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A criança e a expressão psicomotora: construção de saberes em contexto diversificado Ana Rosa Trindade CF da APEI

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Academic year: 2021

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FORMAÇÃO E CONTRIBUTOS

“A criança e a expressão psicomotora: construção de saberes em contexto diversificado”

Ana Rosa Trindade

CF da APEI

O presente relatório pretende dar a conhecer os objectivos, os conteúdos, as dinâmicas e os resultados da acção de formação – A criança e a expressão psicomotora: construção de saberes em contexto diversificado, que se realizou na cidade de Ourém durante o mês de Junho de 2002.

Interessa, antes de mais, desmontar o nome dado à acção. Para o clarificar vou dividi-lo em duas partes que se complementam entre si e cuja união deu origem ao seu nome. A referência ao contexto diversificado tem a ver com a filosofia escolar em que nos situamos – a da escola inclusiva; por outro lado, a referência à expressão psicomotora e construção de saberes tem a ver com a construção de aprendizagens que é feita, pela criança, com o corpo e através do corpo numa perspectiva construtivista.

A escola, tal como a concebemos hoje, contempla a diferença como inerente a todo e qualquer criança. É uma concepção educativa que reconhece a diversidade para promover uma verdadeira igualdade e prevenir a exclusão escolar, social e profissional. Esta escola tem subjacente uma diversidade de valores e práticas que nela se desenvolvem e transmitem e os quais não podemos ignorar; eles são: o valor da diferença, o do conhecimento, o da aprendizagem e o da comunidade.

O primeiro valor a considerar é o da DIFERENÇA – Uma criança não é uma tábua rasa, quando vai para a escola transporta consigo uma experiência de vida, uma cultura que devemos valorizar e reconhecer como diferente e, assim, desenvolver uma pedagogia centrada no êxito da criança. Este valor impõe uma série de questões que inevitavelmente se colocam aos educadores/ professores: Respeito a diferença? Como a encaro o meu grupo/turma? Considero que as crianças têm diversos ritmos de aprendizagem? Sou capaz de me centrar nas necessidades de cada uma individualmente?

Um outro valor a considerar é o do CONHECIMENTO – O conhecimento é uma transmissão ou uma construção? Na escola tradicional o conhecimento era

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transmitido ao aluno porque se partia do pressuposto de que este era uma caixa vazia à espera de ser “atafulhada” de conteúdos. A escola inclusiva considera os diferentes saberes de cada um e parte do pressuposto de que a criança é, já, detentora de conhecimentos. Qual é, então, o papel do professor/educador? Será o de impulsionador de aprendizagens activas, o facilitador que abre o caminho para o conhecimento, mas cabe à própria criança descobrir, construir em si e transformar aquilo que aprende num verdadeiro acto criativo. Cabe-nos novamente uma reflexão: sou um professor transmissor ou construtor de conhecimentos? Valorizo os conhecimentos das crianças? Aproveito-os para dinamizar as actividades?

Outro valor subjacente à escola inclusiva e intimamente ligado ao anterior é o da APRENDIZAGEM. A aprendizagem é unimodal ou multimodal? Passiva ou activa? A aprendizagem é o acto mais importante dos animais superiores, constitui uma mudança de comportamentos resultantes da experiência – escolhe várias hipóteses possíveis, elabora planos, compara-os, executa-os e avalia os resultados obtidos, isto sempre numa vertente activa “do gesto à palavra, do acto ao pensamento”. Surge-nos novamente a reflexão: Os métodos que utilizo na minha prática diária são activos ou passivos? Tenho a preocupação de diversificar os métodos? Tenho em consideração os processos de aprendizagem da criança?

O quarto e último valor da escola inclusiva é o da COMUNIDADE – A comunidade pode ser aproveitada para a escola? E em que medida a escola contribui para a construção da comunidade? O conflito instalou-se, a escola não corresponde às exigências da comunidade. Tem novos valores, mas insiste em reger-se por valores da escola tradicional, tem novas práticas, mas continua resistente à sua implantação.

O esforço pró-mudança tem sido árduo; no entanto, temos consciência de que muito há a fazer e que está nas nossas mãos, educadores, este longo caminho que não se apresenta livre de obstáculos.

