,4% com depressão, 80,0% com o diabetes, 75,7% com o uso de medicamentos e 74,3% com perda de peso. Podemos concluir que os cuidadores apresentam uma má condição de saúde bucal, relacionada com baixa autopercepão e conhecimento. A adoção de medidas educativas futuras é necessária para proporcionar melhores condições de saúde bucal para os idosos e seus cuidadores.

Palavras-chave: Enfermagem geriátrica, Saúde bucal, Conhecimento

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the oral health status, self-perception and knowledge from elderly caregivers. The sample was constituted by 70 caregivers from two nursing homes of the Piracicaba-SP city, Brazil. The prevalence of oral diseases was determined according to World Health Organization for basic surveys on oral health. The index Oral Health Impact Profile (OHIP-14) was used to measure the oral health self-perception. A questionnaire covering socio-demographic, health conditions, practices and knowledge of oral health was applied. Qui-square and Fisher’s Exact Test were applied to evaluate some association among the variables. The majority of the caregivers were women, with an average of 41.7 years, working for more than 7.5 years with older people, and just 11.4% were nursing. The DMF-T founded was high, with the “missed” component corresponding by 62%. A significant association was found in bivariate analysis for gender and age (p<0.0001). This tooth loss influenced the CPI (Community Periodontal Index) since 30.4% were excluded sextants. The other conditions were healthy (25.1%), calculus (20.0%) and bleeding (18.8%). Of the total, 52.8% used maxillary prosthesis and 41.4% need for the mandible prosthesis. The mean found for OHIP-14 was 8.98 confirm that poor oral health status negatively impact their quality of life. A significant association was found for educational level (p<0.05). In relation to the knowledge of oral health, all professionals recognized the link between oral health and general health, 81.4% with depression, 80.0% with diabetes, 75.7% with us of drugs and 74.3% with weight loss. In conclusion, the caregivers showed bad oral heath status, related to lower self-perception and knowledge. The adoption of further educative actions is needed to improve oral health status for the elderly and their caregivers.

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S

UMÁRIO

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 1: Avaliação das condições de saúde bucal, autopercepção 6

e conhecimento de cuidadores de idosos institucionalizados

CONCLUSÃO 29 REFERÊNCIAS 30 ANEXOS ANEXO 1 32 ANEXO 2 33 ANEXO 3 36

(10)

INTRODUÇÃO

Avanços na Medicina e as medidas de saúde pública adotadas na última metade do século XX aumentaram a expectativa de vida ocasionando uma mudança na distribuição etária da população mundial (BERKEY et al., 2001). Atualmente, cerca de 600 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais no mundo, sendo que este número irá dobrar até 2025. Em 2050, as perspectivas indicam que haverá dois bilhões, 80% morando em países em desenvolvimento como o Brasil (PETERSEN & YAMAMOTO, 2005).

O processo de envelhecimento populacional do Brasil é rápido e intenso. Em 1950 os idosos brasileiros somavam 1,2 milhões de indivíduos e no ano 2000, correspondiam a 9,9 milhões (IBGE, 2004). Estima-se que em 2050 serão 48,9 milhões de pessoas com 65 anos ou mais de idade e a expectativa de vida será de 81,3 anos correspondendo ao sexto país em número de idosos (IBGE, 2004b).

Segundo a Federação Dentária Internacional (FDI) os pacientes idosos podem ser classificados em três grupos: pacientes independentes, pacientes parcialmente dependentes e pacientes totalmente dependentes que são aqueles geralmente instalados em instituições públicas (casas de repouso/asilos), sem autonomia e dependentes integrais do pessoal auxiliar para atividades básicas (WERNER et al., 1998).

Pobres condições de saúde bucal são observadas, mundialmente, entre pessoas idosas, com relatos de altos níveis de perda dentária, experiência de cárie, altas taxas de prevalência de doença periodontal, xerostomia e câncer bucal (PETERSEN & YAMAMOTO, 2005).

No Brasil, os resultados de estudos de levantamentos epidemiológicos em idosos revelam níveis precários de saúde bucal com grande quantidade de dentes cariados, sextantes com doença periodontal e necessidades de uso de próteses (ROSA et al., 1992; ROSA et al., 1993; PEREIRA et al., 1996; PEREIRA

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al., 2006). Entretanto a sociedade e os próprios idosos continuam aceitando estas

doenças como algo normal e inevitável na velhice (BRUNETTI & MONTENEGRO, 2002; HEBLING, 2003).

O edentulismo é prevalente entre pessoas idosas por todo o mundo e é altamente associado com o estado sócio-econômico. Em muitos países desenvolvidos há uma tendência positiva frente ao declínio da perda dentária entre adultos (ETTINGER et al., 1984; BROWNE et al., 1996). No Levantamento

das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira no Ano 2000 (Brasil,

2004), 56,0% e 32,4% dos idosos examinados necessitavam de próteses inferior e superior, respectivamente, sendo a prótese total a que apresentava maior necessidade, entre os procedimentos de reabilitação bucal, indicando a alta prevalência de edentulismo. O índice CPO-D (referente ao número de dentes cariados, perdidos ou obturados) para o grupo etário de 65 a 74 anos foi de 27,79, com uma maior participação do componente “perdido” (92,95%). A cárie e a doença periodontal foram as principais razões para as extrações dentárias. O acesso limitado aos serviços de saúde e falta de materiais para tratamento odontológico também contribuem para um número acentuado de perdas dentárias. O uso de próteses está relacionado com uma lesão comum da mucosa oral em populações idosas que é a estomatite protética. A taxa de prevalência varia de 11-67% em usuários de próteses e é usualmente encontrada na mucosa palatal (JEGANATHAN & LIN, 1992). Como causas para esta lesão, podem ser destacadas a falta de higiene da prótese, o uso da mesma para dormir, o consumo de fumo e álcool e os defeitos na sua confecção (VIGILD, 1987; SHOU et al., 1987: FLEISHMAN et al., 1985; HAND & WHITEHILL, 1986; VASCONCELOS et

al., 2003). Fatores como pH salivar ácido, alta ingestão de carboidratos, terapia

antibiótica por longo período, bem como condições sistêmicas como diabetes mellitus também estão associados com essa estomatite (BUDTZ, 1996; SANCHEZ

et al., 2002).

