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Rev. esc. enferm. USP vol.22 número1

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LEPTOSPIROSE HUMANA - INFECÇÃO EM HABITANTES DO VALE DO RIO ARICANDUVA, MUNICIPIO DE SÃO PAULO, 1984-1985

Parte I — Aspectos Relativos ao Grupo Estudado e ao Meio Ambiente *

Doralice de Souza **

SOUZA, D. de Leptospirose humana — infecção em habitantes do Vale do Rio Aricanduva. Parte I: aspectos relativos ao grupo estudado e ao meio ambiente. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 22(1):103-121, abr. 1988.

Em 1985-86 foi realizada uma investigação epidemiológica em uma zona que fora inundada, em 1983, pelo rio Aricanduva e seus afluentes, a leste do município de São Paulo; foram estudados 61 coabitantes de casos confirmados laboratorialmente de leptospirose humana ocorrida em 1983, residentes nessa área, com o objetivo de conhecer o nível de infecção por leptospiras nesse grupo de pessoas. No presente artigo são relatados os aspectos referentes ao grupo estudado e ao seu meio ambiente. Foi verificado que, cerca de um ano e meio apos o surto, (1984-85), persistiam no ambiente fatores de risco de infecção leptospírica, tais como enchentes e presença de ratos. Em um próximo artigo serão relatados os aspectos sorológicos desta investigação.

UN1TERMOS: Leptospirose. Saúde Pública. Epidemiología.

INTRODUÇÃO

Entre os mamíferos, os roedores, principalmente o rato e o camun-dongo, são os hospedeiros mais importantes de leptospiras3 5

.

Embora as leptospiras não necessitem da presença humana para sua sobrevivência, elas podem agredir o homem, provocando-lhe danos de variada intensidade, o que constitui a doença chamada leptospirose.

A leptospirose humana pode ocorrer sob formas endêmica e epidê-mica, sendo que esta última é decorrente da imersão dos indivíduos em água de enchente, ou da sua contaminação por meio de atividades recrea-tivas, ocupacionais ou agrícolas1 4

. F A I N E1 4

afirma que fatores ambi-entais e sociais são decisivos para a expansão dessa doença em dada região.

* P a r t e da tese «Estudo d a infecção de leptospirose humana em coabitantes de casos ocor-ridos no vale d o rio Aricanduva, municipio de São P a u l o , 1983», apresentada À Faculdade de Saúde P ú b l i c a , TJSP, p a r a obtenção do título de D o u t o r em Saúde Pública, 1986. ** Enfermeira. D o u t o r em Saúde Pública. P r o f e s s o r Assistente Doutor d o Departamento de

Enfermagem em Saúde Coletiva d a Escola d e E n f e r m a g e m d a U S P — disciplinas « E n f e r -magem Preventiva e Comunitária» e « S a ú d e da Comunidade».

(2)

No município de São Paulo, embora haja a possibilidade de surtos anteriores, temos bem documentados o de 1982, quando foram regis-trados 112 casos confirmados de leptospirose humana e o de 1983, com 373 casos 33.34.35.s6.

Sobre este último, o Departamento de Controle de Zoonoses e Vigi-lância Sanitária da Prefeitura do Município de São Paulo — DCZVS — apresentou uma série de publicações relatando e analisando a evolução do surto e as medidas de controle3 3

-3 4 3 5

'3 6

.

Com a finalidade de contribuir para o estudo da epidemiología da leptospirose humana no município, tivemos por objetivo determinar o nível de infecção da leptospirose humana em coabitantes de casos confirmados, ocorridos durante o ano de 1983 no vale do rio Aricanduva, município de São Paulo.

Para tanto, no presente trabalho, buscamos caracterizar esse grupo de pessoas e analisar as condições ambientais da região por elas rabi-tada.

MATERIAL E MÉTODOS

Características da Região

Nas Administrações Regionais da Penha e da Moóca, da Prefeitura de São Paulo, onde se localiza parte do vale do rio Aricanduva, no pe-ríodo de janeiro a dezembro de 1983, foram notificados 80 casos de leptospirose humana, o que nos motivou a elegê-la como área de um estudo epidemiológico descritivo, em complementação ao que já é conhe-cido sobre o surto epidêmico daquele ano.

Por ser difícil a delimitação de um bairro, em São Paulo, devido às características físicas do ambiente natural e mesmo do edificado, que sur-gem como obstáculos a essa delimitação, é que, para utilização de um bairro, como unidade espacial do nosso estudo, optamos pelo critério de divisão do município, como PASCHOAL2

* e YASUDA4 3

haviam feito anteriormente.

O acidente geográfico dessa região, de maior interesse para o pre-sente estudo, é o rio Aricanduva, que nasce a sudeste do Estado de São Paulo, na direção norte da Serra do Mar, indo desaguar na parte média do rio Tietê, dentro do município de São Paulo, banhando, em seu percurso, parte das Administrações Regionais de Itaquera-Guainazes e Vila Prudente, Penha e Moóca1 K

.

Segundo a Secretaria do Planejamento37

da Prefeitura do Município de São Paulo, a zona leste, de maneira geral, juntamente com as zonas sul e oeste, detêm a maior parcela do emprego industrial do município, onde as áreas de metalurgia, de material elétrico e de comunicações assu-mem um papel de destaque no número de empregos industrias.

