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o item
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CLÍNICA MÉDICA
Uma paciente de 53 anos de idade, portadora de
diabetes mellitus tipo 2, procurou a Unidade Básica de
Saúde com queixa de poliartralgia de mãos e punhos há doze dias. Informou que, dez dias após ter viajado para Natal, teve quadro súbito de febre (39,5 °C), acompanhada de mialgias e cefaleia de leve intensidade e de fadiga e poliartralgia bilateral simétrica, de moderada intensidade, de mãos e punhos. Fez uso de dipirona e diclofenaco sódico por orientação médica. Os sintomas desapareceram após cinco dias, com exceção das dores articulares, que não melhoraram com o tratamento. A intensidade das dores articulares piorou progressivamente, dificultando a execução das atividades cotidianas. Ao exame, havia dor à compressão e à movimentação passiva das articulações metacarpofalangianas e dos punhos, bilateralmente, com discreto edema. O exame sorológico confirmou infecção
pelo vírus Chikungunya.
Com base nesse caso hipotético e nas recomendações do Ministério da Saúde, julgue os itens de 1 a 7.
1 A paciente não tem os fatores de risco necessários
para desenvolver a forma grave da doença.
2 Os anti-inflamatórios não esteroidais são as drogas
de primeira escolha para o tratamento da dor articular da paciente, por existir forte componente inflamatório.
3 A leucopenia com linfopenia menor que
1.000 cels/mm³ é a observação mais frequente no hemograma de pacientes na fase aguda dessa doença.
4 Por apresentar dor articular intensa, o uso de opioide
está indicado para a paciente.
5 Na fase da doença em que se encontra a paciente, o
exame sorológico mais utilizado para o diagnóstico
de infecção pelo vírus Chikungunya é o RT-PCR.
6 A ausência de exantemas é um achado comum da
doença e ajuda no diagnóstico diferencial das
infecções pelo vírus Zika.
7 Se a poliartralgia da paciente persistir por mais de
três meses, a droga de primeira escolha para o tratamento será a hidroxicloroquina.
Um paciente de 22 anos de idade procurou o atendimento médico de emergência após acidente escorpiônico. Relatou que, há duas horas, fora picado por escorpião amarelo na mão esquerda, enquanto manuseava entulho. Queixou-se de dor no local da picada, de moderada intensidade. Negou quaisquer outros sintomas ou comorbidades. A presença de eritema e edema leves no dorso da mão esquerda foi a única anormalidade detectada no exame físico.
Com base nessa situação hipotética e nas recomendações do Ministério da Saúde, julgue os itens de 8 a 14.
8 A região da picada do paciente é descrita como a
mais frequente nos acidentes escorpiônicos registrados no Brasil.
9 O paciente foi picado pela espécie responsável pelos
acidentes escorpiônicos mais graves no Brasil, sendo que a maioria dos casos letais ocorre em pacientes idosos.
10 O tratamento sintomático indicado para o paciente é
a infiltração de lidocaína a 2%, com vasoconstritor, no local da picada ou o uso de dipirona, via oral. 11 O tratamento específico indicado para o paciente é a
administração de duas a três ampolas EV de soro antiescorpiônico.
12 Nas formas graves desse tipo de acidente
escorpiônico, geralmente ocorrem hiperglicemia, hipocalemia e hiponatremia.
13 Edema pulmonar agudo e choque são as causas mais
frequentes de óbito relacionadas aos acidentes escorpiônicos.
14 Em casos graves de escorpionismo, podem ocorrer
arritmias cardíacas, hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.
___________________________________________ Quando um doente procura a assistência médica emergencial com elevação acentuada da pressão arterial, é fundamental classificar o seu quadro como urgência ou emergência hipertensiva. A conduta clínica e o prognóstico diferem conforme o tipo de crise hipertensiva. A respeito da crise hipertensiva, julgue os itens de 15 a 20 de acordo com as recomendações das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020.
15 As urgências hipertensivas são situações clínicas
assintomáticas em que há elevação acentuada da pressão arterial, sem lesão aguda e progressiva em órgãos-alvo e sem risco iminente de morte do paciente.
