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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

MONITORAMENTO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS NO DESEMPENHO

DE HÍBRIDOS DE TOMATE EM SINOP/MT.

ELISÂNGELA SAND

SINOP – MT

AGOSTO – 2016

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

MONITORAMENTO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS NO DESEMPENHO

DE HÍBRIDOS DE TOMATE EM SINOP/MT.

ELISÂNGELA SAND

ORIENTADORA: SOLANGE MARIA BONALDO CO-ORIENTADOR: FLÁVIO FERNANDES JUNIOR

Projeto de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado ao Curso de Agronomia do

ICAA/CUS/UFMT,

como

parte

das

exigências para a obtenção do Grau de

Bacharel em Agronomia.

SINOP – MT

AGOSTO – 2016

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S213m Sand, Elisângela.

Monitoramento da incidência de doenças no desempenho de híbridos de tomate em Sinop/MT / Elisângela Sand. -- 2016

44 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientadora: Solange Maria Bonaldo. Co-orientador: Flávio Fernandes Junior.

TCC (graduação em Agronomia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Sinop, 2016.

Inclui bibliografia.

1. Doenças. 2. Solanum lycopersicum. 3. Alternaria solani. 4. Colletotrichum spp.. 5. Ralstonia solanacearum. I.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

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(5)

Dedico

Ao meu querido marido Maickel, pelo amor, apoio e incentivo, estando sempre ao meu lado, ajudando a crescer e a vencer mais uma etapa, um anjo que Deus me enviou. Amo-te!

Ao meu filho Bruno, amor imensurável!

Aos meus pais, amor eterno, Ângelo (in memoriam) e Nelma, pela vida.

Aos meus amados pais do coração, tio Lauro e tia Selma, pelo amor incondicional.

Aos meus irmãos que tanto amo, Anderson, Júlio, Lorena, Márcia e Paulo, pelo carinho e companheirismo.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, que me presenteou com uma família maravilhosa e amigos sinceros. Por ter me dado saúde e condições de chegar até o final desta etapa de minha vida.

À minha querida e amada vó Eli (in memoriam), que me ensinou a falar a língua alemã e sempre esteve ao meu lado nas horas mais difíceis na minha infância e que hoje está no céu, brilhando como uma estrela.

Aos cunhados Everson, Lívia, Marcel, Micheli, Paulo, Rosimeri, Simone e Tamires, pelo carinho.

Aos meus sobrinhos e afilhados, Carollynne, Eduardo, Enzo, Fernando, João Vitor, Jonatas, Lauani, Laura, Paola e Sofia, a dinda ama vocês.

Aos meus primos tão queridos, Ângela, Everson, Jéssica, Jackson e Júlia, pela amizade, desde a infância.

À minha eterna amiga Dani (in memoriam), querida sorella que tão cedo foi morar com Deus.

À todos os meus amigos e colegas da UFMT, Alan, Alexandre Fernandes, Aline Katiane, Ana Paula, Anderson Barzotto, Bruno Mendes, Camila, Claudemir, Claudio Daiana Rúbia, Denise, Emília, Felipe Mesch, Fernanda Paladino, Gerusha, Gislaine, Ilde, Israel, Jaqueline, Juli, Júlia, Karol Bianchin, Kathuça, Letícia Costa, Lorrayne, Luélyn, Marcella, Neileane, Patrick, Renato Pereira, Resiely, Rhayane, Robson, Rafaela, Salete, Stéfany, Suelen Teane e Thyago, que estiveram comigo durante minha vida acadêmica, nos momentos serenos e apreensivos.

Às amigas, Ana Rita, Ângela Stacke, Claurete Saueressig, Marinilda Maia, Elisabete Dietz, Grazi Magalhães, Grazi Weber, Jaqueline Campos, Rose dal Bosco, Rosimeri Doertzbacher e Silvia Lourenço. Agradeço muito a vocês pela sincera amizade, pelo carinho e alegrias. Vocês são perfeitas, as melhores amigas que alguém poderia ter.

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À Fazenda Experimental Vitale e a todos que lá trabalham; especialmente aos amigos Dante, Flavio e o estagiário Fernando, pelo apoio e pela companhia do dia a dia nesta trajetória.

À minha querida orientadora Solange, pela sua amizade, acolhimento e por acreditar na potencialidade das pessoas. Você é maravilhosa, te adoro!

Ao Flávio pela co-orientação e toda ajuda durante a condução do experimento.

Ao professor Rafael Ferreira Alfenas, pelo fornecimento do teste de detecção de Ralstonia solanacearum, incentivo e apoio no laboratório de Microbiologia/Fitopatologia da UFMT de Sinop-MT.

Aos amigos Gislaine e Alexandre, pela amizade e auxílio no laboratório de Microbiologia/Fitopatologia da UFMT de Sinop-MT.

À Universidade Federal de Mato Grosso, por todo o conhecimento adquirido, aos professores, pelo grande aprendizado e motivação, ao qual levarei por toda minha vida.

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SUMÁRIO Página ABSTRACT ...10 1. INTRODUÇÃO ...11 2. REVISÃO DE LITERATURA ...13 2.1 Cultura do tomate ...13 2.2 Taxonomia ...14

2.3 Importância econômica e comercialização ...14

2.4 Doenças da cultura do tomate ...15

2.4.1 Antracnose – colletotrichum spp. ...16

2.4.2 Pinta-preta – Alternaria solani...16

2.4.3 Murcha-bacteriana – Ralstonia solanacearum ...17

2.4.4 Mancha-alvo - Corynespora cassiicola ...18

2.5 Controle de doenças ...18

2.5.1 Controle de doenças em plantas ...18

2.5.2 Controle genético de doenças em plantas ...19

2.5.3 Melhoramento genético ...19

2.5.4 Controle cultural de doenças em plantas ...20

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...21

3.1 Caracterização do local de instalação do experimento ...21

3.2 Material Genético ...22

3.3 Produção de mudas ...22

3.4 Preparo da área de plantio e transplante de mudas ...26

3.4.1 Adubação ...26

3.4.2 Transplante de mudas ...27

3.5 Implantação e Condução de Experimento em campo ...27

3.5.1 Condução do campo de produção ...28

3.6 Características avaliadas...31

3.6.1 Avaliação de doenças ...31

3.6.2 Isolamento de patógenos de material vegetal sintomático ...31

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...32

4.1 Doenças ...32

4.1.1 Incidência de antracnose na produção de mudas ...32

4.1.2 Incidência de pinta preta na produção de mudas e no campo ...33

4.1.3 Incidência de murcha bacteriana no campo...36

4.2 Produtividade ...37

5. CONCLUSÕES ...39

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RESUMO

Dentre as hortaliças cultivadas, o tomateiro (Solanum lycopersicum) é mundialmente a maior cultura em volume industrializado e a segunda maior cultura em área plantada. O tomateiro está sujeito ao ataque de várias doenças causadas por viroses, bactérias, fungos e nematóides que podem reduzir a produção. Devido à grande demanda da cultura é necessário que haja um maior controle na incidência de doenças. Diante disto este trabalho teve por objetivo avaliar híbridos de tomate rasteiro, verificando a incidência de doenças e produtividade em Sinop/MT. O experimento foi conduzido no período de fevereiro a julho de 2015, com híbridos de diferentes empresas, utilizando-se de delineamento experimental de blocos casualizados, irrigação por gotejamento, com 15 tratamentos e 4 repetições de 32 plantas totalizando 1920 plantas avaliadas em estufa. Estas foram transferidas para uma área de 825m² em campo aberto para avaliações de doenças e de produtividade localizado na empresa Vitale. Verificou-se que as mudas produzidas na estufa foram afetadas por Antracnose (Colletotrichum spp.) e Pinta-preta (Alternaria solani), que foram controladas com produtos químicos, reduzindo o número de mortes. Em campo de produção todos os híbridos foram afetados pela Murcha-bacteriana (Ralstonia solanacearum), sendo o híbrido BOSS o mais susceptível a doença bacteriana e, o híbrido mais resistente com menor incidência de doença foi o H 9553. Com isso podemos concluir que não é viável a produção de tomates rasteiros em grande escala na região de Sinop em função do grande índice de doenças que afetaram o campo, influenciando diretamente na produção.