Outras lesões relacionadas ao uso de dentadura são hiperplasia e úlcera traumática com uma prevalência variando de 4 a 26% (HAND &

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WHITEHILL, 1986; JAINKITTIVONG et al., 2002). É importante que os cuidadores de idosos observem e compreendam que os problemas que se apresentam, se forem ignorados, podem conduzir à dor ou complicações mais sérias (JAINKITTIVONG et al., 2002).

Em relação à prevalência das doenças periodontais, em idosos institucionalizados com idade até 75 anos, as alterações periodontais mais encontradas foram cálculo e retração gengival e, acima dos 75 anos, foram sangramento e retração. Higiene oral pobre ou altos níveis de biofilme foram associados com altas taxas de prevalência e severidade da doença periodontal (MENEGHIM et al., 2002).

A habilidade de pessoas idosas de realizar o próprio cuidado oral decresce com o tempo. MARCHINI et al. (2006) quando entrevistaram a população idosa institucionalizada no município de Taubaté-SP, observaram que 20% dos idosos apresentaram dificuldades em realizar a higiene oral, principalmente por causa da perda de destreza manual, dependência de cuidadores e por estarem acamados. Os pacientes dentados apresentaram uma freqüência inadequada de escovação dentária, sendo que apenas 7,3% usavam fio dental habitualmente. Apesar de higienizarem as dentaduras com freqüência razoável, os usuários de próteses não as retiravam para dormir.

A maioria dos residentes em instituições de cuidado ao idoso depende da assistência dos cuidadores em todos os aspectos relativos à higiene pessoal. O cuidador é a pessoa capacitada para auxiliar e fazer o elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou da comunidade. Os cuidadores de idosos possuem um papel fundamental no estímulo e oferecimento de cuidados de saúde bucal, bem como no ensinamento dos pacientes sobre a importância da higiene bucal diária e do exame bucal periódico (YASUNORI et al., 2002). Entretanto, os cuidadores relatam algumas barreiras específicas para oferecer a higiene bucal aos idosos sob sua responsabilidade como as sensações de medo ou nojo, falta de cooperação, presença de mau hálito, dificuldade em escovar os dentes de outras pessoas, falta de tempo e de necessidade percebida, mesmo que a higiene bucal

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não esteja incluída em suas responsabilidades. Assim, existem barreiras estruturais e atitudinais para o oferecimento de higiene bucal por parte dos cuidadores aos idosos. (YASUNORI et al., 2002; REED et al., 2006).

Essas barreiras de comportamento podem ser influenciadas por experiências prévias e pela autopercepção em saúde bucal, que influenciam o conhecimento e a importância da saúde bucal que os cuidadores apresentam e o oferecimento de cuidados de saúde bucal aos idosos. Os indicadores de autopercepção demonstram a percepção do individuo sobre sua saúde bucal baseados em fatores como estética, função, dor e desconforto (EKANAYKE & PERERA, 2005).

A sobrecarga de trabalho e a falta de tempo fazem com que a autopercepção e os cuidados com a saúde bucal dos cuidadores, bem como destes para com os idosos, sejam baixos (FRENKEL, 1999).

A promoção e a manutenção de saúde bucal do idoso depende não apenas da formação adequada de cirurgiões dentistas capazes de entender as necessidades dessa população, mas também de cuidadores de idosos dependentes bem informados, capazes de prevenir e reconhecer os principais problemas de saúde bucal que acometem essa faixa etária. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as condições de saúde bucal, a autopercepção e o conhecimento de saúde bucal dos cuidadores de idosos institucionalizados no município de Piracicaba-SP, Brasil.

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PROPOSIÇÃO

O objetivo desse trabalho foi avaliar as condições de saúde bucal, a autopercepção e o conhecimento de saúde bucal dos cuidadores de idosos institucionalizados no município de Piracicaba-SP.

Este trabalho foi realizado no formato alternativo, conforme a deliberação da Comissão Central de Pós-graduação (CCPG) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) nº 001/98. O trabalho apresentado no Capítulo 1 foi realizado para alcançar o objetivo proposto.

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CAPÍTULO 1

Avaliação das condições de saúde bucal, autopercepção e

conhecimento de cuidadores de idosos institucionalizados

Evaluation of oral health conditions, self-perception and knowledge of caregivers of institutionalized elderly

Clícia dos Santos Rodrigues de Oliveira* Lorena Alves Coutinho*

Eduardo Hebling** Fábio Luiz Mialhe**

Gláucia Maria Bovi Ambrosano**

* Mestranda em Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

** Professor do Departamento de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP

RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar as condições de saúde bucal, a

autopercepção e o conhecimento em saúde bucal de cuidadores de idosos institucionalizados, bem como a associação entre variáveis sócio-demográficas e clínicas com a autopercepção e o conhecimento em saúde. A amostra foi constituída por 70 voluntários de uma população de 80 cuidadores de duas instituições geriátricas do município de Piracicaba-SP, Brasil. A prevalência das doenças bucais foi determinada de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde. O índice Oral Health Impact Profile (OHIP-14) foi utilizado para mensurar a autopercepção em saúde bucal dos participantes. Um questionário abordando aspectos sócio-demográficos, condições de saúde, práticas e

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conhecimento de saúde bucal foi aplicado. Os dados foram analisados com uso dos testes Qui-quadrado e Exato de Fischer. A maioria dos cuidadores eram mulheres, com idade média de 41,7 anos, trabalhavam há mais de 7,5 anos com idosos, sendo que apenas 11,4% eram técnicos em enfermagem. O CPO-D encontrado foi alto sendo o componente perdido responsável por 62%. Participantes do gênero feminino e aqueles com idade maior que 43 anos foram os que apresentaram um CPO-D maior (p<0,001). Esta perda dentária influenciou o IPC, com 30,4% dos sextantes excluídos. As demais condições encontradas foram higidez (25,1%), cálculo (20,0%) e sangramento (18,8%). Do total de participantes, 52,8% faziam uso de próteses na maxila e 41,4% necessitavam de próteses na mandíbula. O OHIP-14 apresentou média de foi 8,98, demonstrando uma baixa autopercepção em saúde bucal. Quanto aos conhecimentos em saúde bucal, todos os profissionais reconheceram a relação desta com a saúde geral, 81,4% com depressão, 80,0% com o diabetes, 75,7% com o uso de medicamentos e 74,3% com perda de peso. Podemos concluir que os cuidadores apresentaram uma má condição de saúde bucal, além de baixa autopercepão e conhecimento. A adoção de medidas educativas futuras é necessária para proporcionar melhores condições de saúde bucal para os idosos e seus cuidadores.

