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Avosidade: visão das avós e de seus netos

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

ALESSANDRA RIBEIRO VENTURA OLIVEIRA

AVOSIDADE: VISÃO DAS AVÓS E DE SEUS NETOS

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2 ALESSANDRA RIBEIRO VENTURA OLIVEIRA

AVOSIDADE: VISÃO DAS AVÓS E DE SEUS NETOS

Dissertação apresentada como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre em Gerontologia do Programa de Pós–Graduação Stricto Sensu

em Gerontologia, Universidade Católica de Brasília, 2009.

Orientadora: Profª. Drª Lucy Gomes Vianna Co - orientadora: Profª. Drª Carmen Jansen de Cárdenas

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3 FOLHA DE APROVAÇÃO

Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira Avosidade: visão das avós e de seus netos

Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gerontologia do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Católica de Brasília.

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Dra Lucy Gomes Vianna - Orientadora Universidade Católica de Brasília - UCB

Profª. Dra Carmen Jansen de Cárdenas - Co-orientadora Universidade Católica de Brasília - UCB

Profª. Dra Isolda de Araújo Günther – Ex. externa Universidade de Brasília - UNB

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DEDICATÓRIA

Às minhas orientadoras Prof. Dra Lucy Gomes e Dra Carmen Jansen de Cárdenas pela confiança depositada em minha pessoa.

À minha mãe por todo o apoio que tem me prestado durante o mestrado.

Aos meus avós, fonte de lembranças que contribuíram para a realização deste projeto.

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5

AGRADECIMENTOS

A Deus, por guiar todas as minhas realizações durante o mestrado.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação do Mestrado em Gerontologia pela dedicação, ensinamentos, amizade, incentivo e experiência partilhada.

Ao secretário do Programa de Gerontologia Wellington Pereira Santos Brandão pela atenção e paciência desde o início do curso.

À minha querida família, ao meu esposo João Carlos, aos meus filhos João Carlos Filho e Aléxia e à minha secretária e braço direito Aureny pela paciência dedicada a mim.

Aos meus colegas de trabalho pela energia positiva que a mim transmitiram durante o curso.

Aos colegas do Mestrado em Gerontologia por compartilharem os momentos bons e ruins durante todo o curso.

E a minha amiga Fernanda por fazer parte dessa etapa da minha história.

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6 ¨Jessie herdara da avó os cabelos ruivos, os olhos verdes e o queixo pontudo, além do nome, Jéssica. No entanto, mais importante do que o nome ou a aparência, Jessie e a avó tinham em comum o gosto pelas histórias, pela música e pela fantasia, que faziam com que apreciassem tanto a companhia uma da outra. E havia algo mais. Elas simplesmente se entendiam. Fora sempre assim, até onde a memória da menina podia alcançar .¨ ( RODDA, 2007, p.10)

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RESUMO

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8 proximidade com seus netos no período da infância. Relação esta, que o estudo demontrou ser reconhecida pelos respectivos netos.

Palavras-chave: relações intergeracionais, avós e seus netos, avosidade.

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ABSTRACT

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10 grandmmothers have according to the study a closer relation with their grandchildren durin the childhood. Ths relation looks like recognized for the respective grandchildren.

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11

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...13

1 JUSTIFICATIVA...17

2 OBJETIVO GERAL...19

3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA...21

3.1 O Envelhecimento...22

3.2 O indivíduo idoso na família atual...25

3.3 Avosidade...28

3.3.1 Relação entre avós e seus netos ...31

3.3.2 Estilos de avós...33

4 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES E MÉTODOS...37

4.1 Tipo de estudo...38

4.2 Seleção dos participantes...39

4.3 Estratégias Metodológicas... 39

4.4 Análise dos resultados ... 40

4.5 Questões Éticas...41

5 RESULTADOS...43

5.1 Análise das entrevistas das avós...44

5.2 Perfil dos netos e análise...54

6 DISCUSSÃO...59

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...65

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...66

8 ANEXOS...69

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ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)..70

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14 Ao aproximar gerações, objetiva-se quebrar barreiras geracionais, eliminar preconceitos e vencer discriminações ( PAZ, S.F. et al , 2000, p.153).

As relações dos netos com seus avós constituem uma linha de investigação, onde torna-se necessário abordar uma perspectiva bidirecional e interativa, pois cada questão que se discute, depende da interação de ambas perspectivas ( TRIADÓ et al, 2000, p.110)

A arte de ser avós pode ser vista como um aspecto privilegiado da arte de ser pais de filhos adultos, de partilhar idéias e experiências dentro da nova condição de simetria que os filhos atingem ao se tornarem pais ( ARATANGY & POSTERNAK, 2005, p.36).

A importância da mutualidade da relação entre avós e netos foi reconhecida principalmente durante a década de 80 e desde então o interesse nos estudos sobre avós cresceu consideravelmente. Dentre os fatores que contribuíram para esta situação está o aumento da expectativa de vida atual que tem permitido maior tempo de permanência dos indivíduos na função de avós. ( DIAS & SILVA,1999, p.118).

O século XXI será o século dos avós . Entre a população dos Estados Unidos, cerca de 50% tornam-se avós entre 49 e 53 anos, além de passarem 30 a 40 anos exercendo a avosidade. Na França, cerca de 80% das avós têm mais de 65 anos e 50% destas se tornarão bisavós. Em torno de 20% das mulheres com mais de 80 anos são tataravós. Na Inglaterra, quase metade da população tem netos e cerca de 25% destes são os principais cuidadores destas crianças, passando em média, 6 horas por semana substituindo os pais (ARATANGY E POSTERNAK, 2005, p.22).

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15 Um número menor de netos potenciais entra em relação com um número crescente de avós, que estão cada vez mais jovens. A idade se torna uma variável isolada e conflituosa na relação entre avós e netos ( CASTRO, 1998, p.125).

O relacionamento entre avós e netos pode ser marcado pelo prazer e brincadeiras que ocorrem na infância, mas à medida em que os netos crescem, outros significados poderão adquirir relevância ( DIAS & SILVA, 2003, p. 59).

O acesso aos avós, no período da infância, é controlado pelos pais, principalmente para aqueles que não moram próximos ( DIAS & SILVA, 2001, p.55 ).

Os netos exercem fundamental importância na vida dos avós e o contato entre avós e netos pode ser essencial para as pessoas que estão envelhecendo ( ARAÚJO & DIAS, 2002, p.92).