Palavras chave: Doenças, Solanum lycopersicum; Alternaria solani; Colletotrichum spp.;

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ABSTRACT

Among the vegetables cultivated, the tomato (Solanum lycopersicum) is worldwide the biggest culture in volume industrialized and the second biggest culture in planted area. The tomato plant is vulnerable to the attack of several diseases caused by viruses, bacteria, fungi and nematodes which can reduce the production. Due to the big demand of the culture it is necessary that a bigger control of coming disease exist. Before that, this work had as objective to evaluate the tomato hybrids on the land, verifying the incidence of diseases and productivity. The experiment was conducted in the city of Sinop/MT, from February to July 2015, with hybrids of different companies, using a randomized complete block, drip irrigation, with 15 treatments and 4 repetitions of 32 plants totalizing 1920 plants evaluated in greenhouse. These were transferred to an area of 825m² in open field for evaluations of diseases and productivity placed in Vitale Company. We verified that the seeds produced in the greenhouse were affected by Anthracnose (Colletotrichum spp.) and Early Blight (Alternaria solani), which were controlled with chemical products, reducing the number of deaths. In the production field all the hybrids were affected by the Bacterial Wilt (Ralstonia solanacearum), being the hybrid BOSS the most susceptible to the bacteria disease and, the most resistance hybrid with lower incidence of disease was the H 9553. After this we can conclude that the production of land tomatoes is not practicable in big scale in the region of Sinop due to the big index of diseases which affected the field, influencing directly in the production.

Keywords: Diseases, Solanum lycopersicum; Alternaria solani; Colletotrichum spp.; Ralstonia

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1. INTRODUÇÃO

O tomate, reclassificado e agrupado no gênero Solanum e, por conseguinte, na espécie Solanum lycopersicum L. (PERALTA et al., 2006), foi originado na América do Sul. Pesquisas apontam que o cultivo era feito pelos incas e astecas há cerca de 1300 anos. Como centro de distribuição dessa hortaliça destaca-se a Bolívia, Chile, Equador e Peru (CURRENCE, 1963).

Considerada uma das principais culturas agrícolas, a cultura do tomate é utilizada tanto na forma in natura quanto em indústrias e processamento (TÖFOLI et al., 2003). A hortaliça é uma das mais consumidas no mundo, perdendo apenas para a batata inglesa (SILVA; GIORDANO, 2000).

O centro-oeste é a região brasileira que mais cultiva o tomate, isso graças ao clima favorável para produção já que possui clima seco entre os meses de março a setembro. Além disso, Os solos da região são antigos, profundos, bem drenados e com topografia plana, favorecendo a mecanização e permitindo o uso de sistemas de irrigação (EMBRAPA, 2006).

Na safra brasileira de 2015/2016 a área plantada foi de 55 531 ha, com produção de 3 494 952 toneladas e obteve o rendimento médio em 2016, que foi de 62,937 t/ha-1 (IBGE, 2016).

No Brasil, nas últimas duas safras (2015 e 2016) houve queda de 15,7 % na produção de tomate, no Centro Oeste a queda foi cerca de 28,1 % quando comparada a safra anterior (IBGE, 2016).

Em algumas regiões, o cultivo do tomateiro vem sendo dificultado em razão das pragas e doenças que ocorrem na cultura. Com relação as doenças, um grande número é causado por fungos e bactérias, algumas podendo causar perdas totais de produção, se não forem adotadas medidas integradas de controle (LOPES; SANTOS, 1994). No entanto, as doenças podem ocorrer devido a vários fatores; sendo eles, modo de implantação e de condução da lavoura, o clima, a localização da área plantada, tipo de solo, irrigação, cultivar plantada, estado nutricional da planta, população de microrganismos e de patógenos que podem estar presentes no solo ou na planta.

Entre as principais doenças fúngicas, pode-se citar a pinta-preta, que apresenta alto potencial destrutivo e ocasiona elevados prejuízos econômicos. Sua incidência é sobre folhas, pecíolos, hastes e nos frutos também. O agente etiológico, no Brasil, são fungos de solo do gênero Alternaria. Praticamente em todas as regiões em que há cultivo de tomate existe ocorrência da doença (EMBRAPA, 2013).

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A antracnose do tomateiro é uma doença fúngica pouco importante no Brasil, tem sido observada raramente em frutos de tomate industrial e muito esporadicamente em tomate estaqueado (EMBRAPA, 2009).

A murcha bacteriana, causada por Ralstonia solanacearum é uma doença bacteriana que ocorre em todas as regiões que cultivam tomate (REIFSCHNEIDER; TAKATSU, 1985), esta doença é mais problemática no verão e em regiões de clima mais quente devido à predominância de temperaturas e umidades elevadas, proporcionando ambiente favorável ao seu desenvolvimento (TAKATSU; LOPES, 1997). Uma forma de diminuir os danos causados pela R. solanacearum é a utilização de cultivares resistentes.

O controle deve ser entendido como uma prática permanente de medidas integradas para, preferencialmente, evitar que a doença apareça ou atinja proporções que possam resultar em grandes danos e prejuízos (LOPES, 2005).

De acordo com Lopes e Ávila (2003), podem ser utilizadas algumas medidas para controle, como plantio especialmente em épocas secas, não cultivar em áreas sendo que outras solanáceas suscetíveis tenham sido cultivadas previamente, utilizar sementes de boa qualidade genética.

Diante do exposto, o objetivo foi avaliar o desempenho de híbridos em relação as doenças de tomateiro cultivados de forma rasteira, em relação a doenças, na região de Sinop, Mato Grosso.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cultura do tomate

O tomateiro (Solanum lycopersicum L.) pertence à família Solanaceae, esta olerácea é cultivada em todo o mundo. Estudos afirmam que as espécies silvestres de tomate são nativas da região andina que abrange parte do Chile, Colômbia, Equador, Bolívia e Peru. Mesmo que as formas ancestrais de tomate sejam originárias dessa área, sua ampla domesticação ocorreu no México, chamado de centro de origem secundário. O tomate foi levado na Europa pelos espanhóis no início do século XVI. Há relatos de que os italianos foram os primeiros a cultivar o tomate, por volta de 1550, a princípio pela curiosidade e valor ornamental de seus frutos (FILGUEIRA, 2008).

Segundo Silva e Vale (2007), a planta possui um caule flexível e piloso em estádio inicial de desenvolvimento e fibroso ao decorrer do ciclo da planta. A arquitetura natural da planta lembra uma moita, com considerável ramificação lateral, tornando-se extremamente modificada pela poda. As diferentes características da planta e do fruto condicionam o tipo de mercado consumidor, sendo destinado à indústria ou consumido in natura. A planta do tomateiro é caracterizada por dois hábitos de crescimento distintos, indeterminado e determinado. O hábito indeterminado é observado na maioria das cultivares apropriadas para a produção de frutos para mesa, não há diferenciação entre estádio vegetativo e reprodutivo, as plantas são tutoradas, podadas e atingem mais de 2,5 metros de altura. O hábito de crescimento determinado ocorre nas cultivares adaptadas as condições agroindustriais, há distinção entre estádio vegetativo e reprodutivo, e suas hastes atingem cerca de 1 metro.

O tomateiro é uma planta perene, porém cultivada como uma planta anual. As condições climáticas como a temperatura, umidade do solo, umidade atmosférica e fotoperíodo afetam tanto a produção quanto o crescimento (ALVARENGA, 2004).

Foram os imigrantes europeus que iniciaram no Brasil o cultivo do tomateiro no final do século XIX, o desenvolvimento na produção e uso ocorreu depois da Primeira Guerra Mundial. O tomate começou a ter relevância mundial a partir de 1900 e atualmente é o segundo produto olerícola mais cultivado no mundo, sendo a quantidade produzida superada apenas pela batata, que juntamente com a cebola e o alho são os alimentos mais industrializados (FILGUEIRA, 2000).

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2.2 Taxonomia

Segundo Mueller (2008), o tomate é uma dicotiledônea, pertencente à família Solanaceae, gênero Lycopersicon. Sendo que todas as variedades são autógamas, diplóides e herbáceas. Suas folhas são alternadas com bordas serrilhadas, apresentam flores hermafroditas aumentando a sua taxa de autopolinização. Seus frutos são do tipo baga com tamanho e formato variado, sendo divido em lóculos internamente, são esses lóculos que definem a variedade do tomate (HOLCMAN, 2009).

