Desafios da educação ambiental voltado ao gerenciamento de resíduos sólidos urbanos análise do município de Anhumas/SP

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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-06-6

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EIXO TEMÁTICO:

( ) Biogeografia e a Paisagem

( ) Biogeografia e as Mudanças Climáticas ( x ) Biogeografia e a Educação Ambiental ( ) Biogeografia e Saúde ( ) Biogeografia Histórica ( ) Biogeografia e Conservação ( ) Biogeografia e Agronegócio ( ) Biogeografia e Agroecologia ( ) Biogeografia e SAFs

Desafios da educação ambiental voltado ao gerenciamento de resíduos

sólidos urbanos – análise do município de Anhumas/SP

Challenges of environmental education focusing on urban solid waste management -

analysis of the municipality of Anhumas /SP

Desafíos de la educación ambiental enfocados en la gestión de residuos sólidos urbanos

- análisis del municipio de Anhumas / SP

Gisele Santos Raminelli

Discente do Mestrado Profissional em Geografia, UNESP, Brasil giseleraminelli@outlook.com

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RESUMO

O presente artigo tem por objetivo analisar as dificuldades encontradas pela municipalidade em realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos, em especial às ações desenvolvidas pelo Município de Anhumas, localizada no interior do estado de São Paulo, onde com apenas 3.738 habitantes, há compromissos firmados para atendimento de exigências ambientais. Através do levantamento de cada tipo de resíduos, é possível analisar as ações tomadas para que haja o correto descarte dos resíduos, para cumprir conforme as exigências da Política Nacional de Resíduos sólidos, sancionada em 2010. Porém, os desafios referentes às propostas de destinação apresentadas pelo Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos, requer além de uma boa política pública, a conscientização da população de modo geral.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos. Logística reversa. Educação Ambiental. ABSTRACT

This article aims to analyze the difficulties encountered by the municipality in carrying out the management of solid waste, in particular to list actions developed by the Municipality of Anhumas, located in the interior of the state of São Paulo, where with only 3,738 inhabitants, there are commitments made to compliance with environmental requirements. Through the survey of each type of waste, it is possible to analyze the actions taken so that there is the correct disposal of waste, to comply with the requirements of the National Solid Waste Policy, sanctioned in 2010. However, the challenges regarding the proposed disposal presented the Municipal Plan for Integrated Waste Management, requires, in addition to a good public policy, public awareness in general.

Key Words: solid waste. Reverse logistics. Environmental education. CURRÍCULUM

Este artículo tiene como objetivo analizar las dificultades encontradas por el municipio para llevar a cabo la gestión de los residuos sólidos, en particular para enumerar las acciones desarrolladas por el municipio de Anhumas, ubicado en el interior del estado de São Paulo, donde con solo 3.738 habitantes, hay compromisos para cumplimiento de requisitos ambientales. A través de la encuesta de cada tipo de residuo, es posible analizar las acciones tomadas para que exista la disposición correcta de los residuos, para cumplir con los requisitos de la Política Nacional de Residuos Sólidos, sancionada en 2010. Sin embargo, los desafíos relacionados con la disposición propuesta presentan El Plan Municipal para la Gestión Integral de Residuos requiere, además de una buena política pública, la conciencia pública en general.

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1 INTRODUÇÃO

A problemática da geração dos resíduos sólidos, é algo que em curto prazo, é um problema que está longe de ser resolvido, pelo fato de que a geração de resíduos sólidos está presente todos os dias, a cada atividade, por mais simples que seja, desde o simples preparo de refeições até atividades mais complexas como a indústria.

Segundo o Panorama dos resíduos sólidos da ABRELPE 2019, os dados revelam que em 2018, foram geradas no Brasil 79 milhões de toneladas, um aumento de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foram coletados.

Se comparado com o ano de 2017 houve um aumento de 1,66%, ou seja, a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Por outro lado, nos informa que 6,3 milhões de toneladas de resíduos não foram recolhidas junto aos locais de geração.

