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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PAULO EDUARDO FIGUEIREDO MARTINS

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PAULO EDUARDO FIGUEIREDO MARTINS

ALTERAÇÕES DO EIXO DA COLUNA VERTEBRAL EM SURFISTAS AMADORES DA REGIÃO DE IMBITUBA-SC

Tubarão 2007

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PAULO EDUARDO FIGUEIREDO MARTINS

ALTERAÇÕES DO EIXO DA COLUNA VERTEBRAL EM SURFISTAS AMADORES DA REGIÃO DE IMBITUBA-SC

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Ralph Fernando Rosas, MSC.

Tubarão 2007

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PAULO EDUARDO FIGUEIREDO MARTINS

ALTERAÇÕES DO EIXO DA COLUNA VERTEBRAL EM SURFISTAS AMADORES DA REGIÃO DE IMBITUBA-SC

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 26 de novembro de 2007.

_______________________________________________ Prof. e orientador Ralph Fernando Rosas, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________________ Marcelo Augusto Gioscia Fortunato, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________________ Prof. Jaqueline de Fátima Biazus, Msc

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Dedico este trabalho aos meus pais Rubeval Martins e Lousane da Silva Figueiredo Martins, por serem meu pilar de sustentação e minha fonte de inspiração. Graças a eles é que consegui chegar onde estou. Obrigado.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a DEUS, aos meus pais por sempre estarem do meu lado em todos os momentos e abrirem mão de muitas coisas para que eu pudesse fazer um curso superior, a minha irmã Flávia Katiane F. Martins por sempre me apoiar estando sempre ao meu lado, a minha namorada Letícia Ferreira Figueiredo por sua compreensão, por eu estar ausente em muitos momentos, aos meus avós Francisco de Assis Figueiredo, Edith Maria da S. Figueiredo e Benigno Martins e Alice Martins por sempre me incentivarem durante este percurso em minha vida. Agradeço também ao meu orientador Ralph Fernando Rosas por sua grande ajuda, paciência, compreensão e sua amizade durante esta etapa, a minha amiga e fisioterapeuta Graciela Zarbato por sua ajuda e por disponibilizar estudos relacionados ao meu.

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RESUMO

O surfe é um esporte de nível mundial, que faz com que muitas pessoas se interessem em praticá-lo. A competitividade entre os colegas na água seja surfando profissionalmente ou apenas como praticantes, leva-os a exigirem muito de si, acarretando lesões de sua coluna, levando-os a uma evolução da desordem postural. Os objetivos deste trabalho foram analisar todas as possíveis alterações posturais dos surfistas, identificar as principais alterações posturais, e correlacioná-las com o tempo de prática do esporte em anos, semanas e em horas. Fizeram parte da amostra 11 surfistas amadores da região de Imbituba-SC com idade entre 15 e 25 anos. Os materiais utilizados foram um simetrógrafo da Clínica-Escola de Fisioterapia da UNISUL, questionário, ficha de avaliação fisioterapêutica, termo de consentimento livre e esclarecido. Os surfistas foram avaliados na própria Clínica-Escola de Fisioterapia da UNISUL. Os dados foram organizados de forma comparativa, e expostos através de quadros e gráficos através de análise descritiva simples. Os resultados mostraram que a principal alteração postural da coluna vertebral encontrada foi a atitude escoliótica, seguida da hiperlordose lombar e também se verificou que os surfistas que apresentavam maior tempo de prática do esporte, apresentaram maiores alterações posturais quando comparados aos surfistas que tinham menos tempo. De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, acreditamos que as alterações posturais encontradas seriam devido à uma má postura (posicionamento inadequado) durante a atividade, o que faz com que os praticantes utilizem a musculatura acessória, sobrecarregando estes grupos musculares, além de produzir um gasto energético bem maior do que o necessário. Isto poderia levar a uma adaptação das estruturas músculo-esqueléticas, favorecendo a aparição das alterações posturais da coluna vertebral.

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ABSTRACT

Surf is a worldwide sport, which means that many people are interested in practice it. The competitiveness among colleagues in the water, either professionally or just surfing as practitioners, leads them to require much of them, causing injuries to his spine, leading them to a development of postural disorder. The objectives of this work were to examine all the possible postural changes of surfers, identify the main postural changes, and correlate them with time to practice the sport in years, weeks and hours. 11 amateurs surfers did part of the sample in the region of Imbituba-SC aged between 15 and 25 years. The materials used were a simetrógrafo from the Clinic-School of Physiotherapy of UNISUL, questionnaire, the Scoreboard physiotherapeutic, end of free and informed consent. The surfers were evaluated in the Clinic-School of Physiotherapy of UNISUL The data were organized in a comparative, and exposed through tables and graphs through simple descriptive analysis. The results showed that the main postural change in the spine was found the attitude scoliosis, followed by the enlarging of the bent lumbar and also verified, that the surfers who had more time to practice the sport, showed greater postural changes when compared to the surfers who had less time. According to the results obtained in this survey, we believe that the encountered postural changes would be due to a bad attitude (inappropriate placement) for the activity, which makes the practitioners use the use of accessory muscles, overloading these muscle groups, and energy expenditure and produce a greater than necessary. This could lead to an adjustment of muscle-skeletal structures, encouraging the emergence of postural changes the spine.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Alterações posturais da coluna vertebral...26

Gráfico 2 – Tempo anual de prática de Surfe...27

Gráfico 3 – Prática semanal de Surfe...28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...11

2 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL...13

2.1 VÉRTEBRA...14

2.2 DISCOS INTERVERTEBRAIS...14

2.3 LIGAMENTOS...15

2.4 SURFE...16

2.5 ALTERAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL...17

2.6 POSTURA...17

2.7 ESCOLIOSE...18

2.8 HIPERCIFOSE...20

2.9 HIPERLORDOSE...21

2.10 RETIFICAÇÃO LOMBAR, CERVICAL E TORÁCICA...22

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...23

3.1 TIPO DE PESQUISA...23

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA...24

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS...24

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS...25

3.5 ANÁLISE DOS DADOS...25

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS...26

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REFERÊNCIAS...32

APÊNDICES...35

APÊNDICE A – Questionário de surfe...36

APÊNDICE B – Ficha de avaliação fisioterapêutica...38

ANEXO...42

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1 INTRODUÇÃO

O surfe é um esporte de nível mundial, que faz com que muitas pessoas se interessem em praticá-lo.

