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INFLUÊNCIA DA FORMA DE CULTIVO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ALFACE RUBRA

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Academic year: 2021

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INFLUÊNCIA DA FORMA DE CULTIVO SOBRE AS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ALFACE

RUBRA

J. L Cruz1, L. M. Martins2, E. C. Silva3, L. C. L. Ferraz3, L. A. Carlos4

1- Departamento de Engenharia de Alimentos – Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Sete Lagoas, C. Postal 56, CEP: 35701-970 – Sete Lagoas – MG – Brasil, Telefone: (31)3697-2003 – e-mail: (jessicalorena.c@hotmail.com).

2- Programa de Pós Graduação em Ciências Agrárias – Universidade Federal de São João del Rei, Campus de Sete Lagoas, MG CEP: 35702-031, Telefone: (031)3697-2003– e-mail: (lumamartins31@yahoo.com.br). 3- Departamento de Ciências Agrárias – Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Sete Lagoas, C. Postal 56, CEP: 35701-970 – Sete Lagoas – MG – Brasil, Telefone: (31)3697-2003 – e-mail: (clarete@ufsj.edu.br, louback@ufsj.edu.br).

4- Departamento de Engenharia de Alimentos – Universidade Federal de São João del-Rei, Campus SeteLagoas, C. Postal 56, CEP: 35701-970 – Sete Lagoas – MG – Brasil, Telefone: (31)3697-2003 – e-mail: (lanamar@ufsj.edu.br).

RESUMO - Algumas hortaliças fazem parte da mesa do consumidor diariamente e é notória sua produção para o mercado consumidor por diversas formas de cultivo, como por exemplo, os cultivos convencional, orgânico e hidropônico. Dentre estes alimentos se destaca a alface (Lactuca sativa L.) que é uma das hortaliças mais presentes na dieta da população brasileira. Objetivou-se avaliar a influência de diferentes formas de cultivo (convencional, orgânico e hidropônico) sobre as características físico-químicas de alface lisa cultivar Rubra. Os sistemas de produção orgânico, convencional e hidropônico não influenciaram as características físico-químicas ATT, de SST, o ratio e parâmetro a* da coloração. No entanto, o sistema de cultivo hidropônico foi o que apresentou os maiores valores matéria seca e de luminosidade (L), indicando uma alface mais clara.

ABSTRACT – Some vegetables are included in the consumer’s daily meals, and it is notorious its production to the consumer market from different ways of farming, for example, the conventional, the organic and the hydroponic. Among these vegetables, the lettuce (Lactuca sativa L.) stands out, which is one of the most present greenery in Brazilian population’s diet. It was objectified to evaluate the influence of those different ways of farming over the physicochemical features of green lettuce onto the purple. The organic, conventional and hydroponic production systems didn’t affect the physicochemical characteristics ATT, of SST, the ratio and parameter a* of staining. However, the hydroponic farming system had the biggest values of dry material and luminosity (L), indicating a clearest lettuce.

PALAVRAS-CHAVE: Físico-químicas, sistemas de produção, Lactuca sativa L., hortaliças. KEYWORDS: Physical-chemical, production systems, Lactuca sativa L., vegetables.

(2)

1.

INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos a qualidade dos alimentos consumidos tem sido muito discutida e considerada fator de segurança alimentar e nutricional, sendo relacionada também à promoção da saúde daqueles que os consomem (Silva et al, 2011). Dentre estas hortaliças se destaca a alface (Lactuca sativa L.) que é uma das mais presentes na dieta da população brasileira e a de mais fácil aquisição (Bezzera Neto et al., 2005). Em sua composição centesimal apresenta em média 96, 1% de umidade, 1,3% de proteínas, 0,2% de lipídeos, 1,7% de carboidrato, 1,85 de fibras e 0,7% de resíduo mineral (Nepa, 2006), além de vitaminas, principalmente A, B1, B2 e C e pigmentos como clorofilas, carotenóides e antocianivas, que influenciam na coloração das folhas. A coloração arroxeada de algumas variedades, deve-se à presença de pigmentos do grupo das antocianinas (Santana et al., 2009). Considerando-se a existência de grande número de cultivares de alface no Brasil, em razão de frequentes lançamentos de cultivares, torna-se necessária a avaliação das mesmas em diversos locais e ambientes de cultivo, as quais apresentam características diferenciadas nas suas práticas de manejo (Feltrim et al., 2009), como por exemplo o cultivo convencional, que utiliza insumos químicos que incluem fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, o orgânico, que elimina o emprego de agrotóxicos e aplica práticas regulamentadas pelos órgãos relacionados à certificação e o hidropônico, em que os nutrientes são fornecidos através de soluções nutritivas (Copeti, 2010).

