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RSSICHATUflAS PARA AS PROVÍNCIAS ASSINATURAS FAflA A CORTE. Seubstrb.. Asso

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\

Anno XIV

Hio de Janeiro -—Ijorningo 8 de Bezembro ds 1SS8

¦N.

336

ASSINATURAS FAflA A CORTE

Skmestre 680DO

Ahko -3.000

PAGAMENTO ADIANTADO

•yo

ESCRIPTORIO

RUA EíO OUVIDOR

•?0

RSSICHATUflAS PARA AS PROVÍNCIAS

Seubstrb..

Asso

PAGAMENTO ADIANTADO

88000

168009

TYPOGRAPHIA

73 RUA SETE »E SETEMBRO

<99

NUMERO AVULSO 40 RS.

Slereotypafla 8impressa Bas laclasrotativasfleMarinaul,BatypograpMada«GazeíaâeHoücias»,ile croprieáaáefle iraujo&Mendis

Os artigos enviados á redacção nâo sorão resliluidos ainda qne são sejam publicaiu

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Ti27ag;©irx 24,000 eiéw^íarè.s

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NUMERO AVULSO 40 RS.

Ai assmcalura. começam cm qualquer dia e lcruinam cm iim do março, junho, setembro ou daembto

SEBB5Eaas_g-aBsaBaMBBsmEg3iõi

Aos Srs. assignantes

que quizerem

continuar

com as suas

assignatu-ras, pedimos que as

re-formem em tempo, para

não haver : interrupção

na remessa da folha.

mesma provincia, o bacharel Juventino de Miranda Cabral do Vasconcellos; da de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, o bacharel Luiz Seraílco de Assis Car-valho.

_.;c hoje de prevenção no respecti-vo ctuartol o corpo militar de policia.

0 CONFLICTO

Hontem, durante todo o dia, como era natural, o espirito publico andou preoc-ctipado com a solução do conflicto havido cm S. Paulo, entre o chefe de policia e o 17' batalhão de infantaria.

Era o primeiro dia de despacho impe-rial, e acroditava-so geralmente que a questão ficaria decidida, d'este ou d'aquolle modo. Durante a semana, tinham corrido boatos dc divergência de opiniões entre os membros do ministério, mas esses boa-tos foram hontem contestados formal-mente por uma das folhas da manhã, que se declarou auclorisada a asseverar que havia perfeito accôrdo no gabinete.

ror »utro lado, soube-se que a pri-meira auetoridade militar, o ajudante-general do exercito, o Sr. ajudante-general Seve-ri-.no da Fonseca, que tinha ido na ves-pera ao acampamento do Realengo in-quit-ir dos officiaes do 17* como se ti-nham dado os fados em S. Panlo, ma-infestara a sua adhesão ao modo de proceder d'elles durante essa emergência. Foi n'estas condições quo hontem se tratou da questão no despacho imperial, é sabemos, por informação fidedigna, que o ministério resolveu hontem substituir 0 chefe ile policia de S. Paulo, pelo des-embargador Ernesto Júlio Bandeira de Mello.

Somos ainda informados, do que foram adaptadas importantes medidas de ordem disciplinar, aehando-se de accôrdo com ellas o Sr. ajudante-general do exercito.

__.

Sua Alteza a FrincezDiímperial foi hon-tem inesperadamente á oxposição de mo-Dais da fabrica Moreira Santos, acompa-nhada dasrSras. baronczasdo Loreto e de Siirnhy.

Sua Alteza demorou-se cerca de uma hora, vendo minuciosamente os diversos moveis expostos.

Foram exonerados, a pedido : o ba-aliarei João Thomaz de Mello Alves, do logar de juiz substituto da comarca de It.ú, em S. Panlo ; o bacharel Geraldo de Souza Paes de Andrade, do dejuiz muni-cipal â de orphãos do termo da Cachoeira, no Pará.

Foi nomeado 1" vice-presidente da pro-vincia do Ceará o Sr. barão de Ibiapaba. Por decreto de hsntem foi aposentado o Dr. Amarilio Olinda de Vasconcollos, director da directoria da agricultura,e no-meado para o substituir o Dr. • Alfredo Rocha.

Foi agraciado com o gráo de oflicial da ordem da Rosa o Sr. Dr. Alexandre José Soeiro do Faria Guarany, cirurgião do exercito.

Por motivo da ordem superior, resol-ven a commissão executiva do partido republicano do municipio neutro adiar a conferência que devia realizar hoje, no Paly theama Fluminense, o Sr. Dr. Lopes Trovão.

Foi nomeado professor ae arlthmctica o geometria do curso annexo á faculdade do Recife o Sr. Dr. Manuel Francisco de Sá Antunes.

carecedora e digna aliás de eflicazes au-xilios, a producção da renda publica, explorando-se os promissores mananciaes de industrias nascentes, que prudente' animação fará medrar.

Isto posto, restabelecido no interior o prestigio da lei c da auetoridade, que a represente e cumpra, apoiadas na leal-dade e disciplina da força militar—ga-ratitia da ordem publica; respeitado o direito do cidadão, sem distincçào de classes, nem opiniões; inspirada a admi-nistraç.ão nos princípios de moralidade, justiça e moderação, que devem caracter i-isar os governos verdadeiramente fortes e conscios da árdua tarefa, que lhes in-cuiiibe; e por lim, mantidas no exterior relações de paz, -concórdia e dignidade com as nações estrangeiras, poderemos encarar desassombradamente o futuro, certos de qiie o Brazil preencherá sous esplendidos destinos.»

Por decreto do hontem foi nomeado procurador da coroa, soberania o fazenda nacional da Relação da corte o Sr. dos-embargador"barão de Muritiba.

Foi nomeado inspector geral de hygiene o Sr. Dr. Benjamim Antônio da Rocha F«r-.S, lento de hygiene na faculdade de Medicina d'esta corte.

A Anti-Slavery Society enviou ao Sr. Dr. Joaquim Nabuco uma mensagem, para ser entregue a S. A. a Princeza Im-perial.

Consta que vai ser agraciado com a carta de conselho o Sr. Dr. Gonçalves Ferreira, presidente da provincia de M iuas.

Consta-nos estar nomeado oflicial da se-cretaria da assembléa provincial do Rio de Janeiro o Sr. Jarbas Octaviano.

Sabemos que, por telegramma datado de liontem o procedente de Buenos-Ayrés, o capitão de mar o guerra Custodio José de Mello, commandante do cruzador Al-mirante Barroso, pediu ao Sr. ajudante general da armada a substituição do chefe de machina d'este cruzador, o indicou o machinista de 2" classe Nicoláo José Mar-ques, actual chefe dc machina do cruza-flor Guanabara.

