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CONCLUSÕES FINAIS SIMPÓSIO INTERNACIONAL. A Luta Contra a Dopagem no Desporto Juntos será mais fácil. 24 e 25 de Junho de 2005.

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CONCLUSÕES FINAIS

SIMPÓSIO INTERNACIONAL

A Luta Contra a Dopagem no Desporto – Juntos será mais fácil 24 e 25 de Junho de 2005

Cascais – Portugal

Na cerimónia de abertura os representantes das Organizações convidadas (CPI, COI, UNESCO e AMA) sublinharam a importância da implementação do Código e da Normas Internacionais para a harmonização do Programa Mundial Antidopagem.

O representante do CPI sublinhou que todos os regulamentos antidopagem do CPI estão em conformidade com o Código e que a maioria dos Comités Paralímpicos Nacionais assinaram o Código. O IPC solicitou a todas as partes interessadas que considerassem os praticantes desportivos portadores de deficiência em todos os aspectos dos seus programas antidopagem. Esta organização tem dado sempre a mais alta importância à protecção da saúde e tem demonstrado um forte comprometimento na luta contra a dopagem. A dopagem tem vindo a deixar de ser um problema relacionado apenas com o desporto para se tornar cada vez mais num problema real de saúde pública.

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O Presidente do COI, Dr. Jacques Rogge, enviou uma mensagem aos participantes apoiando a iniciativa e estimulando todas as partes interessadas a implementarem e respeitarem o Código Mundial Antidopagem. O representante do COI relembrou o longo e antigo envolvimento do COI na luta contra a dopagem, e o papel importante desempenhado pela Instituição na criação da AMA.

O representante da UNESCO explicou a estratégia utilizada na elaboração da Convenção Internacional contra a Dopagem no Desporto e as suas expectativas quanto à sua aprovação em Outubro de 2005, o que irá representar um passo importante no reconhecimento e implementação do Código pelos Governos de todo o Mundo. Este problema global poderá ser resolvido se as organizações trabalharem juntas evitando a duplicação de iniciativas

O representante da AMA referiu que 2004 representou um ano crucial, não só para a AMA, mas também para toda a luta contra a dopagem no desporto. Este foi o ano de implementação do Código Mundial Antidopagem pelas organizações desportivas antes dos Jogos Olímpicos de Atenas. O Código garante que, pela primeira vez, as regras e regulamentos que regem a luta contra a dopagem são as mesmas em todos os desportos e que os praticantes desportivos enfrentam o mesmo nível de exigências em relação a esta problemática. Em breve os Governos irão seguir o exemplo encetado em 2004 pelo Movimento Desportivo e irão implementar o Código nos seus países em 2006, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em Itália.

O ano de 2005 irá, portanto, representar outro marco fundamental na luta contra a dopagem. Adoptando, ratificando e implementando a Convenção Internacional contra a Dopagem no Desporto que está a ser desenvolvida sob os auspícios da UNESCO, os Governos poderão demonstrar o seu total comprometimento na luta contra a dopagem, seguindo o exemplo do Movimento Desportivo. Com a implementação do Código em todos os desportos e em todos os Países, não haverá em breve lugar para os batoteiros se esconderem.

O representante da AMA fez um ponto da situação em relação às principais actividades e prioridades da AMA no tocante a Controlos de dopagem, Investigação, Código, ADAMS (Anti-Doping Administration and Management System) e Educação.

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O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto de Portugal relembrou o profundo envolvimento de Portugal na luta contra a dopagem no passado, e prometeu que no futuro, embora tendo em consideração as dificuldades, a tolerância zero irá ser o lema das Autoridades Públicas Portuguesas.

Na sessão dedicada à implementação do Código pelas Federações Internacionais, a IAAF e a FIBA, duas das Federações Internacionais com uma história mais longa no que respeita à luta contra a dopagem e a UEFA, com um envolvimento mais recente, apresentaram as suas experiências.