O fruto do tomate não possui somente sabor, mas também são fontes de vitaminas A, C, E, B1, B2, dentre outras, também possui sais minerais como potássio e magnésio, proteínas, carboidratos e açúcares, além de ser rico em licopeno um antioxidante que age no combate de cânceres (CARVALHO et al., 2007).

É uma planta que possui o hábito perene, mas é cultivada anualmente, como semi-perene, onde as condições climáticas são mais favoráveis. Apresenta dois tipos de crescimento, determinado para cultivares adaptadas as culturas rasteiras, sendo que os frutos são destinados a indústrias e seu desenvolvimento vegetativo é limitado, uma vez que cada haste ou ramificação possui a presença de um ramo floral apical. O crescimento indeterminado ocorre na maioria das cultivares sendo que o fruto neste caso terá o seu destino à mesa dos consumidores, que são tutorados e podados, fazendo com que o ramo principal cresça mais que as ramificações laterais (ALVARENGA, 2004).

2.3 Importância econômica e comercialização

O tomate é uma das espécies de maior importância em todo mundo e apresenta diferentes segmentos para atender as mais diversas demandas, desse importante mercado (SILVA; GIORDANO, 2000). A safra mundial de tomate, em 2010, totalizou 151,7 milhões de toneladas em uma área cultivada de 4,42 milhões de hectares com rendimento médio de 34,4 t ha-1. O maior produtor mundial de tomate em 2010 foi a China (47 milhões de toneladas), seguida pela Índia, Egito e Itália. A China teve, ainda, a maior área cultivada (925 mil hectares), seguida por Índia, Turquia, Nigéria e Egito (FAOSTAT, 2015).

Segundo dados do IBGE (2015) a safra de tomate caiu de 4,3 milhões de toneladas em 2014 para 3,5 milhões de toneladas em 2015 no Brasil, a queda na produção gera um aumento no preço do produto, incentivando mais produtores a plantar na próxima safra. A alta do preço no primeiro semestre de 2013 foi causada principalmente pela menor oferta nacional do fruto, em virtude da diminuição da área cultivada nos dois últimos anos (CEPEA, 2013). A

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cadeia de tomate tem uma importância social, pois segundo Rodrigues (2012), as hortaliças geraram em média dois milhões de empregos no campo em 2012.

Os três principais estados produtores Goiás, Minas Gerais e São Paulo estimam redução da área plantada e o principal fator limitante da produção nesta safra é o clima, que se mostrou até o momento com precipitações pluviométricas abaixo do necessário para o bom desenvolvimento da cultura. Mesmo em áreas que utilizarão a irrigação, teme-se que a falta de chuva diminua ainda mais os níveis dos reservatórios e que estes sejam insuficientes para atender a área com a cultura (IBGE, 2015).

Na safra de 2015, Goiás com uma queda de produção de 29,7%, Minas Gerais que é o segundo maior produtor com um aumento de 2,1% de produção e São Paulo apresenta uma expectativa de queda da produção de 33,0% (IBGE, 2015).

O resultado da menor oferta de tomate no mercado e a expectativa de baixa oferta durante o ano pode ser sentida pelo consumidor, que encontra valores maiores ao comprar este fruto. Para o produtor, no mês de janeiro, o CEPEA/ESALQ registrou nas regiões produtoras uma média de R$ 27,57/caixa de 22kg, alta de 27% em relação a dezembro (IBGE, 2015). Segundo estudos do Centro de Pesquisa em Economia Aplicada (CEPEA, 2015), a redução dos investimentos na cultura se deve a descapitalização dos produtores, que passaram por duas safras consecutivas de preços inferiores ao custo de produção.

As praças que colhem no inverno, tornam-se as principais responsáveis pelo abastecimento de tomate no mercado nacional, com exceção do Nordeste, que é atendido pelas regiões que colhem na safra anual – Chapada Diamantina (BA) e Goianápolis (GO), Carmópolis de Minas (MG) e Irecê (BA), (CEPEA, 2015). A safra de inverno 2015 seguiu até dezembro, dividida em primeira e segunda parte, e conta com um total de 10 regiões produzindo, juntas, 66 milhões de pés de tomates, o que representa uma redução de 0,075% em relação à temporada de inverno 2014 (CEPEA, 2015).

Segundo dados do IBGE, em 2014 foram plantados 227 hectares no estado do Mato Grosso, a produção foi de 9.336 toneladas, tendo um rendimento médio de 41.128 kg por hectare.

2.4 Doenças da cultura do tomate

A produção de tomate é considerada atividade de alto risco, principalmente, devido à variedade de ambientes e sistemas de cultivo, bem como a suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças e a exigência em insumos e serviços, que acarreta em elevados investimentos financeiros por unidade de área (LOOS et al., 2008).

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As doenças presentes na cultura do tomateiro são várias. Em todo o mundo há relatos de mais de duzentas doenças. A seguir uma descrição das principais que ocorrem no Brasil.

2.4.1 Antracnose – Colletotrichum spp.

A antracnose pode ser causada por diferentes espécies de Colletotrichum, como C. gloeosporioides, C. coccodes e C. dematium. O fungo pode infectar os frutos ainda verdes e permanecer latente por longos períodos, quando maduros provoca lesões deprimidas circulares. À medida que a lesão cresce, seu centro fica escurecido, podendo apresentar círculos concêntricos. O fungo Colletotrichum coccodes pode causar queimas foliares em tomate, produzindo pequenas lesões necróticas com halos cloróticos, as quais podem esporular sob condições ambientais favoráveis (LOPES et al., 1994a).

O fungo pode sobreviver por longos períodos no solo, na forma de microescleródios, o que facilita a infecção de frutos próximos ao solo (BYRNE et al., 1998). De acordo com Lopes e Ávila (2003), as principais medidas que podem ser utilizadas para controle das antracnoses em solanáceas são: fazer o plantio em épocas secas, evitar o excesso de umidade na sementeira, utilizar solo esterilizado ou substrato comercial, não colocar as bandejas de isopor com as mudas em contato direto com o solo, mas em bancadas que permitam a drenagem, transplantar as mudas de tomate em canteiros profundos, com solo bem preparado e drenado, nas épocas úmidas, fazer plantios menos adensados, para facilitar a ventilação entre as plantas, fazer o manejo adequado da irrigação, sem excesso de água.

2.4.2 Pinta-preta – Alternaria solani

A pinta preta é uma importante doença do tomateiro cultivado em campo aberto no Brasil. O agente causal A. solani, se espalha por meio de esporos conduzidos pelo vento e é transmitido pela semente. A doença ocorre com frequência em todos os lugares que o tomateiro é cultivado, provocando perdas elevadas, quando medidas de controle não são conduzidas de forma adequada. A pinta preta é favorecida por temperatura e umidade altas, sendo, portanto, mais sevara durante o verão chuvoso. Pode aparecer também no inverno e em períodos quentes acompanhados de umidade relativa do ar elevada, o que acontece com frequência quando se irriga em excesso (LOPES, 1994b).

Segundo (LOPES, 2005) a doença pode se manifestar a partir de inóculo presente no solo ou de semente infestada. Lesões escuras surgem na base do caule (cancro-da-haste) e pode resultar na morte de plantas jovens. O sintoma mais comum são manchas circulares de

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cor marrom-escura (pinta-preta) nas folhas mais velhas, delimitadas ou não por um halo amarelado. À medida que as lesões crescem, formam-se anéis concêntricos na área necrótica, que são características desta doença. Ataques severos resultam em secagem das folhas mais velhas, pela união das lesões, que pode expor os frutos à queima pelo sol. Os frutos infectados, principalmente quando maduros e na região peduncular, adquirem podridão escura, conhecida como mofo-preto. No caule, aparecem manchas marrons arredondadas ou alongadas, muitas vezes com anéis concêntricos bem visíveis.

Ainda não existe cultivares e híbridos comerciais resistentes a esta doença. Para o controle deve-se pulverizar preventivamente fungicidas registrados para essa doença e cultura. Recomenda-se, também, incorporar os restos culturais imediatamente após a última colheita e fazer rotação de cultura com gramíneas (LOPES, 1994b).