Foi nomeado inspeclor especial das terras e colonisação na provincia de Minas Geraes o Sr. José Carlos dc Carvalho.

G_2-U.lSr_3

'

Eis como n'uma folha de Pariz foi apre-ciada a iniciativa do Sr. senador Taunay qua tanto applaudimds. e tão vantajosa é aos interessas públicos, apresentando um projecto de lei qiie prohibia a entrada a trabalhadores chinezes no Brazil :

« On a paru génèrãlèmént surpris que M. (.'Escragnolle Taunay déposât dans 1'occurrence un projet Interdisant 1'intro-duetion de travailleiirs cbinois. Les uns contèsteht 1'opportunité de cotte présen-tation. les autres combattent formelle-ment eetto interdiction. II parait qtfe dans Ia province de Rin et dans Ia matta de Minas, certains fazendeiros essayaient en eliet de s'õrganisar pour llntroduction dos Chinois; M. Taunay a voulu cou-per court á cette tentativo, et conime d'aucuns estiment que les Celestes fc-raient bien dans cci-taincs grandes pro-pi-iétós, il me parait qu'il n'a pas été aussi malavisé qu'on veut bien le dire. II est beau d'õtre liberal, et de ne pas fermer le Brésil aux Chinois, á 1'exemple des Californicns ; il est meilleur encore de ne pas laisser so produira une ten-lative de rèsarrection plus ou moins de-guiséé de 1'esclavago sur des liommes 'punes reniplaçant des hommes uoirs.»

é sem duvida a de sor nm excellente con-versador, e a de ter um ar zombeteiro, que ô um dos traços principaes da sua physionomia.

È outro retrato:

Prado, trigueiro, baixo, de feições vul-gares, com os cabellos curtos e começando a embranquecer,, nada tem do nobre hi-dalgo, omulo de D. Juan, que a phan-tasía de todos os leitores podia ter ¦ ebido, á vista do numero das suas con-quistas e das suas extraordinárias aven-turas.

Dá até mais a idéa do contrabandista hespanhol, capaz, sendo precisoi de trocar meia duzia de balas com os guardas da fronteira, do que a do homem que, por atravessar todas as classes, tem colhido um verniz de elegância o distineção.

E' assim que Prado é descripto por um importante jornal francez. No emtanto alguns dizem que elle é capaz de verda-deiras transfigurações, tendo chegado por .vozes a parecer um verdadeiro gentle-man.

O que não realisa, na verdade, ó o typo consagrado d» seduetor irresistiveJ

• Foram removidos a pedido os juizes municipaes o de orphãos: bacharel San-tiago do Assis Pereira Rocha, do termo do Cr n Io para o dc Brejo d'Arcia, na pro-vincia da Parahyba; bacharel João Gon-çalves dc Medeiros, do de Souza para n do Conde, na mesma provincia ; bacharel Vicente - de Moraes Mello Junior, do de Iguape para o de Lorena, em S, Paulo. Por despacho de hontem foi agraciado com o titulo de barão o Sr. Andrelino Pe-reira da Silva, residente em Pernambuco.

Foram nomeados:

Cheio de policia da provincia do Espi-rito Santo, o juiz de direito Antônio Pinto dc Mendonça.

Chefe de policia da provincia das Ala-gôas, o juiz dc direito Luiz Ignacio de Mello Barreto.

Terceiro supplente do subdelegado do curato de Santa Cruz, Mathias Fernandes da Cosi»

Foi nomeado Cai-los Augusto Coelho para o logar do amanuonse da inspecto-ria geral da instrucçao primainspecto-ria e se-cundai-ia do municipio da corte, sendo exonerado do de amanuense da escola Pplytochnicá; para este ultimo logar foi nomeado Iloracio Fernandes de .xiaga-lriáes.

Foi nomeado adjunto da cadeira dc anatomia da faculdade de Medicina d'esta corte o Dr. Marcos Bezerra Cavalcanti. Foram promovidos para preenchimento das vagas existentes na secretaria da agricultura os Srs. : José Pinto dc Ser-queira, 1' ollicial, a chefe de secção; An-tonio Manuel Xavier Bittencourt c Ar-Unir Azevedo, segundos olliciaes? a pri-nieiros; Raynuindo Teixeira Mondes e Helvécio Limoeiro, amanuenses, a se-fundos olüciaes.

Foi nomeado secretario da provincia do Amazonas o Dr. Henrique José Coelho.

TRIBUNA LIBERAL

Encetou hontom a sua publicação esta folha diária, órgão do partido liberal. A sua redacção está confiada a talentos bri-lhantissimos o iá provados nas luetas do jornalismo.

Saudando cordialmente o novo collega, a quem desejamos todas as prosperidades, pedimos- lhe venia para transcrever o que reputamos ser a parto principal do seu programma •

OSupremo Tribunal de Justiça concedeu revista a José Soares do Amaral, no pro-¦cesso dos salvados do vapor Bahia, o de-signou a Relação de Ouro Preto para de -novo julgar o processo.

Foi exonerado do logar dc chefe de K-lieia da provincia das Alagoas o juiz de direito José da Cunha Teixeira.

Foram nomeados juizes municipaes c ¦de orphãos: do termo do Brejo, no Mara-nhão, o bacharel Raymundodo Araujo 'Lins Filho; do de Santarém, na Bahia, o bacharel Amando José dc Souza; do de Bom Jesus do Rio de Contas, na mesma provincia, Augusto Verno de

.; Importa que as vistas c a actividade dos liberaes convirjam para determina-dos objectivos, que, uma voz attingidòs, sirvam de supportes para mais altos em-préhendimentos.

Na ordem politica cabe a prioridade ao alargamento do voto. A massa geral dos cidadãos tem o direito de intervir no go-verno do estado, que presentemente corre á sua revelia ; è mister conferir o sutlVa-gio eleitoral a todos os brazileiros que saibam ler e escrever.

Esta é a base imprescindível de quaes-quer outros propósitos. Sobre taes alicer-ces flrmar-se-ha segura e inabalável a reorgr.nisaçào dos municípios c-das pro-vindas, plenamente livres na respectiva esphera. de acção. só limitada no que possa afrouxar ós elos da conimunhfio.

Essencial condição 6 de tão importante desideratum que a designação dos que exerçam, nas províncias, as attribitições executivas recaia sobro os que ellas pro-prias indicarem, como os mais dignos e capazes do tão alta investidora.

lllusoi-ia, o mais que isso — concessão funesta—seria a reforma que não fornecesse a cada uma das aggreminções adminis-trativas os recursos" precisos para sua ma-nutenção.

