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SIMULAÇÃO DE UM REATOR TUBULAR PARA A OBTENÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRI- CO

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VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica

27 a 30 de julho de 2009 Uberlândia, Minas Gerais, Brasil

SIMULAÇÃO DE UM REATOR TUBULAR PARA A OBTENÇÃO

DE ÁCIDO

SULFÚRI-CO

1 Laís Koop, 2 Lis Maria Clotilde Galeano Rivas, 3 Marco A. Praxedes 1,2

Discente do 4º ano do curso de Engenharia de Alimentos da UEPG/PR

3

Professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UEPG/PR

1,2,3

Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Av General Carlos Cavalcanti, 4748, Bloco CIP, Campus Uvaranas, Ponta Grossa - PR, CEP 84030-900

e-mail: profpraxedes@hotmail.com

RESUMO - A simulação computacional de sistemas pode prever as reações ocorridas em um reator, mesmo que estas ainda não tenham sido testadas empiricamente; permitindo assim, a otimização das operações ao se demonstrar condições operacionais viáveis que promovem a economia em uma determinada planta industrial. Neste trabalho estuda-se o desenvolvimento e a aplicação de um programa computacional de simulação na linguagem FORTRAN utilizando uma sub-rotina chamada IVPRK, que utiliza o método de integração de sistemas de equações diferenciais ordinárias Runge-Kutta. O programa simula um reator tubular que opera em regime estacionário com catalisador a base de vanádio suportado usado na fabricação de ácido sulfúri-co, um dos produtos químicos mais utilizados na indústria. Para tanto, fez-se o uso de equa-ções diferencias ordinárias devido à complexidade da expressão da taxa de reação, e obteve-se as diferentes conversões e temperaturas para as diferentes quantidades de catalisador utili-zadas. O programa desenvolvido é capaz de fornecer resultados condizentes com os previstos teoricamente.

Palavras-Chave: REATOR, SIMULAÇÃO, FORTRAN.

INTRODUÇÃO

Na nova era, a informação e o conhecimen-to assumem grande importância na preparação dos indivíduos e empresas ao entendimento e a adaptação a realidade.

A simulação é então uma das ferramentas que permite aos diversos profissionais, realizar as atividades que se propõe. Através dela eles po-dem adquirir capacidade de identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades do projeto, operação e gerenciamento do trabalho e do sistema de produção de bens e/ou serviços (Gavira, 2003).

A simulação de sistemas é um método numérico de resolução de sistemas, que consiste na observação do desempenho de um modelo que representa um sistema definido a partir do problema a ser resolvido (Clovis, 1995).

A simulação computacional pode ser utili-zada para a aquisição, organização e construção do conhecimento e da visão sistemática. Esse recurso favorece a educação e o treinamento das pessoas, e consequentemente, sua adaptação às rápidas mudanças da sociedade. É um modelo empregado para estudar o desempenho de um sistema por meio da formulação de um modelo matemático, o qual deve reproduzir, de maneira mais fiel possível, as características do sistema

original (Gavira, 2003). Desta forma, o analista precisa selecionar a estrutura conceitual na qual o modelo vai se apoiar para a descrição do sistema (Soares, 1990).

Neste trabalho, estuda-se o desenvolvi-mento e a aplicação de um programa computa-cional de simulação na linguagem FORTRAN uti-lizando uma sub-rotina chamada IVPRK. Para a projeção do reator, foi necessário o uso de equa-ções diferencias ordinárias devido à complexida-de da expressão da taxa complexida-de reação. O presente trabalho descreve o comportamento de um reator utilizado na fabricação de ácido sulfúrico. A pri-meira etapa consiste na queima de enxofre em uma fornalha para a formação de dióxido de en-xofre (SO2). Após este passo, o dióxido de

enxo-fre é convertido a trióxido de enxoenxo-fre (SO3),

utili-zando um catalisador, o qual é a base de vanádio suportado, conforme demonstrado na Equação 1.

3 2 2 1 2

O

SO

SO

+

(1) Portanto, a simulação se baseia num reator tubular, ou seja, de fluxo continuo, que possui no interior de seus tubos o catalisador e, cujas pare-des são resfriadas por um líquido em ebulição a temperatura constante.

