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Música Litúrgica. 1. Como vai a música litúrgica entre nós?

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Academic year: 2021

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Música Litúrgica

1. Como vai a música litúrgica entre nós ?

O Concílio Vaticano II (1963) nos apresenta a Constituição da Sagrada Liturgia, cujo principal anseio da Igreja é a plena participação dos fiéis na Celebração Eucarística. Uma das formas importantes nesta participação é o canto utilizado na liturgia (1 ao 5 do Doc. 79/CNBB).

Hoje, vemos na comunidade, positivamente, que o canto une as pessoas, e também nos une a Deus, motivando as celebrações com a oração cantada. A música litúrgica deve ser cada vez mais incentivada (6 ao 22 do Doc. 79/CNBB).

Porém, quando se trata de música e de canto, ainda aparecem, de vez em quando, alguns aspectos

negativos que podem ser melhorados: Aspectos Negativos observados:

- Pouca qualidade litúrgica de algumas músicas e letras: em relação á qualidade da música e da letra: qualidade técnica e religiosa. Os protestantes estudam muito música, e conseguem bons resultados na evangelização (23 e 39 do Doc. 79/CNBB);

- Pouca participação: vemos, às vezes, pouca participação da assembléia nos cantos, seja motivado pelo desinteresse dos fiéis em cantar pra Deus, ou seja motivada pelos grupos de cantos, que não ensaiam com o povo e assim, não dão oportunidade para os fiéis participarem. (24 do Doc. 79/CNBB);

- Muita distração, barulho e movimentação: a distração provocada por um certo “estrelismo” leva a assembléia a não viver cada momento litúrgico, e o excesso de barulho e ruídos, bem como a movimentação provocados por eles distraem e incomodam os fiéis. Ainda há gente, dos Grupos de Cantos, que saem da Igreja na homilia...(Doc. 43 inteiro da CNBB e 25 ao 28 do Doc. 79/CNBB);

- Pouca criatividade na Utilização de recursos: o som instrumental ou cantos meditativos poderiam ser mais utilizados nos prelúdios (antes da celebração), interlúdios (na celebração) e pósludios (após). (29 do Doc. 79/CNBB);

- Cantos complicados ou repetidos demais: a constante mudança nos repertórios, a escolha de letras e músicas complicadas prejudicam a memorização da assembléia, que fica desmotivada a cantar. Também o uso contínuo das mesmas músicas ditas “populares” e as “de sempre” também prejudicam (30 ao 38 do Doc. 79/CNBB). Há muita música com letras sem conteúdo teológico. Há, muitas vezes, excesso de sentimentalismo;

- Escolha errada de cantos: Está havendo, às vezes, por parte de alguns responsáveis, pouco cuidado na escolha e na utilização de cantos, principalmente no uso de paródias de músicas profanas nas celebrações; cantos inadequados (momento errado) e impróprios (sem sentido litúrgico) e o uso de paráfrases onde não devem ser usadas (Sanctus, Glória, Credo, Pai Nosso, início da Missa – “Em nome do Pai”; e nas celebrações especiais como casamentos, por imposição de algumas noivas, há a utilização até de músicas de novela, o que não celebra a dimensão religiosa deste evento (41 e 201 do Doc. 79/CNBB);

- Pessoas que não querem formação: Alguns participantes dos diversos Grupos de Cantos não se interessam pelos momentos formativos que a Comunidade oferece (Escola da Fé, Cursos). Assim, falta-lhes o embasamento teológico, a consciência litúrgica e o ensinamento pedagógico sobre liturgia (40 do Doc. 79/CNBB);

- Individualismo dos grupos de cantos: Há, por parte de alguns grupos o risco de um certo individualismo na utilização de cantos, o que não é correto, pois a missa é da igreja e não desse ou daquele outro grupo (42 ao 46 do Doc. 79/CNBB;

- Perda de talentos: alguns músicos talentosos se distanciam da música sacra e dos trabalhos nas comunidades devido ao pouco retorno financeiro, profissional (fama), etc. (23 e 39 do Doc. 79/CNBB);

Todos esses problemas e outros que surgem no dia a dia da comunidade tem soluções fáceis, e dependem exclusivamente da iniciativa por parte dos responsáveis e dos participantes dos diversos Grupos em procurar se instruir e se capacitar para apresentar a Deus um serviço de qualidade.

