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PROCESSO CIVIL Analista MPU

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Academic year: 2021

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DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Da Nomeação à Autoria

Do Conceito de Nomeação à Autoria

Trata-se de intervenção de terceiros pelo qual o mero detentor, quando demandado, indica aquele que é o proprietário ou possuidor da coisa litigiosa, visando transferir-lhe para a posição de réu. Exemplo: caseiro em sítio, empregados, etc.

Busca a correção do polo passivo da demanda.

Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.

Detentor será aquele que exerce a posse em nome de outrem, sob as ordens de outrem, é o chamado servidor da posse de outrem. O art. 62 fala em detentor e não em possuidor imediato, este não poderá se afastar da relação processual.

É forma de intervenção ad excludendum e provocada. Comum em ações reivindicatória e possessórias. A nomeação à autoria é obrigatória, busca a correção da legitimidade passiva, sob pena de carência da ação. Provoca a sucessão processual.

Pressuposto da Nomeação à Autoria

É pressuposto do incidente, o ajuizamento da ação de demanda contra detentor ou preposto, como se este fosse titular da posse da coisa reivindicada ou o responsável pelos danos. Compensa a dificuldade fática de se identificar o legítimo passivo para a ação.

Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro.

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Por exemplo, esbulho possessório provocado por empregado em terras rurais, que colocou a cerca (demarcação) no território do vizinho por ordens do seu empregador.

Ainda, pedreiro que causa dano no imóvel vizinho por ter derrubado parede sob as ordens do empregador, entre outros. Verifica-se a subordinação, a obediência do nomeante para o nomeado.

Do Procedimento

O demandado deve fazer a nomeação no prazo da defesa, nos termos do artigo 64 do CPC. Nada impede a simultânea apresentação da oposição e da contestação.

Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.

Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de cinco dias, conforme artigo 64 do CPC. (O juiz poderá indeferir liminarmente o pedido de nomeação, tratando-se de decisão interlocutória atacável por agravo de instrumento)

O Autor poderá: aceitar expressamente a nomeação (promovendo a citação), bem como abster-se de manifestar, caso em que se pressupõe a aceitação. Ainda, poderá recusar a nomeação, dado que ninguém é obrigado a demandar contra quem não queira, sujeitando-se ao julgamento de ilegitimidade passiva. Princípio dispositivo, o demandante decide contra quem deve litigar.

O terceiro nomeado poderá recusar a nomeação, retornando o processo à sua primitiva situação, correndo apenas entre Autor e Réu.

Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação, recusando-o ficará sem efeito a nomeação.

Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é atribuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante.

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Aceita a nomeação pelo nomeado e pelo Autor, o nomeante (réu primitivo da ação) será excluído do feito (extromissão).

Em suma, por tratar-se de ato complexo, o incidente somente terá efeito se “Nomeado” e “Autor da Ação”, aceitarem/concordarem com a nomeação.

Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que Ihe é atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar.

Por óbvio, em virtude disso, poderá o juiz reconhecer a ilegitimidade do Réu, extinguindo o processo sem resolução do mérito, art. 267, VI do CPC.

Arruda Alvim afirma “na hipótese de o nomeado não aceitar a qualidade que lhe seja atribuída, ou, ainda, quando o próprio autor recusar o nomeado (art. 67), assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar, vale dizer, devolve-se-lhe totalmente o prazo, sob pena de nulidade”.

Ovídio Batista da Silva afirma em Comentários ao CPC, v.1: “a redação deste artigo não é clara e pode induzir o intérprete em erro. Sua leitura desatenta poderá sugerir que ao nomeado caberá a faculdade de aceitar livremente a nomeação, ou recusá-la, caso em que, havendo recusa, o autor ficaria obrigado a prosseguir na demanda contra o réu originário. Dá-se aqui, porém, o resultado inverso ao previsto quanto à faculdade de recusa que o art. 65 confere ao autor. A razão é obvia. Caberá sempre ao autor escolher a pessoa contra quem dirigirá a ação, mas uma igual faculdade jamais poderá ser concedida ao demandado, permitindo-lhe aceitar a demanda ou livremente recusar-se a respondê-la como réu. Seria na verdade estranho que o Código obrigasse ambas as partes a continuar a litigar na causa para a qual ambas estejam convencidas da ilegitimidade do demandado originário. A correta interpretação deste artigo impõe, como única solução plausível, a outorga ao juiz da faculdade de decidir sobre a questão da legitimidade passiva ad causam”.

STJ – RESP 47.062 – “SEGUNDO A DOUTRINA, SE O AUTOR RECUSA O NOMEADO, OU ESSE NEGA A QUALIDADE QUE LHE E ATRIBUIDA, O PROCESSO CONTINUA COM O NOMEANTE.”

