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AVALIAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL EM PRATICANTES DEDANÇA DE SALÃO ATRAVÉS DO RECONHECIMENTO DA LATERALIDADE

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL EM PRATICANTES DEDANÇA DE SALÃO ATRAVÉS DO RECONHECIMENTO DA LATERALIDADE

Cristiane Costa Fonseca (UNIFAL), Eliane Florêncio Gama (USJT)

Cristiane Costa Fonseca, mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu (2008). Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo (2006). Graduada em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2003). Atualmente é professora do curso de Fisioterapia na Universidade Federal de Alfenas, MG (UNIFAL). E-mail: ccricf@yahoo.com.br Eliane Florencio Gama, graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco (1984), especialização em Morfologia pela Universidade pela Federal do Rio Grande do Norte (1987), doutorado em Ciências Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo (1999) e pós-doutorado na Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é professora titular plena da Universidade São Judas Tadeu, onde coordena o Laboratório de Percepção Corporal e Movimento e ministra aulas de Anatomia nos cursos de Educação Física, Nutrição, Ciências Biológicas e Farmácia. E-mail:

prof.efgama@saojudas.br

Resumo

O esquema corporal é uma representação neurológica que permite que o indivíduo tenha consciência do seu corpo anatômico no espaço. A lateralidade é a capacidade de reconhecimento dos lados direito e esquerdo do corpo e reflete a organização funcional do sistema nervoso. O reconhecimento da lateralidade tem correspondência direta com o esquema corporal. Na dança de salão observamos ajustes e mudanças variadas de padrão de movimento durante sua execução. Por isso a dança social de casais é caracterizada como uma complexa atividade sensório-motora que envolve integração de habilidades como ritmo, padrão espacial, sincronia e coordenação. Esses aspectos dinâmicos relacionados à dança irão influenciar os praticantes em suas dimensões físicas, psicológicas e sociais. O estudo teve como objetivo investigar os benefícios da dança de salão no esquema corporal analisando o tempo de reação de reconhecimento da lateralidade das mãos. Quinze dançarinos de salão no nível iniciante foram analisados e observou-se que houve uma diminuição no número de erros em tentativas de reconhecimento da mão direita e esquerda.

Palavras-chave: Dança de salão, Esquema corporal, Lateralidade.

ASSESSMENT BODY SCHEME IN BALLROOM DANCE PRACTITIONERS THROUGH THE LATERALITY RECOGNITION

Abstract

Body schema is a brain representation of the body that allows being aware of the individual parts of the body. Laterality is an integrated conscience that allows recognition of right and left body parts and reflects the functional organization of the nervous system. Laterality has a direct correspondence to body schema. Dancing with a partner is a complex activity which involves a complex sensorimotor integration such as rhythm, space, timing, coordination and social interaction between couples and body expression will influence the ballroom dancers in their physical, psychological and social

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dimensions. This study aimed to investigate the benefits of ballroom dancing in the body schema analyzing reaction time of laterality recognition. Fifteen ballroom dancers at beginner level were analyzed and we observed that there was a decrease in the number of errors in attempts to right and left hand recognition.

Keywords: Ballroom dance, Body scheme, Laterality.

Introdução

Durante a participação nas aulas de dança de salão uma questão despertou o estudo: A dança de salão nos coloca em contato especial com o parceiro e com o ambiente. Movimentar-se no espaço num ritmo musical com um parceiro explorando as diversas possibilidades espaciais e articulares, a relação do sujeito com seu corpo, com o corpo do outro, com os objetos e pessoas a sua volta pode ser uma forma de desenvolver a percepção corporal. Assim, a proposta desse estudo é de ampliar os dados acerca da prática da dança de salão avaliando o possível benefício desta atividade no esquema corporal de indivíduos iniciantes nessa prática através da avaliação do reconhecimento de lateralidade.

