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RELATÓRIO FINAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

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RELATÓRIO FINAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

PROJETO DE PESQUISA AGRISUS: PA 2200/17

TÍTULO DA PESQUISA:

RESTAURAÇÃO DE SOLO DEGRADADO

PARA CULTIVO DE FEIJÃO E DE MILHO, SEM E COM PARCELAMENTO

DA ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA, SOB SISTEMA

PLANTIO DIRETO

Coordenadora do Projeto: Elaine Bahia Wutke

Instituto Agronômico – IAC

13 de setembro de 2018

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RELATÓRIO FINAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

PROJETO DE PESQUISA AGRISUS: PA 2200/17

TÍTULO DA PESQUISA: RESTAURAÇÃO DE SOLO DEGRADADO PARA CULTIVO DE FEIJÃO E DE MILHO, SEM E COM PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA, SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO

INTERESSADA (Coordenadora do Projeto): Elaine Bahia Wutke, Instituto Agronômico

-IAC

EQUIPE: Paulo Boller Gallo, ex-Pólo Regional do Nordeste Paulista/DDD, Mococa, SP

(recentemente essa Estação Experimental foi reintegrada ao IAC como Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento)

José Antonio de Fátima Esteves, Instituto Agronômico - IAC Isabella Clerici De Maria, Instituto Agronômico - IAC

Regina Célia de Matos Pires, Instituto Agronômico - IAC Afonso Peche Filho, Instituto Agronômico - IAC

Priscila Fratin Medina, Instituto Agronômico - IAC

INSTITUIÇÃO: Instituto Agronômico – IAC; Av. Barão de Itapura, 1.481. Bairro: Vila

Itapura, CEP 13020-902 Campinas, SP; fone (19) 2137-0612; iacdir@iac.sp.gov.br

LOCAL DA PESQUISA: Mococa, SP

VALOR FINANCIADO PELA AGRISUS: R$ 18.200,00 (dezoito mil e duzentos reais)

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PROJETO DE PESQUISA AGRISUS PA 2200/17: “Restauração de solo degradado para

cultivo de feijão e de milho, sem e com parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura, sob sistema de plantio direto”

Coordenadora do Projeto: Elaine Bahia Wutke; Instituto Agronômico – IAC

1. INTRODUÇÃO

A degradação de solos intensamente cultivados tem sido constatada com mais frequência do que a desejada, sendo necessário o monitoramento de sua qualidade, para fins de alterações na recomendação de determinado tipo de manejo e garantia de uma exploração agrícola viável na área cultivada (MIELNICZUK, 1999). Esse processo de recuperação de áreas degradadas é composto por etapas a serem realizadas conjuntamente para sua eficácia.

No Brasil, são atualmente cultivados apenas soja ou milho ou, quando muito, sucessão soja-milho em 23 milhões de hectares. Com a introdução de sistemas integrados lavoura-pecuária, além do aumento de produção de ambos os produtos e da matéria orgânica, pode-se regenerar o solo degradado e tornar o ambiente mais produtivo para qualquer cultura que for cultivada em sucessão (KHUTHCOUSKI, 2016).

O potencial produtivo do solo pode ser retomado em sistemas de manejo nos quais, por exemplo, sejam cultivadas plantas recuperadoras de solo, em cultivo exclusivo ou em consórcio. A proteção do solo com o estabelecimento de coberturas vivas ou mortas de espécies arbóreas ou herbáceas, eretas, de ciclo anual e de rápido estabelecimento da família Fabaceae (Syn. Leguminosae) tem sido considerada uma das alternativas mais efetivas no controle de sua degradação (NOGUEIRA et al., 2012; WUTKE et al., 2010; 2014).

Ainda, o consórcio entre espécies de leguminosas e gramíneas, desde que compatíveis entre si, é também particularmente benéfico aos sistemas de produção, pois, com ele, espera-se obter: aumento de biomassa e de matéria orgânica; fixação biológica de nitrogênio atmosférico, com consequente obtenção de efeitos positivos em algumas das características físicas, químicas e biológicas do solo; otimização de produtividade de culturas alimentícias e, ainda, qualidade de forragem para alimentação animal (BERTONI et al., 1972; BERTONI; LOMBARDI NETO, 2008; MIYASAKA, 1984; SCHUNKE, 2001; SILVA, 2014; TIRITAN et al., 2013).

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Nos consórcios em sistema plantio direto objetiva-se a diversidade de palha para cobertura do solo, já que, quando estabelecido com gramínea (poácea) e leguminosa (fabácea), há uma grande relação C/N na fitomassa da gramínea e, em decorrência, pode haver imobilização temporária do N no solo. No Brasil, ainda é limitada a inclusão de leguminosas no consórcio, seja para pastagens ou para a finalidade de cobertura do solo. Isso se deve à pouca tradição de cultivo de leguminosas forrageiras tropicais, ao preço da semente, ao tipo de planta e à persistência sob pastejo, quando o destino for a alimentação animal (BARCELLOS et al., 2008). Além disso, o manejo dos consórcios é considerado mais complexo do que no cultivo exclusivo devido aos efeitos de competição entre espécies da comunidade e ao desconhecimento de técnicos e produtores sobre o manejo. No caso de consórcio para pastagem, tem-se, ainda, a seletividade animal em relação aos componentes (BARCELLOS et al., 2000).

Uma das leguminosas recomendada é o guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.]. No consórcio para pastagens objetiva-se sua contribuição tanto para o aumento no crescimento e na palatabilidade das gramíneas, quanto e, sobretudo, no fornecimento contínuo de nitrogênio para estas, com consequente reflexo no aumento do teor de proteína; nessa situação tem sido particularmente mais utilizado um cultivar de ciclo curto, denominado anão (BONAMIGO, 1999), mas, também mais forrageiros, como IAC-Fava Larga e ‘BRS-Mandarim’. Essa espécie é anual ou semi-perene, arbustiva, e considerada o “zebu” das leguminosas, devido à sua rusticidade, mantendo-se verde durante todo o ano. Tem grande potencial e multiplicidade de uso em diferentes regiões brasileiras (Nordeste, Sudeste, Sul e Cerrados) como planta “protetora”, “recuperadora” e “mobilizadora” de nutrientes, em áreas degradadas, e na alimentação humana e animal, dentre outras finalidades de uso. Desenvolve-se muito bem em solos de reduzida fertilidade, de textura argilosa ou arenosa, com potencial de produção de fitomassa em situações de precipitação pluvial entre 200 a 400 mm. São produzidas 15 a 30 t ha-1 de fitomassa verde e 5 a 18 t ha-1 de fitomassa seca, em cortes a uma altura superior a 50 cm da superfície do solo. Seu sistema radicular é vigoroso, bem desenvolvido em profundidade, o que lhe confere resistência aos períodos prolongados de seca e capacidade para ser “subsolador biológico”, no rompimento de camadas compactadas do solo, com formação de pé-de-grade ou pé-de-arado. Podem ser fixados 41 até 280 kg ha-1 ano-1 de N, com evidência de efeitos benéficos em culturas em sucessão e ou em consórcio, devido às exsudações radiculares, como os ácidos piscídicos, responsáveis pela solubilização e disponibilização do P combinado ao Fe (BURLE et al., 2006; CALEGARI, 1995; MIYASAKA, 1984; PEREIRA, 1985; WUTKE et al., 2010; 2014). Salmi

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et al. (2006) obtiveram valores de N entre 188,2 e 261,3 kg ha-1, de P entre 7,2 e 9,4 kg ha-1 e rendimento de fitomassa seca de guandu entre 4,67 e 5,95 Mg ha-1.

Em semeaduras de guandu de ciclo normal em março, em Cerrado da região do Brasil Central, determinou-se rendimento médio de fitomassa seca ao redor de 6,0 t ha-1 em dois anos agrícolas (AMABILE et al., 1996). No Estado de São Paulo, na região de Mococa, também se constatou o grande potencial do guandu cv IAC-Fava Larga para produção de fitomassa verde e seca (respectivamente 22,4 e 4,9 t ha-1) e extração de nutrientes, particularmente no aporte de nitrogênio (186 kg ha-1), bem como menor valor médio de resistência à penetração, em seu cultivo de safrinha, em sistema plantio direto recém-implementado (WUTKE et al., 2013; 2016).

