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<<<<< não, sim, gom&uja m. inúmeras. trânsito. qualidade REDE VERDE LAGOA DO NADO. obrigado. por favor CÂMARA MUNICIPAL

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21.528 m

inúmeras

trânsito

qualidade

gom

&

uja

2

ANO EM QUE FOI PUBLICADO NO DIÁRIO

OFICIAL DO MUNICÍPIO O PROCESSO DE

PEDIDO DE LICENÇA PARA

D E S M A T

A M E N T O DA ÁREA VERDE SITUADA

NA AV. BARÃO HOMEM DE MELO

diante de tal publicação, o grupo organizado de

moradores & usuários do bairro jardim américa e

adjacentes encaminham abaixo assinado ao ministério

público e à secretaria municipal de meio ambiente em

defesa da preservação da área.

GOM&UJA, COM O APOIO DOS movimentos sociais, entidades

filantrópi-cas, redes de defesa ao meio ambiente E redes nacionais de

preservação dos parques e áreas verdes, REUNE FORÇAS PARA AÇÕES E

MANIFESTAÇÃO DO DESEJO DA COMUNIDADE, POR UMA BH COM MAIS PARQUES.

FIQUE ATENTO!!! AJUDE NESTA CAUSA, ELA TAMBÉM É SUA!

última área verde

remanes-cente da fazenda das

goia-beiras, que deu origem ao

bairro jardim américa, em

1929, com espécimes arbóreas

centenárias.

ambiental. uma extensão de

área arborizada e

permeável deste porte pode

reduzir a temperatura do

ambiente em até 4 graus,

além de garantir a

quali-dade do ar e do ciclo

hídrico,

o impacto de um empreendimento

deste porte agravaria ainda

mais a situação caótica da

mobilidade nesta região; com

as vias já saturadas e sem o

investimento em meios

alterna-tivos e planejamento eficiente

de transporte, a população

fica refém do trânsito.

espécies de aves e animais

vivendo no ecossistema

existente.

MPMG

o MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS

gerais, em apoio à preservação da

área, propôs AÇÃO CIVIL PÚBLICA,

obtendo LIMINAR DE SUSPENSÃO De

qualquer INTERVENÇÃO.

EM AGOSTO DE 2014, na QUARTA Conferência Municipal de Política Urbana, A

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE VOTOU UNANIMENTE PELA PRESERVAÇÃO TOTAL DA ÁREA.

COMAM

CÂMARA MUNICIPAL

apesar das reivindicações, o PRÓPRIO

CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

(secretaria de meio ambiente) cONCEDEu

LICENÇA PRÉVIA PARA A INTERVENÇÃO.

sim,

por favor

2015

o q

ue podemos preser

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23

276

23

48

752

ANDARES

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obrigado

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#PARQUEJARDIMAMÉRICA

#redeverde

LAGOA DO NADO

REDE VERDE

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LAGOA DO NADO

REDE VERDE

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LAGOA DO NADO

REDE VERDE

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O Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, está localizado entre os bairros Planalto e Itapoã, na região norte de Belo Horizonte MG, a uma altitude de 770m, Coordenadas geográficas (43o 57' 34'''W, 19o 49' 56''S). Possui uma área de 300 mil m² e sua vegetação é constituída por três formações básicas: uma área de cerrado, um trecho de mata ciliar circundando uma lagoa de 2,2 hectares com profundidade máxima de 7 metros, formada pelo represamento da água de três nascentes localizadas dentro do parque e algumas áreas de eucaliptal com sub-bosques. O Córrego do Nado é um afluente do Córrego Vilarinho que deságua no Ribeirão da Onça, unindo-se ao Rio das Velhas, fazendo parte da Bacia do Rio São Francisco. Área importante para a conservação da biodiversidade, fauna, flora e bens naturais como a água e o solo. É também um rico espaço de manifestação cultural, criando uma harmonia entre uso público e a preservação do meio ambiente.

A primeira vez que se falou na construção do Parque foi em 1973, através de um decreto indicando a desapropriação da área e que previa a destinação do espaço para a "construção de um Parque ou qualquer obra de interesse público". Entretanto em 1981, um decreto estadual desapropria a área (propriedade da família Giannetti) destinando-o à construção de um conjunto habitacional. A partir daí iniciou-se

a mobilização da comunidade local e as primeiras manifestações a favor da implantação do PMFLN, culminando com o surgimento da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado (ACELN), ONG que liderou as negociações para criação definitiva do Parque.

A história da preservação dessa área se assemelha a tantas outras em nossa cidade, estado e país. Ameaçada pela degradação de suas nascentes no fim da década de 70 e pela especu-lação imobiliária no início da década de 80, o Parque Lagoa do Nado só existe devido à ação incansável da comunidade do entorno, que conseguiu mobilizar a população da Cidade de Belo Horizonte e vários atores e instituições nacionais e internacionais a favor da preservação desse espaço.

Costumamos dizer que o movimento em defesa da Lagoa do Nado, é uma ideia de vida, uma forma de viver. Respeitamos a diversidade sociocultural sendo firmes na ação colaborativa dos que se envolve no movimento, tendo a arte como forma de manifestar, a criatividade como combustível no dia a dia, a complementariedade na ação, a potencialização do que há de melhor em cada ser, o afeto, a compreensão e tolerância no trato com o outro, a horizontalidade nas decisões e contra a idolatria de lideranças. O acreditar que o respeito ao indivíduo nos leva a ser plurais, que posso e quero fazer o bem sem

LAGOA

DO

NADO :

UMA MANIFESTAÇÃO

Clair José Benfica = Izinho

Ambientalista

Membro fundador da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado

Área importante para a

con-servação da biodiversidade, fauna,

flora e bens naturais como a água

e o solo. É também um rico espaço

de manifestação cultural, criando

uma harmonia entre uso público e a

preservação do meio ambiente.

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esperar nada em troca, que posso fazer por mim, por minha consciência, minha evolução, tem a ver com ética, com amor ao próximo e ao ambiente que vivemos. De algum modo, somos respon-sáveis pela vida sustentável das futuras gerações. O movimento em defesa da Lagoa do Nado passou por vários momentos de pressão. Além do jeito de fazermos as coisas, um fator importante foi o de trabalharmos desde o começo com a mobilização de todos, principalmente a comuni-dade local, todos eram protagonistas desta história. Foi um processo lento e muito forte, não tínhamos tantos recursos tecnológicos de comunicação como existem nos tempos atuais. Nossas interações aconteciam no corpo a corpo, no boca a boca, olho no olho, como ação natural e estratégia de formação, participação e mobili-zação.

