Encontro de Profissionais de
Contabilidade de Cooperativas
do Estado de Minas Gerais: 2016
Dorly Dickel
Contador e Administrador
PROGRAMA
Educação Continuada;
Segregação Contábil dos Atos Cooperativos e Atos não Cooperativos;
Destinações Legais e Estatutárias;
FATES: Origem e Aplicação dos Recursos;
Tributação das Sobras Distribuídas ou Capitalizadas;
Juros sobre o Capital Social: Dedutibilidade das despesas e retenção do Imposto de Renda na Fonte;
Aplicações Financeiras: Tributação e Destinação dos Ganhos;
PIS e COFINS: Exclusões Permitidas;
Recuperação dos Créditos do PIS e COFINS, inclusive crédito presumido do leite retroativo de 5 anos;
EDUCAÇÃO CONTINUADA
CONTADORES: EDUCAÇÃO CONTINUADA É OBRIGATÓRIA
De acordo com a NBC PG 12, de 21 de novembro de 2014, a Educação Profissional Continuada (EPC) é obrigatória para todos os profissionais da contabilidade que:
f. que sejam responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis, ou que exerçam funções de gerência/chefia na área contábil das
empresas sujeitas à contratação de auditoria independente pela (CVM), pelo (BCB), pela (SUSEP) ou consideradas de grande porte nos termos da Lei n.º 11.638/07 (sociedades de grande porte).
Em relação à letra “f”, a adoção obrigatória da EPC, entra em vigor a partir de janeiro de 2016.
ATOS COOPERATIVOS
Lei nº 5.764/71: Ato Cooperativo
Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais.
Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.
ATOS COOPERATIVOS
Lei nº 5.764/71: Atos Não Cooperativos
Art. 111. Serão considerados como renda tributável
os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas
operações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 desta
Lei.
Art. 85. As cooperativas agropecuárias e de pesca
poderão adquirir produtos de não associados,
agricultores, pecuaristas ou pescadores, para
completar lotes destinados ao cumprimento de
contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações
industriais das cooperativas que as possuem.
ATOS COOPERATIVOS
Lei nº 5.764/71: Atos Não Cooperativos
Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e
serviços a não associados, desde que tal faculdade
atenda aos objetivos sociais e estejam de
conformidade com a presente lei.
Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica,
Educacional e Social" e serão contabilizados em separado,
ATOS COOPERATIVOS
Normas RFB
Parecer Normativo CST Nº 73/75:
Segundo este PN, devem ser apuradas em separado as
receitas das atividades próprias das cooperativas e as
receitas derivadas das operações por elas realizadas com
terceiros. Igualmente computados em separado os custos
diretos e imputados às receitas com as quais guardam
co-relação. A partir daí, e
desde que impossível destacar os
custos e encargos indiretos de cada uma das duas espécies
de
receitas,
devem
eles
ser
apropriados
ATOS COOPERATIVOS
Parecer Normativo CST nº 38/80
A base de cálculo do Imposto de Renda será determinada segundo
escrituração contábil que apresente destaque das receitas tributáveis e dos correspondentes custos, despesas e encargos, e, na sua falta, mediante arbitramento, em conformidade com os critérios facultados pelo Decreto-Lei nº 1.648/78 e respectivas normas regulamentares.
Diversos atos normativos estabeleceram o entendimento de que as
sociedades cooperativas têm a obrigação de destacar em sua escrituração contábil as receitas não compreendidas como típicas ou normais a esse tipo societário, bem como os correspondentes custos, despesas e encargos, a fim de ser apurado o lucro a ser oferecido à tributação (PN CST nº 73/75)...
ATOS COOPERATIVOS
Parecer Normativo CST nº 38/80
5.1. Como foi dito inicialmente, deve o Imposto de Renda
ter por base de cálculo o resultado determinado a partir da escrituração contábil, que apresente destaque das receitas e correspondentes custos, despesas e encargos, como explicitado no Parecer Normativo CST nº 73/75. Todavia, quando não houver tal destaque, como no caso em que os ingressos não indiquem individualizadamente a que espécie de prestação se destinam, porque recebidos a um único título e em pagamento de contraprestação múltipla e heterogênea, a escrita será imprestável para a apuração do lucro real.
NORMAS CONTÁBEIS ESPECÍFICAS
Plano de Contas
Segregação dos Atos Cooperativos e Atos não
Cooperativos, conforme Lei nº 5.764/71, NBC T
10.8 e NBC T 10.21;
Adequação à Lei nº 11.638/07;
Lei nº 12.973/14: Contas específicas para os
ajustes decorrentes da Convergência às Normas
Internacionais, visando a neutralidade
NORMAS CONTÁBEIS ESPECÍFICAS
NBC T 10.8
A separação contábil das operações com
associados e terceiros é obrigatória por lei.
As movimentações econômico-financeiras
decorrentes do ato cooperativo, são
definidas contabilmente como ingressos e
dispêndios. Aquelas originadas do ato não
cooperativo são definidas como receitas,
custos e despesas.
RAZÕES PARA A SEGREGAÇÃO CONTÁBIL
1) Os resultados dos atos cooperativos são excluídos da
tributação na Cooperativa, pois tais resultados
pertencem aos associados, logo, são tributados na
declaração dos sócios (quando distribuídos ou
capitalizados);
2) O lucro dos atos não cooperativos de que trata os artigos
85 e 86 da Lei nº 5.764/71 devem ser destinados ao
FATES/RATES;
3) Na escrituração da ECF, os valores de adições e
exclusões, que afetam o resultado tributável, devem ser
referenciados no LALUR, portanto, devem estar
FUNDOS/RESERVAS OBRIGATÓRIAS
Art. 28 da Lei nº 5.764/71:
Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir:
I - Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;
II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício.