16 As emergências hipertensivas são situações clínicas
sintomáticas em que há elevação acentuada da pressão arterial, com lesão aguda e progressiva em órgãos-alvo e com risco iminente de morte do paciente.
17 As emergências hipertensivas são definidas pelo
nível da pressão arterial e pelo status clínico do
paciente.
18 A captoprila e a clonidina são as drogas de escolha
para o tratamento de pacientes com quadro de urgência hipertensiva.
19 A encefalopatia hipertensiva ë uma emergência
hipertensiva cujo tratamento consiste em diminuir rapidamente a pressão arterial, para evitar a propagação do dano cerebral do paciente, preferencialmente com nitroprussiato de sódio. 20 Em pacientes com emergência hipertensiva por uso
de substâncias ilícitas de atividade simpaticomimética, como, por exemplo, a cocaína, os betabloqueadores são as drogas de primeira escolha como tratamento.
___________________________________________ Um paciente de dezesseis anos de idade, sem comorbidades conhecidas, procurou o atendimento médico ambulatorial com queixa de fadiga, dispneia ocasional aos pequenos esforços e coloração amarelada dos olhos e das palmas das mãos. Negou histórico de drogadição, cirurgias ou transfusões sanguíneas. Relatou que, há cinco anos, parara de comer carne e produtos de origem animal. No exame físico, foram constatadas icterícia e mucosas descoradas. Os demais achados foram normais. Os exames laboratoriais mostraram: hemoglobina sérica de 9,6 g/dL; hematócrito 28%; VCM 120 fL; reticulócitos 2,3%; LDH 659 UI/L; bilirrubina total 4,9 mg/dL; bilirrubina indireta 4 mg/dL; bilirrubina direta 0,9 mg/dL; e enzimas hepáticas com valores dentro da normalidade. O esfregaço de sangue evidenciou macrocitose e pleocariócitos. A pesquisa de hepatites virais foi negativa e os níveis séricos de ácido fólico e ferro sérico foram normais. A dosagem de vitamina B12 sérica foi < 90 pg/mL.
Com base nesse caso hipotético, julgue os itens de 21 a 27.
21 A icterícia do paciente é causada por hemólise
intramedular secundária à eritropoiese ineficaz, decorrente da deficiência de vitamina B12.
22 A ausência de sintomas neurológicos pode ser
explicada pelo nível sérico de ácido fólico dentro da normalidade.
23 Os pleocariócitos são neutrófilos hipersegmentados
presentes no esfregaço sanguíneo e fazem parte do quadro hematológico da deficiência de vitamina B12. 24 O ácido fólico também é conhecido como vitamina
B9.
25 A elevação sérica do ácido metilmalônico é o
marcador mais sensível de deficiência de vitamina B12.
26 O tratamento de escolha para o paciente é a
administração de vitamina B12 por via parenteral, pois o quadro descrito é considerado como deficiência severa.
27 A macrocitose presente na anemia megaloblástica
também ocorre em outras doenças, como, por exemplo, no hipotireoidismo.
Um paciente de 65 anos de idade, vivendo em situação de rua, com importante histórico de alcoolismo crônico, em uso de furosemida 20 mg/dia, há duas semanas, para tratamento de hipertensão arterial, procurou o atendimento médico com queixa de fraqueza muscular e câimbras nas mãos. Apresentava-se desnutrido e o hálito etílico era evidente no exame físico, assim como a hiperreflexia tendínea e a redução da força muscular nos quatro membros. Após avaliação clínica e laboratorial, o nível sérico de magnésio era de 1,25 mg/dL.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens de 28 a 32.
28 O diurético utilizado pelo paciente age na porção
espessa da alça de Henle, reduzindo a reabsorção tubular de sódio e cloro e o consequente aumento da excreção de magnésio.
29 Entre as manifestações neuromusculares da
deficiência de magnésio, encontram-se o sinal de Chvostek e o sinal de Trousseau.
