DESENVOLVIMENTO DE UM BIOSSENSOR ELETROQUÍMICO
PARA DETECÇÃO SIMULTÂNEA DE DIFERENTES COMPOSTOS
FENÓLICOS USANDO CALIBRAÇÃO MULTIVARIADA
Marcos Venicios Correr Dantas
Faculdade de QuímicaCEATEC fufuh@live.com
Renata K. Mendes Valente
Metrologia Química, Quimiometria eQuímica Analítica CEATEC
renatavalente@puc-campinas.edu.br
Resumo: A utilização da ferramenta de calibração
multivariada é importante na determinação de dois ou mais contaminantes simultaneamente em uma amostra. Além disso, a novidade do uso de esferas magnéticas para o desenvolvimento de biossensores mais estáveis, sensíveis e seletivos tem aumentado nos últimos anos. As partículas magnéticas possibili-tam que o processo de imobilização do elemento de bioreconhecimento seja realizado em solução, inde-pendentemente do tipo de suporte escolhido como eletrodo, com o auxílio de um imã para separação das fases. Neste sentido,o trabalho teve como obje-tivo a utilização de nanopartículas magnéticas para imobilização enzimática na construção de biossen-sor, para posterior aplicação na determinação de dois compostos fenólicos, simultaneamente, em ma-trizes ambientais, diminuindo o custo e o tempo da análise.
Palavras-chave: Biossensor enzimático, compostos fenólicos, calibração multivariada
Área do Conhecimento: Ciências Exatas e da Terra – Química – CNPq.
1. INTRODUÇÃO
Fenóis são uma classe de compostos químicos ca-racterizados pela presença de um grupo hidroxila (-OH) ligado diretamente a um anel aromático. São substâncias que constituem uma grande grade de poluentes devido à sua alta permeação e toxicidade, o que inclui, em casos de ingestão, efeitos cardio-vasculares, problemas de respiração, acidose meta-bólica, falha renal, efeitos neurológicos, coma e até morte [1,2]. Logo, a sua detecção e quantificação são de extrema importância para ajudar na descon-taminação e prevenção, principalmente quando tal substância é amplamente utilizada em diversos pro-cessos industriais (produção de fármacos, fragrân-cias, materiais poliméricos, detergentes, plásticos, corantes, pesticidas etc.).
Os biossensores são sensores químicos que utilizam material biológico (enzimas, anticorpos, DNA, bacté-rias, tecidos etc.) como reconhecedor. Têm sido uma excelente escolha pra a determinação de substân-cias in situ devido à sua alta seletividade e portabili-dade [3], qualiportabili-dades que são superiores em relação a métodos mais comuns de determinação, como cromatografias e espectrofotometrias.
O material biológico, enzima, tem grande importân-cia, pois o mesmo possui uma alta seletividade a um específico tipo de substrato, o que, aliado a um mé-todo eletroquímico como transdução do sinal, tam-bém garante uma alta sensibilidade ao biossensor [4]. O transdutor monitora as interações físico-químicas entre o substrato a ser analisado e a enzi-ma, o que no caso de um método eletroquímico, envolve uma reação redox, entre os potenciais traba-lhados, do substrato e uma consequente transferên-cia de elétrons, que é o sinal captado na interface solução/eletrodo, na forma de corrente [5]. Logo, a escolha do agente biológico (no caso, enzima tirosi-nase) e do transdutor (eletroquímico, método volta-métrico) são de extrema importância para a eficácia do biossensor que será usado para analisar o subs-trato escolhido (fenóis em amostras ambientais). Entretanto, os biossensores podem possuir baixa estabilidade e, por isso, necessitam de um compo-nente que imobilize a enzima eficientemente no ele-trodo, evitando sua lixiviação para solução, sendo, portanto, uma das etapas mais críticas da construção do dispositivo. Nanopartículas magnéticas têm sido usados para esta finalidade com bastante sucesso [6], pois não só possuem uma alta eficiência em imobilizar a enzima na superfície do eletrodo, mas também possuem a vantagem de serem separadas por um imã da solução inicial contendo a enzima, facilitando no processo de construção do biossensor. Devido a sua alta área superficial, as nanopartículas podem aumentar a quantidade de biomolécula
imobi-lizada, com consequente incremento na sensibilidade do aparato.