Observa-se no dia-a-dia, que o surfe desencadeia uma série de alterações posturais importantes, que às vezes levam o indivíduo a se queixar do esporte.

Todo esporte, principalmente o surfe que exige uma dimensão ampla de movimentos, necessita de uma boa postura, que consiste de alinhamento o mais próximo do centro do eixo articular.

A competitividade entre os colegas na água seja surfando profissionalmente ou apenas como praticantes, leva-os a exigirem muito de si, acarretando lesões de sua coluna, levando-os a uma evolução da desordem postural.

Muitas vezes os surfistas não se identificam com o método de ensino do esporte, ou seja, não aceitam o ensinamento correto de seus instrutores, ou até mesmo desconhecem sobre a posição ideal e assim realizam posturas inadequadas, aumentando o risco de alterações do eixo da coluna vertebral.

A maioria dos surfistas tem início da prática do esporte durante a infância ou pré-adolescência. Segundo Martelli e Traebert (2006), problemas físicos que podem acometer crianças e adolescentes e que têm início na fase de crescimento constituem fator de risco para alterações de coluna vertebral irreversíveis na fase adulta.

A manutenção da coluna vertebral em posição de equilíbrio, bem como a sua estabilidade, é feita por um conjunto antagônico e sinérgico de esforços musculares que levam a curvas de adaptação no sentido antero-posterior, contra as cargas oriundas dos segmentos corpóreos apensos (ROSSI; LEIVAS, 1997).

O posicionamento durante a prática de um esporte como o surfe, leva as vértebras da coluna vertebral a sofrerem descargas dos esforços gerando desequilíbrio nos eixos agravando mais a situação.

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No intuito de entender melhor o que ocorre na coluna vertebral dos surfistas, pergunto: Quais as possíveis alterações do eixo da coluna vertebral que ocorrem freqüentemente em surfistas amadores?

O surfe, assim como qualquer outro esporte, traz muitos benefícios à saúde, proporcionando alívio do estresse, relaxamento, melhorando a qualidade de vida em vários aspectos.

Porém, a maioria dos praticantes não tem a consciência de que esse tipo de esporte exige posições prolongadas que por fim podem acarretar lesões importantes em sua coluna vertebral. São vários movimentos, desde o movimento de remada deitado sobre a prancha, até o indivíduo atingir a posição ereta sobre a mesma.

Uma postura ideal para se obter no surfe seria o uso adequado dos músculos para se atingir um gasto energético menor. Como dificilmente este objetivo é alcançado, a maior parte dos surfistas pratica sem mesmo ter conhecimento sobre seu posicionamento no esporte.

Pelo simples fato de observar vários surfistas com queixas em sua coluna vertebral, e também por não existir muitos estudos posturais relacionados ao surfe, despertou-me um interesse em realizar um trabalho onde cabe ressaltar as principais alterações do eixo da coluna vertebral em surfistas.

O presente estudo tem a importância de contribuir para que as pessoas possam ter um maior conhecimento sobre as adaptações que a estrutura músculo-esquelética faz durante a prática de um esporte como o surfe que necessita de amplos movimentos do corpo, principalmente coluna vertebral, e como já mencionado ressaltar as principais alterações da mesma correlacionando com tempo em anos, dias e horas semanais de prática do esporte.

Este trabalho tem como objetivos analisar todas as possíveis alterações da coluna vertebral dos surfistas, identificar as principais alterações do eixo da coluna vertebral bem como correlacionar o tempo de prática do surfe em anos, dias e horas com as alterações posturais resultantes.

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2 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral consiste em uma pilha de 33 vértebras divididas estruturalmente em cinco regiões que são a cervical, torácica, lombar, sacral e vértebras coccígeas. Nessas regiões, duas vértebras adjacentes e os tecidos moles entre as mesmas são conhecidos como um segmento móvel. Este é considerado a unidade funcional da coluna vertebral. Cada segmento móvel contém 3 articulações. Os corpos vertebrais separados pelo disco intervertebral formam uma sínfise do tipo anfiartrose. As articulações facetárias direita e esquerda entre os processos articulares superior e inferior são diartroses do tipo deslizante revestidas por cartilagem articular (HALL, 2005).

É uma estrutura mecânica que sustenta a pessoa durante toda a sua vida, desafiando a gravidade ou pelo menos, estando em equilíbrio com a própria, permitindo que o ser humano fique de pé e sente-se, incline-se, abaixe-se, fique de cócoras, balanceie, volte-se e, além disso, funciona durante as atividades do dia-a-dia (CAILLIET, 2002).

Kapandji (2000) também afirma que, ela é o eixo do corpo e deve conciliar dois imperativos mecânicos contraditórios: a rigidez e a flexibilidade. Ela consegue esta façanha graças à sua estrutura mantida. Na verdade, ela constitui o pilar central do tronco. Além da função de suportar o tronco a coluna vertebral tem um papel protetor do eixo nervoso.

É composta por vários componentes como vértebras, disco intervertebral, ligamentos entre outros. As vértebras se superpõem num conjunto harmonioso, mantido por sólidos ligamentos e tirantes musculares (ROSSI; LEIVAS, 1997).