É necessário o mínimo de conhecimento para se dedicar ao trabalho da música liturgica, e o estudo contínuo dos documentos oficiais da Igreja (Tais como Concílios do Vaticano, Documento 43 da CNBB - Animação da Vida Litúrgica, Documento 79 e 12 da CNBB - A música litúrgica no Brasil , Documento 52-Orientações para a celebração da Palavra de Deus, Documento 33-Liturgia de rádio e televisão, e outros) .

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É necessário também o estudo aprofundado, por parte dos grupos de cantos, dos detalhes da música litúrgica tais como: Tipos, origem, adequação (Veja detalhadamente: 48 ao 200 do Doc. 79/CNBB).

Veja onde conseguir algumas instruções Básicas:

- Os compositores de música/letra devem tomar alguns cuidados e recomendações descritas nos itens 224 à 238 do Documento 79/CNBB e ao compor inspirar-se principalmente: na Bíblia, no que diz a liturgia e na vivência e realidade do povo;

- Os presidentes das celebrações que cantam devem procurar seguir o que diz nos itens 239 a 244 do Documento 79/CNBB;

- Quem anima, os salmistas, o coral e regentes seguem nos itens 245 à 262 do Documento 79/CNBB; - Além disso, todos devem procurar conhecer os Hinários Litúrgicos (da CNBB, por exemplo ou o da

sua diocese), que ajudarão na escolha de cantos;

E quanto aos instrumentos, eles são extremamente úteis e sua utilização leva-se em conta a tradição e a cultura de cada povo. Os instrumentos de cordas (violão, guitarra, baixo, violino), os teclados (piano, teclado, órgão); os sopros (flauta, clarins), são todos bem vindos nas celebrações, tomando-se o cuidado de não abafarem as vozes e não serem executados em volumes inadequados (263 ao 267 do Doc. 79/CNBB). Quanto a questão da percussão, pode servir como orientação o artigo (longo...) em anexo. A sua execução deve ser harmoniosa entre o canto e a execução instrumental e também quanto a execução instrumental e as falas dos dirigentes/celebrantes da celebração, para que um não prejudique e nem interrompa ou outro (268 ao 269 do Doc. 79/CNBB). Observação: Na quaresma, todos os instrumentos podem ser utilizados, porém convém diminuir a sua expressão (diminuir volumes, arranjos, solos, etc.) pois não é um tempo tão festivo quanto a Páscoa e o Natal, por exemplo. Procure consultar o Diretório Litúrgico oficial da CNBB e verifique o Uso de instrumentos na liturgia.

2. Os cantos na celebração

A música gera, alegria, entusiasmo, alimenta a fé e deve ser tratada com muita responsabilidade nas celebrações (47 do Doc. 79/CNBB).

A função da música na liturgia, é fazer a assembléia orar, aprofundar sua fé. Para isso utiliza-se do canto (203 do Doc. 79/CNBB), do som instrumental (205 do Doc. 79/CNBB).

A música litúrgica indica os sinais dos tempos e as letras devem evidenciar estes sinais (Ex. o ofertório é a oferta de nossas vidas ...(270 ao 292 do Doc. 79/CNBB).

Todos os cantos litúrgicos são importantes, mas há uma relação de Grau de importância: Os cantos são classificados, de acordo com o Documentos 79 da CNBB, nos itens 293 ao 300, e também na Instrução “ Musicam Sacram” . Os cantos de primeiro grau são os mais importantes, seguidos dos outros de 2º e 3º graus respectivamente. Veja a seguir:

Primeiro Grau:

- nos ritos iniciais: a saudação de quem preside junto com a resposta do povo; a oração; - na Liturgia da Palavra: a aclamação do Evangelho;

- na Liturgia Eucarística: a oração sobre as oferendas; o prefácio, com o diálogo e o Santo; a Doxologia final (Amém); a Oração do Senhor com seu convite e o “embolismo” ; a oração após a comunhão;

- nos Ritos finais: a bênção final; as fórmulas de despedida;

Segundo Grau:

- O “Senhor, tende piedade” , o “Glória” e o “Cordeiro de Deus”; - A profissão de fé;

- A orações dos fiéis.

