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Resistência de união por ensaio de rasgamento de três tipos de cimentos a uma liga de Ni-Cr

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA

RESISTÊNCIA DE UNIÃO POR ENSAIO DE RASGAMENTO DE TRÊS TIPOS DE CIMENTOS A UMA LIGA DE Ni-Cr

Niterói 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA

RESISTÊNCIA DE UNIÃO POR ENSAIO DE RASGAMENTO DE TRÊS TIPOS DE

CIMENTOS A UMA LIGA DE

Ni-Cr

KARINE DA SILVA LIMA

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia.

Área de Concentração: Clínica Odontológica Orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa

Niterói 2012

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BANCA EXAMINADORA Prof(a). Dr(a). Instituição: Decisão: _________________________Assinatura: ________________________ Prof(a). Dr(a). Instituição: Decisão: _________________________Assinatura: ________________________ Prof(a). Dr(a). Instituição: Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

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DEDICATÓRIA

À Deus, que me fortalece a cada dia, obrigada por tudo.

À minha mãe, Maria Odete da Silva Lima, exemplo de vida, coragem e

determinação. Pelo amor incondicional, compreensão, dedicação, carinho e esforço para a minha formação.

Ao querido Professor Doutor Cresus Vinícius Depes de Gouvêa, por ter me acolhido como sua orientada, pela confiança em mim depositada e pelo aprimoramento de

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa, meu Orientador e Mestre, a quem possuo profunda admiração e carinho, agradeço sua orientação e seus ensinamentos.

Ao Professor Dr. Waldimir Rocha de Carvalho, agradeço a atenção e os ensinamentos no Laboratório de Biotecnologia Aplicada (LABA).

Ao Professor Licínio Esmeraldo da Silva, pelos ensinamentos estatísticos deste trabalho e suas interpretações.

Ao Professor Dr. Levi Ribeiro de Almeida Junior, professor do Estágio Docente, agradeço a oportunidade de compartilhar a sala de aula, sua amizade e consideração.

Ao Professor Dr. Ricardo Carvalhaes Fraga, sua atenção e coordenação durante o Curso de Mestrado.

Aos queridos professores do curso de Mestrado, um agradecimento especial por seus ensinamentos em sala de aula.

Aos funcionários Marco e Wellington, pela ajuda nos ensaios mecânicos deste trabalho no LABA.

Aos colegas André Batista e Flávio Mussalem pela ajuda durante a pesquisa.

Ao funcionário Gerson por dispor sua máquina profissional para tirar as fotos do trabalho no LABA.

Aos funcionários Isabel, Lucy, Fernanda Moreira, Fernanda Azevedo, Amanda, Matheus, Maria, Silvia e Pedro Paulo pela gentileza, carinho e atenção com os alunos durante o curso de Mestrado.

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`A professora Valéria Bastos que com carinho foi incentivadora para que eu entrasse na vida acadêmica

Ao professor Marco Antonio Gallito por suas aulas de Materiais Dentários durante o curso de Mestrado.

Ao professor Raphael Vieira Monte Alto por sua amizade e consideração.

Aos colegas da turma de Mestrado 2010, pela convivência fraterna ao longo de 2 anos.

À minha querida mãe Maria Odete da Silva Lima, não existem palavras que traduzam meu agradecimento.

À vovó Maria Etelvina, que com seus 92 anos me alegra todos os dias.

Ao meu querido Antônio Ramos, meu namorado, que chegando no final desta jornada me deu força e incentivo para completá-la.

À minha irmã Kátia Amorim, ao meu sobrinho Igor e ao meu cunhado Wladimir por sempre acreditarem em mim.

Aos queridos Edvaldo da Silva e Valdir Martins pela consideração. A tia Conceição Lopes,pelo carinho e apoio.

A Luzia Rodrigues por torcer pelo meu sucesso.

`As queridas Manuela Duarte e Priscilla Oliveira por serem amigas em todos os momentos.

A querida vovó Antonia Eugênia Lima, in memorian, por tudo o que representa para mim.

Ao meu pai Nilo Lima, in memoriam, pela minha vida. A todos os meus amigos pelo apoio e consideração.

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A Deus meu agradecimento especial.

Te agradeço Senhor pelos dias difíceis e pelos momentos complicados. Mas também pelas vitórias e conquistas. Com os momentos difíceis aprendi que existe um Deus que nunca nos desampara e que nos dá força para sempre seguir em frente. Que depois de toda a tempestade vem um sol lindo e depois de muita tristeza vem uma alegria imensa.

Obrigada Senhor, por ter dado saúde a minha mãe, graças ao Senhor não a perdi e fico muito feliz que ela possa ver mais esta vitória.

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RESUMO

Lima KS. Resistência de União por ensaio de rasgamento de três tipos de cimentos a uma liga de Ni-Cr.[Dissertação].Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2012.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de união por ensaio de rasgamento de três tipos diferentes de cimentos com e sem tratamento de superfície (óxido de alumínio) das superfícies metálicas. Os cimentos utilizados foram: Fosfato de Zinco, cimento de Ionômero de Vidro convencional e Cimento de Ionômero de Vidro modificado por resina. Sessenta pares de placas metálicas em Ni-Cr foram confeccionados, com superfícies planas, próprios para cimentação e testes de rasgamento. Dez pares de placas metálicas de NiCr foram cimentadas para cada agente cimentante, de acordo com as recomendações do fabricante, com jateamento (óxido de alumínio) e sem jateamento do metal, totalizando em seis grupos: 1- Fosfato de Zinco sem jateamento, 2-Ionômero de Vidro convencional sem jateamento, 3-RelyX sem jateamento, 4- Fosfato com jateamento, 5-Ionômero Convencional com jateamento e 6-RelyX com jateamento. Os corpos de prova foram cimentados e colocados numa morsa com torque de 45N durante duas horas para padronização e então levados a máquina de ensaio KRATOS para a realização do ensaio de rasgamento. Os CP foram limpos após a realização de cada ensaio com água destilada por três minutos mergulhados em cuba ultrassônica. Após os ensaios, os resultados obtidos foram submetidos aos testes: Shapiro Wilk (α=0,05), ANOVA por meio de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. As médias de resistência, em Kgf, encontradas foram: grupos sem tratamento de superfície: Fosfato de Zinco=0,306;Ionômero de Vidro convencional Ketac Cem=0,076 e RelyX Luting=2,090. Grupos com tratamento: Fosfato de zinco=0,678; Ionômero Convencional Ketac Cem=0,441; Relyx Luting=9,571. Concluiu-se que nos grupos com e sem tratamento de superfície o cimento RelyX Luting apresentou valores de força de rasgamento significativamente superior aos demais cimentos. Nos grupos com e sem tratamento de superfície Ketac Cem e Fosfato de Zinco não diferiram em relação à força de rasgamento. Com ou sem jateamento, o Cimento Ionômérico modificado por resina RelyX Luting superou em força de rasgamento os demais cimentos testados e o jateamento não influenciou na comparação entre as forças de resistência de Ketac Cem e Fosfato de Zinco, que não diferiram estatisticamente entre si. Em relação a cada cimento,o jateamento aumentou os valores de resistência de união do cimento Ketac Cem e do cimento RelyX Luting, não influenciando estatisticamente o valor de Fosfato de Zinco.