Evitar épocas favoráveis à doença, o local do plantio deve ser adequado com irrigação controlada, adubação equilibrada, utilizar mudas sadias, procurando diminuir plantios adensados, realizar manejo correto das plantas invasoras (LOPES, 1994b).

2.4.3 Murcha-bacteriana – Ralstonia solanacearum

Esta doença é causada pela Ralstonia solanacearum, bactéria que vive no solo atacando grande número de espécies vegetais. É uma das principais doenças do tomateiro e outras solanáceas em países de clima tropical e subtropical (CARVALHO et al., 2014). A doença caracteriza-se pela perda da turgescência dos tecidos foliares e das partes mais suculentas dos ramos da planta. O sintoma inicia nas folhas mais novas e com o tempo evolui por toda a planta. Geralmente o patógeno se instala na planta através de micro ferimentos, tais como os pontos nos quais emergem as raízes secundárias e células parcialmente esfoliadas da camada externa do parênquima (SAILE et al., 1997). Normalmente é notada no campo em forma de reboleiras, que coincidem com as partes mais baixas e úmidas do terreno.

O agente etiológico da murcha pode infectar diversos hospedeiros sem causar sintomas, sua habilidade em persistir de forma latente tem sido citada em muitas plantas daninhas (HAYWARD, 1991)

O controle da murcha bacteriana é extremamente difícil, principalmente quando as condições ambientais são favoráveis ao desenvolvimento da doença, devido à sobrevivência do patógeno no solo e sua ampla gama de hospedeiros. O controle dessa bacteriose geralmente depende de diversos fatores como: variante do patógeno no local, modos de transmissão e de sobrevivência, tratos culturais, condições ambientais e grau de resistência da cultivar. Dentre esses fatores a utilização de cultivares resistente é considerada a mais importante (HAYWARD, 1991).

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2.4.4 Mancha-alvo - Corynespora cassiicola

Doença muito destrutiva sob alta temperatura (acima de 28º C) e alta umidade relativa do ar (acima de 90ºC). Na região Norte, em cultivos protegidos ou não, ocasiona grandes perdas. A doença se espalha pelo vento, a partir de esporos do fungo produzidos em lesões na folha do tomateiro ou de outros hospedeiros como o feijão caupi, mamão e seringueira. O fungo também pode ser transmitido pela semente (LOPES, 1994c).

Os sintomas se manifestam e se desenvolvem principalmente nas folhas, onde se formam lesões circulares. Ataque intenso provoca amarelecimento generalizado da folhagem, causado pelos halos das lesões individuais e a secagem das folhas, pela coalescência das lesões. As lesões são marrom-escuras, com anéis concêntricos como um alvo, e são facilmente confundidas com as manchas provocadas por Alternaria solani. Lesões similares, porém menores, podem aparecer no caule e no pecíolo. Nos frutos maduros, além de mancha-zonada, aparecem rachaduras (LOPES, 1994).

Não existe cultivares comerciais de tomate resistentes à mancha alvo. Para o controle da doença, recomenda-se aplicar fungicidas preventivamente, evitar cultivos muito densos, eliminar os restos de cultura imediatamente após a última colheita e fazer rotação de culturas, quando possível (LOPES, 2007d).

2.5 Controle de doenças

2.5.1 Controle de doenças em plantas

Segundo Kurozawa et al. (1997), a cultura do tomateiro está sujeita a várias doenças que, dependendo do nível de resistência genética do cultivar usado, pode limitar sua produção. A importância de uma ou mais doenças em uma dada região depende de vários fatores, tais como temperatura, umidade, época do ano, variedades e/ou híbridos cultivados, condições de cultivo (campo aberto ou plasticultura) e manejo da cultura. Várias destas doenças só podem ser controladas eficientemente quando se adota um programa de manejo integrado adequado, envolvendo o uso de cultivares resistentes e a adoção de medidas de exclusão, erradicação e proteção (KUROZAWA et al., 1997).

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2.5.2 Controle genético de doenças em plantas

O emprego da resistência genética no controle de doenças vegetais representa um dos mais significativos avanços tecnológicos da agricultura. O uso de cultivares resistentes é o método de controle preferido por ser o mais barato e de mais fácil utilização. Na verdade, existem culturas onde o controle das doenças mais importantes dá-se, quase que exclusivamente, por meio da resistência, tais como as ferrugens, carvões dos cereais e da cana de açúcar, as murchas vasculares em hortaliças e as viroses na maioria das culturas (CAMARGO et al., 1995). Três etapas básicas devem ser consideradas em qualquer programa de obtenção e utilização de cultivares resistentes: 1) o fitopatologista deve primeiro identificar fontes de resistência, ou seja, identificar germoplasma que possua os genes de resistência procurados; 2) o segundo passo é a incorporação destes genes em cultivares comerciais por meio dos métodos de melhoramento; 3) finalmente, após a obtenção de um cultivar resistente, o fitopatologista deve traçar a melhor estratégia para que a resistência seja durável face à natureza dinâmica das populações patogênicas (CAMARGO et al., 1995).

2.5.3 Melhoramento genético

A origem do melhoramento genético está relacionada ao trabalho dos primeiros agricultores da história, que em tempos remotos eram principalmente as mulheres, que realizavam a seleção de uma mesma variedade com a finalidade de escolher a melhor planta. Isso era feito de uma maneira aparentemente simples, mas que demandou muitos séculos de observação e trabalho, estes agricultores primitivos percebiam que, dentro de um mesmo campo de lavoura, às vezes cresciam plantas que geravam frutos mais bonitos e vigorosos. Plantando as sementes desses frutos, descobriu-se que eles davam, também, descendentes de melhor cepa (PADOVANI, 1989).

Embora esta técnica ainda seja muito utilizada na ciência agronômica moderna, existem outras que apresentam resultados muito mais rápidos e decisivos: Uma delas é a técnica do cruzamento, onde variedade diferentes são cruzadas inúmeras vezes, até que se consiga um fruto que apresente apenas as qualidades positivas de seus genitores. Esta técnica, diga-se de passagem, também existe na natureza, onde os insetos costumam levar o pólen das flores de uma planta até a outra. Mas como dependem do acaso, estes cruzamentos às vezes demoram séculos seguidos até que se consiga obter uma variedade nova com características positivas, sendo que, muitas vezes inclusive, os frutos que resultam destes cruzamentos apresentam mais aspectos negativos do que positivos em relação aos seus ancestrais (PADOVANI, 1989).

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Um dos aspectos mais importantes a ser considerado num programa de melhoramento é a fonte de resistência. Deve ser realizada uma busca por genótipos resistentes em bancos de germoplasma (ABREU, 2005).

2.5.4 Controle cultural de doenças em plantas

O tomateiro é exigente em termo periodicidade diária: requer temperaturas diurnas amenas e noturnas menores, com diferença de 6-8°C entre elas. No Brasil, sob alta luminosidade, as temperaturas ótimas são 21-28°C, de dia, e 15-20°C, de noite, variando em razão da idade da planta e da cultivar. Temperaturas excessivas, diurnas ou noturnas, constituem fator limitante da tomaticultura, prejudicando a frutificação e o pegamento dos frutinhos (FILGUEIRA, 2008).

No período seco (outono-inverno), as temperaturas são propícias, há ausência de chuvas excessivas e o teor adequado de água no solo é assegurado pela irrigação. O controle fitossanitário é facilitado, com menores incidências de plantas invasoras, reduzindo-se as capinas e outros tratos culturais. No período chuvoso (primavera-verão), a cultura oferece maior desafio, sob umidade e temperatura elevadas, no ar e no solo, originando assim problemas fitossanitários às vezes irreversíveis. A maior exigência em pulverização e em tratos culturais onera o custo de produção e diminui o número de produtores. Também é menor a produtividade, e a qualidade dos frutos é frequentemente precária. Por conseguinte devido à menor oferta, a cotação dos frutos para mesa foi a mais elevada de março a maio (FILGUEIRA, 2008).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Caracterização do local de instalação do experimento

O experimento foi conduzido primeiramente em estufa, posteriormente em campo experimental aberto com uma área de 825 m², do campo experimental, cujas coordenadas geográficas do campo são: 11° 47’ 1” de latitude, 55° 28’ 50” de longitude e 372 metros de altitude, localizada no município de Sinop no estado de Mato Grosso (Figura 1). O clima da região é equatorial, caracterizado em duas estações do ano bem definidas, chuvoso de outubro a março e seco de abril a setembro, com precipitação anuais em média ente 1202,22 e 1974,47 mm (SOUZA, 2013).