Tendo como parâmetro o sistema de polarização de atividades ter-ciarias, a Secretaria do Planejamento37

(3)

cidade, vanos subcentros regionais situados ao longo do sistema viário e de entroncamentos importantes, que constituem grandes zonas de influência.

Esses subcentros de atividades terciarias foram classificados segundo o número de empregos que oferecem, número e tipos de estabelecimentos neles existentes e viagens atraídas por motivos de compras e negócios

As Administrações Regionais da Penha e da Moóca estão classifi-cadas no 29

nível, logo abaixo de bairros como Pinheiros e Lapa, con-tando com boa disponibilidade de recursos.

A várzea do rio Aricanduva apresenta poluição atmosférica consi-derada baixa pelas autoridades competentes e temperatura média anual considerada alta3 7

.

Em relação aos aspectos econômicos, essa região sofria, em 1983, os reflexos da grave recessão que atingiu a sociedade brasileira a partir de 1980 37

.

População Estudada — A população estudada foi constituída de 61

indivíduos de idade não inferior a 10 anos, de ambos os sexos, que con-viveram pelo menos com um dos casos, na mesma unidade residencial, durante o período acima, e que estiveram presentes no momento da entrevista. Determinamos essa delimitação de idade por questões de ordem técnica.

Numa adaptação do conceito de LESSA e col.2 1

, consideramos como unidade residencial uma edificação onde um grupo de indivíduos coa-bitam.

A esses indivíduos chamaremos, daqui em diante, de coabitantes.

Coleta de Dados — Colhemos os dados referentes aos casos

confir-mados de leptospirose nas fichas de investigação epidemiológica dos pa-cientes, fontes de contaminação, arquivadas no DCZVS (Anexo I ) . Os dados relativos aos coabitantes foram por nós obtidos a partir de um inquérito que realizamos no período de novembro de 1984 a fevereiro de 1985 (Anexo I I ) .

Para pesquisa de anticorpos anti-leptospiras realizamos o teste de soroaglutinação microscópica preconizado pela Organização Mundial da Saúde1 4

, segundo rotina do DCZVS, em 61 amostras de soro, colhidas dos 61 coabitantes da pesquisa. Consideramos soro reagente aquele que apre-sentou um título mínimo igual ou superior a 1:100 1 4

.

Para diferenciarmos se a infecção encontrada era recente ou passada, investigamos, além de outros dados epidemiológicos, a presença de anti-corpos da classe IgM nesses soros, por meio da prova de hemaglutinação passiva, considerando significante o título igual ou maior que 1:12830

. RESULTADOS E DISCUSSÃO

(4)

aflu-entes, conseguimos aplicar o questionário e, em seguida, colher o sangue de 61 coabitantes, relativos a 24 casos, presentes no momento das visi-tas domiciliarias.

Gostaríamos de esclarecer, de início, que algumas vezes teceremos considerações tendo o caso como parâmetro porque a literatura dificil-mente se refere a coabitantes.

Dos 61 coabitantes, 26 (42,6%) eram do sexo masculino e 35 (57,4%), do feminino.

Como podemos observar na Tabela 1, dos 26 coabitantes do sexo mas-culino, 10 (38,5%) estavam na faixa etária de 10 a 20 anos e 6 (23,1%) na de 20 a 30 anos. Dos 35 indivíduos do sexo feminino, 8 (22,9%) estavam entre 30 a 40 anos de idade e 9 (25,7%), entre 40 e 50.

T A B E L A 1

C O A B I T A N T E S D E C A S O S D E L E P T O S P m O S E H U M A N A , S E G U N D O S E X O E I D A D E , M U N I C Í P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

Sexo

Idade

Masculino Feminino Total

Sexo

Idade N » % N » % N » %

10

1

20 10 38,5 6 17,1 16 26,2

20

1

30 6 23,1 2 5,7 8 13,1

30

1

40 4 15,4 8 22,9 12 19,7

40

1

50 2 7,7 9 25,7 11 18,0

50

1

60 1 3,8 6 17,1 7 11,5

60

1

70 2 7,7 3 8,6 5 8,2

70

1

1 3,8 1 2,9 2 3,3

T o t a l 26 100,0 35 100,0 61 100,0

Pesquisamos coabitantes sem distinção de sexo e idade, com exceção do grupo de menores de 10 anos, pois, segundo F A I N E1 4

, a leptospirose atinge os indivíduos indistintamente no que diz respeito a essas variá-veis biológicas.

CALDAS 8

, citando alguns autores, afirma que a doença pode afetar pessoas de todas as idades, mesmo que os registros assinalem maior freqüência entre adultos jovens. Vários autores 2 '4

'3 0

'4 1 referem, também, que ambos os sexos podem ser afetados, embora os do sexo masculino estejam sendo registrados com maior freqüência, provavelmente devido à maior oportunidade de infecção destes, por fatores culturais e ocupa-cionais.

(5)

Pelo exposto, os itens sexo e idade foram levantados (Tabela 1) apenas para caracterizar a população estudada.