30 A deficiência severa de magnésio pode causar
hipercalcemia, devido ao aumento da secreção de PTH.
31 Na deficiência de magnésio, pode haver o
prolongamento do intervalo QT, inclusive com o desenvolvimento de Torsades de Pointes.
32 A perda renal de magnésio por disfunção tubular
induzida pelo álcool pode ter colaborado para a hipomagnesemia do paciente.
___________________________________________ Uma paciente de 35 anos de idade foi levada para a unidade de assistência médica emergencial inconsciente. Familiares informaram ser portadora de hipotireoidismo há oito anos, em uso regular de levotiroxina. Apresentava hipotensão arterial (59 X 18 mmHg) não responsiva à infusão de soro fisiológico. O ECG mostrou taquicardia sinusal de 114 bpm. Foi medicada com vasopressores. Os
exames laboratoriais mostraram: Na+ 108 mEq/L;
K+ 5,9 mEq/L; e glicose 55 mg/%. A equipe médica
suspeitou de insuficiência adrenal aguda.
Com base nesse caso hipotético, julgue os itens de 33 a 37.
33 O tratamento de escolha para a paciente é a
administração de succinato de metilprednisolona, por ter ação tanto glicocorticoide como mineralocorticoide.
34 Pacientes com insuficiência adrenal aguda podem
apresentar febre baixa (< 38,5 °C) mesmo sem a presença de infecção.
35 A associação entre o hipotireoidismo e a insuficiência
adrenal da paciente justifica a investigação de síndrome poliglandular autoimune do tipo 1.
36 A hipoglicemia da paciente é resultado da redução
da síntese de aldosterona, importante hormônio contrarregulador da insulina.
37 O hemograma da paciente deve apresentar
alterações, como, por exemplo, linfopenia e eosinofilia, decorrentes da redução da produção de cortisol.
Uma paciente de 38 anos de idade procurou a assistência médica, queixando-se de quadro recorrente de flatulência, borborigmos, distensão e cólica abdominais e, às vezes, fezes de consistência amolecida, há dois anos. Os sintomas quase sempre ocorrem depois de uma a duas horas da ingestão de leite ou de seus derivados, o que a faz pensar que tem alergia ao leite. O médico atendente decidiu investigar uma possível intolerância à lactose. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens de 38 a 44.
38 O diagnóstico será confirmado se, durante o teste de
tolerância à lactose, não houver elevação da glicemia maior ou igual a 20 mg/dL em cada um dos intervalos medidos no teste.
39 Os sintomas da paciente são resultado da
fermentação da lactase não digerida pela flora bacteriana ao chegar ao cólon.
40 O tratamento dietético indicado para a paciente é a
completa retirada do leite e de seus derivados da dieta, pois os sintomas retornarão assim que houver a ingestão desses alimentos.
41 A deficiência primária de lactase refere-se à ausência
congênita da enzima e tem caráter autossômico recessivo.
42 A deficiência secundária de lactase geralmente é
transitória e pode ocorrer como consequência de outras doenças gastrointestinais, como, por exemplo, gastroenterites virais, doenças inflamatórias intestinais e doença celíaca.
43 O tempo de aparecimento dos sintomas da paciente
após a ingestão alimentar é útil para diferenciar a intolerância à lactose de outras patologias, como, por exemplo, da síndrome do intestino irritável.
44 A glicose e a galactose, monossacarídeos resultantes
da quebra da lactose, são ativamente transportadas para dentro dos enterócitos.
___________________________________________ Uma paciente de 67 anos de idade procurou o atendimento médico ambulatorial com queixa de dor facial esquerda recorrente há sete anos. A dor foi descrita como lancinante, do tipo choque e pontada, com duração de até 5 s, várias vezes por dia, iniciando-se na região pré-auricular e irradiando-se para a mandíbula. Informou que há um ponto de gatilho na região malar ipsilateral e que o quadro também era desencadeado ao mastigar, o que a levou a perder peso, por não se alimentar bem devido à dor. Negou dor entre os episódios dolorosos ou na face oposta. Já havia procurado um cirurgião-dentista por provável disfunção temporomandibular, mas ele afastou o diagnóstico. O diagnóstico proposto pelo médico assistente foi o de neuralgia do trigêmeo.