A velhice é um conceito multifatorial, contemplado não apenas pelas transformações biológicas e cronológicas, mas também por questões sociais e culturais. Ao estabelecer um paralelo entre a velhice e a infância é possível resgatar lembranças sobre velhos ou sobre a velhice que ainda não foram vivenciadas ( GUSMÃO, 2003, p.49.).

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16 É de grande importância conhecer e entender a visão das avós e de seus netos a respeito de suas relações. Quais os sentimentos e as expectativas que os netos ou netas, no período da infância, trazem em relação a suas avós? Quais os valores que ambas as partes atribuem a essa relação? Esses netos ou netas já pensam na velhice?

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19 1

OBJETIVO GERAL

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20 O objetivo geral do estudo é investigar a relação entre avós e seus netos durante o período da infância, de acordo com a perspectiva das avós e dos seus netos, sob os seguintes aspectos fundamentais:

● atividades realizadas em comum entre avós e seus netos;

● responsabilidades que as avós possuem com seus netos;

● percepção das avós em relação à qualidade de contato com seus netos à medida em que crescem;

● as características que as avós percebem em seus netos;

● existência de diferenças significativas nas questões anteriores de acordo com a linha familiar da avó.

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(22)

22 Inicialmente foram revisados estudos a respeito do envelhecimento humano. Em sequência, foi abordada a inscrição do indivíduo idoso na família atual e o tema avosidade, focando a relação entre avós e seus netos no período da infância.

2.1 O ENVELHECIMENTO

O envelhecimento populacional é fenômeno mundial proeminente. O crescimento elevado do contingente idoso é resultado da alta fecundidade prevalecente no passado, comparativamente à atual e à redução da mortalidade ( IBGE, 2000).

Atualmente, não se pode dizer que o Brasil seja um país jovem. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera uma população envelhecida quando a proporção de pessoas com 60 anos ou mais atinge 7% com tendência a crescer. De acordo com o último Censo Populacional em 2000, os brasileiros com 60 anos ou mais somavam 14.536.029 indivíduos, representando 8,6% da população total (Keller et al, 2002). De acordo com as projeções da OMS, até 2025, a população de idosos no Brasil crescerá dezesseis vezes contra cinco vezes a população total, o que o tornará o sexto colocado em população de idosos no mundo ( IBGE, 2002 ).

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23 Há diminuição da sensibilidade dos mecanismos homeostáticos de forma dinâmica e progressiva, aumentando a suscetibilidade a doenças ( LENARDT et al, 2001, p. 93).

O envelhecimento é característica dos seres vivos. As definições para esta etapa da vida são várias ( BOTELHO, 2007, p.192).

Para a definição de velhice, são consideradas outras características pessoais como estado físico, doenças, história pessoal e profissional, equilíbrio familiar e social ( MORAGAS, 2004, p.133).

¨A velhice é o que acontece às pessoas que ficam velhas; impossível encerrar essa pluralidade de experiências num conceito, ou mesmo numa noção. Pelo menos, podemos confrontá-las umas com as outras, tentar destacar delas as constantes e dar as razões de suas diferenças¨ ( BEAVOUIIR, 1990, p.345).

Muitas teorias tentam explicar os mecanismos do envelhecimento, diferenciando-se em dois grandes grupos: as teorias de programação que consideram o envelhecimento dependente de fatores genéticos, com programação genética da senescência celular sendo os genes ligados ao envelhecimento acionados à medida em que a idade aumenta; e as teorias de lesão que descrevem a presença de lesão aos sistemas homeostáticos, como acúmulo progressivo de danos a macromoléculas, causado por outras macromoléculas produtos do metabolismo normal, como os radicais livres de oxigênio. Provavelmente, fatores de ambas teorias contribuem para o envelhecimento fisiológico ( HOLLIDAY, 1995,p.62).

Além das mutações biológicas visíveis, o envelhecimento também é marcado por determinantes sociais que tornam as concepções sobre velhice variáveis de indivíduo para

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24 ¨O processo de envelhecimento e sua consequência natural, a velhice, culminando com a morte são preocupações da sociedade moderna, decorrentes do crescimento da parcela idosa da população, com relação aos demais grupos etários. Esta transição acarreta mudanças e desafios para a sociedade em todos os seus aspectos, tanto sociais, políticos, econômicos e culturais quanto naqueles que se referem à ciência, à saúde e à tecnologia¨ ( NÓBREGA & KARNIKOWSKI, 2007, p.9).

O envelhecimento do sexo feminino envolve fatores que o torna mais lento que o do sexo masculino. Entre eles estão: ação dos hormônios femininos, níveis mais altos de IgM e influência dos cromossomos sexuais. As mulheres também são mais atentas à sua saúde procurando assistência médica mais precocemente que os homens ( CARVALHO FILHO & NETTO, 1994, p. 194).

O envelhecimento bem-sucedido envolve valores e exige a consideração de aspectos objetivos e subjetivos. Significa preservar a independência, manter-se realizando diversas atividades e com diversificada rede de relações sociais, preservar a saúde, sentir-se mais jovem e ter coragem para solicitar ajuda ( KHOURY, 2005).

2.2 O INDIVÍDUO IDOSO NA FAMÍLIA ATUAL

Os recursos financeiros que uma família dispõe para suprir suas necessidades não depende apenas das oportunidades do mercado de trabalho. O ciclo familiar determina quais os membros serão liberados para o trabalho e quais terão obrigações de cuidar dos outros ( CAMARANO et al, 2004, p.145).

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25 Em 2003, cerca de 9% da população brasileira apresentava idade acima de 60 anos, sendo que aproximadamente 26% dos domicílios brasileiros continham pelo menos uma pessoa idosa. Deste esta época até os dias atuais, a chefia de família passou a ser o status predominante das mulheres idosas brasileiras ( CAMARANO et al, 2004, p.147 ).

Cerca de dois milhões (13,3%) dos idosos brasileiros não são capazes de lidar com as atividades mais básicas como comer ou ir ao banheiro sozinhos, sendo que destes, 58% são mulheres. Em torno de um milhão e meio (11%) não têm renda, dois quais 80% são mulheres, provavelmente o que as leva a morar em casa de outros parentes. A falta de autonomia e ausência de rendimentos são os principais determinantes da dependência dos idosos ( CAMARANO et al, 2004, p.151).

