Um longo caminho para percorrer…
Caso de Óbidos
-1 – Introdução 1.1 – Relevância do Tema 1.2 – Objectivos 1.3 – Constrangimentos 2 – O que é o PAYT? 3 – Tarifários Variáveis
3.1 – Alternativas para implementação do PAYT 3.2 – Tipos de tarifários PAYT
4 – Caso de Estudo
5 – Considerações Finais
Se a produção de RSU já foi entendida como indicador de desenvolvimento
económico, o certo é que o aumento das suas quantidades contraria os objectivos de um desenvolvimento que se pretende sustentável;
Hoje em dia é claramente conhecido que os resíduos representam um
problema ambiental da maior importância em quase todos os países da UE, uma vez que representam uma perda de recursos materiais e energéticos e que as quantidades produzidas estão, de uma forma geral, a aumentar;
O valor que os cidadãos pagam pelo serviço de recolha de RSU deveria
cobrir o custo total da recolha, transporte e tratamento dos resíduos, deduzidos os eventuais proveitos decorrentes da sua valorização, o que raramente acontece em Portugal;
1.1 – Relevância do Tema (cont.)
As actuais taxas de resíduos não estão adequadas aos custos decorrentes da
gestão dos RSU e não fomentam a adesão da população à separação de recicláveis e consequente deposição destes em ecopontos;
PERSU II refere no Eixo III – Quantificação e Optimização da Gestão de
Resíduos através da Medida 2 que a sustentabilidade dos Sistemas de
Gestão de RSU (…) exige a implementação de sistemas de tarifários que traduzam os custos efectivos da gestão de resíduos em cada Sistema (…).
1.2 – Objectivos da Gestão de RSU
Redução da quantidade de resíduos produzidos desacoplando o
crescimento económico da produção de resíduos;
Crescimento significativo das taxas de reciclagem;
Desvio de resíduos urbanos biodegradáveis de aterro (decorrente da
Directiva Aterros);
Recuperação total dos custos através dos tarifários municipais de resíduos;
Aplicação de forma eficiente e equitativa do princípio do poluidor-pagador
através da adopção de tarifários adequados e que constituam incentivos económicos;
1.2 – Objectivos da Gestão de RSU
(…) principio Pay-As-You-Throw (PAYT), pode ser uma medida eficaz para os objectivos da política de gestão, na medida em que constitui um claro incentivo, por via financeira, para promover a separação na origem e aumentar as taxas de recolha selectiva. (…) a aplicação efectiva do PAYT implicará, numa primeira fase, a realização de estudos (…) para a implementação de sistemas de deposição de resíduos que permitam a sua quantificação e pagamento em função do volume ou peso dos resíduos que se produz (…). (PERSU II)
Alteração do comportamento por parte da população em relação aos resíduos –
redução da quantidade produzida e incremento da separação.
Acréscimo de custos dos novos serviços de recolha selectiva e das novas
instalações de triagem e tratamento;
Aumentos futuros das tarifas de destino final (incineração e aterro);
Risco da evolução / alteração dos sistemas de recolha e tratamento de
resíduos não ser acompanhada pela mudança de comportamento da população;
Falta de incentivo dos sistemas tarifários actuais;
Níveis de percepção pública dos custos decorrentes da gestão dos RSU
baixos e intolerância para os aumentos previsíveis.
2 – O que é o PAYT?
do PAYT
PAYT PAYT ID utilizador ID contentor Volume Peso Individual Colectivo Adaptado de Reichenbach, 2008 Volume Peso Sistema de pesagem incorporadoID contentor Sistema de pesagem incorporado Sist. Pré-pago
(etiqueta, código barras, ficha, sacos pré-pagos)
3.2 – Tipos de tarifários PAYT
Em função do tipo de contentor e/ou frequência da recolha;
Em função do número de sacos adquiridos ou pela aquisição de código de barras, RFID, etiquetas ou fichas;
Híbrido – com um nível de serviço mínimo fixo e o utente paga os níveis de
serviço acima do nível básico;
Em função do peso – no contentor
ou no veículo de recolha.
Fonte: Reichenbach, 2005
3.2 – Tipos de tarifários PAYT (cont.)
Tarifa por etiqueta Tarifa por saco
Opção 1 (cód. barras)
Opção 2 (et. standard)
• Facilidade de
implementação, dado que a CMO já produz sacos para a recolha selectiva;
• Taxação mais real porque os volumes dos sacos são controlados.
Vantagens
• Taxação mais regular; • Mais fácil de monitorizar; •Automação de dados.
• Menor investimento tecnológico.
Desvantagens
• Etiquetas podem deslocar-se dos sacos;
•Podem ser utilizados diferentes volumes que conduzem a uma taxação errada.
•Não se pode reutilizar sacos.
• Maior investimento tecnológico.