Para obtenção de melhores resultados analíticos, métodos de calibração têm sido usados para propici-ar maiores informações sobre o sistema. A calibra-ção, em geral, é uma operação que relaciona uma grandeza de saída com uma grandeza de entrada, para um sistema de medida sob determinadas condi-ções [7]. A calibração se inicia a partir da construção de um modelo matemático, relacionando o sinal de um determinado instrumento analítico com alguma propriedade de interesse das amostras estudadas. Selecionado o modelo adequado, a quantificação da propriedade em amostras é possível. A calibração univariada relaciona uma única resposta (variável) com essa propriedade de interesse, enquanto que na multivariada existe uma relação de um conjunto de respostas [8].
Dessa forma, tratando-se de análises em amostras complexas, como as de interesse ambiental (matri-zes com várias substâncias presentes, cujos sinais podem causar interferência no analito), a calibração multivariada pode proporcionar informações sobre várias espécies de interesse (no caso, fenóis), numa mesma análise, diminuindo o tempo de resposta e tornando o procedimento menos laborioso e, princi-palmente, gerando menos resíduos.
Neste contexto o trabalho teve como objetivo a avali-ação da possibilidade de determinavali-ação de mais de um composto fenólico, simultaneamente, usando um biossensor de pasta de carbono a base de tirosinase extraída do inhame sobre nanopartículas magnéticas de Fe2O3.
2. METODOLOGIA
2.1 Equipamentos e materiais
Equipamentos utilizados: balança de precisão Shi-madzu AW 220, centrífuga Excelsa II Modelo 206 MP Fanem, espectrofotômetro UV/Vis HP Agilent 8453, pHmetro Digimed DM 20 e potenciostatoPGSTAT 101, Metrohm.
Reagentes utilizados: solução de guaiacol 2% (Di-nâmica), óleo mineral Nujol® (Mantecorp), fosfato de sódio bibásico heptahidratado P.A (Synth), fosfatode potássio monobásico P.A (Synth), hidroquinona P.A (Synth), pó deGrafite (Aldrich), peróxido de hidrogê-nio (Dinâmica) e nanopartíoculas magnéticas de Fe2O3 - preparadas e fornecidas pela Profª Drª Eliza-beth Fátima de Souza.
2.2. Obtenção do extrato enzimático do inhame
Com a finalidade de usar o mesmo produto, foi sele-cionada uma área do plantio exclusivamente para retirada do inhame. Após lavagem e secagem, 25 g do vegetal descascado foram picados e homogenei-zados em um liquidificador com 100 mL de tampão fosfato 0,1 mol L-1 (pH 7,0). Em seguida, o extrato foi filtrado em quatro camadas de tecido (gaze) e centri-fugado a 1800 rpm durante 20 min a 4 ºC. A solução sobrenadante foi então separada e dividida em di-versas alíquotas de 250 µL que foram armazenadas em refrigerador a 4ºC e usadas como fonte enzimáti-ca de tirosinase.
2.3 Preparação do biossensor usando nanopartí-culas magnéticas de Fe2O3
As esferas magnéticas foram primeiramente lavadas com solução tampão fosfato pH 7,0. Para isso, 50 µL da solução contendo as esferas foram transferidas em um Eppendorf®, em seguida foram adicionados 200 µL da solução tampão e o frasco foi agitado durante 1 minuto. Com o auxílio de um imã a solução foi retirada e o processo foi repetido mais duas ve-zes.