FUNDOS/RESERVAS OBRIGATÓRIAS
Art. 28 da Lei nº 5.764/71:
Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir:
§ 1° Além dos previstos neste artigo, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação e liquidação. § 2º Os serviços a serem atendidos pelo Fundo
de Assistência Técnica, Educacional e Social poderão ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas.
FUNDOS/RESERVAS
NBC T 10.8
10.8.1.12 – Os
fundos
previstos na legislação ou nos
estatutos sociais, nesta norma, são denominados
Reservas.
Deliberações da AG dos sócios:
Os Fundos/reservas criados pela AG podem
constar no Estatuto Social ou não...
A destinação das sobras líquidas pode ser para:
distribuição, capitalização ou para reservas.
FUNDOS/RESERVAS
Divisibilidade ou não das Reservas:
Lei nº 5.764/71:
Art. 4º As cooperativas são sociedades de
pessoas, com forma e natureza jurídica próprias,
de natureza civil, não sujeitas a falência,
constituídas para prestar serviços aos
associados, distinguindo-se das demais
sociedades pelas seguintes características:
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de
Assistência Técnica Educacional e Social;
FUNDOS/RESERVAS
Divisibilidade ou não das Reservas: NBC T 10.8:
10.8.2.12 – As Reservas de Incentivos Fiscais e Reavaliação são consideradas indivisíveis.
Resolução CNC nº 27/1984:
a) contabilizar em uma conta de “Reserva de Equalização”, indivisível para fins de distribuição, os resultados da correção realizada nos
termos dos artigos 55 a 57 do Decreto-lei nº 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, bem como a de outros saldos remanescentes de correções ou reavaliações feitas de acordo com a legislação anterior ao referido Decreto-lei;
FUNDOS/RESERVAS
Reservas Transitórias:A Assembleia Geral pode criar Reservas em caráter transitório, para posterior destinação, quando houver a realização financeira dos
recursos:
a) Reserva de Créditos Fiscais a Realizar: Créditos de ICMS e
PIS/COFINS, passíveis de compensação e/ou ressarcimento, podem ser destinados à uma Reserva e quando realizados financeiramente, a AGO determina uma nova destinação;
b) Reserva de Ganhos por Participações Societárias: Destinar
valores que integram o resultado mas não estão disponíveis, como por exemplo: Ganho de Equivalência Patrimonial e rendimento de Lucros ou Dividendos não recebidos, que tenham sido capitalizados.
FUNDOS/RESERVAS
Outras questões relevantes:Realização da Reserva de Reavaliação;
Realização do Ajuste de Avaliação Patrimonial;
Aplicação do FATES/RATES: Forma de contabilização
10.8.2.8 – As despesas de Assistência Técnica Educacional e Social serão registradas em contas de resultados e poderão ser absorvidas pela Reserva de Assistência Técnica, Educacional e Social em cada período de apuração.
(IT) A absorção dos dispêndios com Assistência Técnica Educacional e Social pela reserva correspondente, bem como as destinações estatutárias dos resultados, propostas para a aprovação da Assembleia Geral, devem ser apresentadas de forma segregada na Demonstração de Sobras e Perdas, após o resultado líquido do exercício, sem prejuízo da obrigatoriedade de este conteúdo ser divulgado na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (item 10.8.5).
FATES/RATES
PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM O FATES: • 5. Educação, treinamento e informação
• As cooperativas proporcionam educação e treinamento para os sócios de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Eles deverão informar o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação.
• 7. Preocupação com a comunidade
• As cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades através de políticas aprovadas por seus membros.
FATES/RATES
LEI Nº 5.764/71:• Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com
não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos.
• Art. 85. As cooperativas agropecuárias e de pesca poderão adquirir produtos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações industriais das cooperativas que as possuem.
• Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei.
FATES/RATES
RESOLUÇÃO CNC Nº 29/1986:
• Dispõe sobre a contabilização dos resultados das aplicações no mercado financeiro feitas pelas Cooperativas.
• O CONSELHO NACIONAL DE COOPERATIVISMO - CNC, em sessão realizada em 29 de janeiro de 1986, com base no disposto no artigo 97, item I, da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971,
• RESOLVEU:
• I Os resultados das aplicações feitas pelas Cooperativas no mercado financeiro serão levados à conta de resultado,
ficando a destinação definitiva a critério da Assembleia Geral ou de norma estatutária.
• II Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições contrário.
FATES/RATES
LEI Nº 5.764/71:
• Art. 97. Ao Conselho Nacional de Cooperativismo
compete:
• I - editar atos normativos para a atividade cooperativista nacional;
• II - baixar normas regulamentadoras,
complementares e interpretativas, da legislação cooperativista;
• III - ...
• Após a Constituição Federal de 1988, o CNC perdeu as
suas funções... Todavia, entendo que as normas até então editadas, ainda não revogadas, não perderam a sua eficácia.