Palavras-chave: enfermagem geriátrica; saúde bucal, conhecimento

autopercepção.

INTRODUÇÃO

Uma transição demográfica está em curso mundialmente sendo que a proporção de pessoas idosas aumenta mais rápido que qualquer outro grupo etário. Aproximadamente 600 milhões de pessoas têm idade igual ou superior a 60 anos e este número dobrará por volta de 2025. É previsto que no ano de 2050 os idosos correspondam a dois bilhões de habitantes, 80% destes morando em

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países em desenvolvimento como o Brasil (PETERSEN & YAMAMOTO, 2005). Perspectivas indicam que, em 2050, os idosos brasileiros serão 48,9 milhões, correspondendo ao sexto país em número de idosos (IBGE, 2004).

Um número elevado de idosos residem em instituições geriátricas e são dependentes integrais do cuidado de outras pessoas. Esta dependência, a perda da destreza manual e o fato de estarem, por vezes, acamados são relatados como barreiras para realização de uma higiene bucal efetiva (MARCHINI et al., 2006), contribuindo para que pobres condições de saúde bucal sejam encontradas, expressadas, principalmente, por meio de elevados níveis de prevalência de edentulismo, de doença cárie e de doença periodontal. Assim, o conhecimento de saúde bucal e as práticas adotadas pelos cuidadores são determinantes para a saúde bucal do residente (MCKELVEY et al., 2003).

Estudos realizados na Bélgica e no Reino Unido mostraram uma prevalência de edentulismo maior que 60 % (DE VISSCHERE et al., 2006; ADAM & PRESTON, 2006). No Brasil, estudos com idosos institucionalizados mostram médias elevadas de edentulismo, variando de 75% a 80% (MENEGHIM et al., 2002; HEBLING, 2003). Na faixa etária de mais de 75 anos, a média de edentulismo encontrada foi de 85,26% (PEREIRA et al., 1999).

O índice CPO-D (referente ao número de dentes cariados, perdidos ou obturados) quando realizado em diferentes populações aponta para uma maior participação do componente “perdido” (LO et al., 2004; REED et al., 2006). Estudo realizado, em Piracicaba-SP, por PEREIRA et al. (1999) encontrou a participação de 96,7% do componente extraído para a faixa etária de 50 a 75 anos e de 98,1% para a faixa etária maior que 75 anos.

Quanto às condições periodontais, estudo com idosos institucionalizados, demonstrou a presença de cálculo e retração gengival como sendo as alterações mais encontradas em pessoas com até 75 anos e, sangramento e retração gengival para os idosos acima de 75 anos (MENEGHIM

et al., 2002). Em outro estudo, a presença das doenças periodontais foi observada

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A habilidade das pessoas idosas de realizar o próprio cuidado bucal decresce com o tempo. Em idosos institucionalizados, cerca de 20% apresentaram dificuldades em realizar a higiene oral, principalmente por causa da perda de destreza manual, da dependência de cuidadores ou por estarem acamados. Os pacientes dentados apresentaram uma freqüência inadequada de escovação dentária, sendo que apenas 7,3% usavam fio dental habitualmente. Apesar de higienizarem as dentaduras com freqüência razoável, os usuários de próteses não as retiravam para dormir (MARCHINI et al., 2006).

A maioria dos residentes em instituições de cuidado ao idoso depende da assistência dos cuidadores em todos os aspectos relativos à higiene pessoal. O cuidador é a pessoa capacitada para auxiliar e fazer o elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou da comunidade. Os cuidadores de idosos possuem um papel fundamental no estímulo e oferecimento de cuidados de saúde bucal, bem como no ensinamento dos pacientes sobre a importância da higiene bucal diária e do exame bucal periódico (YASUNORI et al., 2002). Entretanto, os cuidadores relatam algumas barreiras específicas para oferecer a higiene bucal aos idosos sob sua responsabilidade como as sensações de medo ou nojo, falta de cooperação, presença de mau hálito, dificuldade em escovar os dentes de outras pessoas, falta de tempo e de necessidade percebida, mesmo que a higiene bucal não esteja incluída em suas responsabilidades. Assim, existem barreiras de conhecimentos e de comportamento para o oferecimento de higiene bucal por parte dos cuidadores aos idosos. (YASUNORI et al., 2002; REED et al., 2006).

Essas barreiras de comportamento podem ser influenciadas por experiências prévias e pela autopercepção em saúde bucal, que influenciam o conhecimento e a importância da saúde bucal que os cuidadores apresentam e o oferecimento de cuidados de saúde bucal aos idosos. Os indicadores de autopercepção demonstram a percepção do individuo sobre sua saúde bucal baseados em fatores como estética, função, dor e desconforto (EKANAYKE & PERERA, 2005).

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A sobrecarga de trabalho e a falta de tempo fazem com que a autopercepção e os cuidados com a saúde bucal dos cuidadores, bem como destes para com os idosos, sejam baixos (FRENKEL, 1999).

A promoção e a manutenção de saúde bucal do idoso dependem não apenas da formação adequada de cirurgiões dentistas capazes de entender as necessidades dessa população, mas também de cuidadores de idosos dependentes bem informados, capazes de prevenir e reconhecer os principais problemas de saúde bucal que acometem essa faixa etária (FRENKEL, 1999).

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as condições de saúde bucal, a autopercepção e o conhecimento de saúde bucal de cuidadores de idosos institucionalizados.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo teve seu início após ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sob processo nº 014/2007 (ANEXO I).