Dizer que esta problemática em curto prazo seja algo sem fim, esta correlacionado, aos costumes particulares de cada indivíduo, pois envolve padrões mais complexos, não sendo definido por questões sociais, tais como escolaridade ou disponibilidade de recursos financeiros, são conhecimentos, valores, que estão embutidos no subconsciente de cada um, no sentido de, conhecer o que cada ação causaria de impacto negativo ao meio ambiente, como também o fato de a pessoa simplesmente não jogar um papel de bala no chão porque se preocupa com o meio ambiente.

Ao relacionarmos as interações do homem com o ambiente, podemos buscar fatos que mostram que a problemática dos resíduos sólidos acompanha o desenvolvimento do homem há tempos, naturalmente a geração de lixo foi atrelada ao índice de desenvolvimento do país, fato este que não preocupou à população, pois o fator principal era o desenvolvimento. Para compreensão da relação entre homem e ambiente há uma área na geografia que estuda esta interação com o espaço, para Brown & Lomolino (2006):

“A Biogeografia é um campo de conhecimento interdisciplinar da Geografia e das Ciências Biológicas que pesquisa o modo como os seres vivos se distribuem no tempo e no espaço”. “É o estudo da biodiversidade espacializada”.

Abordado como um dos temas transversais pelo Ministério da educação, o meio ambiente deve ser um assunto interdisciplinar abordado pelas escolas, podendo ser abordado em todas as áreas do conhecimento, com isto a educação ambiental ganhou maior destaque nos assuntos atuais, porém quando falamos em colocar em prática as ações sustentáveis o

conhecimento adquirido parecer ser algo que deve ser realizada em um futuro distante. A educação ambiental, para alcançar seu efetivo papel, deve ser implantada nas escolas, de

maneira educativa e constante, como a matemática, por exemplo, para que desde crianças, formem cidadãos que tratam questões como preservação dos recursos hídricos, ou descarte adequado de resíduos com mais complexidade, do que simplesmente a forma que é tratada

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atualmente no Brasil, onde estamos engatinhando há anos para que seja implantado um sistema de coleta seletiva em todos os municípios, por exemplo, onde o meio ambiente é lembrado apenas em datas comemorativas, como, dia do meio ambiente ou dia da água, onde são apresentados aos alunos como atividade complementar. Desta forma são formadas pessoas que aprenderam desde cedo a tratar também as questões que envolvem o meio ambiente de forma secundária, ou menos importante, separam os resíduos recicláveis um dia, colocam para recolhimento da coleta seletiva, outros dias não colocam, e assim tratam da forma que querem, já que se não fizerem corretamente nada acontece.

A crise ambiental é um dos grandes desafios da humanidade, não só as questões em âmbito ecológico, como a: poluição, aquecimento global, efeito estufa, destruição de florestas, etc.; mas também, em âmbito social, sendo problemáticas indissociáveis (MACHI, 2015).

Sobre os desafios encontrados pelo município de Anhumas sobre a gestão dos resíduos sólidos, parece algo simples de ser resolvido, ou até pode ser visto por muitos como falta de vontade ou falta de interesse político, atender os requisitos legais. Porém a questão muda de cenário quando colocamos valores, nestas problemáticas.

Devido as crescentes preocupações ambientais voltadas para a preservação dos recursos naturais, bem como a preocupação com a problemática socioambiental causada pela geração e descarte inadequado dos resíduos sólidos, em 02 de agosto de 2010, foi sancionada a Lei n° 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A PNRS atribui uma série de ações que visam solucionar a problemática do manejo e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, com destaque à educação ambiental, redução do consumo, não geração dos resíduos, reutilização, reciclagem, logística reversa e destinação ambientalmente correta dos rejeitos.

O município de Anhumas, há anos vem trabalhando as questões ambientais de forma que vêm se tornando efetivo seu envolvimento da comunidade com as medidas aplicadas por este município, em 2013 sancionou a Lei n° 480/2.013 que dispõe sobre a implantação do plano municipal de gerenciamento integrado de resíduos sólidos (PMGIRS) no município de Anhumas SP, nos termos da Lei Federal n° 12.305/2010.