FATES/RATES
POSIÇÃO DA RFB (INSS) SOBRE ESTA QUESTÃO:
Os rendimentos das aplicações financeiras quando distribuídos
aos associados não integram a base de cálculo do INSS:
IN RFB nº 971/2009:
Art. 215. As bases de cálculo previstas nos arts. 213 e 214,
observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, definidos nos §§ 1º e 2º do art. 54, correspondem:
II - aos valores totais pagos, distribuídos ou creditados aos
cooperados, ainda que a título de sobras ou de antecipação de sobras, exceto quando, comprovadamente, esse rendimento seja decorrente de ganhos da cooperativa resultantes de aplicação financeira, comercialização de produção própria ou outro resultado cuja origem não seja a receita gerada pelo trabalho do cooperado;
FATES/RATES
LEI Nº 5.764/71:• Art. 88. Poderão as cooperativas participar de sociedades não
cooperativas para melhor atendimento dos próprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.168-40, de 24 de agosto de 2001)
• Redação Anterior:
• Art. 88. Mediante prévia e expressa autorização concedida pelo respectivo órgão executivo federal, consoante as normas e limites instituídos pelo Conselho Nacional de Cooperativismo, poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas públicas ou privadas, em caráter excepcional, para atendimento de objetivos
acessórios ou complementares.
Parágrafo único. As inversões decorrentes dessa participação serão contabilizadas em títulos específicos e seus eventuais resultados positivos levados ao "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social"
FATES/RATES
APLICAÇÃO DO FATES/RATES:• Assistência Técnica: gastos realizados visando o aumento da produtividade e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços que os associados produzem. Numa Cooperativa do ramo agropecuário, por exemplo, seria a assistência agronômica e veterinária ao agricultor, para a adoção de técnicas e manejos adequados visando melhorar a qualidade, eficiência e produtividades, com menores custos.
Ato ou efeito de assistir;
Ação de auxiliar tecnicamente alguém;
Ação de ajudar ou prestar socorro à alguém, socorro prestado à pessoas com necessidades.
FATES/RATES
APLICAÇÃO DO FATES/RATES:
• Assistência Educacional: gastos voltados à educação dos associados, seus familiares e também aos empregados, quando previsto no estatuto da Cooperativa. A Cooperativa pode subsidiar os gastos com educação em todos os níveis, mas principalmente àqueles que podem reverter em benefício de toda a sociedade.
• Assistência Social: corresponde aos gastos relacionados com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Visa corrigir as desigualdades sociais, então, os investimentos nessa área devem sempre privilegiar os mais pobres e desfavorecidos, apesar de que não deve se confunde com o paternalismo.
FATES/RATES
REGULAMENTO PARA APLICAÇÃO DO FATES
SUGERE-SE QUE AS COOPERATIVAS ELABOREM
UM REGULAMENTO QUE DISCIPLINE A
APLICAÇÃO DO FATES, O QUAL DEVE SER APROVADO PELA ASSEMBLEIA GERAL DOS ASSOCIADOS.
FATES/RATES
• ANÁLISE DE CONTA FATES/RATES
• EM 9 COOPERATIVAS...(Base dez/2015)
COOPERATIVA FATES ANTERIOR DESTINAÇÃO FATES APLICAÇÃO FATES SALDO ATUAL FATES PR 8.111.827 8.135.086 - 6.641.267 9.605.646 PR 31.399.373 20.307.118 - 2.896.141 48.810.349 SC 135.362.470 35.055.114 - 18.734.894 151.682.690 RS 56.530.535 16.085.093 - 72.615.629 PR 3.294.212 620.546 - 27.488 3.887.270 SC 7.963.446 3.682.126 - 2.123.922 9.521.650 SC 22.885.398 4.806.352 - 27.691.749 SC 4.145.717 2.420.674 - 2.022.000 4.544.391 RS 11.940.275 5.328.890 - 666.644 16.602.521 -TOTAL 281.633.254 96.440.998 - 33.112.357 344.961.895
FATES/RATES
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 5.348.857 6.113.260
(+/-) RESULTADO ABRANGENTE 1.687.981 3.303.942
Reversão da Reserva de Assist. Téc. Educ. e Social 1.782.928 3.339.606 Destinação Reserva Incentivos Fiscais -94.947 -35.663
(=) SALDO RESULTADO AJUSTADO 7.036.838 9.417.202
DEMONSTRAÇÃO DAS DESTINAÇÕES LEGAIS E ESTATUTÁRIAS
(=) SALDO A DESTINAR 7.036.838 9.417.202
RATES Operações c/ Terceiros -1.646.857 -1.212.389
RATES Estatutário 10% -538.998 -820.481
Reserva Legal 50% -2.694.990 -4.102.406
Reserva de Capitalização 10% -538.998 -820.481
Reserva de Investimentos e Desenvol. -1.051.046 -1.230.722
FATES/RATES
FATES: DIFERENCIAL COMPETITIVO
Segundo o Prof. Michel Porter, as empresas procuram ganhar mercado e a preferência dos clientes oferecendo os melhores serviços ou
produtos desejados por eles;
Porter acha que isso não é suficiente.
Diz que o verdadeiro valor que faz uma empresa ser líder sempre: ela deve ser única!
Não é algo trivial ser “único”, ao contrário: trata-se de um enorme
desafio e exige muita criatividade e mergulho profundo nas expectativas do mercado.