De acordo com Cailliet (2002), consiste de uma unidade funcional sobre a outra desde o sacro, finalmente suportando, na parte superior, a cabeça.

Como o sacro está ligado firmemente ao osso ilíaco, suportando, por sua vez, toda a coluna vertebral equilibrada sobre ele, é evidente que, quando o sacro inclina-se, o mesmo ocorre com a coluna vertebral (CAILLIET, 2002).

A manutenção da coluna em posição de equilíbrio, bem como a estabilização da mesma, é feita por um conjunto antagônico e sinérgico de esforços musculares que levam a caprichosas curvas de adaptação no sentido antero-posterior, contra as cargas oriundas dos segmentos corpóreos apensos (ROSSI; LEIVAS, 1997).

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Ela apresenta quatro curvaturas no plano sagital, que são balanceadas e cuja presença tem sido interpretada sob o ponto de vista biomecânico, como tendo objetivo de elevar a resistência mecânica da coluna vertebral, aumentar a sua capacidade de absorção de impactos e também a sua flexibilidade (DEFINO; FUENTES; PIOLA, 2002).

Segundo Kapandji (2000):

- a curvatura sacral, fixa devido à soldadura definitiva das vértebras sacrais. Esta curvatura é de concavidade anterior;

- a lordose lombar, de concavidade posterior; - a cifose dorsal, de convexidade posterior; - a lordose cervical, de concavidade posterior.

2.1 VÉRTEBRA

Uma vértebra típica consiste em um corpo, arco neural, e vários processos ósseos (HALL, 2005).

O corpo vertebral tem a estrutura de um osso curto, isto é, uma estrutura em concha com uma cortical de osso denso envolvendo o tecido esponjoso. Funcionam como componentes primários da coluna responsáveis pela sustentação do peso do corpo (KAPANDJI, 2000).

Os arcos neurais e os lados posteriores dos corpos e os discos intervertebrais formam um local de proteção para a medula espinhal e os vasos sanguíneos conhecida como canal vertebral. A partir da superfície externa de cada arco neural, fazem protusão vários processos ósseos. Os processos espinhosos e transversos funcionam como se fossem forquilhas destinadas a aprimorar a vantagem mecânica dos músculos inseridos (HALL, 2005).

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2.2 DISCOS INTERVERTEBRAIS

As articulações que se situam entre os corpos vertebrais adjacentes são sínfises com discos fibrocartilaginosos interpostos que atuam como coxins. O disco é constituído por duas estruturas funcionais: anel fibroso ou ânulo, e o núcleo pulposo (HALL, 2005).

O núcleo pulposo é uma substância gelatinosa que deriva embriologicamente da corda dorsal do embrião. Já o ânulo é conformado por uma série de camadas fibrosas concêntricas, cuja obliqüidade é cruzada quando se passa de uma camada para outra (KAPANDJI, 2000).

Mecanicamente, o ânulo atua como uma mola espiralada cuja tensão mantém juntos os corpos vertebrais contra a resistência do núcleo pulposo, com este agindo como um rolamento contendo um gel incompressível (HALL, 2005).

Os discos protegem as articulações facetarias da lesão de compressão e permitem bem como limitam os movimentos das vértebras (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

2.3 LIGAMENTOS

Vários ligamentos sustentam a coluna, contribuindo para a estabilidade dos segmentos móveis. O ligamento longitudinal anterior e o ligamento longitudinal posterior, mais fraco, ligam os corpos vertebrais nas regiões cervical, torácica e lombar (HALL, 2005).

Entre o corpo e o ligamento há veias e artérias que passam por forames para dentro do corpo (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

O ligamento supra-espinal se insere nos processos espinhosos em toda a região da coluna vertebral. Esse ligamento exibe aumento proeminente na região cervical, que se chama ligamento nucal. As vértebras adjacentes possuem conexões adicionais entre os processos espinhosos, os processos transversos e as lâminas, reforçadas respectivamente pelos ligamentos interespinais, ligamentos intertransversários e ligamentos amarelos (HALL, 2005).

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Os ligamentos amarelos são uma série de 23 ligamentos intersegmentares que ligam as lâminas de duas vértebras adjacentes desde C-2 até o sacro. Os ligamentos interespinhosos se fixam entre processos espinhosos adjacentes e são contínuos com o ligamento supra-espinhoso, um forte cordão fibroso fixado nas extremidades dos processos espinhosos e contínuo com a fáscia toracodorsal. Os ligamentos intertransversários são segmentares com fixações entre processos transversos adjacentes (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

2.4 SURFE

A semente da origem do surfe ainda se oculta nas águas da antiguidade, mas parece ter sido lançada pelos antigos polinésios quando os mesmos há milênios atrás, buscavam colonizar as ilhas havaianas. Essa prática já era disseminada entre a realeza, englobando aspectos sociais, religiosos e culturais. Numa época em que só encontraríamos reis e príncipes desfrutando das boas ondas, o surfe conseguiu resistir, ultrapassou as barreiras oceânicas, adquirindo espaços e adeptos e hoje no século XXI, é capaz de instigar os homens à procura de seus prazeres (BRASIL, et al, 2001).

Esse hábito parecia ter um significado religioso, que se relacionava desde a escolha da árvore até o preparo da madeira para a manufatura de uma prancha, obedecendo a vários rituais, porém aproximadamente em 1920 que Duke Paoa Kahanamoku tornou o surf um esporte conhecido mundialmente, por ter ganho primeiramente três medalhas de ouro em provas de natação em eventos como Olimpíadas, uma em 1912 e duas em 1920, e depois por suas exibições na praia de Wakiki, que provocava curiosidade em expectadores famosos (CORRÊA, et al, 2007).