O experimento foi conduzido de fevereiro a Julho de 2015.

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3.2 Material Genético

Foram utilizados os seguintes híbridos de tomates: H 9992, ADVANCE, N 222, H 9553, BOSS, N 901, UG 8169, H 9889, U 2006, UG 8169 G, HM 7885, TPC 0061, AP 533, UG 188006, TPC 027. Totalizando 15 híbridos, cujas características são apresentadas na (Tabela 1).

Tabela 1. Características dos híbridos de tomateiro avaliados em Sinop norte do Estado de Mato

Grosso.

Trat. Híbrido Ciclo / Dias Características e resistências Empresa

1 H 9992 100 a 110 Ve 1, Fol 1 e 2-N-Pst-Cmm EAGLE 2 AP 533 115 a 125 Ve1-Fol 1-Fol 2-N-Pst SEMINIS 3 ADVANCE 120 a 124 - NUNHEMS / BAYER 4 N 222 115 a 120 - NUNHEMS / BAYER 5 H 9553 110 a 120 - EAGLE

6 BOOS 120 a 130 Va-Vd-F1-F2-N-Pst TOPSEED / PLANTYTEC 7 N 901 120 a 130 - NUNHEMS 8 UG 8169 120 FF-Pst-V TOPSEED / PLANTYTEC 9 H 9889 130 a 140 - EAGLE

10 U 2006 120 a 130 - NUNHEMS 11 UG 188006 120 a 130 Va-Vd-F1-F2-N-Pst PLANTYTEC 12 UG 8169 G 120 a 130 Va-Vd-F1-F2-Pst TOPSEED / PLANTYTEC 13 HM7885 117 Ff-N-Pst-Va-Vd-F1-F2 PLANTYTEC 14 TPC 027 - Va-Vd-F1-F2-N-Pst-TSWV TOPSEED / PLANTYTEC 15 TPC 0061 - Va-Vd-F1-F2-Pst TOPSEED / PLANTYTEC

Ve-1= Resistência a Verticillium raça 1; Fol-1 = Resistência a Fusarium raça 1; Fol-2 = Resistência

a Fusarium raça 2; N = Resistência a Nematóides spp.; St = Resistência a Stemphyllum spp.; Pst = Resistência a Pinta-bacteriana (Pseudomonas syringae pv. tomato); Cmm = tolerância a cancro bacteriano (Clavibacter michiganense); VC = Resistência ao vira-cabeça; FF = Fulvia fulva (ex Cladosporium fulvum); Va = Resistência a (Verticillium albo-atrum)-Murcha de verticilio; Vd = Resistência a (Verticillium dahliae)- Murcha de verticilio; TSWV = Resistência a vira cabeça (Tomato spotted wilt virus).

3.3 Produção de mudas

A produção de mudas ocorreu em casa de vegetação, com início no dia 11/02/2015, quando se realizou a semeadura em 15 bandejas de poliestireno expandido de 128 células cada uma, com temperatura de 28º C, totalizando 1920 mudas com uma taxa de germinação de 95%, e estande final de 1824 mudas às quais foram avaliadas por 37 dias em estufa, até serem transplantadas no viveiro para mais avaliações.

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Foi utilizado para a semeadura nas bandejas o substrato Vivatto Plus®, saco com 25 kg, composição: Turfa, vermiculita, espuma fenólica. O substrato foi colocado nas bandejas sem ser compactado, as sementes foram semeadas numa profundidade de 6 a 10 mm e uma unidade por célula. Um saco do substrato encheu 12 bandejas de 128 células. Após o semeio as bandejas foram regadas com regador de ponta fina até percolar. As bandejas foram colocadas uma sobre a outra, em local arejado na sombra, sendo coberta a 1ª bandeja superior com uma bandeja não pertencente ao experimento, para que não ficasse desuniforme das demais, com temperatura em torno de 28º C por 24 horas. Após 24 horas foram levadas à estufa, onde as bandejas foram colocadas lado a lado, sob a sustentação de arame liso nº 12, para que o fundo ficasse suspenso do solo (Figura 2).

Com 29 dias após a semeadura, as plantas estavam aptas para serem plantadas no campo, com altura de 10 a 15 cm, mas devido à chuva e o campo ainda não estar totalmente cercado, o plantio não foi realizado. O transplantio para o campo ocorreu quando as mudas completaram 37 dias após a semeadura, com uma muda por cova.

Figura 2. Estufa (A) e (B); bandejas (C).

As mudas foram irrigadas duas vezes ao dia, às 10 e às 14 horas, para a irrigação nos três primeiros dias utilizou-se mangueira com ponteira, que formava gotas finas até a drenagem das primeiras gotículas de água no fundo das bandejas e, depois continuou pelo

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sistema de aspersão (Figura 3). No 5° dia ocorreu elevação na temperatura no interior da estufa, chegando à 40° C. Em decorrência disto foi instalado um ventilador nebulizador na estufa. O número de nebulizadores e qualidades destes foi melhorada ao 19° dia, apresentavam nevoa intensa com gotas de tamanho médio, permitindo a melhora na temperatura interna, quando este era acionado por períodos de um minuto ao atingir a temperatura de 38° C, baixando-a para 30° C.

Figura 3. Irrigação (A), estufa (B); bandeja com desenvolvimento de mudas (C).

Quanto a fertirrigação foi observado que na primeira semana após o semeio foi constatado uma taxa de germinação baixa, em torno de 40%, em função desta taxa irregular foram feitas aplicações de concentrações de fertirrigação, que foram preparadas em dois recipientes (Tabela 2), sendo:

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Tabela 2. Formulação da fertirrigação.

FORMULAÇÃO DE FERTIRRIGAÇÃO

Solução A (20 litros) Solução B (20 litros).

Ácido bórico 2 g/L (utilizado 40 g). Nitrato de potássio 36 g/L (utilizado 720 g). Nitrato de cálcio 60 g/L (utilizado calcinit 1200 g). MAP 16 g/L (utilizado MAP purificado 320 g). Coquetel de micros 2 g/L (utilizado CONMICROS

STANDART 40 g).

Sulfato de magnésio 32 g/L (utilizado 640 g). Ferro (utilizado do CONMICROS).

As soluções foram diluídas na água de rega e posteriormente aplicadas. Na primeira aplicação foi utilizado 600 mL da solução A e 600 mL da solução B para 5 litros. E da segunda a quarta aplicação, utilizaram 1250 mL de solução A e 1250 mL da solução B para 5 litros.

Foi verificado que algumas mudas das células das bandejas laterais estavam com a parte inferior da folha arroxeada, sinalizando falta de fósforo, com esse quadro foram feitas aplicações de fertirrigação localizadas em algumas células das bandejas que não tiveram boa resposta a fertirrigação anterior, em torno de 10%. Foi utilizado a concentração de 600 ml para 100 L da solução A e da solução B.

Após 20 dias do semeio, foi aplicado fertirrigação localizada em algumas células das bandejas que não apresentaram boa resposta a fertirrigação anterior, utilizando a concentração de 600 mL para 100 litros da solução A e da solução B. Foi verificado que algumas plantas apresentaram porte acima do esperado, provavelmente isso deve ter ocorrido devido a fertirrigação não ter lixiviado, devido as regas terem sido controladas para que não percolassem. No 24º ao 27º dias ocorreu somente rega na estufa, quando observou-se indícios de deficiência de nutrientes nas plantas, e foi aplicado fertirrigação via pulverizador com 10 litros da solução A e B.

No tratamento fúngico foram realizadas duas aplicações de fungicida sistêmico AMISTAR WG (Azoxistrobina), no 20º dia, apareceram plantas com início de doença fúngica. No regador de 10 litros foi aplicado 1,6 g de AMISTAR WG (Azoxistrobina) em todas as mudas. Para o controle de ervas daninhas, no 23º dia foi aplicado herbicida SENCOR (Metribuzim) 0,5 litros para 100 litros. No 28º dia foi aplicado com pulverizador costal de 5 litros, 0,8 g de AMISTAR WG em todas as mudas. No 33º dia foi concluída a cerca e a irrigação e, as mudas estavam prontas para o transplantio, mas devido à chuva o campo ainda não estava cercado. No 34º dia foi concluída a cerca do experimento e a irrigação.