• Tarifa mais irregular; •Mais difícil de monitorizar; •Falsificação de etiquetas.
Eficácia (%
3.2 – Tipos de tarifários PAYT (cont.)
Recolha por contentor
Tarifa por recolha Tarifa por frequência de
depósito
Tarifa por peso
(contentor) Tarifa por peso (veículo) Vantagens •Menos dispendioso que os restantes. •Incentiva a reciclar; •Taxação automática. •Incentiva a reciclar; •Taxação automática. •Incentiva a reciclar; •Taxação automática; •Todo o tipo de contentores.
Desvantagens •Não incentiva a
redução de resíduos abaixo do limite; •Sistema de taxas complexo; •Perigo de despejo em contentores errados. •Instalação de tecnologia dispendiosa; •Só para contentores colectivos. •Instalação de tecnologia dispendiosa; •Só para contentores colectivos. •Instalação de tecnologia dispendiosa; •Perigo de despejo em contentores errados; •Taxa mais justa quanto menos pessoas tiverem por contentor.
Eficácia (% redução de R.
– Município de Óbidos –
Recolha porta-a-porta
A CMO já produz os sacos para a recolha dos resíduos diferenciados e
portanto todo o sistema de fabrico e distribuição já está implementado sendo necessário apenas ajustá-lo para a taxação;
É o sistema com menor custo de implementação; É simples e eficaz do ponto de vista operacional; Apresenta um sistema de taxação mais justo.
4 – Caso de Estudo (cont.)
Alterações no sistema
Produção de mais um tipo de sacos, eventualmente com tamanhos
diferentes;
Definição de pontos de venda autorizados com terminal para o sistema
informático de gestão e facturação ou em alternativa adaptação do sistema actual de distribuição de sacos para resíduos diferenciados de forma a permitir a taxação dos sacos para resíduos indiferenciados;
Sistema informático de gestão e facturação com base de dados.
4 – Caso de Estudo (cont.)
Recolha por contentor
Incentiva a reciclagem logo a diminuição de produção de resíduos indiferenciados; Taxação automática;
Aplicável a todo o tipo de contentores, permitindo utilizar os contentores em uso no
município;
Aplicável a todo tipo de construção existente (horizontal ou vertical); Sistema autónomo e de fácil gestão;
Monitorização e possibilidade de optimização de todo o sistema de recolha;
Aplicável mesmo à distribuição actual de contentores permitindo que o aumento de
4 – Caso de Estudo (cont.)
Alterações no sistema
Diminuição do número de alojamentos associados a cada contentor;
Legenda (alojamentos por contentor): • 1 a 8; • 9 a 16; • 17 a 32;
4 – Caso de Estudo (cont.)
Alterações no sistema
Identificação de cada contentor com um
microchip;
Facilitar a instalação de um sistema de cadeado
gravítico por contentor aos utilizadores que o desejem;
Instalação de um sistema de identificação,
pesagem e recolha de dados no veículo colector de resíduos;
Introdução de um sistema informático de gestão
5 – Considerações Finais
COMPROMISSOS:
Implementação gradual do sistema iniciado com um projecto-piloto em duas
zonas e estender, faseadamente, às restantes zonas do concelho;
Diminuir a distribuição de fogos por contentor, aumentando o número de
contentores de forma a facilitar a personalização dos mesmos;
Possibilitar a colocação de cadeados nos contentores a pedido dos utentes;
Acompanhar a fase de testes do projecto com uma campanha de
sensibilização pública para que os munícipes possam incorporar esta taxa como uma taxa mais justa do que a actualmente vigente;
Optimizar periodicamente as rotas de recolha com base nos dados
recolhidos.
5 – Considerações Finais (cont.)
VANTAGENS:
Diminuição da quantidade de resíduos indiferenciados
produzidos;
Sistema de recolha de RSU indiferenciados
totalmente monitorizado e com dados actualizados;
Quantificação de resíduos indiferenciados por
utilizador ou conjunto de utilizadores (prédios);
Controlo de fugas ao sistema;
5 – Considerações Finais (cont.)
VANTAGENS:
Possibilidade de reavaliar e optimizar periodicamente o sistema de recolha
de forma sustentada;
Sistema de taxação mais justo que o actual de acordo com o princípio PAYT;
Aumento da reciclagem e compostagem;
Sensibilizar a população em relação aos custos dos resíduos, para o seu
papel na diminuição dos mesmos e para a importância da reciclagem.
5 – Considerações Finais (cont.)
DESVANTAGENS:
Deposição ilegal de resíduos;
Menores resultados em
habitações multifamiliares;
Possíveis impactos negativos em
agregados de baixo rendimento;
Resistência das populações e dos
políticos à implementação de tarifários variáveis.
Um longo caminho para percorrer…
Caso de Óbidos
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