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Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se:

I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, Ihe competia manifestar-se;

“Processual Civil. Nomeação à autoria. Silêncio do autor no qüinqüídio que tem para se manifestar. Aceitação da nomeação. Citação dos nomeados. Recurso provido. Ante o silêncio do autor sobre o pedido de nomeação a autoria feito pelo réu, presume-se aceita aquela, devendo os nomeados serem citados para manifestar-se sobre o pedido, podendo, além de impugnar a nomeação propriamente dita, discutir sobre possível ilegitimidade passiva ad causam”(STJ, RESP 104206/SP, 4ª. Turma)

II - o nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.

Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação:

I - deixando de nomear à autoria, quando Ihe competir;

II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada.

Da Denunciação da lide

Do Conceito de Denunciação da lide

Nas palavras de Marinoni e Arenhart, é instituto que se pretende incluir no processo uma nova ação, subsidiária àquela originariamente instaurada, a ser analisada caso o denunciante venha a sucumbir na ação principal. Em regra, funda-se a figura no direito de regresso, pelo qual aquele que vier a sofrer algum prejuízo, pode, posteriormente, recuperá-lo de terceiro que por alguma razão é o seu garante.

Nas palavras de Ovídio Baptista da Silva1: “Sempre que uma das partes possa agir, em demanda regressiva, contra seu garante, para reaver os prejuízos decorrentes de eventual sucumbência na causa, estará autorizada a chamar para a ação esse terceiro a que a mesma se liga”.

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- é nova ação que pode ser utilizada tanto pelo autor como pelo réu; - funda-se no direito de regresso;

- será apreciada somente no caso de o denunciante sucumbir na demanda principal;

- será resolvida na mesma sentença da ação principal.

Cabível, portanto, somente cabível no processo de conhecimento, bem como não se admite no Juizado Especial Cível, a teor do artigo 10 da Lei 9.099/95, que não admite no processo qualquer forma de intervenção de terceiro, nem de assistência. Admitindo, somente, o litisconsórcio.

Hipóteses Legais de Denunciação da Lide Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:

I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta;

II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada;

III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.

São três as hipóteses em que é admissível a litisdenunciação: a) Evicção

Decorre da “responsabilidade que grava o alienante sempre que o adquirente venha a perder a coisa adquirida em virtude de sentença judicial que reconheça em favor de um terceiro algum direito sobre a mesma”2.

Um exemplo comum de responsabilidade por evicção que dá lugar à denunciação à lide, ocorre quando terceiro reivindica a coisa perante o adquirente (denunciante). Com a denunciação ao alienante, o réu assegura o

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direito de evicção perante estes, ou seja, o direito a ser indenizado do prejuízo decorrente da perda da coisa, forte nos arts. 450 e 456 do Código Civil.3

Pode acontecer, igualmente, em ação de usucapião, em ação possessória, entre outros.

Busca instaurar uma atividade processual especialmente destinada ao exame da pretensão indenizatória do adquirente da coisa, que é demandado por alguém ou se depara com sua resistência, e, por isso pode sofre os efeitos da evicção.

É secundária, porque surge exclusivamente em decorrência da pretensão (ou resistência) de alguém estranho ao negócio jurídico. É condicional, porque apenas é examinada na hipótese de a pretensão (ou resistência) da pessoa estranha ao negócio jurídico ser acolhida pelo Estado-Juiz.4

É hipótese de denunciação da lide obrigatória, sob pena de perder o direito à evicção.

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.

“A forma para exercer referido direito é o ajuizamento da ação de denunciação da lide, permitida apenas no curso do processo e não autonomamente, em processo futuro, salvo nas causa que se processam pelo procedimento sumário, no qual é vedada expressamente a denunciação (CPC 280)” – Nelson Nery Júnior – Código de Processo Civil Comentado.

“Denunciação pelo autor. Deve ser feita na petição inicial, sob pena de preclusão. O autor deverá fundamentar o seu pedido de indenização em regresso, deduzido contra o denunciado na ação secundária de denunciação da lide. Na verdade, está movendo duas ações, cumuladas na mesma petição inicial, no mesmo processo: a) uma, contra o réu; b) outra, contra o

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Ovídio Baptista da Silva

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denunciado. Exemplo: ao mover ação reivindicatória, o autor denuncia a lide ao alienante para que, se eventualmente perder a demanda principal (declarado que não é proprietário do imóvel), possa o alienante-denunciado indenizá-lo pela evicção. Deixando de denunciar a lide na petição inicial, ocorre a preclusão. Não há outro momento processual para fazê-lo.” – Nelson Nery Júnior – Código de Processo Civil Comentado.