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3.4 Preparo da área de plantio e transplante de mudas

3.4.1 Adubação

A área experimental de 825 m² recebeu um preparo inicial antes do transplantio de mudas, no dia 16 de fevereiro de 2015, com calagem e posterior gradeamento. Para a correção do solo utilizou-se a seguinte recomendação: - 800 kg/ha de P2O5 (utilizado 66 kg); - Fonte Super Simples: 4000 kg/ha 480 g/m de sulco ou 160 g/pé (utilizado 330kg);

- 300 Kg/ha de K2O total, 40% da dose no plantio (utilizado 25 kg);

- Cloreto de Potássio: 207kg/ha 25g/m ou 6,9 g/pé. Para 20% da dose total 3,45 g/pé (17 kg utilizado);

- 120 Kg/ha de N total, 20% da dose no plantio (utilizado 9,9 kg); - Ureia: 53kg/ha 7g/m ou 2,5g/pé (utilizado 4 kg);

- 3 kg/ha de Boro em dose única no plantio (utilizado 0,247 g); - Ácido Bórico: 17,5 kg/ha 2,1 g/m ou 0,588 g/pé (utilizado 1,45 kg); - 4 kg/ha de Zinco em dose única no plantio (utilizado 0,33 g);

- Sulfato de zinco: 18,5 kg/ha 2,22 g/m ou 0,62 g/pé (utilizado 1,526 kg).

Logo após o transplantio foi realizada a primeira adubação (NPK) via fertirrigação por gotejamento, seguindo-se dessa forma com duas vezes na semana até o final do experimento, conforme as épocas de aplicação (Tabela 3).

Tabela 3. Adubação utilizada no campo de produção.

Fertirrigação DAT Fonte Dose total

Kg/ha % dose Qte. Calculada *Qte. Corrigida Transplantio 02 KCl Ureia Ác. Bórico Sf. Zinco 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 17,5(0,59g/p) 18,5(0,62g/p) 10 10 100 100 1,7 g/p 0,8 g/p 0,59 g/p 0,62g/p 2,55 g/p 1,20 g/p 0,88 g/p 0,93 g/p 1ª cobertura 12 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 15 10 2,55 g/p 0,8 g/p 3,83 g/p 1,20 g/p 2ª cobertura 24 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 15 10 2,55 g/p 0,8 g/p 3,83 g/p 1,20 g/p 3ª cobertura 36 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 20 20 3,4 g/p 1,6 g/p 5,10 g/p 2,40 g/p 4ª cobertura 48 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 20 20 3,4 g/p 1,6 g/p 5,10 g/p 2,40 g/p 5ª cobertura 60 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 15 15 2,55 g/p 1,2 g/p 3,83 g/p 1,80 g/p 6ª cobertura 72 KCl Ureia 517 (17 g/pé) 240 (08 g/pé) 05 15 0,85 g/p 1,2 g/p 1,27 g/p 1,80 g/p *Quantidade a ser aplicada considerando o intervalo entre as parcelas para sistema de gotejamento. DAT: Dias após o transplantio.

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Para chegarmos as quantidades a serem colocadas no tanque de fertirrigação, foi multiplicado a dose corrigida pelo número de plantas do experimento:

Transplantio – KCl – 2,55 *32 mudas*4 blocos*15 variedades= 4896 gramas Transplantio –Ureia – 1,2*32*4*15= 2304 gramas

Transplantio – Ácido Bórico – 0,88*32*4*15= 1689.6 gramas Transplantio – Sulfato de Zinco – 0,93*27*4*15= 1785.6 gramas.

Fertirrigação, aplicação de plantio:

- Cloreto de potássio, 13,45 kg e mais 7,11 kg para área de intervalo entre as parcelas. - Ureia, 4 kg, mais 2,15 kg para área de intervalo entre as parcelas.

- Ácido Bórico, 1,45 kg em dose única no plantio. - Sulfato de Zinco, 1,5 Kg em dose única no plantio.

3.4.2 Transplante de mudas

No dia 20 de março de 2015, após 37 dias de estufa, as mudas foram transplantadas para o campo, divididas em 4 blocos, sendo que em cada bloco havia a presença dos 15 híbridos diferentes em um arranjo aleatório com irrigação por gotejamento nas linhas. A área do experimento foi de 11 x 75 metros, totalizando 825 m², sendo o espaçamento entre linhas de 0,62 metros e entre plantas de 0,50 metros, com espaçamento de 1 metro entre blocos.

3.5 Implantação e Condução de Experimento em campo

O experimento teve uma etapa de produção de mudas na estufa conforme citado anteriormente, e depois ocorreu o transplante das mudas para o campo experimental. A semeadura foi realizada em 11/02/2015 e o transplante no dia 20/03/2015.

No viveiro, 16 dias após o semeio, observou-se a ocorrência da mosca branca (Bemisia argentifolii) nas mudas de tomateiro e, para o seu controle aplicou-se o inseticida sistêmico EVIDENCE 700 WG (Imidacloprido) que é recomendado para o controle de insetos sugadores, utilizando-se 3g para 10 litros d’água, aplicado com regador no final da tarde. Foi observada uma infestação de mosca branca na horta de quiabo localizada ao lado do viveiro. Antes do transplantio foi aplicado o inseticida de contato DECIS (Deltametrina) com pulverizador costal de 2,5 L, 1,25 mL em todas as mudas.

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3.5.1 Condução do campo de produção

O solo da área experimental foi calcareado e gradeado por um trator (Figura 4A). Utilizou-se irrigação localizada, com uma linha de mangueiras gotejadoras para cada canteiro, com gotejadores a cada 0,50m. As plantas foram irrigadas durante todo o ciclo, em dois turnos diários, de acordo com a necessidade de cada fase de desenvolvimento das plantas. O ambiente era irrigado, exceto nos dias chuvosos, quando se excluía a irrigação dos tomates em campo (Figura 4B).

As parcelas foram compostas de uma linha com 32 plantas, no espaçamento de 0,62m entre fileiras e 0,50m entre plantas, foi adotado o delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições por bloco.

Figura 4. Preparo do campo (A), mudas plantadas no campo (B).

Para o bom desenvolvimento da cultura, foram efetuadas capinas manuais quando necessário, principalmente nos estádios iniciais da cultura. Preventivamente ao 11º dia após o transplante das mudas, iniciou-se a aplicação dos produtos em várias datas, totalizando quatro aplicações do fungicida de contato RECOP (Oxicloreto de Cobre) 20 g/10L, fungicida protetor MANZATE (Macozeb) 37,5 g/10L com duas aplicações de espalhante adesivo AGRAL 7,5 mL/15L, duas aplicações de fungicida sistêmico RIDOMIL GOLD MZ (METALAXYL−M e MANCOZEB) 90 g/40L e uma aplicação do fungicida sistêmico AMISTAR (Azoxistrobina) 1,6 g/10L, as aplicações ocorriam sempre que havia sintoma de requeima (Phytophthora infestans).

No dia 07/04/15, ocorreu uma precipitação de 20mm, no mesmo dia foi realizada uma capina na área onde estava implantado o experimento de tomate, através dessa capina observou-se 40% dos pés com vaquinha (Diabrotica speciosa) e mosca branca (Bemisia argentifolii) no híbrido UG 8169. Procedeu-se duas aplicações distintas do inseticida sistêmico EVIDENCE (Imidacloprido) 30 g/10L, duas aplicações de Inseticida sistêmico de contato e

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ingestão ENGEO PLENO (Tiametoxam e lambda cialotrina) 10 mL/10L, uma aplicação de Inseticida Fisiológico MATCH (Lufenurom)12 mL/15L para o controle da mosca branca (B. argentifolii), vaquinha (D. speciosa) e lagarta. Juntamente com as aplicações foi utilizado espalhante adesivo AGRAL 15 mL/15L.

Em abril, ocorreu a presença da lagarta do tomate (Helicoverpa armigera), mosca branca (B. argentifolii) e aumentou o número de plantas com a murcha (R. solanacearum), sendo os híbridos mais afetados N 222, BOSS, HM 7885, UG 8169, UG188006.