Terceiro Grau:

- os cantos processionais de entrada, Ofertório e Comunhão; - o Salmo Responsorial;

- as leituras da Sagrada Escritura.

Assim, por exemplo, um canto de Santo ou o Amém é mais importante do que um de apresentação das oferendas. Também, com isso, vemos que as Aclamações são cantos necessários e importantes nas

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celebrações, e por isso devem ser cantados. Também os cantos dialogais, que sejam cantados ( O Senhor esteja convosco ... Ele está no meio de nós ... )

3. A escolha

Ao escolher o canto, deve-se verificar:

3.1. Tempo Litúrgico

A igreja dividiu os mistérios do nascimento da vida, morte e ressurreição de Jesus a longo do ano litúrgico. Este "ano" começa no Advento e vai até o Tempo Comum, não coincidindo com o nosso ano civil. A liturgia deve estar em sintonia com o mistério que estiver sendo celebrado, ou seja, deve ser coerente com o ano litúrgico.

ADVENTO: é um tempo de expectativa diante do Cristo que irá nascer, tempo próprio para canções de

esperança.

NATAL E EPIFANIA: Deus se faz homem em Jesus Cristo. Este nascimento precisa ser celebrado com canções

de festa, com muita alegria, fazendo de toda a liturgia uma "Noite Feliz".

QUARESMA: tempo forte onde relembramos e da nossa necessidade de conversão. Os cantos devem ser um

prenuncio da morte de Cristo. Por isso neste tempo não se canta o Aleluia e o Glória, pois são manifestações típicas de alegria. A Igreja celebra neste tempo a Campanha da Fraternidade.

PÁSCOA: Anuncia que Cristo vive. O Aleluia e o Glória voltam às celebrações.

PENTECOSTES: O Cristo Vivo e ressuscitado cumpre a promessa de enviar o Espírito Santo. É este Espírito que

agoira guia a Igreja, torna possível levar a palavra até os confins da terra

TEMPO COMUM: Nele comemoramos a plenitude do ministério de Cristo sem nos determos em algum,

aspecto, singular de sua existência.

OBS.: Ficar atentos também aos meses vocacional, da Bíblia, missionário, Campanha da Fraternidade, Corpus Cristi, Ascensão do Senhor, Assunção de Maria, e outros.

Como já foi dito, o Ano Litúrgico não coincide com o Ano Civil, isto é, não começa no mesmo dia; enquanto o Ano Civil começa em 1º de janeiro, o Ano Litúrgico inicia-se quatro domingos antes do Natal, respectivamente no 1º Domingo do Advento.

É formado por dois grandes ciclos - o do Natal e o da Páscoa - e por um longo período de 33 ou 34

semanas, dependendo do ano, chamado de Tempo Comum. Podemos descrevê-lo, mais precisamente, da seguinte maneira:

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CICLO DE NATAL : Inicia-se com o Advento, que é um período de preparação - e não de penitência - e esperança, recordando a chegada do Natal e o eminente retorno de Cristo. A seguir vem o Natal, que lembra o nascimento humano do Verbo divino. Depois vem a Epifania, que mostra Jesus se manifestando às nações como o Filho de Deus. Por fim, vem o Batismo do Senhor, que marca o início da missão de Jesus que culminará com a Páscoa.

PRIMEIRA PARTE DO TEMPO COMUM: Inicia-se após o Batismo do Senhor e vai até a terça-feira anterior à quarta-feira de Cinzas. É um tempo destinado ao acolhimento do Reino de Deus pregado por Jesus.