Para as Cooperativas é possível que a resposta esteja no sétimo
ART. 43 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de
percepção.(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
TRIBUTAÇÃO DAS SOBRAS
DISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA
É preciso notar desde logo que o código não colocou as
duas palavras econômica e jurídica como termos sinônimos e substituíveis um pelo outro, nem os mencionou como
complementares, até porque não aludiu à disponibilidade econômica e jurídica, mas, sim, à disponibilidade
econômica ou jurídica, isto é, como disponibilidades
alternativas, de maneira a que uma ou outra possa gerar a incidência do imposto de renda. (OLIVERIA, Ricardo Mariz
de. Fundamentos do Imposto de Renda. Quarter Latin, 2008, p. 289)
DISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA
Entende-se por disponibilidade econômica a possibilidade de dispor, possibilidade de fato, material, direta, da riqueza. Possibilidade de direito e de fato, que se caracteriza pela posse livre e desembaraçada da riqueza. Configura-se pelo efetivo recebimento da renda ou dos proventos. Como
assevera Gomes de Sousa, na linguagem de todos os
autores que tratam do assunto, disponibilidade econômica corresponde a rendimento (ou provento) realizado, isto é, dinheiro em caixa (MACHADO, Hugo de Brito. Comentários
ao Código Tributário Nacional. 2ª ed, Atlas, 2007, p. 448)
DISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA
Já a disponibilidade jurídica, nos dizeres de Hugo de
Brito Machado configura-se, em princípio, pelo crédito
da renda ou dos proventos. Enquanto a disponibilidade
econômica corresponde ao rendimento realizado, a
disponibilidade jurídica corresponde ao rendimento (ou
provento) adquirido, isto é, ao qual o beneficiário tem
título jurídico que lhe permite obter a respectiva
realização em dinheiro (p. ex., o juro ou dividendo
creditados).
DISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA
Não se deve confundir disponibilidade econômica com disponibilidade financeira da renda ou dos proventos de
qualquer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata “utilidade” da renda, a segunda está atrelada ao simples
acréscimo patrimonial, independentemente da existência de recursos financeiros.
Não é necessário que a renda se torne efetivamente disponível (disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a lei a exigir a
verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade
econômica).”(STJ, 2ª T., REsp 983.134/RS, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, abr/08).
LEI Nº 7.713/88
Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. (Vide Lei 8.023, de 12.4.90)
§ 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados.
§ 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos,
títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da
fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.
IN RFB Nº 15, de 06.02.2001
Art. 2º Constituem rendimentos tributáveis todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões e, ainda, os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados.
§ 1º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.
LEI Nº 9.249/1995
Art. 10. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior.
A lógica da não incidência tributária sobre os lucros distribuídos está no
fato de que tais lucros já foram tributados pela pessoa jurídica.
IN RFB Nº 971/2009 – Trata do INSS
Art. 215. As bases de cálculo previstas nos arts. 213 e 214, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, definidos nos §§ 1º e 2º do art. 54, correspondem:
...
II - aos valores totais pagos, distribuídos ou creditados aos cooperados, ainda que a título de sobras ou de antecipação de
sobras, exceto quando, comprovadamente, esse rendimento seja
decorrente de ganhos da cooperativa resultantes de aplicação financeira, comercialização de produção própria ou outro resultado cuja origem não seja a receita gerada pelo trabalho do cooperado;
HIROMI HIGUCHI
“o produto entregue pelo cooperado considera-se vendido quando da emissão da nota fiscal de saída do estabelecimento da cooperativa para terceiro adquirente (PN nº 77/76 e 66/86). A Lei nº 10.676/03 não considera como receita do momento da venda o valor da retenção feita pela cooperativa. No momento da distribuição ou capitalização da sobra o valor correspondente torna-se renda do cooperado.
Com isso, fica alterado o entendimento firmado pelo PN nº 522/70.”
(*) Imposto de Renda das Empresas, 2013, pág. 201, 38ª Edição
SOBRAS
No caso das Sociedades Cooperativas, se os
resultados decorrentes de atos cooperativos não se
sujeitam à tributação, pois pertencem aos cooperados e
não à Pessoa Jurídica, faz sentido que a tributação
recaia na figura dos sócios, caso contrário, teríamos um
rendimento de capital ou de trabalho, livre de tributação.
COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS
A Lei nº 10.676, de 22 de maio de 2003, que trata de exclusões na base de cálculo do PIS e COFINS das Cooperativas em geral, fixou a seguinte regra no § 1º do artigo 1º, especificamente para as Cooperativas de Produção Agropecuária:
§ 1º As sobras líquidas da destinação para constituição dos Fundos referidos no caput somente serão computadas na receita bruta da atividade rural do cooperado quando a este creditadas, distribuídas ou capitalizadas pela sociedade cooperativa de produção agropecuárias.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
No caso das Cooperativas de Crédito, em princípio, o cálculo de rateio das sobras é realizado com base nos seguintes parâmetros:
a) Proporcional às aplicações financeiras realizadas pelos associados: Complemento de remuneração;
b) Proporcional aos depósitos em conta corrente: Equivale à Remuneração de juros;
c) Proporcional aos Empréstimos concedidos aos associados: Devolução parcial dos juros pagos...
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Opinião:
Sócios Pessoas Físicas:
Tributação exclusiva na fonte, em relação aos itens “a” e “b”, como ganho de capital;
Isento de tributação, no caso do item “c”
Sócios Pessoas Jurídicas, tributadas pelo Lucro Real: Rendimento tributado, inclusive os juros pagos pois tais valores foram lançados como despesa dedutível;
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Opinião:
Sócios Pessoas Jurídicas, tributadas pelo Lucro
Presumido:
Rendimento tributável, em relação aos itens “a” e “b”, como renda financeira;
Isento de tributação, pois trata-se de recuperação de despesas;
Produtor Rural, quando escritura o Livro Caixa:
Considera rendimento tributável, pois os juros pagos foram lançados como despesas.
Análise caso a caso...
Educacional;
Transportes;
Mineral;
Turismo;
Infra Estrutura;
Etc...