No dia 14/04/15, realizou-se a fertirrigação em 50% das mudas, e no dia posterior do restante foi utilizado 3,215 kg de KCl e 1,01 kg de ureia.

Foi necessária a aplicação de inseticidas e fungicidas nas plantas, o cronograma e produtos utilizados segue na tabela abaixo (Tabela 4).

Para o controle das plantas daninhas, no final do mês de abril foi aplicado Herbicida pré e pós-emergente, seletivo residual do grupo triazinona SENCOR (Metribuzim) localizado, 100 mL/20 L.

A colheita teve início em 25/06/15 (127 dias após o transplante) e estendeu-se até 08/07/15, data em que foram colhidos os frutos restantes nas parcelas.

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Tabela 4. Aplicação dos produtos

APLICAÇÕES DOS PRODUTOS

Data Irrigação

(mm)

Chuva (mm)

Fungicida Inseticida Espalhante

adesivo Ativador de plantas 31/03/15 2 3 Recop 20 g/10L Evidence* 30 g/10L - - 31/03/15 - - Amistar 1,6 g/10l - - - 02/04/15 8 - Recop 20g/10L - - - 02/04/15 - - Manzate 37,5 g/L - - - 03/04/15 - 6,0 - - - - 04/04/15 8 2,5 - - - - 06/04/15 8 - Manzate 37,5 g/L Engeo pleno 10* mL/10L - - 11/04/15 6 - - - - - 15/04/15 3 - Recop 20 g/10L - - - 15/04/15 - - Manzate 37,5 g/10L - - - 16/04/15 - 9 - Match* 12 mL/15L Espalhante Agral 7,5 mL/15L - 17/04/15 - 12,5 - - - - 19/04/15 2 - - - - - 20/04/15 - - Recop 30 g/10L Evidence* 45 g/10L Espalhante agral 7,5 mL/15L - 20/04/15 - - Manzate 56 g/10L - - - 21/04/15 3 - - - - - 22/04/15 5 - - - - Bion, calda 3 g/60L 23/04/15 - - Ridomil Gold mz 90 g/30L Engeo Pleno 22,5* mL/30L Espalhante agral 15 mL/15L - 23/04/15 - - - Decis 20mL/60L* - - 28/04/15 - - - Decis* 20mL/60L - Bion, calda 3g/60L 30/04/15 - - Ridomil Gold mz 120 g/40L - - - 07/05/15 - 65 - - -

*Produtos registrados para uso na cultura conforme Agrofit.

RECOP (fungicida de contato); AMISTAR (fungicida sistêmico do grupo químico estrobilurinas); MANZATE (Fungicida protetor do grupo químico dos Alquilenobis); ENGEO PLENO (Inseticida sistêmico de contato e ingestão grupo químico: neonicotinóide e piretróide); MATCH (Inseticida Fisiológico do Grupo Químico Benzoiluréia); EVIDENCE (Inseticida sistêmico do grupo neonicotinóide); DECIS (Inseticida de contato e ingestão do grupo piretróide); ESPALHANTE Agral (espalhante adesivo do grupo químico Alquil Fenóis Etoxilado); BION da Syngenta (ativador de plantas, defesa contra ralstonia solanacearum).

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3.6 Características avaliadas

3.6.1 Avaliação de doenças

No decorrer do período experimental foram avaliadas a incidência de Antracnose (Colletotrichum spp.), Pinta-preta (Alternaria solani) e Murcha-bacteriana (Ralstonia solanacearum). Primeiramente foram observadas as mudas da estufa e posteriormente no campo de produção. Foram realizadas a cada 15 dias coletas de dados em todas as linhas de plantio, observando a incidência de doenças.

Também foram efetuadas análises dos híbridos que apresentaram qualquer anomalia. Para identificação da murcha-bacteriana foram realizados testes do copo, que mostrou a exsudação de pus bacteriano em caule de tomateiro.

3.6.2 Isolamento de patógenos de material vegetal sintomático

Segundo Alfenas et al. (2007), a identificação do agente causal deve se iniciar com o isolamento a partir dos tecidos da planta doente. O isolamento pode ser: direto, a estrutura do patógeno é visualizada na planta hospedeira em lupa e transferida para o meio de cultura; ou indireto, que consiste no corte das partes lesionadas do hospedeiro, desinfestação superficial e transferência desse material ao meio de cultura.

Folhas dos híbridos com sintomas foram levadas ao laboratório de Microbiologia/Fitopatologia da UFMT de Sinop-MT. Posteriormente as folhas foram colocadas em câmara úmida por 12 horas, 24 horas e 48 horas. Após a câmara úmida, foi realizado o isolamento indireto, que consiste na retirada de pequenos fragmentos de tecido da região de transição da lesão das folhas e dos frutos, desinfetados em solução de álcool 70% por 30 segundos e, em seguida, em solução de hipoclorito de sódio (0,5%) por 2 minutos. Com o auxílio de uma pinça flambada, os fragmentos foram removidos da solução desinfetante e ligeiramente secos em papel-filtro. Após isto, os fragmentos foram transferidos, em condições assépticas, para placas de Petri contendo meio de cultura Batata-dextrose-ágar (BDA). As placas foram incubadas por 48 horas a 25º C, em BOD no escuro, até o crescimento do microrganismo. Após este período, a colônia obtida foi transferida para placas de Petri contendo BDA para a multiplicação do patógeno.

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3.6.3 Delineamento experimental

O experimento foi realizado em blocos casualizados, com 4 repetições. Para análise estatística foi utilizado o SASM - Agri, Anova e teste de médias Scott – Knott a probabilidade de 5% (CANTERI et al., 2001).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Doenças

4.1.1 Incidência de antracnose na produção de mudas

Após as avaliações em laboratório, verificou-se que ocorreram duas doenças fúngicas no viveiro, a Antracnose (Colletotrichum sp.) (Figura 5) que apresentou a maior incidência no híbrido H 9992 e quatro híbridos não foram afetados por esta doença.

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O híbrido H 9992 (Figura 6) apresentou a maior incidência da antracnose (34,51%), sendo o mais suscetível para a antracnose, seguido dos híbridos BOSS, N 901, ADVANCE, TPC 027, U 2006, H 9889, HM 7885, N 222, TPC 0061, UG 8169. Os híbridos AP 533, H 9553, UG 188006, UG 8169 G não apresentaram incidência da doença.

Figura 6. Incidência (%) de antracnose (Colletotrichum spp.) em diferentes variedades de tomate.

Com relação a resistência de doenças informados pelas empresas, nenhum deles apresenta resistência à Antracnose, porém, nos híbridos AP 533, H 9553, UG 188006, UG 8169 G não houve incidência do fungo. A antracnose é uma doença de grande importância no Estado do Mato Grosso, pois ocorre em outras culturas importantes como a soja e o milho e, se desenvolve bem em regiões de clima tropical (temperatura e umidade altas). Para o controle é necessário que se faça rotação de culturas não hospedeiras.

4.1.2 Incidência de pinta preta na produção de mudas e no campo

A outra doença fúngica identificada na produção de mudas foi a pinta preta (Alternaria solani). Todos os híbridos apresentaram o sintoma, sendo o híbrido N 901 o mais afetado (Figuras 7 e 8). 0 5 10 15 20 25 30 35 40 In cidê n cia (% ) Tratamentos

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Figura 7. Doença fúngica, pinta preta (Alternaria solani).

Todos os híbridos apresentaram incidência da doença de pinta preta (Figura 8), a maior incidência observada foi no híbrido N 901, sendo este o mais suscetível, seguidos dos híbridos AP 533, BOSS, H 9553, HM 7885, H 9889, TPC 0061, N 222, UG 8169, UG 188006, UG 8169 G, U 2006, H 9992, TPC 027 e ADVANCE.

Figura 8. Incidência de pinta preta (Alternaria solani) em porcentagem em diferentes híbridos de

(36)

A alta incidência da pinta preta, pode ser justificada devido a ausência de resistência a doença pela planta. Essa doença fúngica se desenvolve bem em regiões de clima tropical. Sempre devem ser priorizados métodos de controle preventivos, pois depois que a doença se estabiliza fica mais difícil de controlar e consequentemente podem aumentar os prejuízos. Para o controle é necessário que se utilize cultivares resistentes a pinta preta. É recomendado que se faça rotação de cultura e nutrição adequada. Esta é uma doença de grande importância, pois também ocorre em culturas como algodão e soja.