Não excluímos ninguém em nossas mobilizações, atuamos juntos em todas as instâncias de organi-zação da sociedade: Governo, executivo, legisla-tivo e judiciário, em todas as esferas, Municipal, Estadual e Federal, além do setor empresarial, imprensa e os estabelecimentos de ensino. O fato de não partidarizarmos o movimento e não deixa-lo ser cooptado por nenhum partido, mesmo tendo a consciência que cada indivíduo, membro do movimento tinha sua liberdade de participação partidária, levou-nos a nadar contra a maré, já que grande parte dos movimentos sociais pós regime ditatorial, tinham sido engolid

os pelo governo e ou partidos políticos da época, exceto algumas organizações principalmente as ligadas a igreja e as poucas entidades ambiental-istas.

Esse foi nosso diferencial, construímos a história da Lagoa do Nado com o máximo de participação social e depois de vários anos, conseguimos cumprir todo o processo, desde a aquisição da área, elaboração do projeto até a implantação do Parque em 1994.

O Parque Lagoa do Nado era um exemplo de espaço público, onde a comunidade se sentia pertencente e se apropriava coletiva-mente tanto do uso público com o cuidado necessário a sua preservação. O envolvimento de qualquer frequentador mostrava a relação cidadã com o bem público. Falo no passado, pois infeliz-mente após a prefeitura de Belo Horizonte assumir a “gestão do espaço” os “gestores” fizeram e fazem de tudo para apagar a história e ou contá-la a partir da ótica do poder público. Hoje é um espaço da prefeitura e não mais aquele espaço público da comunidade. Parece que aquela máxima de que Governo oprime e afasta o cidadão, continua valendo. Os Parques e espaços públicos da cidade cada vez mais são privatizados pela Prefeitura, afastando o cidadão da utilização do bem comum. A confusão é tamanha, que os gestores da cidade não conseg-uem separar o público do privado, na realidade considera tudo como privado. Ou trata o público como seu exclusivamente, ou repassa o “direito de uso” a um grupo que o privatiza.

Temos que reinventar o cuidado com o que é de todos. Não sei se apenas uma reforma Política resolva essa questão tão próxima do dia a dia de cada um de nós. Além da reforma das instituições governamentais (executivo, legisla-tivo e judiciário) precisamos reeducarmos para viver em comunidade em um ambiente que cada vez mais degradamos. Nossa casa maior, o planeta terra, está avisando que do jeito que estamos indo não chegaremos muito longe. Em nosso espaço micro de convivência necessitamos de novas atitudes ou quem sabe um novo jeito de Ver, sentir e Cuidar da Vida.

A Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado, cuida de um pedaço pequeno do planeta, com muito amor. E todos que se envolvem nesse movimento vivem a esperança de um mundo colaborativo. A atitude respeitosa com todos os seres é que nos proporciona evoluirmos para uma ética do bem comum e da felicidade.

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MATA

DO

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A LUTA POR

UMA SERRA

DO GANDARELA

DA COLETIVIDADE

A defesa da Serra do Gandarela, situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os municípios de Caeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico.

Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambien-tal Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversi-dade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropoli-tana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”.

Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadrilátero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como

cas raras, os mananciais e cachoeiras que nascem nas vertentes das bacias dos rios das Velhas e Piracicaba, e o potencial ecoturístico e de promoção do desenvolvi-mento limpo neste território.

Este é um contexto positivo que justifica a proteção da Serra do Gandarela. O contexto negativo que também justifica sua proteção é o licenciamento desmedido da atividade mineradora em toda a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, o que coloca em questão as premissas da criação da APA Sul e a definição desta área prioritária para conservação, de acordo com o MMA. Na verdade, a criação da APA Sul, até hoje, não teve nenhuma eficácia como instrumento de proteção e as áreas que hipoteticamente ficariam proibidas de determinados usos nunca foram estabelecidas pelo governo estadual, desde a instituição da APA, há mais de 20 anos.

Neste sentido, em 2007, a Vale S.A. usou de subterfú-gios para obter o licenciamento de um projeto que dizia ser pequeno, mas que na verdade almejava minerar toda a extensão da serra do Gandarela. As artimanhas jurídicas da empresa, em associação com agentes do Estado, foram rapidamente detectadas por movimentos sociais que até hoje lutam em defesa desta serra. Em 2007, uma primeira denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual que prontamente atuou e conseguiu evitar que o pior acontecesse.

Uma dissertação de mestrado propondo a criação características dele a “formação geológica única”, os

“endemismos de fauna e flora” (campos rupestres ferruginosos) e o fato de “abrigar importantes manan-ciais de abastecimento da RMBH”. A mineração e a urbanização são apontadas como ameaças.

Em 2006 e 2008 foram instituídos respectivamente a Lei 11.428, “sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica” e o Decreto 6660, que a regulamentou. A lei e o decreto tratam das “formações florestais nativas e ecossistemas [a elas] associados”. O bioma da Mata Atlântica não deve ser visto, portanto, como somente constituído pelas formações florestais que lhe são inerentes (as florestas ombrófilas Densa, Aberta e Mista, também denomi-nada Mata de Araucárias, e as florestas estacionais Decidual e Semidecidual, esta última mais caracterís-tica de nossa região). Ele é também formado pelos “campos de altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encraves florestais [...]; áreas de estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas” associados a estas formações florestais. Nos anos 2000, os municípios que compõem a Serra do Gandarela estabeleceram planos diretores, ressaltando sua relevância natural e turística e a necessidade de proteção de seus atributos, as formações geológicas e

botâni-“Garantir a preservação de amostras do patrimônio biológico, geológico, espeleológico e hidrológico associado às formações de canga do Quadrilátero Ferrífero, incluindo os campos rupestres e os remanescentes de floresta semi-decidual, as áreas de recarga de aquíferos e o conjunto cênico constituído por serras, platôs, vegetação natural, rios e cachoeiras.” (ICMBio)

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Nestes anos, ficou clara a relevância ecológica da área originalmente proposta para o Parque Nacional: com a segunda maior área contínua de Mata Atlântica de Minas Gerais (a primeira é o Parque Estadual do Rio Doce) e as maiores áreas de cangas ferruginosas ainda preservadas do QF, associadas às formações florestais. A combinação destas florestas com as cangas ferruginosas, e sua proximidade com um grande centro urbano, como a RMBH, é que tornaram essa área merece-dora da condição de unidade de conservação federal. Como parque nacional é a única com estes atributos instituída no Brasil.

Desde os anos 1990, estudos revelam que as jazidas de minério de ferro (formação Cauê) são os principais aquíferos desta região (aquíferos Cauê). Quanto maior o teor do mineral da jazida, maior a capacidade de armazenamento de água. As jazidas/aquíferos ferruginosos não explorados pela mineração ainda o serviço de limpar a água que recarrega seus interstícios, sendo depois servida em altíssima qualidade nas nascentes locais. Esta constatação enseja que doravante tratemos esta região como ela merece, do ponto de vista da maior parte da nossa população – um Quadrilátero Aquífero e Ferrífero (QAF), de onde vem mais de 80% da água de abastecimento público da RMBH.