Desde então vêm aplicando esforços para melhorar a qualidade de sua destinação final, que atualmente segue sendo realizada em um aterro controlado em valas, licenciado pela CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, além de já ter licenciado uma área para aterro de resíduos da construção civil e inertes e ter conseguido aprovação de recursos para implantação de uma pequena usina de compostagem.

2 OBJETIVO

Analisar os desafios encontrados pelo município de Anhumas SP, referente ao gerenciamento de resíduos sólidos, em especial aos resíduos previstos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos a serem destinados através da logística reversa.

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3 METODOLOGIA

Para o presente artigo foi realizado revisões bibliográficas, leis, site do IBGE, site da prefeitura, leitura de materiais disponibilizados pela assessoria de agricultura e meio ambiente do município de Anhumas, como por exemplo, o plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos e visitas no local de destinação final do município em estudo, para diagnóstico situacional de resíduos sólidos do município.

4 RESULTADOS

No que se refere às características do município em questão, segundo dados do IBGE 2019 este possui área total de 320,840 km² e população estimada de 4.115 habitantes, está situado no oeste do estado de São Paulo, cujas coordenadas do ponto central da cidade são: 22° 17’ 45”S (Latitudinais) e 51° 23’ 08”W (Longitudinais). O município de Anhumas pertence à comarca de Presidente prudente e estabelece divisa entre Narandiba, Pirapozinho, Presidente Prudente, Regente Feijó e Taciba.

A destinação dos resíduos deve ser em locais adequados e livres de problemas ambientais, porém, 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil, ainda são destinados em lixões e aterros controlados (ABRELPE, 2015).

Em 2010, ao ser sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, trouxe com ela prazos para adequação ambiental da destinação final dos resíduos, bem com ações para direcionar a sociedade sobre a gestão dos resíduos sólidos, pois destaca em seu conteúdo, ações para implementação de coleta seletiva, compostagem de resíduos, e princípios para a correta segregação que começam dentro de casa, com apoio de cada morador para uma gestão mais eficaz por parte da municipalidade.

O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos compreende cinco etapas em que compartilha a responsabilidade com a sociedade, sendo o acondicionamento à primeira delas, em que cada um realiza dentro de sua casa, podendo neste momento realizar a correta segregação dos diferentes tipos de resíduos, neste sentido engloba princípios de não gerar, reduzir, reutilizar, e também reciclar, após esta seguem com a coleta, transporte, tratamento e disposição final, nestas etapas a gestão passa a ser do poder público.

Conforme citamos que a primeira etapa do gerenciamento de resíduos sólidos a responsabilidade é compartilhada com a sociedade, o município possui um histórico positivo em ações de educação ambiental, por ser uma cidade de pequeno porte, a comunicação com a sociedade é realizada facilmente através de informativos em redes sociais, reuniões na câmara municipal, comunicados em carro de som e até mesmo porta a porta.

De acordo com a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, o município de Anhumas produz cerca de 2,34 toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos. São recolhidas todas as segundas, quartas e sextas-feiras em todas as residências da área urbana, estes resíduos são destinados ao aterro controlado em valas. Este aterro controlado em valas, esta

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localizado há aproximadamente 1,5 km do perímetro urbano, possui licença ambiental vigente e vida útil.

Entende-se por aterro controlado em valas, o aterro intermediário entre o lixão e o aterro sanitário, no aterro controlado são feitas valas para depósito dos resíduos, e posteriormente é feita a cobertura do lixo com terra, conforme procedimento o lixo deve ser aterrado a cada viagem depositada.

Neste aterro são depositados os resíduos sólidos urbanos, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estes são classificados como material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade.

Em um apanhado geral ao analisarmos o inventário de resíduos sólidos do estado de São Paulo, em analise mais específica ao índice de qualidade de aterro de resíduos – IQR, podemos analisar que houve uma melhora significativa em comparação aos anos de 1997, 2011 e 2018, sendo este último à versão mais atual do documento elaborado pela CETESB.

