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LÍNGUA PORTUGUESA 3ª SÉRIE EM TAREFA DA SEMANA DE 04 DE AGOSTO A 08 DE AGOSTO 13ª SEMANA

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LÍNGUA PORTUGUESA – 3ª SÉRIE EM

TAREFA DA SEMANA DE 04 DE AGOSTO A 08 DE AGOSTO – 13ª SEMANA

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Recordações do escrivão Isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 1São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, 9só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) 5Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. 6Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

7Entretanto, quantas dores, quantas angústias! 2Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de

qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, 10repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

3– Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!

De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que 11me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... 12Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. 13Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) 8Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. 4Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.

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LIMA BARRETO

Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

1. O texto de Lima Barreto explora o recurso da metalinguagem, ao comentar, na sua ficção, o próprio ato de compor uma ficção. Esse recurso está exemplificado principalmente em:

a) São em geral de uma lastimável limitação de ideias, (ref. 1)

b) Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. (ref. 2) c) – Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã! (ref. 3)

d) Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, (ref. 4)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Caçadas a Pedrinho

Talvez seja até um bom sinal, em país acostumado a dizer que "tudo termina em pizza", a circunstância de que tanta coisa, agora, alcance o Supremo Tribunal Federal.

Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica sobre o livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, necessite da intervenção do STF para ser dirimida.

Parece faltar equilíbrio em muitas dessas manifestações. Em primeiro lugar, não se trata propriamente de "censura" ao clássico infantil. "Caçadas de Pedrinho" continua a circular livremente.

Para alguns setores do movimento negro, o recurso a notas explicativas não é suficiente. Com parcela de razão, argumentam que nem sempre os professores da rede pública estão preparados para desenvolver esclarecimentos satisfatórios sobre o assunto.

A lembrança não exclui, entretanto, a comichão censória que tantas vezes acompanha o espírito politicamente correto. Julga-se eliminar o racismo recalcando, e não dissecando, suas manifestações. Há algo de ridículo nessa insistência, e não há conciliação possível quando uma das partes está mais interessada em manter a discussão para além do que seu âmbito, restrito e pontual, permite.

(Adaptado, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/66111-cacadas-a-pedrinho.shtml)

2. Na construção argumentativa, uma estratégia frequente é aquela na qual se reconhecem dados ou fatos contrários ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua importância. O fragmento em que o autor reconhece uma posição contrária ao que pretende defender é:

a) “Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica sobre o livro ‘Caçadas de Pedrinho’...”. b) “Em primeiro lugar, não se trata propriamente de "censura" ao clássico infantil.”

c) “Com parcela de razão, argumentam que nem sempre os professores da rede pública estão preparados...”

d) “A lembrança não exclui, entretanto, a comichão censória...”

e) “Há algo de ridículo nessa insistência, e não há conciliação possível...”

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Palavras, palavras, palavras

Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar meu enfisema, como não tem fundos para flores ou presentes, me traz o prazer de sua presença e um papo — monólogo ou preleção, a bem dizer — sobre seu assunto favorito: vida, paixão e morte das palavras.

Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele, embora indigno de beijar seus pés incalustres (obsoleto, português do Brasil: livre de calos). Sempre que posso tomo nota depois de pedir a devida vênia (outro termo nosso em vias de extinção) e fico por uns dias pesquisando e, que me resta?, meditando.

Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois é, nem todo mundo está indo embora), gosta de se dizer poliglota, embora mais de uma vez tenha me explicado, e eu sempre esquecendo, a contradição existente na confecção do termo formado por

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poli + glota. "Trata-se de um idiotismo lusitano seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve formal e presença avassaladora, que eu já me esqueci. Em matéria de idiotismos minha cota já se esgotou. (...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo. Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se encontra fora do país natal, que é o mesmo meu, gosto de atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua mente viva, com os neologismos que pesco aqui e ali nas águas bravias do mare nostrum cibernético.

Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais que o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele é difícil de distinguir quando se queima. Taquei-lhe brasileirismos atuais como bullying, point, fashion week, os irmãos Loxas e Lunda e vi-o deixar minha casa falando sozinho entredentes, como se tivesse sido assaltado pelo mundo.

(... )De certa feita, fui contra as regras do jogo e deixei-o zonzo por desconhecer o significado de biringaço, que, após revelar-me sua total ignorância, danou-se quando eu expliquei tratar-se de lusitanismo obsoleto significando, nas altas camadas sociais do século 17, uma espécie de guarda-costas alugado a preços de arrasar.

Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta corporal. Urge dela participar, mesmo passando rasteira (regionalismo, Brasil).

(http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-palavras-palavras.shtml)

3. Considerando-se a temática central explorada no texto de Ivan Lessa, é possível identificar a predominância da função

a) apelativa, já que destaca o receptor. b) emotiva, já que destaca o emissor. c) referencial, já que destaca a informação. d) metalinguística, já que destaca o código. e) poética, já que destaca a mensagem.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: PREFÁCIO

São os primeiros cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a doçura dos seus cânticos de amor.

É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço. Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou, – como isso dou a lume essas harmonias.

São as páginas despedaçadas de um livro não lido...

E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela vai seminua e tímida por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor – esses dois raios luminosos do coração de Deus. AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 120.

4. No prefácio, a cena enunciativa coloca o autor e o leitor em um mesmo tempo e espaço. Quais elementos linguísticos contribuem para esse efeito no diálogo?

a) As vozes em terceira pessoa e a palavra “primavera”. b) Os enunciados negativos e o termo “lira”.

c) As orações adversativas e o substantivo “poeta”. d) Os argumentos explicativos e o adjetivo “pobre”. e) As frases imperativas e o advérbio “agora”.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

5. Considerando-se os sentidos produzidos pelo jogo de imagens presente no texto, as frases “Anos rebeldes. Próximo capítulo. Fora Collor! Impeachment já!” contribuem para a construção da ideia de que a) o povo é nostálgico em relação às manifestações populares ambientadas no período da ditadura. b) os jovens protagonizam sucessivas cenas de conflitos políticos no país.

c) os políticos tratam os problemas brasileiros como cenas de ficção televisiva. d) a população brasileira é injustiçada pelos movimentos políticos de oposição.

e) o presidente da República deve ser exilado como punição às suas atitudes rebeldes.

6. As frases injuntivas na faixa dos manifestantes representam a) o desejo de provocar uma revolução política no país.

b) o desrespeito ao Estado Democrático de Direito.

c) a reação a um quadro político desfavorável à ordem social.

d) a luta pelo direito de voto por meio de eleições diretas para presidente. e) uma crítica à aversão do presidente Collor às manifestações populares.

7. Para fazer um poema dadaísta Pegue num jornal.

Pegue numa tesoura.

Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende dar ao seu poema. Recorte o artigo.

Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que compõem o artigo e coloque-as num saco. Agite suavemente.

Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.

Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram do saco. O poema parecer-se-á consigo.

E você será um escritor infinitamente original, de uma encantadora sensibilidade, ainda que incompreendido pelas pessoas vulgares.

Tristan Tzara

A metalinguagem, presente no poema de Tristan Tzara, também é encontrada de modo mais evidente em:

a) Receita de Herói

Tome-se um homem feito de nada Como nós em tamanho natural Embeba-se-lhe a carne

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Lentamente

De uma certeza aguda, irracional Intensa como o ódio ou como a fome. Depois perto do fim

Agite-se um pendão E toque-se um clarim Serve-se morto.

FERREIRA, Reinaldo. Receita de Herói. In: GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p.185.

b) c) d)

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e)

8. TEXTO I

A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe a diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta a organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.

VELHO, A.P.M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em www.bocc.ubi.pt. Acesso em 27 de fev. 2012

TEXTO II

A dois passos do Paraíso A rádio Atividade leva até vocês Mais um programa da séria série

“Dedique uma canção a quem você ama” Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve E assina com o singelo pseudônimo de “Mariposa Apaixonada de Guadalupe” Ela nos conta que no dia que seria O dia mais feliz da sua vida

Arlindo Orlando, seu noivo

Um caminhoneiro conhecido da pequena e Pacata cidade de Miracema do Norte Fugiu, desapareceu, escafedeu-se Oh! Alindo Orlando volte

Onde quer que você se encontre Volte para o seio de sua amada

Ela espera ver aquele caminhão voltando De faróis baixos e para choque-duro...

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Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção, a) Estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica. b) Lirismo na abordagem do problema, o que afasta de uma possível situação real de comunicação

radiofônica.

c) Marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica.

d) Direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas.

e) Objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.

Referências

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