Incidência do IRF:
Pagamento;
Capitalização;
Alíquota Aplicável:
Tributação Exclusiva na Fonte
ou
Tabela progressiva?
Dedutibilidade da despesa.
LEI Nº 5.764/71, Art. 24
§ 3° É vedado às cooperativas distribuírem
qualquer espécie de benefício às quotas-partes
do capital ou estabelecer outras vantagens ou
privilégios, financeiros ou não, em favor de
quaisquer associados ou terceiros
excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por
cento) ao ano que incidirão sobre a parte
integralizada.
LEI COMPLEMENTAR Nº 130/2009
Cooperativas de Crédito:
Art. 7
oÉ vedado distribuir qualquer espécie de
benefício às quotas-parte do capital,
excetuando-se remuneração anual limitada ao
valor da taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - Selic para títulos
federais.
RESOLUÇÃO CNC Nº 18/1978
I - As sociedades cooperativas somente
poderão pagar juros sobre o valor das
quotas-partes integralizadas do capital quando tiverem
sido apuradas sobras.
IN RFB Nº 41/1998:
Art. 1º Para efeito do disposto no art. 9º da Lei Nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, considera-se creditado, individualizadamente, o valor dos juros sobre o capital próprio, quando a despesa for registrada, na escrituração contábil da
pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta de seu passivo exigível,
representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da empresa individual.
Parágrafo único. A utilização do valor creditado, líquido do imposto incidente na fonte, para integralização de aumento de capital na empresa, não prejudica o direito a dedutibilidade da despesa, tanto para efeito do lucro real quanto da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.
IN RFB Nº 41/1998:
Art. 2º O valor dos juros a que se refere o artigo anterior, creditado ou pago, deve ser informado ao beneficiário:
I - pessoa física, anualmente, na Linha 02 do Campo 6 do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte a que se refere o Anexo I da Instrução Normativa SRF Nº 088, de 24 de dezembro de 1997;
II - pessoa jurídica, até o dia 10 do mês subsequente ao do crédito ou pagamento, por meio do Comprovante de Pagamento ou Crédito a Pessoa Jurídica de Juros sobre o Capital Próprio a que se refere o Anexo Único a esta Instrução Normativa.
Parágrafo único. Ficam convalidados os informes feitos em documento
diferente do referido no inciso II, relativos a juros creditados ou pagos a pessoas jurídicas, entregues anteriormente a vigência desta Instrução Normativa.
IN RFB Nº 41/1998:
Art. 3º Na hipótese de beneficiário pessoa física, o valor líquido dos juros creditados ou pagos deve ser incluído na declaração de rendimentos, correspondente ao ano-calendário do crédito ou pagamento, como rendimento tributado exclusivamente na fonte.
Parágrafo único. O valor líquido dos juros, creditado à pessoa física, mas não pago
até o dia 31 de dezembro do ano do crédito, deverá ser informado, na sua declaração de bens, como direito de crédito contra a pessoa jurídica.
Art. 4º Na hipótese de beneficiário pessoa jurídica, o valor dos juros creditados ou pagos deve ser escriturado como receita, observado o regime de
competência dos exercícios.
Art. 5º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO:
Decreto nº 3.000/99
Art. 347. A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos de apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados
individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as
contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º).
§ 2º Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto na forma prevista no art. 668 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, § 2º).
DEDUTIBILIDADE DA DESPESA:
Decreto nº 3.000/99
Art. 348. São dedutíveis os seguintes encargos:
...
II - os juros pagos pelas cooperativas a seus associados,
de até doze por cento ao ano sobre o capital
integralizado (Lei nº 4.506, de 1964, art. 49, parágrafo
único, e Lei nº 5.764, de 1971, art. 24,
§
3º).
Parecer Normativo CST Nº 73/75:
Segundo este PN, devem ser apuradas em separado as
receitas das atividades próprias das cooperativas e as
receitas derivadas das operações por elas realizadas
com terceiros. Igualmente computados em separado os
custos diretos e imputados às receitas com as quais
guardam co-relação. A partir daí, e
desde que impossível
destacar os custos e encargos indiretos de cada uma das
duas espécies de receitas,
devem eles ser apropriados
proporcionalmente ao valor das duas receitas brutas.
RETENÇÃO IRF:
Solução de Consulta 349 – Cosit, de 17.12.2014
A remuneração anual dos associados, pessoas físicas, de sociedade cooperativa de crédito, na proporção do capital integralizado por cada associado, e limitada ao valor da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), constitui fato jurídico tributário sobre o qual incide o imposto sobre a renda, a ser retido na fonte por ocasião de seu pagamento, mediante aplicação da tabela progressiva, e a ser considerado redução do apurado na Declaração de Ajuste Anual (DAA) da pessoa física beneficiária.
RETENÇÃO IRF:
“Superintendência Regional da Receita Federal 9ª Região Fiscal Solução de Consulta nº 25 de 12 de fevereiro de 2004
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Ementa: Os juros até o limite de 12% ao ano, pagos ou
creditados pelas cooperativas a seus associados, a título de remuneração do capital social, estão sujeitos à
retenção do imposto de renda na fonte à alíquota de 20%.”
RETENÇÃO IRF:
“Superintendência Regional da Receita Federal 1ª Região Fiscal Solução de Consulta nº 99 de 13 de dezembro de 2001
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Ementa: JUROS PAGOS POR COOPERATIVAS. Os juros
pagos pelas cooperativas a seus associados pessoas físicas, como remuneração do capital social, sofrerão
tributação exclusiva da fonte, à alíquota de 20%, na data do pagamento ou crédito.”