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Palavras-chave: cimentos odontológicos, cimentos de ionômero de vidro; cimentos

de fosfato de zinco; ligas de Ni-Cr; resistência à tração; resistência ao cisalhamento; rasgamento.

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ABSTRACT

Lima KS. Tensile Bond Tearing Force Strength of three different cements to a Ni Cr alloy.[Dissertation]. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2012.

The Objective of this study was to evaluate the bond strength for tear testing of three different types of cements with and without surface treatment (aluminum oxide) on metal surfaces. The cements were used: Zinc Phosphate, Conventional Glass Ionomer cement and Ionomer modified glass resin. Material and Methods: sixty pairs of metal plates in Ni-Cr were made, with flat surfaces suitable for cementing and tear tests. Ten pairs of NiCr metal plates were cemented for each luting agent with and without blasting sandblasting of metal, total of six groups: groups without metal blasting 1- Zinc Phosphate , 2 -Ionomer Glass , 3-RelyX Luting and groups with metal blasting:4 - Zinc Phosphate, 5-Glass Ionomer, 6-RelyX Luting. The specimens were cemented and placed in a vise with a torque of 45N for two hours and taken the testing machine KRATOS for the test tear. The specimens were cleaned after the completion of each test with distilled water for three minutes, dipped in the vat ultrassonic. After testing, it were subjected to tests: Shapiro Wilk (α=0,05), ANOVA, Kruskal-Wallis and Mann-Whitney. Results: the mean resistance in Kgf, were: groups whithout surface treatment: 1-Zinc Phosphate =0,306; 2-Ketac Cem=0,076; 3-RelyX Luting=2,090. Treatment group: 4-Zinc Phosphate=0,678; 5-Ketac Cem=0,441; 6-RelyX Luting=9,571. Conclusions: 1-groups with and whithout surface treatment cement RelyX Luting showed tear strength values significantly higher than the other cements . 2-In the groups whith and whithout surface treatment, Ketac Cem hundred and Zinc Phosphate did not differ statistically and the jet did not influence the comparison between Ketac Cem and Zinc Phosphate with respect to tear strength. For each cement, blasting increased the values of bond strength of Ketac Cem cement and cement RelyX Luting not statistically influence the value of Zinc Phosphate.

Keywords: dental cements, glass ionomer cements, zinc phosphate cements, Ni-Cr alloys, tensile strength, shear strength, tear strength

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...14

2 REVISÃO DA LITERATURA...16

2.1 LIGAS DE NIQUEL-CROMO... 16

2.2 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DA PEÇA METÁLICA...19

2.3 CIMENTO FOSFATO DE ZINCO...20

2.4 CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CONVENCIONAL...22

2.5 CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO POR RESINA...25

3 PROPOSIÇÃO...27

4 MATERIAL E MÉTODOS...28

4.1 MATERIAL...28

4.1.1 LIGA METÁLICA DE Ni-Cr...28

4.1.2 CORPOS DE PROVA...29 4.1.3 CIMENTOS ODONTOLÓGICOS...29 4.2 MÉTODOS...30 5 RESULTADO...34 6 DISCUSSÃO...40 7 CONCLUSÕES...42 REFERÊNCIAS...43 ANEXOS...50

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Dez pares de CP lixados e limpos prontos para cimentação...29

Figura 2- A- cimento Fosfato de Zinco; B-Cimento de Ionômero de vidro

Convencional (Ketac Cem); C-cimento de ionômero de vidro

modificado Por Resina (Rely X Luting)...29

Figura 3- Materiais utilizados: morsa; gabarito metálico; alavanca e torquímetro...31

Figura 4- Corpo de prova posicionado no centro da morsa com o auxílio

da alavanca metálica...32

Figura 5- Corpo de prova sendo cimentado sob o outro com o auxílio

do gabarito metálico...32

Figura 6- Torque de 45N com o auxílio do torquímetro KOPP...32

Figura 7- CP cimentados e mantidos na morsa por 2 horas………...…33 Figura 8 - O conjunto morsa-CP adaptado na máquina de ensaio

KRATOS para realização do Ensaio de Rasgamento...33

Figura 9 - Ensaio de Rasgamento realizado na máquina de ensaios KRATOS....…33

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LISTA DE QUADROS, TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 - Vantagens e desvantagens do cimento de Fosfato de Zinco...21

Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do cimento de Ionômero

de Vidro Convencional...23

Tabela 3 - Vantagens e desvantagens do cimento de Ionômero

de Vidro Modificado por Resina...26

Tabela 4 - Composição química e propriedades físicas da liga de Ni-Cr

Wironia light...28

Tabela 5 - Divisão dos grupos de acordo com o tipo de cimento e a presença

ou não de jateamento das peças metálicas...30

Tabela 6 - Médias, desvio padrão e medianas da resistência ao rasgamento

dos agentes cimentantes a uma liga de Ni-Cr (Kgf)...34

Tabela 7 - Nível de significância para normalidade dos cimentos

sem tratamento de superfície das peças metálicas...35

Tabela 8 - Nível de significância para normalidade dos cimentos com tratamento de superfície das peças metálicas...36

Tabela 9 - Verificação da diferença significativa entre os grupos sem

jateamento...36

Gráfico 1 - Distribuição da resistência ao rasgamento, em Kgf, dos diferentes

grupos...35

Gráfico 2 - Distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento de superfície, em relação ao cimento Fosfato de Zinco...37

(14)

Gráfico 3 - Distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento de superfície em relação ao cimento Ketac Cem...38

Gráfico 4 - Distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Ni Níquel Cr Cromo Al Alumínio N Newton mm Milímetros Kgf Kilograma/força CP Corpos de Prova ANOVA Análise de Variância

 Maior que < Menor que = Igual a p-valor Significância

UFF Universidade Federal Fluminense LABA Laboratório de Biotecnologia Aplicada ASTM American Society for Testing Material d.p Desvio-padrão

i.i.q Amplitude interquartílica MPa Megapascal

GPa Gigapascal

ADA American Dental Association

ANSI American National Standards Institute CIV Cimento de Ionômero de Vidro

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1- INTRODUÇÃO

Modernamente, restaurações metálicas indiretas são empregadas e indicadas para a reconstrução de dentes com grande perda de estrutura. Independente da técnica ou do material empregado, a peça metálica necessita de um cimento para fixá-la e compensar a discrepância marginal entre a peça e o dente preparado.3

Numerosos tratamentos odontológicos necessitam da utilização de próteses, e a fixação destas sobre os dentes é feita por meio de agentes de cimentação.1 Os agentes cimentantes devem preencher a interface entre o dente preparado (suporte) e a restauração, conferindo retenção, resistência à restauração e ao remanescente dentário, promovendo vedamento marginal e favorecendo a longevidade dos trabalhos protéticos. Portanto, um agente cimentante deveria ter resistência mecânica e ser insolúvel em fluidos bucais.2

O cimento ideal deve apresentar estabilidade, baixa solubilidade, produzir uma fina película e adequada resistência mecânica. Outra característica desejável seria uma forte união entre a estrutura dental e restauração metálica, que evitaria o deslocamento da restauração e a recidiva de cárie por infiltração.3