Quando estabelecemos como população os coabitantes de casos con-firmados de leptospirose humana, era nossa intenção abranger, com isso, indivíduos que coabitassem em sistema de pensões, cortiços ou algo do gênero. Entretanto, todos os coabitantes resultaram em familiares dos casos, representando 26,2% (Tabela 1) de jovens com idade de 10 a 20 anos de idade, na pessoa de filhos dos casos, em sua maioria. Não houve a participação muito acentuada de um sexo em detrimento do outro.

Dezoito pessoas, ou seja 29,6% dos coabitantes, eram de prendas domésticas, 18,2% eram menores e 6,6%, aposentados; 6,6% eram ope-rários não qualificados, ficando as outras ocupações com 3,3% ou 1,6%

(Tabela 2 ) .

T A B E L A 2

O C U P A Ç Ã O D O S C O A B I T A N T E S D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A . M U N I C I P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

Ocupação N » %

prendas domésticas 18 • 29,6

sem ocupação:

. 33

• menor 11 18,2

. aposentado 4 6,6

operário não qualificado 4 6,6

motorista 2 3,3

costureira 2 3,3

íeirante 2 3,3

faxineira 2 3,3

borracheiro/ferro velho 2 3,3

torneiro mecânico 2 3,3

lavadeira 1 1.6

digitadora 1 1,6

auxiliar de bibliotecária 1 1,6

bombeiro 1 1,6

servente 1 1,6

caldeireiro 1 1,6

balconista 1 1,6

vendedor 1 1,6

copeira 1 1,6

escriturario 1 1,6

cozinheira 1 1,6

não referiu 1 1,6

T o t a l 61 100,0

(6)

O fato dos coabitantes terem sido somente familiares dos casos pa-rece explicar também esses dados, pois mostram que 54,4% (prendas domésticas mais os sem ocupação) dos indivíduos não exerciam atividade remunerada.

Da listagem da Tabela 2, as ocupações provavelmente consideradas de maior risco, pela proximidade que obrigaria as pessoas a conviverem com material possivelmente contaminado com urina de rato, são as de borracheiro/ferro velho, 2 (3,3%) e bombeiro 1 (1,6%).

No que diz respeito ã procedência dos coabitantes, a grande maio-ria, ou seja 77%, era do Estado de São Paulo e quase 50%, da própria Capital.

L I M A2 2

chama a atenção para os fatos de, atualmente, vários países do mundo estarem sofrendo transformação na distribuição de sua popu-lação e de tais movimentos populacionais estarem determinando pro-blemas médico-sanitários, que fogem da alçada restrita do setor saúde.

Embora o tempo de moradia não tenha constituído pergunta do ques-tionário, consideramos importante salientar que PACHOAL2 8

, ao analisar o problema das enchentes no bairro do Cambuci, observou ter a mobi-lidade das pessoas sido maior no próprio local. Em seu estudo, 43,1% das famílias já haviam mudado de endereço, porém, dentro da mesma área. Esse fato permitiu um tempo médio de permanência acima de 20 anos das pessoas no setor. PASCHOAL*8

verificou ainda que a inun-dação não havia sido a causa da mudança de endereço na área e sim o fator econômico, como aquisição de casa própria e aluguel mais barato.

Considerando que casos de pessoas portadoras são raros1 4

'1 5

, não teria muito propósito tentarmos atribuir à migração humana um papel importante na manutenção da leptospirose endêmica, como GOLDBAUM1 8

conseguiu enfocar em relação à doença de Chagas. O que pode ter havido é uma influência indireta do fenômeno sobre as condi-ções ambientais, cuja discussão retomaremos ao analisar a presença de ratos no domicílio.

Em relação ao grau de instrução verificamos serem alfabetizados 53 (86,9%) dos coabitantes.

Sabemos que a disseminação da infecção por leptospiras está rela-cionada à densidade da população murina e a fatores sociais e ambien-tais 1 4

; porém, concordamos com CAMARGO e col.9

quando afirmam que o controle do meio ambiente é de responsabilidade dos órgãos públicos, sendo, entretanto, fundamental o fornecimento de informação e estímulos à participação ativa da comunidade por parte daqueles, no tocante às medidas de prevenção, por meio de técnicas educativas apropriadas.

(7)

Fontes de Infecção %

— contato com enchente no domicílio 3 8 * 61,3

— contato com enchente nas proximidades

do domicílio 4 *

42

6,5 67,8

— contato com poças d'água nas

proximida-des do domicilio com presença de ratos 6 9,7

— contato com l a m a no domicílio, após a

enchente 2 3,1

— sem contato 12 19,4

T o t a l 62 * 100,0

* U m dos coabitantes referiu 2 tipos de contato.

Ao delimitarmos a área, a época e a população de estudo poderíamos esperar que os coabitantes também tivessem passado pela experiência das enchentes, por fazerem parte do mesmo ambiente físico que os casos. Porém, a resposta à questão sobre contato com fontes comuns de infec-ção poderia não ser tão óbvia assim, pois, dos 373 casos ocorridos em 1983, somente 73 (19,5%) haviam tido contato com lagoas, rios, córre-g o s3 6

, etc. Entretanto, 67,8% dos coabitantes tiveram realmente con-tanto com enchentes dentro ou fora de casa (Tabela 3 ) .