D'ahi a necessidade da reconstituição dos patrimônios, aquinhoado cada um na proporção dos encargos co-relativos, e pi-oniovendo-sc-lhe o augmento antes pela maior flscalisaçâo no arrecadar-se do que pela aggravaçáo dos impostos.

TJm horroroso assassinato preoecupa a attenção do povo pariziense, assassinato commettido por um homem que 6 um aventureiro extraordinário, cuja historia deixa absolutamente em segundo plano a historia de todos os herdes dos roman-ces de maior sensação.

crime actual 'foi a pista que a policia pariziense seguiu para a descoberta de muitos outros crimes do mesmo herde : envenenamentos, roubos, bigainia, assas-sinatos, tudo ha om profusão na historia deste homem extraordinário, cuja origem e vida são envolvidas em um certo mys-terio, que ainda o torna mais interes-sante.

A noticia nue vamss dar, narra em to-das as minuilencias a vida d'esse homem; agora preso e processado por ter assassi-nado Maria Aguétan, de quem roubou jóias e outras valores.

Prado casara em Madrid em 1879, cora o titulo de conde de Linska de Castillon. Diz que sua mulher descende dos reis de Aragão, o que não é,de resto, muito crivei, porque Dolores Garcez y Marcilla era filha de uns commerciantes ricos, levando-lhe um dote dc70:000j|000.

De 1879 a 18S3 viveu em companhia da esposa, levando uma vida de jogador, fun-dando mesmo uma,casa ds jogo e gas-tando até o ultimo vintém. Tentou enve-nenar a mulher, e abandonou-a depois para se refugiar em Bordéus, dopis em Pariz, provavelmente para fugir a policia hesparinslá.

. Em Pariz a3Sociou-se com ura compa-triata chamado Ramos, para a explora-ção í'um desinfectante chimico, roubou-o e arruinou-o. Depois seduziu uma menina da sociedade, que abandonou, quando a viu grávida. Esteve em riscos de ser bigarao ou trigamo (só Deus sabe quantas mulheres ello ilcsposou!) e abandonou uma rica viuva, quando, em 1885, travou relações com Eugenia Forestier.

Em 1SS7 foi installar-se em Royan, na loja do joalheiro Forgerit, para o roubar. De volta a Pariz preparou uma machina-ção para inundar a Hespanha de falsos tratados commerciaes ; creou falsos bre-veis tle official cat-lista ; e preparou-se, emílra, para roubar as jóias do usurario Lorenzo, o que o levou á prisão.

De sua vida anterior narram ainda, quo se quiz impor como filho natural dc Na-polaào III, mas isso nào è verdade, e elle apenas disse que o seu nascimento é mysterioso.

Nascido no México, foi criado em Gi-jon, por uma mulher sempre vestida de luto, que o levava a resar sobre o túmulo de sua mãi; tinha 13 annos—diz elle— quando essa mulher morreu.

Afim de esclarecer esse mysterio, ar-rombou um cofre, onde encontrou tetra" tos e papeis que lhe revelaram um acon-ferimento trágico, de que sc nega a failar. Roubaram-lhe a vida da mãi, e ello roubou o segredo do seu nascimento. Aos 13 annos partiu para a França, afim de utilisar esse segredo, mas os aconte-cimentos— diz elle—não o deixaram rea-lisar os seus propósitos.

Durante a guerra, aos 15 annos, deu a volta ao mundo : foi a Moçambique, a Calcuttá, a Hong-Kong, a Haiti, a S. Francisco e a Nova-York,

Em 1872. com o nome de conde de Linska o dizendo-se filho de um coronel polaco, alistou-se como tenente no exer-cito carlista, tendo 17 annos de idade. Viveu alli da rapinagem, transpondo uma voz a fronteira franceza, para ir roubar 8.000 francos de jóias.

Durante o cerco de San Sebastian, in-trodiiziu-so na praça para uma expedição galante, mas prentleram-n'ocomo espião. Foi julgado, condomnado, e ia já a ser fuzilado, quando foi salvo pola (Ilha do governador, que tora vel-o áprisão, o que die seduzira.

Na batalha do Sommorostro, foi ferido por um obuz e transportado á ambulan-cia. A inná de caridade que o tratou, apaixonou-se loucamente por elle. Per-tencia a uma das mais nobres famílias inglezas. Prado raptou-a, desposou-a e partiu com ella para a Palestina, a visi-tar os logares santos !

Mas voltou com olla moribunda para a Itália, e ao desembarcar na ilha de Isuhia a rapariga expirou,'] como muitas mu-lheres que elle amou, d'um mal desço-nhecido I

Embarcou então para Havana, o ali, em pleno dia e no meio d'uma . rua populosa e sob o olhar de duas mulheres aterra-das. roubou d'üma casa de penhores 30.000 francos de jóias 1 Duas horas depois em-barcava'para a Europa, alltn de assistir us ultimas luetas da guerra carlista.

Perseguido cm Hespanha, embarcou ara o Peiit, e, chegando a Lima, sedu-ziu uma mulher com quem casou (quan-tas vezes este homem casal) e que lhe le-vou um dote dc uni milhão. Perdeu metado ao jogo. A mulher morreu subitamente. Perseguido pelos herdeiros, embarca e foge parti Portugal.

No Porto faz-so amigo de um italiano, ao qual roubou delicadamente 20 libras, que lne eram rigorosamente indispensáveis. Ainda n'esta cidade consegue commetter um roubo, n'uma loja de ourivesaria, de 15 contos do réis, de. objectos preciosos. Ao partir deixou sobro o mostrador um bilhete, no qual convidava o ourives a guardar melhora sua mercadoria!

Em 1878 voltou a Moçambique, depois a Madagascar, c regressou emllm a Ma-drid, onde fundou uma casa de jogo, na qual, graças a uma roleta falsa e aos pontos, que esperavam roubal-o, elle rou-bou cerca dc S0 contos de réis.

— E' o unico dinheiro, diz elle, que roubei com prazer I

Ainda uma vez a comedia do amor lhe serviu para extorquir 12 contos a uma velha, e foi em 1879 quo encontrou, na praia de San-Sobastian, Dolores yMar-dila com quem casou.

Elle mesmo, quando viu a narração de todas as suas aventuras, exclamou:

— E' um romance, no iíiti do qual eu esperava encontrar a assignatura de Pon-son du Terrail l

de Itaúna. Ali é quo foi então o bom e o bonito I Deu ella para implicar com os transeuntes. Admoestada por uma pntru-lha, prorompeu a dama em Injurias des-cabclladas, e. no acto de ser conduzida á prisão, cahiu ãe unhas e dentadas, não só nas praças, como nas pessoas que as auxiliavam.