Conforme as informações do inventário, ano de 2018, o número de municípios no estado de São Paulo que possui instalações adequadas de destinação de resíduos sólidos urbanos em 2011 foi 15 vezes maior do que em 1997. Verificando o número de municípios que contava com instalações de disposição final adequada ainda no estado de São Paulo, em 2011 era de 492 municípios que em 2018 passou para 612, alcançando 95,6% dos municípios do estado. Dentre eles, ao analisar os dados de Anhumas, podemos verificar que o município vem trabalhando para manter em padrões satisfatórios a destinação final dos resíduos, conforme apresentado no gráfico abaixo.

Gráfico 1: Notas anuais do IQR no município de Anhumas SP.

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos engloba, além dos encerramentos dos lixões em todos os municípios e a qualidade dos aterros conforme dados do IQR, a responsabilidade social para com os catadores de recicláveis, sendo um dos seus instrumentos, presente no Art. 8ª da Lei 12.305/2010: “IV- o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;” (BRASIL, 2010). Desde 2013 a coleta seletiva é efetiva no município, foram feitas reunião com catadores informais, apresentando a eles a possibilidade de formação da associação, com o interesse mútuo, representantes das assessorias municipais de meio ambiente, saúde, educação e assistência social, elaboraram o estatuto para a criação da associação dos catadores de recicláveis de Anhumas, denominada ACARDA. A associação de catadores de recicláveis é de suma importância para o município e para o meio ambiente, diminuindo a quantidade de resíduos descartados no aterro controlado, mitigando o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado desses e gerando renda aos associados. Outras formas de incentivo e capacitação dos catadores foram oferecidas, como disponibilização de um galpão para funcionamento da associação, fornecimento de caminhão, combustível, cesta básica, itens de café da manhã, higiene, ponto de descarte voluntário chamado de ecoponto e EPI’s, bem como a assinatura de um convênio de cooperação entre as partes.

Além da cooperação entre as partes, capacitações são realizadas com toda equipe da ACARDA, conforme o projeto técnico social, onde são abordados assuntos com os associados, sobre gestão de vendas, organização do ambiente de trabalho, importância da coleta seletiva para o meio ambiente, inclusão social, uso de EPI’s e outros assuntos, a média de coleta dos resíduos recicláveis é de 2,4 toneladas por semana.

Para o bom funcionamento da coleta seletiva, são realizadas ações de educação ambiental com toda a população para difundir os procedimentos adotados nas coletas, dados quantitativos de resíduos, além de apresentar a forma correta de separação dos tipos de resíduos, como e onde realizar as destinações. Pois para as coletas de resíduos recicláveis e domésticos são realizados porta a porta em todo o perímetro urbano e alguns bairros rurais, porém outros tipos de resíduos como, por exemplo, pneus e resíduos eletroeletrônicos, são recolhidos em campanhas onde os munícipes devem levar seus resíduos aos pontos de coleta. Outros tipos de resíduos também possuem sua destinação específica os pneus inservíveis assim como outros resíduos, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sua destinação está prevista a ser realizada através da logística reversa. De acordo com informações provenientes da assessoria de agricultura e meio ambiente, os pneus inservíveis gerados pelos munícipes e pequenas borracharias são encaminhados para um ecoponto na cidade de Presidente Prudente, onde lá realiza a destinação adequada dos mesmos, a quantidade aproximada é de 1 tonelada por mês.

Para o descarte dos resíduos eletroeletrônicos, também previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos para descarte através da logística reversa, anualmente é realizada uma campanha para recolhimento dos mesmos, conhecido como mutirão do lixo eletrônico, todo o resíduo recolhido é encaminhado para empresas que desmontam e reciclam as partes de cada

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eletrônico, evitando que estes resíduos sejam descartados no aterro controlado do município, a média de recolhimento anual é de 1,5 toneladas por ano.

Na mesma campanha de recolhimento dos eletroeletrônicos também são recolhidos todos os tipos de lâmpadas que também estão previstos por lei a realização da logística reversa, atualmente no município de Anhumas são destinadas para uma empresa licenciada que realiza a descontaminação e posterior destinação final.

A destinação dos resíduos de saúde é realizada através de empresa específica para a atividade, devidamente licenciada, no qual o serviço contratado envolve o recolhimento in loco nos pontos de geração, transporte e destinação final adequada.