RETENÇÃO IRF:
“Superintendência Regional da Receita Federal 1ª Região Fiscal Decisão nº 168 de 26.06.2000
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Ementa: JUROS PAGOS POR COOPERATIVAS. Os juros
pagos pelas cooperativas a seus associados pessoas físicas, como remuneração do capital social, sofrerão
tributação exclusiva da fonte, à alíquota de 20%, na data do pagamento ou crédito, não podendo, no entanto, ser compensado na declaração de Ajuste Anual.”
Súmula 262 do STJ: “Incide o Imposto de Renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas”.
Res. CNC 29/86: Os resultados das aplicações feitas pelas cooperativas no mercado financeiro serão
levados à conta de resultados, ficando a destinação definitiva a critério da AG ou norma estatutária;
Ou seja, os rendimentos financeiros são tributáveis, mas não são levados FATES automaticamente
(depende de norma estatutária ou deliberação da AGO).
IN RFB nº 971/2009:
Art. 215. As bases de cálculo previstas nos arts. 213 e
214, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, definidos nos §§ 1º e 2º do art. 54, correspondem:
II - aos valores totais pagos, distribuídos ou creditados
aos cooperados, ainda que a título de sobras ou de antecipação de sobras, exceto quando, comprovadamente, esse rendimento seja decorrente de ganhos da cooperativa resultantes de aplicação financeira, comercialização de produção própria ou outro resultado cuja origem não seja a receita gerada pelo trabalho do cooperado;
NOTA COSIT nº 33, de 19 de março/2012
3.4. A interessada pleiteia que, ao apurar o IRPJ, os custos de captação de empréstimos e financiamentos classificados como “despesas financeiras” possam ser deduzidos na apuração do lucro tributável.
3.5. Esses custos, entretanto, se revelam como resultado de atos cooperativos, como, por exemplo, empréstimos para aumentar o seu capital de giro ou mesmo um financiamento para a construção da sede da cooperativa, ou seja, representam custos para manutenção das atividades habituais de uma organização.
NOTA COSIT nº 33, de 19 de março/2012
3.6. Assim, a não possibilidade de computo dos custos de captação de empréstimos e financiamentos como despesas vem do fato de que as receitas e as despesas dos atos cooperativos não podem ser utilizadas para a apuração do IRPJ.
3.7. Conclui-se, portanto, que as receitas das aplicações financeiras das cooperativas representam ato não cooperativo, não podendo ser deduzidas despesas próprias da atividade com associado.
ACÓRDÃO CARF nº 1301-002.082. 3ª Câmara/1ª Turma
Sem a comprovação das despesas financeiras umbilicalmente inerentes e diretamente vinculadas, por um nexo imediato de necessidade congênita à geração das receitas financeiras tributadas, não há como aprovar a pretensão de deduzir aquelas despesas.
Ou seja, segundo esta decisão do CARF, somente é possível deduzir o custo de captação do dinheiro aplicado, se houver a comprovação do vínculo direto entre o recurso captado e o recurso aplicado.
PIS E COFINS
REGIME APURAÇÃO CUMULATIVO NÃO CUMULATIVO
LEGISLAÇÃO BÁSICA Lei 9.718/98 Leis 10.637/02 e 10.833.03
OBRIGATORIEDADE Demais Cooperativas Coop. Agropecuárias e de Consumo FATO GERADOR Receita Bruta Receita Bruta e todas as demais receitas EXC. BASE DE CÁLC. (GERAIS) Vendas Canceladas e Descontos
Incondicionais.
Desc. Incondicionais, reversão de
provisões baixadas como perdas, venda de bens do ativo não circulante,...
EXC. BASE DE CÁLC. (COOP) Conforme Ramo de Cooperativa Conforme Ramo de Cooperativa CRÉDITOS BÁSICOS Não Conforme Legislação Básica CRÉDITOS PRESUMIDOS Não Conforme Legislação Específica MANUTENÇÃO DE SALDOS Não Art. 17 - Lei 11.033/04
REC. DE SALDO DE CRÉDITOS Não Art. 16 - Lei 11.116/05
PANORAMA GERAL
PIS e COFINS
DECISÕES JUDICIAIS:• Recentemente foram divulgadas duas importantes decisões sobre a matéria, mais especificamente sobre a incidência das contribuições do Pis e da Cofins nas sociedades
cooperativas, sendo uma na esfera do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outra do Supremo Tribunal Federal (STF). Na primeira, o STJ definiu que não incide Pis e Cofins sobre os denominados “atos cooperativos típicos” nos termos do Art. 79 da Lei 5.764/71; na segunda, o STF definiu a tese de que "A receita auferida pelas cooperativas de trabalho
decorrentes dos atos (negócios jurídicos) firmados com terceiros se insere na materialidade da contribuição ao PIS/Pasep".
• http://www.dsmconsultores.com.br/noticias-e-artigos/postagem.php?id=616
PIS e COFINS
Cooperativas Agropecuárias: • Lei nº 10.833/03:
• Art. 10 - Permanecem sujeitas às normas da legislação da
COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º :
• VI - sociedades cooperativas, exceto as de produção
agro-pecuária, sem prejuízo das deduções de que trata o art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e o art. 17 da Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, não lhes aplicando as disposições do § 7º do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e as de consumo; (Nova Redação dada pelo art. 21 da Lei 10.865/04 -efeitos a partir de 01.05.04)
Limite Crédito Presumido
Lei nº 11.051, de 29/12/04:
• Art. 9º - O direito ao crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de
2003, recebidos de cooperado, fica limitado para as operações de mercado interno, em cada período de apuração, ao valor da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas em relação à receita bruta decorrente da venda de bens e de produtos deles derivados, após efetuadas as exclusões previstas no art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.