Com base nesse caso hipotético, julgue os itens de 45 a 51.
45 O quadro da paciente preenche os três critérios de
diagnóstico para neuralgia do trigêmeo.
46 A incidência de neuralgia do trigêmeo é maior nos
homens que nas mulheres.
47 O tratamento de primeira escolha para a paciente
será a carbamazepina (na dose de 200 a 1.200 mg/dia) ou a oxcarbazepina (na dose de 300 a 1.800 mg/dia), independentemente da causa da neuralgia do trigêmeo.
48 Na neuralgia do trigêmeo clássica, o acometimento
bilateral pode ocorrer em 30% dos casos e exige doses maiores de medicamentos para controle da dor.
49 Se a ressonância magnética da paciente mostrar
compressão da raiz trigeminal pela artéria cerebelar superior, o quadro poderá ser classificado como neuralgia trigeminal secundária.
50 Mesmo havendo compressão radicular trigeminal
pela artéria cerebelar superior, o tratamento cirúrgico não será a opção terapêutica indicada para a paciente, exceto se a medicação for ineficaz no controle da dor ou se seus efeitos colaterais inviabilizarem o seu uso.
51 É importante definir a área acometida pela dor facial
da paciente, pois o ângulo da mandíbula e o terço posterior do couro cabeludo não são inervados pelo nervo trigêmeo, sugerindo outra patologia de base. ___________________________________________
Uma paciente de quarenta anos de idade, sem comorbidades, procurou o auxílio médico com queixa de dor cervical anterior há quinze dias, febre diária de 38 °C, odinofagia alta e surgimento de pequena tumoração cervical anterior dolorosa, com eritema cutâneo no local. Refere que, sete dias antes do aparecimento dos sintomas atuais, apresentou quadro de odinofagia alta, tratada com amoxicilina em pronto-socorro. O exame físico mostrou temperatura axilar de 37,9 °C, FC de 110 bpm, PA de 140 x 86 mmHg e tireoide aumentada de volume e extremamente dolorosa à palpação. Orofaringe normal, sem adenomegalias cervicais. Após a avaliação dos resultados dos exames, o médico assistente fez o diagnóstico de tireoidite subaguda.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens de 52 a 58.
52 A doença da paciente decorre de provável infecção
viral ou de processo inflamatório pós-viral.
53 A paciente tem uma patologia cujo quadro clínico se
caracteriza por tireotoxicose, sem hipertireoidismo. 54 O quadro laboratorial da paciente caracteriza-se por
elevação dos níveis séricos de TSH, T4, T3, tireoglobulina, VHS e proteína C-reativa.
55 Por aumentar o risco de sangramento, o uso de
anti-inflamatórios não esteroidais está contraindicado para a paciente.
56 A cintilografia de tireoide da paciente deve mostrar
redução difusa da captação de iodo.
57 O metimazol está indicado para o tratamento dos
sintomas relacionados ao excesso de hormônio tireoidiano da paciente.
58 A prednisona deve ser o tratamento inicial para a dor
Um paciente de 39 anos de idade procurou o atendimento médico emergencial, queixando-se de ter acordado, há três dias, com dor severa na base do hálux direito, com edema e eritema local. Apesar do uso de anti-inflamatório não esteroidal, a dor persistiu. Relatou ter hiperuricemia e hipertensão arterial tratada, há trinta dias, com hidroclorotiazida 25 mg/dia. Negou traumatismos, febre, exantemas ou calafrios. O exame físico mostrou monoartrite da articulação metatarsofalangiana do hálux do pé direito. O diagnóstico de gota foi confirmado por meio de exames complementares.
Com base nesse caso hipotético e nas recomendações da
publicação 2020 American College of Rheumatology
Guideline for the Management of Gout, julgue os itens de 59 a 65.
