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VIOLÊNCIA FINANCEIRA EM IDOSOS

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Talita Santos Oliveira Sampaio * Wanderleny Pereira de Sousa ** Lucas Silveira Sampaio *** Monique July Silva Ferreira **** Ana Paula Silva Prado *****

RESUMO

Existem vários tipos de violência, dentre estas, o abuso financeiro vem ganhando destaque no ambiente domiciliar e social do idoso. Neste sentido este estudo buscou identificar a prevalência de violência financeira contra idosos. Trata-se de um estudo descritivo e com delineamento transversal, com dados secundários dos boletins de ocorrência e bancos de dados dos casos de violência financeira notificados no período de 2012 a 2015 (N=23), no município de Vitória da Conquista-BA. Para a análise descritiva das características da população foram calculadas as frequências absolutas, médias e desvio padrão. Os dados foram analisados no The Statistical Package for Social Sciences para Windows versão 21.0. A prevalência de violência financeira foi de 41,8%, sendo que todos os idosos que sofreram esse tipo de violência foram do sexo feminino, representando 100%. Além disso, a maioria dos idosos tinham baixa escolaridade 63,1% e eram casados com 36,4%. Foi observado também que ocorreu mais de um episódio de violência, sendo que os principais agressores eram cônjuges 44,4%. Além disso, destaca-se que 100% das vítimas sofreu outro tipo de violência além da financeira, sendo, nestes casos, predominante a violência psicológica 100% e física 47,8%. No que diz respeito ao local de encaminhamento a maioria foram direcionadas para a delegacia da mulher. Diante deste contexto salienta-se a importância da contribuição desta pesquisa para a elaboração de ações que visem a prevenção desse tipo de abuso e melhoria da qualidade de vida desses idosos.

Palavras-chaves: Pesquisa Idosos, Violência, Saúde do idoso.

*Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. **Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. ***Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. ****Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. *****Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. ******Faculdade Independente do Nordeste-Fainor. re la tos d e pes qu

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população vem ocorrendo de forma acelerada, tanto nos países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Estima-se que o número de idosos alcançará 34 milhões em 2020, constituindo um grande desafio nas questões de saúde pública. Esse processo está relacionado a uma queda das taxas de fertilidade e um aumento da longevidade (BRITO, 2015). Segundo o censo demográfico de 2010, no Brasil, a população de idosos são representadas por mais de 190.755.199 indivíduos com faixa etária de 60 anos de idade ou mais, onde corresponde a 51% mulheres e 49% homens (IBGE, 2011).

O aumento da expectativa de vida traz modificações fisiológicas e uma maior predisposição a patologias aos idosos, podendo afetar a capacidade funcional e social, deixando o idoso mais frágil e vulnerável. Essa fragilidade maior dos idosos os torna muitas vezes dependentes de auxílio familiares, que se tornam sobrecarregados pelo cuidado e, além disso, a sociedade enxerga o idoso, como um peso social, favorecendo, assim, o fenômeno da

violência contra os idosos (REIS et al., 2014).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2004) define violência contra idosos como omissões ocorridas uma ou muitas vezes, que venha prejudicar a integridade física e emocional dos idosos, bloqueando-o a exercer seu papel dentro da sociedade. A violência contra a pessoa idosa pode ser classificada em violência física, psicológica, financeira, sexual e negligência (SANTANA, 2016).

Dentre essas violências destaca-se a violência financeira em idosos que consiste em uma exploração inapropriada ou ilegal do uso de seus recursos financeiros e patrimônios sem o consentimento do idoso. Em muitos casos os próprios familiares induzem o idoso a realizar empréstimos, financiar casas e automóveis (PINTO; BARHAM; ALBUQUERQUE, 2013).

Esse tipo de abuso financeiro provoca consequências como a baixo autoestima, presença de depressões e vários problemas de saúde entre os idosos. Sendo assim, os profissionais de saúde devem ficar atentos a importância desse fenômeno, porém muitas vezes os profissionais não estão preparados para identificar e

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notificar os casos de violência financeira (SANCHES, 2008).