Segundo Schmitz (apud ZARBATO E ZABOTTI 2005), a prática e a cultura do surfe foram aumentando na Califórnia no início da década de 60, surgindo vários surfistas, pranchas e a moda surf. Através de fotografias e dos primeiros filmes, o mundo passou a reconhecer um novo estilo de vida, sendo muito respeitado e admirado. Na metade da década de 60, surgiram as primeiras pranchas de fibra de vidro, mais leves e ágeis (10 kg), elevando o número de praticantes. O australiano Peter Troy ajudou na evolução das manobras e pranchas.

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Hoje em dia, o surfe é praticado em vários países. Em 1987, já apontava mais de 5 milhões de praticantes no mundo inteiro. Em 1992, o surfe já era considerado como um dos esportes de maior crescimento no Brasil, um dos cinco de maior interesse do cidadão brasileiro, e o país adquiria o posto de terceira potência mundial, ficando somente atrás dos Estados Unidos e da Austrália (BRASIL et al, 2001).

Segundo Zarbato e Zabotti (2005), o papel desempenhado pelo fisioterapeuta na área de ortopedia e medicina do esporte está evoluindo cada vez mais, com o objetivo de transmitir uma base sólida para a avaliação e o tratamento dos clientes que apresentam problemas ortopédicos ou decorrentes da prática de esportes.

2.5 ALTERAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL

Os ossos são modelados ou formados constantemente em resposta à magnitude e às direções das forças que agem sobre eles. De maneira semelhante, as quatro curvaturas da coluna vertebral podem ser distorcidas quando a própria é submetida habitualmente a forças assimétricas (HALL, 2005).

Segundo Herbert (apud LAMOTTE 2003), a origem das alterações estruturais da coluna vertebral parece estar ligada ao resultado de um conjunto de forças de pressão exercidas de maneira assimétrica sobre os núcleos de crescimento dos corpos vertebrais, resultando, portanto, em maior crescimento ósseo no lado submetido a menor pressão, ou um crescimento ósseo no lado submetido a maior pressão; por conseguinte, os corpos vertebrais se deformam progressivamente.

2.6 POSTURA

Postura é a posição do corpo. Bom arranjo da coluna vertebral, tanto estática quanto em situações de movimento (ROSSI; LEIVAS, 1997).

É o termo usado para definir uma posição ou atitude do corpo, o arranjo relativo das partes corporais para uma devida atividade, uma composição das posições de todas as articulações do corpo em qualquer momento ou ainda, um jeito de um indivíduo

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sustentar seu corpo. As posturas são utilizadas para que o indivíduo possa realizar suas atividades com o menor gasto de energético (KENDALL, 1987; SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

Smith; Weiss e Lehmkuhl (1997), afirmam que é definido como uma posição do corpo a disposição relativa das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira característica de sustentar o próprio corpo.

Segundo Calliet (2002), a postura mantém-se de maneira muito correta, devendo ser mantida com energia e atenção do indivíduo.

Alterações posturais são freqüentemente encontradas em crianças e adolescentes. Nesse período, a postura sofre uma série de ajustes e adaptações às mudanças no próprio corpo e à demanda psicossocial que lhe é apresentada, ocorrendo uma grande mudança na busca de um equilíbrio compatível com suas condições (PENHA et al, 2005).

A postura adequada na infância ou a correção precoce de desvios posturais nesse período possibilitam padrões posturais corretos na vida adulta, pois essa fase é da maior importância para o desenvolvimento da estrutura músculo-esquelética do indivíduo, com maior probabilidade de prevenção e tratamento dessas alterações, ou modificações posturais na coluna vertebral (MARTELLI; TRAEBERT, 2006).

A postura humana correta é exercida, espontaneamente, em todos os momentos de nossa vida (QUINTANILHA, 2002).

Segundo Cailliet (2002), ela é importante por vários motivos. A aparência agradável do indivíduo exige uma boa postura, além de também revelar ao observador o estado mental do indivíduo.

Martelli e Traebert (2006) citam que, geralmente considera-se a postura anormal como o fator etiológico principal de condições dolorosas e incapacitantes. Todavia, os indivíduos principalmente na fase de crescimento, podem apresentar uma má postura, mas devido à boa flexibilidade não apresentam características dolorosas. Por outro lado, há relatos de que podem haver pessoas com boa postura aparente, mas com limitação anátomo-funcional e presença de condições dolorosas.

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O exagero contínuo das curvas da coluna vertebral agravará a má postura, ocorrendo desequilíbrio de força e elasticidade muscular, assim como as retrações ou hipermobilidade em tecido mole, (KISNER; COLBY, 1998).

Segundo Cailliet (2002), a postura pode sofrer influência do hábito, do treinamento e do condicionamento.

2.7 ESCOLIOSE

Segundo Souchard e Ollier (2001), ela é uma deformidade morfológica tridimensional da coluna vertebral. As vértebras inclinam-se no plano frontal, giram no plano axial (processos espinhoso na concavidade) e colocam-se em póstero-flexão no plano sagital (anulação/diminuição da cifose torácica).

Alguns desvios laterais na curvatura vertebral são relativamente comuns e podem ocorrer por certos hábitos. Em cerca de 70% a 90% de todos os casos, a escoliose recebe a designação de idiopática, o que significa que a causa é desconhecida. Esta é diagnosticada mais freqüentemente entre os dez e 13 anos de idade, mas pode ser vista em qualquer idade (HALL, 2005).

As escolioses são caracterizadas por sua convexidade. Uma escoliose torácica direita / lombar esquerda apresenta, assim, uma convexidade à direita, lombar à esquerda, (SOUCHARD; OLLIER, 2001).

Escolioses antálgicas ou atitude escoliótica são muito comuns, e estas são devidas à atuação dos mecanismos automáticos de defesa, cujo papel é esconder a dor. Seja qual for a etiologia da escoliose, seu caráter compensatório, distribuído em níveis, deve-se sempre a uma retração assimétrica dos músculos espinhais (SOUCHARD; OLLIER, 2001).