Para a seleção da amostra foram feitas visitas à sessão de recursos humanos de duas instituições geriátricas no município de Piracicaba-SP, Brasil para obtenção do número de cuidadores de idosos presentes nestas instituições. Foram selecionados os funcionários contratados pela instituição ou diretamente pelos familiares, bem como os familiares e voluntários que auxiliavam no cuidado dos pacientes idosos. A população de estudo foi de 80 indivíduos.

A coleta de dados foi realizada por um examinador, com auxílio de um anotador. O processo de calibração foi realizado em quatro sessões, totalizando 16 horas. Para que o examinador fosse considerado como calibrado houve uma concordância dos dados intra-examinador acima de 95% em todos os exames realizados.

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Após a obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido, assinado pelo voluntário, concordando em participar deste estudo, os dados foram coletados (ANEXO II).

O exame clínico foi realizado nos consultórios odontológicos presentes nas duas instituições, sob iluminação artificial, com o uso de espelhos bucais e sondas periodontais CPI, de acordo com os critérios preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997). Os cuidados com a biossegurança foram mantidos em todos os exames. A condição dos dentes foi avaliada por meio do índice CPO-D. A condição periodontal foi avaliada através do índice CPI (Community Periodontal Index), obtendo, assim, o número de sextantes saudáveis, com sangramento, cálculo ou bolsas periodontais. Para o registro do uso e necessidade de prótese também foram utilizados os mesmos critérios e índices preconizados pela OMS. Foram obtidas informações tanto para a maxila quanto para a mandíbula.

Foram considerados critérios de exclusão do voluntário a incapacidade para o exame e não estar presente na instituição durante a realização do estudo.

A autopercepção em saúde bucal foi obtida através do índice OHIP-14, uma forma simplificada do índice OHIP (Oral Health Impact Profile), desenvolvido por LOCKER & SLADE (1993) que consiste de 14 itens organizados em sete sub-escalas (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, desabilidade física, desabilidade psicológica, desabilidade social e limitação física) que relacionam aspectos da saúde bucal capazes de comprometer o bem estar físico, psicológico e social do individuo (SLADE, 1997). As questões foram feitas por meio de entrevistas.

As questões que avaliaram condições sócio-demográficas foram relativas ao local de trabalho, gênero (masculino e feminino), idade (19 a 29, 30 a 39, 40 a 49, 50 a 59 e 60 anos ou mais), renda (total de rendimento em salários mínimos), escolaridade (ensino fundamental, ensino médio, curso técnico e ensino superior) e estilo de vida (morando sozinho[a]; com esposo[a]; com esposo[a] e filho[s]; com filho[s]; e outros).

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Para avaliar o conhecimento em saúde bucal foi aplicado um questionário incluindo itens relacionados à higiene bucal, condições sistêmicas e de saúde geral e bucal, à qualidade de vida bem como manifestações bucais de doenças específicas como o câncer bucal.

Os dados foram analisados por meio de medidas de freqüência e outras de estatística descritiva (média, desvio-padrão, mediana e valores máximo e mínimo) e os testes de Qui-quadrado e Exato de Fischer. Após análise estatística bivariada, gráficos e tabelas foram confeccionados para melhor visualização dos resultados.

RESULTADOS

Caracterização da amostra

Dos 80 cuidadores de idosos das duas instituições selecionadas, 70

(87,5%) concordaram em participar da pesquisa. A idade média encontrada foi de 41,7 anos (desvio padrão = 12,6 anos; mínimo = 19 anos; máximo = 73 anos), sendo que a maioria (80%) era do gênero feminino, com idade média de 41,7 anos e trabalhavam na Instituição A (90%). Quanto à escolaridade apenas alguns (11,4%) possuíam formação na área técnica (técnico em enfermagem) sendo que a maioria possuía no máximo até oito anos de estudo (44,3%). Muitos cuidadores eram casados e possuíam filhos (38,6%) e recebiam de dois a cinco salários mínimos por mês (58,6%) (TABELA 1).

A maior porcentagem (35,7%) estava vinculada com a instituição como cuidadores, 24,3% eram auxiliares de enfermagem, 11,4% eram técnicos em enfermagem, 24,3% estavam contratados como serviços gerais, sendo responsáveis pelo cuidado do idoso mais também por outros serviços como limpeza e 4,3% eram familiares ou voluntários que se deslocavam até as instituições para cuidar dos idosos.

(22)

Tabela 1- Perfil dos cuidadores de idosos institucionalizados, Piracicaba-SP, Brasil. Variável N % Instituição A 63 90 B 07 10 Gênero Masculino 14 20 Feminino 56 80 Idade (anos) 19-29 17 24,3 30-39 11 15,7 40-49 20 28,6 50-59 18 25,7 >60 4 5,7 Renda (salário-minimo) <1 03 4,3 1 26 37,1 2 a 5 41 58,6 Escolaridade Ensino fundamental 31 44,3 Ensino médio 27 38,6 Curso técnico 8 11,4 Ensino superior 4 5,7 Estilo de vida Morando sozinho(a) 12 17,1 Morando com esposo(a) 11 15,7 Morando com esposo(a) e filho(s) 27 38,6 Morando com filho(s) 13 18,6

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Condições de saúde bucal

Os resultados mostraram um CPO-D alto com média de 20,1, cabendo ao componente “dentes perdidos” a maior contribuição para os altos valores encontrados. Os componentes “cariado” e “obturado” tiveram uma participação menor, correspondendo a 7,4% e 31% respectivamente. Maiores valores do índice foram encontrados para o gênero feminino e idade superior a 43 anos (p<0,0001) (TABELA 2).

O grande número de dentes extraídos resultou em 126 (30,4%) sextantes excluídos para realização do exame periodontal. Para o CPI, depois dos sextantes excluídos, as maiores condições foram sextantes com dentes hígidos (25,1%), seguidos dos dentes com cálculo (20,0%), dentes com sangramento (18,8) e dentes com bolsas (5,7%).

Alguns indivíduos usavam próteses totais superiores e inferiores (27,1% e 11,4%, respectivamente). A maioria não utilizava prótese inferior (67,1%) e a maior necessidade era por uma combinação de próteses fixas e/ou removíveis para a substituição de um e/ou mais de um elemento na arcada inferior (27,1%) (FIGURAS 1 e 2).

