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O tráfego na Avenida Caxangá e a problemática do crescimento desordenado da frota automobilística na cidade do Recife - PE

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Academic year: 2021

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O tráfego na Avenida Caxangá e a problemática do crescimento desordenado da frota automobilística na cidade do Recife - PE

INTRODUÇÃO

Recife-Pernambuco tem uma densidade demográfica bastante alta se comparada aos demais municípios de sua Região Metropolitana e como na maioria dos grandes centros não teve planejamento urbano até os anos 70, com o decorrer do tempo a especulação imobiliária fez com que grande parte da população com menor renda fosse empurrada para a periferia, onde se deparou com pouca ou nenhuma estrutura urbana, mas se tornou grande detentora de atividades financeiras relacionadas a seu núcleo central, atraindo grandes quantidades de pessoas pela sua demanda de empregos.

Com isso começou-se a haver uma maior necessidade de melhores meios de transporte, isso porque agora existiam grandes distâncias a se percorrer, e não se demorou muito para a descentralização do comércio influenciar na situação de caos urbano, e foi assim que o setor viário mostrou sua importância o que ocasionou em intervenções em seu campo institucional e em seus aparatos, sendo a ferrovia de grande valor para a população da Região Metropolitana do Recife.

Desde os primórdios da história a questão de mobilidade é essencial no quesito de desenvolvimento regional, e Recife desde a época era apenas um povoado tinha seus rios e mar, onde esses foram de suma importância para o desenvolvimento da cidade, pois com eles se pensou em outras formas de locomoção, inicialmente se deu pelas embarcações e logo depois para os trens de ferro, que abriram literalmente o caminho para o progresso, derivado deles o transporte hoje em meios privados e públicos.

O transporte na cidade do Recife hoje é uma garantia de desenvolvimento de atividades cotidianas e também de lazer, a localização de um território é um fator que

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influência diretamente na estrutura urbana, fazendo com que parte da população usufrua de melhores meios de transporte e outras não.

Figura1- Avenida Caxangá

Fonte: Maplink.

A imagem acima mostra a Avenida Caxangáque surgiu em um período onde mal existiam fluxos de carros, por não haver ruas largas para tal fluxo ocorrer, e na capital pernambucana a situação não era diferente, nem sequer um pouco do restante do país: ruas esburacadas, estreitas e muitas mal localizadas, prejudicavam o fluxo de pessoas, mercadorias e capital, o que influenciava diretamente ao estado econômico da capital no século XIX. E mesmo em meio á tantos impasses, em 1833 um estrada que prometia ser uma importante ramificação em termos de interligar municípios economicamente importantes, começou a ser construída, e logo foi designada com o nome de “Estrada de Paudalho’’ o que posteriormente seria modificado para “Estrada do Ambolê”, porém foi oficialmente a primeira estrada, na até então província, regularmente construída e uma importante interligação das ramificações municipais de Recife.

A estrada de Paudalho deu ao Recife o poder de ir e vim de uma forma mais prática e eficaz, carros já podiam circular com seu quase constante alargamento. Antes o local tratava-se apenas de uma passagem, por onde chegava-se aos engenhos de açúcar, porém sempre à cavalo. O fato de ligar o bairro da Madalena com o bairro da Caxangá,

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foi primordialmente importante, a tornando uma digna e bastante especulativa estrada, mesmo naquela época, em que os investimentos públicos eram um tanto mais ineficientes dos de atualmente. Um exemplo de tal ineficiência é que o primeiro trecho da estrada de Paudalho, só foi concluído no ano de 1842, nove anos depois de seu inicio.

Em 1940 – época do Estado Novo- e período em que o estado de Pernambuco encontrava-se sob o governo de Novaes Filho, com paralelepípedos rejuntados com cimento sobre uma massa de concreto e alargada com vários aterros, a primeira reforma de asfaltamento na Avenida Caxangá aconteceu. Já no segundo mandato de Pelópidas Silveira, novamente houve a ampliação da avenida e em 1966 houve também a inauguração de uma segunda faixa de rolamento em cimento armado, inauguração esta prestigiada pessoalmente pela presença do até então presidente da republica Marechal Humberto Castelo Branco.

Todas as drásticas e simultaneamente lentas mudanças que ocorreram na avenidaCaxangá construíram e desenharam no tempo as características e importâncias atuais; dando-lhe uma peculiaridade de ser unicamente essencial, desde do fluxo e mobilidade urbana até os fatores históricos e culturais, que fizeram parte da do que o grande e tão conhecido Recife é. Hoje, sabe-se que diante de tantas investidas, a avenida é uma das maiores do mundo em linha reta, com aproximadamente 6km de extensão e ligando diversos e importantes bairros. Permitindo o acesso irrestrito dos mais variados tipos de transporte rodoviários, incluindo os ônibus e por isto também trata-se um ícone em termos de mobilidade urbana em transportes coletivos. Sendo um intrigante investimento publico, pois seus benefícios são inegáveis e seus impasses são preocupantes.

A Avenida é uma importante ligação dos bairros da cidade do Recife e da Região Metropolitana, isso faz com que ela uma conexão entre o centro da Cidade e bairros circundantes, por esses motivos a Avenida Caxangá tem grande passagem de carros, motos e ônibus diariamente, o que tem afetado a locomoção na cidade,

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mostrando que o aumento de veículos gera transtornos para seus usuários em horários de maior fluxo.