Em relação às gramíneas, cabe destacar as braquiárias (Urochloa spp.) que, tanto em cultivo exclusivo quanto em consórcio, têm resistência ao défice hídrico e elevada produção de fitomassa (BORGHI et al., 2006). Dentre as muitas espécies desse gênero, a braquiária-ruziziensis (U. ruziziensis) é particularmente vantajosa devido à sua adequada composição bromatológica, palatabilidade, produção uniforme de massa na parte aérea (PIRES, 2006; TRECENTI, 2005), rápido crescimento inicial, excelente cobertura do solo, facilidade de manejo para implantação de culturas anuais em sucessão (CHIODEROLI, 2010; CECCON et al., 2013) e capacidade para redução do nível de infestação e interferência das infestantes Cenchrus echinatus, Digitaria horizontalis e Ipomoea grandifolia (GIMENES et al., 2011). No cultivo exclusivo é também uma espécie muito promissora para a produção de fitomassa (MENEZES et al., 2009).

A utilização dessas duas espécies em consórcio é bastante interessante para os agricultores com problemas de manejo do solo, pois ambas são pouco exigentes em relação à correção de solo (SILVA, 2014).

O uso do consórcio braquiária / guandu tem sido uma alternativa não apenas para produção de silagem, mas também para recuperação de áreas de pastagem degradada. Em trabalho dessa natureza, utilizando cultivar de guandu de porte baixo (anão), Silva et al. (2010) determinaram mais produção de matéria seca na braquiária e incremento na área foliar do guandu com o aumento da proporção de cada espécie no consórcio. Os autores verificaram rendimento de massa seca superior na leguminosa apenas na sua proporção de 75% no consórcio ou no seu cultivo exclusivo.

Em estudos de Silva (2014), aos 114 dias após a emergência das plantas, foram determinados incrementos superiores de fitomassa verde e seca, em diferentes cortes, no consórcio guandu-anão + braquiária-ruziziensis, com valor máximo de 29,8 t fitomassa seca ha-1 e valor médio de 22,6 t fitomassa seca ha-1, em cinco arranjos populacionais, em

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relação ao monocultivo de ambas as espécies (8,42 e 14,32 t fitomassa seca ha-1, para braquiária e guandu, respectivamente), principalmente. Foi constatada, entretanto, a necessidade de realização de mais estudos comprobatórios para validação da eficácia de diferentes combinações de gramíneas e leguminosas, principalmente com as espécies anteriormente mencionadas, sobretudo para finalidade de alimentação animal.

Além do consórcio gramínea / leguminosa no outono-inverno, em muitos trabalhos têm sido comprovados benefícios dos adubos verdes para as culturas sucessoras, porém, na prática, a recomendação de uso dessas plantas não está adequada à maioria dos sistemas agrícolas existentes. Em muitas das vezes está restrita às pequenas áreas, e sobretudo de produção orgânica, havendo a necessidade de ampliação de utilização em áreas extensas e de forma prática ao agricultor, seja ele em sistema plantio direto ou em preparo convencional do solo. Além disso, com o consórcio de leguminosas com outras espécies, pretende-se estabelecer uma agricultura de custo reduzido e menos poluidora do ambiente (OLIVEIRA et al., 2010).

Nesse sentido, também o estudo do manejo da adubação nitrogenada em culturas sucessoras é pertinente, pois as leguminosas podem contribuir para culturas em consórcio ou sucessão (OLIVEIRA et al., 2010).

Com o aumento da matéria orgânica na camada superficial do solo, pode-se ter aumento da atividade microbiológica e alteração da dinâmica dos nutrientes, especialmente do nitrogênio (N), elemento diretamente relacionado ao teor de matéria orgânica. Esse nutriente pode ser menos disponibilizado às plantas, em determinado período, devido à sua imobilização mas, em áreas cultivadas em sistema plantio direto por mais tempo, há tendência para mais mineralização do N do que sua imobilização microbiana (SÁ, 1993).

Dentre as muitas tecnologias utilizadas para estabelecimento adequado de sistemas de produção sustentáveis, obtenção de incremento na rentabilidade dos agricultores e preservação ambiental, com destaque para a redução de emissões de gases de efeito estufa, destacam-se o plantio direto (SPD) e a fixação biológica do nitrogênio (FBN) (FEDERAÇÃO..., 2011). A relevância do SPD na palha, inclusive, está bem

documentada em distintas publicações, como nas compilações de Dechen (2007), Derpsch (1984), Landers (1995) e Sá (1993).

Para o equilíbrio de um sistema em plantio direto (SPD) são particularmente relevantes a manutenção e aumento do estoque e do aporte de nitrogênio (N) no solo como forma de contribuição à redução da degradação da matéria orgânica. Como o custo dos fertilizantes nitrogenados é elevado, com disponibilidade cada vez mais escassa, uma

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fonte possível, sustentável e econômica é a fixação biológica de N (FBN), realizada por leguminosas (fabáceas).

Nesse contexto, a adoção de leguminosas como adubos verdes é um fator bastante interessante a ser considerado nos distintos sistemas de produção em rotação, sucessão ou intercalares. Além da finalidade principal de cobertura e manutenção da matéria orgânica (MO) do solo, aventam-se, como possíveis benefícios advindos dessa cobertura vegetal a preservação e restauração da produtividade nas áreas em cultivo, sobretudo naquelas degradadas, em que os custos ambiental e econômicos são grandes. Dessa maneira e, como constatado a partir dos anos 90 no Estado de São Paulo, também se tem a possibilidade de sua inserção em sistemas de plantio direto e de integração lavoura-pecuária. Embora a quantidade máxima de nutrientes acumulados nas leguminosas seja constatada na fase de plena floração/início de formação de vagens, é possível seu cultivo até o final de seu ciclo, com consequente aproveitamento de seus grãos para diversas finalidades de uso: comercialização como sementes (renda extra), alimentação animal e até humana, além da cobertura do solo pelos resíduos culturais remanescentes. As leguminosas eretas, de ciclo anual e de rápido estabelecimento podem ser interessantes nessa tentativa de otimização ou mesmo de adequação do manejo de um solo com constatação de algum grau de compactação e em sistema plantio direto. Esperam-se, ainda, efeitos positivos dessa sucessão em características químicas e físicas do solo (WUTKE et al., 2009, 2014).

Ainda, o manejo das espécies na floração plena das plantas, sobretudo das leguminosas, tem sido o mais recomendado, quando se pretende ciclagem dos macronutrientes e maior aporte, sobretudo de nitrogênio (N), mas também de fósforo (P) e potássio aos sistemas de produção (BURLE et al., 2006; TEODORO et al., 2011; WUTKE et

al., 2009; 2014). Pode-se ressaltar, também, o potencial atrativo de insetos polinizadores pelas flores das leguminosas, o que pode ser muito relevante nas áreas agrícolas.

Neste estudo pretende-se determinar a capacidade de recuperação produtiva de um Argissolo Vermelho-Amarelo de textura argilosa, degradado, utilizando uma sucessão de culturas com “plantas recuperadoras de solo” como a braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis) e o guandu (Cajanus cajan), cv IAC-Fava Larga,em cultivo exclusivo e em coquetel, para otimização da produtividade de culturas graníferas, como as do feijão, sem e com parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura, e do milho (safra), em sistema plantio direto e sistema de preparo convencional do solo.

Objetiva, ainda, comprovar o potencial e a efetividade de efeitos em algumas características físicas e químicas do solo, provocados pelo sistema plantio direto, aliados

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ao cultivo temporário de espécies consideradas “recuperadoras do solo”, na recuperação de área degradada e compactada e na produtividade de culturas graníferas tradicionais na região como o feijão (safra das águas antecipada) e o milho (safra), cultivadas em sucessão. Com a adoção racional do conhecimento agronômico, espera-se que seja estabelecida uma adequada proposta de manejo em sistema plantio direto, demonstrando-se, aos agricultores da região de Mococa, que é possível tanto recuperar um solo degradado quanto obter, já de imediato, alguns efeitos positivos relacionados à: redução da compactação do solo, otimização dos rendimentos das culturas subsequentes de feijão e milho, tradicionais na região, além da melhoria de características químicas, biológicas e físicas do solo, particularmente de sua estrutura; no aproveitamento mais eficaz da água de chuva pelo aumento da capacidade de infiltração no perfil do solo, dentre outros.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em condições de campo, em área experimental no então Polo Regional Nordeste Paulista do Departamento de Descentralização e Desenvolvimento (DDD), atualmente reincorporado como Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Agronômico – IAC, no município de Mococa, SP (Figura 1).