CICLO DA PÁSCOA: Começa na quarta-feira de Cinzas, quando se inicia a Quaresma; esta dura quarenta dias, os quais são destinados à penitência, oração, jejum e, principalmente, conversão. Durante a Quaresma não proferimos "aleluias" e nem enfeitamos as igrejas com flores. Ao final da Quaresma, inicia-se a Semana Santa, que é formada pelo Domingo de Ramos (que mostra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, anunciando a proximidade da Páscoa) e o Tríduo Pascal (que tem, na Ressurreição do Senhor o seu ponto máximo no Ano Litúrgico e que ocorre durante a vigília do Domingo da Páscoa). Cinqüenta dias depois da Páscoa, temos o Pentecostes, que assinala o nascimento da Igreja iluminada pela presença vivificadora do Espírito Santo.

SEGUNDA PARTE DO TEMPO COMUM: Começa na segunda-feira após o Domingo de Pentecostes e termina no sábado anterior ao Primeiro Domingo do Advento (v. Ciclo de Natal). Possui a mesma finalidade da primeira parte do Tempo Comum.

Ciclo de Natal 1ª Parte Tempo Comum Ciclo Páscoa 2ª Parte Tempo Comum Início: Advento Início: Batismo de Jesus Início: Quarta-feira

Cinzas Início: Na Segunda-feira após Pentecostes

3.2. Momentos da liturgia

A liturgia de um modo geral, pode ser entendida como um diálogo entre o Deus - Trindade e o Homem comunidade. Este diálogo é composto de vários momentos, e especialmente, a celebração eucarística, que está também composta de vários "momentos Litúrgicos". Após nos situarmos no tempo litúrgico vigente, podemos agora, em comunhão com toda a Igreja, celebrar o mistério do tempo litúrgico onde em cada um desses "momentos", podem ou devem ser inseridos vários cantos.

AQUI TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE A INTERATIVIDADE E COMUNICAÇÃO COM A EQUIPE LITÚRGICA E O CELEBRANTE.

A Liturgia da Celebração é dividida em 2 partes: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.

Vamos ver a seguir, o que é cada momento da celebração e seus respectivos cantos, possibilitando obter informações úteis para uma boa escolha:

A missa: Resumo:

I – Ritos Iniciais

I I – L

iturgia da Palavra

I I I –

Liturgia Eucarística

I V – R

ito da

Comunhão

V - R

itos Finais

(Saudação, Ato

Penitencial, Kyrie

e Glória)

(duas Leituras do Antigo

e do Novo Testamento,

Aleluia,

Evangelho,

Homilia, Creio)

(Ofertório, Prefácio, Sanctus,

Benedictus, Cânon Romano

ou

introdução

à

Consagração)

(Pai-nosso,

Agnus

Dei,

Comunhão)

(Oração

e

Bênção Final)

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I – RITOS INICIAIS

ENTRADA: A primeira impressão sempre marca todo o relacionamento. Assim também, o canto inicial marca

toda a celebração. É o "cartão de visitas", o convite para entrarmos no sentido da celebração. Sugere-se um canto alegre, de louvor, que anime a assembléia ( consultar a pirâmide do equilíbrio). Fazer o máximo para que tenha algo a ver com o "tema" da missa; se não der, paciência! Mas tente !!

É fundamental que seja bíblico, ou pelo menos que seja inspirado na BÍBLIA e/ou nas fontes litúrgicas.

A Antífona de Entrada ( ver missal ou Liturgia Diária) pode nos inspirar à escolha desse canto. Tanto este canto, como o de procissão da entrada do Sacerdote, não deverão ser demasiado longos. O canto deve terminar quando o sacerdote chega ao altar. Obs.: Ao cantar “Em nome do Pai ... verificar se a letra é igual a falado na oração (evitar paráfrases), e o sacerdote deve canta-lo, devendo a Assembléia responder o Amém, podendo ser seguida de outra letra de glorificação à Trindade;

ATO PENITENCIAL: É um canto em que os fiéis aclamam ao Senhor e imploram a Sua misericórdia. É um

canto penitencial. Sua melodia deve traduzir a contrição de quem pede perdão. Deve ser de arrependimento pelos pecados , de piedade. Faz parte do Ato Penitencial – propriamente dito – e, ao mesmo tempo, é "independente" dele. O Grande perigo desse canto está em só cantarmos, e não nos reconciliarmos com Deus; principalmente quando é um canto novo para a assembléia, e, em função disso, os fiéis podem ter certa dificuldade de participar desse momento junto com a equipe de canto. Fazer o possível para que a assembléia participe do canto pedindo perdão. A forma Responsorial, é um excelente tipo de oração comunitária, que também pode ser adotada nesse canto. Os instrumentos devem traduzir este espírito de confiança e invocação, acompanhando de modo suave, quase imperceptível em algumas músicas.