Mais de 95% dos idosos acima de 60 anos moram com seus parentes ou vivem em suas próprias casas. Cerca de 26% de todas as famílias possuem pelo menos uma pessoa com mais de 60 anos. Isso vem contribuindo muito para as explorações financeiras dentro dos domicílios, sendo as queixas geralmente contra os filhos, netos, cônjuges e outros parentes (SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS – SDH, 2014). A violência financeira está associada a outros tipos de violências como físicas, sociais, emocionais, especialmente para os idosos que se encontram em situação de extrema dependência ou incapacidade (MACHADO; KAEFER; SILVA, 2012).

Diante deste contexto, o abuso financeiro contribui para diversas consequências para os idosos nos aspectos psicológicos e morais, gerando destruições nos relacionamentos familiares. Atualmente, o problema da violência contra idosos tem despertado o interesse da comunidade científica, porém existe um déficit de dados relacionados a este contexto,

especialmente em relação a violência financeira contra idosos.

Os dados sobre a prevalência da violência financeira contra a pessoa idosa e seus principais agressores é de ampla relevância para criação de políticas de proteção direcionada para essa população. Além disso, o aprofundamento sobre esta temática poderá facilitar a identificação dos casos pelos profissionais de saúde.

Diante disso, este estudo tem por objetivo identificar a prevalência de violência financeira contra idosos e seus principais agressores.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo com delineamento transversal, descritivo, utilizando a abordagem quantitativa. O presente estudo é um recorte da pesquisa intitulada “Violência Contra Idosos: Perfil das Violências Segundo Registro das Instâncias de Referência”, que utilizou dados secundários dos boletins de ocorrência e bancos de dados dos casos de violência(s) (negligência, abandono, violência Física e sexual e outras violências) em indivíduos com mais de 60 anos no período 2012-2015, registrados no Sistema de Informação de Agravos de

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Notificação-SINAN/ Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA.

O estudo principal foi desenvolvido no município de Vitória da Conquista – BA, e logo após a aprovação da Secretária Municipal de Saúde foi realizada a pesquisa de dados por meio do SINAN/Sistema VIVA de notificação. Neste estudo foi utilizado todas as notificações de violência financeira ao idoso, sendo uma amostra de 23 notificações registradas no SINAN ocorridas no período de 1º de Janeiro de 2012 a 31 de Dezembro de 2015. Foram registrados os dados em fichário específico, anteriormente elaborado, em acordo com os padrões utilizados por outras pesquisas, adaptando-os aos objetivos do estudo.

Preliminarmente estabeleceu-se contato com a Secretaria Municipal de Saúde/Vigilância Epidemiológica, solicitando a autorização de coleta de dados, através das fichas de notificação/investigação de violências e acidentes (VIVA).

Foi submetido à aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FAINOR, e após a mesma realizou-se contato com a vigilância

epidemiológica e iniciado a coleta dos dados.

Em relação à análise de dados foi realizada análise descritiva com cálculo das frequências simples, médias e medidas de dispersão das variáveis estudadas. A tabulação foi feita através do software Excel 2015 e os dados foram analisados no The Statistical Package for Social Sciences para Windows (SPSS 21.0, 2013, SPSS, Inc, Chicago, IL).

Para o início da coleta de dados foi solicitada das instituições permissão documental. Este estudo obedeceu às normas éticas exigidas pela Resolução nº 466/2012 (Conselho Nacional de Saúde). O protocolo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Independente do Nordeste, sendo que a coleta foi iniciada apenas após aprovação e autorização do CEP- FAINOR sob registro nº 1670005 e CAAE: 55458016.7.0000.5578. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE não foi utilizado, pois foram coletados apenas dados secundários pertencentes ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação-SINAN/ Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA após autorização da Secretaria Municipal de

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Saúde/Vigilância Epidemiológica e acompanhamento desta de todo o processo de coleta de dados.