Os Governos enfrentaram e enfrentam diferentes problemas no que concerne à implementação do Código Mundial Antidopagem. Algumas disposições normativas definidas no Código estão em conflito com algumas leis nacionais, não só relacionadas com o desporto, mas também com o dispositivo legal em geral. Alguns Países vêm-se obrigados a fazer importantes alterações no seu sistema normativo interno. A França, Polónia e Portugal estão a mudar as suas leis antidopagem, mas por exemplo os Estados Unidos da América, onde o desporto não está ligado a politicas Federais, preferiram dar corpo ao Código através do Protocolo da USADA, criado dentro da moldura legal desta Organização Nacional Antidopagem.

A maioria dos Países tem problemas com a legislação para regular a produção e comercialização de suplementos nutricionais e para controlar a disponibilidade de substâncias e métodos proibidos.

As Organizações Nacionais Antidopagem também escolheram diferentes formas para implementar o Código Mundial Antidopagem. A maioria dos países desenvolveu Organizações Nacionais Antidopagem, independentes dos Governos, mas que recebem o seu financiamento através do Ministro da Educação ou do Desporto. Alguns países têm Organizações Nacionais Antidopagem que recebem o seu suporte financeiro através de Instituições não governamentais, como é o caso da USADA nos EUA. Nalguns países as Organizações Nacionais Antidopagem são responsáveis pela implementação da totalidade da política antidopagem, como nos EUA, e noutros países dividem esta responsabilidade com Instituições Públicas, como no caso da França.

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O Tough on Drugs in Sport Anti-Doping Strategy (TODIS), lançado em Maio de 1999 pelo Governo Federal Australiano, na preparação dos Jogos Olímpicos de Sydney, representa um bom sistema para o combate do tráfico e posse de substâncias proibidas no desporto, através da coordenação entre Instituições Públicas responsáveis pelo cumprimento da legislação relevante e as Agências Antidopagem. TODIS representa a visão global de uma estratégia governamental composta por uma série de iniciativas nos âmbitos da legislação, da política, da investigação e dos regulamentos visando a luta contra o uso de drogas no desporto. A estratégia envolve uma diversidade de agências federais incluindo a Agência Nacional Antidopagem (ASDA), o Serviço de Fronteiras Australiano, a Comissão de Desporto Australiana, o Laboratório Antidopagem Australiano, e a Procuradoria-Geral. Os Governos Territoriais e Estaduais também foram envolvidos. A cooperação entre estas organizações conduziu a progressos consideráveis em relação à estratégia original, de forma a garantir que a Austrália tenha um sistema de luta contra a dopagem que é capaz de lidar com questões emergentes de uma forma efectiva e transparente. A partilha de informação semanal entre o Serviço de Fronteiras Australiano e a Agência Antidopagem Australiana é um bom exemplo de cooperação na luta contra a dopagem no desporto, que pode conduzir a ASDA a realizar controlos de dopagem ou a que o Serviço de Fronteiras Australiano inspeccione um praticante desportivo na fronteira, quando entra ou sai da Austrália.

A perspectiva dos praticantes desportivos representou um ponto alto do Simpósio porque a apresentação foi realizada de uma forma muito clara e do fundo do coração. Todos os participantes perceberam que os representantes dos praticantes desportivos desejam estar profundamente envolvidos no Programa Mundial Antidopagem, mas têm, contudo, muitas preocupações em relação à actual situação da luta contra a dopagem no desporto.

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As apresentações dos diversos palestrantes e a consequente discussão levantaram de uma forma sumária as seguintes preocupações e conduziram às seguintes conclusões:

Educação

Os programas educacionais estão essencialmente centrados no grupo alvo de praticante desportivos de elite. Todas as partes interessadas

necessitam de proporcionar programas educativos dedicados não só aos jovens praticantes desportivos, como também a todo o pessoal de apoio dos mesmos.

Há muitos praticantes desportivos que não têm acesso a material educativo na sua língua materna. As Federações Internacionais, as

Organizações Nacionais Antidopagem, os Governos e a AMA deverão cooperar tentando traduzir o material educativo para as diferentes línguas.