A palavra giba é conhecida como: curvatura da coluna vertebral com elevação exterior (FERREIRA 1999).

“[...] a gibosidade na região torácica é uma proeminência das costelas sobre a convexidade da curva da coluna vertebral, geralmente devido a rotação vertebral que

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é melhor observada com a flexão anterior de tronco. Na região lombar a gibosidade é uma maior proeminência ou volume da musculatura dessa região, e ambas podem se correlacionar com a magnitude da deformidade espinhal”, (THULBOURN et.al, apud FERREIRA, p. 3, 1999).

Segundo Santos (2001), a realização do teste de Adams é a seguinte: o indivíduo de pé, diante de uma parede de cor uniforme, mantém os pés em posição de passo, o quadril equilibrado no plano frontal. O terapeuta se coloca atrás do paciente, sendo que este inclina a cabeça, deixa cair os braços em direção ao chão e, devagar, movimenta-se para baixo, realizando uma lenta anteflexão do tronco, levando as mãos em direção aos pés até onde possível, mas sem forçar. O terapeuta coloca os olhos no mesmo nível da vértebra que se está inclinando à frente. A cada movimento de descida do paciente, o terapeuta também baixa o olhar, vendo desfilar cada segmento do tronco delineado contra o fundo de cor uniforme. Dessa forma, assim que houver uma assimetria das regiões paravertebrais, o terapeuta consegue detectá-la de imediato e pode riscar um traço sobre a vértebra correspondente ao começo e ao final da assimetria, para determinar quais as vértebras correspondentes à gibosidade.

Também se define atitude escoliótica da seguinte maneira: inclinação lateral da coluna vertebral, sem rotação dos processos espinhosos na concavidade, tendo uma dor como origem (SOUCHARD; OLLIER 2001).

Os sintomas associados com a escoliose variam com a gravidade da condição. Os casos leves a moderados podem ser tratados com exercícios adequados de fortalecimento, no entanto, a escoliose grave caracterizada por desvio lateral excessivo e rotação localizada da coluna pode ser dolorosa e deformante e deve ser tratada com órtese e/ou cirurgia (HALL, 2005).

2.8 HIPERCIFOSE

A coluna vertebral não é reta, mas com várias curvas. Para conservar o alinhamento do centro de gravidade, a coluna acima da lordose lombar curva-se em sentido contrário, formando uma curva oposta da coluna torácica, denominada cifose dorsal (CALLIET, 2002).

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Cifose é o aumento exagerado da curvatura torácica nos limites normais. Várias causas podem levar a um aumento da cifose vertebral, como doenças congênitas, infecções e fraturas entre outras, (BLAIR, 2003).

Segundo Rossi e Leivas (1997), a cifose é uma curvatura da coluna vertebral, no plano sagital, de convexidade posterior, sendo normal ao nível torácico dentro de certos limites. Quando ultrapassa esses limites torna-se uma hipercifose que corresponde a uma deformidade flexível da coluna dorsal sendo possível a sua correção ativa ou passivamente.

Este distúrbio, que às vezes é chamado arredondamento dos ombros, resulta de uma exageração da curva para trás, formada pelas vértebras torácicas (NAMIKOSHI, 1987).

Esta alteração da coluna vertebral se instala no período da adolescência, com incidência de até 8% na população geral e distribuição igual entre os sexos. Tanto as vértebras torácicas quanto os discos intervertebrais na região desenvolvem uma forma característica em cunha (HALL, 2005).

Os componentes da parte anterior da coluna vertebral (corpo vertebral e disco intervertebral) resistem às forças de compressão, e os componentes posteriores (lâmina, articulações, ligamentos supra e interespinhoso) resistem às forças de tração. A hipercifose ocorre quando a coluna vertebral é incapaz de resistir a uma ou ambas as forças (DEFINO, 2002).

À medida que a cifose aumenta, o eixo de suporte do peso do corpo desloca-se anteriormente, aumentando a tendência de progressão da cifose, e formando um círculo vicioso que pode ser somente interrompido com a restauração do equilíbrio sagital da coluna vertebral (DEFINO; FUENTES; PIOLA, 2002).

2.9 HIPERLORDOSE

Hiperlordose é aumento da curva na região cervical ou na região lombar, ou seja, acentuação da concavidade cervical e/ou lombar no plano sagital, (VERDÉRI apud NUNES, 2006).

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Segundo Calliet (2002), quando o homem assumiu a posição ereta, ficando de pé sobre os dois membros inferiores, a pelve não rodou completamente e a coluna lombar conservou uma curva fisiológica normal conhecida como lordose.

Ela acarreta uma distribuição deficiente do peso do corpo sobre as vértebras e pode acarretar o aparecimento de dores. (PASQUET; ABANOU; MAJDALANI, 2002).

A hiperlordose é a curvatura com a concavidade posterior, anormal pela a sua intensidade, podendo ser causada por malformação óssea, posturas viciadas negligentes, a inatividade física, desgastes do tecido, mecanismo de compensação, reações de defesa antálgica, rigidez e contratilidade, tais como dos músculos extensores por paralisia dos espinhais lombares, insuficiência dos músculos flexores, particularmente dos retos abdominais, insuficiência dos músculos do glúteo, retração do iliopsoas e peso das vísceras (CARNEIRO; HECTOR; MUNARO apud NUNES 2006).

Nem todas as curvas das costas são dolorosas. Isso é demonstrado pelo fato de que normalmente a pessoa tem uma leve lordose. Espera-se uma curva lordótica normal. Somente quando a lordose for excessiva ou acentuada é que irá ocorrer dor. (CALLIET, 2002).