O cimento fosfato de zinco é o mais antigo agente cimentante e serviu como padrão para que novos sistemas pudessem ser comparados1; ele possui boas características de manipulação, fluidez inicial satisfatória,baixa solubilidade e como desvantagens é irritante à polpa, não apresenta atividade anticariogênica e não possui adesividade às estruturas dentárias.4 A adesão do cimento fosfato de zinco ocorre pelo embricamento mecânico nas interfaces e não por meio de interações químicas.1

Na busca de se obter um cimento que apresentasse adesividade à estrutura dental, foi criado o cimento policarboxilato de zinco e após este foi criado o ionômero de vidro.1 O cimento de ionômero de vidro convencional possui atividade cariostática, libera fluoretos, possui adesividade a estrutura dental e não é irritante à polpa; como desvantagens possui lento processo de maturação.1 O cimento de ionômero de vidro modificado por resina possui boa adesão às estruturas dentárias, libera fluoretos e possui curagem automática, como desvantagem possui alto custo. A resistência e a adaptação marginal dos cimentos representam fatores de grande importância no sucesso clínico de uma prótese parcial fixa, onde quanto maior for a resistência

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15

frente as tensões, menor será a tendência de fratura das extensões dos cimentos. Geralmente são necessárias grandes forças de tração e cisalhamento para deslocar fundições cimentadas com cimentos que possuem alta resistência a compressão, comparativamente a cimentos que possuem baixa resistência à compressão.6,7 No entanto, a resistência dos agentes cimentantes pode ser alterada por vários fatores como: manipulação incorrtea do cimento, solubilidade8,9 e contaminação prematura da água.10,11 Nas restaurações metalocerâmicas existem várias técnicas que visam promover o aumento das irregularidades superficiais da peça metálica com o objetivo de união metal-cimento, como, por exemplo, ataque químico, ataque eletrolítico e jateamento com óxido de alumínio. O jateamento com óxido de alumínio é o método mais simples e mais barato para a criação de microrretenções e, por este motivo, também o mais utilizado.5

Atualmente, as coroas metalocerâmicas têm sido muito empregadas e consideradas bem sucedidas pelos cirurgiões-dentistas, podendo ser fabricadas em ligas básicas, semi-nobres ou nobres.12 Devido ao alto custo das ligas áureas, surgiram inúmeras pesquisas para obter uma liga não nobre, que pudesse superar as propriedades de resistência e força de união que as ligas nobres apresentam. As ligas básicas constituídas de níquel-cromo têm sido muito utilizadas, substituindo quase que totalmente as ligas nobres em restaurações metalo-cerâmicas, pelo seu menor custo e bons resultados clínicos apresentados. Estas ligas comumente apresentam elevada resistência mecânica e dureza, alto módulo de elasticidade, alta resistência à fratura e deformação.13

Muitos cimentos odontológicos tem se fixado no mercado com composições diferentes e indicações clínicas iguais, havendo a necessidade de se saber o ideal e mais resistente para as restaurações de ligas de Ni-Cr.

Neste contexto, este estudo tem por objetivo avaliar e comparar a resistência de união por ensaio de rasgamento dos cimentos fosfato de zinco, ionômero de vidro e ionômero de vidro modificado por resina utilizando-se uma liga de Ni-Cr e verificar se houve influência do jateamento de óxido de alumínio das peças metálicas nos valores da resistência de união dos cimentos estudados em relação à liga de Ni-Cr.

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16

2- REVISÃO DA LITERATURA

2.1-

Ligas de Níquel-Cromo

As Ligas de níquel-cromo possuem excelentes propriedades mecânicas, tais como o módulo de elasticidade (rigidez), a dureza e um alongamento razoavelmente alto (ductibilidade). O acréscimo de outros componentes pode comprometer a formação da camada de óxido e consequentemente a resistência de união.1

As ligas de metais não-nobres (básicos) para restaurações odontológicas foram introduzidas nos anos 30. Ligas não-nobres são ligas que contêm em sua composição metais ativos, isto é, metais que têm tendência a se oxidar retornando a um composto estável como o encontrado na natureza na forma de um minério. Desde essa época, as formulações de Ni-Cr têm se tornado cada vez mais populares, comparadas com as ligas de metais nobres. As vantagens em se utilizar estas ligas são seus pesos mais leves, suas propriedades mecânicas e seus custos reduzidos.15

Dentre todas as opções disponíveis comercialmente, as ligas odontológicas de fundição à base de Ni-Cr são as mais utilizadas na confecção de próteses metalocerâmicas.24,25 Seu uso frequente nas próteses metalocerâmicas deve-se especialmente ao baixo custo.26,27

Ligas de Ni-Cr para coroas e próteses parciais fixas contêm de 60% a 80% (m/m) de Níquel, 16% a 27% de Cromo e 4% a 10% de Molibidênio. Outros elementos podem ser adicionados em pequenas quantidades para alterar suas propriedades mecânicas, tais como: dureza e módulo de elasticidade. Estas ligas precisam exibir biocompatibilidade, facilidade de fusão, fundição, soldagem, polimento, pouca contração de solidificação, mínima reatividade com o material de revestimento, boa resistência ao desgaste e excelente resistência ao manchamento e à corrosão.1 A resistência ao manchamento e à corrosão das ligas de Ni é de grande interesse devido ao potencial alergênico do níquel e seus compostos.16,17

Processos corrosivos liberam íons metálicos que entram em contato com células e tecidos. Se esses íons não são biocompatíveis e se a quantidade absorvida é alta o organismo pode ser prejudicado. Estas ligas são resistentes à corrosão devido ao

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fenômeno de passivação, com a formação de óxidos estáveis na superfície, como o Cr2O3 .29,19

Roach et al. (1998) concluíram que a liga de Ni-Cr-Mo contendo o mínimo de (16-22)% Cr e (9-14)% Mo podem formar uma camada de óxido passivo que promove resistência ao processo de corrosão.21

Quanto à toxicidade das ligas, é necessário ter cuidado com os pós de berílio e níquel e o vapor de berílio. O risco de exposição ao berílio é mais alto que o níquel e maior para os técnicos durante a fusão da liga, especialmente na ausência de um adequado sistema de filtração e exaustão. As reações fisiológicas podem variar de uma simples dermatite de contato a pneumonia grave que pode ser fatal. A exposição intra-bucal ao níquel é de grande preocupação, especialmente em pacientes alérgicos a este elemento químico. As dermatites resultantes do contato com soluções de níquel são descritas desde 1889, porém não há nenuma correlação entre a incidência da hipersensibilidade ao níquel e a presença intra-bucal de restaurações com esta liga.1

Huang14 relatou o comportamento estrutural das superfícies de diferentes ligas a base de níquel-cromo frente aos ácidos presentes na solução de saliva artificial. Quanto maior o índice de polarização da película formada sobre a superfície metálica, menor o índice de corrosão da liga ao meio bucal. E, desta forma, o autor pôde observar que as ligas com alto teor de cromo (31 a 37% na forma Cr2O3) e molibidênio (10 a 11% na forma MoO3) apresentaram baixo índice de polarização, alto índice de estabilidade dos óxidos formados na superfície e baixo índice de corrosão. Já as ligas com presença de berílio (menos que 20%) apresentaram camada de óxidos instáveis e alto teor corrosivo. O titânio (menos que 6%) presente na película superficial de certas ligas não demonstrou modificações consideráveis. A presença de berílio nas ligas de Ni-Cr não é necessária para garantir o escoamento da liga nem à adesão, além de se prevenir, com sua ausência, os riscos à saúde no que tange a inalação de sua poeira ou gases pelos técnicos de laboratório.14