As mulheres idosas representam proporção maior de dependentes do que os homens idosos, com conseqüente menor autonomia. O homem, em geral, aparece como chefe de família mesmo tendo perdido autonomia, pois possui uma esposa para cuidar dele ( CAMARANO et al, 2004, p.165).

Os idosos no Brasil e na América Latina em geral, não apenas recebem, mas prestam ajuda na forma de bens, serviços ou dinheiro caracterizando a transferência de apoio informal entre o idoso e a família como um processo de intercâmbio recíproco entre as gerações. Os benefícios previdenciários também contribuem de forma importante para que as famílias brasileiras com idosos estejam em melhores condições econômicas que as demais ( FREITAS et al, 2006, p.1398 ).

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26 posições de autoridade, para o modelo moderno formado pelo casal heterosexual e seus filhos, no qual a criança ocupa lugar de destaque ( DEBERT, 1999).

As relações familiares são as que o idoso vive com mais intensidade e assiduidade. Atualmente, é possível encontrar a convivência de até quatro gerações em um mesmo lar. Nas últimas décadas, as configurações familiares mudaram radicalmente nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Aumentaram o número de avós e o número de anos que uma pessoa vai viver como avó. Os idosos estão vivendo mais e os jovens estão adiando a idade em que saem da casa dos pais ( CAMARANO et al, 2004, p.153).

Há pessoas de 60 anos ou mais cuidando de seus bisnetos e de seus pais idosos simultaneamente. O número de famílias com idosos vem crescendo e o maior crescimento ocorreu onde o idoso é responsável pelo domicílio ( FREITAS et al, 2006, p.1397).

No Brasil, os arranjos familiares com a presença de idosos podem ser divididos em dois grupos: as famílias de idosos, onde o idoso é o chefe ou o cônjuge; as famílias com idosos, onde o idoso é parente do chefe da família ou do cônjuge. No período de 1980 a 2000, a proporção de arranjos familiares com a presença de idosos passou de 21,1% para 24,1%. Esse aumento ocorreu principalmente na família de idosos, passando de 17,1% para 20,9%. Neste mesmo período, as famílias com idosos diminuíram tanto em número absoluto como proporcionalmente, o que pode ser relacionado à diminuição da dependência funcional ou financeira dos idosos ( FREITAS et al, 2006, p. 1403).

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27 compostas pela mãe e seus filhos e por mulheres vivendo sozinhas ( CAMARANO et al, 2004, p.159).

A família atual está sendo marcada pelo compartilhamento de experiência, valores, apoio financeiro e emocional entre gerações, especialmente entre avós e netos. Na relação pais e filhos há uma dinâmica interna na aquisição de conhecimentos que recebe inluências do ambiente externo (Castro,1998). O que acontece em determinado momento em uma determinada família, inserida em uma dada cultura, dependerá do que foi transmitido de geração para geração ( FREITAS et al, 2006, p. 1401).

2.3 AVOSIDADE

Os termos vovozice ou avosidade estão sendo empregados como denominação de uma problemática humana conflitiva: o neto representa promessa de vida em relação a certos ideais e morte em relação ao declínio físico e e à consciência de finitude (Aratangy & Posternak, 2005, p. 38). Avosidade não remete a uma idade cronológica, mas a laço de parentesco localizado nas filiações trigeracionais, do ponto de vista pessoal, familiar e social (REDLER, 1986, p.10).

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28 ¨ A importância dos netos para os avós é eloqüente e negar o acesso dos avós a seus netos pode ser nocivo para ambos¨ ( ARATANGY & POSTERNAK, 2005, p.58).

Avosidade é uma função intimamente ligada à maternidade ou paternidade. Possui um papel importante e determinante na formação psíquica do neto ou neta em questão. Essa função parece ser mais importante para a mulher que para o homem, pois a mulher tem uma tendência a ser ativa e participante, além de comprometida preferencialmente com aspectos emocionais e da saúde do neto. Os homens, por sua vez, participam do lazer, preocupam-se com os estudos e o trabalho. Tanto os homens quanto as mulheres tendem a se relacionar mais com os netos filhos de seus filhos prediletos ( FREITAS et al, 2006, p.1427).

A função de avô ou avó está sempre presente, independente se for aceita ou não. Torna-se um dos aspectos privilegiados no qual os conflitos familiares mais profundos e de difícil resolução podem se manifestar. Requer elaboração do questionamento do próprio papel como filho e como pai, na tentativa de não repetir os erros e de compensar as faltas ( FREITAS, 2006, p.1429).

A chegada de um neto pode representar uma realidade de novas responsabilidades, além de gerar sentimentos que os levem a afastar-se da intimidade ( Griffa & Moreno, 2001). A avosidade opera estruturando o psiquismo, atravessando a subjetividade, ocupando um lugar na história de cada sujeito: o lugar de pai-mãe de seu pai-mãe (FREITAS et al, 2006, p.1439).

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29 relacionados com o histórico da família – nos defrontamos com sofrimentos psíquicos intensos¨ ( FREITAS et al, 2006, p.1339 ).

Algumas situações, como dissoluções de casamentos, estão cada vez mais, fazendo parte do cotidiano das famílias. Atualmente, há um alto índice de separação. Os avós são considerados, após os cônjuges e seus filhos, os parentes que mais sofrem as consequências desfavoráveis do rompimento. São influenciados pela separação do filho ou da filha e provavelmente encontram-se numa fase estável nas suas vidas e podem prestar assistência emocional e instrumental a seus filhos, genro, nora e netos. Desempenham, assim, um papel mais atuante ( ARAÚJO, 2002, p.100 ).

2.3.1 RELAÇÃO ENTRE AVÓS E SEUS NETOS

O aumento do número de avós, quem são cada vez mais jovens, está proporcionando maior contexto relacional ( MORAGAS, 1997, p.102 ).

Mais de um em cada dez idosos desempenham, no mínimo por seis meses, o papel de cuidadores de seus netos. A relação entre avós e netos era considerada de uma forma unitária, com pouca consideração da singularidade, da diferença e da heterogeneidade que ela pode construir ( FINGERMAN, 1998, p.405 ).

O número de atividades conjuntas entre avós e netos não é considerado elevado. Em contrapartida, existe um elevado vínculo afetivo dos avós para com seus netos, dando-se a troca neste sentido e não ao contrário, em termos de ajuda, conselhos e cuidados ( TUR, 2000, p.60 ).

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30 poucos estudos realizados sobre a importância dos avós para os netos, na infância ou na adolescência ( DIAS & SILVA, 2003, p.61).