Após a lavagem, 50 µL da solução contendo as esfe-ras magnéticas de Fe2O3 foram adicionadas à um Eppendorf contendo 200 µL do extrato bruto de i-nhame, fonte da enzima tirosinase usada no trabalho para a mesma ser adsorvida nas nanopartículas. Agitou-se por um minuto e o Eppendorf® foi coloca-do na geladeira por 30 minutos e a cada 5 minutos agitou-se por 1 minuto para garantir que a enzima interagisse com as partículas. Após completar-se o tempo, separaram-se as partículas do líquido enzi-mático e adicionaram-se as mesmas a 0,175g de pó de grafite. A pasta foi então homogeneizada no al-mofariz por 10 minutos e em seguida por mais 10 minutos com três gotas de óleo mineral Nujol. A pas-ta então foi embutida no eletrodo para a realização das leituras.
Para estudar o efeito de imobilização da enzima tirosinase no eletrodo via nanopartículas de Fe2O3, outro biossensor foi construído, sem a adição das partículas para ser usado como controle.
2.4 Parâmetros analíticos avaliados com o bios-sensor
Foram realizados estudos para obtenção de dados analíticos usando o biossensor proposto. Primeira-mente, foi avaliado se as nanopartículas de Fe2O3 realmente estavam aumentando a sensibilidade do dispositivo. Para isso, construiu-se um
biossensor-com apenas o extrato enzimático e um biossensor modificado com as nanopartículas de Fe2O3 mais o extrato de tirosinase. Mediu-se a corrente de cada um com a solução tampão fosfato contendo 1mmol.L-1 de hidroquinona, 1,8mmol.L-1 de guaiacol e uma mistura de mesma concentração dos dois – com o auxílio de um potenciostato.
Após foram realizados os estudos de repetibilidade das medidas para verficação de possíveis variações das medidas no decorrer o tempo, diminuindo a es-tabilidade do sensor. Para isto foram realizados dois testes de repetibilidade, avaliando seis medições em sequência, sem a troca da pasta e na mesma solu-ção contendo 5mL do tampão fosfato 0,1 mol.L-1 pH 7,0 e 1,8 mmol.L-1 de guaiacol. Um segundo teste também foi realizado por seis medidas em sequên-cia, sem trocar a pasta, mas em solução tampão fosfato 0,1 mol.L-1 pH 7,0 contendo 1 mmol.L-1 de hidroquinona.
2.5 Calibração multivariada
Na construção do modelo de calibração, o conjunto original de dados: matriz X e vetor y com a proprie-dade a ser calibrada, normalmente é dividido em dois conjuntos disjuntos denominados de calibração e previsão. O conjunto de calibração normalmente contêm 70% das amostras é e utilizado para cons-trução do modelo e determinação do número ótimo de variáveis latentes a ser utilizado. O conjunto de previsão é utilizado para verificar a capacidade de previsão do modelo a novas amostras que não parti-ciparam de sua construção. Assim, para a realização do estudo, foram produzidas 30 amostras, sendo 20 para calibração e 10 para previsão, cada uma con-tendo uma razão distinta de concentração dos com-postos avaliados: guaiacol e hidroquinona.
Os voltamogramas cíclicos foram constituídos por 220 variáveis e estas foram centradas na média an-tes da construção do modelo PLS. Este procedimen-to foi adotado para dar a procedimen-todas as variáveis a mesma importância durante a modelagem.
O número de variáveis latentes do modelo PLS foi otimizado pelo método venetianblind5-fold. Os inter-valos de confiança foram determinados de acordo com a norma ASTM E 1655-12.O software usado para a obtenção destes dados foi o Matlab 7.1.
3. RESULTADOS
3.1. Avaliação da eficiência do processo de imo-bilização das enzimas por nanopartículas magné-ticas de Fe2O3
Para avaliar se as nanopartículas de Fe2O3 estavam, de fato, aumentando o sinal, devido ao aumento do
número de enzimas aderidas à pasta, foram realiza-dos três medições em sequência: uma sem fenol, uma utilizando a pasta sem nanopartículas de Fe2O3 (controle) mas com guaiacol e uma com a pasta contendo as nanopartículas com guaiacol na solu-ção. A Figura 1 mostra os resultados obtidos.