Tendo em conta o que foi escrito, cabe-nos, a nós, o papel de abandonarmos práticas e valores tradicionais - transmissão de conhecimentos de forma passiva e repetitiva, dirigirmo-nos a um aluno médio e dar-mos lugar à inovação e à prática reflexiva. Estes foram, precisamente, os principais objectivos desta acção cuja metodologia se baseou no questionamento e na reflexão da escola actual e de como adaptamos as nossas práticas a uma realidade exigente e diversa em termos de saberes, culturas, raças... Outra das preocupações foi, aliar a vertente teórica

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(conceitos, autores...) com a prática (vivências, experiências, problemas vivenciados...) e sensibilizar os profissionais para o desenvolvimento de práticas pedagógicas centradas em pedagogias activas, diversificadas e inovadoras que motivem a criança e que sejam um motor das suas aprendizagens.

O ambiente lúdico, de abertura e de partilha de saberes e experiências vivido durante a acção foi enriquecedor, favoreceu todos os participantes e sensibilizou-os para a mudança. De seguida, deixo alguns testemunhos que traduzem uma avaliação, feita pelas formandas, que tinha por objectivo abranger três áreas: o conteúdo, a metodologia da acção e a actuação da formadora:

“Era uma vez uma acção de formação, andou, andou até que veio parar até Ourém... Era uma vez uma educadora com vontade de se mexer, mas cansada, cansada, cansada... até que resolveu apostar e a ir frequentá-la. Chegou ao fim com imensa pena de não ter podido aproveitar tudo e decidiu recomeçar tudo de novo caso venha a ter oportunidade, sentiu que precisava de aprender tudo de novo e de voltar à escola... Era uma vez uma formadora novinha, novinha, novinha que trouxe entusiasmo, sabedoria, descontracção e conhecimento... Era uma vez uma educadora e voltou a descobrir que ser educadora ainda é o que era e que ser educadora ainda vale a pena. Era uma vez... brincar ainda é bom e precisa-se!”

Maria José Fernandes

“A acção foi muito interessante, tirei muitas dicas para o meu trabalho principalmente a sequência, pedagogicamente correcta, das aprendizagens da crianças; tenho pena de acção não ser mais intensiva e chegar a várias colegas; cheguei à conclusão de que exijo das crianças a realização de trabalhos sem ter pensado nas bases da motricidade; a formadora pôs-me à vontade; a acção foi divertida, descontraída, interessante e fez-me analisar muitas actividades que faço intuitivamente.”

Anabela Amaro Lopes Alho

“A acção foi interessante, pois permitiu aprofundar conhecimentos tanto na teoria como na prática; todos os exercícios aqui propostos são fáceis de executar com as crianças; a formadora conseguiu transmitir conhecimentos e

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as estratégias que utilizou foram bem pensadas e concebidas.”

Deolinda Henriques Vieira dos Santos

Deixo apenas estes testemunhos para dar uma visão da análise e da avaliação que as formandas fizeram da acção, deixando, desde já, o meu agradecimento pelas palavras de apreço que me foram dirigidas e pela força que todas me dispensaram tendo em conta que, em termos de formação, sou, de facto, “novinha, novinha, novinha...”. À APEI deixo também uma palavra de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e um grande Bem-haja pela oportunidade que me foi concedida.

Com todos os leitores partilho um dos exercícios que foi executado no âmbito da acção: A O D A O I A K L Ç F A G F D G H J U Y T R E D D F G H A L Z X N C B N M Z D I V E R S I D A D E G H J Y U T R I F D E C N M N H T R E S D F U Y T Q A S O U O U T B C T R I L A R E U T H D I F E R E N Ç A E C O M I D E R O I N O U M A N O M A R T V D L I F I C O B R U N S A K O A R I S F E R I D W Q Z V M I O T R T O T O R T O L S P N J I A R L C O O P E I D M V L E X I S U C E S S O P E I T F O I S D F I R E N Ç S U E E A Z C D E R Q X B O R Ç E N E M E G A Z I D N E R P A F E D B N E Ç A C R A C E A D M E U N I B C N S A A S A S P E A I S N E Ç N Ç A R E S T A U R B C D A P O I O A E S C O L A P A S A G U R T T E S O U R F I C A R E S F G H I G I E N O N O N E C E S S I D A D E S E D U C A T I V A S E S P E C I A I S B A S D O I D E C D F U G B R A R A T A E R E O I S D F L E X J L B G T F R U F R I O D E S O D F C U R A D E E D A D I L I B I X E L F A S C A L A B R A T V F G O Q W S X C Z D S E K L O I M H N G I F S A A N R F I N e s t a s o p a d e l e t r a s d e s c u b r a a s s e g u i n t e s p a l a v r a s : inclusão cooperação necessidades educativas especiais flexibilidade diversidade diferença sucesso

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Referências

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