3. RESULTADOS

A prevalência de violência financeira no município de Vitória da Conquista - BA foi de 41,8% (n=23), sendo que o total de idosos que sofreram violência (Física; psicológica/moral; tortura; sexual;

financeira/econômica;

negligencia/abandono; e intervenção legal) no município no período analisado foi de 55 indivíduos. A tabela 1 descreve a prevalência de violência financeira entre os idosos violentados no período de 2012 a 2015.

Tabela 1. Prevalência de violência financeira entre os idosos violentados no período

de 2012 a 2015. Vitória da Conquista/BA, 2016. Variáveis % resposta N % Casos de Violência 100 Violência Financeira Sim 23 41,8 Não 32 58,2

Fonte: SINAN/Vigilância epidemiológica do município de Vitoria da Conquista/BA.

Em relação às características sociodemográficas dos idosos que sofreram violência financeira, a média de idade foi de 65±5,11 anos variando entre 60 a 74 anos, sendo que todos os idosos que sofreram esse tipo de

violência foram do sexo feminino (100%). Além disso, a maioria dos idosos tinha o grau de escolaridade de ensino fundamental incompleto (63,1%) e eram casados (36,4%).

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Tabela 2. Características sociodemograficas dos idosos que sofreram violência

financeira. Vitória da Conquista/BA, 2016.

Variáveis % resposta N % Sexo 100 Masculino - - Feminino 23 100 Escolaridade 82,6 Analfabeto - - EF incompleto 12 63,1 EF completo - - EM incompleto 2 10,5 EM completo ES incompleto ES completo 4 1 - 21,1 5,3 - Estado Civil 96,6 Solteiro 6 27,3 Casado/União Estável 8 36,4 Viúvo 5 22,7 Separado 3 13,6

Fonte: SINAN/Vigilância epidemiológica do município de Vitoria da Conquista/BA.

No que se refere as características relativas à violência sofrida pelos idosos violentados, a tabela 3 demonstra que 100% dos idosos sofreu mais de um episódio de violência, sendo que os principais

agressores eram cônjuges (44,4%) e ex-cônjuges (33,3%). Além disso, destaca-se que 100% das vítimas sofreu outro tipo de violência além da financeira, sendo, nestes casos, predominante a violência psicológica (100%) e física (47,8%).

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Tabela 3. Análise descritiva das características da violência sofrida por idosos. Vitória

da Conquista/BA, 2016.

Variáveis % resposta N %

Violência ocorreu outras vezes 100 Sim Não 23 - 100 - Relação das vítimas com os agressores 78,3

Conjuge 8 44,4

Ex-Conjuge 6 33,3

Filho 2 11,1

Irmão 1 5,6

Outros 1 5,6

Sofreu outro tipo de violência Sim

100

23 100

Não - -

Tipo de outra Violência sofrida* 100

Sexual 7 30,4

Física 11 47,8

Psicológica 23 100

Outras - -

*O mesmo indivíduo pode ter sofrido mais de uma outra violência.

Fonte: SINAN/Vigilância epidemiológica do município de Vitoria da Conquista/BA.

Ao se verificar os principais locais de encaminhamento das vítimas, identificou-se que a maior parcela

destes indivíduos foi direcionada para a Delegacia da Mulher.

Tabela 4. Descrição dos locais de encaminhamento das vítimas de violência financeira. Vitória da Conquista/BA, 2016.

Variáveis %

resposta

N %

Encaminhamento após a notificação 100

Delegacia de Atendimento à Mulher 19 82,6

Ministério Público - -

Assistência Social/CREAS-CRAS - -

Outros - -

Não houve encaminhamento 4 17,4

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4. DISCUSSÃO

A violência contra o idoso não é um acontecimento atual, mas somente nos últimos anos vem sendo discutida no meio científico e de políticas públicas. Destaca-se que a violência financeira que muitos idosos sofrem e por meio da exploração e apropriação de seus bens e aposentadoria (REIS et al., 2014).