Referencial teórico

A dança é capaz de revelar desde os aspectos psicológicos de um povo como seu sistema de valores, ideais e conceitos estéticos (VOLP, 1995). O movimento é um meio de comunicação do homem que expõe aspectos psicológicos e fisiológicos do ser humano, sendo resultado da união do corpo, mente e emoção (VOLP, 1995; GARCIA E HASS, 2006). A dança de salão é uma complexa atividade sensório-motora, que envolve integração de habilidades como ritmo, padrão espacial, sincronia, coordenação e sua prática desenvolve o domínio e aperfeiçoamento dessas propriedades (TURTELLI, 2000; ZANIBONI, 2007; GARCIA E HASS, 2006).

O esquema corporal é um aspecto neuromotor que permite ao indivíduo ter consciência do seu corpo anatômico no espaço, ajustando-o às novas situações sendo o guia dos movimentos (HEAD E HOLMES, 1979; MARAVITA E IRIKI, 2004). A lateralidade é a consciência dos lados direito e esquerdo do corpo e reflete a organização funcional do sistema nervoso (PACHER E FISCHER, 2008). Artigos que investigam o esquema corporal baseiam-se no princípio de que a lateralidade tem relação direta com o esquema corporal e utilizam o teste de reconhecimento da

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prática da dança pode influenciar o esquema corporal do indivíduo (RIED, 2004; FONSECA, 2009).

Objetivo

Avaliar a influência da dança de salão no esquema corporal de indivíduos iniciantes na prática por meio do teste de reconhecimento de lateralidade aplicado antes do início da do módulo “Iniciantes” e após a conclusão do mesmo.

Materiais e métodos

Foram avaliados 15 indivíduos de ambos os sexos, entre 21 e 60 anos, não portadores de nenhuma alteração neurológica, iniciantes nas aulas de dança e que concluíram o módulo “Iniciantes”. A coleta de dados foi realizada na Escola de Dança de Salão “Fonte Danças” após aprovação do comitê de ética da Universidade São Judas Tadeu (COEP), protocolo nº 17/2007.

Teste de lateralidade

Foi utilizado o software E-Prime para mensurar o tempo gasto para reconhecer se a mão apresentada em foto e em diferentes ângulos é direita ou esquerda (SCHOWEBEL E COSLLETT, 2005; CORRADI-DELL’ACQUA et al, 2009). A avaliação foi realizada através da verificação do tempo gasto para o reconhecimento da mão antes e depois da prática do módulo “Iniciantes” da dança de salão.

A análise dos resultados foi realizada através do software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Science) versão 12.0 e o nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

Os resultados são apresentados na Tabela 1 e demonstram que não houve diferença estatisticamente significante entre os momentos antes e depois.

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Ângulo da Mão MD±DP (Antes) MD±DP (Depois) t Significância

90°L 2,34 ± 1,15 2,65 ± 1,54 1,57 0,12

90°M 1,69 ± 7,13 1,84 ± 1,20 1,14 0,25

180º 2,40 ± 1,22 2,27 ± 1,22 0,86 0,38

0º 1,73 ± 0,97 1,72 ± 1,11 0,02 0,98

Tabela 1. Valores da média e desvio padrão para os diferentes ângulos da mão antes e depois do módulo Iniciantes de dança de salão.MD: média; DP: desvio padrão.

Analisando o número de erros e acertos no reconhecimento das figuras das mãos, observamos que houve uma tendência de diminuição do número de erros (Gráfico 1)

Gráfico 1. Comparação do número de erros iniciais e finais do teste de lateralidade Discussão

Com relação ao reconhecimento das mãos direita/esquerda não foi observada nenhuma diferença estatisticamente significante ao se comparar os valores dos tempos de reação antes e depois do módulo Iniciantes. Esse resultado pode estar relacionado ao teste empregado que, apesar de ser específico para lateralidade, pode ser pouco sensível para detecção de variações sutis, Quando pesquisamos os trabalhos que utilizaram o mesmo teste de lateralidade, observamos que normalmente essa avaliação é aplicada em indivíduos com alguma doença ou déficit neurológico comparando-os com indivíduos saudáveis (COSLETT, 1998; NICO et al, 2004; SCHWOEBEL E COSLETT, 2005) N úm er o de E rr os

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lateralidade depois das práticas o nível de atenção dos participantes foi melhor. Esse resultado sugere que a dança de salão propiciou maior atenção dos participantes no que se refere à lateralidade, e esse fator pode influenciar no esquema corporal (ROSENKRANS E ROTHWELL, 2004; SACCO et. al., 2006).