Para melhorar o fluxo foi pensado na construção do Corredor Leste-Oeste, que são 20km de pista que interligam desde Jardim Irajá a Diadema, ele é baseado no modelo viário que já existe, alargando e fazendo a duplicação do mesmo, para que o trafego melhorasse foram construídos quatro viadutos, para que a obra fosse efetuada tiveram que desocupar quase 200 imóveis, para que assim se pudesse construir faixa exclusiva para ônibus e que essa ligasse ao metrô e a Linha 18-Bronze.

Figura2- Corredor Leste-Oeste

Fonte: Governo de Pernambuco.

A imagem mostra o Corredor Leste-Oeste que será o responsável pela mobilidade de mais de 120 mil pessoas diariamente no percurso que vai da Praça do Derby ao Terminal integrado de Camaragibe, passando pela Avenida Caxangá.

O Brasil em uma década aumentou 400x o seu transporte privado, e o que parecia uma solução mostrou que na verdade era um problema, segundo o IEPA de 2011, 65% da população utiliza transporte público para se locomover esse percentual

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cai para 36% nas cidades que não são capitais e em todos os municípios brasileiros 23% da população adota o carro como meio de transporte.

OBJETIVO

Atualmente vem-se utilizando com frequência o termo mobilidade, isso por conta de transtornos ocasionados pelos congestionamentos no centro que estão cada fez mais presentes no cotidiano dos Recifenses, local onde automóvel é supervalorizado e o transporte público cada vez mais precário, o termo mobilidade faz referência as pessoas e cargas que podem ser locomovidas a pé, bicicleta ou veículos motorizados, que são individuais (particulares) ou público (coletivos), ela depende de inerências como renda, cultura e nível escolar. O que acentua a precarização do transporte e consequentemente o aumento do trânsito é a falta de infraestrutura, além de manutenção ruim e sistema viário cheio de pontes que causam fatores que auxiliam no pioramento do trânsito.

Na visão de estudiosos é necessário priorizar meio de transportes que não sejam motorizados e diminuir o uso de veículos privados, isso tudo para poder assegurar a melhoria do sistema do transporte público, é necessário a conscientização do poder público para que juntamente com a população possam focar em conseguir melhorias no planejamento de remoção de obstruções de tráfego na cidade.

Para amenizar os problemas no trânsito e na poluição de várias cidades estão inserindo meios alternativos de transporte, como ônibus, skates e bicicletas são os mais utilizados, segundo os dados de 2012 da ONU, o Brasil é o segundo maior poluidor da América Latina, juntamente com o México é o responsável metade da emissão de gases poluente da América Latina, o que leva a uma má qualidade do ar nas cidades gerando doenças que vem se proliferando.

O número de carros nas ruas é fruto de um transporte público de má qualidade, o crescimento da frota automobilística gira em torno da necessidade de melhores condições das vias públicas. O objetivo do presente trabalho é chamar a atenção do

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transporte público e outros meios alternativos de locomoçãobuscando visualizar o processo de alternativas para solução de problemas enfrentados por quem utiliza a malha viária do Recife com ênfase na Avenida Caxangá e no Corredor Leste-Oeste, vendo se esse é ou não válido para a problemática de mobilidade urbana.

METODOLOGIA

A metodologia foi baseada na construção de um referencial empírico sobre as principais obras clássicas que discutem o espaço urbano, modernidade e o processo de (re)produção do espaço. Foi observada a constituição do espaço urbano da cidade do Recife, tendo como base as modificações geradas pela construção de um corredor de transporte, ligando o centro da cidade do Recife à cidade de Camaragibe, região metropolitana, denominado Corredor Leste-Oeste, além de um túnel viário. Para tal foram realizadas visitas aos principais pontos de obras de infraestrutura no percurso da Avenida Caxangá.

RESULTADOS PRELIMINARES

Os resultados preliminares demonstram que a mobilidade urbana na Av. Caxangá está sendo comprometida pelos constantes congestionamentos, cada vez mais frequentes em diversos intervalos de tempo durante o dia. Devido à valorização do transporte particular, seja carro ou motocicleta, em detrimento ao público, atualmente em situação precária de uso, observou-se a ocorrência de problemas sequenciais não somente no Recife, como também em cidades circunvizinhas de médio e grande porte. Deste modo, o aumento da frota de veículos além de afetar a circulação dos usuários de transporte público e/ou privado, bem como de pedestres, ocasiona uma diminuição da qualidade de vida, aumento da poluição do ar, elevação do nível de estresse no trânsito e, consequentemente, elevação do número de acidentes.

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Apesar de ser visto como tábua de salvação o Corredor Leste-Oeste vem ocasionando uma piora do tráfego urbano nos dias atuais, isso porque com suas obras inacabadas detém grande espaço nas vias públicas, piorando o que procurava amenizar, o tráfego intenso em horário de pico, mas que no futuro pode sim atingir sua expectativa que é a melhora do bem estar das pessoas no trânsito.

REFERÊNCIAS

OFICINA CONSULTORES ASSOCIADOS, Transporte não-motorizado. In: Seminário sobre o Plano Diretor de Transporte da Cidade de Teresina. Anais, 2008. RESENDE, L. social Conflitos de trânsito em áreas de polos geradores de tráfego e instituições de interesse: a educação para o trânsito como alternativa. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia (MG), 2010.

VASCONCELLOS, E. A. A cidade, o transporte e o trânsito. São Paulo: Pró-Livros, 2005.

www.cbtu.gov.br/sistemas/rec/veja/regmetroporec_cont.htm>> acesso em: 28 de junho

de 2014.

www.recife.pe.gov.br>> acesso em 28 de junho de 2014.

http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=257

8:catid=28&Itemid=23>> acesso em 27 de junho de 2014.

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Referências

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