As avós aparecem como participantes mais frequentes da vida dos netos, influenciando-os no comportamento, na personalidade e na consciência psicossocial. As netas demonstram ser mais propensas a manter um relacionamento íntimo com as avós do que os netos ( OSUNA, 2006, p.16 ).

A criança conhece sua história de vida, resgatando-a e aprendendo a valorizar sua cultura e seus valores através da convivência e diálogo com seus avós, pois o processo de viver e envelhecer é contínuo.

¨ [...] meu avô fazia carrinho de madeira.¨

¨ [...] minha avó pulava corda, brincava de pega-pega e de cola.¨ ¨ [...] a vó conta que , quando ela era pequena, não tinha guarda-chuva, ela usava um saco de açúcar na cabeça ¨ ( MAZUTTI & SCORTEGAGNA, 2006, p.103).

Com essa aproximação, as crianças percebem que as avós já foram crianças e através dessa troca, desenvolvem afeto, solidariedade e cuidado mútuo, o que confirma o pressuposto de que a concepção da velhice está relacionada com o contexto familiar, que permite uma transformação recíproca ( MAZUTTI & SCORTEGAGNA, 2006, p.104 ).

As crianças podem construir uma concepção positiva da velhice, fortalecendo seu relacionamento com os idosos e transmitindo-lhes sua vitalidade e alegria ( MAZUTTI & SCORTEGAGNA, 2006, p.106 ).

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31 2. ESTILOS DE AVÓS

A importância das relações entre avós e seus netos aumentou a partir dos anos 80 devido ao aumento da expectativa de vida, levando ao aumento do número de famílias multigeracionais, com consequente aumento da importância das relações e trocas intergeracionais ( OSUNA, 2006, p.16).

Em estudo realizado por Neugarten, em 1964, entrevistando 70 avós de classe média, foram estabelecidos cinco estilos diferentes de avós:

1. Divertidos: estilo tranquilo, não autoritário de relacionar com os netos, em busca de diversão;

2. Formais: comportamento rígido e tradicional, autoritário; 3. Distantes: raramente visitam seus netos ou são visitados;

4. Cuidadores: assumem importantes responsabilidades e cuidados com seus netos praticamente todos os dias;

5. Conservadores da sabedoria familiar: guardiões da história familiar, contêm informações das raízes familiares.

( NEUGARTEN & WEINSTEIN, 1964, p.201 ).

São descritos quatro estilos de exercer avosidade, que variam ao longo da vida e se diferem de acordo com cada neto:

1. Permissivo: se preocupam em fazer o moralmente correto com seus netos, os mimam e são indulgentes;

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32 3. Individualista: visualizam nos netos um caminho para manter-se ou converter-se em velhos e solitários;

4. Tirano: enfatizam um aspecto da relação ou em ser avó ou avô em geral (OSUNA, 2006, p.17).

Em outra classificação os estilos de avós são divididos em três grupos:

1. Avós companheiros: estilo informal, afetivo, que visitam seus netos com frequência; 2. Avós tiranos: estilo formal, reservado e que visitam muito pouco seus netos;

3. Avós invólucros: envolvidos em uma troca de serviços com seus netos, oferecem disciplina e os visitam em média a cada dois meses.

( CHERLIN & FURSTENBERG, 1985, p.99 )

De acordo com a seguinte classificação, dividindo os avós em quatro grupos:

1. Estar aí: a presença dos avós é tranquilizadora frente aos momentos difíceis ou de tensão na família, como em uma separação. Os avós proporcionam uma estabilidade aos filhos e aos netos;

2. Guardião nacional da família: Disponível em caso de emergência; 3. Árbitro: Papel de negociar e preservar os valores da família;

4. Conservador da biografia da família: Proporcionam um sentimento de continuidade para a família, ensinando aos seus netos sobre as tradições familiares ( BENGTSON & ROBERTSON, 1985).

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33 1. Nível de atitude: corresponde às normas que determinam os direitos e obrigações dos avós;

2. Nível de conduta: se refere às atividades que os avós realizam com seus netos; 3. Nível emocional ou afetivo: relacionado com a satisfação com a função de avó;

4. Nível simbólico: se refere aos diferentes significados de avosidade para os avós . ( OSUNA,2006, p.17 )

Alguns estilos de avós das classificações anteriores estão ausentes, como avós que se relacionam com netos adolescentes, onde não aparece o estilo de avó ¨em busca de diversão¨. Acredita-se que este fato se deve à mudança de comportamento dos avós à medida em que os netos crescem ( OSUNA, 2006, p.19 ).

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35 Neste capítulo serão descritos os procedimentos a serem efetuados durante a pesquisa: tipo de estudo, seleção dos participantes, estratégias metodológicas de coleta e análise dos dados que foram obtidos, além das questões éticas que regem a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde ( BRASIL, 1996 ).

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente estudo é de cunho qualitativo. A pesquisa qualitativa admite que a realidade é fluente e contraditória e os processos de investigação também dependem do pesquisador. Há consciência e compromisso de que a pesquisa seja uma prática válida e necessária na construção solidária da vida social ( CHIZZOTTI, 2006 ) .

O método qualitativo é o método que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões ( Minayo, 2006, p.74 ). Aprofunda-se nos significados das ações e das relações humanas, o que exige proximidade com os sujeitos, sendo necessária uma escuta sensível sobre os depoimentos de vida dos mesmos. Assim, a interação do pesquisador com o sujeito favorece o enriquecimento da pesquisa (PEDROSA, 2006).

3.2 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES

Foi utilizada uma amostra por conveniência, na qual as participantes são 17 avós e seus 17 netos.

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36 1. avós idosas, com idade igual ou superior a 60 anos, que tivessem pelo menos um neto

ou neta com idade entre 6 e 12 anos; 2. com integridade das funções cognitivas;

3. consentimento por escrito das avós em participar da pesquisa, após esclarecimento quanto aos objetivos da mesma;

4. consentimento por escrito do responsável pela criança a ser entrevistada.

3.3 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS

A coleta das informações foi realizada através de entrevistas e depoimentos em duas fases. No primeiro momento, as avós foram convidadas a responder um instrumento de levantamento de dados sócio-biográficos (Anexo A). Na sequência foi realizada entrevista semi-estruturada com avós idosas ( idade igual ou superior a 60 anos ) que possuíam no mínimo um neto ou neta com idade entre 06 e 12 anos, os quais foram entrevistados posteriormente. Cada entrevista obteve duração de aproximadamente 30 a 40 minutos, onde foram abordados temas a respeito da relação das avós com seus respectivos netos.