A muito custo recolhida ao xadrez da estação, pouco depois tentou Maria Isa-bel suicidar-se, o que não conseguiu por ter sido obslada p:lo commandanto da referida estação.

A pobre mulher, victima dp máu vinho, foi removida ipara a detenção, e contra ella vai o subdelegado do 1* districto do SanfAnna proceder nos termos da lei.

E tudo isto porque não tomou cerveja Tigrel

31 «le Dozeinln*©.— As assigna-turas que não foram reformadas atò esta data, serão suspensas. •('

Nas' diversas audiências do tribunal, presidida pelo Sr. Ilorteloupe.têm oceor-rido incidentes interessantíssimos. .,

No primeiro dia, Prado portou-se de maneira menos conveniente. No dia se-guinte, como n'este, a concurrencia de expectadores era enorme.

O presidente disse que deixara na ves-pera failar livremente Prado.para que os jurados pudessem apreciar o caracter do réu ; mas que estava disposto a mantel-o no respdto devido ao logar e á pessoa d'elle juiz.

Prado retorquiu que o querem matar sem quo elle se defenda, o que, se não tivesse toda a liberdade, se calaria.

Foi pouco interessante o interrogatório dos outros réus, que se fez para apurar o roubo, antes de passar->se a averiguar todas as circumstancias do assassinio.

Ao entrar na questão da morte violenta de Maria Aguétan, Prado disse que, na noite em que essa mulher foi assassinada, elle estiveracom Eugenia Forestier.

O presidente diz-lhe que isso não era exacto, visto que algumas pessoas reco-nheeeram o aceusado.

Prado insiste na negativa.

O juiz pergunta-lhe como é que Euge-nia Forestier tivera noticia cabal do crime n'aquella manhã.

Prado responde que fora pelos jornaes. E acerescenta:

Quereis renovar o processo Pran-zini ?

O presidente expêz muitos factos pas-sados com Eugenia Forestier, como indícios do assassinio.

Prado nega a existência e a exactidão d'essos incidentes e indícios.

O presidente annuncia que a testemu-nha hespanhola Jimeno dará explicações sobre as jóias de Maria Aguétan. Ao ouvir isto, Prado perturbou-se.

Comparando os crequis das jóias, feitos em Pariz pelo amante de M. Aguétan e em Madrid por Jimeno, vê-se que são as mesmas, porque amba3 concordam per-feitamente.

No terceiro dia houve a acareação. A declaração de Eugenia Forestier é concludente. Demonstra o envileciraento de Prado.

Declarou que era ella quem o snsten-tava, e que elle a obrigara a prosti-tuir-.se. Rdata os roubos feitos por Prado c confirma todos os pormenores das suas primeiras declarações, a respeito do as-sassinio de Maria Aguétan. Descreve o regresso de Prado á casa, na noite de 14 do janeiro de IS86, quando chegou im-pressionado, febril, com as mãos arra-nhadas. Tambem insiste em que Prade lhe deu uma nota de cem francos, cujo papel tinha um golpe de navalha. Relem-bra a troca do fato e a partida de Prado para a Hespanha.

O presidente disse-lhe:

Sabo que com as suas declarações vai fazer tombar a cabeça do Prado?

Sei, respondeu Eugenia, mas disse a verdade e devo mantel-a.

Prado interrompeu dizendo: Hei de justitlcar-me.

Os murmúrios do auditório abafam a voz do aceusado.

Prado fallou em diversos amores de Forestier, attribnindo-lhe um amante turco. Esta contestou o o auditório riu.

O presidente.—Não é caso de rir, por-que está cm jogo uma cabeça.

Prado interrompeu altivamente: Ainda está segura.

SECCA DO CEARA

h

-•e

FortaSexa, 4

O vapor Alagoas leva hoje 257

retiran-tes, sendo para, o Rio 147, para S. Paulo

50, para o Espirito Santo 60. A causa

d'esta diminuição foi a resolução tomada

pelo presidente, de augmentar as obras

provinciaes contra a secca, dando no

mesmo tempo salários aos famintos.

Pro-duziu aqui optimo efleito- esta medida,

tendo até constado qua o commercio da

capital ia representar á presidência contra

as facilidades proporcionadas ao êxodo

de trabalhadores úteis, que não seriam

facilmente encontrados, quando

restabe-tecidas as condições normaes. O total de

passageiros sabidos pelo porto da

Forta-leza, de 1* de setembro até 30 dc

novem-bro, foi de 4924. D'esses, embora as

pri-meiras passagens grátis fossem

conco-didas somente de fins de setembro em

diante, ha 2932 transportados á custa do

Estado, importando em 54:8033400. As

noticias do interior são sempre

desola-doras

Continuou -durante

o

mez findo a

enorme importação de genero3

alimen-ticios. A desproporção com o mez

cor-respondente do anno passado é

sorpre-hendente.

Falleceram hoje: victima de uma lesão

cardíaca, Felix Ceará, subdito portuguez;

e o rico négooiante

Luiz Ribeiro da

Cunha, dignitario da rosa.

O presidente organisou o serviço para

dar a hora exacta, tempo médio, ao porto

e á cidade, sendo anuunciada ás 8 da

noite por um tiro de canhão, pela

for-taleza de Nossa Senhora da Assumpção.

(Ctaxefn do Koltciat.')

estabelecimento de fabricas de fumo no I interior da cidade, c, dedarando-se deac-l cordo com o parecer da commissão dé' justiça, que manda fechar a fabrica da

riia da Assembléa. propõe que se mande fechar tambem a do largo do Rocio Pe-qüono.

Em seguida apresenta uma proposta para serem fechadas essas duas fabricas. para a qual pede urgência, que a câmara concede.

O Sr. Thomaz Rabello impugnou a proposta.

0 1' batalhão de infantaria dá hoje a guarda de honra para o paço-imperial. Ao cônsul do Brazil em Portugal, de-clat-ou o ministério do Império, nue bem procedeu mandando tomar as declara-ções do 'padre acatholico Manuel An-tonio de Menezes, brazileiro naturalisado, de haver sua mulher dado á luz n'aqttella cidade uma filha, quo desejava fosse ba-ptisada no Brazil, con vindo que de 1 de janoii-O em diante se observem as dispo-sições do decreto n. 9S8G de 7 de março d'este anno.

OSr. Dr. Gonçalves Ferreira, presi-dente da provincia de Minas Geraes, segue no dia 4 do corrente para aquella pro-Tincia.

