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Uso de prótese ocular expansora em criança com perda de globo ocular caso clínico

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Academic year: 2021

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Uso de prótese ocular expansora em criança

com perda de globo ocular – caso clínico

Use of expander eye prosthesis in children with eye loss – clinical case

RESUMO

Introdução: a perda ocular apresenta etiologia congênita ou

adquirida, devido a traumas ou patologias. A prevenção e/ou intervenção precoce minimiza seqüelas e os distúrbios de crescimento orbital. A reabilitação, na instalação de uma prótese ocular, visa favorecer o desenvolvimento harmonioso da região. grande incidência das perdas do globo ocular em crianças de 0 a 11 anos é por trauma.

Relato do caso: em alguns casos, onde o intervalo entre a cirurgia e a

reabilitação protética é prolongada a cavidade orbital apresenta-se atrésica, não permitindo a reabilitação imediata através de prótese ocular individualizada. Nestes casos é indicada uma prótese expansora a fim de devolver o volume necessário para uma perfeita reabilitação. Este trabalho apresenta tal técnica através de um caso clínico.

Conclusão: é importante frisar que a boa condução do caso clínico

permite crescimento e desenvolvimento normal dos pacientes acometidos.

Palavras-chave: Olho Artificial; Reabilitação; Dispositivos para

Expansão de Tecidos.

ABSTRACT

Introduction: the eye loss has congenital or acquired etiology due to

trauma or diseases. The prevention or early intervention minimizes sequelae and disturbances in orbital growth. Rehabilitation in the installation of an ocular prosthesis intends to promote the harmonious development of the region, the higher incidence of eye losses in children from 0 to 11 years is due to trauma.

Case report: in some cases, where the interval between surgery and

prosthetic rehabilitation is prolonged orbital cavity becomes atresic, not allowing immediate rehabilitation through individualized prosthesis. In these cases a prosthetic expander is recommended in order to obtain the volume needed for a full rehabilitation.

Conclusion: this paper presents such technique on a clinical case. It is

important to highlight that a proper conduction of the clinical case allows normal growth and development of affected patients.

Keywords: Eye, Artificial; Rehabilitation; Tissue Expansion Devices.

Patricia Tiemy Hirono Hotta* Luis Pablo Herrera Tinajero* Cleusa Aparecida Campanini Geraldini**

Neide Pena Coto** Reinaldo Brito e Dias***

* CD, Pós Graduando do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo Faciais, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo.

** CD, Me, Dr,Professora, Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo Faciais, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo.

*** CD, Me, Dr, Professor Titular, Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo Faciais, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo.

Endereço de correspondência:

Neide Pena Coto

Av. Lineu Prestes, 2227 – Cidade Universitária – São Paulo / Brazil

CEP: 05508 000

Phone/Fax : 55 113091 7878

E-mails: npcoto@usp.br / rbdias@usp.br Enviado: 20/02/2010

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INTRODUÇÃO

Os olhos são peças fundamentais para compor uma face uniforme e equilibrada, há quem diga que eles são a janela da alma. A perda pode desencadear problemas familiares, psíquicos e sociais 1.

A perda ocular apresenta etiologia congênita ou adquirida, devido a traumas ou patologias. A prevenção e/ou intervenção precoce minimiza seqüelas e os distúrbios de crescimento orbital2,3. A reabilitação, na instalação de uma prótese ocular, visa

favorecer o desenvolvimento harmonioso da região4.

A grande incidência das perdas do globo ocular em crianças de 0 a 11 anos é por trauma5,6. Em alguns casos especiais, a cavidade remanescente apresenta-se

atrófica, sendo indicado o uso de prótese expansora, que promove a distensão dos tecidos para posterior reabilitação, além da criança passar por uma importante fase de adaptação à prótese.

Neste trabalho é apresentado um caso clínico de perda do globo ocular onde foi indicado o uso de prótese expansora no intuito de promover o aumento gradativo e proteção da cavidade orbicular para posterior uso de prótese ocular individualizada.

RELATO DO CASO

Paciente do sexo masculino, 8 anos de idade, apresenta perda do globo ocular lado direito com etiologia adquirida, por trauma (Fig. 1). Foi encaminhado ao Ambulatório de Prótese Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP) para reabilitação por meio do uso de prótese ocular. Após o estudo do caso, notou-se que a cavidade apresentava-se atrésica (Fig. 2) necessitando aumento gradativo da mesma, neste caso, com o uso de prótese ocular expansora.

Figura 1. Perda ocular lado direito. Figura 2. Cavidade atrésica.

Descrição da técnica

A moldagem da cavidade foi realizada com hidrocolóide irreversível e seringa plástica, obtendo-se um molde (Fig. 3). O molde foi incluído em mufla para posterior ceroplastia (Fig. 4). No modelo em cera a superfície anterior foi modelada e após a sua prova, a acrilização em resina incolor termo polimerizável foi realizada. Os desgastes de usinagem foram realizados e a peça polida (Fig. 5).