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TABELA 2- Análise bivariada para CP0-D dos cuidadores de idosos institucionalizados,

Piracicaba-SP, Brasil (mediana do CPOD = 21)

Variável CPO-D 21 n (%) CPO-D> 21n (%) p-value Instituição A 31(49,2) 32(50,8) 1,00 B 4(57,1) 3(42,9) Gênero Masculino 13(92,9) 1(7,1) < 0,0001 Feminino 22 (39,3) 34(60,7) Idade <43 anos 28(80,0) 7(20,0) < 0,0001 >43 anos 7(20,0) 28(80,0) Renda (S.M.*) <1 salário mínimo 15(51,7) 14(48,3) 0,80 2-5 salários mínimos 20(48,8) 21(51,2) Escolaridade Ensino fundamental 12(38,7) 19(61,3) 0,42 Ensino médio 16(59,3) 11(40,7) Curso técnico 5(62,5) 3(37,5) Ensino superior 2(50,0) 2(50,0) Estilo de vida Sozinho (a) 8(66,7) 4(33,3) 0,48 Esposo (a) 6(54,5) 5(45,5)

Esposo (a) e filho (s) 13(48,2) 14(51,8) Filho (s) 4(30,8) 9(61,2) Outros 4(57,1) 3(42,9) Uso de prótese Superior Não usa 25(75,8) 8(24,2) <0,01 Usa 10(27,0) 27(73,0) Inferior Não usa 30(63,8) 17(36,2) <0,01 Usa 5(21,7) 18(78,3) Necessidade de prótese Superior Não necessita 27(50,0) 27(50,0) 1,00 Necessita 8(50,0) 8(50,0) Inferior Não necessita 21(51,2) 20(48,8) 0,80 Necessita 14(48,3) 15(51,7) * S.M. = Salário-mínimo

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 superior inferior uso de prótese fr eq üê nc ia (n ) usa não usa

FIGURA 1- Uso de próteses por cuidadores de idosos institucionalizados, Piracicaba-SP, Brasil.

0 10 20 30 40 50 60 não necessita necessita para substituir um elemento necessita para substituir mais de um elemento necessidade fr e q ü ê n c ia ( n ) superior inferior

FIGURA 2- Necessidade de prótese por cuidadores de idosos institucionalizados,

Piracicaba-SP, Brasil.

Autopercepção em Saúde Bucal

Três diferentes métodos de análise são relatados nos estudos utilizando o OHIP-14: um resumo do índice expressado como o somatório dos pontos das

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sete sub-escalas em uma escala de 0 a 4, onde maiores escores significam pior autopercepção em saúde bucal; uma pontuação com pesos para cada questão e o número total de problemas relatados (ocasionalmente, com razoável freqüência e muito freqüente com uma possibilidade de 0-14 problemas) (FERNANDEZ et al, 2006). Neste estudo foi realizada a somatória dos problemas encontrados. A média encontrada foi 8,98 e os participantes que possuíam maior escolaridade apresentaram maiores queixas de problemas relacionados à saúde bucal (p<0,05) (TABELA 3).

Conhecimento de Saúde Bucal

Todos cuidadores concordaram que a saúde bucal interfere na saúde geral. Entre os problemas de saúde bucal que poderiam estar associados com complicações sistêmicas, os mais reconhecidos pelos participantes foram a associação entre saúde bucal com a depressão (81,4%), o diabetes (80%), o uso de medicamentos (75,7%) e a perda de peso (74,3%). As menores associações foram encontradas para a relação entre saúde bucal e doenças respiratórias e cardíacas (38,6% e 32,9%, respectivamente). Quanto aos cuidados com as próteses, 61,4% reconheceram que as mesmas precisam ser retiradas para dormir e apenas 47,1% acham necessário a visita periódica ao dentista para manutenção ou troca quando as mesmas são bem confeccionadas. Do total de cuidadores, 51,4% afirmaram que a perda dos dentes é uma conseqüência natural do envelhecimento (TABELA 4). Na análise bivariada houve uma diferença estatisticamente significante (p<0,05) para o local de trabalho (TABELA 5).

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TABELA 3- Análise bivariada para OHIP-14 dos cuidadores de idosos institucionalizados,

Piracicaba-SP, Brasil (mediana do OHIP-14=6).

Variável OHIP-14 6 n (%) OHIP-14> 6n (%) p-value Instituição A 35(55,6) 28(44,4) 0,24 B 2(28,6) 5(71,4) Gênero Masculino 8(57,1) 6(42,9) 0,71 Feminino 29(51,8) 27(48,2) Idade <43 anos 19(54,3) 16(45,7) 0,81 >43 anos 18(51,4) 17(48,6) Renda (S.M.*) <1 salário mínimo 17(58,6) 12(41,4) 0,41 2-5 salários mínimos 20(48,8) 21(51,2) Escolaridade Ensino fundamental 20(64,5) 11(35,5) 0,05 Ensino médio 12(44,4) 15(55,6) Curso técnico 5(62,5) 3(37,5) Ensino superior 0(0,0) 4(100,0) Estilo de vida Sozinho (a) 6(50,0) 6(50,0) 0,93 Esposo (a) 7(63,6) 4(36,4)

Esposo (a) e filho (s) 14(51,9) 13(48,1)

Filho (s) 6(46,1) 7(53,9) Outro CPO-D 4(57,1) 3(42,9) <21 19(54,3) 16(45,7) 0,81 >21 18(51,4) 17(48,6) Uso de prótese Superior Não usa 16(48,5) 17(51,5) 0,48 Usa 21(56,8) 16(43,2) Inferior Não usa 24(51,1) 23(48,9) 0,66 Usa 13(56,5) 10(43,5) Necessidade de prótese Superior Não necessita 29(53,7) 25(46,3) 0,79 Necessita 8(50,0) 8(50,0) Inferior Não necessita 24(58,5) 17(41,5) 0,25 Necessita 13(44,8) 16(55,2) * S.M. = Salário-mínimo

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Tabela 4- Distribuição da freqüência de acertos dos cuidadores nas questões relativas ao

conhecimento de saúde bucal para o cuidado dos idosos.