Podemos verificar, na Tabela 4, que 60,5% dos tipos de contatos dos coabitantes com possíveis fontes de infecção, no caso enchentes, ocorre-ram nos meses de janeiro e fevereiro de 1983. Essa foi também a época aproximada em que 127 (63,5%) de 200 doentes desse ano tiveram o

mesmo tipo de contato3 6

.

A nosso ver, no presente estudo, a lama, (Tabela 3 ) , com a qual 3,1% dos indivíduos tiveram contato, não representou um papel impor-tante como fonte de infecção (Tabela 4 ) .

Em 1982, o número de casos passou de apenas 8 registrados em janeiro, para 37 em fevereiro 3 9

, caracterizando um surto epidêmico coin-cidente com a maior precipitação pluviométrica do período. Fato seme-lhante foi verificado por vários pesquisadores 6,10,12,17,24,26,29,32.

No relatório do Centro de Informações de Saúde 3 8

referente à ocor-rência da leptospirose no município de São Paulo, em fevereiro e março de 1982, dos 51 casos registrados, em 45 foi possível a verificação do provável local de infecção (6 eram ignorados): 30 casos, ou seja 67%, estavam associados a enchentes. Muitos autores 1.4.11.13.14,27,40 relacionam C O N T A T O D O S C O A B I T A N T E S D E C A S O S C O N F I R M A D O S D E L E P T O S P I -R O S E H U M A N A C O M P O S S Í V E I S F O N T E S D E I N F E C Ç A O , M U N I C Í P I O D E

(8)

É P O C A E M Q U E O C O R R E U C O N T A T O D O S C O A B I T A N T E S D E C A S O S C O N -F I R M A D O S D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A C O M P O S S Í V E I S -F O N T E S D E

I N F E C Ç A O , M U N I C Í P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

Época Fontes de Infeccão N » %

— janeiro de 1982 enchente 1 1,4

— janeiro de 1983 enchente 4 * ] 5,6

— fevereiro de 1983 enchente 39

— janeiro de 1985 enchente 9 12,7 J 54,9 J

60,5

várias épocas não poças d'água nas proxi-determinadas midades do domicílio e

presença de ratos 6 8,5

sem contato 12 16,9

T o t a l 71 * 100,0

Alguns dos coabltantes referiam mais do que uma época.

a incidência da leptospirose com o contato do indivíduo com águas con-taminadas, de chuva ou de enchente.

Embora a Tabela 2 nos tenha mostrado 29,6% dos coabitantes como sendo de prendas domésticas, portanto, aparentemente não sujeitos ao risco de infecção por leptospiras que outras ocupações podem oferecer, pudemos observar na Tabela 3, que 42 coabitantes (67,8%) praticamente não precisavam sair de casa para correrem esse risco, devido aos episó-dios das enchentes.

A seguir, apresentaremos e discutiremos os achados referentes à condições de saneamento básico e de infra-estrutura urbana, das unidades residenciais dos coabitantes de casos de leptospirose humana estudados. A Tabela 5 nos mostra que 70,8% das unidades eram servidas por rede de esgoto.

Segundo LINS & L O P E S2 3

, a leptospirose humana nos países em desenvolvimento da América Latina é conhecida como um problema de saúde pública onde há associação entre más condições sanitárias e gran-des populações de ratos.

Outros autores ^9

'1 4

'2 9 , 3 1

'4 1

'4 2

(9)

D E S T I N O D O S D E J E T O S D A S 24 U N I D A D E S R E S I D E N C I A I S D O S C O A B I -T A N -T E S D E C A S O S D E L E P -T O S P I R O S E H U M A N A , M U N I C I P I O D E S. P A U L O ,

1984-85.

Destino dos Dejetos N » %

rede de esgoto 17 70,8

fossa séptica 3 12,5

fossa n e g r a 2 8,3

galeria 1 4,2

a céu aberto 1 4,2

T o t a l 24 100,0

Mesmo se considerarmos que esses dados se referem à doença leptos-pírica propriamente dita, e que no Estado de São Paulo o esgoto não é tratado1 9

, os dados referentes à população estudada são muito diferentes aos da literatura por nós consultada, pois mostram que: 70,8% das uni-dades residenciais eram servidas por rede de esgoto; 100% eram servidas por rede pública de abastecimento de água e 95,8% eram de alvenaria e a coleta de lixo era realizada em 91,7% das casas.

Por não se tratar, a priori, de estudo de famílias e sim de coabi-tantes em geral, não buscamos a renda familiar como parâmetro para análise do acesso do grupo estudado aos bens sociais. Entretanto, veri-ficamos que 13 (54,2%) das unidades residenciais eram casas próprias, 9 (37,5%) eram alugadas e apenas 2 (8,3%) era cedidas.

As unidades residenciais tinham, a nosso ver, o que consideramos boas condições de infra-estrutura urbana, porque 95,8% eram servidas por transporte coletivo nas proximidades, 79,2% tinham iluminação pú-blica e 75% eram em rua pavimentada.