GLÓRIA: Depois de sermos perdoados, devemos explodir de alegria no Canto do Glória. Faz parte de sua

natureza ser cantado, é a canção da alegria, o canto que os anjos e pastores cantaram para saudar o nascimento do Redentor (Lc. 2,14). Desde o século IV que os cristãos o cantam. Não o cantamos no Advento e Quaresma. Sempre se utilize na letra, as palavras do Hino, mas é importante não nos esquecer: Que o canto litúrgico e suas expressões devem seguir a realidade da assembléia, e a dinâmica da celebração, conduzida principalmente pelo celebrante. Que continuamos com os pés no chão, e que o nascimento de Cristo, hoje, depende de nossa boa vontade. Não é bom que seja parte exclusiva do coral/eq. de cântico, que podem cantá-lo, em forma de diálogo com assembléia.

II – LITURGIA DA PALAVRA

SALMO RESPONSORIAL : Não é qualquer Salmo. Dentro do diálogo , este canto é a resposta da assembléia

ao Deus falou. Como diz o próprio nome, trata-se de um Salmo, é um canto, e sua forma (como o próprio nome já diz) é Responsorial, ou seja, o salmista entoa o refrão , repetido por toda a assembléia, e acrescenta entre cada repetição os versos do Salmo. Modo de cantar e os instrumentos que o acompanham, devem levar a assembléia a "rezar o que escuta" da Palavra de Deus. Se não der para cantar o Salmo, é melhor lê-lo, também na forma Responsorial, cantando o refrão,

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: Trata-se do Aleluia (exceto na Quaresma) e um verso tirado do próprio

Evangelho. A aclamação ao Evangelho, à Boa Notícia anunciada pelo próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, mostra que a assembléia reconhece a divindade das palavras que vai ouvir e a necessidade de ouvi-las, de se alimentar delas, manifesta o seu desejo de ouvi-la e a alegria de saber se sua presença entre nós. É preciso que seja uma aclamação pessoal e, ao mesmo tempo, comunitária ao Verbo de Deus. Poderá ter um(a) solista, mas o Aleluia deverá ser cantado por toda assembléia. Não pode deixar de ser cantado. Lembremo-nos sempre: no Evangelho, é o próprio Cristo que nos fala.

PROFISSÃO DE FÉ: Quando cantamos o Credo, ou seja, quando professamos nossa fé, expressamos em

forma de canto, a adesão da comunidade à Palavra, à Boa Nova que lemos / ouvimos nas leituras, e que é, de certa forma, atualizada na homilia; e recordamos o nosso compromisso do Batizados. Se for cantado, é imprescindível garantir a participação da assembléia. No entanto, pela estrutura rítmica da letra, isso se torna complicado.

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III – LITURGIA EUCARÍSTICA

CANTO DAS OFERENDAS: Acompanha a procissão dos dons ofertados a Deus no altar e o rito de preparação

das oferendas, ajudando a dar mais sentido à coleta. Com ele nos unimos a Cristo, oferecendo nossa vida, nosso corpo, como culto espiritual agradável à Deus (R.M. 12,1). Portanto, o grande ofertório da missa é após a Consagração, quando já não oferecemos o pão, o vinho, nossa vida, nosso trabalho; mas, o próprio Cristo se oferece no altar pela remissão dos nossos pecados (MT. 26,26-28). Durante o canto da apresentação das oferendas, normalmente também ocorre a coleta, momento em que colocamos em comum um pouco do que é nosso. Portanto, o objetivo do canto da apresentação das oferendas é criar uma atmosfera de alegria, partilha e generosidade, lembrando da doação maior feita por Jesus. Pode se dispensar o canto, e os instrumentos fazerem um solo apropriado para o momento litúrgico, deste que se esteja em sintonia com o celebrante e a dinâmica da missa, e não venha a distrair a atenção da assembléia. A equipe de canto também participa deste momento, oferecendo o seu coração, suas vozes e instrumentos, seu trabalho.