Preservar os aquíferos e a biodiversidade que está sobre eles na Serra do Gandarela ou permitir que este patrimônio seja usurpado de forma totalmente desequilibrada por uma atividade que já consumiu e comprometeu toda nossa região é o que está agora em jogo.

O decreto da presidente Dilma criando o Parque Nacional da Serra do Gandarela só atendeu parcialmente ao propósito de proteção deste bem coletivo que deve ser guardado na sua integri-dade para glória da presente e usufruto das futuras gerações.

Ficou claro que nas negociações finais do governo para a criação deste parque, só foram ouvidos a Vale, o Instituto Brasileiro de Mineração e seus lobistas (deputado Gabriel Guimarães, entre outros) e o governo Anastasia, que se empen-haram para proteger os interesses da Vale S.A. e de outras mineradoras.

Há momentos em que a conciliação torna-se impraticável. O governo federal, por muito pouco, não fez uma grande realização, mas este pouco é o suficiente para que não haja acordo, mas nos dá a esperança de que o bom senso no final prevalecerá.

de uma unidade de conservação na serra do Gandarela estava em andamento e os movimen-tos aproveitaram a abertura para recepção de propostas de criação de parques no âmbito federal, para apresentar o projeto. A proposta foi bem recebida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que empenhou esforços para conhecer melhor a área e fazer a proposta do parque nacional .

A Vale também correu com o Estudo de Impacto Ambiental para implementação do que batizou como projeto Apolo. A ideia da empresa era aprovar um grande projeto, mas ainda assim de escala menor do que suas reais pretensões, desmascaradas durante a realização de audiên-cias públicas e reuniões de conselhos.

À medida que ficou mais clara a importância estratégica da Serra do Gandarela para o abastecimento presente e futuro da RMBH, à medida que se entendeu que boa parte do Quadrilátero está comprometido e prometido à atividade mineradora, cresceu a adesão à campanha pela criação do Parque Nacional e, posteriormente, para que parte deste parque fosse tratada como uma Reserva de Desenvolvi-mento Sustentável (RDS) , atendendo a pedidos de comunidades dos municípios de Santa Bárbara e Barão de Cocais que demandaram a continui-dade de algumas ativicontinui-dades (apicultura, coleta de musgos etc) no interior do território.

A defesa da Serra do Gandarela, situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os municípios de Caeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico.

Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhe-cida como Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropoli-tana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especial-mente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropolitana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”.

Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadri-látero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como

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O Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, está localizado entre os bairros Planalto e Itapoã, na região norte de Belo Horizonte MG, a uma altitude de 770m, Coordenadas geográficas (43o 57' 34'''W, 19o 49' 56''S). Possui uma área de 300 mil m² e sua vegetação é constituída por três formações básicas: uma área de cerrado, um trecho de mata ciliar circundando uma lagoa de 2,2 hectares com profundidade máxima de 7 metros, formada pelo represamento da água de três nascentes localizadas dentro do parque e algumas áreas de eucaliptal com sub-bosques. O Córrego do Nado é um afluente do Córrego Vilarinho que deságua no Ribeirão da Onça, unindo-se ao Rio das Velhas, fazendo parte da Bacia do Rio São Francisco. Área importante para a conservação da biodiversidade, fauna, flora e bens naturais como a água e o solo. É também um rico espaço de manifestação cultural, criando uma harmonia entre uso público e a preservação do meio ambiente.

A primeira vez que se falou na construção do Parque foi em 1973, através de um decreto indicando a desapropriação da área e que previa a destinação do espaço para a "construção de um Parque ou qualquer obra de interesse público". Entretanto em 1981, um decreto estadual desapropria a área (propriedade da família Giannetti) destinando-o à construção de um conjunto habitacional. A partir daí iniciou-se

a mobilização da comunidade local e as primeiras manifestações a favor da implantação do PMFLN, culminando com o surgimento da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado (ACELN), ONG que liderou as negociações para criação definitiva do Parque.

A história da preservação dessa área se assemelha a tantas outras em nossa cidade, estado e país. Ameaçada pela degradação de suas nascentes no fim da década de 70 e pela especu-lação imobiliária no início da década de 80, o Parque Lagoa do Nado só existe devido à ação incansável da comunidade do entorno, que conseguiu mobilizar a população da Cidade de Belo Horizonte e vários atores e instituições nacionais e internacionais a favor da preservação desse espaço.

Costumamos dizer que o movimento em defesa da Lagoa do Nado, é uma ideia de vida, uma forma de viver. Respeitamos a diversidade sociocultural sendo firmes na ação colaborativa dos que se envolve no movimento, tendo a arte como forma de manifestar, a criatividade como combustível no dia a dia, a complementariedade na ação, a potencialização do que há de melhor em cada ser, o afeto, a compreensão e tolerância no trato com o outro, a horizontalidade nas decisões e contra a idolatria de lideranças. O acreditar que o respeito ao indivíduo nos leva a ser plurais, que posso e quero fazer o bem sem

VIVA O COMUM

DAS RESISTÊNCIAS

VERDES MULTITUDINÁRIAS!

VIVA O PARQUE AUGUSTA!

Nestes anos, ficou clara a relevância ecológica da área originalmente proposta para o Parque Nacional: com a segunda maior área contínua de Mata Atlântica de Minas Gerais (a primeira é o Parque Estadual do Rio Doce) e as maiores áreas de cangas ferruginosas ainda preservadas do QF, associadas às formações florestais. A combinação destas florestas com as cangas ferruginosas, e sua proximidade com um grande centro urbano, como a RMBH, é que tornaram essa área merece-dora da condição de unidade de conservação federal. Como parque nacional é a única com estes atributos instituída no Brasil.

Desde os anos 1990, estudos revelam que as jazidas de minério de ferro (formação Cauê) são os principais aquíferos desta região (aquíferos Cauê). Quanto maior o teor do mineral da jazida, maior a capacidade de armazenamento de água. As jazidas/aquíferos ferruginosos não explorados pela mineração ainda o serviço de limpar a água que recarrega seus interstícios, sendo depois servida em altíssima qualidade nas nascentes locais. Esta constatação enseja que doravante tratemos esta região como ela merece, do ponto de vista da maior parte da nossa população – um Quadrilátero Aquífero e Ferrífero (QAF), de onde vem mais de 80% da água de abastecimento público da RMBH.

Preservar os aquíferos e a biodiversidade que está sobre eles na Serra do Gandarela ou permitir que este patrimônio seja usurpado de forma totalmente desequilibrada por uma atividade que já consumiu e comprometeu toda nossa região é o que está agora em jogo.

O decreto da presidente Dilma criando o Parque Nacional da Serra do Gandarela só atendeu parcialmente ao propósito de proteção deste bem coletivo que deve ser guardado na sua integri-dade para glória da presente e usufruto das futuras gerações.