59 A hidroclorotiazida deve ser retirada porque tem o
efeito de aumentar o ácido úrico e pode precipitar crises de gota no paciente.
60 A colchicina poderá ser utilizada somente após o
término da crise aguda de gota do paciente, como prevenção de novos quadros de artrite gotosa. 61 A losartana deverá ser preferencialmente escolhida
como agente anti-hipertensivo para o paciente. 62 Deve-se recomendar ao paciente, como terapia
adjuvante não farmacológica, o uso de calor local. 63 Nos casos de crise de gota em que a administração
oral de medicamentos não é possível, o uso de corticoide intramuscular ou intravenoso é recomendado.
64 Os pacientes com hiperuricemia assintomática não
devem ser tratados com hipouricemiantes.
65 O alopurinol estará contraindicado para o tratamento
de gota se o paciente for portador de doença renal crônica.
___________________________________________ A respeito dos derrames pleurais, julgue os itens de 66 a 72.
66 O líquido pleural de pacientes com insuficiência
cardíaca é do tipo transudato, mesmo nos que fazem uso de diuréticos ou inibidores da ECA.
67 Em pacientes com pseudoquilotórax, a análise do
líquido pleural tem como característica a relação colesterol/triglicerídeos < 1.
68 Em pacientes com derrame pleural por artrite
reumatoide, o predomínio de neutrófilos no líquido pleural é classicamente observado.
69 Os derrames pleurais eosinofílicos transudativos são
comuns em pacientes com urinotórax.
70 Por meio do padrão anecoico característico, a
ultrassonografia pode distinguir, com segurança, os transudatos.
71 O hematócrito do líquido pleural com ao menos 50%
do valor do hematócrito do sangue periférico confirma o diagnóstico de hemotórax.
72 Os derrames pleurais transudativos em geral não
exigem investigação específica, devendo a terapia ser direcionada à causa do acúmulo de líquido do paciente.
Um paciente de 28 anos de idade procurou o atendimento médico emergencial com queixa de dor nos membros inferiores, fraqueza, mal-estar, urina de coloração marrom e diminuição do volume urinário há quatro dias. Negou doenças de base, febre e uso de álcool, de drogas ilícitas ou de medicamentos. Os sintomas iniciaram-se algumas horas após um campeonato de
CrossFit. Alguns dos resultados dos exames laboratoriais colhidos foram: CPK 80.000 UI/L; creatinina 8,6 mg/dL; e ureia 229 mg/dL.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens de 73 a 79.
73 A insuficiência renal aguda do paciente deve-se à
precipitação, com obstrução tubular renal, da CPK em excesso.
74 A hidratação venosa com soro fisiológico a 0,9% deve
ser iniciada após a comprovação do quadro de oligúria descrito pelo paciente.
75 O uso de manitol poderá exacerbar a hipovolemia do
paciente.
76 A urina do paciente deverá ser alcalinizada com
bicarbonato de sódio.
77 A coagulação intravascular disseminada é uma
complicação tardia em pacientes com a patologia responsável pelo quadro descrito.
78 A hipercalemia é uma complicação precoce da
doença que acometeu o paciente e deve ser prontamente tratada.
79 A hipocalcemia é uma complicação precoce descrita
em casos semelhantes ao do paciente e deve ser tratada em todos os casos.
___________________________________________ Um paciente foi encaminhado para consulta no ambulatório de clínica médica, com quadro de conjuntivite, uretrite, artrite e lesões penianas e a suspeita clínica de artrite reativa. A anamnese, o exame físico e os exames complementares podem fornecer dados importantes para o diagnóstico correto e a escolha da terapia adequada.
Com base nesse caso hipotético, julgue os itens de 80 a 86.
80 O acometimento ocular pode ocorrer em até 25% dos
pacientes e pode preceder o quadro de artrite. 81 O exame da genitália do paciente pode detectar
balanite circinada, uma das lesões características da artrite reativa.
82 A sacroileíte pode ser detectada radiologicamente
nesses pacientes e, quando presente, é frequentemente bilateral e simétrica.