Lista de Substâncias e Métodos Proibidos

Verifica-se um excesso de trabalho originado pela decisão de diminuir o nível da razão Testosterona/Epitestosterona (T/E) de 6 para 4. A

AMA tem de tentar, o mais rapidamente possível, estudar a relação eficácia/custo dessa decisão, levando em consideração as conclusões dos resultados dos exames complementares realizados para estudar estes casos. A AMA está a conceber um procedimento de boas práticas que permitirá orientar todos os passos a serem seguidos no estudo destes casos.

A introdução da Gonadotrofina Coriónica (hCG) na Lista de Substâncias e Métodos Proibidos em 2005, para o sexo feminino, conduziu à ocorrência de alguns problemas relacionados com análises positivas causados por gravidezes desconhecidas que levam a abortos espontâneos e com as inerentes consequências em termos de preservação da privacidade das praticantes desportivas na gestão dos resultados das análises positivas de hCG. A AMA tem de tentar

resolver este problema o mais rapidamente possível e se a decisão for a de manter a hCG na Lista de Substâncias e Métodos

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Proibidos para o sexo feminino, ter-se-á que criar um documento orientador para realizar de uma forma correcta a gestão desses resultados.

A Lista de Substâncias e Métodos Proibidos deverá distinguir os estimulantes fortes dos fracos, com as inerentes repercussões na aplicação de sanções a estas duas categorias de estimulantes. A

redacção da versão preliminar da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para o ano de 2006 contém uma proposta para resolver esta preocupação.

Torna-se necessário alicerçar a inclusão e a retirada de determinadas substâncias e métodos da Lista no conhecimento científico, para que se possa obter uma maior estabilidade relativamente à referida Lista de Substâncias e Métodos Proibidos. A AMA está a dedicar uma parte

significativa do seu orçamento para financiar investigação nesta área.

Verifica-se um aumento do número de casos positivos relativos a canabinóides na maioria dos países e das modalidades desportivas. É

necessário conceber uma estratégia especial para lidar com estes casos tendo em consideração que estes compostos, na grande maioria das modalidades desportivas, não têm capacidade de aumento do rendimento desportivo, mas são contra o espírito desportivo.

Anualmente a AMA envia a versão preliminar da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para o ano seguinte a todas as partes interessadas, de modo a recolher contribuições visando a sua optimização, mas esta iniciativa tem uma resposta muito fraca. É necessário pedir a todos as

partes interessadas que sejam mais pró-activas na elaboração da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos, enviando as suas contribuições para a AMA durante o período consultivo.

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Autorizações de Utilização Terapêutica (AUT)

O processo de AUT representa um direito muito importante dos praticantes desportivos, mas também um acréscimo de trabalho para as organizações antidopagem. A cooperação entre as organizações

antidopagem, a implementação do programa ADAMS e a utilização do princípio do reconhecimento mútuo conduzirão a um decréscimo de trabalho no futuro.

É necessário que haja uma maior harmonização entre as diferentes organizações antidopagem relativamente à duração da aprovação de um processo abreviado de AUT relativo a β2 agonistas para tratamento da asma e na definição do protocolo utilizado para diagnosticar a asma nos praticantes desportivos. A harmonização nesta área é essencial para

a utilização do princípio do reconhecimento mútuo. A AMA deverá definir critérios nesta área com as necessárias adaptações da Norma Internacional de AUT.

As Organizações Nacionais Antidopagem não deverão restringir o acesso da aprovação das AUT a uma elite de praticantes desportivos, de forma a garantir que os direitos de todos os praticantes desportivos são respeitados durante a gestão de resultados. O acesso à aprovação de

AUT deverá ser para todos aqueles que estão incluídos no grupo alvo de praticantes desportivos a serem submetidos a controlos de dopagem em competição ou fora de competição.

Nalgumas modalidades desportivas um praticante desportivo de nível internacional pode tornar-se ao num praticante desportivo de nível nacional no decurso de uma mesma época desportiva, ou vice-versa, o que pode criar alguns problemas relativamente ao sistema de aprovação das AUT. A solução poderá residir numa cooperação mais estreita,

quanto a este assunto, entre Federações Internacionais e Organizações Nacionais Antidopagem, na coordenação das informações sobre AUT através do programa ADAMS, ou então, na centralização da informação sobre AUT nas Organizações Nacionais Antidopagem.