SANTO: É um canto muito importante da missa. Nele toda a assembléia se une aos Anjos e santos para

proclamar as maravilhas do Deus Uno e Trino. Para se ter uma idéia do "peso’ deste canto, Hosana quer dizer : mil vezes Aleluia. É o canto dos Anjos (Is. 6,2-3) e também dos homens (Cl. 19,38). Santo é uma aclamação comum de todo o povo que se associa, além do texto por meio de dois textos bíblicos: o louvor dos Anjos do céu (Is. 6,3); e o brado do povo de Deus acolhendo o messias vitorioso. Deve usar-se a letra como está na liturgia. Convém que se cante o prefácio , por ser de caráter lírico, poético, de louvor. O Santo, como aclamação conclusiva do prefácio, seja habitualmente cantado. Por meio dele a assembléia, em comunhão com os Anjos, celebra a Ação de Graças. (Estudos da CNBB n*12, pág.88-89).

IV – RITO DA COMUNHÃO

PAI NOSSO : Não é obrigatório o canto desta oração; portanto é necessário a comunicação antes do início da

missa entre a eq. de canto, eq. litúrgica e, principalmente o celebrante, para autorizar ou não o canto, tendo, um peso muito grande, quase que decisivo, o conhecimento de sua melodia e letra, por parte da assembléia. Se for cantado, há uma sentido maior quando feito por toda a assembléia. Quando assim o fazemos, nos tornamos mais unidos, nos sentimos mais filhos do mesmo Pai, e irmãos em Cristo ("Pai nosso..., venha a nós..., o pão nosso..., perdoai as nossas ofensas..., como nós perdoamos..."). A letra não pode ser de forma alguma modificada.

CORDEIRO DE DEUS: É uma prece a Cristo, que foi imolado, e glorificado pela humanidade. Quando cantado

acompanha o gesto da fração do pão. Deve conter os dizeres do "Cordeiro de Deus" da liturgia. A forma litânica (ladainha) sugere que o solista proponha as invocações e a assembléia participe na resposta.

CANTO DE COMUNHÃO: Canto de Comunhão deve retomar, na medida do possível, o Evangelho do dia,

como sugere a Antífona da Comunhão no missal (que quase sempre é tirada do Evangelho). Isso é assim, sobretudo no Tempo Comum. Já nos outros Tempos Litúrgicos, o próprio sentido de cada tempo pode determinar o sentido do Canto de Comunhão. É um canto relativo á procissões, como Canto de Entrada e o Canto das Ofertas. Trata-se de através deste canto, manifestarmos que somos UM e que juntos, vamos comungar o Corpo de Cristo, para expressar e reforçar essa unidade fundada nosso Batismo, pois este faz de todos nós membros de um Corpo único. Com o Canto de Comunhão, através da união das vozes, queremos expressar nossa participação em comum do mesmo PÃO VINDO DO CÉU, todos ao redor da mesma mesa, congregados numa mesma Igreja, Uma das funções deste canto é esboçar, preparar esta união.

CANTO EM AÇÃO DE GRAÇAS, ou Canto de Meditação (Pós-Comunhão): A Ação de Graças é um ato de

piedade e devoção com que se agradece a Deus um benefício recebido. No caso específico da Missa, nós agradecemos ao Cristo Eucarístico e tudo aquilo que recebemos Dele em nossa vida. Após este breve silêncio (quando solicitado sugerido pelo celebrante, e com a eq. litúrgica e eq. de canto organizadas e atentas à respeito), pode-se cantar um Salmo ou outro canto de louvor ou de ação de graças propriamente dito. Este canto não deve excluir o momento de silêncio após a comunhão. Quando cantado, que ele seja breve e acompanhado pela assembléia. Por isso, também aos instrumentistas, não convém introduções ou partes intermediárias longas. Evita-se este canto quando a celebração já estiver por demais prolongada.