As características físico-químicas da alface e outras hortaliças folhosas, como por exemplo o pH, acidez, sólidos solúveis totais e ratio podem afetar diretamente suas propriedades sensoriais e nutricionais (Silva, 2015). O ratio (SST/ATT) fornece informações sobre a percepção sensorial dos gostos doce e ácido (Cardian, 2015). A coloração também é uma característica importante do ponto de vista do consumidor, uma vez que funciona como um atrativo para a compra.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes formas de cultivo (convencional, orgânico e hidropônico) sobre as características físico-químicas de alface lisa cultivar Rubra.

2.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado no período de maio a julho de 2015, na localidade de Quintas da Fazendinha no município de Matozinhos, região Central de Minas Gerais. Foram conduzidos simultaneamente três experimentos em três ambientes distintos compondo três formas de cultivo: orgânico, convencional e hidropônico. Para os três sistemas o delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com a utilização de três repetições. Foi considerado como área útil, as quatro plantas centrais de cada parcela, sendo estas utilizadas nas análises físicas e químicas. O genótipo experimental foi a do grupo lisa, denominada Rubra.

Após a colheita, as plantas foram armazenadas em caixas térmicas e transportadas sob refrigeração até o Laboratório de Conservação de Alimentos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)- Campus Sete Lagoas em Sete Lagoas, MG, onde foram preparadas e avaliadas quanto às suas características físicas e químicas.

Foram avaliadas as características físico-químicas: a) teor de sólidos solúveis, determinado com o auxílio de refratômetro digital modelo R2mini, e os resultados expressos em °Brix; b) conteúdo de sólidos totais, obtido pela diferença entre as massas inicial e final da amostra seca em estufa de esterilização e secagem a 105ºC por um período de 48 horas (AOAC, 2012); c) pH determinado por potenciometria, d) acidez titulável determinada por titulometria com solução padrão de NaOH 0,01 N utilizando fenolftaleína como indicador (AOAC, 2012) e expressa em gramas de ácido cítrico por grama matéria seca e cor instrumental, através dos parâmetros de Hunter L, a* e b*, onde o valor da luminosidade (L), varia de preto (0) a branco (100), indica uma tendência a uma coloração mais clara ou mais escura, a* (cromaticidade ) reporta valores do verde (-60) ao vermelho (+60) (Silva, 2015).

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3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos na avaliação das características físico-químicas das alfaces rubras cultivadas em diferentes formas de produção estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Características físico-químicas: Cor Instrumental (L* – Luminosidade e Croma a*);

Acidez Total Titulável (ATT; mg ácido cítrico/ 100 g amostra fresca); Potencial Hidrogeniônico (pH); Sólidos Solúveis Totais (SST; °Brix); Ratio; Matéria Seca (MS; %) de Lactuca sativa L. rubra cultivada nos sistemas de produção orgânico, convencional e hidropônico.

Sistemas de Produção L a* ATT pH SST ratio ST Convencional 36,91b 13,00a 57,04ª 6,50ª 3,33ª 19,61a 4,24ª Orgânico 37,77b 12,98ª 50,79ª 5,70b 3,24ª 21,36a 3,68b Hidropônico 39,42ª 12,52ª 45,70ª 6,01ª 3,46ª 25,55a 4,78ª CV (%) 1,58 9,70 12,61 1,80 3,06 11,76 9,18 Média Geral 38,04 12,84 23,79 6,19 10,88 24,38 4,15

*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade.

Observou-se que o parâmetro Luminosidade (L*), exibiu valores entre 36,91 (convencional) e 39,42 (hidropônico). Sendo que para este parâmetro o sistema de produção hidropônico variou estatisticamente dos demais, recebendo um valor maior, indicando uma tendência para coloração mais clara (Tabela 1). O croma a* não apresentou diferença estatística entre os diferentes tratamentos (p>0,05%), conforme apresentado na Tabela 1. Esta faixa de valor sugere a tendência ao vermelho. Silva (2015) analisando a produção de alface fertilizada com extrato de húmus e cobertura viva de amendoim forrageiro e sistemas de cultivo de base ecológica e convencional constatou que quanto à coloração, para as três composições avaliadas não houve variações em relação aos sistemas de cultivo, observando médias de 43,94 e 34,94 para luminosidade (L) e cromaticidade (a*), respectivamente, mostrando que aos olhos humanos pode ser dizer que a cor nesta alface é igual para os dois tipos de cultivo.