No que diz respeito ao tipo de pavimentação existente nas ruas das unidades residenciais estudadas, verificamos que 70,8% era de asfalto. Embora à primeira vista este último dado pudesse parecer um aspecto positivo em relação à infra-estrutura urbana, é ele um fator agravante no que diz respeito ao binômio inundação-leptospirose. Sabemos que o asfalto impermeabiliza o solo e diminue a infiltração, favorecendo, con-seqüentemente, o acúmulo de água pluvial nas baixadas28

. A pavimen-tação que nos parece ideal, dentro dos métodos por nós conhecidos, é o uso de paralelepípedos, que poderia facilitar o escoamento areolar ou infiltração2 8

que aparece em apenas 4,2%.

(10)

A Secretaria de Planejamento37

, em sua análise sobre o espaço urbano, afirma que a produção desse espaço, ao longo do tempo, sofreu a influência de diferentes interesses que estavam em jogo. Esses inte-resses representariam os agentes de produção desse espaço e os que o consomem. Na primeira classificação estariam os proprietários e empre-sas do setor imobiliário privado, que compram e transformam os terrenos urbanos de acordo com seus objetivos de acúmulo de capital, os que produzem edificações e também os agentes que administram os serviços públicos. Na segunda classificação estariam os moradores das várias categorias sociais que pagam pelo uso do espaço de acordo com suas possibilidades econômicas, as empresas, o poder público e os especula-dores. Estes últimos, mesmo não usando a terra urbana, conservam-na como reserva de valor3 7

.

Assim, a nosso ver, é que surgem os chamados terrenos baldios que, apesar da coleta regular de lixo verificada em 91,7% das casas, conti-nuam recebendo grande quantidade diária de resíduos biológicos por parte de particulares. Tais terrenos surgem nas proximidades de 75% das unidades residenciais estudadas (18 casas).

T A B E L A 6

D I S T A N C I A A P R O X I M A D A E M M E T R O S , D E 18 U N I D A D E S R E S I D E N C I A I S D E C O A B I T A N T E S D E C A S O S D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A , E M R E L A Ç Ã O

A T E R R E N O S B A L D I O S , M U N I C I P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

Unidades Residenciais

Distancia N * %

< 10 13 1 72,2 1 \ 16 \ 88,8 11 - 100 3 J 16,6 J

101 - 200 1 5,6

201 - 300 1 5,6

T o t a l 18 100,0

(11)

D I S T A N C I A , A P R O X I M A D A E M M E T R O S , E N T R E 24 U N I D A D E S R E S I D E N -C I A I S D E -C O A B I T A N T E S D E -C A S O S D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A E

C O R R E N T E S F L U V I A I S , M U N I C Í P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

C o r r e n t e F l u v i a l

Distancia Rio Arftcanduva Afluentes Total

Distancia

N « % % N * %

10 - 100 6 25,0 9 37,4 15 1 62,4 I

19 [ 79,1

101 - 200 3 12,5 1 4,2 4 J 16,7 J

201 - 300 3 12,5

3 12,5

> 301 1 4,2 1 4,2 2 8,4

T o t a l 13 54,2 11 45,8 24 100,0

A seguir, nas Tabelas 8 e 9, procuramos estabelecer uma comparação entre o que foi relatado pelos doentes de leptospirose do ano de 1983, conforme consulta às suas fichas de investigação epidemiológica, sobre a presença de animais no domicílio ou em suas cercanias, e as infor-mações recolhidas no presente estudo sobre esses mesmos fatores.

Por meio dessas Tabelas podemos verificar que, em 1983, havia ratos em 83,3% das unidades residenciais estudadas, ou nas próprias depen-dências ou em suas proximidades (Tabela 8), segundo relato dos doentes No período estudado, tal porcentagem manteve-se (Tabela 9), tendo havido uma pequena variação apenas nos índices parciais.

Tais dados, mais os obtidos sobre as enchentes, nos fazem considerar que é preciso haver ação conjunta de todos os setores da sociedade, em um ataque simultâneo e a longo prazo, contra os diversos fatores predis-ponentes da leptospirose humana para, pelo menos, mantê-la a nível endêmico na população.

M A R T L N E2 5

(12)

apa-U n i d a d e » Residencíate

Presença de A n i m a i s N * %

ratos nas proximidades do domicilio 13 1 29,1 1 \ 20 \ 83,3 ratos no domicilio 7 J 54,2 J

cães no domicílio 3 12,5

coelho no domicílio 1 4,2

T o t a l 24 100,0

T A B E L A 9

P R E S E N Ç A D E A N I M A I S N A S 24 U N I D A D E S R E S I D E N C I A I S D O S C O A B I -T A N -T E S D E C A S O S D E L E P -T O S P I R O S E H U M A N A N A Í5POCA D A P E S Q U I S A ,

M U N I C Í P I O D E S A O P A U L O , 1984-85.

Unidades Residenciais

Presença de A n i m a i s N * %

ratos no domicílio 4 1 16,71 [ 2 0 [ 83,3

ratos nas proximidades do domicílio 16 j 66,6 J

cães no domicílio 3 12,5

coelho no domicílio 1 4,2

T o t a l 24 100,0

recimento ou crescimento de problemas ligados a essa intensa urbani-zação 28

.

Embora, na bibliografia consultada não haja registro de estudos comparativos entre a população murina do município antes e depois desse fenômeno, sabemos que, de maneira geral, ratos e camundongos vêm acompanhando o homem na maioria das áreas habitadas do mundo, com a estimativa da existência de um rato por habitante 7

; portanto, à medida que o homem se urbaniza, ele concentra, concomitantemente, uma popu-lação cada vez maior de animais ao seu redor, com os quais vive em estreito contato, tornando possível a contaminação recíproca4 3

.