Frise-se que nos demais casos de denunciação, previstos no art. 70, II e III, a obrigatoriedade diz respeito tão somente àquele processo principal. Nada impede que outra ação seja deduzida em juízo buscando o direito de regresso.

b) Posse indireta

“ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada;” Supõe a existência de posse direta e posse indireta. A relação aqui colocada é entre o possuidor direto e o possuidor indireto ou proprietário. Não se deve confundir com a nomeação à autoria que busca a exclusão do detentor.

No presente caso, somente o possuidor direto (locatário) é demandado. Este instaura uma lide secundária por meio da denunciação à lide. Não sendo respeitada a sua posse na processo principal, garantirá uma indenização. Nestes casos, o terceiro geralmente será o proprietário, o possuidor indireto, ou seja, aquele que não garantiu a posse ao possuidor direto.

Isto porque, o possuidor indireto responde perante o possuidor direto pela manutenção de sua posse durante o tempo em que durar a situação jurídica geradora dessa transferência da posse direta.

É hipótese de denunciação à lide facultativa. c) Direito de regresso

“àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.”

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Tem como objetivo salvaguardar o direito de regresso do denunciante contra o denunciado que esteja obrigado a indenizá-lo por força de lei ou de contrato. É o típico caso dos contratos de seguro.

Aqui pode-se citar igualmente o caso do servidor público que possui responsabilidade subsidiária perante o poder público que responde objetivamente pelos danos causados na execução do serviço público, conforme art. 37, parágrafo 6º da Constituição.

É caso de denunciação à lide facultativa, uma vez que poderá ser ajuizada outra ação separada, garantido o direito de regresso, caso não oferecida a denunciação à lide.

No procedimento sumário aplica-se o art. 280.

Procedimento e Legitimação

Tanto Autor como Réu, poderão denunciar à lide.

Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.

Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o processo.

§ 1o - A citação do alienante, do proprietário, do possuidor indireto ou do responsável pela indenização far-se-á:

a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez) dias;

b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de 30 (trinta) dias.

§ 2o Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá unicamente em relação ao denunciante.

O juiz deferirá a citação apenas do denunciado, ficando a atividade processual entre autor-denunciante e réu tempestivamente suspensa.

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Conforme §2º, não realizada a citação nos prazos legais, ficará sem efeito a denunciação e o processo entre autor-denunciante e o réu da ação principal. Art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o possuidor indireto ou o responsável pela indenização e, assim, sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o disposto no artigo antecedente. (denunciação sucessiva)

O art. 74 do CPC, ao tratar da denunciação pelo autor, inclusive possibilita ao denunciado, a possibilidade de aditar a petição inicial.

Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

Na hipótese do denunciado negar sua condição, formar-se-á duas demandas autônomas, uma do autor em face do réu e outra do autor em face do denunciado.

Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado;

Assim, estará formado o litisconsórcio passivo, inclusive com a contagem do prazo diferenciado do art. 191 do CPC.

II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa.

Art. 76. A sentença, que julgar procedente a ação, declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como título executivo.

“A denunciação da lide, sempre que houver a citação do denunciado no prazo legal, gera para o juiz o dever de analisar não apenas a lide principal, mas também a lide secundária entre denunciante e denunciado. Na denunciação

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feita pelo réu, permanecendo revel o denunciado ou comparecendo apenas para negar a qualidade que lhe foi atribuída, o denunciante prosseguirá litigando com o autor, como impõe o art. 75, II. Mas a sentença analisará o pedido do denunciante em desfavor do denunciado. Da mesma forma, também na denunciação feita pelo réu, se o denunciado comparecer pra confessar os fatos alegados pelo autor, o denunciante prosseguirá com sua defesa contra o autor. Mas igualmente a sentença analisará o pedido do denunciante em desfavor do denunciado. Ou seja, a análise do pedido de denunciação da lide independe da aceitação ou da recusa da denunciação pelo denunciado. É claro que se trata de uma lide secundária. Portanto, o pedido da denunciação apenas será analisado se a sentença da lide principal for desfavorável ao denunciante.” 5

Conforme entendimento do STJ, da decisão que indefere a denunciação da lide cabe agravo de instrumento (REsp 297.802)

Art. 280 – Denunciação da Lide da seguradora é permitida no procedimento sumário

Art. 280 – No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiros, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.

PODERÁ OCORRER A DENUNCIAÇÃO DA LIDE DO ESTADO AO FUNCIONÁRIO PÚBLICO?

Discute-se acerca da possibilidade do Estado, uma vez demandado, denunciar à lide o funcionário público causador do dano.

Isto porque, a responsabilidade do Estado é objetiva (teoria do risco), nos termos do art. 37, §6º da CRFB/88, frente à vitima. Entretanto, a relação do Estado com o seu funcionário público, no que tange a responsabilidade é subjetiva.