O reator tubular é um tipo de reator muito usado na indústria, consistindo em um tubo

(2)

cilín-drico geralmente operando em regime estacioná-rio, como é o caso do reator simulado. Neste rea-tor os reagentes são consumidos à medida que avançam ao longo de seu comprimento (Fogler, 2002).

Devido ao fato do reator simulado neste projeto operar em regime estacionário, pode-se afirmar que a conversão dos reagentes em produ-tos é independente do tempo em cada ponto do sistema (Incropera e DeWitt, 1996).

O ácido sulfúrico é o ácido mais importante economicamente. Na década de 60, a quantidade de ácido sulfúrico produzido e consumido em um país avaliava o grau de desenvolvimento industrial do mesmo. Este produto químico tem destaque na produção de fertilizantes agrícolas, como os superfosfatos e o sulfato de amônio. É ainda utili-zado nas indústrias petroquímicas (no refino de petróleo), de papel, de corantes, na produção de compostos orgânicos, de outros ácidos, na limpe-za de metais e ligas metálicas, e nos acumulado-res de chumbo (baterias de automóveis) (Usberco e Salvador, 2002).

Uma das principais propriedades do ácido acima citado é a sua ação oxidante e, principal-mente desidratante, quando concentrado. Assim, ele carboniza os carboidratos, como os açúcares, o amido e a celulose, o que ocorre devido a desi-dratação desses materiais (Usberco e Salvador, 2002).

Pelo fato de ser um tipo de programação estruturada, não se descarta a possibilidade da utilização deste programa para a simulação de sistemas com produtos diferentes ao do ácido sulfúrico, sendo necessário apenas uma adapção nas sub-rotinas em que se encontram as ta-xas de reação.

Assim, a simulação permite a transforma-ção de informações de laboratório em conheci-mento, o qual será aplicado no processo de toma de decisões. Esta ferramenta se mostra eficiente na tarefa de propiciar ao profissional envolvido a oportunidade de tomar decisões de forma rápida e eficiente.

Através deste trabalho não é possível obter, de imediato, resultados que levem a otimização de um objetivo desejado. Entretanto, é possível, simular por meio do modelo, uma serie de expe-rimentos em diferentes condições e, posterior-mente escolher a condição cujo resultado seja o mais aceitáveis.

Este trabalho tem por objetivo o desenvol-vimento de um programa computacional capaz de simular a produção de acido sulfúrico a partir de enxofre, assim como outro produto, realizando apenas alterações nas sub-rotinas especificas.

MATERIAIS E MÉTODO

Para a projeção do reator utilizado na fabri-cação do ácido sulfúrico, desenvolveu-se um pro-grama computacional de simulação na linguagem

FORTRAN utilizando uma sub-rotina chamada IVPRK. Esta por sua vez, utiliza o método de Runge-Kutta para a solução do sistema de equa-ções diferenciais ordinárias. A tolerância adotada foi de 0,005; as equações foram integradas em função da massa de catalisador do reator, em dez passos de 2,854 lb e o erro absoluto foi conside-rado. A variação da tolerância não foi significativa no desempenho do método, no caso em estudo. Foram utilizadas equações diferencias ordinárias devido à complexidade da expressão da taxa de reação. A simulação se baseia num reator tubular, ou seja, de fluxo contínuo, que possui no interior de seus tubos o catalisador e, cujas paredes são resfriadas por um líquido em ebulição a tempera-tura constante.

Considerou-se que o reator tem um diâme-tro de 0,18167ft, uma vazão molar de 0,188 lb-mol.h-1.tubo-1, com uma massa específica do leito de partículas de 33,8 lb.ft-3, pressão de alimenta-ção é de 0,22 atm, sendo a temperatura do fluído refrigerante de 1264,67 °R, o coeficiente de trans-ferência de calor igual a 10 Btu.h-1.ft-2.°R-1, a constante dos gases ideais igual a 1,987 Btu.lbmol-1.°R-1, e o somatório das capacidades caloríficas dos reagentes e do produto igual a 0 Btu.lbmol-1.°R-1.

