DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS
Disciplina: Patologia Bucal – 4º e 5º períodos
Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira
2013
h t t p : / / l u c i n e i . w i k i s p a c e s . c o m
D E S O R D E N S P O T E N C I A L M E N T E M A L I G N A S
TERMINOLOGIA
Lesão potencialmente maligna
(pré-câncer, pré-malignidade)
Tecido benigno, morfologicamente alterado, que apresenta risco maior do que o normal de transformação maligna.
Condição potencialmente maligna
Doença sistêmica ou hábito do paciente que não necessariamente altera a aparência clínica do tecido local, porém está associada a um risco maior do que o normal de desenvolvimento de uma lesão pré-cancerosa ou de um câncer nesse tecido.
Fonte: Neville et al. 3ª Ed., 2009
Lesão potencialmente maligna Leucoplasia Eritroplasia Condição potencialmente maligna AIDS Disfagia sideropênica Líquen plano
D E S O R D E N S P O T E N C I A L M E N T E M A L I G N A S
1-‐ Leucoplasia
2-‐ Queilite acInica
3-‐ Eritroplasia
4-‐ Líquen Plano
5-‐ Fibrose Submucosa
6-‐ Atrofia por deficiência de ferro
7-‐ Nevo Pigmentar
8-‐ Candidose Leucoplásica
9-‐ HPV
OMS
(
2005
)
D E S O R D E N S P O T E N C I A L M E N T E M A L I G N A SLEUCOPLASIA
Leucoceratose
• Definição OMS = “placa ou mancha branca que não pode ser
caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença”.
• Termo estritamente clínico
• Não implica uma alteração tecidual histopatológica específica
L E U C O P L A S I A
-‐ lesão pré-‐cancerosa mais comum (85%)
-‐ sexo masculino (70%)
-‐ diagnosCcado acima dos 40 anos
• ECologia: desconhecida
-‐ DiagnósCco diferencial: Tabaco, álcool, UV,
microrganismos, condições hereditárias
LEUCOPLASIA
Diagnóstico
- Biópsia - Citologia esfoliativaDiagnóstico diferencial
- queimadura - candidose pseudomembranosa - hiperceratose focal - - líquen plano - estomatite nicotínica - nevo branco esponjoso - mucosa mordiscada
LEUCOPLASIA
•
Características Clínicas:
- Não pode ser removida por raspagem
- Assintomática
A p r e s e n t a ç ã o C l í n i c a d a s L e u c o p l a s i a s
Tipo
Variantes clínicas
Homogênea
Não homogênea
Delgada ou espessa
Eritroleucoplasia/mosqueada
Leucoplasia em dorso de língua
LEUCOPLASIA FINA OU BRANDA
90% das que exibem displasia ou carcinoma são encontradas na língua, soalho bucal e vermelhão labial LEUCOPLASIA ESPESSA
L E U C O P L A S I A E S P E S S A
LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA
• Predileção p/ gênero feminino (4:1) e não-fumantes •
Raramente regridem
• Alto risco
LEUCOPLASIA
Características Associadas a MAIOR RISCO de
TRANSFORMAÇÃO MALIGNA
- Forma não homogênea, especialmente a verrucosa proliferativa
- Presença de displasia epitelial no exame histopatológico
- Localização em assoalho bucal ou língua
- Com eritroplasia
-
Paciente não fumante
LEUCOPLASIA
Epitélio displásico ou carcinoma são encontrados apenas em 5 a 25%
dos espécimes de biópsia de leucoplasia.
Potencial de transformação maligna = 4%
LEUCOPLASIA
CaracterísCcas Histopatológicas
-‐ Hiperceratose
-‐ Acantose
-‐ Infl.crônica no
conj.subjacente
D E S O R D E N S P O T E N C I A L M E N T E M A L I G N A S
Modificado de Bouquot JE et al. Head Neck, 1991.
LEUCOPLASIA
Características Histopatológicas
Neville et al. 3a Ed. 2009.
Estrato germinativo, onde as flechas mostram a lâmina basal, em rosa escuro.