No campo de produção os frutos do híbrido AP 533 e N 901 apresentaram sintoma da pinta preta. Os sintomas apresentados foram anéis concêntricos, semelhante aos que ocorrem nas folhas. Nos frutos, verificou-se uma podridão, grande, circular, próxima ao pedúnculo, coberta por um mofo preto na superfície (Figuras 9 e10).

Figura 9. Doença fúngica nos frutos e folhas, (A) e (B) pinta preta (Alternaria solani), híbrido AP 533.

(37)

4.1.3 Incidência de murcha bacteriana no campo

Com relação a ocorrência de murcha bacteriana, todos os híbridos apresentaram a doença (Figuras 11 e 12) e a maior incidência ocorreu no híbrido BOSS, sendo este o mais suscetível a murcha bacteriana, seguido dos híbridos TPC 027, HM 7885, H 9889, N 222, AP 533, TPC 0061, UG 188006, ADVANCE, H9992, UG 8169, N 901, U 2006, UG 8169 G, H9553. O híbrido H9553 foi o mais resistente a murcha bacteriana comparado aos demais híbridos.

Figura 11. Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum), (A) híbrido HM 7885, (B) híbrido TPC 027 e

(C) híbrido BOSS.

Figura 12. Incidência de Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) em diferentes híbridos de tomate

(%).

De acordo com as informações sobre a resistência à Murcha bacteriana (R. solanacearum), nenhum dos híbridos analisados têm resistência a doença. Para o Mato Grosso, essa doença é de grande importância, pois o clima tropical proporciona melhores

(38)

condições para a bactéria se desenvolver chegando a atacar culturas como a banana e eucalipto. Não há cultivares no mercado com resistência a doença, portanto recomenda-se fazer o controle integrado. A junção de várias medidas de controle, como rotação de cultura, reduzir o volume de água, aumentar a drenagem, evitar ferimentos nas plantas, são alternativas mais eficazes .

4.2 Produtividade

A colheita foi iniciada nos dias 25/06/15, 06/07/15, 07/07/2015 e finalizou dia 08/07/15 sendo realizadas sempre no mesmo horário, pela manhã. Depois de colhidos, os frutos foram levados para avaliação e pesagem, utilizando uma balança. Sakata (2012) indica que o peso médio dos frutos é cerca de 10 a 20 g, embora os valores médios dos frutos sejam menores, isso não interfere na sua comercialização, pois o °Brix e o número de frutos podem ser maiores nas embalagens.

Em todos os híbridos analisados (Tabela 6), foi avaliado o número de frutos com o fundo preto, frutos podres, frutos verdes, números de tomates colhidos e o peso por grama de fruto, os resultados não foram significativos.

Os frutos com fundo preto ocorreram provavelmente devido a falta de cálcio e a maior incidência foi no híbrido TPC 0061, com 46,25 frutos e; o híbrido AP 533 apresentou 8,25 frutos com fundo preto. Com relação a frutos podres, o híbrido UG 8169 apresentou maior ocorrência com 283,25 frutos e o híbrido que apresentou menor incidência foi ADVANCE com 173 frutos podres. Esse resultado foi devido às produções serem colhidas somente em datas determinadas, acarretando em maior permanência dos frutos no campo, mesmo após o ponto de colheita. Com relação ao número de frutos verdes, o híbrido que apresentou maior número foi N 901 com 62,25 frutos e o híbrido TPC 0061 com 15,75 frutos verdes, sendo melhor para o produtor que ocorra o menor número de frutos verdes na produção.

Para frutos viáveis o número de tomates foi significativo, porém o peso não significativo. O híbrido com o menor índice de produção foi BOSS com rendimento de 0,35 kg/m2, sendoque este híbrido apresentou a maior incidência da murcha bacteriana no campo, prejudicando o resultado da produção. A maior produção de número de frutos viáveis em nosso experimento foi obtida pelo híbrido N 901 que produziu uma média de 1,29 kg/m2. O híbrido N 901 ficou entre os 4 híbridos com menor incidência da murcha bacteriana e, na produção de mudas na estufa apresentou a maior incidência de pinta preta e, com relação a antracnose apresentou a terceira colocação na incidência do fungo.

(39)

Tabela 6. Produtividade dos híbridos de tomate na Vitale – Sinop - MT.

Variedades

Frutos com

fundo Preto Frutos podres Frutos verdes Frutos viáveis

Nº ns Peso (g) ns Nº ns Peso ns Nº ns Peso ns (g) Pesons (g) g/fruto ns N-901 8,50 0,22 198,00 6,91 62,25 1,35 462,50 a 19,29 41,42 UG-8169 17,50 0,59 283,25 7,25 18,00 0,31 429,25 ab 14,42 33,64 H-9553 16,50 0,62 250,50 7,12 40,75 0,86 392,25 ab 12,77 30,40 H-9992 14,50 0,55 222,50 6,88 50,50 4,47 389,50 ab 15,48 41,40 UG-8169-G 16,75 0,47 242,25 7,14 55,50 1,10 329,00 ab 12,79 40,00 N-222 9,75 0,33 248,50 7,12 49,50 1,36 325,25 ab 13,97 40,23 HM-7885 16,00 0,68 189,25 48,25 27,25 0,82 309,25 ab 13,01 41,82 TPC-0061 46,25 1,64 309,75 9,22 15,75 0,35 298,25 ab 10,79 36,79 ADVANCE 39,75 0,59 173 6,03 45 3,33 298,25 ab 13,39 44,11 UG-188006 8,50 0,33 128,75 3,83 38,50 3,04 293,25 ab 12,10 39,39 H-9889 12,75 0,48 95,50 3,83 37,75 1,08 281,50 ab 13,05 42,56 U-2006 9,50 0,39 141,75 5,22 30,00 0,91 278,75 ab 13,36 47,22 TPC-027 11,75 0,40 148,75 6,12 36,50 1,02 236,75 ab 12,92 49,27 AP-533 8,25 0,27 187,50 5,84 25,75 0,28 165,00 ab 7,85 43,92 BOSS 12,25 0,41 134,50 4,71 17,50 0,23 127,25 b 5,29 37,24

Produtividade dos híbridos; ns, não significativo; Letras iguais nas linhas não diferem entre si ao nível

de 5% Tukey.

Em um trabalho semelhante, realizado por Seleguine (2005) em Ilha Solteira-SP, com o objetivo de estudar o comportamento de cinco híbridos de tomate industrial (AP 529, AP 533, Malinta, Heinz 9992 e Rio Brazil), nas condições de ambiente protegido e campo, para produção de frutos para mesa, observou que o Híbrido AP 533 apresentou uma produtividade média de 8,45 kg/m2. O mesmo híbrido, no projeto da Vitale, apresentou o segundo pior resultado, 0,52 kg/m2 de produtividade média, provavelmente isso aconteceu pois pode ocorrer uma outra biovar da bactéria, diferente da que possa estar presente em nossa região. A baixa produção observada no experimento, provavelmente está relacionada à incidência de doenças.

Segundo dados do IBGE na safra nacional de 2015, a média de produção foi de 6,7 kg/ m2 sendo muito superior se comparada ao híbrido N 901 que teve uma produção média 1,29 kg/m2, mas um pouco inferior ao experimento de Seleguine (2005) que trabalhando com o híbrido AP529, conduzido em campo aberto e ambiente protegido; quando obteve uma produção média de 9,44 kg/m2, com colheitas realizadas semanalmente.

Diante de todas as avaliações feitas, através de visualizações no campo e análises laboratoriais, concluímos que a produção de tomate rasteiro é um grande desafio, por ser alvo de grande variedade de doenças e insetos.

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5. CONCLUSÕES

Com relação às doenças, na estufa ocorreu incidência de antracnose (Colletotrichum spp.) e pinta preta (Alternaria solani) e, na produção em campo, observou-se uma alta incidência de murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum).

Os híbridos apresentaram baixo rendimento na produção, sendo que somente o N 901 foi significativo, obtendo o maior número de frutos viáveis, porém esse valor é baixo, quando comparado com a produtividade média no Brasil.

Com isso conclui-se que as doenças afetaram consideravelmente a produção de tomate, nas condições em que o experimento foi realizado, em todos os híbridos testados.

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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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