Ficou claro que nas negociações finais do governo para a criação deste parque, só foram ouvidos a Vale, o Instituto Brasileiro de Mineração e seus lobistas (deputado Gabriel Guimarães, entre outros) e o governo Anastasia, que se empen-haram para proteger os interesses da Vale S.A. e de outras mineradoras.

Há momentos em que a conciliação torna-se impraticável. O governo federal, por muito pouco, não fez uma grande realização, mas este pouco é o suficiente para que não haja acordo, mas nos dá a esperança de que o bom senso no final prevalecerá.

Mas mesmo quando não há o uso explícito destes instrumentos liberalizantes, a lógica das gestões das cidades contemporâneas, no mundo e visivel-mente no Brasil dos últimos anos, seja nos governos de esquerda, seja nos governos de direita, é a lógica da cidade-empresa, da especu-lação imobiliária, da gentrificação (enobrecimento e expulsão dos pobres que não conseguem viver mais nas áreas valorizadas), das políticas de revitalização (substituindo vidas pobres por vidas ricas e turismo), das interven-ções utilizando equipamentos culturais (museus, bibliotecas, salas de música e afins). Estas lógicas encabeçam o eixo da gentrificação de grandes regiões, principalmente nos centros das cidades que já detêm meios de transporte e serviços abundantes. Portanto, é utilizando o discurso da arte e da cultura, da melhoria do espaço, do embelezamento e da segurança que o Estado-mercado avança por toda a cidade expropriando os bens comuns. O verde urbano tem sido talvez o bem mais exposto à ameaças do mercado imobil-iário.

Em todo o mundo, vide Parque Gezi em Istanbul, Gamonal, na Espanha, Fica Ficus em BH, Parque Cocó, em Fortaleza, Ocupa Estelita, em Recife, ou Parque Augusta, em São Paulo, vemos surgir uma multidão de singularidades e grupos artísticos, de ativistas, moradores locais e vizinhos, população de rua e comerciantes interessados em recuperar o debate político sobre a cidade e a construção, com ação direta, do ambiente que pertence às suas vidas cotidianas. A democracia representa-tiva já não mais representa o cidadão comum e vem deixando de lado os interesses de todos para garantir o interesse do mercado que financia o Estado e suas campanhas políticas que garantem a permanência de grupos no poder. Contudo, a sociedade se rebela, e faz isto atualmente, em grande parte, resistindo coletivamente por meio de redes conectadas globalmente, nacional-mente e localnacional-mente. O espírito de multidão que encara o Império de frente e exige democracia real e o direito de ter os seus bens comuns admin-istrados autonomamente. Estas novas organi-zações ativistas trazem a frescura da coleção subjetiva das diferenças e a pauta ampliada para além do direito ao verde urbano. O mais inte-ressante é que estes movimentos são horizontais, sem lideranças definidas, e possuem uma dinâmica de articulação, que, por ser rizomática, é impossível de ser cooptada. Vemos o Estado-capital na tentativa desesperada de se aproximar destes movimentos para capturar a sua dinâmica de máquina de guerra. A autono-mia e a autogestão é tudo o que o Estado-capital não pode suportar. Há uma explícita tentativa de controlar os movimentos multitudinários, criando-se conselhos nos quais o Estado participa ativamente. Mas os movimentos que, desde 2013, não foram capturados pelo Estado-capital se forta-leceram e ganharam redes e ruas e, principalmente, apoio popular.

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os pelo governo e ou partidos políticos da época, exceto algumas organizações principalmente as ligadas a igreja e as poucas entidades ambiental-istas.

Esse foi nosso diferencial, construímos a história da Lagoa do Nado com o máximo de participação social e depois de vários anos, conseguimos cumprir todo o processo, desde a aquisição da área, elaboração do projeto até a implantação do Parque em 1994.

O Parque Lagoa do Nado era um exemplo de espaço público, onde a comunidade se sentia pertencente e se apropriava coletiva-mente tanto do uso público com o cuidado necessário a sua preservação. O envolvimento de qualquer frequentador mostrava a relação cidadã com o bem público. Falo no passado, pois infeliz-mente após a prefeitura de Belo Horizonte assumir a “gestão do espaço” os “gestores” fizeram e fazem de tudo para apagar a história e ou contá-la a partir da ótica do poder público. Hoje é um espaço da prefeitura e não mais aquele espaço público da comunidade. Parece que aquela máxima de que Governo oprime e afasta o cidadão, continua valendo. Os Parques e espaços públicos da cidade cada vez mais são privatizados pela Prefeitura, afastando o cidadão da utilização do bem comum. A confusão é tamanha, que os gestores da cidade não conseg-uem separar o público do privado, na realidade considera tudo como privado. Ou trata o público como seu exclusivamente, ou repassa o “direito de uso” a um grupo que o privatiza.

Temos que reinventar o cuidado com o que é de todos. Não sei se apenas uma reforma Política resolva essa questão tão próxima do dia a dia de cada um de nós. Além da reforma das instituições governamentais (executivo, legisla-tivo e judiciário) precisamos reeducarmos para viver em comunidade em um ambiente que cada vez mais degradamos. Nossa casa maior, o planeta terra, está avisando que do jeito que estamos indo não chegaremos muito longe. Em nosso espaço micro de convivência necessitamos de novas atitudes ou quem sabe um novo jeito de Ver, sentir e Cuidar da Vida.

A Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado, cuida de um pedaço pequeno do planeta, com muito amor. E todos que se envolvem nesse movimento vivem a esperança de um mundo colaborativo. A atitude respeitosa com todos os seres é que nos proporciona evoluirmos para uma ética do bem comum e da felicidade.

A construção da subjetividade via mecanismos oficiais do poder imperial (grandes mídias) já não convence mais a sociedade com tanta facilidade, e assistimos a uma ampliação dos campos de luta pela construção do comum, seja nas ruas, seja nas redes. Não se trata somente do território verde dos parques e praças, mas também da exigência de função social para a propriedade. Pode-se detectar essa demanda nos movimentos pró-habitação como o MTST; a força política dos movimentos pela mobilidade como o MPL ou o Tarifa Zero; a força estética e afetiva dos movimentos de ocupas culturais que se proliferam pelo país, como o Espaço Comum Luiz Estrela, em BH ou a Ocupa Casa Amarela, em SP. Abrindo um parênteses: muitos dizem que estes novos ocupas culturais são apenas novos squats (em modelo europeu) e espaços para jovens artistas viverem, mas sabemos que é um movimento muito maior que possui relações com o fim do esplendor do capitalismo neoliberal e a chegada de um novo mundo biopotente, mundo no qual o poder sobre a vida é substituído pelo poder da vida. Estes novos espaços do comum são habitados por jovens, crianças, artistas, ativistas, militantes de todas as ordens, idosos, comerci-antes, gays, lésbicas, bis, trans, queers, e muitas outras categorias e gêneros que representam uma nova sociedade ativa e plural.