Aqui ha tempos, reclamámos contra a mudança que a companhia de S. Christo-vãdqu ei-ia fazer dò ponto dos bonds da linha de Catumby, o o governo deu pro-videncias no sentido de não serem pre-judicados os quo se utilisam da referida 'linha

até onde estão estendidos os trilhos. Consta-nos que a companhia, pretex-tando estarem doentes os animaes de quo dispõe, quer agora levar avante o que motivou a reclamação, fazendo o largo de Catumby ponto dos carros d'aquella Unha, com enorme prejuízo e transtorno para os moradores das ruas de Itapii ú, Navarro c outras d'aquelle bairro, que reclamam do governo providencias.

Ao Sr. ministro da agricultura vai ser dirigida uma representação, queestainos certos, não deixará de ser attendida. .•.

Ao Sr. Dr. Carlos de Vasconcellos, de-legado de hygiene, foi pelo Sr. inspector geral designada a freguezia de S.'Chris-tovão, para n'ella ter exercido.

Sob a presidência do Sr. commendador Carlos Antônio de Araujo oSilva, servindo de secretários os Srs. Martinho José de Moraes Junior e Francisco Antônio Mar-ques, reuniram-se 91 accionistas da com-panhia Lealdade, representando 8.815 acções, para proceder-se á eleição do di-redores, o foram reeleitos os Srs.-. Al-berto da Fonseca Guimarães, commen-dador Antônio dc Castilho Maia e Ilonorio Hernioto Corrêa da Costa.

Foi dispensado do carço de agente do corpo policial da provincia do Rio de Ja-neiro o tenente Alexandre Martins de Azevedo, o nomeado para substituil-o o tenente Luiz da Costa Firme.

•Vlireu j do de Souza, na Parahyba, o

ba-tòarel Luiz. de Sá Lima. do de Çuité, na[dc não confiar somente du agrlcvilturâ;

A par destas medidas capitães, cumpre remover os tros maiores obstáculos ao adiantamento do paiz:— as distancias, facllitande-se os meios de transporte: o deserto, povoando-se o seu vasto territo-tio ; e a ignorância das classes populares, diffiindindo-se o ensino, maxime o pri-raario, alüançado na lei fundamental.

Para o segundo d'estcs vitaes interesses ha mais a esperar-se das garantias asse-goradas ao culto «(liaioso de todas as crenças, á instituição da familia, á facili-dade na acquisição do solo e á expansão da iniciativa individual, do que deavtil-tadas subvenções destinadas a alliciar immigrantes.

Sob o ponto de vista econômico, é tempo

Não é entretanto um adonis este aven-tureiro. Eis como elle foi descripto pelo commissario de policia pariziense:

Segundo uns, Prado tem 28 a 30 annos de idade; segundo outros, 28 a 35.

Estatura abaixo de média, antes pe-queno, magro, nariz comprido, bigode farto, castanho e empinado, olhos pe-quenos, redondos, vivos e penetrantes, tez morena, um pouco pallido, cabellos rapados, voz breve, fatiando depressa, ar zombeteiro, maçãs do rosto salientes.

Tom a linguagem fácil, conversa bem, anda desembaraçado, tem boas maneiras, graciosas e correctas, e usa sempre luvas, Tem além d'isso nma grande facilidade em transformar a expressão da physio-nomia, passando de parec*er um operário a parecer uni verdadeiro yentleman

A leitura da aceusação levou mais de hora e meia.

Ouviram-se em seguida as testemunhas, cincoenta e cinco, entre as quaes a con-dessa Linska (a pobre mulher de Prado). Prado ouviu ler a aceusação com um grande ar de altivez e com o seu sorriso zombeteiro. De vez em quando encolhia os hombros.

No interrogatório Prado continuou res-pondendo o mesmo que dissera, sempre que era interrogado durante a instrucçao do processo.

Que quasi todos os roubos que lho attri-buem, foram apenas creações da ima-ginação; que se formaram sobra isso muitas conjecturas, mas que não lhe apresen taram provas.

Quando o juiz lhe diz que elle, depois de gastar a fortuna da mulher com quem casou em 79, a abandonara, Prado negou. Depois o presidente diz-lhe que elle fora condemnado a quatro mezes de pri-são por causa de roubos.

<c A' revelia I » retorquiu elle. Ao ouvir o juiz dizer-lhe quo vivera á custa da Forestier, exalta-se e protesta. Allirma que, quando outros recursos não tivesse, tinha o da sua penna. Falia tambem, n"este ponto, da sua empreza dos dosinfectantes chimicos.

Prado sempro que se refere áMauricette Couronneau, revela uma emoção, que lhe não despertam nunca as referencias a todas as outras amantes. A's vezes nas respostas tem um calor, uma facilidade de phrase, de verdadeiro orador.

Ao referir-se, n'tima passagem do in-terrogatorio, a Mauricette, teve um ver-dadeiro rapto de eloqüência.

E esta mulher, ainda quente das minhas caricias, era pedida em casamento por outro homem, (ah I era preciso que fosse um tal homem I), por um allemão 1 Sim, ella denunciava-me para ficar livre de mim, para poder prostituir-se sobre o berço do seu filho... Não. receiou de ir levar sobre esse berço a cabeça do pai de seu filho, tornando-se cúmplice d'estaEu-genia, de quem fora rival f

Depois d'isto voltou a prostituir-se nos meus braços, no gabinete do juiz instru-ctor, porque hei de provar isto 1 Eis aqui a sinceridade d'estas mulheres. E são es-tas mulheres que bulharam em Bordéus, as que depois se'aluaram para conspirar contra mim, que estava preso, reconci-liadas pelas suas paixões ímmundas.»

Foi exonerado- a pedido, do logar de pro-curador da coroa, soberania c fazenda nacional da -!\c.lação da corte, o desem-bargador Manuel Pedro Alvares Moreira Villaboim.

D. Isaíjel Lal3ourdonnay Gonçalves

Ripe fie Pinho

Depois de prolongada doença, faileceu hontem, á 1 1/2 hora da tarde, a Exma. Sra. D. Isabel Labourdoimay Gonçalves Roque de Pinho, esposa do Sr. commen-dador José João Martins de Pinho e tllha do visconde de Rio Vez. "

Coração generoso c de uma caridade infinita, D. Isabel de Pinho havia ligado ha muito o seu nome a todas as obras philantropicas, pelo que sua morte será chorada, não so por quem d'clla vivia perto, como por muitos a quem a sua bon-dosa mão amparou no infortúnio.

O seu enterro realisa-se hoje. ás 10 horas da manhã, sahindo o feretro da rua do Cosme Velho n. 16 para o cerni-terio do Carmo, de cuja vchoravel ordem era priora jubilada.

O Lyceu Litterario Portuguez, peza-roso por tão infausto acontecimento,

re-solvcu:

Cerrar as portas do Lyceu durante oito dias.