A entrevista semi-estruturada seguiu um roteiro de auxílio (Anexo A). A sequência das questões buscou aprofundar o tema avosidade, desta forma assegurou que a temática da pesquisadora estivesse inserida na conversa. Como a entrevista pode ser considerada um processo de interação social ( Minayo, 2006, p.78 ), o entrevistador deve estar atento ao estado emocional do entrevistado através da percepção e interpretação das expressões não verbais, podendo assim influir na forma e no conteúdo da entrevista.

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37 vacilos, as dúvidas, os risos e as lágrimas ( Pedrosa, 2006 ). As respostas forneceram as interpretações iniciais sobre a relação das avós com seus netos no período da infância.

Após o consentimento do responsável pela criança a ser entrevistada, foi realizada a entrevista com a mesma. Os procedimentos que seguirão às entrevistas com os netos, serão os mesmos realizados com as avós ( BRASIL, 1996 ).

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após a realização das entrevistas e transcrição das respostas, foi realizada a análise das respostas obtidas através do software ALCESTE ( Análise Lexical por conjunto de Segmentos de um texto ). Este software de análise de dados textuais, desenvolvido por Max Reinert em 1990, na França, realiza de maneira automática, a análise de diálogos, de questões abertas de enquetes sócio-econômicas e de textos como obras literárias. Objetiva desvelar a informação essencial contida em um texto, através da classificação estatística de enunciados simples do corpus estudado, em função da distribuição das palavras dentro do enunciado aprendendo as palavras que lhes são características ( REINERT, 1990, p.24 )

A interpretação de caráter qualitativo se fez sobre os dados analisados pelo software, não se esgotando a tessitura e a dimensão contidas nas expressões objetivadas pela fala ou mesmo pela fala-escrita, mas fundamentando o exercício da interpretação do pesquisador a ser concluído ( RIBEIRO, 2000).

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38 Foram consideradas para o estudo, as normas da Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, que determinam as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa em Seres Humanos ( BRASIL, 1996).

Após obter as sugestões da banca de qualificação, o projeto foi encaminhado ao Comitê Setorial de Ética da Universidade Católica de Brasília, instituição na qual foi realizada a pesquisa, sendo aprovado em 14 de novembro de 2008, nº 145.

A cada entrevista foi esclarecido o objetivo da pesquisa, com a aplicação de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo B), o qual em via impressa foi assinado pelo entrevistador e o entrevistado. O Termo foi lido e esclarecido para todas as avós e para os responsáveis das crianças que foram entrevistadas. Foi entregue a todos para leitura posterior e assinatura.

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40 Na sequência, serão apresentados os resultados do estudo realizado com as avós e seus respectivos netos. Primeiramente, serão descritos os resultados obtidos através da análise das entrevistas semi- estruturadas realizadas com as avós idosas. A seguir, é descrito o perfil dos netos entrevistados seguido da análise das informações colhidas de acordo com o sistema de categorias onde são abordados temas que revelam benefícios, sentimentos e significados ( Guedes, 2007 ). Este sistema foi escolhido pela impossibilidade de realização através do software ALCESTE, método através do qual é necessário maior número de caracteres.

4.1 Análise das entrevistas das avós

Todo o conteúdo obtido através das entrevistas realizadas com as avós foi analisado e categorizado através do software ALCESTE, que realizou automaticamente, uma análise quantitativa dos dados textuais obtidos. Este procedimento metodológico objetivou desvelar as informações essenciais contidas nos textos analisados, através de uma classificação estatística mostrando como a palavra se desenvolve dentro do texto. Efetuou dois tipos de análise: Classificação Hierárquica Descendente (C.D.H) a qual apresenta classes lexicais e suas oposições e Análise Fatorial de Correspondência (A.F.C) para visualizar as oposições resultantes da C.D.H.

(41)

41 representadas por um número (x2) que representa o quanto a palavra é significativa para a classe. O procedimento é também realizado para as UCE´s.

Após a análise quantitativa do material, foi realizada a análise qualitativa a partir da descrição das classes encontradas nos resultados gerados pelo programa. Com essa análise foram utilizadas a relação entre as palavras, a frequência e o percentual com que aparecem , além de seu significado para a reconstrução de um discurso que identificasse o contexto de cada classe de palavras encontrada.

O software ALCESTE identifica no texto as Unidades de Contexto Elementar (UCE), agrupando-as em classes semânticas homogêneas, com conteúdo lexical específico e significado único. Em nossa pesquisa, o corpus continha 7132 palavras, sendo 1361 formas distintas, tendo o software aproveitado, como significativo, 63,3% desse total.

A análise estatística identificou 16 unidades de contexto inicial (UCI), que formam o corpus das entrevistas. A média de frequência das palavras foi de 5 vezes, sendo o número de

(42)

42 Tabela1- Descrição da Classe 1 “Visão atual das avós”

Palavras principais da Classe 1

x2 Frequência (%)

avo+ 20,57 67,74

negativo+ 14,14 100,00

jeito 9,93 100,00

ponto+ 9,93 100,00

estud+ 9,93 100,00

mundo 9,93 100,00

pai+ 9,61 71,42

porque 9,51 59,26

ach+ 7,96 57,69

falt+ 7,86 100,00

depende 7,86 100,00

assum+ 7,86 100,00

filhos 7,85 72,83

netos 7,25 59,09

epoca 6,67 83,33

carinh+ 6,23 75,00

responsabilidade+ 6,23 75,00

cri+ 6,23 75,00

todo 6,23 75,00

(43)

43 Tabela 2 – Descrição da Classe 2 “ Relação entre avós e netos”

Palavras principais da Classe 2

x2 Frequência ( %) Ajud+ 13,05 77,27

gost+ 12,20 71,42

televisão 11,44 99,99

poss+ 11,44 99,99

brinc+ 11,44 99,99

lev+ 9,92 99,99

faz+ 7,47 72,21

escola 5,57 85,71

caminh+ 5,51 99,99

lav+ 5,51 99,99

passe+ 5,51 99,99

lav+ 5,51 99,99

tent+ 5,51 99,99

comida 5,51 99,99

apego 5,51 99,99

sou 7,50 81,81

ver 6,96 99,99

(44)

44 Tabela 3 – Descrição da Classe 3 “ Visão da Idosa sobre a velhice”

Palavras principais da Classe 3

x2 Frequência

( %)

lembro 17,77 99,99

respeit+ 17,77 99,99

idosos 16,83 85,71

historia+ 14,09 99,99

experi+ 14,09 99,99

vida 13,37 74,99

grande+ 13,24 83,33

ano+ 10,74 57,14

fila+ 10,48 99,99

cheg+ 9,76 79,99

diss+ 9,76 79,99

pesso+ 8,08 53,85

atividade+ 6,97 66,67

causa 6,45 74,99

velho+ 6,45 74,99

chamo 6,45 74,99

cidade+ 6,45 74,99

Na classe 3, as palavras mais significativas foram “lembro” e “respeito” com x2 = 17,77 e frequência de 99,99. As palavras de menor significância foram: “causa” , “velho” , “chamo” e “cidade” com valores de x2 = 6,45 e frequência de 74,99 cada uma.