Sendo subjetiva a responsabilidade do funcionário público perante o Estado, o contexto probatório da denunciação será distinto da ação principal.

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Humberto Theodoro Junior afirma na sua obra Curso de Direito Processual Civil Brasileiro, p. 112 “há quem, na doutrina e jurisprudência, defenda a tese de que não pode haver denunciação da lide nas ações de responsabilidade civil contra o Estado, porque este responde objetivamente, e o direito regressivo contra o funcionário depende do elemento subjetivo de culpa. A denunciação, na hipótese, para que o Estado exercite a ação regressiva contra o funcionário faltoso, realmente não é obrigatória. Mas, uma vez exercitada, não pode ser recusada pelo juiz”.

Economia e celeridade processual x ampliação da causa de pedir e do thema probandum

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO. MORTE DECORRENTE DE ERRO MÉDICO.

DENUNCIAÇÃO À LIDE. NÃO OBRIGATORIEDADE. RECURSO

DESPROVIDO. 1. Nas ações de indenização fundadas na responsabilidade civil objetiva do Estado (CF/88, art. 37, § 6º), não é obrigatória a denunciação à lide do agente supostamente responsável pelo ato lesivo (CPC, art. 70, III). 2. A denunciação à lide do servidor público nos casos de indenização fundada na responsabilidade objetiva do Estado não deve ser considerada como obrigatória, pois impõe ao autor manifesto prejuízo à celeridade na prestação jurisdicional. Haveria em um mesmo processo, além da discussão sobre a responsabilidade objetiva referente à lide originária, a necessidade da verificação da responsabilidade subjetiva entre o ente público e o agente causador do dano, a qual é desnecessária e irrelevante para o eventual ressarcimento do particular. Ademais, o direito de regresso do ente público em relação ao servidor, nos casos de dolo ou culpa, é assegurado no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, o qual permanece inalterado ainda que inadmitida a denunciação da lide. 3. Recurso especial desprovido. (REsp 1089955/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 24/11/2009)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. 1. A "obrigatoriedade" de que trata o artigo 70 do Código de Processo Civil, não se confunde com o cabimento da denunciação. Aquela refere-se à perda do direito de regresso, já o cabimento liga-se à admissibilidade do instituto. 2. O cabimento da denunciação depende da ausência de violação dos princípios da celeridade e da economia processual, o que implica na valoração a ser

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realizada pelo magistrado em cada caso concreto. 3. No caso, o Tribunal de Justiça entendeu cabível a denunciação. A revisão de tal entendimento depende do revolvimento fático-probatório inviável no recurso especial. Incidência do verbete sumular nº 07/STJ. Precedente: REsp 770.590/BA, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 03.04.2006. REsp 975799 / DF - RECURSO ESPECIAL - 2007/0182323-0 DJe 28/11/2008

"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - DENUNCIAÇÃO DA LIDE - DIREITO DE REGRESSO - ART. 70, III, DO CPC. 1. A denunciação da lide só é obrigatória em relação ao denunciante que, não denunciando, perderá o direito de regresso, mas não está obrigado o julgador a processá-la, se concluir que a tramitação de duas ações em uma só onerará em demasia uma das partes, ferindo os princípios da economia e da celeridade na prestação jurisdicional. 2. A denunciação da lide ao agente do Estado em ação fundada na responsabilidade prevista no art. 37, § 6º, da CF/88 não é obrigatória, vez que a primeira relação jurídica funda-se na culpa objetiva e a segunda na culpa subjetiva, fundamento novo não constante da lide originária. 3. Não perde o Estado o direito de regresso se não denuncia a lide ao seu preposto (precedentes jurisprudenciais). 4. Embargos de divergência rejeitados". (EREsp 313.886/RN, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJU de 22.03.04).

"PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE. 1. 'A denunciação da lide, como modalidade de intervenção de terceiros, busca aos princípios da economia e da presteza na entrega da prestação jurisdicional, não devendo ser prestigiada quando susceptível de pôr em risco tais princípios' (REsp 43367/SP, 4ª Turma, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 24.06.1996). 2. No caso, conforme assentado pelas instâncias ordinárias, a denunciação da lide ao agente público causador do dano implicaria prejuízo à celeridade e à economia processual, o que impede sua admissão.

3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 770.590/BA, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 03.04.2006)".

NA DENUNCIAÇÃO À LIDE, PODERÁ OCORRER CONDENAÇÃO DIRETA DO DENUNCIADO FRENTE AO AUTOR?