Os resíduos de construção civil e inertes são destinados em área separada dos demais, devidamente licenciada como aterro de resíduos da construção civil e inertes, iniciada a atividade no ano de 2020, mão há controle específico de pesagem dos resíduos que são destinados nesta área. Conforme os estudos realizados para licenciamento foram estimados conforme empresa que realizava a coleta, a geração era de 6 caçambas de 3 m³ por dia, quantidade considerada pequena, por isso foi realizado um licenciamento simplificado. Resíduos de poda, capina e varrição, são destinados ao aterro controlado em valas do município, mas não são enterrados, pois em sua grande parte são formados por galhos e folhas.

Sobre os resíduos de embalagens de agrotóxicos, não há campanha de coleta específica para este tipo de resíduos no município, porém há incentivo para que sejam levados pelos agricultores nas campanhas realizadas em Presidente Prudente.

Além destes, alguns resíduos seguem sendo destinados sem recolhimento e destinação adequada pela municipalidade, como por exemplo, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos, resíduos estes que devem ser recolhidos através da logística reversa. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305/2010 em seu art. 33 trata sobre a logística reversa:

“Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística

reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes de: .

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou

regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias; III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.”

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De maneira geral, a responsabilidade da destinação dos resíduos sólidos, não pode ficar apenas sobre as prefeituras, a Política Nacional de Resíduos Sólidos em vigor trata de forma bem clara sobre alguns instrumentos, mais especificamente a logística reversa, de forma a compartilhar a responsabilidade de algumas classes de resíduos, conforme os listados acima pela política.

Ações de fiscalização são realizadas no município por diversos motivos, sendo alguns deles: analise da qualidade do aterro, registro dos procedimentos adotados, desempenho da atividade de coleta seletiva, dentre outros. Sobre políticas de implantação de logística reversa, pouco se fala em municípios longe das capitais ou das fábricas dos produtos por lei.

Ainda segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305/2010, a logística reversa segue definida como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

A linha de produção era considerada como um sistema, onde após a utilização do produto, ao se tornar resíduo era direcionado para a destinação final, em lixões ou aterros, mas com o advento de novas tecnologias, impulsionadas pela responsabilidade social ou pelo Marketing Verde, algumas organizações começaram a apresentar resultados positivos baseado no reaproveitamento do material no próprio ciclo produtivo. Assim, surgiu o sistema de ciclo fechado, onde a empresa que produz um determinado produto se interessa em recolher o material pós-consumo para reutilizar na remanufatura, ou seja, quando a destinação final dos resíduos se remete ao aproveitamento máximo dos mesmos, os transformando em matéria prima secundária (LEITE, 2009).

Os itens previstos pela logística reversa podem ser classificados como resíduos com potencial de serem reciclados, porem com maior complexidade, ou que agregam algum tipo de periculosidade, não podendo assim, estar misturado com os demais.

De acordo com Oliveira ET al. (2002), a Logística Reversa concerne com as organizações quanto à redução dos custos, porque a empresa reduzirá as compras de materiais que retornam para produção, também quanto ao benefício de imagem, porque reciclagem e sustentabilidade relacionam a uma imagem positiva e por último à melhoria ambiental pelo gerenciamento mais nobre de resíduos.

Diante dos fatos apresentados acima, começamos a discussão dividindo responsabilidades sobre a gestão dos resíduos sólidos entre sociedade e poder público, porém temos que nos atentar também aos diversos produtos lançados pelas indústrias, que acabam incentivando cada vez mais o consumo pelas pessoas, que após consumo geram diferentes tipos de resíduos para destinação final, uma vez que o poder público não consegue acompanhar, visto que esta realidade se encontra em vários municípios, a prova desta situação é que mesmo com a criação da política em 2010, 10 anos se passaram e ainda temos lixões em funcionamento.

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Conforme a definição da biogeografia, sobre a distribuição dos seres vivos e no tempo e espaço, compreendo pelo espaço, sobre o meio em que vivemos, e o modo em que zelamos, situação esta que esta atrelada às questões de educação ambiental, que tanto são discutidas, porém nos deparamos diariamente com os mesmos problemas de descarte inadequado de resíduos, em terrenos, estradas rurais, em áreas de preservação permanente e outros.