114 Rev. Esc. Enf. VBP, Sáo P a u l o , « « ( 1 ) :103-131, 1988

(13)

Conquanto não tenham sido feitos estudos específicos relativos à expansão da leptospirose humana nos moldes em que GOLDBAUM1 8

relatou sobre a tripanossomíase americana, é provável que haja relação entre o crescimento demográfico, a proliferação murina, o processo de urbanização e a prevalência dessa infecção no município de São Paulo em função dos dados aqui expostos.

CONCLUSÕES

Apesar de ter sido esta uma pesquisa aleatória, o grupo estudado mostrou certa homogeneidade em sua composição, no que diz respeito a sexo, ocupação, grau de escolaridade e procedência.

Os dados relativos a escolaridade e meio ambiente revelaram que o grupo desfrutava de relativo acesso aos bens sociais.

O grupo não apresentou práticas ocupacionais ou recreacionais de risco. Entretanto, cerca de um ano e meio após o surto de 1983, per-sistiam no ambiente fatores de risco de infecção leptospírica, como enchentes e presença de ratos.

SOUZA, D. de Human leptospirosis —infection in inhabitants of the Aricanduva river valley, São Paulo city, Brazil, 1984-5; part. 1 — aspects related to the studied group and the environment. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 22(1):103-121, Apr. 1988.

The article approachs the investigation, from the epidemiological point of view, of one zone that had been flooded in 1983 by the Aricanduva river and its tributaries in the east side of the São Paulo city, Brazil. At that time, zone was affected by human leptospirosis, confirmed by laboratory tests. For the present survey, a popu-lation of 61 inhabitants of the region, who dwelled with subjects affected by leptos-pirosis was studied, in order to establish the level of infection of leptospira remaining in that population. In this paper, the author describes the aspects relatives to the studied group and their environment. It was found that eighteen months after the 1983 outbreak of the disease (1984-5) there still persisted in the environment, risk factors of leptospirotic infection such as floods and the presence of rats. In a next paper, the author will describe the sorological aspects of this investigation.

UNITERMS: Leptospirosis. Public health. Epidemiology.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Serviço de Controle de Zoonoses. Leptospirose. B o l . inf. mena. Contr. Zoon. u r b . , São P a u l o , 2(12 s u p l . ) :286-93, 1979.

32. S A O P A U L O ( C i d a d e ) . Secretaria de H i g i e n e e Saúde. Divisão de Controle de Zoonoses. Serviço d e Controle d e Zoonoses. Leptospirose. Boi. inf. mens. Contr. Zoon. u r b . , São Paulo, 3(12 supl.) :293-7, 1980.

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leptospirose. B o i . inf. mens. Contr. Zoon. u r b . , São P a u l o , 6(2):135-8, 1983. 35. S A O P A U L O ( C i d a d e ) . Secretaria d e H i g i e n e e Saúde. Divisão de Controle d e Zoonoses.

Serviço de Controle de Zoonoses. Controle d e leptospirose: Investigação foco de leptospirose. B o L inf. mena. Contr. Zoon. u r b . , São P a u l o , 6(3):190-1, 1983.

36. S A O P A U L O ( C i d a d e ) . Secretaria de H i g i e n e e Saúde. Divisão de Controle d e Zoonoses. Serviço de Controle de Zoonoses. Controle d e leptospirose: investigação foco de leptospirose. B o i . Inf. mens. Contr. Zoon. u r b . , S. P a u l o . 6(4):30, 1983.

37. S A O P A U L O ( C i d a d e ) . Secretaria do Planejamento. Diagnóstico da cidade em seus aspectos físico», social» e econômicos — P r é - d e b a t e . São P a u l o , 1985.

38. S A O P A U L O ( E s t a d o ) . Secretaria de Estado d a Saúde. Centro de Informações de Saúde. Casos de leptospirose por local provável de infecc&o, segundo a situação q u e ocasionou a doença — Municipio de São P a u l o , fevereiro e março de 1982. São Paulo, 1982. p.13. ( m l m e o g r a f a d o ) .

39. S A O P A U L O ( E s t a d o ) . Secretaria de E s t a d o da Saúde. Centro de Informações de Saúde. D i a g r a m a d e Controle d o Índice Pluvlométrico — Municipio de São P a u l o , 1982. São P a u l o , 1982. p.12. ( m i m e o g r a f a d o ) .

40. 8 Z Y F R E S , B . L a leptospirosls como problema de salud humana y animal en America L a t i n a y el area del Caribe. I n : R E U N I O N I N T E R A M E R I C A N A S O B R E E L C O N -T R O L E D E L A F I E B R E A F -T O S A Y O -T R A S Z O O N O S I S , 8«. Guatemala, 1975. W a s h i n g t o n , Organización Panamericana de la Salud, 1976. p.125-41. ( P u b l . cient., 816).