O projeto é formado por um programa prin-cipal e mais oito sub-rotinas. A sub-rotina nomea-da como Inicial contém nomea-dados iniciais do projeto, sendo estes a massa de catalisador na posição inicial do reator (posição zero), a taxa inicial de conversão do reagente (0 mol.ft-3) e a temperatu-ra inicial do sistema (1199,67°F), juntamente com a massa total de catalisador no reator. A sub-rotina Dados contém todos os parâmetros neces-sários para o projeto, ou seja, a pressão parcial inicial do reagente SO2, as frações de entrada do

reagente SO2, do reagente O2 e do produto SO3,

coeficiente de expansão, a vazão molar, a tempe-ratura do fluído refrigerante, a variação da capaci-dade calorífica, diâmetro do reator, o coeficiente de transferência de calor, a massa específica do leito de partículas e a constante dos gases ideais.

As derivadas da conversão e da temperatu-ra, ambas em função da massa do catalisador, estão presentes na sub-rotina FCN que é utilizada pela sub-rotina IVPRK para a realização dos cál-culos. As Equações 2 e 3 representam as deriva-das acima citaderiva-das, respectivamente.

0 A A

F

r

dW

dX =

(2)

)

(

)))

(

)(

((

))

)(

/

4

((

0 i pi P A A a L

C

X

C

F

T

H

r

T

T

D

m

U

dW

dT

+

Θ

+

=

(3) Para o cálculo das derivadas é portanto necessário o cálculo de outras variáveis que

(3)

serão calculadas em outras sub-rotinas, sendo estas a de Dados, na qual são encontrados os valores da vazão molar, do coeficiente de transferência de calor, da massa especifica do leito de partículas, do diâmetro do reator, da temperatura do fluido refrigerante e da variação da capacidade calorífica; da sub-rotina Entalpia, da Somatório, da Taxa e da Inicial, na qual encontram-se os valores iniciais de temperatura, de conversão e a massa do leito de partículas percorrida pelo reagente. A variação da entalpia, representada pela Equação 4, é calculada na sub-rotina Entalpia e depende das temperaturas obtidas pela derivação.

)

1260

)(

10

459

,

2

(

)

1260

(

)

10

36

,

1

(

)

1260

)(

563

,

1

(

42471

3 3 7 2 2 3

×

×

+

=

− −

T

T

T

H

(4) As pressões parciais dos reagentes A e B e do produto C, expressas pelas Equações 5, 6 e 7, respectivamente, são calculados na sub-rotina Pressões e dependem de valores da sub-rotina Dados, sendo estes, a pressão de alimentação, a fração de SO2 na entrada do reator, a fração de

O2 na entrada do reator, a fração de SO3 na

en-trada do reator e o coeficiente de expansão, e da conversão calculada pela FCN.

)

1

(

)

(

2 2 0

X

X

P

P

SO A SO

ε

+

Θ

=

(5)

)

1

(

)

5

,

0

(

2 2 0

X

X

P

P

O A O

ε

+

Θ

=

(6)

)

1

(

)

(

3 3 0

X

X

P

P

SO A SO

ε

+

+

Θ

=

(7)

O somatório das frações de alimentação de cada composto multiplicada pela capacidade calo-rífica de cada componente é calculado na sub-rotina Somatório e é dada pela Equação 8, a qual depende da temperatura calculada pela derivada na FCN. 2 6

10

94

,

1

014

,

0

23

,

57

T

T

C

pi i −

×

+

=

Θ

(8)

Na sub-rotina Taxa, é calculada a taxa ex-pressa pela Equação 9, a qual depende da con-versão e da temperatura, ambas calculadas no FCN, das pressões calculadas na sub-rotina Pressões, e das constantes calculadas na sub-rotina Constantes expressas nas Equações 10 e 11, as quais dependem da temperatura calculada na FCN, e a Expressão 11 da constante dos ga-ses ideais fornecida pela sub-rotina Dados.

=

2 2 3 2 3 2 SO p SO O SO SO A

P

K

P

P

P

P

k

r

(9)

(

)

+

=

exp

176

,

008

110

,

1

ln

T

912

,

8

T

k

(10)

=

exp

42

.

311

11

.

24

RT

K

p (11)

O modelo do programa estruturado pode ser visualizado na Figura 1.

Figura 1 – Modelo estruturado do programa desenvolvido

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pela Figura 2 é possível observar que, qua-se linearmente, a medida que os reagentes pas-sam pela massa de catalisador, aumenta a con-versão, ou seja, mais produto vai sendo formado. Porém a taxa de conversão é pequena, sendo necessárias algumas mudanças nas condições do reator para aumentar a eficiência do processo.