83 As entesites são frequentes na artrite reativa e os
locais comuns são o tendão de Aquiles, a fáscia plantar e os ossos pélvicos.
84 A manifestação predominante da artrite reativa é a
poliartrite assimétrica das articulações periféricas. 85 Os corticoides são o tratamento de primeira escolha
para a artrite periférica, mas têm benefício limitado para os sintomas axiais dos pacientes.
86 As articulações dos membros inferiores são
acometidas preferencialmente nesses pacientes, que geralmente são adultos jovens entre vinte e quarenta anos de idade.
Um paciente de 35 anos de idade, hipertenso, procurou atendimento médico com quadro de febre de 38 °C, tosse seca, odinofagia alta, mialgia e cefaleia leve, há dois dias. Negou dispneia ou piora do estado clínico. Informou que mora com sua mãe, de setenta anos de
idade, e que tem diabetes mellitus tipo 2 e obesidade.
Negou que ele ou sua mãe tenham sido vacinados contra
influenza. O exame físico mostrou apenas hiperemia de faringe e de coanas nasais. O diagnóstico foi o de infecção
pelo vírus influenza.
Com base nessa situação hipotética e no Protocolo de
Tratamento de Influenza do Ministério da Saúde, julgue os
itens de 87 a 93.
87 Pelo fato de ter fator de risco para complicações
(hipertensão arterial), o paciente deverá ser medicado com fosfato de oseltamivir 75 mg, duas vezes ao dia, por cinco dias.
88 Aos pacientes com indicação, a prescrição do fosfato
de oseltamivir deverá ser feita em receituário de controle especial.
89 A mãe do paciente tem indicação de receber
quimioprofilaxia com fosfato de oseltamivir por ter risco elevado de complicações caso desenvolva a doença.
90 Persistência ou aumento da febre do paciente por
mais de três dias e hipoxemia são alguns dos sinais de agravamento da doença.
91 As gotículas respiratórias provocadas por tosse,
espirro ou fala propagam-se por mais de 1 m de distância da fonte e se relacionam à transmissão de contato da gotícula com mucosa ou conjuntiva da boca ou do nariz de indivíduo susceptível.
92 Quando indicado, o tratamento precoce com o
antiviral poderá reduzir a duração dos sintomas e a ocorrência de complicações da infecção pelo vírus
influenza.
93 O fosfato de oseltamivir é contraindicado no primeiro
trimestre da gestação, pois pode causar malformação fetal.
Uma paciente de 38 anos de idade foi encaminhada para a avaliação de anemia ferropriva recorrente. Negou qualquer sintomatologia, metrorragia, melena ou hematoquezia. No exame físico, observou-se
IMC de 31 kg/m2, sem outros achados anormais. Os
exames laboratoriais mais recentes mostraram hematócrito 33%, VCM 67,5 fL e ferritina 2,2 ng/mL. A videoendoscopia alta revelou mucosa de aparência normal no duodeno. As biópsias duodenais distais evidenciaram alargamento das criptas e infiltrado de linfócitos intraepiteliais. Com a possibilidade diagnóstica de doença celíaca, exames complementares foram solicitados.
Com base nesse caso hipotético, julgue os itens de 94 a 100.
94 O diagnóstico de doença celíaca é pouco provável
porque a paciente é obesa e não tem passado de diarreia crônica.
95 A anemia ferropriva da paciente é a manifestação
clínica extraintestinal mais frequente em pacientes adultos com doença celíaca.
96 Se a pesquisa do anticorpo IgA antitransglutaminase
tecidual for negativa, o diagnóstico de doença celíaca para a paciente deverá ser afastado.
97 Pacientes com doença celíaca têm maior
probabilidade de desenvolver linfoma de células T. 98 A dermatite herpetiforme é uma doença autoimune
considerada como uma manifestação da doença celíaca na pele.
99 A doença celíaca deve ser considerada em qualquer
paciente com doença óssea metabólica prematura. 100 Se houver a confirmação de que se trata de doença
celíaca, o único tratamento eficaz para a paciente será uma dieta com redução do glúten para toda a vida.