Um estudo comparativo da resistência da união metalocerâmica comparando o uso de ligas níquel-cromo sem berílio às ligas níquel-cromo com berílio, não demonstrou diferença significativa entre os materiais testados.26 As grandes desvantagens do emprego do berílio são seu potencial efeito carcinogênico e a possibilidade do desenvolvimento de berilose-inflamação pulmonar decorrente da aspiração do

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elemento sob a forma de pó ou vapores.1 Efeitos da ingestão cumulativa de berílio se existirem, não são comprovados.30,33Na manisfestação crônica a berilose pode provocar sintomas variados como tosse, dor no peito, debilidade generalizada e disfunções pulmonares, que persistem por mais de um ano.1

Biocompatibilidade duvidosa em relação ao berílio com riscos biológicos potenciais, dificuldades no manuseio para o acabamento e polimento e a formação não controlável da camada de óxidos durante a queima são as principais desvantagens das ligas de níquel-cromo.28,30,31

Estas ligas apresentam um coeficiente de expansão térmica (CET) semelhante ao das porcelanas utilizadas nas próteses metalocerâmicas, prevenindo a tendência à fratura da porcelana durante o aquecimento e o resfriamento no processamento laboratorial.29

As ligas de níquel-cromo são apreciadas pela grande resistência mecânica, que é considerada por alguns, como fator promotor de restaurações de maior qualidade, apresentando boa fusibilidade, compatibilidade com diversos sistemas cerâmicos, associados à relativa facilidade de manipulação.28 Uma das vantagens mecânicas das ligas de níquel-cromo sobre as ligas áuricas é o seu módulo de elasticidade duas vezes superior, que se traduz em menor espessura metálica necessária ao suporte da porcelana29 e, portanto, maior preservação do remanescente dentário no preparo do elemento suporte.

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19

2.2-

Tratamento de superfície da peça metálica

Para o jateamento de peças metálicas pode-se utlizar diversos tratamentos de supefície, neste trabalho foi utilzado o jateamento com óxido de alumínio de 90 micras.

Segundo Ozcan (2003)22, diferentes tratamentos de superfície podem ser utilizados em peças metálicas para prótese, como: condicionamento da superfície da restauração protética com ácido hidrofluorídrico, rugosidade micromecânica induzida por brocas, jateamento com óxido de alumínio, jateamento com óxido de sílica, adesivos dentinários ou a combinação desses fatores.

A utilização do jateamento com óxido de alumínio para limpeza das peças protéticas e aumento da retenção micromecânica antes da cimentação, tem sido um procedimento frequentemente empregado, uma vez que se tem verificado um aumento significante na resistência à união entre o metal e o agente cimentante quando o metal tem sua superfície jateada com óxido de alumínio.23

O jateamento com óxido de alumínio é o método mais simples e barato para a criação de microrretenções e, por esses motivos, o mais utilizado.5 Na literatura, há indícios de que o tamanho da partícula de óxido de alumínio interfira na adaptação das próteses e de que, quanto maior a partícula de óxido de alumínio, maior será a distorção das margens e, consequentemente, maior o desajuste dessas peças.34 Segundo Segalla35 houve maior resistência de união dos cimentos estudados em relação a liga de Ni-Cr nas peças jateadas com óxido de alumínio em comparação com as peças metálicas tratadas por limpeza com água corrente e escova.

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20

2.3- Cimento de Fosfato de Zinco

Segundo Anusavice (2005)1,O cimento de fosfato de zinco é o mais antigo dos agentes cimentantes. Portanto, é o cimento com mais longo tempo de vida clínica e serve como padrão para que novos sistemas possam ser comparados. O fosfato de zinco é apresentado em forma de pó e líquido em dois recipientes separados.Quando manipulado apropriadamente, exibe uma resistência à compressão superior a 104 megapascals (Mpa) e uma resistência à tração diametral de aproximadamente 5,5 Mpa. Possui módulo de elasticidade de aproximadamente 13,7 gigapascals (Gpa). Assim ele é muito resistente, podendo suportar deformações elasticas, mesmo quando é usado como agente de cimentação de restaurações sujeitas a altas tensões mastigatórias.1

O cimento de Fostato de zinco tem sido utilizado na odontologia por mais de um século. É obtido através de uma reação ácido-base iniciada através da mistura do pó (composto por 90% de óxido de zinco e 10% de óxido de magnésio) com o líquido, que consiste aproximadamente de 67% de ácido fosfórico tamponado com alumínio e zinco.36

Os cimentos de fosfato de zinco mostram uma solubilidade baixa na água, quando são testados de acordo com as especificações da ANSI/ADA. Entretanto o teste é para controle de qualidade e não reflete o relativo grau de desintegração dos diversos tipos de cimento na cavidade oral. A solubilidade do cimento fosfato de zinco é sensivelmente maior em ácidos orgânicos diluídos, como os ácidos lático, acético e cítrico.1 A presa deste cimento não envolve qualquer reação com o tecido mineralizado circundante ou outros materiais restauradores. Portanto, a adesão principal ocorre pelo embricamento mecânico nas interfaces, e não por meio de interações químicas, e qualquer cobertura aplicada sobre a estrutura dentária para a proteção pulpar reduzirá a retenção.1

Segundo Pavanelli et al (1997) 4, os cimentos de fosfato de zinco resistiram isolados por mais de 100 anos, como materiais de eleição para cimentações definitivas em prótese. Conquistaram, por sua praticidade, outras áreas de aplicação: do forramento de cavidades à cimentação de bandas ortodônticas. Adquiriram desta forma status de padrão para comparação com outros agentes cimentantes que

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21

surgiram. Este fato é relacionado com as condições de rotina, como: facilidade de manipulação, fluidez inicial satisfatória e endurecimento rápido formando uma massa relativamente forte. Entretanto, o cimento de fosfato de zinco apresenta algumas desvantagens:irritação pulpar, falta de ação antibacteriana, não adesividade `as estruturas e solubilidade em fluidos ácidos.37

O cimento de fosfato de zinco foi introduzido na Odontologia a partir de 1877 38 e, mesmo apresentando propriedades negativas como solubilidade em meio bucal e deficiência de selamento marginal, seu uso prolongado na odontologia é justificado por apresentar boa resistência mecânica, pequena espessura de película, baixo custo e facilidade de trabalho. O cimento de fosfato de zinco é um cimento que adere por retenção mecânica através das irregularidades da superfície dentinária e do material restaurador utilizado, não promovendo adesão entre o dente e a fundição e sim um embricamento mecânico.38

White e colaboladores (1992) 39, alertam que o cimento de fosfato de zinco é um cimento crítico quanto à solubilização em meio bucal, sendo contra-indicado em restaurações estéticas indiretas.

As vantagens e desvantagens do cimento fosfato de zinco são mostradas na Tabela 1 a seguir.