(45)
(46)

46 Figura 1 – Quadro sintético dos resultados gerados pelo ALCESTE.

Classe 1 Visão atual das avós pais avós porque netos responsabilidade criar Relação Intergeracional Classe 2 Relação entre

avós e netos

Classe 3 Visão da idosa sobre velhice

34,45% 42,86% 22,69%

(47)

47 Por fim, para cada classe foi atribuído uma forma representativa, reconstruindo o discurso coletivo, utilizando a relação entre as palavras, a frequência percentual com que apareceram e seu significado. A figura 2 apresenta esta forma de representação.

Figura 2 – Reconstrução do discurso coletivo

Visão atual das avós

Em

alguns momentos as avós assumem a responsabilidade de criar seus netos

porque os pais, por algum motivo,

não conseguem criar seus

filhos.

Relação Intergeracional

Relação entre avós e netos

Visão da idosa sobre

velhice

A velhice

As avós sentem-se felizes em ver televisão ou brincar

com seus netos e as que têm

condições demonstram gostar

de ajudar a fazer as tarefas

da escola

Deve-se o respeito aquela pessoa

que passou anos de sua vida acumulando

experiência e construindo sua

(48)

48 4. 2 Perfil dos netos entrevistados e análise

Foram convidados a participar da pesquisa 17 crianças entre 06 e 12 anos, de ambos os sexos, sendo 01 neto ou neta de cada avó entrevistada. Mediante autorização dos responsáveis, apenas 08 netos, com idade igual ou acima de 9 anos, aceitaram ser entrevistados.

Quadro 1 – Características dos netos entrevistados

Características Número de netos Frequências (%)

Meninas 06 75

Meninos 02 25

Faixa etária:

6 a 8 anos 00 00 9 a 10 anos 03 37 11 a 12 anos 05 62

Filho(a) do filho 03 37

Filho(a) da filha 05 62

Mora com a avó 03 37

Número total de netos 08 100

(49)

49 Para a análise da pesquisa realizada com os netos de 06 a 12 anos, das respectivas avós participantes, optou-se pala criação de categorias onde são abordados temas que revelam benefícios, sentimentos e significados (Guedes, 2007), uma vez que a realização desta análise através do software ALCESTE, exige maior número de caracteres encontrados.

Quadro 2 – Categorias e subcategorias

Categorias Subcategorias

Benefício Diversão

Afeto

Sentimento Orgulho

Diferença

Significado Desconhecido

Previsível Adaptação: Guedes, 2007.

A categoria “benefício” possui como significado apresentar dentro do universo pesquisado, as falas que apresentam efeitos positivos decorrentes da relação entre as avós e seus respectivos netos no período da infância. Possui como subcategorias: diversão e afeto. Observa-se na subcategoria “diversão” que o neto ou neta apresenta alegria e satisfação quando realiza determinada atividade junto com a avó.

(...) “ Eu acho que quando a gente tá na cozinha a gente se diverte mais, eu acho que essa é atividade que eu mais gosto de fazer com ela”.( neto, N02 – 12 anos )

(...) “ Ah... eu gosto muito de ficar com ela em casa”. ( neta, N03 – 11 anos) Refletem a pura diversão pela companhia da avó.

(50)

50 (...) “ Acho que o melhor é ir no supermercado com ela”. ( neta, N06 – 09 anos)

(...) “ Sair com ela e ir para Taguatinga pra comprar... hum...”.

( neta, N08 – 11 anos)

Sugerem o poder de compra levando à diversão.

Na subcategoria “afeto”, o neto ou neta valoriza o carinho dispensado pela avó, o que caracteriza o benefício.

(...) “ Como ela é diferente, a gente vai mais na casa da outra avó, as vezes é melhor porque a gente recebe mais carinho, sei lá, ela não tem outros pra ficar preferindo”.

( neto, N02 – 12 anos) O carinho dispensado pela avó reflete preferência e satisfação para ele.

A categoria “sentimento” significa forma de expressão da relação entre avós e seus respectivos netos na perspectiva dos netos. Foi subdividida nas subcategorias: orgulho e diferença. Na subcategoria “orgulho” há tentativa de demonstrar as qualidades pessoais da respectiva avó.

(...) “ Ela é mesmo uma vó nota 20!”. ( neta, N03 – 11 anos)

(...) “ Sim, pois mesmo com netos e ficando velha, ela tem um grande coração. Não mudaria nada”. ( neto, N05 – 10 anos)

(...) “ É, gostaria de ser igual a minha avó”. ( neta, N06 – 09 anos) (...) “ Claro! Porque ela tem uma coisa assim que é incrível. Ela consegue atrair as crianças, fazerem elas felizes.

Ela faz de um modo que eu não entendo, até já pedi a receita”. (neta, N07 – 10 anos) Ocorre a demonstração de um sentimento positivo quando o neto ou neta caracteriza a respectiva avó.

Na subcategoria “diferença” há demonstração de formas diferentes da relação entre as avós e seus respectivos netos.

(...) “No natal, os presentes que ela dá pra eles são bem superiores, parecendo que ela prefere os outros netos. Já a minha avó Maria não faz isso”. ( neto, N02 – 12 anos)

(51)

51 A categoria “significado” da velhice exprime o que é ser velho ou velha para os netos das avós entrevistadas. Foi dividida nas subcategorias: desconhecido e previsto.

Na subcategoria “desconhecido”, entende-se que o neto ou neta não encontra características para expressar o termo velhice.

