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TÍTULO: A OFICINA DE ARTE VISUAL EXPERIMENTAL LIVRE COMO DISPOSITIVO NA PEDAGOGIA DE PROJETOS BASEADO NA VISÃO ANTROPOLÓGICA DE PAULO FREIRE

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Academic year: 2021

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TÍTULO: A OFICINA DE ARTE VISUAL EXPERIMENTAL LIVRE COMO DISPOSITIVO NA PEDAGOGIA DE PROJETOS BASEADO NA VISÃO ANTROPOLÓGICA DE PAULO FREIRE

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: PEDAGOGIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE JAGUARIÚNA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ULRIKE BEATE RAPP DE SENA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ELIANA APARECIDA PIRES DA COSTA, REGINA MARINGONI DE OLIVEIRA ORIENTADOR(ES):

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1. Resumo

O tema desta pesquisa é o encontro da filosofia antropológica de Paulo Freire com a pedagogia de projetos e o fazer artístico. Para sistematizar tal encontro discute-se sobretudo os conceitos da dialogicidade, da identidade cultural, da experiência e da estética. O olhar da pesquisadora volta-se sobre as dinâmicas sociais e as produções realizadas em uma oficina de arte experimental visual livre dentro de um contexto de educação não-formal. Como resultados aponta-se potencialidades e desafios desse espaço, tais como possibilidade dos participantes se experienciarem genuinamente como sujeitos, expressando de forma livre sua identidade cultural, interação e construção social de significados e identidades, bem como a

necessidade de mediação do processo para ótimizar a tematização e

problematização das questões abordadas. Ressalta-se o potencial das práticas realizadas para o diálogo na convivência com a pluralidade cultural, questão política crúcial na contemporaneidade.

Palavras chaves: Paulo Freire, pedagogia de projetos, identidade cultural, arte experimental

2. Introdução

Elencamos para este estudo de iniciação científica uma temática que desvelasse as possibilidades investigativas dos académicos dentro das linhas teóricos do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da Faculdade Jaguariúna - FAJ. Assim formulamos orientações de Estudo da Pedagogia Freiriana juntamente com as vertentes da arte enquanto manifestações culturais dos sujeitos históricos. A Pedagogia de Projetos estudos fundantes propostas permearam a base teórico-prático que eleva o trabalho para além da dimensão teórico.

3. Objetivos

O presente trabalho objetiva levantar uma base atualizada de pedagogia de projetos na linha freiriana para em seguida apontar potencialidades e desafios de uma

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4. Metodologia

Empregamos uma análise bibliográfica sobre as bases teóricas e realizações da pedagogia de projetos, colocando enfase nas categorias da dialogicidade, da identidade cultural, da experiênca e da estética nesse contexto, sobretudo nas condições contemporâneas. A investigação da prática se deu por meio da pesquisa participante acompanhada no diário de campo e por registro fotográfico.

5. Desenvolvimento

A realização do projeto ocorreu em duas fases. A primeira fase a qual se iniciou com a pesquisa bibliografica abarcou um percurso dialógico multilateral com potenciais parceiros para realização de uma intervenção prática. Realizamos então como resultado desse processo fa segunda fase do projeto uma oficina de arte visual experimental livre durante um acampamento de férias para crianças em Janeiro 2016. As práticas realizadas nesse contexto com 30 crianças de 7-14 anos e 15 monitores (mediadores) de 16 a 30 anos se inspiraram nas publicações da professora dinamarquêsa ANNA MARIE HOLM (2004) e da MARYANN F. KOHL, (2002).

Preparamos um ambiente convidativo, rico em possibilidades e livre, disponibilizando espaço, tempo e material sem regulamentações. (Foto 1, 2)

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6. Resultados

Potencialidades e Desafios - Detectamos vários aspectos essenciais em relação a

Pedagogia de Projetos: a experiência da dialogicidade – como processo aberto, capaz de acolher experiências vividas e curiosidades, possibilitando assim a transformação de intencões iniciais em atividades concretas coerentes. Esse processo necessita de uma duração prolongada para que o percurso e suas transformações possam ser vivênciados como experiência genuína, como travessia com momentos de “perigo” ou seja insegurança, dúvida e superações (LARROSA, 2002). Essa condição se realizou na primeira fase do projeto, enquanto ficou subaproveitada na segunda fase; condição que está estreitamente ligada com outra questão crúcial na Oficina de Arte Visual Experimental Livre: a preparação dos mediadores para que possam acolher no diálogo os impulsos dos participantes de forma a facilitar um desenvolvimento com tematização e problematização aprofundada. A fim de garantir esse processo discutiu-se outra condição fundamental: o tamanho dos grupos a serem acompanhados por cada mediador, já que o desenvolvimento de reflexões dialógicas sobre as expressões artísticas ocorridas no espaço requer atenção à cada indivíduo; daí considerou-se adequado um numero em torno de 5 participantes por cada monitor. Contudo foi constatada a potencialidade da Oficina realizada no acampamento de férias em constituir por excelência um espaço de livre expressão da identidade cultural dos participantes nas suas dimensões múltiplas – aspecto fundamental na visão antropológia da pedagogia de Paulo Freire.