Esteve localizado em um Argissolo Vermelho-Amarelo degradado, de textura argilosa, com severo grau de compactação no subsolo, após cinco anos de cultivo sucessivo em sistema sem preparo do solo ou com pouca mobilização da superfície, em Sistema Plantio Direto, e com pouca formação de cobertura morta (Figura 2). O histórico de utilização dessa área experimental está relacionado na Tabela 1.

Figura 1. Sede-Escritório Central da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Agronômico – IAC, no município de Mococa, SP.

F ot o: P au lo B ol le r G al lo

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Figura 2. Aspecto de um Argissolo Vermelho-Amarelo degradado e com pouco resíduo

de cobertura morta na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Agronômico – IAC, em 06/fevereiro/2017, no município de Mococa, SP.

Tabela 1. Histórico de utilização da área experimental em um Argissolo

Vermelho-Amarelo na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Agronômico – IAC, no município de Mococa, SP.

Ano Cultura Sistema de Preparo do Solo

2010 a

agosto/2011

Pinhão-manso com culturas intercalares: crotalária-júncea em 2010 e milho em 2011

Preparo Convencional Novembro/2011 a

Fevereiro/2012

Milho, cv Piratininga colhido como milho-verde Preparo Convencional Fevereiro a

Setembro/2012 Leguminosas adubos verdes, milheto e pousio (OBS: Início do Projeto PA 902/11) Manual, com mínimo revolvimento do solo, análogo ao do Sistema Plantio Direto (SPDireto)

Novembro/2012 a

Abril/2013 Milho IAC-8390 (OBS: Final Projeto PA 902/11) SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900

Junho a

Setembro/2013 Aveia-amarela SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900 Outubro/2013 a

Março/2014 Milho IAC-8390 SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900

Março a

Junho/2014 Feijão, cvs IAC-Imperador e IAC-Milênio SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900

Junho a

Dezembro/2014

Pousio ---

Dezembro/2014 a

Maio/2015 Milho Preparo Convencional do Solo

Maio a

Setembro/2015 Triticale SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900

Setembro a

Novembro/2015 Feijão, quatro cvs Preparo Convencional do Solo

Novembro/2015 a

Fevereiro/2016 Milho IAC 8390 Preparo Convencional do Solo

Março a

Junho/2016 Feijão SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900

Outubro/2016 a

Fevereiro /2017 Pousio ---

Março/2017

(Início PA 2200/17)

Plantas de cobertura braquiária-ruziziensis e guandu, em cultivo exclusivo e em consórcio

SPDireto, semeadora Jumil Exacta 2900 F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

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Em 06/fevereiro/2017, antes do manejo do solo na área total, foram realizadas algumas avaliações, para diagnóstico inicial do grau de compactação e do nível de

fertilidade do solo. Na ocasião foram coletadas amostras de solo em seis pontos

aleatórios na área experimental, nas profundidades de 0-20, 20-40 e 40-60 cm para realização de análises de dispersão de argila e determinação gravimétrica do teor percentual de água e a 0-20cm, para realização de análises químicas. Foram também realizadas leituras com penetrômetro de impacto, modelo IAA/PLANALSUCAR (STOLF et

al., 1983), em 12 pontos representativos, para estimativa do perfil de resistência à penetração de água, como indicativo do grau de compactação até a profundidade de 0,6m; os resultados serão analisados segundo Stolf (1991) e Stolf et al. (1983).

Em 13/fevereiro/2017 foi realizada operação mecânica de movimentação do solo com grade-aradora, seguida de escarificador, em solo muito seco; nos primeiros cinco dias desse mês, foram determinados apenas 60 mm de precipitação pluvial.

Em 06/março/2017 fez-se o destorroamento e o nivelamento do solo, seguindo-se

a sulcação da área em linhas propositadamente espaçadas 0,30m entre si, visando mais

concentração futura de raízes m-2.

Em 08/março/2017 fez-se adubação manual com 500 Kg de superfosfato simples e distribuíram-se, também manualmente, sementes de quatro tratamentos de plantas de

cobertura: cultivos exclusivos de braquiária-ruziziensis [Urochloa ruziziensis (Sin.

Brachiaria ruziziensis)], cv Comum, e de guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, e cultivos em consórcio de braquiária-ruziziensis (75%) + guandu (25%) e de braquiária-ruziziensis (25%) + guandu (75%). Os tratamentos foram distribuídos em delineamento estatístico de blocos ao acaso com oito repetições, num total de 32 parcelas com 3,0 m de largura e 6,5m de comprimento cada (área: 19,5m2).

Todas as plantas de cobertura desses tratamentos foram mantidas no local até meados de julho/2017, ocasião em que as de guandu estavam com vagens em início de desenvolvimento e as de braquiária-ruziziensis no início da formação de espigas. Foram então manejadas, picadas e dessecadas com herbicida, após 15 a 20 dias da operação anterior.

Em 01/novembro/2017 foi semeada a cultura do feijão, cv IAC-Milênio, em área total e na qual foram adotados tratamentos distribuídos em esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram correspondentes a dois tratamentos prévios, de preparo ou não do solo: sistema plantio direto (SPD) e preparo convencional (PC) com aração e gradagem, mais tratamento com cultivo prévio de planta de cobertura. Foram distribuídos em faixas alternadas, sendo duas para cada sistema de

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preparo ou não do solo, com duas repetições de cada tratamento de planta de cobertura em cada faixa. A subparcela foi correspondente à aplicação ou não de 80 kg ha-1 de nitrogênio em cobertura na leguminosa, na forma de ureia, aos 10 e 20 dias após a emergência (DAE). Até a floração da cultura foram realizados alguns tratos culturais necessários, como: controle de pragas, doenças e plantas infestantes.

Em pontos representativos da área inicialmente em pousio e, posteriormente nas áreas úteis de quatro repetições de cada parcela com plantas de cobertura e nas de subparcelas com feijão, cv IAC-Milênio, cultivado na sequência, foram coletadas amostras de planta e de solo e realizadas as seguintes avaliações:

a) Em 06/fevereiro/2017, na área em pousio, antes da semeadura das plantas de cobertura:

- coleta de amostras de solo para análise granulométrica na área experimental nas profundidades de 0-20 cm, 20-40cm e 40-60cm;

- avaliação do grau de compactação inicial em doze pontos representativos da área experimental em pousio, estimando-se o perfil de resistência à penetração na área por meio de penetrômetro de impacto, modelo IAA/PLANALSUCAR (STOLF et al., 1983), até a

profundidade de 0,6m;

- coletadas amostras de solo aleatoriamente, em seis pontos representativos da área experimental, nas profundidades 0-20 cm, 20–40cm e 40–60 cm, para posterior determinação do teor % de água. Estas foram acondicionadas em latas de alumínio vedadas com fita crepe, no próprio local de coleta, para determinação do peso úmido da amostra (PU). O peso seco (PS) da amostra foi determinado após secagem em estufa elétrica a ± 105°C por 48hs, descontando-se o peso da tara da lata. O teor de água (U%) foi calculado pela fórmula U%= [(PU – PS)/PS] x 100.

- coletadas amostras do solo em pousio, em seis pontos representativos na área, nas profundidades 0-20cm, 20-40cm e 40-60cm para realização de análises químicas e posterior determinação de teores de macro e micronutrientes, conforme metodologia descrita por Raij e Quaggio (1983), com unidades expressas no Sistema Internacional (CANTARELLA e ANDRADE, 1992).

b) Em 20 de junho de 2017, na floração plena/início de formação de vagens nas plantas de guandu e ao início de formação de espigas nas plantas de braquiária-ruziziensis (Figuras 3 e 4).

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Figura 3. Vista geral de experimento com plantas de cobertura (braquiária-ruziziensis e

guandu), em cultivo exclusivo e em consórcio. Mococa, SP, 20/junho/2017.

Figura 4. Plantas de guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, na plena

floração (a) e de braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis), cv Comum (b), no início de formação de espigas. Mococa, SP, 20/junho/2017.

Aos cerca de 15 a 20 dias antes do manejo das plantas das espécies de cobertura e em quatro repetições representativas de cada tratamento de planta de cobertura (16 parcelas), foram realizadas avaliações e coletas de:

- altura média do dossel, com régua graduada em cm, em oito plantas escolhidas aleatoriamente na parcela; nos consórcios foi avaliada a altura de plantas de ambas as espécies, em número proporcional ao do consórcio;

- estande e rendimento de fitomassa verde, em kg m-2, em plantas inteiras cortadas rentes à superfície do solo, em área útil de 0,6m2, correspondente a duas linhas de 1,0 m de comprimento espaçadas 0,3m entre si. O material amostrado foi encaminhado para secagem em estufa elétrica, com ventilação forçada a ± 80°C, por 72 hs, para determinação do peso de fitomassa seca.