Pelo mesmo tempo hastear em

fu-.-neral a sua bandeira; i

Tomar luto por 30 dias;

Adiar os exames do actual anno lectivo para depois do 30" dia do passa-mento;

Acompanhar os restos mortaes da infeliz senhora, esposa do seu presidente e benemérita- da associação até á final jazida;

Depositar sobre o feretro, como tes-temunho de gratidão, uma coroa de

sau-dades. '

A exposição de quadros do paizagista Hi Caron foi hontem visitada por 280 pessoas.

Uma coinmissão de officiaes da oílicina de calddreiros de cobre do arsenal de ma-rinha nos procurou hontem, para quei-xar-sc dc que vai sor nomeado para uma vaga existente na oílicina um homem que não é do oílicio e que vai preterir, em vencimentos, oíliciaes que alli estão ha 15 annos e mais. .

'

Apresentamos a reclamação, quo nos parece justa, aquém competente.

Foi exonerado, a pedido, do cargo de 3* supplente do subdelegado da freguezia de Guaratinguetá, José de Souza Barros.

Atictorisou-se o conselheiro cirurgião-mor da armada a providenciar, do ac-côrdo com o quartel-general, afim de que se estabeça na ilha do Governador uma enfermaria para tratamento das praças da armada accommettidas dc beri-beri; devendo contratar um medico para alli servir, no caso de não existir dis-ponivel algum cirurgião da armada.

Foram concedidos tres mezes do licença a cada um dos aspirantes Hormindo Ma-ria do Albuquerque. Pery Ferreira de Lamare. José Carlos Dias da Silva e Joa-quim Ribeiro Sobrinho, para tratarem de sua saude, onde lhes convier.

Pela analyse feita no laboratório de hygiene reconheceu-se ser de vinho arti-ílcial a amostra de vinho branco marca P. Arnaud (c a figura de um cacho), pro-cedente de Marseillo pelo vapor Biarn e consignado a Avenier Dale & C.

t-

•\

B9AU VINHO

Estamos nós a aconselhar o uso da cer-veja Tigre, da inoíTensiva cercer-veja Tigre; e entretanto continuam os :imantes_ da pinga a fazer uso de uma droga nociva, que os obriga a scenas cujo epílogo quasi sempre tem por theatro o xadrez. Do numero desses incorrigiveis que se atiram ás bebidas brancas, é Maria Isabel, senhora que ante-hontem ehupitou de-mais, e, no estado de Noé depois que

pro-Mastuna das suasqua^des».. .raUentcs J vou. dç tinto, foi parar á rua do \iscoade

Approvada a acta da sessão de 15 do passado, procede-se á leitura do expe-diente, do qual consta uma portaria do ministério do império, relativa a depósitos de aguaríente. O Sr. presidente envia essa portaria ás commissões de justiça, obras e saude.

O Sr. Patrocínio faz diversas conside-rações, no sentido do justificar a con-sulta que dirige á câmara, para que ella resolva se podem ser igualados aos tra-piches os armazéns que servem de de-positos do aguardente, e, no caso nega-tivo, consultar a esse respeito ao Sr. mi-nisiro do império.

O Sr. Fontes combate essa proposta, que é sustentada pelo Sr. Patrocínio. De-pois de algumas observações do Sr. pre-sidente, a câmara resolve qne as com-missões emiRam o seu parecer com a maior urgência;

O Sr. Nobre apresenta o passivo da câmara, que tem de ser remettido ao Sr. ministro do império ; e o Sr. Thomaz Rabello protesta contra a designação Sara o império, o que pódc dar logar a in-o pagamento, feita pelo ministério justiças.

O Sr. presidente apresenta Fum relato-rio do veterinárelato-rio Sr. Daniel Egalon, sobre a epizootia que tem reinado nos muares das companhias, de bonds da corte, o qual relatório, promette mandar publicar.

Em seguida convida a câmara a compa-recer no cortejo que se deve realisar hoje, por ser o anniversario de S. M. o Impe-rador.

Continuando, diz que é convemenfe a câmara receber as propostas para obras e estudal-as, resolvendó-so depois sobro as que so puderem executar: e cjue quanto ao empréstimo que a municipalidade está negociando, é destinado a pagar todas as suas dividas, e depois poder conhecer os recursos de que pode dispor.

E' de opinião que os pareceres sobre as obras sejam dados depois de negociado o emprestimo,e que os proponentes que não quizerem acceitar essa condição, podem retirar as suas propostas o levantar as respectivas cauções, ficando prejudicado o seu direito.

Foram depois recebidas 14 propostas para calçamento de ruas.

O Sr. Patrocínio trata da o.uestão do

Caramba I O hespanhol Romão Cara-vallo ó um verdadeiro armazém de pança-das I Ante-hontem, na rua do Barão de S. Felix n. 21, applicou-lhe um sujeito, F. Oliveira, alguns valentes pontapés em' certa região. O sujeito evadiu-se, e Cara-vallo correu a queixar-se na estação policial do 2" districto.

Pouco depois fazia Caravallo a sua en-trada na 0* estação, onde ia queixar-se de ter o tal Oliveira, na rua da Impera-triz. repetido a dose.

N'essa occasiào tomou o martyr da pancadaria um tremendo pontapé no ab-domen, que o obrigou a vêr estrellas ao meio dia.

Em regosijo pelo anniversario de S. M. o Imperador, o Sr. tenente-coronel Fran-cisco Victor da Fonseca e Silva, com-mandante do corpo policial da provincia da Rio de Janeiro, determinou que seja hoje melhorado o rancho das praças d'a-quelle corpo.

Entro menores:

Manuel Mendes de Carvalho, menor, filho de Antônio Teixeira de Carvalho, foi ante-hontem empurrado por outro menor, filho do dono de uma charutaria da rua de S. Joaquim, e, cahindo sobre a calcada, icriu-.se na cabeça. Na estação policial do 2' districto foi o ferido apre-sentado por seu pai. Depois do medicado em uma pliarmacia, retirou-se o menor para sua residência.

Faileceu nnte-hontem, e foi sepultada hontem, a Exma. Sra. D. Virginia D. dc Cerqueira Lima, esposa do Sr. Dr, João do Cerqueira Lima:

sítier por íorca fazer o seu negocinho depois das 10 horas da noite o dono da casa de pasto da rua do General Câmara n. 381. Intimado ante-hoatem para fechar as portas, desrespeitou elle o com man-dante do districto, e tantas cousas fez, que o subdelegado do 2' districto do Sa-cramento o mandou intimar para com-parecer em juizo.

Assumiu nontem a vara de auditor da marinha, o integro magistrado Dr. Hen-rique Dodswortlí.