2.10 RETIFICAÇÃO LOMBAR , CERVICAL E TORÁCICA

Retificação é quando as curvas das vértebras cervicais, torácicas e lombares são anormalmente reduzidas (NAMIKOSHI, 1987).

[...] é um desequilíbrio que se caracteriza pela retificação das curvas fisiológicas, ou seja, diminuição das angulações das lordoses lombar e cervical e das cifoses dorsal e sacral. Diante deste desequilíbrio, as curvaturas responsáveis pela dissipação das forças proveniente da ação da gravidade são diminuídas, e consequentemente ocorrerá em determinados pontos da coluna, um desequilíbrio postural geral como forma de compensação, (VERDERI apud NUNES, p.44, 2006).

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A retificação das curvaturas da coluna vertebral ocorrem pelo mecanismo contrário da hiperlordose. É caracterizada por uma diminuição da curva torácica, depressão escapular, depressão clavicular e postura de achatamento cervical, (BIANOR, 2004).

Se o sacro inclinar-se para frente, a coluna lombar adquire um ângulo diferente, devendo se curvar para trás, para manter o equilíbrio. Ao contrário, quando a pelve inclina-se em direção contrária, a coluna lombar adquire uma posição mais vertical: a lordose diminui, ocasionando retificação. (CALLIET, 2002).

Hamill e Knutzen (1999), descrevem que quando há uma rigidez na coluna vertebral ou um mau alinhamento da pelve pode levar a uma retificação do segmento.

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Os indivíduos que aceitaram fazer parte da pesquisa assinaram o Termo Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A).

Este projeto foi analisado pelo Comitê de Ética da UNISUL que, no dia 19 de abril do corrente deu parecer favorável e foi devidamente documentado no CEP com registro 07.115.4.08.III.

Este capítulo aborda o tipo de pesquisa realizada, instrumentose os procedimentos que foram utilizados para interpretação dos dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa é eminentemente descritiva. Pois segundo Heerdt e Leonel (2005),

A pesquisa descritiva é aquela que analisa, observa, registra e correlaciona aspectos (variáveis que envolvem fatos ou fenômenos sem manipulá-los). Os fenômenos humanos são investigados sem a interferência do pesquisador que apenas “procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e características.

A técnica de coleta de informações utilizadas serão questionários que baseado nos conceitos de Leopardi (2002), consiste de instrumento entregue ao informante e aprazamento para seu recolhimento, podendo ser na forma de questões abertas ou fechadas, ou na forma de questões de múltipla escolha, para uma melhor obtenção de dados correlacionados com as variáveis.

(25)

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com 11 surfistas que se disponibilizaram a colaborar com o estudo, respondendo aos instrumentos de coleta de dados propostos pelo pesquisador. Foram pessoas da região de Imbituba – SC, do sexo masculino, e analisadas na Clínica-Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, num período de agosto a setembro de 2007.

Para a amostragem foram utilizados os seguintes critérios: Critérios de inclusão:

- ser surfista amador, por ser mais fácil de encontrar; - ter idade de 15 á 25 anos;

- ter aceitado o termo de consentimento da pesquisa;

- ser do sexo masculino onde a prevalência no esporte é maior;

- ter no mínimo 3 anos de prática de surfe e que seu início tenha ocorrido durante sua fase de crescimento;

- prática de surfe de 2 vezes na semana com no mínimo 1 hora de surfe por dia. Critérios de exclusão:

- pessoas cuja prática do esporte não tenha ocorrido durante a fase de crescimento; - horas de prática de surfe semanal abaixo do esperado;

(26)

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS

Durante a pesquisa, para análise das alterações do eixo da coluna vertebral, foi utilizado o simetrógrafo da Clínica-Escola de Fisioterapia da UNISUL, questionário (apêndice A) constituído de questões fechadas desenvolvido especialmente para este estudo e criado pelo próprio pesquisador. Este foi respondido dias antes da realização da avaliação, para confirmar a inclusão do indivíduo na pesquisa. Também foi utilizada ficha de avaliação fisioterapêutica (apêndice B), termo de consentimento livre e esclarecido (anexo A).

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS

As pessoas selecionadas a partir do questionário foram informadas sobre o local, o dia e a hora da pesquisa através de via telefônica. Aceitaram fazer parte da pesquisa depois de explicado os objetivos e procedimentos, e assinaram um termo de consentimento para que a coleta de dados fosse realizada.

No dia da avaliação, estavam apenas de bermuda, sem camiseta para melhor observação da coluna vertebral e para ser possível a visualização dos pontos a serem observados (Vista anterior: mamilos, umbigo, ombros; vista lateral: meato acústico, extremidade acromial, côndilos fibulares, maléolos; vista posterior: linha média da cabeça, ângulo inferior da escápula) e, sem calçados para não interferir nos resultados, sendo estas informações mencionadas também pelo contato telefônico.

Os indivíduos que participaram da pesquisa, foram chamados individualmente, e foram orientados quanto aos procedimentos. Foi realizada a preparação do local com simetrógrafo e banquinho.

Permaneceram a uma distância de 3 metros do pesquisador e atrás do simetrógrafo em cima do banquinho na posição ortostática frontal, dorsal e bilateral. Após a avaliação nessas posições, saíram de trás do simetrógrafo e ficaram na posição ortostática dorsal, com os pés em posição de passo e realizaram uma anteflexão de tronco sendo que os membros superiores foram ao encontro dos pododáctilos, para observação de uma possível gibosidade (teste de Adams).

(27)

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram organizados de forma comparativa, e expostos através de quadros e gráficos através de análise descritiva simples.

(28)

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo serão abordados os resultados obtidos pelo pesquisador com sua análise para melhor interpretação do leitor.