Questão N %

1. A saúde bucal interfere na saúde geral? 70 100,0 2. Medicamentos interferem na saúde bucal? 53 75,7 3. A perda de dentes é uma conseqüência natural do envelhecimento? 36 51,4 4. Existe associação entre diabetes e saúde bucal? 56 80,0 5. Existe associação entre pneumonia e saúde bucal? 27 38,6 6. Doenças da gengiva podem ser associadas com problemas cardíacos? 23 32,9 7. Manchas vermelhas ou róseas podem ser sinais de câncer bucal? 37 52,9 8. Os usuários de próteses devem retirá-las para dormir? 43 61,4 9. Próteses bem confeccionadas precisam ser ajustadas ou trocadas

periodicamente?

33 47,1 10. Boca seca é um fenômeno normal do processo de envelhecimento? 33 47,1 11. A perda de peso pode estar associada com uma pobre saúde bucal? 52 74,3 12. Uma pobre higiene oral pode estar associada com depressão? 57 81,4

TABELA 5- Análise bivariada para número de acertos nas questões referentes ao

conhecimento de saúde bucal, dos cuidadores de idosos institucionalizados no município de Piracicaba-SP, Brasil (a mediana de acertos= 6).

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Variável acertos 6 n (%) acertos> 6 n (%) p-value Instituição A 36(57,1) 27(42,9) 0,04 B 1(14,3) 6(85,7) Gênero Masculino 6(42,9) 8(57,1) 0,40 Feminino 31(55,4) 25(44,6) Idade <43 anos 17(48,6) 18(51,4) 0,47 >43 anos 20(57,1) 15(42,9) Renda (S.M.*) <1 salário mínimo 16(55,2) 13(44,8) 0,74 2-5 salários mínimos 21(51,2) 20(48,8) Escolaridade Ensino fundamental 15(48,4) 16(51,6) 0,52 Ensino médio 16(59,3) 11(40,7) Curso técnico 3(37,5) 5(62,5) Ensino superior 3(75,0) 1(25,0) Estilo de vida Sozinho(a) 6(50,0) 6(50,0) 0,79 Esposo(a) 4(36,4) 7(63,6) Esposo(a) e filho(s) 15(55,6) 12(44,4) Filho(s) 8(61,5) 5(38,5) Outros 4(57,1) 3(42,9) DISCUSSÃO

A pesquisa realizada gerou informações sobre as condições de saúde bucal, a autopercepção e o conhecimento de saúde bucal de pessoas responsáveis pelo cuidado de idosos em duas instituições geriátricas do município de Piracicaba-SP. A maioria dos cuidadores eram mulheres, com idade média de 41,7 anos, envolvidas há mais de 7,5 anos com o cuidado de pessoas idosas, refletindo a predominância feminina entre os cuidadores. Estes resultados foram semelhantes a estudos anteriores (FRENKEL et al., 2002; MCKELVEY et al., 2003; MYNORS-WALLIS & DAVIS, 2004).

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Em relação à doença cárie, apesar dos avanços no controle de sua progressão, para jovens, na população adulta ocorre sem nenhuma interferência o que pode ser observado através do alto CPO-D encontrado (20,1) e, principalmente pela ampla contribuição do componente perdido (62%) para a constituição deste índice. Estes resultados confirmam os níveis precários de saúde bucal dos cuidadores observados em outros estudos (CANGUSSU et al., 2001).

A ausência de programas preventivos e curativos efetivos reflete diretamente no grande número de usuários de próteses e de adultos que necessitam das mesmas, principalmente para a substituição de vários elementos. Os resultados do presente estudo mostram, nessa população adulta, um elevado número de dentes perdidos e de uso e necessidade de próteses (FIGURAS 1 e 2). O reconhecimento que a saúde bucal tem um impacto significante no bem estar físico, psicológico e social torna essencial a aplicação de instrumentos capazes de detectar a qualidade de vida relacionada à saúde oral (EKANAYKE & PERERA, 2005). O valor do índice OHIP-14 encontrado neste estudo foi alto (8,98) e semelhante ao resultado obtido por REED et al. (2006), refletindo uma baixa autopercepção de saúde bucal. Os cuidadores são responsáveis pela higiene bucal de muitos idosos, de tal maneira que seus conhecimentos e atitudes são fundamentais para a manutenção da saúde bucal destes. Na amostra estudada, todos participantes concordaram que a saúde bucal interfere na saúde geral assim como no estudo realizado na Nova Zelândia (MCKELVEY et al., 2003).

Quando questionados sobre a relação entre condições sistêmicas e saúde bucal as maiores associações foram reconhecidas para a depressão, o diabetes, o uso de medicamento e a perda de peso. Dados semelhantes foram encontrados por REED et al. (2006) quando avaliaram o conhecimento de 18 cuidadores de idosos antes e após um período de treinamento. Entretanto nas duas fases de seus estudos os valores obtidos foram maiores que os encontrados em nossa avaliação. Esses achados podem ser conseqüência das diferenças de

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formação educacional das amostras de estudo. No presente estudo, 44,3% da amostra possuíam apenas o ensino fundamental e 38,6%, o ensino médio (Tabela 1).

Evidências consideráveis estão disponíveis para demonstrar que existe relação entre uma saúde bucal precária e a ocorrência de pneumonia. A pobre higiene bucal e a deterioração do sistema imunológico associados ao uso de antibióticos por tempos prolongados aumentam a incidência de doenças do trato respiratório em idosos institucionalizados (AZARPAZHOOH & LEAKE, 2006; SCANNAPIECO, 2006; SUMI et al., 2006). Apenas 38,6% dos cuidadores do presente estudo reconheceram essa associação.