O subdelegado do 2' districto do Sacra-mento mandou ante-hontem apresentar ao Sr. Dr. juiz de direito do7" districto cri-minai Albino Moreira Monteiro e Joaquim José Pereira, que, tendo prestado ílança provisória para se livrarem soltos, no processo de offensas physicas que lhes foi instaurado, deixaram de converter etsa fiança cm definitiva, dentro do praso

legal.

:.

DE VILLA NOVA A PAULO AFFONSO

(VIAGEM FOLKLORISTA) I

A IDA '

(Continuação)

Pão de Assucar ora fazenda de gado, depois feita povoação em 1853. Em Í854 elevou-se a villa e em 1877 á categoria de cidade.Exporta algodão,azeite de mamona, oleo do ricino,- solas c couros curtidos, farinha de mandioca, milho, feijão, arroz, pouco fumoe gado.

Dentro da cidade surge o morro da Pa-ciência, todo coberto de podras soltas.

Possue uma igreja matriz, do Coração de Jesus, onde logo na entrada, ao rez do chão, está o jazigo do tenente-coronel José Gonçalves de Andrade, nascido em 24 de novembro de 1820 e falleddo a 11 de dezembro de 1880; a inscripção é aberta em mármore de Itália e betumada de preto, medindo a padra 0",362 da ai-tura por 0",404 da largo.

A serra do Pão de Assucar. ô produ-diva e amena, dizendo-se que ella en-cerra mineraes preciosos, ainda não ex-piorados.

O nome da cidade vem do morro que lhe fica próximo. E' uma atalaia avan-cada ao seu lado, não se parecendo na ftírma com o Pão de Assucar do Rio de Janeiro. Morro muito mais baixo e ar-rodondado, é composto de barro e pedras soltas, espalhadas pelo solo, bordado do vegetação rara, como em geral a das margens do rio! '

Corre impresso que, por óccasião da visita do Imperador em 1859, uma mulher do Pão de Assucar, indo ver o vapor im-perial, ahi ouviu dizer que elle era de 40 cavallos ; procurou-os por todos os lados, e, náo os vendo, fez esta ingênua pergunta: «Mas aonde é a estèrbaria em quo elles estão ? »

Seu povo vive satisfeito, é amável o obsequiador. Sahimos muito contentes da visita que fizemos á florescente cidade, .e ainda mais nos demoraríamos, so o nosso piloto não estivesse sd a nos desoncovar, para dizer: «A viração já cahiu 1»

Pouco depois do meio dia, deixámos Pão de Assucar, saudosos do logar o da sua gente.

Ahi pude colher quatro pedras do co-risco. São mãos de gral. Duas degra-nito, a maior rosea, conica'• trancada, bem polida, medindo 0",158 da.comprido, e a menor em fôrma do pêra com 0",84 de comprido. As outras duas: uma de amphibolilo, ovoide achatada, com uma cavidade em parte de uma das faces ; a outra de quartzito, bem polida, imitando um cone truncado de base convexa.

Adquiri mais .um jped>ço de canella fóssil, de raastodonte (?,*!tendo o orifício medullar cheio de tabatinga ou argilla branca, parecendo á primeira vista tutano. E' interessante. Foi achado na lagoa Pa-chyderma, a quatro léguas do Eão de Assucar.

Logo que se sahe da cidade, fica o morro do Cavallete, quo é o mesmo Pão de As-sucar.que se descortina de Prazeres.

Depois d'este morro está defronte o Sacco Grande, e logo vem o Riacho Grande.

As margens sergipanas são incontesta-velmente mais bellas e cultivadas que as de Alagoas.

Do Pão de Assucar em diante, em am-bas as margens, começam os morros pe-dregosos, cobertos de vegetação já conhe-cida, que deixa ver pedras soltas esbran-quiçadas, atiradas pelo solo accidentado. As muitas sinuosidades do rio fazem com quo ás vezes,olh ando-se ao redor, pa-reça que se está dentro de um lago, todo fechado do montanhas mais ou menos elevadas.

Depois passa-se em Pau Ferro, sitio alagoano, com tres casas; fica entre dois morros, um dos quaes do Algodão. Se-guem-se Quixaba e Trahiras, logarejos tambem de Alagoas, com plantações.

Quasi defronte do Trahiras vem Bom Supcesso, com uma boa casa e mais outras situadas em baixas coílinas.

Em frente descança a ilha do Ferro, bem ao meio do rio; da parte alagoana o logar que ahi se vê, tomou o mesmo nome.

Começam então a apparecer muitas praias pequenas, separadas de morros cobertos de capim; as pequenas arvores tornam-so rareadas, tanto em uma como em outra margem, principalmente na de Sergipe.

As praias são todas cultivadas, dislin-guindo-so n'ellas uma casinha pdo menos. Apresenta-se então Curralinho,povoado sergipano, constituído de duas duzias de. casinhas, estiradas pela encosta, cm fila; possue duas capellinlias,umafóra da linha das casas.

A vista é agradada pela pequenez e ai-vura das suas habitações, todas enfllei-radas como um pelotão de soldadinhos.

Continuam as praias, umas maiores, outras menores, sempre cortadas de morros lavados pelo rio. Em uma d'ellas está o sitio chamado Bonito, na margem esquerda, com quatro casinhas. Fica pouco adianto de Curralinho.

Os morros e praias, margeando o rio, continuam suecessivámente n'esta pa-ragem.

Pouco acima de Bonito vêem-se muitas pedras fora d'agua e outras existem sub-mergidas, quasi a aflorando; são ellas o terror dos navegantes; a nossa canoa passou rentinho a uma e quasi quasi a ai-cançou. Ficámos todos assustados com a graça. Nem um torvelinho indicava a sua existência alli. A viração cabia rija e a canoa corria como um trem de ferro, o que se tornava ainda mais perigoso, caso batêssemos na traiçoeira pedra.

Pequenos bancos de areia e pedra tam-bem ahi estão esparsos pelo leito do rio, formando ilhotas, com alguma vegetação muito á tõa. N'este logar, o rio abre-se mais, e por isso chama-se o Sacco.

A passagem de vapores e canoas é ahi muito arriscada, quando o rio está na va-sante, como o navegámos.

O grande inconveniente que oflerece o rio n'esta parte empedrada, podia ser perfeitamente desobstruído; a navegação reclama esta necessidade. A commissão

do melhoramentos do S. Francisco, hoje no alto, devia ter começado do baixo. A perigosa Pedra do Matheus podia ser destruída, e as infernaes caldeiras de Pe-dro Botelho muito melhoradas. As,pedras-, do rio nào trazem bandeirolas, como as dos portos maritimos, e o piloto que não fôr perito, entorna a panolla.