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V – RITOS FINAIS

CANTO FINAL: Acompanha a saída dos fiéis ao final da Celebração Eucarística, podendo se fazer ouvir um

último eco da Palavra de Deus... ...ou ainda, antes da Benção Final, entoa-se uma ou duas estrofes deste canto, onde podendo ser executado com maestria; porém não sendo muito prolongado. Após a Benção, pode-se continuar as demais estrofes, sem a necessidade de participação ativa da assembléia, enquanto esta vai se retirando. Tudo isso, lógico, com a permissão e "sincronismo" com o celebrante. Pode se fazer referência à intenção do mês (mês vocacional, da Bíblia, missionário). Uma homenagem à Maria, Mãe de Deus e nossa, ou à algum Santo que se esteja comemorando o dia. Utiliza-se todos os recursos disponíveis para que este encerramento crie a predisposição para os fiéis retornem à Festa Eucarística.

Então sugere-se que:

- Antes da celebração, haja os devidos ensaios dos cantos com a comunidade. Porém alguns minutos antes do início dela, é necessário fazer silêncio em respeito as oração dos fiéis;

- O Ideal é que todos os hinos sejam cantados e não lidos (Entrada, Ato penitencial, Glória, Salmo, Aleluia, Ofertório, Santo, Amém, Pai Nosso, Aclamação Memorial, Cordeiro, Comunhão, Final etc.); e que toda a equipe de liturgia e celebrantes tenham total conhecimento do que vai ser cantado;

- No canto de Entrada é importante que a procissão possa ser vista , então a assembléia deve cantar o refrão de cor, e não apenas fica olhando os folhetos;

- Quanto ao Ato Penitencial, é comum a utilização do “ Senhor tende piedade” . Existem outras fórmulas no Hinário da CNBB; deve-se seguir os esquemas propostos pelo Missal.

- Quanto ao Glória e o Credo , deve-se usar sempre o texto litúrgico. O Glória não é cantado nos tempos litúrgicos do Advento e Quaresma. É uma exaltação a Deus Pai e a Cordeiro de Deis e não constitui uma aclamação trinitária, porém a prática o torna um canto à Trindade (308 do Doc79/CNBB e item 257 do Doc. 43/CNBB);

- O Glória e o Creio ficam bem se cantados em dois coros alternados, conforme o missal;

- o Salmo do Dia deve ter a resposta da Assembléia. Pode ser cantado inteiro ou só o refrão, e falado o resto, desde que a assembléia responda. Se houver dificuldades, é melhor que seja todo falado. O Salmo é palavra de Deus e deve ser cantado ou lido do ambão onde são feitas as leituras e não onde fica o grupo de canto. Um Salmo não pode ser substituído por outro; Recomenda-se um breve silêncio entre a leitura e o salmo;

- As aclamações sejam cantadas mesmo quando nenhum outro canto é. As aclamações são: Ao evangelho, contendo na letra o verso do dia e o “Aleluia” , que quer dizer Louvai ao Senhor; o “Santo”, sem modificar a letra; a Aclamação Memorial, logo após a narrativa da Instituição da Eucaristia “ Anunciamos Senhor a vossa morte ... Vinde Senhor Jesus); o “Amém” ; e o “Vosso é o Reino e a Glória para sempre...” . Nos Domingos é obrigatório: o “Aleluia” , o “Santo” e o “Vosso é o Reino ...” ; deve ser cantado sem paráfrases e nem canto substituto. Também é interessante repetir o “Aleluia” após a leitura do Evangelho; Na quaresma o “Aleluia” é omitido;

- Nos momentos da homilia e também da Consagração Eucarística não se deve tocar nada;

- o ofertório pode falar de pão e vinho ou de ofertar, mas também pode-se cantar cantos de louvor adequados ao tempo litúrgico.;

- Quanto ao “Santo” (Is 6,3 e Mt 21,9) é importantíssimo que seja cantado, e pela comunidade toda junto com o grupo, sem alterações no texto (paráfrases);

- O Pai-nosso e o Creio também são interessantes canta-los, de forma bem simples, ou até mesmo cantarolado, sem alterações nas frases (paráfrases);

- As aclamações na Oração Eucarística devem ser respondidas cantadas, podem ser proclamadas por um solista e repetidas pela Assembléia ( 323 do Doc. 79/CNBB)