A redução da morbidade e mortalidade atribuída ao câncer bucal pode ser alcançada através da prevenção primária que inclui a suspensão do fumo, a diminuição do consumo de álcool, bem como a adoção de uma dieta apropriada e através da prevenção secundária que consiste de um exame visual e tátil da cavidade bucal, cabeça e pescoço, essencial para um diagnóstico precoce (CRUZ

et al., 2005). É recomendado que o exame para detecção de câncer bucal seja

realizado anualmente por idosos. Entretanto, a visita não regular desses pacientes ao cirurgião dentista torna importa o desenvolvimento de programas para treinamento de cuidadores para que estes desempenhem um papel ativo no diagnóstico precoce do câncer bucal (SOHN et al., 2005). Na questão elaborada para avaliação do conhecimento de manifestações orais do câncer bucal, 52,9% afirmaram que manchas vermelhas ou róseas podem ser sinais da doença.

Níveis maiores de edentulismo são encontrados em estudos que envolvem pacientes institucionalizados (COLUSSI & FREITAS, 2007) ocasionando em um grande número de internos usuários de próteses. Seu uso prolongado, bem como a ausência de uma higiene efetiva, podem facilitar o aparecimento de estomatite protética. Próteses mal adaptadas contribuem para o desenvolvimento de câncer. No estudo realizado por MARCHINI et al. (2006) com idosos institucionalizados foi encontrado que 21,9% retiram a prótese para dormir. Os resultados do presente estudo mostram que 61,4% dos cuidadores recomendam

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que seus pacientes retirem as próteses para dormir e 52,9% não acham necessário a visita freqüente ao cirurgião dentista para ajustes e trocas periódicas das próteses.

Com os resultados deste estudo, reforça-se o descaso para a saúde bucal na faixa etária adulta e idosa ressaltando a importância que deve ser dada para a atenção à saúde desses grupos bem como a necessidade de educação em saúde para que melhores condições de saúde bucal possam ser encontradas futuramente tanto nos cuidadores quanto nos residentes de instituições geriátricas. A promoção e a manutenção de saúde bucal no idoso dependem não apenas da formação adequada de cirurgiões dentistas capazes de entender as necessidades dessa população, mas também de cuidadores de idosos dependentes bem informados, capazes de prevenir e reconhecer os principais problemas de saúde bucal que acometem essa faixa etária.

A baixa autopercepção em saúde bucal encontrada nos cuidadores avaliados refletiu nas condições precárias de saúde bucal dos mesmos e nas barreiras encontradas para a prestação de serviços de higienização e cuidados bucais aos idosos dependentes. Durante o desenvolvimento desse estudo, foi freqüente o relato, por parte dos cuidadores, durante a aplicação do questionário, de não higienização de dentes e, sobretudo, das próteses dos idosos sob cuidado devido a sensação de nojo por cuidar dos dentes e próteses de outras pessoas e por falta de tempo, ocasionada pelo excesso de trabalho. O baixo conhecimento sobre cuidados com a saúde bucal observado também pode ter contribuído com esses relatos. Esses fatos sugerem que o processo de formação e treinamento desses cuidadores deva ser avaliado, com a inclusão de disciplinas que promovam conhecimentos de educação para a saúde bucal.

Outro relato constante por parte dos cuidadores foi a falta de tempo para procurar serviços de atendimento odontológico, evidenciado pelas baixas condições e autopercepção de saúde bucal encontradas. Esse fato destaca a sobrecarga de trabalho desses profissionais ou voluntários. O idoso totalmente dependente necessita de cuidados de terceiros durante as 24 horas diárias. A

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carga horária de trabalho dos cuidadores não foi avaliada nesse estudo. Não podemos deixar de considerar que esses cuidadores além das obrigações para com o idoso ou idosos sob sua responsabilidade possuem vida própria e outras obrigações com sua família e filhos, elevando a sobrecarga de atividades e responsabilidades e, por vezes, dificultando a procura por serviços de atendimento odontológicos. Outros estudos futuros precisam ser realizados para quantificar a relação de sobrecarga de trabalho e responsabilidades e as condições de saúde bucal dos cuidadores.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que os cuidadores de idosos apresentam má condição de saúde bucal, além de baixa autopercepção e conhecimentos. A adoção de medidas educativas futuras é necessária para proporcionar melhores condições de saúde bucal para os idosos e seus cuidadores.

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the oral health status,

self-perception and knowledge from elderly caregivers. The sample was constituted by 70 caregivers from two nursing homes of the Piracicaba-SP city, Brazil. The prevalence of oral diseases was determined according to World Health Organization for básic surveys on oral health. The index Oral Health Impact Profile (OHIP-14) was used to measure the oral health self-perception. A questionnaire covering sócio-demographic, health conditions, practices and knowledge of oral health was applied. Qui-square and Fisher’s Exact Test were applied to evaluate some association among the variables. The majority of the caregivers were women, with an average of 41.7 years, working for more than 7.5 years with older people, and just 11.4% were nursing. The DMF-T founded was high, with the “missed” component corresponding by 62%. A significant association was found in bivariate analysis for gender and age (p<0.0001). This tooth loss influenced the CPI (Community Periodontal Index) since 30.4% were excluded sextants. The

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other conditions were healthy (25.1%), calculus (20.0%) and bleeding (18.8%). Of the total, 52.8% used maxillary prosthesis and 41.4% need for the mandible prosthesis. The mean found for OHIP-14 was 8.98 confirm that poor oral health status negatively impact their quality of life. A significant association was found for educational level (p<0.05). In relation to the knowledge of oral health, all professionals recognized the link between oral health and general health, 81.4% with depression, 80.0% with diabetes, 75.7% with use of drugs and 74.3% with wight loss. Care providers of one nursing home showed a great number of correct answers (p<0.05). In conclusion, the caregivers showed bad oral health status, related to lower self-perception and knowledge. The adoption of further educative actions is needed to improve oral health status for the elderly and their caregivers.

Key words: geriatric nursing; oral health; knowledge; self-perception.

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CONCLUSÃO

As condições de saúde bucal observada nos cuidadores de idosos foram insatisfatórias, evidenciadas pelo alto valor do CPO-D e pelo número elevado de dentes perdidos, de sextantes excluídos e de uso e necessidade de próteses.

Apesar de existir algum conhecimento sobre saúde bucal, principalmente relacionado à depressão, diabetes, medicamentos e perda de peso, alguns aspectos importantes como noções de sinais de câncer bucal e de cuidados com o uso de próteses foram desconhecidas por muitos cuidadores. Assim, torna-se necessário a aplicação de esforços para melhorar o conhecimento e, conseqüentemente, proporcionar melhores condições de saúde bucal para os idosos e seus cuidadores.