41. T I S H C H E N K O , L . M . Leptospirose humana em Salvador, B a h i a : aspectos sócio ambientais. Salvador, 1980. 91p. (Dissertação d e mestrado — Curso de Saúde Comunitária, U F B a ) . 42. V E L A Z Q U E Z , J . Z . ; C A N T A R E I J i , J . P . ; C A S T I L L O , M . F . & C E N T E N O , A . G . D . L a

leptospirosls en Y u c a t á n : estudio sorológlco en humanos y animales. Salud publ., México, 26:234-9, 1984.

43. Y A S U D A , P . H . Leptospirose em cães errantes d a cidade de São P a u l o . São P a u l o , 1979. 92p. ( T e s e de doutoramento — Instituto de Ciências Biomédlcas, U S P ) .

(16)

ANEXO I

G o v e r n o d o E s t a d o d e São Pauto

S e c r e t a r i a d e E s t a d o d a Saúda

Ficha de Investigação Epidemiológica

L E P T O . S P I R Ó S E

•N °

D a t a d a

notificofão / / ,

1. Idenfif i CAÇOO

ORS OS CS

N o m e da d o e n t e

O a r o d o n a s c i m e n t o / / i d a d e S e x o

Endereço |n.°

B o n r o

L o c o i i d a d e D i s t r i t o / s u b d i s t r i t o Município P o n t a s d *

referência

Ocupação L o c a i d e t r a b a l h o L o c a l onde

2. Hospitalizooào

• s i m • noo

D o t a d e internação o u

a t e n d i m e n t o a m b u l a t o r i a l / / N o m e do

h o s p i t a l

N o m e d o a m b u l a t o r io

3. Manifestações cl (nica* (sinais • sintomas) D a t a a o s p r i m e i r o s sintomas

• F e b r e •c a l a f r i o * • M i a l a i a s Dcefaléia • i c t e r i c i a

• H i p e r e m i a d * c o n j u n t i v a • P o l i u r i a • O l i g u r i a • H e m o r r a g i a s

4. DadOt laboratoriais { l«>a atentamente as instruções antes d e p r e e n c h e r e s t e i t e m )

Sorogglutinacão On5o O s i m

A- t * a m o s t r o

D o t o

/ /

R e s u l t a d o Sorogglutinacão On5o O s i m

A- t * a m o s t r o

( s o r o t i p o ] ( t í t u l o )

( s c r o t i po! ( t í t u l o )

( t o r o t i p o ) ( t í t u l o )

B - A a m o s t r o s e g u i n t e c u j o , r e s u l t a d o t e n h a s i d a p o s i

-t i v o

/ /

B - A a m o s t r o s e g u i n t e c u j o , r e s u l t a d o t e n h a s i d a p o s i

-t i v o

( s o r o t i p o ! (título)

( s o r o t i p o ) ( t i t u l o )

( s o r o t i p o ) ( t i t u l o )

D o s a g e m d a uréia • Não • sim -

_ / _

D o s a g e m d e c r e a t i n i n e • Não • Sim _

_ / _ _ / _

D o s a g e m d e potássio ( K) • n3o • Sim _ _ / _ . - / _ D o s a g e m d e t r a n s a m i n a s e s • Não • sim _

„ / _

- /

C o n t a g e m d e p l a q u e t a s • nõo • S i m _

_ /_

_/___

O u t r o s e x a m e t •N a o • S i m _

_ / _

- . / _ E s p e c i f i c a r

L a b o r a t ó r i o • I A L •O u t r o - E s p e c i f i c a r

6. EvOlUÇOO do COM S u b m e t i d o a d i o l i s * O S i m • Nõo Üi g n o r a d o A l t a p o r D o u r o •ó b i t o • t r a n s f e r e n c i a doto

D a t a d a a l t a o u transferencia / /

6. Dtognóttico definitivo

L e p t o s p i r o s e Osim Dmoo - N e s t e c a s o e s p e c i f i c a r o o u t r o diagnóstico 7—

r - i r - i - . - . c l i n i c o C r i t é r i o de confirmação utilitário L I l a b o r o t o r i a t U c l i n i c o U epidemiológico

7. Presença de animai» nos locais freqüentados nos i O dias que antecederam os sintomas

• cãee Q r o t o s no l o c o l d e t r a b a l h o Q i g n o r o d o

• ratono domicílio •r a t o n a s p r o x i m i d a d e s d a domicílio •o u t r o . -. • •

jj^H^T Centro ds

m j ^ ^ ^ ^ tifonruooes da

(17)

8. Situoçôes ocorridas not 20 dios qus antacsdsram os primtiros sintomas

L o c a l p r o v a ' v e l d e infecção D o t a Localização l r u ó , n ? , b a i r r o )

Q C o n t a c t o c o m e n c h e n t e n o domicílio o u p r o x i m i d a d e s i t — • Contoçto c o m e n c h e n t e e m o u t r o l o c a l q u e n f i o

domicílio o u p r o x i m i d a d e s

E s p e c i f i c a r : / — . / . .

Q L a i e r e m a r e a s inundada»

E s p e c i f i c a r ' : . . — / — / —

• C o n t a c t o c o m f o s s a s , e s g o t o s , a g u a s s e r v i d a s , «te.