- amostragem do solo em ponto central de cada uma das 16 parcelas, em três profundidades (0-20 cm, 20-40 cm e 40-60 cm) para realização de análises químicas e

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke (a) (b) F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

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determinações dos teores de macro (incluindo-se N) e micronutrientes (total de 48 amostras), na floração e antes da colheita dos grãos;

- coleta de dez plantas inteiras/tratamento que foram secas ao ar, em temperatura ambiente, moídas e encaminhadas para o laboratório de análise química de plantas do IAC para realização de análises químicas e determinações da concentração de macro e micronutrientes na parte aérea total da planta (total de 16 amostras de plantas);

- estimativa do acúmulo de macro e micronutrientes, em g m-2, na floração, calculado pelo produto dos teores médios de nutrientes nas amostras compostas (uma por tratamento) das plantas, determinados nas análises, e dos valores de rendimento de massa seca; - avaliação da resistência do solo à penetração (RP) para determinação do grau de compactação, por meio de leituras com penetrômetro de impacto, modelo IAA/PLANALSUCAR, até a profundidade de 60cm, como descrito anteriormente;

- coleta de amostras de solo em ponto central de cada parcela e nas três profundidades (0-20cm, 20-40cm e 40-60cm) para determinação gravimétrica do teor percentual de água, como descrito anteriormente;

- relato de eventual incidência de doenças e pragas durante o ciclo das plantas;

c) Em 12/dezembro/2017, na cultura sequencial do feijão, cv IAC-Milênio, no início da floração das plantas (Figuras 5 e 6):

Figura 5. Vista geral de experimento com plantas de feijão, cv IAC-Milênio, em sistema de

preparo convencional do solo e sistema plantio direto. Mococa, SP, 12/dezembro/2017.

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

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Figura 6. Plantas de feijão cv IAC-Milênio em parcela em sistema de plantio direto (a) e

com preparo convencional do solo (b). Mococa, SP, 12/dezembro/2017. Foram realizadas avaliações e coletas de:

- altura média do dossel em dez plantas escolhidas aleatoriamente em 64 subparcelas; - realização de leituras com clorofilômetro portátil modelo Minolta SPAD-502 Plus, em unidades SPAD, para estimativa do teor de nitrogênio na planta. Fez-se a leitura no terço médio a superior de seis plantas escolhidas aleatoriamente na subparcela, utilizando-se o valor médio de cinco leituras realizadas da base para o ápice no folíolo mediano de folha imediatamente abaixo de alguma inflorescência (subtotal: 30 dados/subparcela). O valor médio de cada tratamento (subparcela) foi correspondente a 120 dados (cinco dados coletados em cada folíolo/planta em seis plantas por parcela x quatro repetições);

- amostras de folhas do terço médio em plantas, para realização de análises químicas e determinações dos teores de macro (incluindo-se o N) e micronutrientes (subtotal de 32 amostras, sendo duas repetições/subparcela);

d) Em 09 e 10/janeiro/2018, ainda na cultura sequencial do feijão, cv IAC-Milênio, na plena floração e início de formação de vagens (Figura 7):

Figura 7. Vista parcial da área experimental, com faixas em sistema plantio direto (à

esquerda) e em preparo convencional do solo (à direita). Mococa, SP, 09/janeiro/2018.

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke (a) (b) F ot o: L eo na rd o R . T ei xe ira

(15)

Foram realizadas avaliações e coletas de:

- avaliação da resistência do solo à penetração (RP) para determinação do grau de compactação nas 64 subparcelas, por meio de leituras com penetrômetro de impacto, modelo IAA/PLANALSUCAR, até a profundidade de 70cm, como descrito anteriormente; - coleta aleatória de amostras de solo em duas repetições de cada subparcela, em três profundidades (0-20, 20-40 e 40-60 cm) para determinação gravimétrica do teor de água; - relato de eventual incidência de doenças, pragas e viroses;

e) A partir de 24/05/2018, na cultura sequencial do milho híbrido IAC-8077, no desenvolvimento inicial das espigas (Figura 8) e após a colheita foram realizadas

avaliações e coletas de:

Figura 8. Aspecto da cultura de milho híbrido IAC-8077, por ocasião da coleta de plantas

para determinação de teores foliares de macro e micronutrientes e de rendimento de fitomassa verde. Mococa, SP, 24 e 25/5/2018.

- resistência do solo à penetração (RP) por penetrômetro de impacto, modelo IAA/PLANALSUCAR, e resultados analisados segundo Stolf (1991), em cada subparcela; - amostras de solo em ponto central de cada subparcela, em três profundidades (0-20 cm, 20-40 cm e 40-60 cm) para posterior determinação gravimétrica do teor de água;

- amostras de solo simples, em ponto central de cada subparcela (cada tratamento x 4 repetições), a 0-20 cm de profundidade, na fase de formação de espigas nas plantas de milho, para realização de análises químicas (macro e micronutrientes, N) (subtotal de 64 amostras);

- altura média do dossel em dez plantas escolhidas aleatoriamente na plena floração, em cada subparcela; F ot os : E la in e B ah ia W ut ke

(16)

- leitura em unidades SPAD, com clorofilômetro portátil, na plena floração em seis plantas na subparcela. Em cada planta realizaram-se três leituras ao longo de uma folha imediatamente abaixo da inserção da 1ª ou 2ª espiga, anotando-se o dado médio dessas três leituras, para estimativa do teor de nitrogênio na planta;

- coleta aleatória de 16 amostras foliares compostas a partir de 10 amostras foliares simples/planta na subparcela (10 folhas completas da base da 1ª ou da 2ª espiga em cada tratamento x 4 repetições), na fase de formação inicial de espigas, para realização de análises químicas e determinação dos teores de macronutrientes (incluindo-se o N) e micronutrientes (subtotal de 16 amostras)

- rendimentos de fitomassa verde e seca na fase inicial de desenvolvimento das espigas, cortando-se as plantas rentes à superfície do solo, em uma linha de 1,0 m de comprimento na subparcela, anotando-se também o estande.

- relato de eventual incidência de doenças, pragas e viroses;

- estande final e do rendimento de espigas e grãos em duas linhas centrais;

- estimativa da massa de mil sementes (M1000) em gramas, determinada com oito repetições de 100 sementes por bloco, calculando-se a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação dos valores obtidos (BRASIL, 2009);

- realização de testes para caracterização da qualidade fisiológica de sementes, por meio de determinação do grau de umidade das sementes e de testes de germinação e de vigor (envelhecimento acelerado), segundo as instruções das Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Os referidos testes estão descritos a seguir:

◊ Grau de umidade (Teor de água): determinado antes e após a realização do teste de

envelhecimento artificial pelo método da estufa, a 105 0C, por 24 horas, em uma amostra de 10 g para cada repetição;

◊ Teste de germinação: instalado com quatro amostras de 50 sementes por

subparcela, tendo como substrato o rolo de papel do tipo Germiteste, umedecido com quantidade equivalente a 2,5 vezes a massa do substrato seco. Os rolos foram depositados uniformemente em posição vertical dentro do germinador, com alternância de temperatura (20° - 30 °C), luz constante e umidade relativa do ar entre 90 e 95%. As avaliações foram realizadas aos quatro e aos sete dias após a semeadura, sendo então determinadas as porcentagens de plântulas normais, anormais, infectadas e mortas;

◊ Teste de vigor/Envelhecimento acelerado/EA (procedimento tradicional): realizado

com quatro repetições por subparcela e em caixas plásticas (11x11x3,5cm) como compartimento individual (mini-câmaras), possuindo em seu interior uma bandeja de tela

(17)

metálica, onde foram distribuídas aproximadamente 220 sementes, de maneira a formarem uma camada simples. Foram adicionados 40 mL de água ao fundo de cada caixa e estas foram mantidas a 410C, durante 48horas. Em seguida, quatro amostras de 50 sementes de cada subparcela foram submetidas ao teste de germinação conforme já descrito anteriormente. A contagem foi realizada aos quatro e aos sete dias após a semeadura e, os resultados, expressos em percentagem média de plântulas normais. Antes e após a realização do teste de EA foi determinado o teor de água das sementes como anteriormente descrito, para verificação da precisão da metodologia.