CIMENTO DE FOSFATO DE ZINCO

VANTAGENS DESVANTAGENS

Boa resistência mecânica38 Irritação pulpar37

Facilidade de manipulação37 Solubilidade em fluidos ácidos37

Fluidez inicial satisfatória37 Crítico quanto à solubilização em meio bucal39

Pequena espessura de película38 Falta de ação antibacteriana37

Baixo custo38 Não promove adesão entre o dente e a

fundição,e sim um embricamento mecânico. Não adesividade às estrutras.38

(24)

22

Na tentativa de obter um cimento que apresentasse adesividade ao dente e ao metal, cimentos alternativos foram introduzidos no mercado odontológico, iniciando-se com o cimento de policarboxilato e posteriormente os cimentos ionômericos.40

2.4-

Cimento de Ionômero de Vidro convencional (CIV)

O Cimento de Ionômero de Vidro Convencional foi introduzido em 1971 por Wilson & Kent. É resultado de uma reação ácido-base decorrente da mistura (aglutinação) da porção líquida, compostas de copolímeros do ácido polialcenóico, com o pó, que contém partículas vítreas de fluorosilicato de alumínio. Possui adesão às estruturas dentárias pela formação de ligações iônicas na interface dente-cimento, como resultado da quelação dos grupos carboxila do ácido com íons cálcio e/ou fosfato na apatita de esmalte e dentina.36

Segundo Figueiredo AR et all (2002)2, o cimento de ionômero de vidro convencional apresenta baixa solubilidade, boa compatibilidade biológica e libera flúor.

O cimento de ionômero de vidro vem sendo utilizado com muita frequência em cimentações de peças protéticas, principalmente em coroas totais, em metalocerâmica, coroas em porcelana pura reforçadas.18,41 A resistência adesiva desse material é comprovadamente adequada, evitando uma possível recorrência de cárie na região da margem do preparo, além de liberar flúor e ser biocompatível.42 Porém, o maior problema deste material está relacionado com o seu tempo de presa, pois, verifica-se que a última fase do processo é muito lenta, durando mais de 24 horas.43

Segundo Anusavice (2005)1, O cimento de ionômero de vidro possui uma resistência à compressão comparável ao cimento de fosfato de zinco, e a resistência diametral é ligeiramente maior que a do cimento de fosfato de zinco. O módulo de elasticidade equivale à metade do cimento de fosfato de zinco. Dessa forma, o CIV é menos rígido e mais susceptível à deformação elástica.Por esse motivo ele não é tão favorável quanto o cimento fosfato de zinco para suportar próteses fixas de cerâmica pura, em virtude das maiores tensões de tração que podem ser desenvolvidas na prótese fixa sob carga oclusal. Outra propriedade particularmente importante do cimento de ionômero de vidro convencional para seu uso como material restaurador é a sua tenacidade à fratura. Entretanto, os seguintes aspectos positivos dos CIVs

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os fazem materiais atrativos: eles são razoavelmente biocompatíveis, aderem ao esmalte e `a dentina e promovem um benefício anticariogênico.1

Segundo Christensen GJ (1990) 44, os cimentos de ionômero de vidro apresentam adequado escoamento, atividade cariostática, contração e expansão semelhantes à estrutura dental, união à estrutura dental e baixa solubilidade, apresentando características apropriadas para um agente cimentante.

Segundo o clássico Smith (1968)40 os cimentos ionomêricos apresentam melhor compatibilidade biológica e propriedades adesivas com relação às ligas metálicas. As desvantagens do cimento de ionômero de vidro são: susceptibilidade à desidratação, muito baixa tenacidade à fratura. Essas características requerem limitadas melhorias possíveis na sua consistência coesiva.45

O cimento de ionômero de vidro convencional sempre foi considerado um material biocompatível para ser empregado na odontologia pelas seguintes propriedades: pequena reação exotérmica, rápida neutralização e liberação de íons benignos como sódio, alumínio, silício, fósforo e flúor em condições neutras e cálcio em condições ácidas. Exceto o alumínio, esses íons são utilizados em uma variedade de reações fisiológicas, muitas das quais são associadas ao processo de remineralização da superfície dentária. O alumínio liberado pode apresentar toxicidade, mais isso não ocorre devido `a sua baixa liberação e pequena biodisponibilidade.46

As vantagens e desvantagens do cimento de ionômero de vidro convencional estão demonstradas na Tabela 2 a seguir

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CONVENCIONAL

VANTAGENS DESVANTAGENS

Baixa solubilidade2,44 Susceptibilidade à desidratação45 Ação anticariogênica (liberação de

flúor)1,2,47

Baixa tenacidade à fratura45

Boa compatibilidade biológica2,42 Mais susceptível à deformação elástica1 Adesão ao esmalte, à dentina e às ligas

metálicas 1,36,40,44,47,48

Menos rígido que o cimento de fosfato de zinco1

Boa estética47 Lentidão da última fase do processo de presa43

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24

Os CIV possuem propriedades únicas como biocompatibilidade,ação anticariogênica(devido a liberação de flúor) e aderência à estrutura dental. Além disso o coeficiente de expansão térmica é baixo e próximo aos valores da estrutura dentária. Embora mais resistentes e estéticos com características melhoradas, possui um grande problema que é a dureza.47

Segundo Pedrini e Gaetti-Jardim (2001)48, as características dos CIV como adesão à estrutura dental, diminui a infiltração marginal que somada a liberação de flúor e inibição do metabolismo de microorganismos acidogênicos, favorece a remineralização dentária e pode diminuir a ocorrência de cárie secundária.

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25

2.5-

Cimento de Ionômero de Vidro modificado por resina

Com o objetivo de melhorar as propriedades físicas e diminuir a sensibilidade à umidade dos cimentos de ionômero de vidro convencional, surgiram os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina. Estes contém monômeros orgânicos polimerizáveis, geralmente hidroxietilmetacrilato (HEMA), o que proporciona uma reação adicional de polimerização, que pode ser autoativada ou foto-ativada. Entretanto, a inclusão de HEMA também provocou aumento dos efeitos tóxicos e, como consequência, os ionômeros de vidro modificados por resina tem sido apontados como mais citotóxicos que os convencionais.49,50

Algumas vantagens do cimento de ionômero de vidro modificado por resina são a facilidade de manipulação e uso, adequada espessura de película, possuindo resistência tensional diametral e compressiva superiores ao fosfato de zinco e à alguns ionômeros convencionais.36 O seu uso está indicado para coroas e próteses parciais fixas em cerômeros Targis/Vectris ou cerâmica Empress 2, In-Ceram em geral e Procera, cimentação de coroas e pônticos metalo-cerâmicas, cimentação de inlays, onlays, pônticos e coroas metálicas, cimentação de coroas e pônticos confeccionados de zircônia ou alumina (Lava da 3M, Procera da Nobel Biocare e In-Ceram da Vita), cimentação de pinos metálicos pré-fabricados ou fundidos e cimentação de bandas ortodônticas e bráquetes metálicos. Entretanto é desaconselhada sua utilização para inlays/onlays e coroas totais de porcelana e resina composta.51 Este cimento não é indicado para cimentação de restaurações totalmente cerâmicas (tipo feldspática), pois sua expansão tardia poderia causar fraturas nas mesmas.36

Segundo Wilson52, as características de presa, translucidez e aumento da resistência foram alcançadas com o ionômero de vidro modificado por resina.