' E s p e c i f i c a r : / — / • C o n t a c t o c o m r i o st c ó r r e g o s , l a g o a s , r e p r e s a s p o r o

a t i v i d a d e s r e c r e a t i v o s

E s p e c i f i c a r : — f — I . — Q C o n t a d o c o m r i o s , c ó r r e g o s , l a g o a s , represos p a r a

a t i v i d a d e s n o g r e c r e a t i v a s

E s p e c i f i c a r : , / /

Q A t i v i d a d e p r o f i s s i o n a l q u e e n v o l v e r i s c o d e infecção

FIOECIF ¡car __ / / _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ PREENCHER os i t e n s 9 E 10 SOMENTE SE o l o c a l ( o u u m d o s l o c a i s prováveis d e infecção) for o domicílio ou p r w i m i d a d s s

9. O domicílio do pacisnts fica próximo a :

R i o s , córregos Q S t m QNÒO U I g n o r a d o

Depósitos d e M x o Q S i m O Não D l g n o r o d o

T e r r e n o b a l d i o O ^ S j ^ ^ ^m m u m m m mu^m^m^mmm^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^

10. Sonsamonto básico na drsa do domicílio Disposição d o li

C o l e t a Público QNÒO. "QS"" - N ° d e v e z e s p o r s e m a n a

U t i l i z a o serviço d e c o l e t a pública d e I ixo Q s i m O N a o - esclareça o m o t i v o .

O u t r a s disposições d o l i x o : D Q u e i m a Q T e r r e n o b a l d i o O E n t e r r a LDCòrreoo D O u t r o - E s p e c i f i c a r

E x i s t e acúmulo d e l i x o n a s r e d o n d e z a s G S i m O N d o O I g n o r o

Água •A b a s t e c i m e n t o público • Poço D o u t r o .

D e s t i n o d o e dejetos • R e d e p ú b l i c o d e e s g o t o D F o s s a s e c a Ü A c e ' u a b e r t o • F o s s a n e g r o [ H r m ™

11. Msdidas tomadas

F o i c o m u m e o d o a o órgão m u n i c i p a l responsável p e l o s m e d i d a s d e c o n t r o l e • Não Q S i m - D a t o / / L o c a l :

P e s s o a q u e r e c e b e u o común i c o d o ;

12. Outras medidas tomadas:

Obtsrvaçôss:

V i s i t o rx> c o s o ( i t e m 1 a 8 ) r e a l i z a d o p o r : N o m e

A s s i n a t u r a C a r g o

o u função D a t a / / A s s i n a t u r a

Comunicação p a r a v i s i t a a residência e / o u l o c a l provável d e infecção e n v i a d a p a r a :

cs | D S

V i s i t a a residência e / o u l o c a l provável d e infecção ( i t e n s 1,7 a I I ) r e a l i z a d a p o r : N o m e

A s s i n a t u r a C a r g o

o u funçoo D a t o / / A s s i n a t u r a

N o m e d o responsável

(18)

ANEXO tf

I N V E S T I G A Ç Ã O S O R O - E P L O E M I O L Ô G I C A D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A

F I C H A I N D I V I D U A L N «

1. N o m e do caso. - Ficha de notificação n»... Endereço - - AR...

Identificação do contato

N o m e S*xo.

D a t a de nascimento Relação com o casa....- _ _..

Naturalidade... - G r a u de instrução..

Profissão/ocupação Salário Local onde trabalha: Rua.

Local onde estuda: Rua. „

3. Contato com fontes comuns de infecção (durante o ano de 1983)

Localização

D a t a ( r u a , n», bairro)

• Contacto com enchente no domicílio

ou proximidades —/...„/...._ • Contacto com enchente e m outro local

que não domicilio ou proximidades

Especificar: — y._..y....„

-• L a z e r cm áreas inundadas

Especificar: _ /...y. • Contacto com fossas, esgotos, á g u a s

servidas, etc.

Especificar: - / J

• Contacto com rios, córregos, lagoas, represas p a r a atividades recreativas

Especificar: „. „ y....y...._

• Contacto com rios, córregos, lagoas, represas p a r a atividades nfio recrea-tivas

Especificar: .... J J— • Atividade profissional que envolve

risco de infecção

Especificar: „

J....J....-Doenças durante o ano de 1983 A g u d a s .

Crônicas

Anübioticoterapia (tipo, época, d u r a ç ã o ) .

5. D a d o s laboratoriais

Sangue colhido em. _ .. „ enviado ao laboratório em

Soroaglutinaçao realizada em. Resultado:

( S o r o t i r x > r (título)™" (Sorotlpoj (título)

(Sorotipo) (título) ( S o r o ü p o ) (título)

120 Rev

- E9C - Ení

' USP

' 8*° Pa u l

(19)

I N V E S T I G A Ç Ã O E P I D E M I O L Ó G I C A D E L E P T O S P I R O S E H U M A N A

F I C H A F A M I L I A N » . '

(n* d a ficha de notificação)

N o m e do caso N » de ordem~ .„

Endereça „ _

Referência. „ „ _

Membros „ ,

1. „

2 „.„

4 „

5

6 „

8 _

9

10 „

-H A B I T A Ç Ã O

C A S A : própria ( ) a l u g a d a ( ) cedida ( ) unlfamiliar ( ) coletiva ( ) apartamento ( ) favela ( )

D O R M I T O R I O S : N « ( ) N » de pessoas/dormit ( )

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