Fora da lógica dos movimentos viciados da esquerda clássica, que acredita na ideia unitária de povo, e fora da lógica do mercado que só pensa nos cidadãos como massa, a multidão é plural e atua no trabalho vivo e imaterial, produzido em rede coletivamente e criativamente. Portanto, estancar a força que move estes movimentos não vai ser tarefa fácil para o Estado-capital, já que o que os movem é o amor, o afeto e o próprio sentido ativo da vida. Portanto: viva a diferença incapturável da multidão e viva as resistências verdes urbanas conectadas globalmente! Viva Parque Gezi, Fica Ficus, Parque Augusta e todos os outros nós biopotentes ativando novas singulari-dades e construindo um novo mundo! Se queremos que esta luta seja realmente parte da construção de uma nova ontologia da multidão e da constituinte de uma nova democracia, seria bom pensarmos que a defesa por estes territórios deve passar fora da lógica do público (Estado) ou do privado (capital), ou seja, deve ser construído num espaço do comum, no qual quem decide o cotidiano de forma autogerida é a própria população em exercício constante de democracia real.

Referências teóricas:

HARDT, M.; NEGRI, A. Multidão. Rio de Janeiro: Record, 2005.

HARDT, M., NEGRI, T; Commonwealth. Cambridge e Massachusets: The Belknap Press of Havard University Press, 2009.

PELBART, P. P. Vida capital. Ensaios de biopolítica. Ed. Iluminuras: São Paulo. 2003.

*texto de Natacha Rena, arquiteta urbanista e designer, doutora em comunicação e semiótica pela PUC-SP, Professora do Curso de Arquitetura da EAUFMG e compõe o Grupo de Pesquisa INDISCIPLINAR (CNPQ_UFMG) e o projeto Mapeando o Comum.

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a idade da árvore é uma agregação de valor ambiental porque ela aumenta a quantidade de habitats, aumenta a quantidade de pássaros, de aves, de uma série de coisas, quem é daqui e já pensava nisso na década de 70 e 80, eu tenho o privilégio de morar na mesma casa desde então, então eu lembro dos pardais cantando.

e eles cursam no campo da biologia que os pardais invadiram a cidade e deslocaram as aves nativas o meu quintal como vocs podem imaginar é uma floresta, embora seja pequena, hoje não tem um pardal em volta da minha casa. Então as partes da zona sul de belo horizonte que envelheceram florestamelmente falando e acumularam arvores antigas hoje não tem pardal, que é um pombo, que é um rato, um transmissor de doenças, hoje tem cxx, sabiá, tem várias espécies, bem-te-vi, ou seja, tem várias espécies de aves que são o que? insetívoros. Então eles na hora que você tiver um boom de insetos pragas, se voce tiver um bando de anao preto passando vc vai ter esse problema bastante reduzido. E um outro problema que eu publiquei uma nota no facebook do grupo sobre os dados de um mestrado que foi defendido há duas semanas no meu laboratório que coincidentemente eu trabalho com aedes também. Aedes aegipty. O nosso interesse era entender quando o mosquito da dengue invadiram as montanhas mineiras. invadiram de 2007 pra cá, a gente tinha esta expectativa que invadiu talhe em 2006 e 2007. e resolvemos estudar o aedos nas áreas verdes e nas áreas urbanas. o que que a gente descobriu? dentro das áreas verdes eu tenho o aedes. e menos da metade que eu tenho na área que é intensamente pavimentada. Quando vc olha os mapas da prefeitura, os próprios mapas da prefeitura de 2002 que foi um ano critico pra dengue mas não tanto quanto em 2002 e vc olha as regionais com relação à dengue, vc olha a regional centro sul que ainda é a mais arborizada, a ocorrência de casos registrados dos moradores da zona centro sul é menos da metade das outras regiões. é quase um terço das regiões menos arborizadas como a oeste, por exemplo. Então é claro para a gente que vc tem um efeito na ciência, que na ecologia e na epidemiologia, na ecologia de vetores de doença, chama efeito de diluição. Ou seja, reforça aqui uma série de informações o que tinha falado a marimar. Nós, ao termos uma cidade conectada enquanto um ecossistema, ela tem que funcionar com serviços ecossistêmicos, ela tem que neutralizar carbono, ela tem que provir habitat para espécies que nos são benéficas, ela tem que nos dar condições múltiplas de existência, e nós temos que trabalhar, eu como professor tenho tentado trabalhar a cabeça das pessoas, o rompimento com esse medo do que é o problema, é uma questão que eu chamo de sanitarista, a gente olha pra natureza como algo que nos ameaça e tentamos desinfetar o mundo, quem sabe por que que a nossa geração de crianças tem mais alergia que qualquer outra geração? o auge disso a lógica por trás disso é toda a mesma, a gente não pode afastar tanto do movimento do qual evoluímos. A gente evoluiu em contato com essas criaturas e a cidade adoece por falta de manejo destas questões. Finalmente para concluir. Uma árvore mesmo sem copa enquanto ela brota tem o genótipo da arvore velha. aquele gene daquela árvore forma tombados pelo município. Não só aquele indivíduo e sua função de sombreamento, mas o gene da árvore. eu tenho hoje com relação àquela característica natural da cidade, exótica, de outro país, morre, o que importa que aquilo ainda está presenteiem como todos aqueles hábitats que eu falei de espécies benéficas. desta forma, se eu tenho que recuperar a copa pra uma outra árvore, que eu recupere a copa esperando o broto restabelecer se assim for necessário. e se eu precisar de mais árvores, que eu as plante também, e marcar qual muda eu vou realmente estar vinculado a ela

se uma árvore vai ser cortada eu tenho que rastrear qual a substitui, senão cria um defcit de carbono e bem estar que não tera’compensação possível em menos de 50 anos. e a pergunta é, nós temos 50 anos? e falando em 50 anos eu quero saber numa cidade e num país que envelhece, como é que a gente fala para um idoso pra pessoa que vai acumulando suas dificuldades, seus problemas de saúde, e uma árvore velha não pode estar lá? como é que eu falo para uma pessoa. que ela acumula rugas, frestas, proble-mas de saúde, eu preciso tirá-la e colocar uma árvore saudável? mas o que é há que a árvore velha não é doente? a árvore velha é um habitat maravilhoso de uma série de espécies, e nós precisamos dela.

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A defesa da Serra do Gandarela, situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os municípios de Caeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico.

Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambien-tal Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversi-dade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropoli-tana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”.

Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadrilátero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como

cas raras, os mananciais e cachoeiras que nascem nas vertentes das bacias dos rios das Velhas e Piracicaba, e o potencial ecoturístico e de promoção do desenvolvi-mento limpo neste território.

Este é um contexto positivo que justifica a proteção da Serra do Gandarela. O contexto negativo que também justifica sua proteção é o licenciamento desmedido da atividade mineradora em toda a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, o que coloca em questão as premissas da criação da APA Sul e a definição desta área prioritária para conservação, de acordo com o MMA. Na verdade, a criação da APA Sul, até hoje, não teve nenhuma eficácia como instrumento de proteção e as áreas que hipoteticamente ficariam proibidas de determinados usos nunca foram estabelecidas pelo governo estadual, desde a instituição da APA, há mais de 20 anos.