(...) “ Eu acho que vai ser um pouco diferente da realidade que os velhos têm hoje, porque assim, a tecnologia vai evoluir bastante, então vai ser muito diferente. Vai ser bem diferente mesmo, eu acho”. (neta, N01- 12 anos)

(...) “ Eu já falei assim com meus amigos, eu acho estranho a gente falar. Vai ser estranho quando ficar velho.

A gente se não imagina avô jogando vídeo-game”. ( neto, N02 – 12 anos) (...) “ Não quero chegar lá tão cedo”. ( neto, N05 – 10 anos)

Há sensação de medo do desconhecido.

Na subcategoria “previsto”, ao contrário da anterior, entende-se que o neto ou neta apresenta conhecimento sobre a sua velhice.

(...) “ Já pensei em ficar velha. Acho que vou ser igual a ela”. ( neta, N03 – 11 anos) (...) “ Ah... vou ser igual a ela, né”. ( neta, N06 – 09 anos)

(52)

52

(53)

53 As avós entrevistadas possuem importante e intenso vínculo com seus netos. É visível a felicidade que esta relação com seus netos entre 6 e 12 anos transmite a essas avós. De acordo com os dados obtidos nas classes 1 e 2, o grau de satisfação das avós na relação com seus respectivos netos na faixa etária estudada é alto, equivalente aos dados encontrados na literatura atual ( OSUNA, 2006, p.23)

A responsabilidade, o carinho e o amor que as avós demonstraram foram construídos a partir da convivência em suas famílias, da criação de seus filhos e do acompanhamento das gestações de suas filhas até o nascimento dos respectivos netos ( Leite, 2004, p.62). A partir de então, a frequência de contato com o neto passa a ser um fator importante para potencializar os efeitos positivos da relação. Quanto maior o contato, observou-se um maior número e tempo de atividades em conjunto, avó e neto ou neta. Com isso, sugere ser mais fácil estabelecer uma relação mais ampla entre os dois sujeitos.

Na perspectiva dos netos, a categoria “benefício” revela a satisfação e o afeto sentido pelos netos, o que demonstra a bidirecionalidade da relação.

De acordo com os resultados obtidos na classe 1, quando os filhos, por algum motivo, não assumem seus próprios filhos, as avós incorporam a responsabilidade materna e se consideram as principais substitutas para essa atribuição. Os sentimentos direcionados aos netos são os mais felizes e calorosos das avós que sentem-se muito satisfeitas em apoiar, proteger e ensinar seus netos ( BEAUVOIR, 1990) .

(54)

54 Na literatura atual, ainda se tem citado “ contar histórias infantis” aos netos em faixa etária abaixo de 8 anos ( ARATANGY & POSTERNAK, 2006, p.98).

Na categoria “sentimento”, há demonstração de diferença na relação entre a avó materna e a avó paterna na perspectiva do neto, sugerindo uma relação mais próxima com a avó materna.

Considerando os resultados obtidos nas classes 1 e 2 , a relação das avós com os netos da linha materna sugere ser mais íntima do que da linha paterna pela proximidade da avó com sua filha, o que também se confirma com os dados da literatura. As avós da linha materna tendem a se relacionarem de forma mais íntima com seus netos e se tornarem mais cuidadores substitutos dos pais em relação aos da linha paterna. Assim, os avós maternos estão mais próximos à família e consequentemente aos netos pela confiança que as mães depositam nos avós ( OSUNA, 2006, p. 24).

O papel da linha familiar como diferenciador das percepções dos netos a respeito da relação com suas avós é importante. As avós da linha materna são as verdadeiras figuras significativas para seus netos até a adolescência ( TRIADÓ et al, 2000, p.117) . É provável uma tendência de que a mulher siga no papel de cuidadora de crianças como demonstram os dados das classes 1 e 2. De modo geral, o afeto e o cuidado é dispensado pala maioria das avós.

(55)

55 De acordo com todos os dados obtidos nesta pesquisa, pude relacionar e definir os estilos de avós encontrados. A maioria das avós entrevistadas apresentaram um perfil de cuidadoras, assumindo responsabilidades e cuidados quase diários com seus netos ( NEUGARTEN & WEINSTEIN, 1964 ).

Algumas avós apresentaram o perfil de avós companheiras, visitam seus netos com frequência, demonstram afeto e são informais ( CHERLIN & FURSTENBERG, 1985 ).

As avós entrevistadas mantém uma relação emocional de proximidade com seus netos, pois educam, decidem e os protegem da maneira que podem, sentindo-se satisfeitas com isso. O objetivo de todo este esforço sugere ser a união da família e a evolução das futuras gerações.

Na classe 3, os resultados obtidos sugerem respeito por parte das avós idosas a sociedade em que estão inseridas. As avós descrevem o idoso como uma pessoa que construiu a sua história através da experiência acumulada e que por isso merece respeito. Por definição, o envelhecimento é um processo fisiológico, gradual, previsível e inevitável próprio dos seres vivos, que envolve evolução e maturação, determinado geneticamente e modulado ambientalmente ( Botelho, 2007, p.192). As sociedades tradicionais possuem características específicas, a prevalência da consciência coletiva em relação à consciência individual é seu traço essencial. O indivíduo não se pertence, mas pertence ao grupo, o qual se apresenta na forma da família, da religião e tradição ( CRUZ & GOMES, 2008, p.158 ).

Na visão dos netos, de acordo com a categoria “significado da velhice” , o envelhecimento pode causar medo, mas também pode ser previsível e não assustador.

(56)

56 A imagem do ser velho hoje, numa sociedade utilitária, é permeada por mitos e preconceitos que são incorporados e transmitidos por gerações.

As crianças também exprimem preconceitos e mitos quando se trata da velhice (MAZUTTI ; SCORTEGAGNA, 2006, p. 108 ).

(57)

57

(58)

58 Avosidade é o elo entre a Gerontologia e a Pediatria, em que é possível estudar a relação entre avós e seus netos.

Nas relações intergeracionais, os papéis de cada um são diferenciados de acordo com as diferentes famílias. Normalmente, o destaque é dado ao dueto pai e mãe. Entretanto, observa-se o crescimento da importância dos avós na formação e educação de seus netos e netas. Essa relação é bidirecional, há troca de carinho, afeto e amor.

Durante as entrevistas, eu ficava admirando a simplicidade das avós em contar o que passava em suas mentes e me empolgava juntamente com elas. Depois me perguntava: Será que eu serei uma avó assim? Como serão os meus netos?