Os dados tabulados foram submetidos à análise estatística e os contrastes das médias foram comparados pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade, com transformação daqueles em porcentagem para arcoseno √%/100. Os dados de resistência do solo à penetração foram analisados segundo Stolf (1991) e Stolf et al. (1983).

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO

As amostras de solo coletadas em 06/fevereiro/2017 foram encaminhadas para realização de análises granulométrica (Tabela 2) e de características químicas (macro e micronutrientes) (Tabela 3).

Os dados das leituras com penetrômetro de impacto, coletados em doze pontos representativos na área experimental (Tabela 4; Figuras 9 e 10) e do grau de umidade (Tabela 5) do solo da área, coletados no mesmo dia, estão relacionados a seguir.

Tabela 2. Classificação textural e composição (% e em g kg-1) de um Argissolo Vermelho-Amarelo em Mococa, SP.

Profundi-dade

(cm)

Argila (%) Silte (%) Areia (g kg-1) Classificação

textural

Total Grossa Fina

< 0,002 mm 0,053 - 0,002 mm 2,00 - 0,053 mm 2,00 - 0,210 mm 0,210 - 0,053 mm 0-20 50,1 11,6 38,3 29,1 9,2 Argila 20-40 46,4 11,6 42,0 31,7 10,3 Argila 40-60 60,4 8,6 31,0 23,6 7,4 Muito Argilosa Profundi-dade (cm)

Argila (g kg-1) Silte (g kg-1) Areia (g kg-1) Classificação

textural

Total Grossa Fina

< 0,002 mm 0,053 - 0,002 mm 2,00 - 0,053 mm 2,00 - 0,210 mm 0,210 - 0,053 mm

0-20 501 116 383 291 92 Argila

20-40 464 116 420 317 103 Argila

40-60 604 86 310 236 74 Muito Argilosa

(18)

Pelas informações da referida Tabela 2, a textura do solo da área experimental foi considerada argilosa nas profundidades 0-20 cm (Amostra IAC nº 79.004) e 20-40 cm (Amostra IAC nº 79.005) e muito argilosa a 40-60 cm (Amostra IAC nº 79.006).

Tabela 3. Características químicas em três profundidades de um solo Argissolo

Vermelho-Amarelo degradado e em pousio. Mococa, SP, 06/Fevereiro/2017.

Parâmetro 0 – 20 cm 20-40 cm 40-60 cm pH 5,6 5,1 5,3 Matéria Orgânica (g dm-3) 14,1 11,6 8,0 V (%) 75,9 64,3 58,6 CTC (mmolc dm-3) 70,2 54,1 46,4 H + Al (mmolc dm-3) 16,2 18,9 18,8

Soma Bases (mmolc dm-3) 53,2 34,9 27,1

Nitrogênio (g kg-1) 0,69 0,52 0,40 Fósforo (mg dm-3) 30,5 10,2 8,5 Potássio (mmolc dm-3) 0,68 0,61 0,57 Cálcio (mmolc dm-3) 41,2 25,7 18,8 Magnésio (mmolc dm-3) 12,1 8,9 8,2 Boro (mg dm-3) 0,17 0,14 0,12 Cobre (mg dm-3) 0,95 0,81 0,50 Ferro (mg dm-3) 17,1 12,9 7,1 Manganês (mg dm-3) 7,3 4,5 1,9 Zinco (mg dm-3) 1,2 0,9 0,5

A fertilidade inicial do solo estava baixa a média. A acidez inicial estava média no perfil do solo e a saturação por bases estava alta a média, sendo decrescente em profundidade.

Para o solo do estudo, cuja textura é argilosa até 40 cm e muito argilosa de 40 a 60 cm (Tabela 2) os teores de matéria orgânica (MO) são muito inferiores aos da faixa considerada adequada, que é 31 a 60 g dm-3; isso é indicativo de acelerado processo de mineralização da MO nesse solo. A MO no solo é importante por ser fonte de nutrientes – principalmente de N, S, e B e por ser proporcionada mais agregação entre as partículas do solo e, consequentemente, mais aeração e mais capacidade de retenção de água, além da contribuição na elevação da CTC e do poder tampão do solo.

Os teores de P são decrescentes em profundidade sobretudo de 0-20 cm para 20-40 cm, com gradiente ao perfil do solo, indicativo de sua reduzida mobilidade no perfil do solo; são considerados “médios” a 0-20 cm e “baixo” nas demais. Os teores de K são muito baixos com pouca variação nas três profundidades amostradas.

(19)

Os teores de Ca e os de Mg são decrescentes em profundidade e estão bastante elevados; o teor de Mg pode ser considerado muito alto a 0-20 cm e alto a partir dessa profundidade.

O teor de B é muito baixo nas três profundidades, o que pode estar relacionado ao reduzido teor de matéria orgânica nessa área experimental. Os teores de Cu estão altos nas duas primeiras profundidades e médio a 40-60 cm.. Os teores de Fe estão muito altos e são decrescentes com a profundidade. Os teores de Mn também são decrescentes no perfil do solo, sendo altos a 0-20 cm e médios nas demais camadas. Os teores de Zn são médios até 40 cm e baixos a 40-60cm.

Em doze pontos representativos na área experimental em pousio (Figura 9) foram realizadas leituras da resistência do solo à penetração com penetrômetro de impacto, até a profundidade de 0,6m (Figura 10), com transformação dos dados em MPa (unidade de pressão). Os dados de grau de umidade % do solo, em três profundidades, determinados em seis pontos representativos (pontos 1 a 6) na referida área estão na Tabela 4.

Figura 9. Diagrama da localização dos pontos amostrados para resistência à penetração

no perfil do solo em área experimental em pousio. Mococa, SP, 06/fevereiro/2017.

Pto6 Pto5 Pto7 Pto4 Pto8 Pto3 Pto10 Pto9 Pto11 Pto2 Pto1 Pto12

(20)

Figura 10. Valores médios de resistência do solo à penetração, em MPa, e respectivos

erros-padrão das médias obtidas em profundidade em Argissolo Vermelho-Amarelo, em pousio. Mococa, SP, 06/fevereiro/2017.

Tabela 4. Valores do grau de umidade % do solo, em três profundidades, determinados

em seis pontos representativos em área experimental em pousio, em um Argissolo Vermelho-Amarelo, Mococa, SP, 06/fevereiro/2017.

Prof.cm Pto 1 Pto2 Pto 3 Pto4 Pto 5 Pto 6 Total Média

0-20 18,09 19,33 20,10 19,32 18,64 20,19 115,7 19,3

20-40 24,34 21,11 25,30 20,45 24,53 21,19 136,9 22,8

40-60 27,09 25,97 24,59 28,15 27,13 26,47 159,4 26,6

Pelos dados médios de resistência do solo à penetração no perfil, determinados em doze pontos representativos (Figura 10), constata-se, no início do desenvolvimento das atividades do projeto, maiores valores de compactação, entre 2,5 e 2,75 MPa, na camada imediatamente abaixo de 20cm de profundidade. Tal fato pode estar associado ao manejo convencional de preparo do solo para cultivos anteriores do feijão e do milho, uma vez que nas operações de aração e gradeação, tem-se o revolvimento do solo até a profundidade de trabalho dos implementos. Inclusive, já a partir dos 5 cm de profundidade há um aumento do valor da resistência para até 2,25 MPa. De 20 a 40 cm há uma tendência para redução dos valores para até 1,75 MPa, em torno dos 35 cm de profundidade. Na camada mais profunda (40-60 cm) houve até redução para 1,0 MPa em 60cm. No geral, os valores no perfil do solo, de 0 a até 60cm de profundidade,estiveram na faixa entre 1,0 e 2,75 MPa.

(21)

Os valores de teor percentual de água foram crescentes e diferenciados nas três profundidades (Tabela 4), sendo em média, de 19,3%, 22,8% e 26,6%, respectivamente nas camadas 0-20cm, 20-40cm e 40-60cm.

Em 08/março/2017 fez-se a semeadura das espécies de plantas de cobertura,em cultivo exclusivo e em consórcio. Em 20/Junho/2017 fez-se coleta de dados de altura média do dossel e da quantidade de fitomassa verde e seca (Figuras 11 e 12; Tabela 5).