Figura 1 - Voltamograma mostrando o comportamento do biossensor com e sem nanopartículas em solução tampão fosfato 0,1 mol L-1, pH 7,0, contendo 1,8 mmol L-1 de guaiacol.
Ao observar a Figura 1, percebe-se que com apenas a solução tampão não há nenhum pico referente ao processo de oxirredução devido à ausência de fenol. No entanto, percebe-se a atividade do biossensor com a adição de guaiacol, com a existência de picos referentes à oxidação e redução do fenol entre 50 e 150 mV, como visto na linha vermelha. A linha verde, referente ao biossensor modificado com as partículas de Fe2O3, mostra um aumento de sinal, que indica que as enzimas estão aderindo às partículas e à pasta em maior quantidade como esperado, o que justifica aumento na sensibilidade do aparato.
3.2 Avaliação da resposta do biossensor com mais de um composto fenólico em solução
Com o intuito de medir as diferentes respostas gera-das por distintos compostos fenólicos e identificá-los individualmente, foram realizadas diversas medições em um potenciostato com dois compostos fenólicos: guaiacol e hidroquinona (Figura 2). As medições foram realizados separadamente em 5,0 mL de solu-ção tampão fosfato 0,1 mol.L-1 pH 7,0 com 1,8mmol.L-1 de guaiacol, 1 mmol.L-1 de hidroquinona e um terceiro com ambos.
-5,00E-06 0,00E+00 5,00E-06 1,00E-05 1,50E-05 2,00E-05 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 I (A ) E (V) Tampão
Sem nano + Guaiacol Com nano + Guaiacol
Figura 2 - Voltamogramas obtidos nas corridas com guaiacol, hidroquinona e mistura de ambos.
Como podemos observar na Figura 2, na solução contendo guaiacol pode-se verificar os picos referen-tes ao processo de oxirredução do fenol, assim como na linha vermelha foi-se verificado os picos referen-tes à hidroquinona. Na linha roxa, entretanto, pode ser verificado uma mistura de sinais. Será necessário um processo avaliativo de quimiometria para poder-se poder-separá-los e identificá-los poder-separadamente, uma vez que os sinais referentes à hidroquinona e ao guaiacol estão sobrepostos e, logo, impossível de analisar numa mistura simultaneamente.
3.3 Avaliação da repetibilidade do biossensor
As medições foram realizadas utilizando um único dispositivo contendo as nanopartículas de Fe2O3 e foram realizadas seis medições subseqüentes em 1,8 mmol.L-1 de guaiacol em solução tampão fosfato 0,1 mol.L-1 pH 7,0 e 6 medições em 1,0 mmol.L-1 de hidroquinona em solução tampão fosfato 0,1 mol.L-1, sem a troca da pasta ou da solução entre o mesmo fenol. Os resultados obtidos estão indicados na Ta-bela 1.
Tabela 1 - Valores de corrente das 6 medidas realiza-das em guaiacol e hidroquinona em solução tampão fosfato 0,1 mol.L-1 e os erros obtidos, respectivamente.
Medição Corrente / A Guaiacol Corrente / A Hidroquinona 1 2,35 x 10-6 7,06 x 10-6 2 2,46 x 10-6 6,91 x 10-6 3 2,54 x 10-6 6,87 x 10-6 4 2,54 x 10-6 6,82 x 10-6 5 2,61 x 10-6 6,67 x 10-6 6 2,57 x 10-6 6,65 x 10-6 Coeficiente de Variação (%) 3,759% 2,296%
Como podemos observar ambos os coeficientes de variação estão abaixo dos 4%, o que indica a boa repetibilidade do biossensor para os fenóis avalia-dos. No entanto, se compararmos os compostos fenólicos, percebe-se que as curvas obtidas em hi-droquinona sofrem menores variações e, portanto, são mais robustas.