Inexistência de Relação de Direito Material X Princípio da Efetividade, Resultado Prático da Demanda – Interpretação Pragmática

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Recurso Especial 7.594/SP em 1991 – Rel. Min. Barros Monteiro “reconhecida a carência em relação aos réus-denunciantes, não se afigura admissível condenar-se diretamente o litisdenunciado, nem mesmo em homenagem ao princípio da economia processual. É que a lide secundária se instaurou, in casu, somente entre réu-denunciante e o denunciado. Ela não se confunde com o litígio principal, estabelecido entre o autor e réu-denunciante”.

"PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE DO PREPOSTO E DA SEGURADORA. CONDENAÇÃO DIRETA E SOLIDÁRIA DOS DENUNCIADOS. POSSIBILIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. 1. Aceitando o litisdenunciado, em sede de ação de reparação de danos, a denunciação feita pelo réu – vale dizer, não contestando a lide secundária –, desaparece a litisdenunciação e prossegue o processo entre o autor de um lado e, de outro, como litisconsortes, o denunciado e o denunciante, que poderão vir a ser condenados, direta e solidariamente, ao pagamento da indenização. Precedentes. 2. Inexistindo omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada no acórdão embargado, mostra-se inequívoco o julgado que rejeita os embargos declaratórios. 3. Recurso especial não-provido." (RESP nº 211.119/ES, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 20/06/2005).

"CIVIL E PROCESSO CIVIL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS - DENUNCIAÇÃO DA LIDE - CONTESTAÇÃO - CONDENAÇÃO DIRETA DA LITISDENUNCIADA - CPC, ART. 75, I - INTERPRETAÇÃO PRAGMÁTICA. - A seguradora-litisdenunciada ao oferecer contestação, assume posição de litisconsorte passiva do denunciante. Pode assim, ser condenada em conjunto com este, à indenização por acidente de trânsito. Esta é a interpretação correta e pragmática do Art. 75, I, do CPC." (REsp 275.453/RS, Rel. Min.Humberto Gomes de Barros, DJ de 11/04/2005)”

"CIVIL E PROCESSUAL. COLISÃO DE VEÍCULOS. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE FEITA PELO RÉU. ACEITAÇÃO. CONTESTAÇÃO DO PEDIDO PRINCIPAL. CONDENAÇÃO DIRETA DA

DENUNCIADA (SEGURADORA) E SOLIDÁRIA COM O RÉU.

POSSIBILIDADE. 1 - Se a seguradora comparece a Juízo aceitando a denunciação da lide feita pelo réu e contestando o pedido principal, assume ela a condição de litisconsorte passiva, formal e materialmente, podendo, em conseqüência, ser condenada, direta e solidariamente, com o réu. Precedentes do STJ. 2 - Recurso especial não conhecido." (RESP 188.158/RS, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ de 01/07/2004)

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“DENUNCIAÇÃO DA LIDE. Seguradora. Interesse da autora da ação. A autora da ação de indenização tem interesse em ver julgada procedente a denunciação da lide feita pela ré à sua Seguradora, daí a legitimidade dela, autora, para recorrer da sentença que julga improcedente a ação secundária. Recurso conhecido e provido. DJ 19/05/2003 p. 233 REsp 197741 / DF”

AÇÃO AJUIZADA DIRETAMENTE PELO AUTOR EM FACE DA SEGURADORA DO CAUSADOR DO DANO

CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. INCLUSÃO DO SEGURADO E DA SEGURADORA NO POLO PASSIVO DA LIDE. LEGITIMIDADE PASSIVA DESTA. I. A seguradora detém legitimidade passiva para, em conjunto com o segurado causador do dano, ser demandada diretamente pela vítima. II. Precedente do Tribunal. II. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 943.440/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 18/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS AJUIZADA DIRETA E EXCLUSIVAMENTE EM FACE DA SEGURADORA DO SUPOSTO CAUSADOR. DESCABIMENTO COMO REGRA. 1. Para fins do art. 543-C do CPC: 1.1. Descabe ação do terceiro prejudicado ajuizada direta e exclusivamente em face da Seguradora do apontado causador do dano. 1.2. No seguro de responsabilidade civil facultativo a obrigação da Seguradora de ressarcir danos sofridos por terceiros pressupõe a responsabilidade civil do segurado, a qual, de regra, não poderá ser reconhecida em demanda na qual este não interveio, sob pena de vulneração do devido processo legal e da ampla defesa. 2. Recurso especial não provido. (REsp 962.230/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/02/2012, DJe 20/04/2012)

RECURSO REPETITIVO. SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. AJUIZAMENTO DIRETO EXCLUSIVAMENTE CONTRA A SEGURADORA.