Os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina estão disponíveis em um maior número de cores, o que favorece o resultado estético. Apresentam ainda uma maior lisura superficial, quando comparados com os cimentos ionoméricos convencionais que mostram uma superfície mais rugosa e menos polida.53

Os CIV modificados por resina apresentam coeficiente de expansão térmica linear menor que dos CIV convencionais. Os cimentos ionoméricos modificados por resina apresentam valores de coeficiente de expansão térmica linear proximos aos do

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26

amálgama ou das resinas compostas híbridas,, enquanto que os cimentos ionoméricos convencionais apresentam o coeficiente de expansão térmica linear semelhantes aos da estrutura dentária.53,54

O mecanismo de adesão do cimento de ionômero de vidro modificado por resina difere do mecanismo do cimento de ionômero de vidro convencional. Pois os primeiros apresentam alto teor de resina, havendo a possibilidade de união semelhante aos sistemas adesivos utilizados em conjunto com as resinas compostas. Assim, o condicionamento do esmalte resulta em um padrão leve, que permite a formação de alguns tags resinosos. Da mesma forma, o condicionamento da dentina resulta em leve desmineralização, permitindo também a remoção de alguns dos smear layer plugs. Portanto, pode haver a formação de uma camada híbrida, com a presença de tags nos túbulos, possibilitando uma maior retenção.Também tem se observado a presença da camada de troca iônica nesses ionômeros resinosos, semelhante ao produzido pelos cimentos ionoméricos convencionais. Devido à sua excelente adesividade, os CIV modificados por resina têm sido utilizados como uma camada adesiva para a retenção de restaurações de resina composta, semelhantes aos agentes de união à dentina.49

As formas de apresentação do cimento de ionômero de vidro modificado por resina, são diversas, a saber: pó/líquido, capsulas pré dosadas e pasta/pasta no sistema de clicker, sendo a forma pó/líquido a mais utilizada por ser mais econômica.55

As vantagens e desvantagens do cimento de ionômero de vidro modificado por resina estão demonstradas na Tabela 3 a seguir

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO POR RESINA

VANTAGENS DESVANTAGENS

Ação anticariogênica (libera flúor)1 Efeitos citotóxicos49,50 Excelente adesividade às estruturas

dentárias49

Coeficiente de expansão linear menor que o do CIV Convencional53,54

Boa estética, translucidez e boa resistência52

Não é indicado para restaurações totalmente cerâmicas devido a sua expansão tardia36

(29)

27

3 PROPOSIÇÃO

Através da utilização de placas metálicas de Ni-Cr, com e sem tratamento de superfície, cimentadas com três tipos de cimentos odontológicos, este trabalho se propõe a:

1-Verificar, através de uma máquina de ensaio mecânico universal, em teste de rasgamento, a resistência de união do cimento fosfato de zinco (SSWhite), cimento ionômero de vidro convencional (Ketac Cem) e cimento ionômero de vidro modificado por resina (RelyX Luting);

2-Comparar a resistência de união dos três tipos de cimentos testados e verificar o de maior resistência para a liga de Ni-Cr; e

3-Avaliar a influência do tratamento de superfície da peça metálica nos valores de resistência de união em relação aos três cimentos testados.

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28

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1- MATERIAL

4.1.1- Liga metálica de Ni-Cr

Para a confecção dos corpos de prova foi utilizada uma liga de Ni-Cr, Wironia Light (Bego-Bremen, Alemanha) que possui as seguintes porcentagens em sua composição Ni: 64,5%; Cr:22%; Mo:10%; Si, Nd, Mn, B: 2,1%, sendo uma liga livre de Berílio. As composições químicas e propriedades da Liga utilizada no trabalho, segundo o fabricante, estão expostas na Tabela 4.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA (PERCENTAGEM EM PESO)

Ni : 64,5% Cr: 22% Mo:10% Si, Nd, Mn,B: 2,1% PROPRIEDADES FÍSICAS DA LIGA

Coeficiente Linear de Expansão Térmica 13,8 (250C a 5000C)

Intervalo de Fundição 12000 C a 12800C

Dureza Vickers 260 MPa

Resistência 880 MPa

Módulo de Elasticidade 200 GPa

Limite de Alongamento 470 MPa

Peso Específico 8,2g/cm3

Tabela 4- Composição química e propriedades físicas da liga de Ni-Cr Wironia Light (Fonte: Bego-Bremen-Alemanha)

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29

4.1.2 Corpos de Prova

Foram confeccionados sessenta pares de placas metálicas em Ni-Cr encerados a partir de uma matriz de silicona industrial, incluidos e fundidos em liga de Ni-Cr do tipo Wironia Light (Bego- Bremen, Alemanha). A dimensão de cada CP é de 20mm de comprimento, 7mm de largura e 2mm de espessura. Os CP foram limpos com uma esponja suave de zinco e cobre mineral (DIOURO-RJ-BRASIL), lixados a fim de não conter irregularidades com lixa p150, 230 U da 3M.

Figura 1- dez pares de CP lixados e limpos prontos para a cimentação

4.1.3 - Cimentos Odontológicos

Neste trabalho foram utilizados os cimentos (Figura 2): Fosfato de Zinco (marca comercial SS White lote:0460606 registro Anvisa:80149710180), cimento de Ionômero de Vidro convencional (marca comercial: Ketac Cem Easymix da 3M ESPE lote:7020112128 ordem:56908 registro Anvisa:10002070148) e Cimento de Ionômero de Vidro modificado por resina (RelyX Luting 2 da 3M ESPE lote:165563 registro Anvisa 10020750180).

A B C

Figura 2- A cimento Fosfato de Zinco; B-Cimento de Ionômero de vidro Convencional (Ketac Cem); C-cimento de ionômero de vidro modificado por resina( RelyX Luting)

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4.2 MÉTODOS

Dez pares de placas metálicas de NiCr foram cimentadas (Figura 1) para cada agente cimentante (Figura 2), de acordo com as recomendações do fabricante, com jateamento (óxido de alumínio marca Wilson de noventa micras- Cotia, São Paulo, Brasil) e sem jateamento do metal, totalizando em seis grupos: G1- Fosfato de Zinco sem jateamento, G2-Ionômero de Vidro convencional sem jateamento, G3-RelyX sem jateamento, G4- Fosfato com jateamento, G5-Ionômero Convencional com jateamento e G6-RelyX com jateamento. A tabela 5 a seguir mostra a divisão dos grupos.