Neste sentido, em 2007, a Vale S.A. usou de subterfú-gios para obter o licenciamento de um projeto que dizia ser pequeno, mas que na verdade almejava minerar toda a extensão da serra do Gandarela. As artimanhas jurídicas da empresa, em associação com agentes do Estado, foram rapidamente detectadas por movimentos sociais que até hoje lutam em defesa desta serra. Em 2007, uma primeira denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual que prontamente atuou e conseguiu evitar que o pior acontecesse.

Uma dissertação de mestrado propondo a criação características dele a “formação geológica única”, os

“endemismos de fauna e flora” (campos rupestres ferruginosos) e o fato de “abrigar importantes manan-ciais de abastecimento da RMBH”. A mineração e a urbanização são apontadas como ameaças.

Em 2006 e 2008 foram instituídos respectivamente a Lei 11.428, “sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica” e o Decreto 6660, que a regulamentou. A lei e o decreto tratam das “formações florestais nativas e ecossistemas [a elas] associados”. O bioma da Mata Atlântica não deve ser visto, portanto, como somente constituído pelas formações florestais que lhe são inerentes (as florestas ombrófilas Densa, Aberta e Mista, também denomi-nada Mata de Araucárias, e as florestas estacionais Decidual e Semidecidual, esta última mais caracterís-tica de nossa região). Ele é também formado pelos “campos de altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encraves florestais [...]; áreas de estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas” associados a estas formações florestais. Nos anos 2000, os municípios que compõem a Serra do Gandarela estabeleceram planos diretores, ressaltando sua relevância natural e turística e a necessidade de proteção de seus atributos, as formações geológicas e

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botâni-Nestes anos, ficou clara a relevância ecológica da área originalmente proposta para o Parque Nacional: com a segunda maior área contínua de Mata Atlântica de Minas Gerais (a primeira é o Parque Estadual do Rio Doce) e as maiores áreas de cangas ferruginosas ainda preservadas do QF, associadas às formações florestais. A combinação destas florestas com as cangas ferruginosas, e sua proximidade com um grande centro urbano, como a RMBH, é que tornaram essa área merece-dora da condição de unidade de conservação federal. Como parque nacional é a única com estes atributos instituída no Brasil.

Desde os anos 1990, estudos revelam que as jazidas de minério de ferro (formação Cauê) são os principais aquíferos desta região (aquíferos Cauê). Quanto maior o teor do mineral da jazida, maior a capacidade de armazenamento de água. As jazidas/aquíferos ferruginosos não explorados pela mineração ainda o serviço de limpar a água que recarrega seus interstícios, sendo depois servida em altíssima qualidade nas nascentes locais. Esta constatação enseja que doravante tratemos esta região como ela merece, do ponto de vista da maior parte da nossa população – um Quadrilátero Aquífero e Ferrífero (QAF), de onde vem mais de 80% da água de abastecimento público da RMBH.

Preservar os aquíferos e a biodiversidade que está sobre eles na Serra do Gandarela ou permitir que este patrimônio seja usurpado de forma totalmente desequilibrada por uma atividade que já consumiu e comprometeu toda nossa região é o que está agora em jogo.

O decreto da presidente Dilma criando o Parque Nacional da Serra do Gandarela só atendeu parcialmente ao propósito de proteção deste bem coletivo que deve ser guardado na sua integri-dade para glória da presente e usufruto das futuras gerações.

Ficou claro que nas negociações finais do governo para a criação deste parque, só foram ouvidos a Vale, o Instituto Brasileiro de Mineração e seus lobistas (deputado Gabriel Guimarães, entre outros) e o governo Anastasia, que se empen-haram para proteger os interesses da Vale S.A. e de outras mineradoras.

Há momentos em que a conciliação torna-se impraticável. O governo federal, por muito pouco, não fez uma grande realização, mas este pouco é o suficiente para que não haja acordo, mas nos dá a esperança de que o bom senso no final prevalecerá.

de uma unidade de conservação na serra do Gandarela estava em andamento e os movimen-tos aproveitaram a abertura para recepção de propostas de criação de parques no âmbito federal, para apresentar o projeto. A proposta foi bem recebida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que empenhou esforços para conhecer melhor a área e fazer a proposta do parque nacional .

A Vale também correu com o Estudo de Impacto Ambiental para implementação do que batizou como projeto Apolo. A ideia da empresa era aprovar um grande projeto, mas ainda assim de escala menor do que suas reais pretensões, desmascaradas durante a realização de audiên-cias públicas e reuniões de conselhos.

À medida que ficou mais clara a importância estratégica da Serra do Gandarela para o abastecimento presente e futuro da RMBH, à medida que se entendeu que boa parte do Quadrilátero está comprometido e prometido à atividade mineradora, cresceu a adesão à campanha pela criação do Parque Nacional e, posteriormente, para que parte deste parque fosse tratada como uma Reserva de Desenvolvi-mento Sustentável (RDS) , atendendo a pedidos de comunidades dos municípios de Santa Bárbara e Barão de Cocais que demandaram a continui-dade de algumas ativicontinui-dades (apicultura, coleta de musgos etc) no interior do território.

A defesa da Serra do Gandarela, situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os municípios de Caeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico.

Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhe-cida como Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropoli-tana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especial-mente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropolitana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”.

Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadri-látero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como

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Nestes anos, ficou clara a relevância ecológica da área originalmente proposta para o Parque Nacional: com a segunda maior área contínua de Mata Atlântica de Minas Gerais (a primeira é o Parque Estadual do Rio Doce) e as maiores áreas de cangas ferruginosas ainda preservadas do QF, associadas às formações florestais. A combinação destas florestas com as cangas ferruginosas, e sua proximidade com um grande centro urbano, como a RMBH, é que tornaram essa área merece-dora da condição de unidade de conservação federal. Como parque nacional é a única com estes atributos instituída no Brasil.

Desde os anos 1990, estudos revelam que as jazidas de minério de ferro (formação Cauê) são os principais aquíferos desta região (aquíferos Cauê). Quanto maior o teor do mineral da jazida, maior a capacidade de armazenamento de água. As jazidas/aquíferos ferruginosos não explorados pela mineração ainda o serviço de limpar a água que recarrega seus interstícios, sendo depois servida em altíssima qualidade nas nascentes locais. Esta constatação enseja que doravante tratemos esta região como ela merece, do ponto de vista da maior parte da nossa população – um Quadrilátero Aquífero e Ferrífero (QAF), de onde vem mais de 80% da água de abastecimento público da RMBH.