(Vigência a partir de abril de 2005).
• § 2o O disposto neste artigo não se aplica no caso de
recebimento, por cooperativa, de leite in natura de cooperado. (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015)
Exclusões permitidas
RECEITA BRUTA
( -) Exportações (Isento)
( -) Vendas Alíquota Zero – Lei nº 10.925/04 e outras... ( -) Vendas com Suspensão - Lei nº 10.925/04 e outras... ( -) Substituição Tributária, Incidência Monofásica...
( -) Custo Agregado – Lei nº 10.684/03, art. 17 ( -) Repasse Cooperados – MP nº 2.158-35, art. 15 ( -) Sobras – Lei nº 10.676/03
(=) Base de cálculo
(x) Alíquotas Pis e Cofins (=) Contribuições devidas
( -) Crédito Presumido (observar limites permitidos) ( -) Créditos Ordinários
Ressarcimento dos créditos
Manutenção dos Créditos:
O art. 17 da Lei 11.033, de 21 de dezembro
de 2004, estabelece que as vendas
efetuadas com isenção, alíquota 0 (zero) ou
não incidência da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS não impedem a
manutenção, pelo vendedor, dos créditos
vinculados a essas operações.
Ressarcimento dos créditos
O art. 16 da Lei 11.116, de 18 de maio de 2005, estabelece que o saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004,
acumulado ao final de cada trimestre do ano-calendário em
virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de:
I - compensação com débitos próprios, vencidos ou
vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou
II - pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a
PIS e COFINS
Cooperativas de Crédito:
Cooperativas de Transporte de Cargas:
Lei nº 11.051/04: Art. 30 - As sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas, na apuração dos valores devidos a título de Cofins e PIS-faturamento, poderão excluir da base de cálculo os ingressos
decorrentes do ato cooperativo, aplicando-se, no que
couber, o disposto no art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e demais normas relativas às cooperativas de produção agropecuária e de infra-estrutura. (Nova Redação dada pelo art. 46 da Lei 11.196/05 - efeitos a partir de 22.11.05)
PIS e COFINS – IN 635/2006
Cooperativas de Crédito: Art. 15. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada
pelas sociedades cooperativas de crédito, pode ser ajustada, além do disposto no art. 9º, pela:
V - exclusão dos ingressos decorrentes de ato cooperativo;
§ 6º Para efeito do inciso V do caput, entende-se como ato cooperativo:
I - receitas de juros e encargos recebidas diretamente dos associados;
II - receitas da prestação de serviços realizados aos associados e recebidas
diretamente dos mesmos;
III - receitas financeiras recebidas de aplicações efetuadas em confederação,
federação e cooperativa singular de que seja associada;
IV - valores arrecadados com a venda de bens móveis e imóveis recebidos de
associados para pagamento de empréstimo contraído junto à cooperativa, até o valor do montante do principal e encargos da dívida; e
V - valores recebidos de órgãos públicos ou de seguradoras para a liquidação
parcial ou total de empréstimos contraídos por associados, em decorrência de perda de produção agropecuária, no caso de cooperativas de crédito rural.
PIS e COFINS – IN 635/2006
Cooperativas de Transporte de Cargas:Art. 16. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada pelas sociedades
cooperativas de transporte rodoviário de cargas, pode ser ajustada, além do disposto no art. 9º, pela:
I - exclusão dos ingressos decorrentes de ato cooperativo;
§ 2º - Para efeito do inciso I do caput, entende-se
como ingresso decorrente de ato cooperativo a parcela da receita repassada ao associado, quando decorrente de serviços de transporte rodoviário de cargas por este prestado à cooperativa.
PIS e COFINS
Cooperativas de Eletrificação:
• Lei nº 10.684, de 30/05/2003: Art. 17 - Sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e no art. 1º da Medida Provisória nº 101, de 30 de dezembro de 2002, as sociedades cooperativas de produção agropecuária e de
eletrificação rural poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS os custos agregados ao produto agropecuário dos associados, quando da sua
comercialização e os valores dos serviços prestados pelas cooperativas de eletrificação rural a seus associados.
• Parágrafo único. O disposto neste artigo alcança os fatos
geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória nº 1.858-10, de 26 de outubro de 1999.
PIS e COFINS – IN SRF 635/2006
Cooperativas de Eletrificação:
Art. 12. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada pelas sociedades cooperativas de eletrificação rural, pode ser ajustada, além do disposto no art. 9º, pela:
I-dedução dos custos dos serviços prestados aos associados, observado o disposto no § 2º;
II-exclusão da receita referente aos bens vendidos aos associados, vinculados às atividades destes;
III-dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica,
Educacional e Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 1971.
PIS e COFINS
Cooperativas Operadoras de Planos de Saúde: MP nº 2.158-35 de 2001:
Art. 2º - O art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 9º. Na determinação da base de cálculo da contribuição para o
PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir:
I - co-responsabilidades cedidas;
II - a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas;
III - o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades."
PIS e COFINS (Operadoras Planos Saúde)
LEI nº 12.873/2013:
Art. 19. A Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 3º ...