As características acidez total titulável, sólidos solúveis totais e ratio não foram significativamente influenciadas pelas diferentes formas de cultivo (p>0,05) (Tabela 1). Estes resultados foram semelhantes ao descritos por Souza (2012), que analisando o efeito do sistema de produção convencional, orgânico na qualidade de alface não encontrou variação significativa entre dos sistemas de produção sobre a acidez total titulável. No entanto Silva et al., (2011) analisando a qualidade de alface crespa nos três sistemas de cultivo, observaram que o teor de sólidos solúveis foi semelhante nas alfaces produzidas em sistema orgânico e convencional, e as plantas provenientes destes apresentaram teores superiores aos das alfaces hidropônicas. Santos et al., (2010) analisando a qualidade de alface produzida no município de Botucatu-SP também não encontraram variações significativas nas alfaces estudadas em relação ao ratio.

(4)

As plantas produzidas no sistema orgânico apresentaram pH e sólidos totais inferiores (p<0,05%) às plantas oriundas dos sistemas convencional e hidropônico (Tabela 1). Stertz et al., (2007) observaram que não houve variação significativa no valor do pH das amostras de alface plantadas nos três sistemas de cultivo, sendo os valores encontrados pelos autores 6,12 para sistema convencional, 6,15 para orgânico e 6,05 para o hidropônico. Abreu et al., (2010), avaliando o conteúdo de sólidos totais em alfaces produzidas sob diferentes tipos de adubação, encontraram o valor significativamente (p<0,05) inferior para alfaces orgânicas (3,60%), quando comparadas às convencionais (5,33%) e hidropônicas (4,78%).

4.

CONLUSÃO

Os sistemas de produção orgânico, convencional e hidropônico não influenciaram as características físico-químicas ATT, de SST, o ratio e parâmetro a* da coloração. No entanto, o sistema de cultivo hidropônico foi o que apresentou os maiores valores matéria seca e de luminosidade (L), indicando uma alface mais clara.

5.

AGRADESCIMENTOS

Os autores agradecem o apoio da Universidade Federal de São João del-Rei, à FAPEMIG e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) - CVT – Guayi, pelo apoio financeiro ao projeto.

6.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abreu, I. M. D. O., Junqueira, A. M. R., Peixoto, J. R., & Oliveira, S. A. D. (2010). Qualidade microbiológica e produtividade de alface sob adubação química e orgânica. Ciênc. Tecnol. Aliment., 30(1), 108-118.

AOAC, (2012). Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. Gaitherburg: AOAC.

Bezerra Neto, F., Rocha, R. H. C., Rocha, R. C. C., Negreiros, M. Z., Leitão, M. M. V. B. R., Nunes, G. H. S., Espínola, J., & Queiroga, R. C. L. F., (2005). Sombreamento para produção de mudas de alface em alta temperatura e ampla luminosidade. Horticultura Brasileira, 23(1), 133-137.

Cardian, J. S.; (2015). Tipos de condução de hastes na produção e na qualidade de mini tomate em

manejo orgânico (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Ciências agronômicas da Unesp, Botucatu-SP.

Copetti, C., (2010). Atividade antioxidante in vitro e compostos fenólicos em alface (Fragaria X

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Nepa-UNICAMP (2006). Tabela brasileira de composição de alimentos. 2 ed, Campinas.

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Santos, C. M. G., Braga, C. D. L., Vieira, M. D. S., Cerqueira, R. C., Brauer, R. L., & Lima, G. P. P. (2010). Qualidade da alface comercializada no município de Botucatu-SP. Revista Iberoamericana de

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Silva, E. M. N., Ferreira, R. L. F., Neto, S. E. D. A., Tavella, L. B., & Solino, A. J. (2011). Qualidade de alface crespa cultivada em sistema orgânico, convencional e hidropônico. Horticultura

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amendoim forrageiro em sistema de cultivo de base ecológica e convencional (Dissertação de Mestrado). Universidade de Brasília-UnB, Brasília.

Souza, A. L. G., (2012). Efeito dos sistemas de produção orgânico e convencional na qualidade

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Stertz, S. C., Freitas, R. J. S., Rosa, M. I., & Penteado, P. T. (2005). Qualidade nutricional e contaminantes de alface (Lactuca sativa L.) convencional, orgânica e hidropônica. Visão

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