As alterações posturais encontradas nos surfistas foram as seguintes: 2 surfistas apresentavam escoliose (18%), 3 surfistas apresentaram hiperlordose cervical (27%), 5 surfistas apresentaram hiperlordose lombar (45%), 1 surfista apresentou retificação lombar (9%), 1 surfista apresentou retificação cervical (9%), 2 surfistas apresentaram hipercifose dorsal (18%), e 7 surfistas apresentaram atitude escoliótica (63%).

O gráfico abaixo, tem por objetivo mostrar as principais alterações posturais da coluna vertebral encontradas nos surfistas. Todos apresentaram mais de uma alteração postural. 0 1 2 3 4 5 6 7 nº de surfistas 1 2 3 4 5 6 7 8 alterações

ALTERAÇÕES POSTURAIS DA COLUNA VERTEBRAL

Gráfico 1 – Alterações posturais da Coluna Vertebral. Fonte: dados coletados pelo pesquisador

Legenda: 1- Escoliose; 2- Hiperlordose cervical; 3- Hiperlordose lombar; 4-Retificação lombar; 5- Retificação cervical; 6- Retificação dorsal; 7- Hipercifose dorsal; 8- Atitude escoliótica.

(29)

Portanto, nesta amostra foi observado que a alteração postural mais encontrada foi a atitude escoliótica, que de acordo com Fraga (apud ALVES E LIMA, 2006) são desvios da coluna que ocorrem devido a hábitos posturais inadequados, ou seja, eles podem ser resolvidos mudando a posição corporal ou readequação dos hábitos posturais.

Também foram observadas outras alterações posturais como: 3 surfistas com hiperextensão de joelhos, 6 surfistas com ângulo de Tales direito maior, 2 surfistas com o ângulo de Tales esquerdo maior, 2 surfistas apresentaram joelho varo, 7 surfistas com o mamilo esquerdo mais elevado, 2 surfistas com o mamilo direito mais elevado, 2 surfistas apresentando protusão de ombros, 4 surfistas com a linha Alba desviada para esquerda, e 4 surfistas apresentando a linha Alba desviada para a direita, 2 surfistas apresentando o umbigo desviado para a esquerda, 4 surfistas apresentando umbigo desviado para a direita, 7 surfistas apresentando o ângulo inferior da escápula esquerda elevado, 2 surfistas apresentando o ângulo inferior da escápula direita elevado.

No presente estudo, observou-se que todos os indivíduos surfam em média há 4 anos, sendo que o maior tempo de surf é de 10 anos e o menor tempo é de 4 anos.

O gráfico 2 visualizado abaixo, tem como finalidade mostrar o tempo de prática anual de surf. 0 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 nº de surfistas 4 6 8 9 10 anos

TEMPO ANUAL DE PRÁTICA DE SURF

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Com relação aos dias de prática de surfe semanal, observou-se que 63% dos surfistas surfavam 5 vezes por semana, 18% surfavam 3 vezes por semana e 18% surfavam 2 vezes por semana, como pode ser visto no gráfico 3 abaixo, que mostra a quantidade de prática de surf semanal entre os surfistas.

0 1 2 3 4 5 6 7 nº de surfistas 2 3 5

vezes por semana

PRÁTICA SEMANAL DE SURF

Gráfico 3 – Prática semanal de surf. Fonte: dados coletados pelo pesquisador.

Em relação ao número de horas de prática do esporte diária visualizou-se que, 6 surfistas (54%) surfavam 3 horas, 3 surfistas (27%) surfavam 2 horas, 1 surfista (9%) surfava 1 hora, e 1 surfista (9%), surfava 1 hora e 30 minutos como mostra no gráfico a seguir.

(31)

0 1 2 3 4 5 6 nº de surfistas 1h 1h, 30min 2h 3h

horas por dia de atividade

HORAS DE PRÁTICA DE SURF

Gráfico 4 – Horas de Prática de Surf. Fonte: dados coletados pelo pesquisador.

Verificou-se então, que os surfistas que apresentavam maior tempo de prática do esporte, apresentaram maiores alterações posturais quando comparados aos surfistas que tinham menos tempo. Através destes resultados acredita-se que as alterações posturais encontradas nestes indivíduos sejam decorrentes de uma prática incorreta do esporte, o que acarretaria em adaptações da coluna vertebral quanto ao posicionamento.

A coluna vertebral é uma estrutura mecânica que sustenta a pessoa durante toda a sua vida, desafiando a gravidade ou, pelo menos, estando em equilíbrio com a própria, permitindo que o ser humano fique de pé e sente-se, incline-se, abaixe-se, fique de cócoras, balanceie, volte-se e, além disso, funcione durante as atividades do dia-a-dia (CAILLIET, 2002).

A sua manutenção em posição de equilíbrio, bem como a sua estabilidade, é feita por um conjunto antagônico e sinérgico de esforços musculares que levam a curvas de adaptação no sentido antero-posterior, contra as cargas oriundas dos segmentos corpóreos apensos (ROSSI; LEIVAS, 1997).

Sua relação com a prática de esporte se torna muito importante, ainda mais

quando este necessita de posições incômodas e prolongadas.

No Brasil, após longos anos de marginalização e discriminação social, a prática do surf expandiu por entre todas as classes econômicas e profissionais, se firmando como um

(32)

esporte definitivamente saudável, que coloca o surfista em contato profundo e direto com os elementos da natureza (STEINMAN, 2003).

O surfe como já foi mencionado, é um esporte que exige posições prolongadas, um exemplo seria durante a posição de remada, segundo Steinman (2003), o surfista fica em posição de hiperextensão de toda a coluna (desde o pescoço até a região lombar) durante horas, o que poderia gerar encurtamentos musculares, tensão e dor. Um bom exemplo seria desequilíbrio muscular na região dos ombros pelo esforço do ato de remar, o que levaria a postura do ombro para a frente, que é uma característica da hipercifose dorsal (BESTER, apud FORTUNATO; ROSAS 2001).