A Seção firmou o entendimento de que descabe ação do terceiro prejudicado ajuizada, direta e exclusivamente, em face da seguradora do apontado causador do dano, porque, no seguro de responsabilidade civil facultativo, a obrigação da seguradora de ressarcir os danos sofridos por terceiros pressupõe a responsabilidade civil do segurado, a qual, de regra, não poderá ser

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reconhecida em demanda na qual este não interveio, sob pena de vulneração do devido processo legal e da ampla defesa. Esse posicionamento fundamenta-se no fato de o seguro de responsabilidade civil facultativa ter por finalidade neutralizar a obrigação do segurado em indenizar danos causados a terceiros nos limites dos valores contratados, após a obrigatória verificação da responsabilidade civil do segurado no sinistro. Em outras palavras, a obrigação da seguradora está sujeita à condição suspensiva que não se implementa pelo simples fato de ter ocorrido o sinistro, mas somente pela verificação da eventual obrigação civil do segurado. Isso porque o seguro de responsabilidade civil facultativo não é espécie de estipulação a favor de terceiro alheio ao negócio, ou seja, quem sofre o prejuízo não é beneficiário do negócio, mas sim o causador do dano. Acrescente-se, ainda, que o ajuizamento direto exclusivamente contra a seguradora ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa, pois a ré não teria como defender-se dos fatos expostos na inicial, especialmente da descrição do sinistro. Essa situação inviabiliza, também, a verificação de fato extintivo da cobertura securitária; pois, a depender das circunstâncias em que o segurado se envolveu no sinistro (embriaguez voluntária ou prática de ato doloso pelo segurado, por exemplo), poderia a seguradora eximir-se da obrigação contratualmente assumida. REsp 962.230-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/2/2012

Do Chamamento ao Processo

O chamamento ao processo configura-se por ser o instituto por meio do qual se permite que o devedor acionado em juízo convoque para participar da atividade processual os demais coobrigados pelo pagamento da dívida, garantido assim que todos também respondam pela condenação.

Assim, no próprio direito material, existe relação entre os “chamados” e o autor da ação.

Adequado nas demandas de carga condenatória.

Cria um litisconsórcio passivo por vontade do réu e não pela iniciativa do autor.

Art. 77. É admissível o chamamento ao processo: I - do devedor, na ação em que o fiador for réu;

II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;

III - de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.

Não instaura uma lide secundária e diversa, apenas os chamados passam a integrar a lide entre autor e réu primitivos, na condição de litisconsortes.

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O terceiro convocado é o “chamado”, o réu que requer o chamamento é o “promovente”.

Ocorre a ampliação dos limites subjetivos da coisa julgada.

O fiador poderá chamar o devedor originário (afiançado), entretanto o devedor originário (afiançado) não poderá chamar o fiador, por falta de interesse de agir – sua pretensão não é útil e necessária –não há direito de reembolso. Uma distinção fundamental entre denunciação da lide e chamamento ao processo está no fato de que, no chamamento ao processo todos os réus são obrigados perante o credor comum. Já na denunciação da lide, há vínculo obrigacional apenas entre o denunciante e o denunciado e nenhuma relação jurídica entre este e o adversário do denunciante.

Luiz Guilherme Marinoni em sua obra Processo de Conhecimento v.2, afirma “Poderão os chamados, então, aceitar a condição de coobrigados ou não; se aceitarem, forma-se litisconsórcio passivo; caso não aceitem, haverá mera cumulação subjetiva, passando a haver uma ação proposta pelo autor em face do réu, e outra pelo réu diante dos chamados”.

Art. 78. Para que o juiz declare, na mesma sentença, as responsabilidades dos obrigados, a que se refere o artigo antecedente, o réu requererá, no prazo para contestar, a citação do chamado.

Art. 79. O juiz suspenderá o processo, mandando observar, quanto à citação e aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74.

Art. 80. A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que Ihes tocar.

Assim, a sentença analisará a lide também em relação aos chamados. Ocorrendo condenação da parte passiva, todos os chamados serão condenados solidariamente. O chamamento poderá ser rejeitado pelo juiz, em caso de inexistência de situação jurídica de solidariedade.

Da Oposição

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Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

É forma de intervenção de terceiro espontânea, facultativa, ad excludendum (exclusão da pretensão), exige controvérsia entre as partes.

“Oposição é a demanda mediante a qual terceiro deduz em juízo pretensão incompatível com os interesses conflitantes de autor e réu de um processo cognitivo pendente. O que caracteriza a pretensão desse terceiro, aqui chamado opoente é o pedido de tutela jurisdicional em relação ao mesmo bem que as partes originárias disputam” (Cândido Rangel Dinamarco – Instituições de Direito Processual Civil, p. 282)

Tem como fundamento a economia processual. Sendo verdadeiro exercício do direito de ação. Forma-se litisconsórcio passivo necessário entre autor e réu.

Em verdade, não se busca a exclusão das partes, mas a exclusão da pretensão das partes. Natureza declaratória/executiva.