GRUPOS CIMENTOS QUANTIDADE DE CP

G1 Fosfato de Zinco sem jateamento

10 pares

G2 Cimento de Ionômero de

Vidro Convencional (Ketac Cem) sem jateamento

10 pares

G3 Cimento de Ionômero de

Vidro modificado por resina (Relyx Luting) sem

jateamento

10 pares

G4 Fosfato de Zinco com

jateamento

10 pares

G5 Cimento de Ionômero de

Vidro Convencional (Ketac Cem) com jateamento

10 pares

G6 Cimento de Ionômero de

Vidro modificado por resina (Relyx Luting) com

jateamento

10 pares

TOTAL 6 grupos 60 pares

Tabela 5 - Divisão dos grupos de acordo com o tipo de cimento e a presença ou não de jateamento das peças metálicas

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31

Cada corpo de prova foi posicionado no centro de uma morsa com o auxílio de uma alavanca metálica (Figura 5), e o seu par, o outro CP, cimentado de acordo com as recomendações do fabricante sob ele, com o auxílio de um gabarito metálico (Figura 6), respeitando a área de colagem 7X7mm (Norma F1044 da ASTM). Após a cimentação, removia-se rapidamente o gabarito e dava-se um torque de 45N com um torquímetro- marca KOPP, São Paulo, Brasil-(Figura 7), os CP eram mantidos na morsa por 2 horas e então submetidos ao ensaio de rasgamento na máquina de ensaio KRATOS (modelo K500SMP série M080603, São Paulo- Brasil) com célula de carga de 100kgf e velocidade de tração de 0,5mm/min. Dez pares de CP foram postos em 10 morsas de cada vez, totalizando 6 grupos e 60 ensaios de rasgamento. Os CP foram limpos após a realização de cada ensaio com água destilada por três minutos mergulhados em cuba ultrassônica Cristófoli (capacidade:2,5litros-registro10363350006-160watts/hora,Paraná-Brasil).

Considerava-se o ensaio terminado quando ocorria a ruptura do agente cimentante, separavam-se então as partes metálicas dos CP. Após os ensaios os valores foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk α=0,05 para a avaliação da normalidade, ANOVA por meio da estatística de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney.

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32

Figura 4- Corpo de prova posicionado no centro da morsa com o auxílio da alavanca metálica

Figura 5-corpo de prova sendo cimentado sob o outro com o auxílio do gabarito metálico

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33

Figura 6- Torque de 45N com o auxílio do torquímetro KOPP

Figura 7- CP cimentados e mantidos na morsa por 2 horas

Figura 8- O conjunto morsa-CP adaptado na máquina de ensaio KRATOS para realização do Ensaio de Rasgamento

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34

5- RESULTADOS

A média dos valores em Kgf , desvio padrão e mediana obtidos através dos ensaios de rasgamento para cada um dos agentes cimentantes com e sem tratamento de superfície metálica, após 2 horas de cimentação são mostrados na Tabela 6. As médias de resistência encontradas foram: Grupos sem tratamento de superfície: Fosfato de Zinco=0,306 ; Ketac Cem=0,076 e RelyX Luting=2,090. Grupos com tratamento de superfície: Fosfato de Zinco=0,678; Ketac Cem=0,441; RelyX Luting=9,571.

Descrição paramétrica

Força (kgf)

Jateamento Cimento n média d.p. (*) mínimo máximo mediana i.i.q. (*)

Sem jateamento Fosfato de Zinco 10 0,306 0,249 0,090 0,960 0,250 0,075 Ketac 100 10 0,076 0,031 0,030 0,145 0,075 0,035 Relyx Luting 10 2,090 1,975 0,815 7,355 1,312 1,020 Com jateamento Fosfato de Zinco 10 0,678 0,903 0,040 2,831 0,190 1,095 Ketac 100 10 0,441 0,392 0,020 1,180 0,368 0,680 Relyx Luting 10 9,571 7,188 0,065 20,525 9,528 13,085 Tabela 6- Médias, desvio padrão e medianas da resistência ao rasgamento dos agentes cimentantes a uma liga de Ni-Cr (Kgf).

(37)

35

Descrição gráfica

Os diagramas de caixa a seguir descrevem graficamente a distribuição dos valores da força nos diversos grupos, com e sem jateamento:

10 10 10 10 10 10 N = Jateamento Com jateamento Sem jateamento F o rç a 25 20 15 10 5 0 Cimento Fosfato de zinco Ketac 100 Relyx Luting

Gráfico 1- Distribuição da resistência ao rasgamento, em Kgf, dos diferentes grupos

Nos grupos sem tratamento de superfície (sem jateamento), foi realizado o teste de Shapiro-Wilk ao nível de significância α=0,005 para verificação da normalidade, onde foi verificado que houve normalidade apenas no cimento Ketac 100, dessa forma a avaliação entre os grupos sem jateamento será feita por métodos não paramétricos, como mostra a Tabela 7.

CIMENTO Estatística de

Shapiro-Wilk Graus de liberdade valor-p Fosfato de zinco 0,710 10 < 0,01 Ketac-100 0,923 10 0,415 Relyx Luting 0,641 10 < 0,01

Tabela 7-nível de significância para normalidade dos cimentos sem tratamento de superície das peças metálicas

Nos grupos com tratamento de superfície (jateamneto de óxido de alumínio) também foi realizado o teste de Shapiro-Wilk ao nível de significância α=0,005 para verificação da normalidade, onde foi verificado que houve normalidade nos cimentos Ketac 100 e Relyx

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36

Luting, mas não para o Fosfato de zinco, dessa forma forma a avaliação entre os grupos com jateamento também será feita por métodos não paramétricos, como mostra a Tabela 8.

CIMENTO Estatística de

Shapiro-Wilk Graus de liberdade valor-p Fosfato de zinco 0,741 10 < 0,01 Ketac-100 0,918 10 0,384 Relyx Luting 0,951 10 0,657

Tabela 8- nível de significância para normalidade dos cimentos com tratamento de superfície das peças metálicas

Tanto nos grupos sem jateamento como nos com jateamento foi realizada a técnica da Análise de Variância (ANOVA) por meio da estatística de Kruskal-Wallis que indica que haja diferença entre a força de rasgamento dos grupos (H = 29,995; g.l. = 2; p < 0,0001), A identificação das diferenças entre os cimentos foi realizada por meio do teste de Mann-Whitney, com a significância corrigida pelo critério de Bonferroni, de modo que foram consideradas diferenças estatisticamente significativas aquelas menores do que 0,017, verifica-se os valores a seguir nas tabelas 9 e 10.

O cimento Relyx Luting apresentou valores força de rasgamento significativamente superior aos demais cimentos. Ketac 100 e Fosfato de zinco não diferiram em relação à força de rasgamento.

Cimento Ketac 100 Relyx Luting

Fosfato de zinco U = 149 valor-p = 0,174 NÃO U = 39 p < 0,0001 SIM Ketac 100 U = 19 p < 0,0001 SIM

Tabela 9- verificação da diferença significativa entre os grupos sem jateamento

Obs.: SIM –Há evidência de diferença estatisticamente significativa (p<0,05, corrigido para 0,017 pelo critério de Bonferroni entre o cimento indicado na respectiva linha com o cimento indicado na respectiva coluna;

NÃO – Não há evidência de diferença estatisticamente significativa entre os cimentos das respectivas linha e coluna.

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Avaliação da influência do jateamento de óxido de alumínio no valor da

resistência de união ao rasgamento de cada cimento

1)Fosfato de Zinco 10 10 N = Textura Com jateamento Sem jateamento F o rç a ( k g f) 3.0 2.0 1.0 0.0

Gráfico 2- distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento de superfície, em relação ao cimento Fosfato de Zinco

Em relação ao gráfico 2, o teste de postos com sinal de Wilcoxon indica inexistência de diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre as forças dos grupos sem jateamento e com jateamento para o cimento Fosfato de Zinco.