Decidiu-se pela fase de floração plena/início de formação de vagens no guandu e de início de formação de espigas na braquiária-ruziziensis para a determinação da quantidade produzida de fitomassa verde por serem esses o estádio vegetativo reconhecido em distintas compilações de literatura como o mais indicado para manejo dos adubos verdes, particularmente das fabáceas e quando se pretende disponibilizar quantidade significativa de N, P e K aos agroecossistemas (BURLE et al., 2006; COSTA et

al., 1993; CURSO..., 1993; ESPINDOLA et al., 2005; FREITAS, 1994; MIYASAKA, 1984; MUZILLI

et al., 1980; TRANI et al., 1989; WILDNER et al., 2004; WUTKE et al., 2009). Esse fato é

reforçado em resultados de Teodoro et al. (2011).

Figura 11. Aspecto de parcelas com os tratamentos de plantas de cobertura,

braquiária-ruziziensis (Urochloa braquiária-ruziziensis) e guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], em cultivo exclusivo e em consórcio, em 20/Junho /2017, no município de Mococa, SP.

Braquiária 100% Guandu 100%

Braquiária 25% + Guandu 75% Braquiária 75% + Guandu 25%

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

(22)

Figura 12. Pesagem local da quantidade de fitomassa verde produzida nos tratamentos

de plantas de cobertura, braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis) e guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], em cultivo exclusivo e em consórcio, em 20/Junho /2017, Mococa, SP.

Tabela 5. Altura média de plantas, quantidades de fitomassa verde e seca de

braquiária-ruziziensis (Urochloa braquiária-ruziziensis) cv Comum e de guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga, respectivamente nas fases de formação de espigas e na plena floração, em cultivo exclusivo ou em consórcio. Mococa, SP, 20/Junho/2017.

Planta de Cobertura1/ Altura Fitomassa verde Fitomassa seca

--- m -- -- kg 0,6m-2 -- ---- T ha-1 ---- -- kg 0,6m-2 -- ---- T ha-1 ---- Braquiária-ruziziensis 1,24 c 3,89 a3/ 64,8 0,63 a3/ 10,5 Guandu 1,57 a 2,29 a 38,2 0,43 a 7,2 Br25% +Gu75% 1,42 b 2,76 a 46,0 0,53 a 8,8 Br75% + Gu25% 1,42 b 3,02 a 50,3 0,53 a 8,8 Média 1,41 2,99 49,8 0,53 8,8 CV% 7,0 30,6 -- 25,4 -- d.m.s.5% 0,14 2,0 -- 0,3 --

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na vertical não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

1/Plantas de cobertura Braquiária (Urochloa ruziziensis), cv Comum e Guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, em cultivo exclusivo ou em coquetel em duas proporções (25%+75% e 75% + 25%).

Ainda que constatada diferença significativa, como esperado, na altura das plantas das espécies, com superioridade nas de guandu em cultivo exclusivo e valores intermediários nos consórcios com a braquiária, essa tendência não foi manifestada na produção de fitomassa. Não houve diferença estatística entre as quantidades produzidas de fitomassa verde e seca, seja no cultivo exclusivo seja no consórcio. Isso pode estar relacionado à maior proporção de carbono na massa das gramíneas.

Na literatura há relatos comprobatórios da adaptação às condições de défice hídrico e do potencial produtivo de fitomassa em cultivos de safrinha do guandu (WUTKE,

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

(23)

1987; PEREIRA, 1985; AMABILE et al., 1996; BURLE et al., 2006; SALMI et al., 2006; WUTKE et al., 2010; 2013; 2014; 2016) e da braquiária (TRECENTI, 2005; BORGHI et al., 2006; PIRES, 2006).

Em estudos de Silva (2014), aos 114 dias após a emergência das plantas, foram determinados incrementos superiores de fitomassa verde e seca, em diferentes cortes, no consórcio guandu-anão + braquiária-ruziziensis, com valor máximo de 29,8 t fitomassa seca ha-1 e valor médio de 22,6 t fitomassa seca ha-1, em cinco arranjos populacionais, em relação ao monocultivo de ambas as espécies (8,42 e 14,32 t fitomassa seca ha-1, para braquiária e guandu, respectivamente), principalmente. Foi constatada, entretanto, a necessidade de realização de mais estudos comprobatórios para validação da eficácia de diferentes combinações de gramíneas e leguminosas, principalmente com as espécies anteriormente mencionadas, sobretudo para finalidade de alimentação animal.

Salmi et al. (2006) obtiveram valores rendimento de fitomassa seca de guandu entre 4,7 e 6,0 T ha-1. Em situação de consórcio dessas espécies foram determinados mais produção de matéria seca na braquiária e incremento na área foliar do guandu, cultivar de porte baixo, com o aumento da proporção de cada espécie no consórcio (SILVA et al., 2010).

Na região de Mococa, São Paulo, também se constatou o potencial do guandu cv IAC-Fava Larga para produção de fitomassa verde e seca (respectivamente 22,4 e 4,9 T ha-1), em cultivo de safrinha, em sistema plantio direto recém-implementado (WUTKE et al., 2013; 2016). Embora sem diferenças significativas entra os tratamentos de plantas de cobertura, constata-se algum destaque para a braquiária-ruziziensis em cultivo exclusivo, condição em que essa poácea também já foi considerada uma espécie muito promissora para a produção de fitomassa (MENEZES et al., 2009).

Em trabalho com guandu, porém com um cultivar de porte baixo (anão), Silva et al. (2010) determinaram mais produção de matéria seca na braquiária e incremento na área foliar do guandu com o aumento da proporção de cada espécie no consórcio. Os autores verificaram rendimento de massa seca superior na leguminosa apenas na sua proporção de 75% no consórcio ou no seu cultivo exclusivo.

Nessa mesma ocasião foram constatados sintomas típicos da incidência de oídio (Oidiopsis taurica) no terço inferior das plantas de guandu na plena floração, porém, sem qualquer prejuízo ao posterior desenvolvimento dessa leguminosa (Figura 13).

(24)

Figura 13. Sintomas de oídio causado pelo fungo Oidiopsis taurica em folíolos do terço

inferior de plantas de guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp], cv IAC-Fava Larga. Mococa, SP, 20 de junho de 2017.

As características químicas e os teores de macro e micronutrientes determinados nesse Argissolo Vermelho-Amarelo cultivado com as plantas de cobertura, braquiária-ruziziensis e guandu, em cultivo exclusivo e em consórcio, nos momentos respectivos da formação de espigas e de plena floração dessas plantas de cobertura estão respectivamente relacionados nas Tabelas 6, 7 e 8.

Para alguns parâmetros do solo não foram determinadas diferenças significativas entre os tratamentos de plantas de cobertura nem na interação entre eles e a profundidade mas apenas entre as diferentes profundidades amostradas (Tabela 6).

Os valores médios de matéria orgânica (MO), de saturação por bases (V%) e de capacidade de troca catiônica (CTC) foram decrescentes e estatisticamente distintos em cada uma das três profundidades no perfil. Houve um incremento nos teores de matéria orgânica, sobretudo a 40-60cm, mas todos os valores ainda continuaram muito inferiores aos da faixa considerada adequada (31 a 60 g dm-3) para solos de textura argilosa ou muito argilosa, como no presente caso. Isso pode ser devido ao período de manutenção das plantas de cobertura na área, o qual deverá ser extendido em situação similar de solo degradado ou, ainda, essa cobertura poderá ser repetida no ano seguinte.

A acidez,que originalmente era média em todas as profundidades (Tabela 3), tornou-se baixa em todas as profundidades e tratamentos de plantas de cobertura; também a saturação por bases foi mantida em relação à situação anterior, estando média na quase totalidade das situações e alta a 0-20 cm. Isso é indicativo de condições favoráveis, em média, à maioria das plantas agrícolas cultivadas.

F ot o: E la in e B ah ia W ut ke

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Tabela 6. Características químicas de um Argissolo Vermelho-Amarelo cultivado com

braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis) cv Comum e guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga, respectivamente nas fases de formação de espigas e na plena floração, em cultivo exclusivo ou em consórcio, em diferentes profundidades. Mococa, SP, 20/Junho/2017.