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Figura 3. Apresentação dos materiais e seqüência dos passos da moldagem da

cavidade.

Figura 4. Obtenção do molde e ceroplastia.

Figura 5. Apresentação da peça protética acrilizada.

A prótese inicial possuía o mesmo volume e tamanho da cavidade (Fig. 6), movimentos de adução e abdução foram avaliados. Após 2 semanas, o paciente retornou apresentando uma cavidade mais elástica permitindo acréscimo ao volume da prótese. Prosseguiu-se o reembasamento com cera rosa 71 recobrindo toda a área

anterior da prótese para promover um aumento uniforme de toda cavidade favorecendo maior abertura vertical e horizontal das pálpebras (Fig. 7). Após o segundo reembasamento, a prótese expansora foi instalada sem relato de dor ou incomodo (Fig. 8).

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Figura 7. Demonstração do aumento de

volume entre a primeira peça e a segunda.

Figura 8. Instalação da segunda prótese

expansora.

A prótese continuará sendo reembasada em resina incolor até alcançar o volume favorável à instalação da prótese ocular reparadora propriamente dita.

DISCUSSÃO

Dependendo do tempo decorrente entre cirurgia e instalação de prótese ocular, a cavidade pode apresentar-se cada vez mais atrésica. Este problema, no momento da confecção da prótese ocular, pode impedir que esta seja instalada corretamente e que suas funções sejam cumpridas integralmente7. Para que isso não ocorra foi sugerida a

técnica expansora que consiste em reduzir os tecidos comprometidos às dimensões normais com o volume ocupado anteriormente pelo globo ocular, proporcionando o máximo de dissimulação da deficiência e corroborando para que a prótese ocular cumpra todos os seus requisitos, isto é, proteção da cavidade, recuperação do tônus da musculatura comprometida, favorecimento do direcionamento lacrimal, devolução da estética e por fim proporcionar conforto psicossocial ao paciente reabilitado. As vantagens do uso dessa técnica incluem melhor adaptação dos tecidos subjacentes, aumento da mobilidade da prótese e melhor contorno facial8.

Para o desenvolvimento correto da técnica apresentada, critérios para uma impressão aceitável devem ser seguidos apresentando registro exato da parede posterior da cavidade, da posição das pálpebras em relação à parede posterior, e na medida dos fórnices superior e inferior da pálpebra9 bem como a inserção de cera e sua

inclusão para a obtenção da peça expansora10.

No caso clínico aqui apresentado deve-se avaliar o fato do paciente ser criança, isto é, em fase de crescimento facial onde fica explícita a necessidade de uma intervenção precoce, pois caso contrário, pode-se comprometer a simetria da face desta criança no decorrer de seu desenvolvimento. A prótese ocular permite que o crescimento do lado comprometido acompanhe o crescimento do lado sadio. Cuidados

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no momento do estudo do caso como observação do paciente e análise das condições da cavidade fazem toda a diferença no resultado final da reabilitação.

CONCLUSÃO

 Não somente a estética é restaurada, mas também a auto-estima, autoconfiança e conforto psicossocial. O profissional necessita além do conhecimento na área, a consciência de que seu trabalho é um fator importante para o bom crescimento e desenvolvimento dos pacientes acometidos.

REFERÊNCIAS

1. Brito e Dias R, Rezende JR, Carvalho JC. Light-weight ocular prosthesis. Braz Dent J 1994; 5(2):105-8.

2. Mattos BS, Montagna MC, Fernandes Cda S, Saboia AC. The pediatric patient at a maxillofacial service: Eye prosthesis. Braz Oral Res 2006 Jul-Sep; 20(3):247-51.

3. Coas VR, Neves AC, Rode Sde M. Evaluation of the etiology of ocular globe atrophy or loss. Braz Dent J 2005; 16(3):243-6.

4. Goiato MC, Demathe A, Suzuki T, dos Santos DM, Dekon SF. Management of orbital reconstruction. J Craniofac Surg 2010 Nov; 21(6):1834-6.

5. Hemady RK. Ocular injuries from violence treated at an inner-city hospital. J Trauma 1994 Jul; 37(1):5-8.

6. Zagelbaum BM, Tostanoski JR, Kerner DJ, Hersh PS. Urban eye trauma. A one-year prospective study. Ophthalmology 1993 Jun; 100(6):851-6.

7. Sykes L. Custom made ocular prostheses: A clinical report. J Prosthet Dent 1996; 75:1-3.

8. Rode R, Rode S. [Eye prosthesis as an individualized shell bandage]. Rev Assoc Paul Cir Dent 1980 May-Jun; 34(3):204-10.

9. Schneider R. Modified ocular prosthesis impression technique. J Prosthet Dent; 1986 55:482-5.

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