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A necessidade de cooperação entre organizações antidopagem (Federações Internacionais e Organizações Nacionais Antidopagem), AMA e organizações de grandes manifestações desportivas internacionais, através, ou não, do programa ADAMS, pode criar conflitos com as leis existentes em diversos países quanto à protecção de dados pessoais. As organizações antidopagem devem tomar as

iniciativas adequadas para lidar com este problema e a AMA deverá considerar este problema na elaboração e implementação do ADAMS.

As percentagens de processos abreviados de AUT relativas a glucocorticosteróides (GCs) e a β2 agonistas diferem de organização antidopagem para organização antidopagem. A AMA deverá

monitorizar essas diferenças de forma a demonstrar se as mesmas se devem a razões sócio-culturais ou a razões relacionadas com a própria modalidade desportiva, ou ainda pela utilização ilícita deste direito tão importante dos praticantes desportivos.

Há falta de cooperação dos médicos no sistema de AUT. As

organizações antidopagem e a AMA deverão considerar este problema quando conceberem o conteúdo dos programas educacionais dedicados ao grupo alvo dos médicos.

Informação sobre a localização

Os desportos individuais e os desportos colectivos têm características diferentes quanto à sua estrutura e organização interna. Os dados

constantes das fichas de informação sobre a localização dos praticantes desportivos de modalidades colectivas deverão ser baseadas na informação dada pelas equipas, e nos desportos individuais, na informação dada pelo praticante desportivo.

Se a informação sobre a localização é fornecida às Federações Internacionais ou às Organizações Nacionais Antidopagem, pelos praticante desportivos ou pelas equipas através das Federações Nacionais, uma falta de uma Federação Nacional no fornecimento de informação à Organização Antidopagem relevante poderá resultar na aplicação de sanções a praticantes desportivos que cumpriram com as

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suas obrigações. Para evitar este problema a maioria das

Organizações Nacionais Antidopagem prefere receber a informação sobre a localização directamente dos praticantes desportivos.

As mesmas preocupações e soluções relativamente à protecção de dados pessoais já referidas em relação às AUT.

Coordenação dos controlos fora de competição

A duplicação de controlos efectuados a um mesmo praticante desportivo e a ausência de realização de controlos a alguns praticantes desportivos deve-se ao facto de não haver uma correcta coordenação entre as Federações Internacionais, as Organizações Nacionais Antidopagem e a AMA. Estas organizações devem coordenar as

suas estratégias de controlos de dopagem fora de competição visando a melhoria da eficiência e a rentabilização de recursos.

Nalgumas regiões do Mundo (por exemplo algumas regiões de Africa, América do Sul e Ásia) não existem Organizações Nacionais Antidopagem que possam realizar e coordenar os controlos fora de competição. A implementação de Organizações Antidopagem

Regionais, nalgumas dessas regiões, poderá ser importante para resolver alguns problemas não só ligados com os controlos fora de competição, mas também com os sistemas de AUT e de informações sobre a localização e com as iniciativas educacionais. Esta estratégia será muito importante para a globalização do Programa Mundial Antidopagem e ao mesmo tempo para a rentabilização de recursos.

Laboratórios Acreditados

Não existe harmonização entre os diferentes Laboratórios Acreditados em relação ao modelo de relatório analítico, o que origina problemas na interpretação dos resultados pelas Organizações Antidopagem. A AMA

está a preparar um modelo de boas práticas para a elaboração de relatórios analíticos para ser adoptado por todos os Laboratórios Acreditados.

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Os Laboratórios Acreditados pela AMA estão a emitir os relatórios analíticos com algum atraso. A AMA deverá pedir a esses

Laboratórios que cumpram os prazos definidos na Norma Internacional para Laboratórios. As Autoridades Públicas devem tomar as medidas adequadas para apoiar os Laboratórios Acreditados para que estes possuam os recursos humanos e os equipamentos necessários para evitar os referidos atrasos.

Gestão de Resultados

Na grande maioria dos casos as Organizações Antidopagem não partilham informações sobre os praticantes desportivos que foram controlados, faltas a controlos, falhas no fornecimento de informação sobre a localização dos praticantes desportivos, resultados, ou outro tipo de informação relacionada com o processo de gestão de resultados.