3.4 Previsão do modelo de calibração multivaria-da Partial Least Squares (PLS
)
Após a obtenção dos parâmetros analíticos do bios-sensor para os compostos fenólicos, foi iniciada a construção do modelo de calibração multivariada para poder identificar e quantificar dois diferentes fenóis em uma mesma amostra, guaiacol e hidroqui-nona. À medida que as concentrações de guaiacol e hidroquinona vão sendo aumentadas na solução a corrente de pico se eleva (Figura 3). Esta relação linear entre as concentração dos dois constituintes e o voltamograma pode ser melhor estudada com o modelo de calibração multivariada PLS, pois este leva em consideração todo o voltamograma cíclico obtido, e não somente um pico de corrente máxima ou mínima. Assim, é possível obter mais informações com o mesmo conjunto de dados.
Figura 3 - Voltamograma cíclico da mistura de guaiacol e hidroquinona. Em azul: menores concentrações e em vermelho: maiores concentrações de ambos. -2,00E-05 -1,50E-05 -1,00E-05 -5,00E-06 0,00E+00 5,00E-06 1,00E-05 1,50E-05 2,00E-05 2,50E-05 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 I (A ) E (V) Tampão Guaiacol Hidroquinona Mistura
Os erros médio quadrático de calibração (RMSEC) e previsão (RMSEP) dos modelos para quantificação de guaiacol e hidroquinona são semelhantes, ou seja, não apresenta um sobreajuste, e abaixo do teor mínimo destes componentes na mistura (Tabela 2). A boa relação linear entre os valores de concentra-ção de referência e previsto pelo modelo PLS com quatro variáveis latentes pode ser observado pelo alto coeficiente de determinação (R2) obtido para os modelos, com valores superiores a 0,99. Isto tam-bém pode ser observado pelo bom ajuste apresenta-do pelos modelos na Figura 4, na qual observa-se excelente correlação entre os valores de concentra-ção previstos e medidos.
Tabela 2 - Figuras de mérito do modelo PLS para quan-tificação da concentração de guaiacol e hidroquinona.
Parâmetro estatístico Guaiacol Hidroquinona
RMSEC 8,56·10-5 4,83·10-5 RMSECV 9,30·10-5 5,27·10-5 RMSEP 11,9·10-5 6,73·10-5 R2 calibração 0,9981 0,9981 R2 validação cruzada 0,9970 0,9970 R2 previsão 0,9956 0,9956
Figura 4 - Gráficos dos valores de concentrações de guaiacol e hidroquinona, respectivamente, previstas pelo modelo PLS com 4 variáveis latente em função dos valores de concentração de guaiacol e hidroqui-nona de referência. As barras de erros em cada mar-cador referem-se ao intervalo de confiança de 95% em cada previsão. A reta em azul representa a relação linear ideal.
Não há muitos trabalhos que envolvam calibração multivariada com dados eletroquímicos, porém, com estes bons resultados do emprego da calibração
multivariada PLS e biossensor, destaca-se a vanta-gem de se aproveitar uma maior quantidade de in-formações do voltamograma para o desenvolvimento do modelo matemático de regressão por mínimos quadrados parciais (PLS), e a possibilidade de, a partir de um único modelo, poder determinar a con-centração simultânea de multicompostos.
4. CONCLUSÕES
Dadas as propriedades tóxicas e ao largo uso de compostos fenólicos em indústrias, a sua identifica-ção e quantificaidentifica-ção é de importância ambiental. Bi-ossensores enzimáticos têm tido um grande sucesso como método de detecção e quantificação de com-postos em amostras ambientais, devido à sua alta seletividade e precisão, o que junto à facilidade de uso, rapidez dos resultados e relativo baixo custo, os tornam uma boa escolha para a análise de amostras ambientais. Os estudos realizados demonstram que as nanopartículas magnéticas não só melhoram a resposta do biossensor, mas também mantêm a boa precisão nas respostas e estabilidade das medidas. Além disso, analisando o modelo de PLS construído, é possível fazer a determinação com exatidão de guaiacol e hidroquinona simultaneamente usando o biossensor proposto. Estas características tornam o dispositivo apresentado uma alternativa promissora para uso na área ambiental.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pela bolsa concedida e à PUC-Campinas pela oportunidade.
REFERÊNCIAS
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