As precárias condições de saúde bucal observadas nos cuidadores também podem ser consideradas como reflexo da ausência de uma política preventiva voltada para adultos e idosos e de uma prática odontológica mutiladora marcada pelo elevado número de dentes extraídos, sextantes excluídos e uso e necessidade de prótese.

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12. Pereira AC, Silva SRC, Castellanos RA Meneghim MC, Queluz DP. Oral health and periodontal status in Brazilian elderly. Braz Dent J. 1996; 7(2): 97-102.

13. Rosa AGF, Castellanos RA, Pinto VG, Ramos LR. Condições de saúde bucal

(39)

em pessoas de 60 anos ou mais no Município de São Paulo (Brasil). Rev Saude Publica. 1992; 26(3): 155-160.

14. Rosa AGF, Castellanos RA, Pinto VG. Saúde bucal na terceira idade: um diagnóstico epidemiológico. RGO. 1993; 41(2): p. 97.

15. Sánchez LOV, Pérez PR, Romo JG, Corona FPI, Hidalgo HL, Franco FM. Determinación de pH salival y cultivo en pacientes con candidiasis bucal. Rev Iberoam Micol. 2002; 19: 155-160.

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18. Vigild M. Oral mucosal lesions among institutionalised elderly in Denmark. Community Dent Oral Epidemiol. 1987; 15: 309–313.

19. Werner CWA, Saunders MJ, Paunovich E, Yeh C. Odontologia Geriatrica. Rev Faculdade Odontol Lins. 1998; 11(1): 62-70.

ANEXOS

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ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

As informações contidas neste prontuário foram fornecidas e esclarecidas pela pesquisadora CLÍCIA DOS SANTOS RODRIGUES DE OLIVEIRA, cirurgiã dentista, objetivando

(41)

Odontologia em Saúde Coletiva e firmar acordo por escrito, mediante o qual autoriza sua participação, com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

I – Título do trabalho: Avaliação das condições de saúde bucal, autopercepção e

conhecimento de cuidadores de idosos institucionalizados.

II – Pesquisadores: Clícia dos Santos Rodrigues de Oliveira, Prof. Dr. Eduardo

Hebling, Prof. Dr. Fábio Luiz Mialhe.

III – Endereço para contato e informações: Faculdade de Odontologia de

Piracicaba – UNICAMP, Av. Limeira, 901, Bairro Areião, Piracicaba – SP, CEP: 13.414-903, Telefones: (19) 2106-5218 e 2106-5209, e-mail: clicia@fop.unicamp.br

IV – Justificativa

A partir da análise das condições, autopercepção e conhecimentos de saúde bucal dos cuidadores de idosos institucionalizados, será permitido o planejamento de ações que visem promover melhores condições de saúde oral tanto para a população idosa quanto para seus cuidadores.

V – Objetivo

Avaliar as condições de saúde bucal, autopercepção e conhecimento de saúde oral de cuidadores de idosos institucionalizados no município de Piracicaba.

VI – Procedimentos do experimento

Serão aplicados dois questionários. Posteriormente será realizado um exame clínico oral completo. Os participantes com lesões na mucosa bucal serão aconselhados e encaminhados para tratamento na Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP, e os demais participantes que necessitarem de tratamento serão encaminhados para o serviço odontológico do município. Após essa fase, será realizada palestra informativa sobre cuidados e manutenção da saúde bucal aos cuidadores.

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VII – Inclusão em grupo controle ou placebo

Não haverá grupo controle ou placebo no presente estudo.

VIII – Métodos alternativos existentes para a obtenção da informação desejada

Não existem métodos alternativos para a obtenção das informações desejadas.

IX - Desconforto ou riscos esperados

Não há riscos com o procedimento de exame clínico. Pode-se esperar um desconforto após a sondagem periodontal, proveniente de problemas periodontais pré-existentes.

X – Benefícios do experimento

Obtenção de informações importantes para o planejamento de ações curativas e educacionais. Os cuidadores terão o diagnóstico de suas condições de saúde bucal, após a realização do exame e encaminhamento para faculdade ou serviço odontológico do município caso necessitem de tratamento e receberão palestras educativas no local de trabalho.

XI – Acompanhamento e assistência

Os voluntários no desenrolar de toda a pesquisa poderão entrar em contato com a pesquisadora Clícia dos Santos Rodrigues de Oliveira.

XII – Esclarecimento

Qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados à pesquisa serão esclarecidas.

XIII – Liberdade para se recusar em participar da pesquisa

O cuidador voluntário possui o direito de recusar a participar na pesquisa e possui a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

XIV – Garantia de sigilo

Ao voluntário da pesquisa será garantido o sigilo de todas as informações adquiridas. Sua identidade será preservada mediante a utilização de um mesmo número para sua ficha clínica e todos os questionários utilizados.

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XV - Ressarcimento

Não há previsão de ressarcimento, pois a participação na pesquisa não trará despesas ao voluntário.

XVI – Formas de indenização e medidas de reparo do dano eventual

Não há previsão de ressarcimento, pois não há risco previsível pela participação na pesquisa.

XVII - Consentimento Pós-informação:

Eu, ________________________________________________________, abaixo assinado, certifico que tendo lido as informações acima e suficientemente esclarecido (a) de todos itens, sem que tenha havido qualquer tipo de constrangimento ou de coação para a minha participação, estou plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim, autorizo a execução do trabalho de pesquisa, exposto acima, em mim.

Piracicaba, _____/_____/200__

Nome:

R.G: CPF: Telefone:

A assinatura deste documento indica a minha participação como voluntário desta pesquisa e que também recebi uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

ATENÇÃO: A sua participação em qualquer pesquisa é voluntária. Em caso de dúvida quanto aos seus direitos, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da FOP/UNICAMP. Av. Limeira, 901 – Caixa Postal 52- CEP: 13414-903-Piracicaba-SP. Tele-FAX: (19) 2106-5349 www.fop.unicamp.br/cep cep@fop.unicamp.br

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