A partilha de resultados, ainda que negativos, poderá ser muito importante para estudar por exemplo, as alterações dos perfis da razão T/E, dos esteróides endógenos e de alguns parâmetros sanguíneos. O caso BALCO é um bom exemplo da importância que se deve dar à partilha de informação. A partilha de informação entre Organizações Antidopagem relacionada com a gestão de resultados deverá ser incrementada no futuro. O programa ADAMS será um bom instrumento para o fornecimento de informação sobre resultados aos parceiros relevantes.

As disputas legais resultantes do processo de gestão de resultados de casos positivos consomem muito tempo e dinheiro. As Organizações

Antidopagem deverão tomar as medidas adequadas que previnam fragilidades nos seus programas antidopagem de forma a evitar problemas durante as disputas legais.

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Sanções

A falta de harmonização entre as sanções dadas pelos diferentes parceiros devido ao facto de alguns deles não estarem em consonância com o Código. Nesses casos a AMA deverá apelar a não

conformidade das sanções com o previsto no Código, junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).

Há conflitos originados pelo facto da maioria das leis Nacionais antidopagem não se encontrarem em conformidade com o Código. A

eventual adopção da Convenção Internacional contra a Dopagem no Desporto da UNESCO em Outubro de 2005 dará o suporte legal necessário aos Governos para implementarem o regime sancionatório definido no Código evitando desse modo esses conflitos.

Algumas das partes interessadas reclamam que o regime sancionatório definido no Código deverá ser revisto para aumentar as sanções para as violações relacionadas com agentes anabolizantes e para lidar com as diferenças entre os estimulantes fracos e fortes. A AMA deverá

considerar esta situação num eventual processo de revisão do Código a ser aprovada na Conferência Mundial em 2007.

Concordância com o Código

Algumas das partes interessadas integrantes do Movimento Desportivo não estão em concordância com o Código. A AMA deverá intensificar

as medidas necessárias a uma adequada monitorização do respeito dos princípios definidos no Código.

Algumas das decisões tomadas no TAD não estão a ser usadas como jurisprudência para lidar com casos similares pelas Organizações Antidopagem. A AMA deverá colocar essas decisões no seu sítio na

Internet, de modo a que possam ser consultadas pelas Organizações Antidopagem, quando lidam com casos similares.

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Tráfico de substâncias proibidas

Não existe uma estratégia Mundial de prevenção ao tráfico de substâncias proibidas. Os países deverão olhar para o Sistema

Australiano e para a experiência gerada pela aplicação do mesmo como um modelo a seguir.

Não existe uma lista internacional de substâncias que deverão ser sujeitas a controlo aduaneiro de forma a evitar o seu tráfico para utilização ilícita no desporto. Solicitar à AMA que coopere com os

representantes dos países e com as Organizações Intergovernamentais, como por exemplo as Nações Unidas, para criar e implementar essa lista.

A perspectiva dos praticantes desportivos

O objectivo principal da luta contra a dopagem no desporto é a protecção dos praticantes desportivos que se mantêm limpos e por essa razão é muito importante ouvir a perspectiva dos praticantes desportivos:

- Os praticante desportivos dão uma grande importância à educação e pedem à AMA e a todos as partes interessadas que promovam iniciativas educacionais usando diferentes línguas de forma a que o conceito de Desporto Limpo possa chegar a todos os praticantes desportivos e ao seu pessoal de apoio, em todo o Mundo, com especial atenção para os praticantes desportivos mais novos;

- Os praticantes desportivos deverão ser mais pró-activos na luta contra a dopagem, não só participando no trabalho das Comissões de Atletas da AMA e do COI, como também apoiando o Programa de Sensibilização da AMA. A Comissão de Atletas da AMA pensa criar um Movimento de Atletas contra a Dopagem. A Comissão de Atletas do COI deseja utilizar os atletas como modelos de forma a promover a imagem do Desporto Limpo;