Planta de Cobertura1/

Matéria Orgânica pH - CaCl2

0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- g dm-3 ---Braquiária 15,8 14,5 9,0 13,1 a 6,0 5,8 5,8 5,9 a Guandu 15,8 12,0 8,5 12,1 a 6,0 5,7 5,8 5,8 a Br25+ Gu75 15,0 11,8 7,8 11,5 a 6,0 5,7 5,7 5,8 a Br75 + Gu25 15,5 12,3 10,0 12,6 a 5,6 5,5 5,5 5,5 a Média 15,5 A 12,6 B 8,8 C -- 5,9 A 5,7 B 5,7 B --

CV% Profund.: 12,8; Planta Cobertura: 17,3 Profund.: 4,1; Planta Cobertura: 3,3

Planta de Cobertura1/ V CTC 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- % --- --- mmolc dm-3 ---Braquiária 76,8 66,5 59,0 67,4 a 76,4 58,5 48,8 61,2 a Guandu 76,5 65,5 61,5 67,8 a 69,1 55,9 46,8 57,3 a Br25+ Gu75 77,0 63,0 57,3 65,8 a 75,6 54,8 46,0 58,8 a Br75 + Gu25 73,3 62,0 56,8 64,0 a 70,5 52,2 46,8 56,5 a Média 75,9 A 64,3 B 58,6 C 72,9 A 55,3 B 47,1 C --

CV% Profund.: 5,6; Planta Cobertura: 6,6 Profund.: 6,4; Planta Cobertura: 15,3

Planta de Cobertura1/ H + Al SB 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mmolc dm-3 ---Braquiária 16,0 18,3 18,3 17,5 a 60,4 40,2 30,6 43,7 a Guandu 15,8 18,8 17,5 17,3 a 53,4 37,1 29,3 39,9 a Br25+ Gu75 16,5 19,8 18,8 18,3 a 59,1 35,1 27,2 40,4 a Br75 + Gu25 17,8 21,8 19,8 19,8 a 52,7 33,0 27,1 37,6 a Média 16,5 B 19,6 A 18,6 A -- 56,4 A 36,3 B 28,5 B --

CV% Profund.: 10,3; Planta Cobertura: 12,1 Profund.: 13,1; Planta Cobertura: 24,4

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

1/Plantas de cobertura Braquiária (Urochloa ruziziensis), cv Comum e Guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, em cultivo exclusivo ou em coquetel em duas proporções (25%+75% e 75% + 25%).

Em relação aos macronutrientes (Tabela 7), em todos os tratamentos de plantas de cobertura e para todos os parâmetros determinados verificou-se um aumento nos teores em relação à situação anterior do solo, sendo particularmente mais pronunciado para o K, até 40cm, sendo poucos para Ca e Mg. À exceção do constatado para o K, elemento muito móvel no perfil do solo, houve um decréscimo nos teores dos macronutrientes no perfil do solo; os de P foram particularmente maiores a 0-20cm.

(26)

Tabela 7. Teores de macronutrientes de um Argissolo Vermelho-Amarelo cultivado com

braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis) cv Comum e guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga, respectivamente nas fases de formação de espigas e na plena floração, em cultivo exclusivo ou em consórcio, em diferentes profundidades. Mococa, SP, 20/Junho/2017.

Planta de Cobertura1/

Nitrogênio Total Fósforo

0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- g kg-1 --- --- mg dm-3 --- Braquiária 0,83 0,70 0,43 0,65 a 44,3 20,8 17,3 27,4 a Guandu 0,73 0,50 0,40 0,54 b 27,8 11,0 7,0 15,3 b Br25+ Gu75 0,80 0,60 0,43 0,61 ab 32,3 11,8 8,5 17,5 ab Br75 + Gu25 0,75 0,55 0,50 0,60 ab 33,8 9,5 7,3 16,8 ab Média 0,78 A 0,59 B 0,44 C -- 34,5 A 13,3 B 10,0 B --

CV% Profund.: 8,0; Planta Cobertura: 17,8 Profund.: 36,2; Planta Cobertura: 57,4

Planta de Cobertura1/ Potássio Cálcio 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mmolc dm-3 --- --- mmolc dm-3 ---Braquiária 0,90 0,73 0,58 0,73 a 45,5 29,5 21,5 32,2 a Guandu 1,10 1,13 0,55 0,93 a 39,5 26,5 20,0 28,7 a Br25+ Gu75 0,88 0,80 0,48 0,72 a 44,5 25,0 18,8 29,4 a Br75 + Gu25 0,73 0,70 0,55 0,66 a 39,8 23,3 18,8 27,3 a Média 0,90 A 0,84 A 0,54 B 42,3 A 26,1 B 19,8 C

CV% Profund.: 34,4; Planta Cobertura: 37,9 Profund.: 12,6; Planta Cobertura: 26,1

Planta de Cobertura1/ Magnésio 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mmolc dm-3 --- Braquiária 14,0 10,0 8,5 10,8 a -- -- -- -- Guandu 12,8 9,5 8,8 10,3 a -- -- -- -- Br25+ Gu75 13,8 9,3 8,0 10,3 a -- -- -- -- Br75 + Gu25 12,3 9,0 7,8 9,7 a -- -- -- -- Média 13,2 A 9,4 B 8,3 B -- -- -- -- --

CV% Profund.: 14,0; Planta Cobertura: 21,1

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

1/Plantas de cobertura Braquiária (Urochloa ruziziensis), cv Comum e Guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, em cultivo exclusivo ou em coquetel em duas proporções (25%+75% e 75% + 25%).

Os teores de N na área cultivada com a leguminosa guandu foram curiosamente inferiores e significativamente diferentes apenas daqueles com a braquiária-ruziziensis em cultivo exclusivo. Pode ter havido alguma influência restritiva ao crescimento vegetativo da leguminosa em época de semeadura mais tardia, com possível influência no processo simbiôntico nas raízes, ainda que não tenha sido constatada diferença significativa na quantidade de matéria seca produzida nos distintos tratamentos de plantas de cobertura.

Os teores de P permaneceram médios a 0-20 cm e ‘baixos’ nas profundidades 20-40cm e 40-60 cm. No tratamento com a leguminosa guandu os teores desse elemento

(27)

também foram baixos e significativamente diferentes apenas daqueles considerados médios com a braquiária-ruziziensis em cultivo exclusivo. Em todos os tratamentos os teores de K foram considerados “baixos” a muito baixos, estes, sobretudo, a 40-60cm de profundidade.

Os teores de Ca e de Mg, por sua vez, podem ser considerados “muito altos” em todos os tratamentos e profundidades, o que estabelece um desbalanço na relação Ca+Mg/K, sendo desfavorável à disponibilidade do K.; nessa condição a operação de calagem pode até ser dispensada.

Em relação aos teores de micronutrientes (Tabela 8), não foram determinadas diferenças significativas entre os tratamentos de plantas de cobertura nem na interação com a profundidade no perfil do solo, mas apenas entre as três profundidades amostradas. Em relação à situação antes do cultivo das plantas de cobertura houve aumento nos teores médios apenas para o B, sendo os demais assemelhados. Houve diferenças significativas entre os teores dos demais micronutrientes em cada uma das profundidades amostradas, mas os de B foram significativamente semelhantes até 40cm.

Apenas os teores de B são considerados “baixos” nas três profundidades o que pode estar correlacionado ao ainda reduzido teor de matéria orgânica no perfil do solo. Os teores de Cu e de Fe são altos até 40 cm e médios a 40-60 cm, em todos os tratamentos e profundidades. Os teores de Mn e Zn são altos a 0-20cm e médios a 20-40cm e 40-60 cm enquanto que os de Zn são altos a 0-20cm e médios a 20-40cm, porém “baixos” a 40-60 cm nos tratamentos com consórcio e no limite dessa categoria no cultivo exclusivo da braquiária.

Considerando-se os dados das Tabelas 6, 7 e 8, a fertilidade do solo em estudo, em geral, foi mantida de baixa a média com o cultivo das plantas de cobertura, mas, de modo geral as plantas dos adubos verdes estavam em condições nutricionais adequadas. Não foi detectado um efeito acentuadamente positivo do aporte e ciclagem dos resíduos das plantas de cobertura nas características químicas do solo até a fase fenológica de floração da leguminosa e ou formação de espigas da gramínea forrageira. Talvez pudesse ser obtida melhoria mais acentuada com um maior período de manutenção das plantas de cobertura na área experimental. Isso porque o período de tempo desde a semeadura até o manejo das plantas – cerca de quatro meses, pode ter sido curto, particularmente na situação de alguma degradação do solo em estudo. Ainda, talvez seja necessário o pré-cultivo mais antecipado de plantas de cobertura, como na safra das águas, visando obtenção de produção de mais quantidade de fitomassa seca e, consequentemente, mais contribuição à ‘matéria orgânica” do solo.