5 CONCLUSÃO

É fato que a geração de resíduos sólidos aumenta a cada ano, aos resíduos são agregadas também as diversas tecnologias aplicadas às embalagens, que são apresentadas pelas indústrias cada vez mais atrativas e modernas, que após o consumo ficam sob-responsabilidade do poder público realizar a destinação final ambientalmente adequada. Com isso a gestão dos resíduos passa a ser um grande desafio para os municípios, que passaram a ser mais acompanhados pelos órgãos competentes principalmente após a aprovação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, em agosto de 2010.

A exigência pela elaboração dos Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, culminou com a formalização da distinção de cada tipo de resíduo gerado pelo município, a classificação conforme as normas vigentes e a identificação das formas de destinação final adequada de cada tipo de resíduo.

O desafio proposto pela PNRS requer dos municípios reflexões, políticas públicas e ações voltadas para a problemática socioambiental, econômica e de saúde pública aliada ao gerenciamento dos resíduos.

O município de Anhumas possui um histórico bem positivo quanto ao cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, atualmente as destinações finais dos resíduos são feitos em um aterro controlado em valas, não sendo este a melhor forma de realizar a destinação final por não ter coleta e tratamento de chorume e gases. Porém coletar uma média de 2,34 toneladas por dia, o aterro possui licença ambiental válida junto ao órgão competente, além de realizar a coleta seletiva no município duas vezes por semana, realizar campanhas para destinação adequada de resíduos previstos por lei para serem recolhidos pela logística reversa, tais como pneus, lâmpadas e eletrônicos.

Preocupada ainda com o cumprimento da PNRS, segue em andamento o projeto para construção da usina de compostagem, onde pretende reduzir ainda mais a contaminação da área do aterro em operação, pois visa reciclar a matéria orgânica coletada na coleta de resíduos sólidos urbanos.

Acerca dos fatos, as municipalidades são acompanhadas pelos órgãos de fiscalização, já as grandes fábricas poderiam apresentar e subsidiar campanhas de recolhimento dos resíduos previstos no instrumento de logística reversa de forma mais ampla.

Mesmo com os incentivos instituídos pelo governo federal aos municípios com atividades destinadas a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, há a dificuldade na execução do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos, uma vez que, boa parte dele depende da educação ambiental, apoio da população, envolve também mudanças

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de hábitos, bem como a manutenção de recursos financeiros para dar continuidade às ações realizadas.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRELPE, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos

Resíduos Sólidos no Brasil 2015. São Paulo, 2015.

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Panorama dos

Resíduos Sólidos no Brasil 2019. São Paulo: Abrelpe, 2019.

BRASIL. Congresso Nacional – Lei n° 12.305 de 2 de agosto de 2010 (Política Nacional de Resíduos

Sólidos). Brasília, DF. 2010. Disponível em: Acesso em: 05/03/2017.

BROWN, James; LOMOLINO, Mark V. Biogeografia. Tradução Julio Feliciano Afonso; revisão técnica Adler Guilherme Viadana. Ribeirão Preto – SP. Funpec Editora, 2006.

FARIA, Jackson Marques de. Os desafios da logística reversa de resíduos sólidos: um estudo de casos

múltiplos no comércio varejista de móveis em BH. Engema, 2020. Disponível em:

<http://engemausp.submissao.com.br/17/anais/arquivos/329.pdf

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https://cetesb.sp.gov.br/residuossolidos/wp-content/uploads/sites/26/2019/06/Invent%C3%A1rio-Estadual-de-Res%C3%ADduos-S%C3%B3lidos-Urbanos-2018.pdf>. Acesso em: 07 de julho. de 2020.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2009.

LIVA, P. B. G.; PONTELO,V. S. L.; OLIVEIRA, W. S. Logística Reversa I. Disponível em: http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/301. Acesso em: 07 Out. 2015. MARCHI, C. M. D. F. Novas perspectivas na gestão do saneamento: apresentação de um modelo de

destinação final de resíduos sólidos urbanos. Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of