Preservar os aquíferos e a biodiversidade que está sobre eles na Serra do Gandarela ou permitir que este patrimônio seja usurpado de forma totalmente desequilibrada por uma atividade que já consumiu e comprometeu toda nossa região é o que está agora em jogo.

O decreto da presidente Dilma criando o Parque Nacional da Serra do Gandarela só atendeu parcialmente ao propósito de proteção deste bem coletivo que deve ser guardado na sua integri-dade para glória da presente e usufruto das futuras gerações.

Ficou claro que nas negociações finais do governo para a criação deste parque, só foram ouvidos a Vale, o Instituto Brasileiro de Mineração e seus lobistas (deputado Gabriel Guimarães, entre outros) e o governo Anastasia, que se empen-haram para proteger os interesses da Vale S.A. e de outras mineradoras.

Há momentos em que a conciliação torna-se impraticável. O governo federal, por muito pouco, não fez uma grande realização, mas este pouco é o suficiente para que não haja acordo, mas nos dá a esperança de que o bom senso no final prevalecerá.

Mas mesmo quando não há o uso explícito destes instrumentos liberalizantes, a lógica das gestões das cidades contemporâneas, no mundo e visivel-mente no Brasil dos últimos anos, seja nos governos de esquerda, seja nos governos de direita, é a lógica da cidade-empresa, da especu-lação imobiliária, da gentrificação (enobrecimento e expulsão dos pobres que não conseguem viver mais nas áreas valorizadas), das políticas de revitalização (substituindo vidas pobres por vidas ricas e turismo), das interven-ções utilizando equipamentos culturais (museus, bibliotecas, salas de música e afins). Estas lógicas encabeçam o eixo da gentrificação de grandes regiões, principalmente nos centros das cidades que já detêm meios de transporte e serviços abundantes. Portanto, é utilizando o discurso da arte e da cultura, da melhoria do espaço, do embelezamento e da segurança que o Estado-mercado avança por toda a cidade expropriando os bens comuns. O verde urbano tem sido talvez o bem mais exposto à ameaças do mercado imobil-iário.

Em todo o mundo, vide Parque Gezi em Istanbul, Gamonal, na Espanha, Fica Ficus em BH, Parque Cocó, em Fortaleza, Ocupa Estelita, em Recife, ou Parque Augusta, em São Paulo, vemos surgir uma multidão de singularidades e grupos artísticos, de ativistas, moradores locais e vizinhos, população de rua e comerciantes interessados em recuperar o debate político sobre a cidade e a construção, com ação direta, do ambiente que pertence às suas vidas cotidianas. A democracia representa-tiva já não mais representa o cidadão comum e vem deixando de lado os interesses de todos para garantir o interesse do mercado que financia o Estado e suas campanhas políticas que garantem a permanência de grupos no poder. Contudo, a sociedade se rebela, e faz isto atualmente, em grande parte, resistindo coletivamente por meio de redes conectadas globalmente, nacional-mente e localnacional-mente. O espírito de multidão que encara o Império de frente e exige democracia real e o direito de ter os seus bens comuns admin-istrados autonomamente. Estas novas organi-zações ativistas trazem a frescura da coleção subjetiva das diferenças e a pauta ampliada para além do direito ao verde urbano. O mais inte-ressante é que estes movimentos são horizontais, sem lideranças definidas, e possuem uma dinâmica de articulação, que, por ser rizomática, é impossível de ser cooptada. Vemos o Estado-capital na tentativa desesperada de se aproximar destes movimentos para capturar a sua dinâmica de máquina de guerra. A autono-mia e a autogestão é tudo o que o Estado-capital não pode suportar. Há uma explícita tentativa de controlar os movimentos multitudinários, criando-se conselhos nos quais o Estado participa ativamente. Mas os movimentos que, desde 2013, não foram capturados pelo Estado-capital se forta-leceram e ganharam redes e ruas e, principalmente, apoio popular.

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A construção da subjetividade via mecanismos oficiais do poder imperial (grandes mídias) já não convence mais a sociedade com tanta facilidade, e assistimos a uma ampliação dos campos de luta pela construção do comum, seja nas ruas, seja nas redes. Não se trata somente do território verde dos parques e praças, mas também da exigência de função social para a propriedade. Pode-se detectar essa demanda nos movimentos pró-habitação como o MTST; a força política dos movimentos pela mobilidade como o MPL ou o Tarifa Zero; a força estética e afetiva dos movimentos de ocupas culturais que se proliferam pelo país, como o Espaço Comum Luiz Estrela, em BH ou a Ocupa Casa Amarela, em SP. Abrindo um parênteses: muitos dizem que estes novos ocupas culturais são apenas novos squats (em modelo europeu) e espaços para jovens artistas viverem, mas sabemos que é um movimento muito maior que possui relações com o fim do esplendor do capitalismo neoliberal e a chegada de um novo mundo biopotente, mundo no qual o poder sobre a vida é substituído pelo poder da vida. Estes novos espaços do comum são habitados por jovens, crianças, artistas, ativistas, militantes de todas as ordens, idosos, comerci-antes, gays, lésbicas, bis, trans, queers, e muitas outras categorias e gêneros que representam uma nova sociedade ativa e plural.

Fora da lógica dos movimentos viciados da esquerda clássica, que acredita na ideia unitária de povo, e fora da lógica do mercado que só pensa nos cidadãos como massa, a multidão é plural e atua no trabalho vivo e imaterial, produzido em rede coletivamente e criativamente. Portanto, estancar a força que move estes movimentos não vai ser tarefa fácil para o Estado-capital, já que o que os movem é o amor, o afeto e o próprio sentido ativo da vida. Portanto: viva a diferença incapturável da multidão e viva as resistências verdes urbanas conectadas globalmente! Viva Parque Gezi, Fica Ficus, Parque Augusta e todos os outros nós biopotentes ativando novas singulari-dades e construindo um novo mundo! Se queremos que esta luta seja realmente parte da construção de uma nova ontologia da multidão e da constituinte de uma nova democracia, seria bom pensarmos que a defesa por estes territórios deve passar fora da lógica do público (Estado) ou do privado (capital), ou seja, deve ser construído num espaço do comum, no qual quem decide o cotidiano de forma autogerida é a própria população em exercício constante de democracia real.

Referências teóricas:

HARDT, M.; NEGRI, A. Multidão. Rio de Janeiro: Record, 2005.

HARDT, M., NEGRI, T; Commonwealth. Cambridge e Massachusets: The Belknap Press of Havard University Press, 2009.

PELBART, P. P. Vida capital. Ensaios de biopolítica. Ed. Iluminuras: São Paulo. 2003.

*texto de Natacha Rena, arquiteta urbanista e designer, doutora em comunicação e semiótica pela PUC-SP, Professora do Curso de Arquitetura da EAUFMG e compõe o Grupo de Pesquisa INDISCIPLINAR (CNPQ_UFMG) e o projeto Mapeando o Comum.