LEUCOPLASIA
Características Histopatológicas
Leucoplasia – Displasia grave
- Perda da estratificação epitelial - Pleomorfismo
- Hipercromatismo nuclear
- Aumento da razão núcleo/citopl. - Aumento do número de mitoses
- Mitoses atípicas acima da camada basal
CARACTERÍSTICAS DAS DISPLASIAS GRAVES
- Pleomorfismo celular
- Hipercromatismo nuclear
- Aumento da razão núcleo/citopl.
- Aumento do número de mitoses
- Vacuolização do citoplasma
CARACTERÍSTICAS DAS DISPLASIAS GRAVES
- Pleomorfismo celular
- Hipercromatismo nuclear
- Aumento da razão núcleo/citopl.
- Aumento do número de mitoses
Fragmento de mucosa bucal revestido por epitélio pavimentoso estratificado hiperparaceratinizado apresentando pleomorfismo e hipercromatismo celular, perda da estratificação epitelial e da coesão celular, aumento da atividade mitótica. Observa-se atipias desde a camada basal até a porção média da camada espinhosa
DIAGNÓSTICO: DISPLASIA EPITELIAL MODERADA
LEUCOPLASIA
•
Tratamento
- Uso de vitamina A
- Excisão cirúrgica, eletrocautério, criocirurgia,
cirurgia a laser
QUEILITE ACTÍNICA
Queilose Actínica
• Alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior que resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro ultravioleta da luz solar
• Pessoas de pele clara com ocupações profissionais expostas ao ar livre
• Pessoas com mais de 45 anos, predileção p/ gênero masculino (10:1) • Evolução lenta
QUEILITE ACTÍNICA
•
Atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior
•
Manchas brancas
QUEILITE ACTÍNICA
Apagamento da margem entre a zona do vermelhão e a porção cutânea do lábio.
- Áreas ásperas, podem estar cobertas de escamas descamativas.
Q U E I L I T E A C T Í N I C A
Variados graus de displasia epitelial Infiltrado discreto de céls infl. crônicas
TRATAMENTO
- Maioria das alterações são irreversíveis
- Bloqueadores solares p/ se evitar maiores danos
- Cirurgia, Laser, Terapia fotodinâmica
ERITROPLASIA
•
Etiologia desconhecida
•
Características Clínicas
- placa ou mácula eritematosa, assintomática, bem
demarcada, textura aveludada e macia
- predomina sexo masculino (55 – 74 anos)
- assoalho bucal, palato mole
E R I T R O P L A S I A
ERITROPLASIA
•
Características Histopatológicas
-
90% apresentam displasia epitelial grave ou carcinoma in situ
- 5% apresentam carcinoma espinocelular invasivo
•
Diagnóstico diferencial
- candidose eritematosa
- lesões vasculares
- lesões fúngicas
ERITROPLASIA
•
TRATAMENTO
- eliminação de fatores locais
- criocirurgia, eletrocirurgia ou laser
- excisão cirúrgica
Líquen Plano Oral
Erosivo
FIBROSE SUBMUCOSA ORAL
D e s o r d e m p o t e n c i a l m e n t e m a l i g n a d e a l t o r i s c o d a m u c o s a o r a l
- Rigidez mucosa causada por hiperplasia fibro-elástica e modificação do tec.
conjuntivo superficial
-‐
Perturbação do equilíbrio homeostádco entre síntese e degradação da matriz extracelular-‐ Alterações epiteliais carcinogênicas
Fibrose Submucosa Oral
PAAN MASALA
(tabaco mascado com semente da palmeira de areca [noz de betel])
Sachê de betel
Fibrose Submucosa Oral
• Trismo, xerostomia, estomatopirose, palidez mucosa
§ Deposição submucosa de colágeno denso
§ Ausência de vascularização
§ Fibras musculares sofrem atrofia progressiva
§ Variados graus de displasia epitelial
§ Não regride após remoção do hábito
§ Tratamento: Corticosteróides intralesionais
10-15% dos casos mostram displasia epitelial 6% dos casos biopsiados mostram carcinoma