A maioria dos surfistas tem início da prática do esporte durante a infância ou pré-adolescência. Segundo Martelli e Traebert (2006), problemas físicos que podem acometer crianças e adolescentes e que têm início na fase de crescimento constituem fator de risco para alterações de coluna vertebral irreversíveis na fase adulta.

Neste estudo foi possível observar que a principal alteração encontrada não foi a hipercifose dorsal e sim a atitude escoliótica, seguida de hiperlordose lombar, contrariando o que diz Steinman (2003), que a anatomia mais freqüente encontrada em surfistas inclui: encurtamento da cadeia muscular posterior, hiperlordose cervical e lombar, elevação e bloqueio do alto do tórax, e genu varum.

Segundo Steinman (2003), a sobrecarga na região lombar imposta pelo posicionamento do surf, incialmente leva a um desequilíbrio muscular progressivo da cadeia muscular posterior, o que colocaria o surfista em postura de hiperlordose.

(33)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar todas as alterações possíveis da coluna vertebral dos surfistas, bem como correlacionar suas alterações com o tempo de prática anual, semanal e em horas de atividade esportiva.

O surf é um esporte reconhecido mundialmente, e a quantidade de praticantes vem aumentando a cada dia, o que nos preocupa muito, pois esta atividade ainda é muito realizada de forma errada pelos surfistas. Neste esporte exige-se um grande esforço muscular desde a remada até o posicionamento do indivíduo de pé sobre a prancha, além de permanência por tempo prolongado em uma mesma posição.

De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, acreditamos que as alterações posturais encontradas seriam devido a uma má postura (posicionamento inadequado) durante a atividade, o que faz com que os praticantes utilizem o uso de musculatura acessória, sobrecarregando estes grupos musculares, além de produzir um gasto energético bem maior do que o necessário. Isto poderia levar a uma adaptação das estruturas músculo-esqueléticas, favorecendo a aparição das alterações posturais da coluna vertebral.

Através deste, é notável a importância de se obter uma postura adequada não apenas no surf, mas em qualquer outro esporte. Pois uma atividade sendo praticada corretamente diminuiria a incidência de lesões, e por fim iria apenas beneficiar a saúde dos praticantes.

Foram poucos os estudos encontrados sobre alteração postural relacionados ao surf, o que se sugere que sejam realizados novos estudos envolvendo surfistas para que se possa fazer uma comparação a fim de se confirmar tais resultados.

(34)

REFERÊNCIAS

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CAILLIET, René: Compreenda sua dor de coluna: um guia para prevenção, tratamento e alívio. São Paulo: artmed, 2002.

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brasileiros.Disponível em: <http://unipran.unimonte.br/downloads/surf_classics.pdf.>. Acesso em: 18abr. 2007.

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(35)

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(38)
(39)
(40)

QUESTIONÁRIO DE SURFE

Nome:___________________________________________________________________. Idade:____________________.

1- Você é surfista profissional ou amador?

_________________________________________________________________________.

2- Você pratica o surfe há quantos anos, ou desde que idade?

_________________________________________________________________________.

3- Qual a sua prática de surfe semanal em dias?

_________________________________________________________________________.

4- Quantas horas de surfe você costuma praticar, durante a atividade?

_________________________________________________________________________.

Pesquisador:________________________Orientador:___________________________

Questionário de surfe criado por Paulo Eduardo F. Martins acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina- Campus Tubarão.

(41)
(42)

Ficha de Avaliação Fisioterapêutica

Nome:____________________________________________________________________.

Pesquisador:_______________________________________________________________.

Pontos a serem observados:

- Vista anterior: mamilos, umbigo, ombros, patela;

- Vista lateral: meato acústico, extremidade acromial, côndilos fibulares, maléolo; - Vista posterior: linha média da cabeça, ângulo inferior da escápula.

Posição Frontal: mamilos elevados. ( )esquerdo ( )direito ( ) nivelados

Posição Frontal: Umbigo desviado ( ) esquerda ( ) direita ( ) alinhado

Posição Frontal: Linha Alba

( ) esquerda ( ) direita ( ) alinhado

Posição Frontal: Ombros elevados

( ) esquerda ( ) direita ( ) alinhado

Posição Frontal: Ângulo de Tales ( ) esquerda ( ) direita ( ) alinhado

(43)

Posição Frontal: Atitude escoliótica ( )sim ( )não

De que lado?

( ) direito ( ) esquerdo

Posição Frontal: Escoliose ( )sim ( )não

Teste de Adams: Apresenta gibosidade? ( )sim ( )não

De que lado?

( ) direito ( ) esquerdo

Posição Frontal: Escoliose ( )sim ( )não

Convexidade

( ) direita ( ) esquerda

Posição Lateral: joelhos

( )valgismo ( )varismo ( )alinhado

Posição Frontal: joelhos

( )hiperextensão ( ) alinhado

Posição Lateral: Ombros protusos ( ) esquerdao ( ) direito ( ) alinhado

(44)

Posição Lateral:

( ) Hiperlordose cervical ( ) Hiperlordose lombar ( )Retificação lombar ( ) Retificação cervical ( ) Retificação dorsal

( ) Hipercifose dorsal

Posição Dorsal: Ângulo inferior da escápula direito ( )elevado ( )rebaixado ( ) alinhado

Posição Dorsal: Ângulo inferior da escápula esquerdo ( ) elevado ( ) rebaixado ( ) alinhado

Ficha de Avaliação das alterações do eixo da Coluna Vertebral criada por Paulo Eduardo F. Martins acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina- Campus Tubarão. Pontos de avaliação retirados do livro SANTOS, Angela. Diagnóstico clínico postural: um guia prático. São Paulo: Summus, 2001.

(45)
(46)
(47)

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos

experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.

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