- O Cordeiro não deve ser usado para chamar a assembléia no momento da paz, mas evidenciar a o momento da partida do pão. Pode ser iniciado e cantado apenas pelo solista ou dirigente;

- No canto de Comunhão, além de ser adequado a este Sacramento, pode retomar o texto do Evangelho do dia, indicando sintonia do alimentos (palavra e eucaristia). Também é bem vindo momentos com música sem voz para reflexão e interiorização;

- A Ação de Graças pode ser cantada, mas recomenda-se mais a meditação e um silêncio litúrgico;

- O Canto final é um canto de despedida. Caso seja de um padroeiro ou um canto festivo, recomenda-se que cante antes da benção final;

- Em casamentos, formaturas, em velórios existem cantos adequados para tais momentos, e o grupo de música deve tomar o maior cuidado para não se atrapalhar;

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3.3. Realidade da Assembléia

Responda antes de escolher os cantos:

- Qual a realidade desta comunidade reunida? Adultos ou crianças? Jovens ou idosos? Quais características culturais?

- Pertencem, em sua maioria, de alguma pastoral ou movimento? E a minoria?

- Musicalmente, o que ajudara mais a assembléia a rezar, a cantar, enfim, a participar celebrando o mistério pascal?.

- Qual a "cara" dessa comunidade reunida na celebração?

Esta análise é fundamental, e deve orientar a direção da liturgia. A mesma música que é muito litúrgica em um centro urbano pode ser inadequada para a realidade do campo. Há canções que se adaptam muito bem para idosos, mas não são significativas para os jovens, assim também como nem todos os jovens tem realidades iguais. Quanto melhor entendermos e respeitarmos estas realidade e suas diferenças, tanto mais ricas serão as nossas assembléias.

Há elementos que não fazem parte do tempo litúrgico, mas são profundamente significativos para a comunidade que celebra, por exemplo: festa do padroeiro, aniversários, bodas, comemorações civis, enfermidade, luto, primeira comunhão, etc. Tudo isso faz parte da realidade e deve ser levado em conta.

Um canto é tanto mais adequado para a liturgia quanto mais estiver intimamente ligado com a ação litúrgica celebrada e com a comunidade celebrante.

E como nunca é demais lembrar, a participação da assembléia é essencial, logo, todos os meios para que essa participação aconteça são válidos: folhetos (cuidar de que haja sempre folhetos suficientes para todos), ensaios antes da celebração ou do dia,... principalmente com cantos poucos conhecidos.

3.4. Comunicação e sintonia

( com a equipe litúrgica e o celebrante)

O mais importante na liturgia é a sintonia entre o grupo de cantos, dirigentes, celebrante e a igreja.

A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II resgatou a participação dos leigos, dando-lhes responsabilidades durante a celebração da Missa, atualmente, os leigos não são meros assistentes e sim co-responsáveis pelo acontecimento do Mistério. Lembremos que o serviço de canto litúrgico é sinônimo de “serviço”. Existem outros serviços: de Acolhida, de Leitores, do Altar. O da música, pode-se dizer, que seja este, talvez, o mais antigo da história, uma vez que já no Antigo Testamento encontramos os músicos à serviço do Senhor. Não devemos confundi-los com o ministério consagrado (o do sacerdote), que é o responsável pela Liturgia.

Atualmente grande parte do desenvolvimento da missa depende de nós, os leigos. Muito mais ainda dos que fazem parte de um dos serviços acima citados. Todos os serviços são importantes, por isso não devemos nos preocupar com a intensidade de tempo exigida, mas sim com a espiritualidade empregada. Nunca poderemos esquecer que a parte essencial de toda missa é de responsabilidade dos sacerdotes, pois somente eles têm a função de presidir, sendo a presença de Cristo – Cabeça do Corpo, que é a Igreja.

Dentro do possível , o celebrante deve estar por dentro de tudo que vai acontecer na Celebração Eucarística por parte dos serviços leigos, e vice-versa. A sintonia também deve estar durante a celebração; já que as equipes devem prestar atenção na intensidade, no "ritmo" do celebrante, e acompanhá-lo.

Referências

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