Prin-cipal Ini-cial IVP RK FCN Da-dos Ental-pia Soma-tório Pres-sões Taxa Cons-tantes

(4)

Figura 2 – Gráfico da conversão em função da massa do catalisador.

A Figura 3 demonstra o perfil da temperatu-ra à medida que os reagentes passam pela mas-sa de catalimas-sador. É possível observar que apro-ximadamente a partir das 17 lb de catalisador, ou seja, pouco mais que a massa total do catalisa-dor, a temperatura já permanece praticamente constante.

Figura 3 - Gráfico da temperatura em função da massa do catalisador.

O programa computacional desenvolvido apresenta as características observadas na Figu-ra 4. Neste progFigu-rama é encontFigu-rada, na primeiFigu-ra coluna a numeração de passos, na segunda colu-na a massa do catalisador utilizado, colu-na terceira coluna a conversão da matéria prima em produto e a temperatura é observada na quarta coluna.

Figura 4 – Visualização do programa rodado Caso seja necessária alguma alteração nos dados iniciais, na taxa de reação ou em algum outro ponto do projeto, é possível apenas uma mudança na sub-rotina especifica, para a obtenção de um programa com características ou diferentes.

CONCLUSÃO

Com a realização do programa apresenta-do é possível dizer que os resultaapresenta-dos obtiapresenta-dos são coincidentes com os esperados teoricamente, já que no caso da produção de acido sulfúrico, a medida que os reagentes passam através do ca-talisador dentro do reator aumenta quase que li-nearmente a formação dos produtos. Isto foi ob-servado através do gráfico construído a partir dos dados obtidos no programa desenvolvido.

NOMENCLATURA

∆Cp = somatório das capacidades caloríficas dos

reagentes e do produto (Btu.lbmol-1.°R-1). D = diâmetro do reator (ft).

dCp = variação da capacidade capacidade calorí-fica.

dW

dT

= derivada da temperatura em função da massa do catalisador.

dW

dX

= derivada da taxa de conversão dos rea-gentes em função da massa do catalisador.

ε

= coeficiente de expansão.

FA0 = vazão molar de alimentação (lbmol.h-1.tubo -1

).

∆H = variação da entalpia (Btu.lbmol SO2-1).

k = constante de velocidade (lbmol SO2.lb-1 cat-1.

s-1. atm-1).

Kp = constante de equilíbrio (atm -1/2).

mL = massa específica do leito de partículas (lb.ft -3

).

PA0 = pressão total de alimentação (atm).

2

SO

P

= pressão parcial do reagente SO2 (atm).

2

O

P

= pressão parcial do reagente O2 (atm).

3

SO

P

= pressão parcial do produto SO3 (atm).

R = constante dos gases ideais (Btu.lbmol-1.°R-1). rA = taxa de reação (lbmol/ft3).

T = temperatura (°R).

Ta = temperatura do fluído refrigerante (°R).

U = coeficiente de transferência de calor (Btu.h

-1

.ft-2.°R-1).

X = taxa de conversão dos reagentes (mol.ft-3).

2

SO

Θ

= fração de SO2 de alimentação do reator.

2

o

(5)

3

SO

Θ

= fração de SO3 de alimentação do reator.

∑ΘiCpi = somatório das frações de alimentação de

cada composto multiplicada pela capacidade calo-rífica de cada componente (Btu.lbmol-1.°R-1).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLOVIS, P. F., 1995. Introdução à Simulação de

Sistemas. Editora UNICAMP, Campinas – SP, 163 p.

FOGLER, H. S., 2002. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. Editora LTC, Rio de Janeiro – RJ, 892 p.

GAVIRA, M. de O., 2003. Simulação computacional como uma ferramenta de aquisição de conhecimento. Escola de Engenharia de Produção - Universidade de São Paulo, São Carlos – SP. (Dissertação Mestrado).

INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P., 1996. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. 4ª edição. Editora LTC, Rio de Janeiro – RJ, 446 p.

SOARES, L. F. G., 1990. Modelagem e Simulação Discreta de Sistemas. Editora IME-USP, São Paulo – SP, 250 p.

USBERTO, J.; SALVADOR, E., 2002. Química. Volume Único. Editora Saraiva, São Paulo – SP, 672 p.

Referências

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