• Nenhum resultado encontrado

Diversidade de peixes em riacho da Praia da Pinheira, Palhoça SC, Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Diversidade de peixes em riacho da Praia da Pinheira, Palhoça SC, Brasil"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 215

Diversidade de peixes em riacho da Praia da Pinheira, Palhoça – SC, Brasil

Vladimir Stolzenberg Torres¹, Felipe Silveira Stolzenberg Torres² 1Prefeitura Municipal de Porto Alegre

²Centro de Ensino Pastor Dohms

Resumo

O presente estudo apresenta aspectos da composição e ocorrência da ictiofauna de um riacho, sem nome, na Praia da Pinheira, município de Palhoça – SC. Os peixes foram coletados na primeira quinzena de fevereiro de 2017, totalizando 152 exemplares. Pelos resultados, constata-se que a ictiofauna é representada por cinco ordens, sete famílias e oito espécies. Na comunidade estudada, três espécies estiveram presentes em todas as colegas, sendo consideradas constantes, com apenas uma considerada como dominante. As demais espécies, em sua maioria, são consideradas acidentais e raras ou pouco abundantes.

Palavras-chave: ictiofauna; estrutura de comunidade; biodiversidade.

Diversity of fish in a creek in Pinheira Beach, Palhoça – SC, Brazil Abstract

The present study presents aspects of the composition and occurrence of the ichthyofauna of a creek, without name, in Pinheira Beach, municipality of Palhoça – SC. The fish were collected in the first half of February 2017, totaling 152 specimens. From the results, it is verified that the ichthyofauna is represented by five orders, seven families and eight species. In the studied community, three species were present in all the colleagues, being considered constant, with only one considered as dominant. The other species, for the most part, are considered accidental and rare or not abundant.

(2)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 216 Introdução

Os ecossistemas naturais são sistemas complexos que estão sendo simultaneamente expostos a uma variedade de estressores (principalmente os ambientes aquáticos), cujos mecanismos e efeitos cumulativos são pobremente entendidos (CAIRNS et al. 1993). Nesta linha, os peixes estão entre as populações aquáticas mais seriamente afetadas por poluição, acidificação e eutrofização acentuada desses sistemas que, entre outros efeitos, reduzem o tamanho da população. A maioria dos ambientes de água doce é fortemente afetada por pressões antrópicas, principalmente devido a seu reduzido tamanho e pelo elevado grau de utilização (VIEIRA; VERANI, 2000). Esses autores ponderam ainda que, dada a grande importância que os ambientes aquáticos têm para os seres humanos, frequentemente as bacias hidrográficas são eleitas como unidade de estudo, pois seus componentes (rios, lagos, e lençóis freáticos) são interconectados, de forma que problemas introduzidos em um deles pode também afetar os demais.

Estudos específicos a respeito da composição ictiológica da bacia hidrográfica do sudeste catarinense são

poucos, destacando-se Bertaco (2009), Silveira (2012) e Soriano-Serra et al. (2014).

Desta forma, o presente estudo objetivou contribuir para o conhecimento da ictiofauna ocorrente na bacia hidrográfica do sudeste catarinense, através de um registro inicial das espécies encontradas na enseada da Pinheira, município de Palhoça – SC, bem como, ampliar a distribuição

conhecida para

Dormitator maculatus (Bloch, 1792). Material e métodos

A bacia hidrográfica do sudeste catarinense, que se constitui de um conjunto de várias bacias pequenas e médias, independentes, que se dirigem para o Atlântico, nascendo nas bordas orientais das serras Litorâneas e Geral. Os principais rios desta bacia são: Araranguá (Araranguá), Cubatão (Joinville), Itajaí-Açú (Itajaí), Itapocu (Barra Velha), Tijucas (Tijucas), Tubarão (Laguna) e Urussanga (Jaguaruna).

A escolha dos locais de coleta (fig. 1) deu-se de forma empírica, na busca de um estoque diversificado de peixes visando, inicialmente, coleta para estudos de manutenção para aquariofilia.

(3)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 217 Figura 1. Localização da área e pontos de captura (fonte: mosaico organizado pelo autor sênior).

As coletas foram realizadas utilizando-se puçá com cabo e sem cabo (figs. 2 e 3) iscado com fragmentos de carne bovina e/ou restos de pão (melhor opção), sempre ao final da tarde, durante cinco dias, com

um total de cinco esforços de captura em cada coleta, em quatro distintos pontos do curso d’água selecionado, ao longo da primeira quinzena de fevereiro de 2017.

(4)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 218 Figuras 2-3. 2) Puça com cabo (Fonte: foto do autor sênior); 3) Puça sem cabo (Fonte: http://loja.vareta.com.br/image/cache/data/acessórios/Puçá/VARETA_2015_04_30_181-600x600.jpg).

Neste estudo foi observado a Constância de Ocorrência, proposta por Dajoz (1983), e a similaridade ictiofaunística, tanto no seu caráter qualitativo quanto quantitativo. A Constância de Ocorrência se caracteriza pela porcentagem de amostras em que uma determinada espécie esteve presente. Calculada através da fórmula:

C = p X 100 N onde,

C: constância de ocorrência p: número de amostras com a espécie; e

N: número total de amostras tomadas.

Classificação das espécies quanto à constância:

Espécie constante: presente em mais de 50% das amostras

Espécie acessória: presente em 25-50% das amostras Espécie acidental: presente em menos de 25% das amostras

O cálculo da abundância relativa (definida como número de indivíduos de uma determinada espécie existente numa dada área num dado período de tempo, calculado em relação ao número total de indivíduos de todas as espécies existentes

nessa área) de cada táxon identificado foi realizado aplicando a seguinte fórmula:

A = N X 100 n onde, N = número de indivíduo do táxon identificado; e n = número total de indivíduos.

Para interpretação da abundância relativa de cada táxon foi utilizada a seguinte classificação:

Espécie rara: < 10%;

Espécie pouco abundante: 10 a 30%;

Espécie abundante: 30 a 50%; e

Dominante: > 50%.

Os demais índices ecológicos foram determinados com uso do Software Past versão 2.17c. A sistemática foi ajustada com base nas informações do Banco de Dados FishBase, disponível on line em <http://www.fishbase.org/search.php>.

(5)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 219 Resultados e Discussão

Em muitos sistemas lóticos, os trechos superiores apresentam uma diversidade de habitats menor do que os trechos inferiores e apresentam baixa diversidade e dominância de espécies (UIEDA; BARRETO, 1999).

Na Tabela I estão listadas as Ordens, Famílias e espécies (com seus respectivos nomes científicos e os comuns para a região) a que pertencem os exemplares amostrados, assim como o número de exemplares amostrados e as correspondentes frequências relativas de ocorrência (%) no total de capturas.

Tabela I. Espécies coletadas e identificadas nos arroios da Pinheira (Palhoça, SC).

Ordem Família Espécie / Popular

Número de Indivíduos / Abundância (%) Frequência de Ocorrência (%) Siluriformes Callichthyidae Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) (Tamboatá) 1 / 0,66 20 Cyprinodontiformes Poeciliidae Poecilia vivipara Bloch & Schneider,

1801 (Barrigudinho) 32 / 21,05 100 Phalloceros spiloura Lucinda, 2008 (Barrigudinho-de-duas-pintas) 6 / 3,95 40 Anablepidae Jenynsia weitzmani Ghedotti, Meisner &

Lucinda, 2001 (Barrigudinho) 27 / 17,76 100 Labriformes Cichlidae Australoheros facetus (Jenyns, 1842) (Cará-amarelo) 2 / 1,32 20 Mugiliformes Mugilidae Mugil curema Valenciennes, 1836 (Tainha) 79 / 51,97 100 Perciformes Gobiidae

Awaous aff. tajasica (Lichtenstein, 1822) (Goby-de-rio) 1 / 0,66 20 Eleotridae Dormitator maculatus (Bloch, 1792) (Amoré / Dorminhoco) 4 / 2,63 20

(6)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 220 Conforme se observa (fig. 4),

preponderaram, numericamente, os Mugiliformes com 51,97% dos indivíduos coletados, seguido dos Cyprinodontiformes com 42,76%. O predomínio de

Mugiliformes, determinado

especificamente pela presença de Mugil curema Valenciennes, 1836 segue o padrão esperado para sistemas fluviais sul-americanos onde ocorra o desenvolvimento desta espécie anádroma.

Figura 4. Abundância relativa das espécies de peixes registradas no arroio estudado. Onde: A. Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758); B. Poecilia vivipara Bloch & Schneider, 1801; C. Phalloceros spiloura Lucinda, 2008; D. Jenynsia weitzmani Ghedotti, Meisner & Lucinda, 2001; E. Australoheros facetus (Jenyns, 1842); F. Mugil curema Valenciennes, 1836; G. Awaous aff. tajasica (Lichtenstein, 1822); H. Dormitator maculatus (Bloch, 1792).

Awaous tajacica (Lichtenstein, 1822) é encontrado desde o nordeste até o sul do Brasil em praticamente toda costa do Atlântico. Sendo observado em rios de pequeno porte, com águas claras, de correnteza moderada a forte e substrato arenoso. Pouco se conhece sobre sua ecologia. Possui elevado potencial

aquariofílico. O registro como Awaous aff. tajacica (Lichtenstein, 1822), entretanto, expressa a dúvida sobre a efetiva identificação, o que reforça a necessidade de trabalhos taxonômicos sobre a ictiofauna sulamericana, conforme apontado por vários autores (e.g. Bölkhe et al., 1978; Menezes, 1992).

(7)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 221 Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758),

Poecilia vivipara Bloch & Schneider, 1801, Awaous tajacica (Lichtenstein, 1822) e Dormitator maculatus (Bloch, 1792) apresentam potencial para aquariofilia, estando contemplados Instrução Normativa Interministerial n°1, de 3 de janeiro de 2012, que estabelece normas, critérios e padrões para a exploração de peixes nativos ou exóticos de águas continentais com finalidade ornamental ou de aquariofilia.

Phalloceros spiloura Lucinda, 2008 apresenta igual valor para aquariofilia, não sendo elencado na Instrução Normativa, anteriormente declinada. Integrando o

mesmo gênero,

Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868), que é muito similar, encontra-se registrado.

A Tabela II apresenta os resultados pertinentes aos índices analisados.

Tabela II. Índices ecológicos avaliados. Parâmetro Resultado Riqueza (S) 8,0000 Total de indivíduos 152,0000 Índice de Simpson 0,6515 Índice de Shannon 1,3220 Espécies dominantes 1,0000 Espécies não dominantes 7,0000 Espécies constantes 3,0000 Espécies acessórias 1,0000 Espécies acidentais 4,0000

Considerando-se a constância de ocorrência (CO%), pode-se observar que as espécies Poecilia vivipara Bloch &

Schneider, 1801,

Jenynsia weitzmani Ghedotti, Meisner & Lucinda, 2001 e Mugil curema Valenciennes, 1836 são constantes, com sua presença ocorrendo em todas as capturas realizadas. Phalloceros spiloura Lucinda, 2008 é considerada como acessória, tendo sido obtida em 40% das capturas; com as demais espécies sendo

então consideradas como acidentais neste estudo.

O valor elevado do índice de Simpson (0,65) resultou da alta freqüência de Mugil curema Valenciennes, 1836 o que é corroborado pelo fato de esta espécie se apresentar como constante e dominante. O índice de Shannon (1,32), por sua vez, é sensível a presença de espécies raras, neste caso, 62,5% foram consideras raras o que justifica o valor observado.

(8)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 222 Apenas Mugil curema Valenciennes, 1836

foi considerada como espécie dominante, não tendo sido registrada nenhuma espécie como abundante; duas como pouco abundante e, as demais (cinco) como raras. Através de curvas de rarefação, se deduz o número de espécies que esperaríamos encontrar caso reduzíssemos o número de unidades amostrais (GOTELLI; COLWELL, 2001). A construção da curva

de rarefação pode ser vista como um processo de interpolação da riqueza de espécies do conjunto total de amostras para a riqueza esperada para um subconjunto dessas amostras (COLWELL et al. 2004). Assim, na fig. 5, observa-se que não houve uma estabilidade perceptível da curva de rarefação, sugerindo que o número de espécies esperado por rarefação para um tamanho amostral (em indivíduos) padronizado foi relativamente constante.

Figura 5. Curva de rarefação de indivíduos, com intervalos de confiança de 95% (linhas azuis) e curva de rarefação de espécies utilizando a ordem de observação dos dados (linha vermelha) Embora o estudo de Volcan et al. (2010),

prolongue a ocorrência de Dormitator maculatus (Bloch, 1792) para o sistema lagunar dos Patos e Mirim, e o estudo de Duarte et al. (2013) o australize ainda mais, estendendo sua distribuição em 300Km ao sul do Ponta da Barra, no Rio Grande do Sul, os trabalhos de Buckup

et al. (2007), Garcia et al. (2007), Rosini e Beaumor (2008), Santos (2008), Pereira et al. (2011), Malabarba et al. (2013), e Soriano-Serra et al. (2014) não fazem qualquer menção a ocorrência desta espécie na bacia hidrográfica do sudeste catarinense, ou na abrangência da bacia do

(9)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 223 rio Tramandaí, especialmente ao norte desta última.

Em contexto complementar, não são conhecidos quaisquer registros para a bacia do rio Mapituba, localizada ao sul da catarinense e ao norte do rio Tramandaí. Apesar disto, apenas Bertaco (2009) e Silveira (2012) fazem referência de ocorrência em território catarinense, o primeiro, entretanto, restringindo a ocorrência desta espécie à ilha de Santa Catarina, enquanto a segunda autora relata sua presença na bacia hidrográfica do sudeste catarinense, sem entretanto, apontar um local específico; mas, relatando uma ocorrência na ordem de 5% para esta bacia.

Considerações finais

Os resultados demonstram que nos ambientes estudados a ictiofauna é representada por um número relativamente baixo de espécies, com variadas frequências de ocorrência, sempre com o

predomínio da espécie

Mugil curema Valenciennes, 1836.

Levantamentos faunísticos de curta duração se mostram relevantes, pois

através de um inventário preliminar de espécies é possível verificar os valores biológicos e inferir o grau de conservação de ecossistemas. No presente estudo, foram coletados 152 exemplares pertencentes a cinco ordens (Cyprinodontiformes, Siluriformes, Perciformes, Labriformes e Mugiliformes), sete famílias e oito espécies.

Fica estabelecida, por conseguinte, o registro complementar e mais detalhado,

da presença de

Dormitator maculatus (Bloch, 1792) na bacia hidrográfica do sudeste catarinense, com ocorrência em arroios cuja foz se faz presente na praia da Pinheira, município de Palhoça, SC, demonstrando que a ocorrência da espécie mais ao sul não se constitui em uma invasão decorrente da interferência antrópica.

É importante observar que, exceto por Mugil curema Valenciennes, 1836, as demais espécies apresentam elevado potencial para aquariofilia, o que poderia representar uma importante forma de conservação de sua genética.

(10)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 224 Referências

BERTACO, A.V. Freshwater Fishes, Ilha de Santa Catarina, southern coastal drainage of the state of Santa Catarina, Brazil. Check List – Journal of species lists and distribution, v.5, n.4, p.898-902. 2009. BÖHLKE, J.E.; WEITZMAN, S. H.; MENEZES, N. A. Estado atual da sistemática dos peixes de água doce da América do Sul. Acta Amazonica, v.8, n.4, p.657-677. 1978.

BRASIL. Ministério da Pesca e da Piscicultura e Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa Interministerial n°1, de 3 de janeiro de 2012. Estabelece normas, critérios e padrões para a explotação de peixes nativos ou exóticos de águas continentais com finalidade ornamental ou de aquariofilia.

BUCKUP, Paulo A.; MENEZES, Naercio A.; GHAZZI, Miriam S. Catálogo das Espécies de Peixes de Água Doce do Brasil. Série Livros 23. Rio de Janeiro: Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2007. 196p.

CAIRNS, Jr. J.; McCORMICK, P.V.; NIEDERLEHNER, B.R. A proposed framework for developing indicators of ecosystem health. Hydrobiologia, v. 263, p.1-144. 1993.

COLWELL, R. K.; MAO, C. X.; CHANG, J. Interpolating, extrapolating, and comparing incidence-based species accumulation curves. Ecology, v.85, p.2717-2727. 2004.

DAJOZ, R. Ecologia Geral. Petrópolis: Ed. Vozes. 1983. 472p.

DUARTE, Alejandro; SERRA, Wilson S.; ZARUCKI, Matías; LOUREIRO, Marcelo. First records of Dormitator maculatus (Eleotridae) and Ctenogobius shufeldti (Gobiidae) in Uruguay (Actinopterygii: Gobiiformes). Bol. Soc. Zool. Uruguay, v.22, n.2, p.99-103. 2013.

FISHBASE. 2017. Disponível em: <http://www.fishbase.org/search.php>. Acesso em 18 abril 1017.

GARCIA, Juan E.; ESQUIVEL, Betina M.; EMOTO, Sandro; PETERSEN, Rodolfo; Muelbert, Adriane E. Ictiofauna dos rios Maciambu, Da Madre e Duna no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Santa Catarina, Brasil. In: VIII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL. Anais do ... 2007. Caxambu, MG: SEB. Disponível em:

<http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/1635.pdf>. Acesso em 17 abril 2017.

GOTELLI, N. J.; COLWELL, R. K. Quantifying biodiversity: procedures and pitfalls in the measurement and comparison of species richness. Ecology Letters, v.4, p.379-391. 2001.

MALABARBA, Luiz R.; CARVALHO-NETO, Pedro; BERTACO, Vinicius de A.; CARVALHO, Tiago P.; SANTOS, Juliano F. dos; ARTIOLI, Luiz G. S. Guia de Identificação dos Peixes da Bacia do Rio Tramandaí. Porto Alegre: Ed. Via Sapiens, 2013. 143p.

MENEZES, N. A. Sistemática de peixes. In: AGOSTINHO, A. A.; BENEDITO-CECILIO, E. (Eds.) Situação atual e perspectivas da ictiologia no Brasil. Documentos do IX Encontro Brasileiro de Ictiologia. Maringá- Editora da UEM. 128p., 1992.

PEREIRA, Karla C.; VERANI, José R.; CAMPOS, Alexandre F. de. A ictiofauna dos rios Caveiras e Caronas do planalto serrano, sub - bacias dos rios Canoas e Pelotas - bacia do rio Uruguai - Santa Catarina, Brasil. In: I SIMPÓSIO DE ECOLOGIA. Anais do ... São Carlos, 2011. P.200-205. Disponível em: <http://www.simposioppgern.ufscar.br/res umos-simposio/039>. Acesso em 18 abril 2017.

ROSINI, G. D.; BEAUMORD, A.C.

(11)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 - 225 Página 225

médio do rio Itajaí-Mirim, Santa Catarina. In: VIII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL. Anais do ... 2007. Caxambu, MG: SEB. Disponível em:

<http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/1565.pdf>. Acesso em 17 abril 2017.

SANTOS, Rita de C. de F. Estudo da diversidade de peixes em três pontos alvos de ação antrópica na Lagoa do Sombrio – SC. 2008. 51f. Monografia (Especialização em Gestão de Recursos Naturais). Universidade do Extremo Sul Catarinense. 2008.

SILVEIRA, Fernanda C. B. da. Ictiofauna das bacias hidrográficas do estado de Santa Catarina: levantamento bibliográfico e documental. 2012. 81f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas). Centro de Ciências Biológicas. Universidade Federal de Santa Catarina. 2012.

SORIANO-SERRA, Eduardo J. RIBEIRO, Gisela C.; FONSECA, Alessandra L. D’O. Guia de Campo: Vegetação e Peixes das Lagoas Costeiras de Santa Catarina. Florianópolis: Editora Insular, 2014. 121p. UIEDA, V. S. Ocorrência e distribuição dos peixes em um riacho de água-doce. Revista Brasileira de Biologia, v. 44, n. 2, p. 203-213. 1989.

VIEIRA, L. J. S.; VERANI, J. R. Diversidade e capturabilidade em comunidades de peixes de lagoas marginais do rio Mogi-Guaçu submetidas a diferentes graus de assoreamento. In: SANTOS, J. E.; PIRES, J. S. R. (Eds.). Estação Ecológica de Jataí. São Carlos: Rima. pp. 831-850. 2000.

VOLCAN, Matheus V.; CHEFFE, Morevy M.; LANÉS, Luis E. K.; BURNS, Marcelo D. de M. Pisces, Perciformes, Eleotridae, Dormitator maculatus (Bloch, 1792): Distribution extension for Patos-Mirim lagoon system, state of Rio Grande do Sul, Brazil. Check List – Journal of species lists and distribution, v.6, n.4, p.479-480. 2010.

(12)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 – 225 (nota suplementar 1-3) Página 1 NOTA CIENTÍFICA SUPLEMENTAR AO ESTUDO

DE TORRES E TORRES

Abstract

Complementary information to the Torres and Torres (2017) study

It is intended to complement part of the Torres and Torres (2017) results, by increasing the geo-referencing information of the collection site and identifying two new species for the region.

Keywords: Biodiversity; Community structure; Ichthyofauna.

O estudo de Torres e Torres (2017) registrou a presença de oito espécies distribuídas em sete famílias e cinco ordens; tendo deixado de registrar que o arroio pesquisado possa ser acessado pelas coordenadas 27°52.610’S, 048°36.053’W.

No presente estudo, complementam-se informações por coletas realizadas em arroio próximo ao investigado no estudo de Torres e Torres (2017), com seu acesso sendo realizado através das coordenadas 27°53.023’S, 048°35.739’W.

Foram obtidos resultados de análises físico-químicas da água, empregando-se um

pHmetro digital manual (Corning PS 15), total de sólidos dissolvidos (TDS) e temperatura da água, com um medidor manual (TDS-3) e a salinidade com um refractómetro portátil (SD100%), expressas na tabela I.

Tabela I. Resultados de análises físico-químicas em amostra de água de arroio da Pinheira (Palhoça, SC).

Análise Resultado Obtido

pH 7,1

Salinidade 2‰

TDS 24,6ppm

Temperatura da água 24,7°C

Densidade 1.001

Foram registradas duas novas espécies para a região, agregando-se, então: Geophagus brasiliensis (Cuoy & Gaimard, 1824) (Teleostei: Cichlidae), com cinco indivíduos coletados e Crenicichla lepidota Heckel, 1840 (Teleostei: Cichlidae) com apenas um indivíduo. A identificação da primeira espécie foi realizada com base em Soriano-Sierra et al. (2014), enquanto a segunda espécie foi identificada com apoio de Varella (2011) e Malabarba et al. (2013).

Desta forma, fica ampliado o registro de espécies para os arroios da região, passando de oito para dez, muito embora seja provável uma magnitude mais significativa dos taxa aí

(13)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 – 225 (nota suplementar 1-3) Página 2 ocorrentes, merecendo estudos mais intensos,

especialmente nas regiões de banhados.

Outro aspecto está no potencial de Crenicichla lepidota Heckel, 1840 para aquariofilia enquanto jovem, uma vez que, crescendo, se tornará um predador voraz. Conforme Hartz (1997), possuem hábito carnívoro, consumindo crustáceos, insetos, e outros peixes; Saccol-Pereira (2008) registram também o consumo de moluscos. O tamanho adulto fica na ordem de até 20cm; com comportamento agressivo, mesmo para indivíduos do mesmo porte. Para a manutenção de indivíduos adultos, experiências sugerem aquários com volume de 200litros, com água em pH na faixa de 6,5 a 7,0. De acordo com Sabino e Andrade (2003) e Malabarba et al. (2013), as fêmeas desovam em cavidades no fundo dos corpos d’água, preferencialmente em troncos e raízes associada às macrófitas.

Quanto a Geophagus brasiliensis (Cuoy & Gaimard, 1824), seu porte justificaria a utilização de apenas um exemplar por aquário, além de ser considerado como agressivo – alguns machos jovens e adultos podem ser verdadeiros “assassinos”. Não é uma espécie muito fácil de ser mantida em longo prazo, apresentando um grau de dificuldade de médio a alto para ser reproduzido. Apesar de suportar qualquer pH em curto prazo, percebe-se que, exemplares

mantidos em aquários, ficam mais suscetíveis a doenças quando mantidos em pH muito ácido. O pH ideal parece estar entre 6,8 e 7,2. A dureza e condutividade da água, ao que se perceba, não têm a mínima importância. Apresenta intensa atividade escavatória, o que acaba superando quando recebendo alimentação em fluxo contínuo e apropriado.

Referências

HARTZ, S. M. Alimentação e estrutura da comunidade de peixes da lagoa Caconde, litoral norte do Rio Grande do Sul. 1997. 282f. Tese (Doutorado Ecologia e Recursos Naturais) – e Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 1997.

MALABARBA, L. R.; CARVALHONETO, P.; BERTACO, V. de A.; CARVALHO, T. P.; SANTOS, J. F. dos; ARTIOLI, L. G. S. Guia de Identificação dos Peixes da Bacia do Rio Tramandaí. Porto Alegre: Ed. Via Sapiens, 2013. 143p.

SABINO, J.; ANDRADE, L. P. de. Uso e conservação da ictiofauna no ecoturismo da região de Bonito, Mato Grosso do Sul: o mito da sustentabilidade ecológica no rio Baía Bonita (aquário natural de Bonito). Biota Neotropica, v.3, n.2, p.1-9. 2003.

SACCOL-PEREIRA, A. Variação sazonal e estrutura trófica da assembleia de peixes do Delta do rio Jacuí, RS, Brasil. 2008. 120f. Tese (Doutorado em Biologia Animal) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008.

SORIANTO-SERRA, E. J.; RIBEIRO, G. C.; FONSECA, A. L. D’O. GUIA DE CAMPO: Vegetação e Peixes das Lagoas Costeiras de Santa Catarina. Florianópolis: Editora Insular, 2014. 121p.

TORRES, V. S.; TORRES, F. S. S. Diversidade de peixes em riacho da Praia da Pinheira, Palhoça

(14)

UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 3 (2017) p. 215 – 225 (nota suplementar 1-3) Página 3 – SC, Brasil. UNISANTA Bioscience, v.6, n.3,

p.215-225. 2017.

VARELLA, H. R. Revisão taxonômica das espécies de Crenicichla Heckel das bacias dos rios Paraná e Paraguai (Teleostei: Cichlidae). 2011. 209f. Dissertação (Mestrado em Ciências: Zoologia) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2011.

Referências

Documentos relacionados

Promptly, at ( τ − 2 ) , there is a reduction of 4.65 thousand hectares in soybean harvested area (statistically significant at the 1% level), an increase of 6.82 thousand hectares

Reduzir desmatamento, implementar o novo Código Florestal, criar uma economia da restauração, dar escala às práticas de baixo carbono na agricultura, fomentar energias renováveis

A aplicação de parafina em raízes de mandioca tem sido eficiente para prolongar o seu período de conservação.. Este efeito é atribuído à diminuição da permeabilidade ao

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) é um estágio profissionalizante (EP) que inclui os estágios parcelares de Medicina Interna, Cirurgia Geral,

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Por meio dos registros realizados no estudo de levantamento e identificação de Felinos em um remanescente de Mata atlântica, uma região de mata secundária

A pesquisa pode ser caracterizada como exploratória e experimental em uma primeira etapa (estudo piloto), na qual foram geradas hipóteses e um conjunto de observáveis, variáveis

Este relatório tem o intuito de apresentar o Projeto de Assistência Técnica nas Escolas Públicas da Zona Norte de Natal, que teve como objetivo principal o estabelecimento de