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- Os praticantes desportivos querem canais fáceis de informação, como a criação de uma linha directa na AMA para informar e para resolver os seus problemas (“ Não consigo enviar a alteração da minha ficha de informação sobre localização para a minha Organização Antidopagem. O que é que eu devo fazer? ”, “ Preciso de tomar medicamentos mas não sei se contêm uma substância proibida”, etc.);

- Os praticantes desportivos têm muitas preocupações quanto à contaminação de suplementos nutricionais e estão alertados para o facto das indústrias que produzem esses suplementos serem muito poderosas. Os praticantes desportivos querem poder tomar suplementos nutricionais que sejam seguros, ou seja, pretendem que sejam disponibilizados suplementos nutricionais seguros com a chancela da AMA e/ou do COI;

- Os praticantes desportivos reconhecem que têm obrigações, como providenciar as fichas de informação sobre a localização, estar disponíveis a todo o momento para a realização de controlos de dopagem, mas também têm direitos, tais como, a existência de um sistema de AUT e a garantia de poderem competir numa modalidade que respeite o conceito de Desporto Limpo O ADAMS será um instrumento essencial para que os direitos e as obrigações do praticante desportivo possam ser preservados e garantidos (por exemplo, fornecer informação sobre a localização, consultar a aprovação de uma AUT ou um resultado de um controlo de dopagem), contudo necessitam de ter a possibilidade de usar meios alternativos de comunicação, como telefones, mensagens, fax’s, etc;

- Os praticantes desportivos necessitam de um bom programa de controlos fora de competição, mas compreendem que neste momento não é fácil controlar e educar praticantes desportivos de algumas regiões do Mundo, como por exemplo algumas regiões de África. Os praticantes desportivos apoiam a ideia da AMA criar Organizações Antidopagem Regionais nestas áreas do globo de forma a solucionar esse problema;

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- Os praticantes desportivos necessitam de mais e melhor investigação no âmbito da luta contra a dopagem, pelo que pedem a todas as partes interessadas para apoiarem e financiarem esses programas de investigação;

- Os praticantes desportivos pedem às Organizações Antidopagem que investiguem o envolvimento do pessoal de apoio dos praticantes desportivos nas iniciativas de dopagem, e que lhes apliquem a punição adequada;

- Os praticantes desportivos não confiam naqueles que se dopam, mesmo depois de terem cumprido uma suspensão de dois anos. Os praticantes desportivos querem sanções mais pesadas;

- Os praticantes desportivos pedem que os praticantes desportivos que solicitem a análise da amostra B paguem os respectivos custos, se essa análise confirmar o resultado da amostra A;

- Os praticantes desportivos pensam que o Programa Mundial Antidopagem deverá garantir que aqueles que obtenham bons resultados desportivos, fruto de um trabalho duro e honesto, sejam protegidos em relação à suspeição de poderem ter utilizado substâncias dopantes.

Os participantes no Simpósio Internacional reconhecem a dimensão do trabalho que tem de ser feito para implementar plenamente o Código e para construir um Programa Mundial Antidopagem. Reconhecem ainda, que agora temos uma organização comum que nos pode ajudar a resolver os problemas e que juntos será mais fácil através da cooperação de todas as partes interessadas.

O lema “Juntos será mais fácil” não é uma utopia. Temos demonstrações que a união faz a força, não só na luta contra a dopagem, mas também na luta contra outros problemas enfrentados actualmente pela sociedade. Uma boa demonstração desta ideia é o exemplo do caso BALCO, onde um Laboratório Acreditado, uma Organização Nacional Antidopagem, uma Federação Internacional e

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diversas Autoridades e Instituições Públicas cooperaram para descobrir um sistema de fraude muito elaborado.

Neste Simpósio ouvimos problemas e preocupações de diferentes partes interessadas, que estão profundamente envolvidas na implementação do Código, mas temos que estar alertados para o facto de outros ainda não estarem tão envolvidos nesta luta contra a Dopagem como seria desejável.

O objectivo principal é a protecção do desportista limpo, o que só pode ser obtido com o envolvimento de todas as partes interessadas na construção do Programa Mundial Antidopagem.

Não se esqueçam – Juntos será mais fácil.

Referências

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