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Tabela 8. Teores de micronutrientes de um Argissolo Vermelho-Amarelo cultivado com

braquiária-ruziziensis (Urochloa ruziziensis) cv Comum e guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga, respectivamente nas fases de formação de espigas e na plena floração, em cultivo exclusivo ou em consórcio, em diferentes profundidades. Mococa, SP, 20/Junho/2017.

Planta

Cobertura1/ Boro Cobre

0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mg dm-3 ---Braquiária 0,205 0,163 0,135 0,168 a 1,08 0,80 0,50 0,79 a Guandu 0,188 0,185 0,133 0,168 a 0,98 0,83 0,55 0,78 a Br25+ Gu75 0,183 0,163 0,120 0,155 a 1,00 0,88 0,43 0,77 a Br75 + Gu25 0,218 0,203 0,168 0,196 a 0,88 0,80 0,63 0,77 a Média 0,198 A 0,178 A 0,139 B -- 0,98 A 0,83 B 0,53 C --

CV% Profund.: 19,5; Planta Cobertura: 18,6 Profund.: 16,3; Planta Cobertura: 28,9

Planta

Cobertura1/ Ferro Manganês

0-20cm 20-40cm 40-60cm Média 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mg dm-3 ---Braquiária 18,3 13,3 8,0 13,2 a 6,90 4,20 2,13 4,41 a Guandu 16,3 12,8 6,5 11,8 a 7,68 5,68 1,90 5,08 a Br25+ Gu75 17,8 13,8 6,5 12,7 a 7,60 4,28 1,63 4,50 a Br75 + Gu25 17,8 12,5 8,3 12,8 a 7,25 4,20 2,43 4,63 a Média 17,5 A 13,1 B 7,3 C -- 7,36 A 4,59 B 2,02 C --

CV% Profund.: 22,9; Planta Cobertura: 28,2 Profund.: 21,6; Planta Cobertura: 32,5

Planta Cobertura1/ Zinco 0-20cm 20-40cm 40-60cm Média --- mg dm-3 ---Braquiária 1,10 0,80 0,58 0,83 a -- -- -- -- Guandu 1,10 0,88 0,75 0,91 a -- -- -- -- Br25+ Gu75 1,73 1,18 0,48 1,13 a -- -- -- -- Br75 + Gu25 1,35 0,88 0,45 0,89 a -- -- -- -- Média 1,32 A 0,93 B 0,56 C --

CV% Profund.: 36,9; Planta Cobertura: 47,9

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

1/Plantas de cobertura Braquiária (Urochloa ruziziensis), cv Comum e Guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, em cultivo exclusivo ou em coquetel em duas proporções (25%+75% e 75% + 25%).

Os teores de macro e micronutrientes determinados na parte aérea de amostras de plantas de cobertura inteiras, em cultivo exclusivo e em consórcio, estão relacionados na Tabela 9.

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Tabela 9. Teores de macro e de micronutrientes em plantas inteiras de

braquiária-ruziziensis (Urochloa braquiária-ruziziensis) cv Comum e de guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga, respectivamente nas fases de formação de espigas e na plena floração, em cultivo exclusivo ou em consórcio. Mococa, SP, 20/Junho/2017.

Planta de Cobertura 1/ Macronutrientes

N P K Ca Mg S --- g kg-1 --- Braquiária-ruziziensis 17,1 c 1,3 c 22,6 a 3,6 c 5,6 a 1,9 a Guandu 35,3 a 2,3 a 14,5 b 15,2 a 3,5 c 2,1 a Br25% +Gu75% 24,6 b 1,8 b 22,5 a 8,1 bc 4,3 bc 2,1 a Br75% + Gu25% 26,0 b 2,1 ab 20,2 a 10,3 ab 5,0 ab 2,1 a Média 25,7 1,9 20,0 9,3 4,6 2,0 CV% 11,9 11,5 6,9 32,1 12,8 12,2 Micronutrientes B Cu Fe Mn Zn --- mg kg-1 --- --- g kg-1 --- Braquiária 1,9 c 5,3 b 472,6 a 47,6 ab 22,0 a Guandu 15,6 a 9,4 a 372,3 a 61,6 a 24,5 a Br25% +Gu75% 7,2 b 7,2 ab 254,3 a 46,0 b 24,5 a Br75% + Gu25% 8,6 b 8,1 a 258,7 a 49,1 ab 25,4 a Média 8,3 7,5 375,1 51,0 24,1 CV% 28,6 15,7 38,6 13,4 12,8

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na vertical não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).

1/Plantas de cobertura Braquiária (Urochloa ruziziensis), cv Comum e Guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.], cv IAC-Fava Larga, em cultivo exclusivo ou em coquetel em duas proporções (25%+75% e 75% + 25%).

De modo geral as plantas de cobertura estavam em condições nutricionais adequadas e os valores, em média, estavam na faixa considerada ideal e em determinados casos, muito superiores até aos da faixa relatada, como particularmente no caso do ferro (Fe) (RAIJ et al., 1997; WUTKE et al.; 2009).

Em relação aos macronutrientes, os teores de N, P e S estavam adequados em todos os tratamentos das plantas de cobertura, sendo os dois primeiros significativamente superiores nas plantas do cultivo exclusivo de guandu, bem como os de Ca que, no entanto, não foram distintos das plantas no consórcio com maior proporção da gramínea. Em relação ao N isso era esperado pelo fato do guandu ser uma leguminosa e, portanto, fixadora de N. Na análise do solo, entretanto (Tabela 7), o teor no solo cultivado com a leguminosa foi significativamente inferior ao da braquiária. Como a amostragem foi realizada no mesmo momento do corte das plantas e não algum tempo após o mesmo, possivelmente também o teor no solo poderia ser incrementado após o manejo da fitomassa da leguminosa. No caso do P, ainda que se tenha realizado adubação fosfatada em toda a área na semeadura das plantas de cobertura, a maior capacidade de absorção

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do P pelo guandu pode ser explicada pela capacidade de solubilização desse nutriente, combinado ao ferro, por ácidos piscídicos e seus derivados p+O-metil exudados pelas raízes das plantas dessa leguminosa (AE et al., 1990). Pode-se aventar a incorporação desse P à fitomassa do guandu, já que o teor desse elemento no solo, sob o cultivo exclusivo dessa leguminosa foi significativamente inferior ao daquele determinado com cultivo exclusivo da braquiária (Tabela 7).

Por sua vez, os teores de K e os de Mg são significativamente inferiores no cultivo exclusivo do guandu, mas não no consórcio, em qualquer proporção. Em alguns resultados disponibilizados na literatura sabe-se que o potássio (K) é um dos nutrientes mais extraídos pelas gramíneas forrageiras (CARVALHO et al., 2006; PRIMAVESI et al., 2006) e que a braquiária-ruzziziensis é muito eficaz no acúmulo e na liberação de nutrientes, sobretudo do K (PACHECO et al., 2013).

Quanto aos micronutrientes, foram determinados maiores valores de B, Cu e Mn sempre no tratamento com guandu em cultivo exclusivo e, à exceção do teor em Fe, considerado muito elevado, os demais estavam em nível adequado nesse tratamento. Para Fe e Zn não houve diferenças significativas entre os tratamentos de plantas de cobertura.

No tratamento com braquiária em cultivo exclusivo determinaram-se teores muito elevados do Fe, deficitários do B e adequados dos demais micronutrientes. No consórcio dessa poácea com o guandu, em duas distintas proporções (25% + 75% e 75% + 25%) os teores de B foram bastante superiores aos da braquiária em cultivo exclusivo.

Os valores de acúmulo de nutrientes na fitomassa seca das plantas de cobertura, em cultivo exclusivo e em consórcio estão relacionados na Tabela 10 e foram calculados com base no produto da quantidade de fitomassa seca pelo teor médio dos nutrientes foliares, nas referidas fases fenológicas de amostragem da fitomassa verde.

Os teores médios de nutrientes, acumulados nas plantas de cobertura estavam na seguinte ordem decrescente: N>K>Ca>Mg>S>P e Fe>Mn>Zn>B>Cu (Tabela 10).

Foram determinados como estatisticamente diferentes e inferiores os de K em guandu, mas não em relação ao consórcio com menor proporção da leguminosa; os de Ca também em guandu mas apenas distinto daquele da braquiária em cultivo exclusivo; os de B em braquiária mas não distinto daquele no consórcio da braquiária em menor proporção e os de Fe no tratamento com braquiária em menor proporção no consórcio mas que foi diferente apenas daquele com braquiária em cultivo exclusivo; neste último tratamento, inclusive, os teores foram muito elevados.

Referências

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