Diante dos resultados do presente estudo, pode-se observar que a violência financeira no município de Vitória da Conquista foi de 41,8% da amostra, semelhante ao estudo de Gil et al. (2015) que evidenciou um percentual de 47,5 %. A violência financeira é um tipo de abuso muito frequente contra os idosos, isso ocorre devido á dependência das famílias ao benefício do idoso ou pela falta de capacidade do idoso de administrar sua vida financeira (IRIGARAY et al., 2016). Duque et al. (2012) apontaram que tem crescido o número de familiares que dependem financeiramente e emocionalmente dos idosos, que muitas vezes são os provedores do lar. Este fato pode ser resultado do aumento do desemprego entre os jovens, paralelo a maior estabilidade financeira dos idosos com

a aposentadoria. Essa maior dependência dos familiares pode favorecer aos abusos financeiros contra o idoso (CAMARANO; EL GHAOURI, 2002).

Entre os idosos que sofreram a violência financeira, observa-se que 100% da amostra pertencem ao sexo feminino. No estudo de Silva et al. (2013), observou-se também que a violência financeira é mais prevalente entre o sexo feminino com 84,6 % das vítimas.

Garbin et al. (2016) relatam que as mulheres são mais abusadas que os homens, decorrente estarem em situação de maior fragilidade e vulnerabilidade, onde culturalmente a mulher sofre uma grande discriminação, deixando-a na maioria das vezes no papel de vítima, por contextos históricos. Outra consideração importante é que possivelmente os idosos do sexo masculino não registram as queixas por se sentirem constrangidos, uma vez que permeia o pensamento de que é o sexo da força, o que poderia explicar o aumento da incidência de vítimas do sexo feminino.

Com relação à escolaridade, observou-se que a maior parte dos idosos possuía o ensino fundamental

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incompleto com prevalência de 63,1% da amostra. De acordo com Andrade (2013) a pouca escolaridade pode tornar o idoso mais dependente da assistência de seus cuidadores nas tarefas cotidianas, o que pode tornar o idoso mais vulnerável em relação a violência, devido à sobrecarga que pode ocorrer entre os cuidadores.

Neste estudo, em relação à reincidência das violências, foi possível observar que a violência ocorreu outras vezes, sendo notificados 100% dos casos. A probabilidade da ocorrência de violência aumenta quando a vítima sente-se frágil e submissa ao agressor, com isso as agressões tornam-se um vício e esses atos são repetidos diversas vezes (ZANCAN et al., 2013). A violência é uma realidade desde a antiguidade e geralmente acontece contra pessoas com maior fragilidade, como é o caso do idoso, que é mais vulnerável e vem sendo vítima de vários tipos de violências (CARVALHO, 2011).

No que se refere à relação das vítimas com os agressores, os cônjuges foram identificados como os principais agressores contra os idosos com um percentual de 44,4% dos casos. Como neste estudo 100% da amostra violentada pertence ao sexo feminino,

tal resultado ratifica a violência de gênero, onde as mulheres são as principais vítimas de seus parceiros conjugais. Geralmente, as mulheres por apresentarem maior fragilidade, tornam-se submissas a seus parceiros, onde a violência começa muito cedo na vida do casal e se estende na idade avançada (MASCARENHAS et al., 2012). Garbin et al. (2016) acrescentam que tal fato existe por conta da aceitação da companheira em ser controlada pelo parceiro e por sentir-se dependente do mesmo. Além disso, o sexo masculino torna-se muitas vezes o agressor, devido ao maior envolvimento com o alcoolismo e a dependência de drogas (MASCARENHAS et al., 2012).

No presente estudo pode-se verificar que 100% das vítimas sofreu outro tipo de violência, além da financeira, sendo nestes casos prevalente a violência psicológica em 100% das ocorrências e a violência física ocorrendo em 47,8% da amostra. Paiva e Tavares (2015) relatam que antes mesmo de ocorrer qualquer tipo de violência, o agressor pratica a violência psicológica concomitante, ocorrendo um ciclo de violência.