§ 9º-A Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º entende-se o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde,
incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida.”(NR)
“Art. 8º-A Fica elevada para 4% (quatro por cento) a alíquota da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS
devida pelas pessoas jurídicas referidas no § 9º do art. 3º desta Lei, observada a norma de interpretação do § 9º-A, produzindo efeitos a partir do 1º (primeiro) dia do 4º (quarto) mês subsequente ao da
publicação da lei decorrente da conversão da Medida Provisória nº 619, de 6 de junho de 2013, exclusivamente quanto à alíquota.”
PIS e COFINS (Operadoras Planos Saúde)
Art. 17 da IN RFB nº 635/2006:
• Art. 17 A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada
pelas sociedades cooperativas de médicos que operem plano de assistência à saúde, pode ser ajustada, além do disposto nos arts. 9º e 10, pela:
• I - exclusão dos valores glosados em faturas emitidas contra planos de saúde; • II - dedução dos valores das co-responsabilidades cedidas;
• III - dedução das contraprestações pecuniárias destinadas à constituição de
provisões técnicas; e
• IV - dedução do valor referente às indenizações correspondentes aos eventos
ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades.
• §1º As glosas dos valores, de que trata o inciso I do caput, devem ser
decorrentes de auditoria médica dos convênios e planos de saúde nas faturas, em razão da prestação de serviços e de fornecimento de materiais aos seus conveniados.
• §2º As disposições dos incisos II a IV do caput aplicam-se aos fatos geradores
PIS e COFINS
Rádio-Táxi e Cooperativas Culturais:
Lei 11.051/04:
Art. 30-A. As cooperativas de radiotáxi, bem como aquelas cujos cooperados se dediquem a serviços relacionados a atividades culturais, de música, de cinema, de letras, de artes cênicas (teatro, dança, circo) e de artes plásticas, poderão excluir da base de cálculo da contribuição para PIS/Pasep e Cofins: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de13 de maio de 2014)
I - os valores repassados aos associados pessoas físicas decorrentes de serviços por eles prestados em nome da cooperativa. ( Incluído pela Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012 )
II - as receitas de vendas de bens, mercadorias e serviços a associados, quando adquiridos de pessoas físicas não associadas; e ( Incluído pela Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012 )
III - as receitas financeiras decorrentes de repasses de empréstimos a
associados, contraídos de instituições financeiras, até o limite dos encargos
PIS e COFINS
Demais Sociedades Cooperativas:
Educacionais; Trabalho;
Habitacionais; outras:
Não há previsão para exclusão do ato cooperativo, portanto, segundo a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, são tributadas normalmente pelo PIS e
PIS FOLHA DE SALÁRIOS
IN RFB 635/2006:
Art. 28 São contribuintes, na hipótese do inciso III do art. 1º: I - a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB);
II - as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 1971;
III - a sociedade cooperativa de produção agropecuária que fizer uso das deduções e exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a VII do art. 11;
IV - a sociedade cooperativa de eletrificação rural que fizer uso das exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a III do caput do art. 12;
V - a sociedade cooperativa de crédito que fizer uso das
exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a VI do art. 15; e
VI - a sociedade cooperativa de transporte rodoviário de cargas que fizer uso das exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a V do art. 16.
INTERCÂMBIO UNIMED´S
Acórdão: 3302003.136 – 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária
UNIMED RIO
• BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVA MÉDICA OPERADORA
DE PLANO DE SAÚDE. INCIDÊNCIA SOBRE O ATOS OU
NEGÓCIOS PRATICADOS COM TERCEIROS. CABIMENTO.
• A Cofins incide sobre os atos ou negócios jurídicos
praticados por cooperativa prestadora de serviço
médico com terceiros tomadores do referido serviço,
asseguradas as exclusões e deduções legalmente
previstas.
INTERCÂMBIO UNIMED´S
Acórdão: 3302003.136 – 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária
UNIMED RIO
• OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE (OPS). RESULTADO DE
INTERCÂMBIO EVENTUAL. VALORES QUE NÃO TRANSITAM
PELAS CONTAS DE RESULTADO. INCLUSÃO NA BASE DE
CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE.
• Os valores recebidos e pagos pelas OPS a título de
intercâmbio eventual não transitam pelas contas de
resultado, porque representam, respectivamente,
recebimento de direito de outras OPS congêneres e
pagamento de obrigações a outras OPS congêneres, logo, o
resultado obtido a título de intercâmbio eventual não
integra a base de cálculo da Cofins, por não representar
receita nem despesa.
INTERCÂMBIO UNIMED´S
Acórdão: 3302003.136 – 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária
UNIMED RIO
• COOPERATIVA MÉDICA. BASE DE CÁLCULO. DEDUÇÃO DAS
INDENIZAÇÕES REFERENTES A EVENTOS OCORRIDOS.
EXTENSÃO AOS BENEFICIÁRIOS DA PRÓPRIA OPERADORA.
POSSIBILIDADE.
• É dedutível da base de cálculo da Cofins o valor integral das
indenizações correspondentes aos eventos ocorridos,
efetivamente pagos, compreendendo o total dos custos
assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da
cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se
neste total os custos de beneficiários da própria operadora e
os beneficiários de outra operadora atendidos a título de
INTERCÂMBIO UNIMED´S
Acórdão: 3302003.136 – 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária
UNIMED RIO
• COOPERATIVA MÉDICA. BASE DE CÁLCULO. DEDUÇÃO
DAS PROVISÕES TÉCNICAS. POSSIBILIDADE.
• É dedutível da base de cálculo da Cofins a parcela
integral das contraprestações pecuniárias destinada à
constituição de provisões técnicas pelas cooperativas
medidas operadoras de plano de saúde.
INTERCÂMBIO UNIMED´S
Acórdão: 3302003.136 – 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária