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Enxertia e irrigação carbonatada no transporte de 15 N e na produção do tomateiro, no outono.

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Academic year: 2021

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Enxertia e irrigação carbonatada no transporte de

15

N e na produção do

tomateiro, no outono.

Roberto Botelho Ferraz Branco1; Rumy Goto1; Ary Gertes Carneiro Junior1; Vandeir Francisco Guimarães1; João Domingos Rodrigues2.

1 FCA/UNESP - Departamento de Horticultura, C. Postal: 237; 18630-970 - Botucatu – S.P.; 2 IB/UNESP –

Departamento de Botânica – C. Postal: 510, 18618-000, Botucatu – S.P. e-mail:betobotelho@uol.com.br RESUMO

Conduziu-se o experimento com objetivo de avaliar a enxertia e o gás carbônico dissolvido na água de irrigação no transporte de 15N e na produção do tomateiro. Foram

testadas três doses de CO2 na água de irrigação no tomateiro enxertado e pé-franco. O

experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 2, com 3 repetições. Aos 75 dias após o transplante, realizou-se a aplicação do fertilizante sulfato de amônio a 3,13% de concentração isotópica de 15N para verificar a

eficiência no transporte nos diferentes tratamentos. Quatorze dias após a fertilização com

15N, fez-se a coleta das plantas para análise. De acordo com os resultados, não houve

efeito dos tratamentos no transporte de 15N e tampouco na produção do tomateiro. Palavras-chave: dióxido de carbono, enxertia, Lycopersicon esculentum Mill.

Abstract: Grafting and irrigation carbonated water in the transport of 15N and in the production of the tomato, at autumn.

The experiment was conduct with objective of evaluating the grafting and the carbon gas dissolved in the irrigation water in the transport of 15N and in the production of the tomato.

Three doses of CO2 were tested in the irrigation water in the grafted tomato and foot-franc.

The experiment was set up in completely randomized, in factorial scheme 2 x 2, with 3 repetitions. To the 75 days after the transplant, it was made the application of the fertilizer sulfate of ammonium to 3,13% of isotopic concentration of 15N to verify the efficiency in

the transport in the different treatments. Fourteen days after the fertilization with 15N, it

was made the collection of the plants for analysis. In agreement with the results, it wasn’t effect of the treatments in the transport of 15N and either in the production of the tomato. Keywords: dioxide carbon, grafting, Lycopersicon esculentum Mill.

INTRODUÇÃO

Uma forma de fornecimento de CO2 às plantas tem sido via água de irrigação. A

assimilação do CO2 pode ocorrer tanto nas folhas como nas raízes (Cramer, 1995).

Lemon (1983), comenta sobre efeitos do CO2 interferindo a nível radicular, interrompendo

a ação do etileno na maturação, abscisão, senescência e estresse das plantas e restabelecendo o crescimento de raízes e aumentando a resistência das plantas ao déficit

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hídrico e produção (D’andria et al. 1990; Cramer & Lips, 1995; Cararo, 2000; Pinto et al. 2001).

A enxertia é de conhecimento mundial principalmente nas áreas de fruticultura e floricultura. Em hortaliças, os europeus e japoneses já a utilizavam desde 1921, tentando resolver problemas de adaptação de variedades à época de plantio e enfermidades relacionadas com patógenos de solo.

Além da resistência de alguns portas-enxerto a diferentes agentes patogênicos, temperaturas extremas, salinidade, excesso de umidade do solo, os portas-enxerto podem também influenciar no tamanho dos frutos, estado nutricional da parte aérea, na precocidade da frutificação, na formação de frutos, na qualidade e maturidade dos frutos e na produção. Porém, ainda é desconhecido o mecanismo fisiológico básico para a alteração de todas essas características (Goto et al., 2003).

Entretanto, o objetivo deste trabalho foi verificar a enxertia e o CO2 dissolvido na água de

irrigação no transporte de 15N e na produção do tomateiro. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção (FEPP), pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP/Campus de Botucatu, localizada no município de São Manuel – SP, com coordenadas cartográficas aproximadas de 22º 44’ S e 48º 34’ W Gr. e altitude média de 750 metros. Segundo Espindola et al. (1973), o clima da região é do tipo mesotérmico, ou seja, subtropical úmido com estiagem no inverno.

A semeadura do tomateiro foi realizada no dia 13/03/2003. Na enxertia, a técnica utilizada foi de fenda simples, deixando o porta-enxerto com duas folhas definitivas e o cavaleiro com quatro folhas definitivas, aos 39 dias após a smeadura (Goto et al. 2004). O transplante das mudas foi feito aos 48 DAS para vasos de polietileno com volume aproximado de 20 litros, preenchidos com “terra de barranco” do perfil de um solo tipo podzólico com textura arenosa, devidamente corrigido e adubado (Raij, 1992).

A aplicação de CO2 via água de irrigação foi feita pela rede de gotejadores, utilizando-se

um sistema composto por cilindro de CO2 líquido sob pressão, válvula reguladora de

pressão com manômetro, fluxômetro e injetor Venturi específico para aplicação de gás em água. O CO2 na água de irrigação foi ministrado pelo fluxômetro nas dosagens de 5 e

10 L min-1, respectivas a duas doses do ensaio, sendo as aplicações realizadas em todas

as irrigações durante 90% do tempo de rega, sempre no período da manhã. A aplicação de CO2 inicio-se a partir da emissão do primeiro pendão floral das plantas, ou seja, aos

35 dias após transplante aplicando-se até o final da colheita dos frutos. Ao final do ciclo da cultura calculou-se a quantia de CO2 aplicada, sendo que para a dosagem de 5 L min-1

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foi aplicado aproximadamente 30,0 g de CO2 por planta e para a dosagem de 10 L min-1

80,0 g de CO2 por planta, durante o ciclo todo da cultura.

Aos 75 DAT, quando a planta apresentava uma boa quantidade de frutos e estava próxima do início da produção, adubou-as com sulfato de amônio com concentração isotópica de 3,13% de átomos de 15N.

A partir dos resultados de abundância de átomos de 15N, do nitrogênio total no tecido

vegetal e da massa seca das amostras que foram enviadas ao laboratório calculo-se: a quantidade do nitrogênio total (N-t), o excesso de 15N na amostra, a quantidade do

nitrogênio na planta proveniente do fertilizante (QNPPF) e a porcentagem de recuperação do fertilizante pela planta (%R). Para estes cálculos utilizaram-se as seguintes fórmulas: - Nitrogênio total no órgão da planta (NT), expresso em g kg

- NT = N-t x MSA / 100

- Excesso de átomos de 15N no tecido vegetal (15N), expresso em %:

 Exc. 15N = 15N – cn (concentração natural = 0,367)

- Quantidade de nitrogênio no órgão proveniente do fertilizante (QNPPF), mg g-1:

 QNPPF = [(c – s) / (f – s)] x N-t onde:

- c = abundância de 15N no órgão da planta;

- s = ocorrência natural de 15N na amostra (0,367);

- f = abundância de átomos de 15N no fertilizante (3,13%);

- Nt = nitrogênio total.

- Porcentagem de recuperação do fertilizante (%EUF), expresso em %:  % R = (QNPPF / dose de N) x 100

A produção foi determinada pelo número total de frutos por planta, massa total de frutos por planta, número de frutos comerciais por planta e massa de frutos comerciais por planta. Foram considerados frutos comerciais os que tiveram massa fresca acima de 85 gramas e apresentavam bom aspecto comercial.

O experimento foi implantado em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2, sendo duas doses de CO2 via água de irrigação (5 e 10 L min-1) mais a

testemunha e plantas enxertadas (‘Anchor T’ + ‘Débora Max’) e não enxertadas (‘Débora Max’) de tomateiro, com quatro repetições. Os dados foram processados no programa estatístico SAS.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quatorze dias após a aplicação do fertilizante com abundância em átomos de 15N, o CO 2

dissolvido na água de irrigação não promoveu efeito na absorção e transporte de N para as folhas e nem para os frutos. A massa seca e o N-t acumulado nas folhas e nos frutos

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ao longo do ciclo de cultivo foram semelhantes entre os tratamentos de CO2 na irrigação

(Tabela 1).

O 15N foi absorvido pela planta enxertada e transportado até as suas folhas e frutos com a

mesma intensidade nas três de doses de CO2 na irrigação, não havendo diferença entres

esses tratamentos. Também não teve diferença para a QNPPF e a %R entre os tratamentos de doses de CO2 na irrigação, evidenciando assim que a absorção e o

transporte de N não é prejudicado e nem beneficiado pela ação do CO2 na rizosfera do

tomateiro enxertado, aos quatorze dias após a aplicação do fertilizante com N traçador. O tomateiro pé-franco foi indiferente entre os tratamentos de doses de CO2 na água de

irrigação, não promovendo diferenças nas características analisadas. O 15N teve

concentração semelhante nas folhas e também nos frutos do tomateiro pé-franco nas diferentes doses de CO2, assim como a QNPPF e a % R, demonstrando que o CO2 não

exerceu nenhum efeito na absorção e transporte de 15N, nesta situação (Tabela 1).

A produção do tomateiro enxertado e pé-franco não foi alterada pela incorporação do CO2

na água de irrigação em relação à testemunha, tanto na dose de 5 L min-1 quanto na

dose de 10 L min-1.

O número total de frutos por planta (NTF), a massa fresca total de frutos por planta (MFT), o número de frutos comerciais por planta (NFC) e a massa fresca de frutos comerciais por planta (MFC) foram semelhante, entre as doses de CO2 na água de

irrigação, tanto para a planta enxertada como para o pé-franco (Tabela 2).

Tabela 1. Massa seca (MS), do nitrogênio total (N-t), do excesso de 15N (15N), da quantidade de nitrogênio proveniente do fertilizante (QNPPF) e da porcentagem de recuperação do fertilizante (% R) entre as doses de CO2, nas folhas e nos frutos da planta enxertada e pé-franco de tomateiro na segunda época de colheita. FCA/UNESP, Botucatu 2004.

Doses

L min-1 MS (g) N-t (g/g)

15

N (%) QNPPF (mg/g) % R

Folha Fruto Folha Fruto Folha Fruto Folha Fruto Folha Fruto

En xer tad a 0 90,8 a 100,2 a 2,09 a 1,65 a 2,34 a 1,57 a 0,30 a 0,33 a 14,45 a 15,90 a 5 97,6 a 136,2 a 2,31 a 2,62 a 2,06 a 1,54 a 0,26 a 0,53 a 12,73 a 25,02 a 10 94,3 a 123,1 a 2,04 a 2,29 a 1,99 a 1,57 a 0,23 a 0,43 a 10,90 a 20,63 a Pé -fra nc o 0 90,1 a 123,1 a 2,39 a 2,07 a 2,20 a 1,51 a 0,29 a 0,42 a 13,96 a 20,03 a 5 96,4 a 139,1 a 2,30 a 2,51 a 2,06 a 1,23 a 0,53 a 0,41 a 11,38 a 19,48 a 10 94,4 a 141,4 a 2,37 a 2,91 a 1,87 a 1,44 a 0,23 a 0,57 a 11,17 a 26,88 a CV % 19.9 30.2 7.8 18.4 18.4

* Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2. Diferença entre as doses de CO2 número total de frutos por planta (NFT), na massa fresca total de frutos por planta (MFT), no número de frutos comerciais por planta (NFC) e na massa fresca de frutos comerciais por planta (MFC) da planta enxertada e pé-franco de tomateiro. FCA/UNESP, Botucatu 2004.

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Doses

L min-1 EnxertadaNFT Pé-franco EnxertadaMFT (kg) Pé-franco EnxertadaNFC Pé-franco EnxertadaMFC (kg) Pé-franco

0 54 a 55 a 3,512 a 3,240 a 18 a 16 a 2,173 a 1,836 a

5 58 a 55 a 3,383 a 3,372 a 17 a 16 a 1,934 a 1,846 a

10 56 a 55 a 3,722 a 3,469 a 19 a 17 a 2,156 a 1,982 a

CV % 7,2 6,3 10,8 10,4

* Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

LITERATURA CITADA

CARARO, D.C. Efeito de diferentes lâminas de água na presença e ausência de CO2 injetado na água de irrigação sobre a cultura do tomate (Lycopersicon esculentum Mill) cultivado em estufa.

Piracicaba, 2000. 70p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Departamento de Engenharia Rural, ESALQ/USP.

CRAMER, M.D. The influence of enriched root-zone CO2 concentrations on growth, nitrogen

metabolism and root HCO

-3 incorporation im salinity stressed Lycopersicon esculentum Mill.. J.

Blaustein Inst. for Desert Res., v.30, p.105-118, 1995.

CRAMER, M.D., LIPS, S.H. Enriched rhizosphere CO2 concentrations can ameliorate the influence

of salinity on hydroponically grown tomato plants. Physiologia Plantarum, v.94, p.425-432, 1995.

D’ANDRIA, R.; NOVERO, R.; SMITH, D.H.; SHANAHAN, J.F.; MOORE, F.D. Drip irrigation of tomato using carbonated water and mulch in Colorado. Acta Horticulturae, v.44, p.179-185, 1990. GOTO, R., SANTOS, H. S., CAÑIZARES, K.A. L Enxertia em hortaliças. São Paulo: Editora UNESP, 2003. p.41-45.

LEMON, E.R. CO2 and plants. AAAS Select Symposium, 84. Westview Press, Boulder, CO, 1983.

PINTO, J.M., BOTREL, T.A., MACHADO, E.C., FEITOSA FILHO, J. C. Aplicação de CO2 via

água de irrigação em relação à produtividade do meloeiro. Scientia Agrícola. v.58, n.1, p.33-38, 2001.

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