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a idade da árvore é uma agregação de valor ambiental porque ela aumenta a quantidade de habitats, aumenta a quantidade de pássaros, de aves, de uma série de coisas, quem é daqui e já pensava nisso na década de 70 e 80, eu tenho o privilégio de morar na mesma casa desde então, então eu lembro dos pardais cantando.

e eles cursam no campo da biologia que os pardais invadiram a cidade e deslocaram as aves nativas o meu quintal como vocs podem imaginar é uma floresta, embora seja pequena, hoje não tem um pardal em volta da minha casa. Então as partes da zona sul de belo horizonte que envelheceram florestamelmente falando e acumularam arvores antigas hoje não tem pardal, que é um pombo, que é um rato, um transmissor de doenças, hoje tem cxx, sabiá, tem várias espécies, bem-te-vi, ou seja, tem várias espécies de aves que são o que? insetívoros. Então eles na hora que você tiver um boom de insetos pragas, se voce tiver um bando de anao preto passando vc vai ter esse problema bastante reduzido. E um outro problema que eu publiquei uma nota no facebook do grupo sobre os dados de um mestrado que foi defendido há duas semanas no meu laboratório que coincidentemente eu trabalho com aedes também. Aedes aegipty. O nosso interesse era entender quando o mosquito da dengue invadiram as montanhas mineiras. invadiram de 2007 pra cá, a gente tinha esta expectativa que invadiu talhe em 2006 e 2007. e resolvemos estudar o aedos nas áreas verdes e nas áreas urbanas. o que que a gente descobriu? dentro das áreas verdes eu tenho o aedes. e menos da metade que eu tenho na área que é intensamente pavimentada. Quando vc olha os mapas da prefeitura, os próprios mapas da prefeitura de 2002 que foi um ano critico pra dengue mas não tanto quanto em 2002 e vc olha as regionais com relação à dengue, vc olha a regional centro sul que ainda é a mais arborizada, a ocorrência de casos registrados dos moradores da zona centro sul é menos da metade das outras regiões. é quase um terço das regiões menos arborizadas como a oeste, por exemplo. Então é claro para a gente que vc tem um efeito na ciência, que na ecologia e na epidemiologia, na ecologia de vetores de doença, chama efeito de diluição. Ou seja, reforça aqui uma série de informações o que tinha falado a marimar. Nós, ao termos uma cidade conectada enquanto um ecossistema, ela tem que funcionar com serviços ecossistêmicos, ela tem que neutralizar carbono, ela tem que provir habitat para espécies que nos são benéficas, ela tem que nos dar condições múltiplas de existência, e nós temos que trabalhar, eu como professor tenho tentado trabalhar a cabeça das pessoas, o rompimento com esse medo do que é o problema, é uma questão que eu chamo de sanitarista, a gente olha pra natureza como algo que nos ameaça e tentamos desinfetar o mundo, quem sabe por que que a nossa geração de crianças tem mais alergia que qualquer outra geração? o auge disso a lógica por trás disso é toda a mesma, a gente não pode afastar tanto do movimento do qual evoluímos. A gente evoluiu em contato com essas criaturas e a cidade adoece por falta de manejo destas questões. Finalmente para concluir. Uma árvore mesmo sem copa enquanto ela brota tem o genótipo da arvore velha. aquele gene daquela árvore forma tombados pelo município. Não só aquele indivíduo e sua função de sombreamento, mas o gene da árvore. eu tenho hoje com relação àquela característica natural da cidade, exótica, de outro país, morre, o que importa que aquilo ainda está presenteiem como todos aqueles hábitats que eu falei de espécies benéficas. desta forma, se eu tenho que recuperar a copa pra uma outra árvore, que eu recupere a copa esperando o broto restabelecer se assim for necessário. e se eu precisar de mais árvores, que eu as plante também, e marcar qual muda eu vou realmente estar vinculado a ela

se uma árvore vai ser cortada eu tenho que rastrear qual a substitui, senão cria um defcit de carbono e bem estar que não tera’compensação possível em menos de 50 anos. e a pergunta é, nós temos 50 anos? e falando em 50 anos eu quero saber numa cidade e num país que envelhece, como é que a gente fala para um idoso pra pessoa que vai acumulando suas dificuldades, seus problemas de saúde, e uma árvore velha não pode estar lá? como é que eu falo para uma pessoa. que ela acumula rugas, frestas, proble-mas de saúde, eu preciso tirá-la e colocar uma árvore saudável? mas o que é há que a árvore velha não é doente? a árvore velha é um habitat maravilhoso de uma série de espécies, e nós precisamos dela.

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cas raras, os mananciais e cachoeiras que nascem nas vertentes das bacias dos rios das Velhas e Piracicaba, e o potencial ecoturístico e de promoção do desenvolvi-mento limpo neste território.

Este é um contexto positivo que justifica a proteção da Serra do Gandarela. O contexto negativo que também justifica sua proteção é o licenciamento desmedido da atividade mineradora em toda a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, o que coloca em questão as premissas da criação da APA Sul e a definição desta área prioritária para conservação, de acordo com o MMA. Na verdade, a criação da APA Sul, até hoje, não teve nenhuma eficácia como instrumento de proteção e as áreas que hipoteticamente ficariam proibidas de determinados usos nunca foram estabelecidas pelo governo estadual, desde a instituição da APA, há mais de 20 anos.

Neste sentido, em 2007, a Vale S.A. usou de subterfú-gios para obter o licenciamento de um projeto que dizia ser pequeno, mas que na verdade almejava minerar toda a extensão da serra do Gandarela. As artimanhas jurídicas da empresa, em associação com agentes do Estado, foram rapidamente detectadas por movimentos sociais que até hoje lutam em defesa desta serra. Em 2007, uma primeira denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual que prontamente atuou e conseguiu evitar que o pior acontecesse.

Uma dissertação de mestrado propondo a criação características dele a “formação geológica única”, os

“endemismos de fauna e flora” (campos rupestres ferruginosos) e o fato de “abrigar importantes manan-ciais de abastecimento da RMBH”. A mineração e a urbanização são apontadas como ameaças.

Em 2006 e 2008 foram instituídos respectivamente a Lei 11.428, “sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica” e o Decreto 6660, que a regulamentou. A lei e o decreto tratam das “formações florestais nativas e ecossistemas [a elas] associados”. O bioma da Mata Atlântica não deve ser visto, portanto, como somente constituído pelas formações florestais que lhe são inerentes (as florestas ombrófilas Densa, Aberta e Mista, também denomi-nada Mata de Araucárias, e as florestas estacionais Decidual e Semidecidual, esta última mais caracterís-tica de nossa região). Ele é também formado pelos “campos de altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encraves florestais [...]; áreas de estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas” associados a estas formações florestais. Nos anos 2000, os municípios que compõem a Serra do Gandarela estabeleceram planos diretores, ressaltando sua relevância natural e turística e a necessidade de proteção de seus atributos, as formações geológicas e

Referências

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