Manifestação da Cultura da Infância e da Juventude - Um grupo de meninas entre 7 e 10 anos, que moram na zona rural trabalharam com dedicação e criatividade em um desenho-colagem coletivo com folhas, flores e frutinhas – uma representação de um 'jardim colorido' afirmando assim a sua identificação com o meio rural em

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Foto 3: Foto: 4

Adolescentes e jovens cobriram as paredes da oficina com grafitis e declararam assim suas experiências e emoções significativas expressando sua cultura da juventude, a sua identidade coletiva na vontade caracteristica da sua idade de transgredir padrões e costumes consolidadas na sociedade (Foto 5); ou questões individuais relacionado a construção de identidade fora dos estereótipos vigentes de gêneros masculino e feminino. ( Fotos 6)

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Foto 7: Foto 8:

Foto 9:

Técnicas experimentais – fragmentos imaginários - construindo significado. - A pintura feito com bolas de ping-pong foi contemplado por um monitor (20, anos): “Esse quadro é como a vida, muitos caminhos se cruzando, inúmeras vezes; um emaranhado de relacionamentos. Esse desenho me faz perceber coisas novas toda vez que eu vejo. Vou levar para casa, colocar numa moldura e pendurar no meu quarto” - A validade da experiênica para alguns dos participantes se manifesta finalmente no fato de terem levado suas produções para casa, buscando assim a presença das representações dessas experiências significativas no seu cotidiano.

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Foto 10:

A Oficina como espaço social de acolhimento, inspiração mútua, interação e cooperação, se caracterizando dessa forma como espaço de criação de cultura. Por um lado confirmou-se o seu potencial como 'Oasis' (HOLM, A. M., 2004) quando a jovem monitora apareceu cansada em busca de um espaço de acolhimento; ela saiu reanimada após realizar uma série de pinturas nas quais se reconectou com as sua força criadora. Pelo outro lado enxergamos a Oficina de Arte também como ambiente de inspiração mútua, interação e cooperação - Tanto entre as crianças, o que realizaram aí brincadeiras simbólicas, como entre os adolescentes que encontraram a possibilidade de materializar projetos coletivos; como aconteceu no caso das mapas para caça-tesouro ou faixa de parabens pelo aniversário, são exemplos das oportuidades desse ambiente. Todos esses movimentos representam ou no plano simbólico ou no plano real a experiência da inserção na criação e busca social.

7. Considerações Finais

A abordagem da dimensão criativa, artística, lúdica e ao mesmo tempo formativa que esse trabalho desenvolveu evidencia a possibilidade de se tratar a formação e

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construção humana numa perspectiva coletiva, dialógica e solidária. Ao despertar o senso estético da produção artística livre e própria dos participantes, cada qual teve a oportunidade de expressar sua proposta de arte, estética e criatividade em constante comunicação construtiva com os demais.

A experiência singular de ser para si e para tudo aquilo que é a realidade exterior de cada um imprime marcas nesse mundo, e institui a demonstração e manifestação da arte como a possibilidade de imprimir e dialogar com inúmeras e diferentes experiências humanas. Experiências essas que, impressas num determinado suporte, não se limitam, porém, a esse espaço, transcendendo suas condições materiais, a partir do diálogo que estabelecem entre sí, com os demais e com tudo aquilo que sucede.

No âmbito da Educação e da Formação de Pedagogos, a sensibilidade destilada e a criatividade possibilitada por momentos como esses são fundamentais para sua construção enquanto Educador. Ao constituir-se na Arte, humaniza-se; ao formar-se pela Arte, supera-se o Educador da condição de espectador para partícipe ativo da construção humana e social que sua condição lhe desafia.

Destarte, a condição do educar e livre criar fica, assim, refletida na liberdade da expressão humana como exterioridade de pesamentos, sentimentos e emoções, numa constante relação de dialogicidade.

8. Bibliografia

BARBOSA, SILVEIRA, M. C., HORN, Souza M., Projetos Pedagógicos na Educaçao Infantil, Porto Alegre Artmed 2008

EDWARDS, Carolyn e GANDINI, Lella e FORMAN George (orgs.). As cem linguagens das crianças, uma abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1999

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12ª Edição, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1979

FREIRE, Paulo, Pedagogia do Oprimido, 58ª Edição, Paz e Terra, Rio de Janeiro-São Paulo, 2014

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HERNÁNDEZ, F; VENTURA, M., A organização do currículo por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio, Porto Alegre, Artmed 1998

HALL, Stuart, A identidade cultural na pós-modernidade, 10 a edição, DP&A Editora, Rio de Janeiro, 2005

HOLM, Anna Marie, A Energia Criativa Natural. In: Pro-Posições, Revista da Faculdade de Educação, UNICAMP, v. 15 n. 1 (43) 2004

KOHL, Maryann F., O livro dos arteiros: Arte grande e suja, Artmed, 2002

LARROSA, Jorge, O enigma da Infância - ou o que vai do impossível ao verdadeiro, em Pedagogia Profana, Autêntica, Belo Horizonte, 1998, p. 183

LARROSA, Jorge, Notas sobre a experiência e o saber da experiência, Resvista Brasileira de Educação, No 19, 2002

STACCIOLY, Gianfranco, Diário de acolhimento na escola de infância, Coleção Formação de Professores -Série educação infantil em movimento, Autores Associados, Campinas, 2013

Referências

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