O número de avós é crescente, estes são cada vez mais jovens e provavelmente, viverão mais. A relação entre avós e seus netos vai apresentando diferentes aspectos em relação a décadas anteriores. Este estudo proporcionou dados para a avaliação atual desta relação intergeracional. Certamente, as diferenças no comportamento e atitudes abrirão caminho para novos estudos sobre avosidade.

(59)
(60)

60 ARATANGY, L. R. ; POSTERNNAK, L. Livro dos Avós: na casa dos avós é sempre domingo? São Paulo: Artemeios, 2005.

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(61)

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(62)

62 MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em Saúde. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2006.

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(63)

63 RODDA, E. Segredo das Fadas: A Pulseira Encantada. São Paulo – SP: Fundamento Educacional, 2007.

SECCO, C. L. T. R. As rugas do tempo na ficção. Cadernos IPUB, Rio de janeiro, v. 1, n. 10, p. 9-33, 1999.

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(64)

64

(65)

65

ANEXO A

1-

ROTEIROS:

1 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

DATA DE NASCIMENTO:____________________________ IDADE:_____________________________________________ ESTADO CIVIL:_____________________________________ ENDEREÇO:________________________________________ OCUPAÇÃO ATUAL:________________________________ RENDA MENSAL:___________________________________ RESIDÊNCIA: ALUGADA ( )

PRÓPRIA ( )

OUTRA:_________________________________

GRAU DE INSTRUÇÃO: ANALFABETA ( )

ENSINO FUNDAMENTAL

COMPLETO ( ) INCOMPLETO ( )

ENSINO MÉDIO

COMPLETO ( ) INCOMPLETO ( )

NÚMERO DE NETOS E AS RESPECTIVAS IDADES:___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________________

RESIDE COM QUANTAS PESSOAS: _______________________________________

(66)

66 ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

O NETO(A) QUE MAIS CONVIVE É FILHO DE QUEM:_______________________

QUAL A ATIVIDADE DOS PAIS: ___________________________________________________________________________

(67)

67 2 ROTEIRO DA ENTREVISTA:

-

Às avós:

O que pensa sobre ser avó;

Qual o significado de ser velha;

O que sentiu quando tornou-se avó pela primeira vez;

Quais as atividades realizam em comum com seus netos; Qual dessas atividades a avó gosta mais;

Qual destas atividades os netos gostam mais;

Quais as responsabilidades que as avós têm com seus netos;

As avós percebem perda de contato à medida em que os netos crescem; Os aspectos positivos e negativos em seus netos(as);

-

Aos netos:

Quais as atividades que realiza com suas avós e qual a que mais gosta; Já pensou como será quando ficar velho ou velha;

(68)

68 ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PESQUISA E ENTREVISTA: ¨AVOSIDADE: VISÃO DAS AVÓS E DE SEUS NETOS¨

Prof. Orientadoras: Prof. Dra Lucy Gomes Vianna

Prof. Dra Carmen Jansen de Cárdenas

Estou de acordo, através deste documento, em participar de entrevista individual que seguirá um roteiro orientador elaborado pela pesquisadora Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, aluna da Pós-graduação, Mestrado em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília.

Serão abordados tópicos referentes ao assunto da pesquisa, sendo a entrevista gravada em MP3.

Tenho consciência de que todas as informações serão utilizadas, exclusivamente para o propósito da pesquisa.

Estou ciente de que o meu anonimato será preservado nos resultados. Minha entrevista não será fornecida a terceiros.

Sei que este consentimento é livre e que posso desistir a qualquer momento sem o dever de justificativa.

Minha participação será voluntária.

Não haverá despesas pessoais para qualquer participante em qualquer fase da pesquisa. Em caso de dúvidas, em qualquer fase da pesquisa, a entrevistadora poderá ser contactada através do número (61) 33569000 ou 34487114 .

Eu ... Identidade ..., declaro que fui informado e devidamente esclarecido do projeto de pesquisa intitulado Avosidade: visão das avós e de seus netos desenvolvido pela pesquisadora Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, aluna do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília – UCB, quanto aos itens da Resolução 196/96.

Declaro, que após ser esclarecido pelo pesquisador a respeito da pesquisa, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.

(69)

69 Nome: ... RG: ... Data de Nascimento:.../.../...

Sexo M( ) F ( ) Endereço:... Cidade:... CEP: ...Tel:...

(70)

70

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

( Para o responsável pela criança a ser entrevistada )

PESQUISA E ENTREVISTA: ¨AVOSIDADE: VISÃO DAS AVÓS E DE SEUS NETOS¨

Prof.Orientadoras : Prof. Dra. Lucy Gomes Vianna

Prof. Dra. Carmen Jansen de Cárdenas

A autora do trabalho, médica pediátrica, trabalha há treze anos nesta especialidade e pôde observar um aumento no número de avós que acompanham seus netos nas consultas pediátricas.

O estudo focaliza temática inesgotável, a avosidade, que corresponde à relação entre avós e seus netos. Tem como objetivo investigar esta relação no período da infância. Com esta finalidade serão realizadas entrevistas individuais com avós e seus respectivos netos ou netas no período da infância. Os resultados obtidos serão analisados em um programa de computador. A entrevista será gravada em MP3.

As entrevistas serão realizadas nas salas de aula que estiverem disponíveis da Universidade Católica de Brasília – Campus I ou II.

Todas as informações serão utilizadas , exclusivamente para o propósito da pesquisa. O consentimento é livre e a qualquer momento posso desistir sem o dever de justificativa. O anonimato será preservado nos resultados. A entrevista não será fornecida a terceiros.

Não haverá riscos para os entrevistados. A pesquisa fornecerá informações a respeito da relação entre avós e netos que poderão contribuir para o melhor entendimento desta relação.

Estou de acordo, através deste documento, em participar de entrevista individual que seguirá um roteiro orientador elaborado pela pesquisadora Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, aluna da Pós-graduação, Mestrado em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília.

Em caso de dúvidas, em qualquer fase da pesquisa, a entrevistadora poderá ser contactada através do número (61) 33569000 ou 34487114.

Eu... ...Identidade...

(71)

71 Declaro que após ter sido esclarecido pela pesquisadora a respeito da pesquisa, consinto voluntariamente a participação do menor citado nesta pesquisa.

Brasília, __ / __ / __ .

Imagem

Figura 2 – Reconstrução do discurso coletivo

Referências

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