A oposição é proposta contra demandante e demandado, estes figuram como réus na oposição. Almeja excluir a pretensão do autor e do réu sobre o bem litigioso. Típico processo de conhecimento.

“Obviamente, como se tem por evidente, trata-se de duas ações conexas, que normalmente seriam distribuídas a um só juiz: porém, para facilitar ainda mais a solução integral da controvérsia, para além da conexão a oposição gera a reunião, em um único processo, de ambas as ações, julgando-se de uma só vez as pretensões exercidas sobre o objeto do processo” (Marinoni e Arenhart – Manual do Processo de Conhecimento, p. 190)

É faculdade do terceiro. Caso não haja oposição não será o terceiro atingido pela coisa julgada, poderá propor ação autônoma.

Ex.: Tem legitimidade ad causam o terceiro para propor oposição quando os opostos, em processo de conhecimento (Ação Declaratória de Nulidade), discutem acerca da validade jurídica do negócio que transferiu

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ao opoente a propriedade de um bem imóvel. Ainda, discussão sobre a propriedade de bens móveis.

Visa assegurar o que é seu e está sendo disputado por outrem em juízo. Aplicável somente no processo de conhecimento.

Há que se falar em oposição somente no primeiro grau de jurisdição, até a sentença.

Não cabe oposição:

- na fase de cumprimento de sentença - na desapropriação

- no processo de execução - no processo cautelar

- no procedimento comum sumário - no mandado de segurança

- no processo de usucapião - no juizado especial

"É descabida a oposição em processo expropriatório, porque deve ser exercida contra autor e réu simultaneamente, o que não ocorre na desapropriação" (RT 505/53).

Distinção entre oposição e embargos de terceiro

Ambos podem ser utilizados por terceiro no processo de conhecimento, entretanto, os dois institutos guardam profunda distinção. É que os embargos de terceiro são cabíveis perante uma constrição judicial.

Assim, havendo constrição judicial que fira direito de terceiro, cabíveis embargos de terceiro e não oposição.

Nos embargos (art. 1.046 e seguintes do CPC), o embargante alega seu direito de dono ou possuidor sobre a coisa e postula decisão que afaste a constrição lançada sobre ela. Quer ver o seu bem livre.

Em suma, ocorrendo penhora, arresto, seqüestro, cabíveis os embargos de terceiro e não a oposição.

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O conhecimento da ação de oposição compete ao juiz da causa principal, nos termos do artigo 109 do CPC6.

A oposição será distribuída por dependência ao juízo perante o qual tramita o processo originário.

Do Procedimento

Somente poderá ser proposta a oposição até a sentença de primeiro grau. Na fase recursal, portanto, não haverá oposição.

Art. 57. O opoente deduzirá o seu pedido, observando os requisitos exigidos para a propositura da ação (arts. 282 e 283). Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias.

Parágrafo único. Se o processo principal correr à revelia do réu, este será citado na forma estabelecida no Título V, Capítulo IV, Seção III, deste Livro.

Os requisitos exigidos são o da petição inicial, por tratar-se de uma nova ação, sendo exigidas custas judiciais e condenação em honorários.

Citação e não intimação. Ressalte-se que a citação ocorrerá na pessoa dos advogados (discussão acerca da existência de poderes especiais). Serão citados ambos os opostos (autor e réu da ação principal).

Prazo para contestação da oposição é prazo comum de 15 dias. Divergência doutrinária acerca da aplicação do art. 191 do CPC – prazo em dobro para contestar.

Art. 58. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente.

O processo prossegue entre opoente e o oposto remanescente. A decisão do juiz será interlocutória. Tanto a desistência da ação originária

6

Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.

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ou mesmo a extinção sem julgamento do mérito não obsta o prosseguimento da oposição.

Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.

É a chamada oposição interventiva, efetivada antes da audiência. A audiência aqui tratada é a de instrução e julgamento.

Entendimento doutrinário dominante:

- Sendo indeferida liminarmente a oposição interventiva (ajuizada antes da audiência), será cabível Agravo de Instrumento.

- Caso seja processada será julgada juntamente com a demanda anterior por sentença.

Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a oposição.

É a chamada oposição autônoma, depois da audiência. Entendimento doutrinário dominante:

- Sendo indeferida liminarmente a oposição autônoma (ajuizada após a audiência), estar-se-á diante de sentença, cabível o recurso de apelação. Art. 61. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.

Isto porque a oposição é matéria prejudicial do julgamento da ação principal. Isto é, sendo reconhecida a procedência da oposição terá efeito direto sobre a causa principal.

“A oposição é ação autônoma, independente da ação primitiva, pois com ela o opoente quer fazer valer direito próprio, incompatível com o das partes. Dessa forma, a extinção de uma não obsta ao prosseguimento da outra” (RTTJSP 599/63).