Conclusão

Observamos que após a prática do módulo ‘Iniciantes’ de dança de salão não houve mudança significativa no tempo de reação para o reconhecimento da lateralidade das mãos, entretanto houve uma tendência à diminuição no número de respostas erradas, demonstrando maior atenção com relação aos lados direito e esquerdo.

Referências

CORRADI-DELL’ACQUA, C., TOMASINO, B., FINK, C.R. What Is the Position of an Arm Relative to the Body? Neural Correlates of Body Schema and Body Structural Description,The Journal of Neuroscience, v. 29, n.13, p.4162-4171, 2009.

COSLETT, H.B. Evidence for a Disturbance of Body Schema in Neglect, Brain and Cognition, v.37, n.1, p.527-544, 1998.

FONSECA, C.C. O Esquema Corporal, Imagem corporal e Aspectos Motivacionais na Dança de Salão, São Paulo: USJT, 2009. Dissertação (Mestrado em Educação Física), Faculdade de Educação Física, Universidade São Judas Tadeu, 2008.

GARCIA, A., HASS, A. N. Ritmo e Dança. Canoas: ULBRA, 2006.

HEAD, H., HOLMES, G. Sensory Disturbances from Cerebral Lesions. Brain, v. 34, p. 102-154, 1979.

MARAVITA,A., IRKI,A. Tools For The Body (Schema), Trends in Cognitive Sciences, v.8, n.2, p.79-86, 2004.

NICO,D., DAPRATI,E., RIGAL,F., PARSONS,L., SIRIGU,A. Left and Right Hand Recognition in Upper Limb Amputees. Brain, v. 127, p. 120-132, 2004.

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PARSONS, L.M, GABRIELI, J.D.E, PHELPS, E.A., GAZZANIGA, M.S. Cerebrally Lateralized Mental Representations of Hand Shape and Movement. The Journal of Neuroscience, v.18, p.6539-6448, 1998.

PATCHER, L.A.G.; FISCHER, J. Lateralidade e Educação Física, Instituto Catarinense de Pós-graduação [artigo científico], 2006. disponível em <http://www.icpg.com.br>, acesso em: 15 julho de 2008.

RIED, B. Fundamentos da Dança de Salão. Londrina: Midiograf, 2004.

ROSENKRANS, K., ROTHWELL, J.C. The Effect of Sensory Input and Attention on The Sensorimotor Organization of The Hand Area of The Human Motor Cortex, Journal of Physiology, v. 561, n.1, p. 307-320, 2004.

SACCO, K., CAUDA, F., CERLIANI, L., MATE, D., DUCA, S., GEMINIANI, G.C. Motor Imagery of Walking Following Training in Locomotor Attention: The Effect of “The Tango Lesson”, NeuroImage, v. 32, n. 3, p. 1441-1449, 2006.

SCHWOEBEL, J.; COSLETT, H.B. Evidence for Multiple, Distinct Representations of the Human Body. Journal of Cognitive Neuroscience, v.17, n.4, p. 543-553, 2005. TURTELLI, L.S. Relações entre Imagem Corporal e Qualidade de Movimento: Uma Reflexão A Partir de uma Pesquisa Bibliográfica. Campinas: UNICAMP, 2000. Dissertação (Mestrado em Educação Física), Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2000.

VOLP, C. M., DEUTSCH, S., SCHWARTZ, G.M. Por que Dançar? Um Estudo Comparativo, Motriz, v.1, n.1, p. 52-58, 1995.

ZANIBONI, L., CARVALHO, A.G. Dança de Salão: Uma Possibilidade de Linguagem, Revista Conexões, v.5, n.1, p. 86-102, 2007.

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