O abuso psicológico é decorrente de algum tipo de ameaça feita pelo o agressor utilizando o uso do

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autoritarismo para que o idoso se mantenha submisso a ele. Esse ato acarreta em desqualificar o idoso, e ele acaba sentindo-se ameaçado e envergonhado. Uma possibilidade para explicação da ocorrência de maus-tratos psicológicos seria as discussões familiares e de algum tipo de negociações financeiras que geralmente são feitas de forma verbalmente (IRIGARAY et al., 2016). Martins (2012) destaca que a violência física é quando o agressor usa a força física ou algum tipo de arma podendo causar ou não alguma lesão no idoso. Este tipo de violência também pode ser manifestado por outras formas: como tapas, empurrões, socos, tirar o idoso de casa a força, entre outros.

Ao verificar os principais locais de encaminhamento das vítimas de violência financeira, identificou-se que 82,6 % destes indivíduos foram direcionados para a delegacia da mulher. Isto pode estar relacionado ao fato de que neste estudo, todas as idosas vítimas de violência financeira pertenciam ao sexo feminino.

Neste estudo, observou-se uma grande subnotificação de ocorrências dos casos de violência. Existem diversas razões para a subnotificação, como o próprio medo

dos idosos em denunciar seus agressores, uma vez que na maioria das vezes é seus familiares, a falta de preparo dos profissionais de saúde para investigar os casos (falta de capacitação), a deficiência na infraestrutura de atendimento e fragilidade das redes de apoio (MASCARENHAS et al., 2012).

5. CONCLUSÃO

Este presente estudo demostrou uma elevada prevalência de violência financeira no município de Vitória da Conquista- BA. Os achados evidenciam que as mulheres são as principais vítimas, sendo a maioria casada, com baixo nível de escolaridade, e todas as vítimas sofreram outro tipo de violência além da financeira, onde observou que a maioria dos casos foi reincidente.

A violência financeira é uma das diversas formas de abuso praticada contra as pessoas idosas, onde as vítimas vivem com medo das represálias por parte dos agressores e acabam vivendo em silêncio. Esse tipo de violência muitas vezes não é visível, favorecendo assim a não identificação desse ato.

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Diante desde contexto salienta-se a importância da contribuição desta pesquisa para a elaboração de ações que visem à prevenção desse tipo de abuso e melhoria da qualidade de vida desses idosos. Destaca-se ainda que haja necessidade de uma capacitação dos

profissionais de saúde para identificação dos casos de violência financeira, evitando as subnotificações. Podendo assim, colaborar para a implementação de políticas públicas e promoção da saúde com o intuito prevenir essa violência contra o idoso.

FINANCIAL VIOLENCE IN ELDERLY

ABSTRACT

There are several types of violence, among these, the financial abuse has been gaining attention in the home and social environment of the elderly. In this sense, this study aimed to identify the prevalence of financial violence against elderly. This is a descriptive and cross-sectional study, with secondary data from police reports and databases of violence cases that were reported in the period from 2012 to 2015 (N=23), in the city of Vitória da Conquista-Bahia. For the descriptive analysis of the population’s characteristics, the absolute frequencies, means and standard deviations were calculated. The data were analyzed in the Statistical Package for Social Sciences for Windows version 21.0. The prevalence of financial violence was of 41.8%, being that all elderly people who suffered this type of violence were women, representing 100%. Furthermore, the majority of the elderly had poor education (63.1%) and were married (36.4%). It was also observed that there were more than one violence episode, being that the main aggressors were spouses (44.4%). Furthermore, it should be emphasized that 100% of the victims suffered another kind of violence beyond the financial, being, in these cases, predominantly psychological (100%) and physical violence (47.8%). In regard of the referral place, the majority were directed to the Women's Police Station. In this context, should be emphasized the importance of the contribution of this research to the development of actions aiming preventing of this type of abuse and improving the elderly quality of life.

Keywords: Elderly. Violence. Elderly Health.

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