(21)

“Possessória. Não cabe oposição de conteúdo dominial em ação possessória, porque nela o objeto do litígio é fundado na posse e não no domínio” (RT 529/60)

“Oposição. O opoente é litigante singular, não se lhe aplicando o benefício do CPC 191 (RT 502/78). Os opostos são litisconsortes passivos necessários na ação de oposição, de sorte que têm sempre a prerrogativa de prazo do CPC 191, pois, como são adversários na ação principal, normalmente têm advogados diferentes”7

QUESTÕES

01 – ( ) O chamamento ao processo permite ao réu incluir no polo passivo todos os que devem responder solidariamente com ele pela satisfação do direito pretendido pelo autor. No chamamento, o réu e os chamados mantêm vínculo de direito material com o autor.

02 – ( ) Ocorre a denunciação da lide quando um terceiro interessado requer sua intervenção no processo pendente entre as partes, visando excluir a pretensão do autor e auxiliar o réu em sua defesa.

03 – ( ) - O terceiro que se sentir prejudicado ou que tiver seu direito ameaçado em virtude de uma pretensão discutida em juízo poderá ingressar na ação e nomear-se como legítimo detentor do direito disputado pelo autor, por meio do incidente denominado nomeação à autoria.

04 - ( ) A denunciação à lide constitui uma nova ação, ou seja, é lide secundária em relação à ação principal, e, uma vez extinta a ação principal, resta prejudicada, por falta de objeto, a lide secundária.

05 – ( ) A denunciação à lide, forma de intervenção de terceiro, consiste no ajuizamento, pelo denunciante, de lide paralela, processada simultaneamente com a principal, envolvendo direito de garantia, de regresso ou de indenização que o denunciante pretende exercer contra o denunciado.

7

Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery – Código de Processo Civil Comentado e legislação extravagante – 11ª edição 2010, pg.416

(22)

06 – ( ) Chamamento ao processo consiste no incidente pelo qual o demandado, sob a alegação de não ter legitimidade para responder à ação, chama ao processo o verdadeiro legitimado passivo, objetivando transferir-lhe a posição de réu.

07 – ( ) No chamamento ao processo, o réu apresenta sua defesa alegando ilegitimidade passiva por não ser titular da pretensão resistida e requer a sua exclusão da ação.

08 – ( ) A denunciação da lide é meio pelo qual uma das partes pode deduzir, em relação a terceiro, no mesmo processo, direito regressivo de que se considera titular. Pela denunciação, verifica-se a ampliação do objeto do processo, pois nova demanda entre denunciante e denunciado, de natureza condenatória, é admitida na relação processual em curso.

09 – ( ) A denunciação da lide é ato exclusivo do réu, que, por meio dela, visa exonerar-se da demanda que lhe foi intentada ou, caso vencido na demanda, visa exercer o direito de regresso contra os demais obrigados pela dívida objeto da demanda.

10 - Assinale a alternativa incorreta a respeito da denunciação à lide:

(A) A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.

(B) A denunciação da lide é obrigatória ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta.

(C) Mesmo se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor originário, poderá o denunciante prosseguir na defesa.

(D) Se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado.

(E) A decisão que indefere o requerimento de denunciação à lide é irrecorrível, devendo o denunciante ingressar com ação autônoma para salvaguardar seus direitos materiais ou deduzir mandado de segurança como sucedâneo recursal.

11. Em se tratando de intervenção de terceiros, marque verdadeiro ou falso: ( ) aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá denunciar à lide o proprietário ou o possuidor.

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( ) cabe denunciação da lide ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta;

( ) é admissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o fiador for réu, bem como dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles e, ainda, de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.

12. ( ) Se o réu, no prazo para apresentar a resposta, apresentar incidente de nomeação à autoria, o juiz suspenderá o processo e determinará a citação do nomeado para integrar a lide.

13. Marque verdadeiro ou falso relativamente à intervenção de terceiros

( ) Quando o autor nomear terceiro à autoria, incumbe-lhe requerer sua citação juntamente com a do réu.

( ) Feita a denunciação da lide pelo autor, o denunciado poderá aditar a inicial.

( ) Indeferida a denunciação da lide, será concedido ao réu denunciante novo prazo para contestar a ação.

14. A propósito da intervenção de terceiro, considere as assertivas abaixo. I - Se na ação o réu é revel, a oposição poderá ser proposta somente contra o autor.

II - Em nenhuma hipótese cabe a intervenção de terceiro no procedimento sumário.

III - Sendo a denunciação à lide formulada pelo autor, o denunciado, comparecendo e a admitindo, poderá aditar a petição inicial.

Quais são corretas? (A) Apenas I

(B) Apenas II (C) Apenas III (D) Apenas I e III (E) I, II e III

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