Ao redor do Sacco ha algumas casas e culturas. A vegetação dos morros é sem-pre a mesma, tornando-se aborrecida pela sua monotonia. As habitações são eollocadas ao alto das ribanceiras, ao longo do rio, onde não podem attingir as grandes enchentes.

Logo que se deixa o Sacco o seus ira-minentes perigos, porque tudo alli são ciladas que o rio armou aos nevegantes, mostra-se Entre-Montes, povoado ala-goano, bonitinho, collocndo na bar-rança, com algumas ruas e quatro igre-ginhas, uma coin torre, ao centro do povoado, o as outras tres mais retiradas, sendo uma a do cemitério. A serra ahi como que se recua, para dar logar ao povoado, cujo nome está mesmo indicando onde fica.

Ainda apparecem cabeços de pedra & tona do leito do rio n'esse logar, que disto de Piranhas apenas duas léguas.

Depois ergue-se o morro do Angic», em Sergipe, e ahi fica a fazenda do mesmo DMttrO.

A vegetação dos morros continnúà a ser sempre a mesmissima"; fatigando a vista. Devido aos ventos, é curioso ver em ai-gumas praias a areia toda formada em rufos, como os desusados peitos da ca^ misa de homem.

Logo adiante, estão duas grandes na- ' dras da banda da Sergipe, eollocadas i margem do rio e por cila circuladas ; são as Duas Irmãs, em pé, uma. perto ds outra, na mesma linha, como sentinellas avançadas.

D'ahi, volvendo-se os olhos para a os-tclra deixada do rio, a vista chama logo a attenção para um veio de pedras es-branquiçadas, em uma serra, cortando-» de alto a baixo, em diagonal.

A natureza do terreno não muda; um rosário de morros, cobertos de catingas, mostrando o solo todo a descoberto. Os mandacarus, esgalhados, assorpentina-dos, estão por toda parte, ofTerccendo ao viajante seus fruetos escttndecentes, como flammas chammejantes de cirios.

Depois o rio dilata-se, e apparece então a serra do Collete, que se abre para dar .caminho ao rio, serra toda constituid» do pedras avermelhadas a esbranquiçada» e vegetação rareada. Sua fôrma ó irra-guiar, ora mostrando cavidades, ora cúr-tesa prumo, como feitos pela mão do homem-, O aspecto, porém, quo apre-saçt» .6, interessante.

Èm segúimento emenda-se a serra do Siülmbú, margeando tambem o rio pel» parte alagoana.

Pouco depois passa-se pelo grande ro-chedo que surge ao meio do rio, conhecido pelo nome de Pedra do Matheus—famosa por suas façanhas, terror dos canoeiros a viajantes,—e pelas curiosas e não menos perigosas caldeiras dc Pedro Botelho, que parecem mesmo as do Inferno. E' um horror esta parte da navegação: redo-moinhos furiosos, corredeiras vertigino-sas, caldeirões immensos a ferverem doi-damente, emflm uma cousa medonh» abre-se ao viajante, que vê por toda aquella parto Pedro Botelho a trabalhar heróica--mente. Um Inferno d'agual

Durante nossa passagem o vento so-prava forte, e o piloto, excellente pratico, fez a canoa entrar toda garbosa no porte de Piranhas, ás i 1/2 horas da tarde.

Fomos para o hotel que a terra tinha. Valle Cahral.

(Continua.)

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O resultado dos exames de hontem n» Academia das Bellas Artes foi:

Anatomia c physiologia das paixões.— Approvados: D. Cândida Klier e Paulo Ildefonso da Assumpção, com distineção; João Baptista da Costa, plenamente.

MOVIMENTO DE IMIGRANTES

No decurso do mez de novembro en-traram no Império, pelo porto do Rio de Janeiro, 9,463 immigrantes, assim cias-sifleados, segundo as respectivas nacio-nalidadcs: Italianos 7.558, Portuguezes 1,107, Belgas 284, Hespanhóes 246, Al-lemàes 120, Francezes 24, Austríacos 23, Inglezes 10, Suissos 8, Americanos 4, Sueccos 2, Polaco 1, diversos 16. Segundo o sexo: masculino 0,305, feminino 3,158; segundo a idade: maiores de 12 annos 0,995, menores 2.468; segundo a profissão: agricultores 7,754, artistas S9, diversos 1,620; segundo o estado: solteiros 4,520, casados '-2,488, viúvos 217, desconhecido 2,238; segundo a religião: catholicos 9,446, desconhecida 17; segundo as pro-cedencias: Gênova 6,708, Lisboa 1,165, Nápoles709, Antuérpia 332, Yigo221, Rio da Prata 174, Hamburgo 70, Bordéos 34, Havre 24, Coruiina 10, New-York 7 e Li-verpool 3.

Receberam auxilio do governo na hos-podaria da ilha das Flores 6,179 immi-gran tes.

Passaram em transito para: Rio da Prata 5,693, Santos 909, Europa 355, S. Francisco 45.

Sahiram do império para: Europa 831, Rio da Prata 17.

Sahiram para se estabelecer S.396 im-migrantes, sendo: italianos 7,351, portu-guezes 462, belgas 323, allemãcs 120, lies-panhóes 95, austríacos 21, suissos 6, fran-cezes 4, hollandezes 4, inglezes 2, diver-sos 3. Sendo: masculinos 5,157, femini-nos 3,239; maiores de 12 anfemini-nos 6,004, me-nores de 12 annos 2,392.'

Tomaram os seguintes destinos: Minas 4,022, S. Paulo 2,018, Rio de Janeiro 1,037, Rio Grando do Sul 593, Paraná 382. Espirito-Sanfo 141, Corte 127. Sant» Catharina 63, Amazonas 9, Pará 5, Bahia 3. Como obrios, desordeiros e vagabundos, assignaram termo dc bem viver, na sub-delegacia do 2* districto do Sacramento, Manuel Joaquim, Leocadia Rosa do Nas-cimento e Francisco de Oliveira Jorgo. Oxalá que lhes faça bom proveito.

Hontem, pouco depois da meia noite, um indivíduo de côr branca, que ostav» alcoolisado, na occasiào cm que ia om-barcar em uma das barcas Ferry, em viagem para Nictheroy, cahiu ao mar, sendo salvo pelos catraieiros José Atalaya e Francisco Rodrigues Metello, que con-seguiram em um bote retiral-o d'agu», ainda com vida, mas sem falia.

. Depois do tratado por um medico qua por acaso passava n'essa óccasião, foi a paciente transportado para o hospital d»

Misericórdia.

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