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2) Ionômero de Vidro Convencional –Ketac Cem

10 10 N = Textura Com jateamento Sem jateamento F o rç a ( k g f) 3.0 2.0 1.0 0.0 16

Gráfico 3- distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento de superfície, em relação ao cimento Ketac Cem

O teste t de Student, pareado, indica evidência de diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre as forças dos grupos sem jateamento e com jateamento para o cimento Ketac Cem (t = 2,866; g.l. = 9; valor-p = 0,019).

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39

3)Ionômero de vidro modificado por resina -RelyX Luting

10 10 N = Textura Com jateamento Sem jateamento F o rç a ( k g f) 25 20 15 10 5 0

Gráfico 4- distribuição da resistência ao rasgamento, com e sem tratamento de superfície, em relação ao cimento RelyX Luting

O teste de postos com sinal de Wilcoxon indica evidência de diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre as forças dos grupos sem jateamento e com jateamento (p < 0,0001) para o cimento Relyx Luting.

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6-DISCUSSÃO

Segundo Mathis et al56, a resistência de união imediata e nas primeiras horas de cimentação foi pouca estudada. O significado clínico nas primeiras horas que se segue a cimentação é de grande importância, já que as 24 horas requisitadas para a completa reação do cimento não são respeitadas. Logo após a cimentação, independente da orientação dada ao paciente, a restauração recém-cimentada entra em função oclusal.3

Neste trabalho, os ensaios mecânicos foram realizados duas horas após a cimentação por padronização.

Na literatura, os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina apresentam propriedades mecânicas superiores57,58 e menor solubilidade59quando comparados ao convencional.Este estudo utilizou o cimento de ionômero de vidro modificado por resina o Rely XTM Luting 2 da 3M ESPE e o ionômero convencional o Ketac Cem Easy Mix da 3M ESPE. O alto valor de resistência de união por ensaio de rasgamento do cimento Rely X Luting 2, com e sem jateamento de óxido de alumínio das peças metálicas antes da cimentação, pode ser explicado devido a sua alta adesividade49, suas caratcterísticas como adequada espessura de película36 para a cimentação, a reação de presa52 que é mais rápida e superior à do CIV convencional. Neste trabalho o valor da resistência de união do cimento Rely X Luting foi superior a todos os outros cimentos testados (ionômero convencional e fosfato de zinco) com e sem o jateamento de óxido de alumínio seu valor foi muito superior aos demais.

Esses resultados contrariam aqueles obtidos anteriormente por Ferraz RP et al em 2005 3, quando compararam o cimento de ionômero de vidro convencional Ketac Cem com o cimento de ionômero de vidro modificado por resina Rely X Luting 2, pois de acordo com eles não houve diferença estatística significativa entre as médias de resistência à tração entre eles. Nesta pesquisa foi verificado que não houve uma metodologia seguida por norma específica.

Neste presente trabalho, seguimos a norma F1044 da ASTM onde foram delimitadas áreas de cimentação e houve uma correta padronização das mesmas, além de ser a norma para o ensaio de Rasgamento, sendo este inédito na literatura para este tipo

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41

de estudo. Os valores encontrados para Rely X Luting 2 sem jateamento: 2,09 Kgf e com jateamento: 9,571 Kgf em comparação com Ketac Cem sem jateamneto:0,076 e com jateamento: 0,441. Mostrando a superioridade e maior resistência de união do cimento Rely X luting 2 (ionômero de vidro modificado por resina) à liga de Ni-Cr em relação ao cimento de ionômero de vidro convencional Ketac Cem.

O jateamento de óxido de alumínio nas peças metálicas influenciou o valor da resistência ao rasgamento do cimento Rely X Luting 2 e do ketac Cem aumentado seus valores de resistência ao rasgamento. Isto pode ser explicado devido ao aumento da retenção mecânica e química que é dada pelo jateamento de óxido de alúminio.O jateamento de óxido de alumínio é o método mais utilizado para obtenção de retenção5,23,35,59,60,61,63,64.

A utilização do jateamento com óxido de alumínio para limpeza das peças protéticas e aumento da retenção micromecânica antes da cimentação, tem sido um procedimento frequentemente empregado, uma vez que se tem verificado um aumento significante na resistência à união entre o metal e o agente cimentante quando o metal tem sua superfície jateada com óxido de alumínio.23

Vários trabalhos59,35,62,63,64,65 têm mostrado que a resistência de união é aumentada quando se realiza algum tipo de asperização da superfície metálica. Essa afirmação foi comprovada nos resultados, os quais mostraram valores maiores de resistência de união para os corpos de prova que receberam jateamneto de óxido de alumínio. Os cimentos fosfato de zinco e Ketac cem não diferiram estatisticamente entre si, obtendo valores muito próximos e muito inferiores ao valor de Rely X Luting.

O cimento Rely X Luting 2 faz parte da nova geração de cimentos ionoméricos modificados por resina, que combinam as propriedades desejáveis do cimento de ionômero de vidro convencional, entre as quais a liberação de flúor e a adesão, com as propriedades desejáveis das resinas (resistência superior e baixa solubilidade)66,67, para que o material seja mais durável e apresente maior retenção. A propriedade da resistência superior foi comprovada neste trabalho, através do maior valor de resistência de adesão ao ensaio de rasgamento em relação a liga de Ni-Cr, confirmando Mezzomo et al.66 e Carvalho et al. 67.

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42

7 – CONCLUSÕES

Segundo a metodologia aplicada e com base nos resultados obtidos, concluímos que:

 O cimento RelyX Luting ionômero de vidro modificado por resina quando comparado ao fosfato de zinco(SS WHITE) e ao ionômero de vidro convencional(Ketac Cem) , RelyX obteve o maior valor de resistência ao rasgamento com e sem tratamento de superfície das peças metálicas, sendo portanto o cimento mais resistente ao rasgamento à liga de Ni-Cr.

 O jateamento de óxido de alumínio nas peças metálicas influenciou na

resistência ao rasgamento do cimento Relyx Luting e do Cimento Ketac Cem aumentando seus valores de resistência ao rasgamento à liga de Ni-Cr.

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REFERÊNCIAS

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2-Figueiredo AR, Castro Filho AA, Matsuda FS. Cimentação provisória e definitiva. In: Cardoso RJA, Gonçalves EAN(COORD). Oclusão/ATM, Prótese, Prótese sobre implantes e Prótese Bucomaxilofacial. 1aedição. São Paulo: Artes Médicas;2002, cap.15,2.

3-Ferraz RP et al. Resistência de união imediata por tração de diferentes cimentos de ionômero de vidro a uma liga de Ni-Cr.Revista Odonto Ciência. Faculdade de Odontologia. PUC RS,2005, v20, n49 jul/set 238p.

4-Pavanelli CA et al. Análise da espessura da película de cimentos de ionômero de vidro e fosfato de zinco, empregados na cimentação de coroas totais metálicas, preparadas in vivo.Revista Odontol UNESP São Paulo,1997, 26(2) 402p.

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9-Phillips RW,Swartz ML, Lund MS, Moore BK, Vickery J. In vivo disintegration of luting cements. J Am Dent Assoc.1987;114;489-92.

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